As três matriarcas que deixaram grande legado

 

Sara, Susanna Wesley e Barbara Heck

 

Odilon Massolar Chaves

 

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Copyright © 2025, Odilon Massolar Chaves 

Todos os direitos reservados ao autor. 

É permitido ler, copiar e compartilhar gratuitamente

Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro de 1998. 

Livros publicados na Biblioteca Digital Wesleyana: 680

Livros publicados pelo autor: 727

Fonte capa: https://www.umc.org/pt/content/unsung-heroes-of-methodism-barbara-heck

https://aecep.org.br/biografias-que-inspiram-suzanna-wesley/

https://www.jw.org/pt/biblioteca/revistas/wp201705/sara-biblia/

 

Toda gloria a Deus!

Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

 

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Índice

 

·       Introdução

·       Sara, mãe de nações

·       Susanna Wesley, mãe do metodismo

·       Barbara Heck, a mãe do metodismo americano

 

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Introdução

 

“As três matriarcas que deixaram grande legado” é um livro de 23 páginas que relata a história de Sara, Susanna Wesley e Barbara Heck.

Três mulheres, que em diferentes países e tempo contribuíram para o Reino de Deus.

Sara foi esposa de Abraão que é reconhecida pela sua fé. Apesar de ser estéril, deu origem ao povo judeu. Seu filho Isaque é o ancestral do povo judeu.

Nascido de Agar, a serva de Sara, Ismael é considerado o ancestral dos árabes pelos muçulmanos.[1]

Susanna Wesley, mãe de Carlos e João Wesley, é considerada a mãe do metodismo.

Barbara Heck é chamada de mãe do metodismo americano.

Histórias que nos edificam e motivam outras mulheres à participação no reino de Deus.

 

O Autor

 

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Sara, mãe de nações

 

Sara é chamada de "mãe de nações" porque Deus prometeu a ela e a seu marido, Abraão, que ela seria a matriarca de uma grande descendência, incluindo reis e príncipesApesar de ter tido seu filho, Isaque, já na velhice, o cumprimento da promessa se tornou o marco para o início de uma nação poderosa e de seu legado. A mudança de nome de Sarai para Sara, que significa "princesa de todas as nações", simbolizou a capacitação de Deus para que ela cumprisse essa promessa”.[2]

 

Sara foi a esposa de Abraão, a mãe de Isaque e ficou conhecida por sua fé em Deus (Hb 11.11).

“Apesar de ser estéril, ela deu à luz Isaque na velhice, cumprindo a promessa de Deus de que Abraão seria pai de uma grande nação. A história de Sara inclui momentos de dúvida e fé, além de acompanhá-lo em sua jornada a partir de Ur dos Caldeus e tornar-se a matriarca do povo judeu”. [3]

Ela foi uma pessoa humana que teve conflitos, mas foi uma “mulher virtuosa na edificação de sua casa, tanto que se tornou a matriarca do povo judeu. Ela, juntamente com Abraão, confiou na direção de Deus e abriu mão do conforto que usufruía para viver em tendas. Sua atitude é colocada na Bíblia como exemplo a ser seguido: “…como fazia Sara […], da qual vós vos tornastes filhas…” (1Pe 3:6)”.[4]

  • “Relação com Abraão: Sara era a esposa de Abraão, com quem partiu de Ur dos Caldeus para Canaã. A Bíblia menciona que ela era cerca de dez anos mais nova que Abraão e sua meia-irmã por parte de pai”. [5]

·         Sara obedeceu a Abraão, chamando-o de senhor, em sinal de respeito e submissão.

·         Beleza e desafios: “Sara era uma mulher de grande beleza e fé, mas sua vida não foi fácil. Ela enfrentou grandes desafios, sendo o maior deles sua esterilidade — Sara não podia ter filhos. No entanto, Deus fez uma promessa surpreendente: mesmo em sua idade avançada, ela se tornaria mãe. Quando ouviu isso pela primeira vez, Sara riu, incrédula, achando impossível”.[6]

·         “Ansiosa por um herdeiro para Abraão, Sara tomou uma difícil decisão e ofereceu sua serva, Agar, para gerar um filho. Assim, Ismael nasceu. No entanto, Deus não esqueceu a sua promessa. Contra todas as expectativas, aos 90 anos, Sara finalmente deu à luz Isaque, o filho da promessa, o verdadeiro herdeiro das bênçãos de Deus”. [7]

  • “O nascimento de Isaque: Após a renovação da promessa de Deus, Sara, mesmo aos 90 anos, concebeu e deu à luz Isaque, o filho prometido. Ela expressou alegria e fé, apesar de sua descrença inicial.
  • Fé e submissão: Sara é retratada como uma mulher de fé, que seguiu Abraão e acreditou nas promessas divinas, mesmo enfrentando desafios e incertezas. Ela é mencionada no Novo Testamento como um exemplo de santidade e esperança em Deus, submissa ao seu marido e confiante na proteção divina.
  • Liderança e legado: A história de Sara, especialmente o nascimento de Isaque, é fundamental para a promessa de Deus de formar um povo para Ele. Ela é considerada a matriarca do povo judeu.
  • Morte e sepultamento: Sara viveu até os 127 anos e foi enterrada na Caverna de Macpela, em Hebrom, comprada por Abraão, que foi um sinal da fé na promessa de Deus sobre a terra de Canaã”. [8]
  • Honrada: “Honrada como uma heroína da fé em Hebreus 11 do Novo Testamento, Sara é lembrada por sua confiança inabalável em Deus e sua participação crucial na realização do plano divino. Seu exemplo de vida continua a inspirar e ensinar sobre a importância da fé, paciência e obediência a Deus”. [9]

 

Deus promete um filho a Abrão e Sara

Gênesis 18

Verso 1

E o SENHOR apareceu-lhe

E o SENHOR apareceu-lhe nas planícies de Mamre; e ele se sentou na porta da tenda no calor do dia;

Wesley comentou: Essa aparência de Deus a Abraão parece ter tido mais liberdade e familiaridade, e menos grandeza e majestade, do que aquelas que lemos até agora, e portanto se assemelha mais àquela grande visita que, na plenitude do tempo, o Filho de Deus faria ao mundo. Ele sentava-se na porta da tenda no calor do dia – não tanto para descansar, mas para buscar uma oportunidade de fazer o bem, entretendo estranhos.

Verso 2

três homens estavam ao seu lado

E ele ergueu os olhos e olhou, e, eis, três homens estavam ao seu lado; e quando os viu, correu para encontrá-los pela porta da tenda e se curvou para o chão,

Wesley comentou:

E lá eram três homens — Esses três homens eram três seres celestiais espirituais, agora assumindo formas humanas, para que pudessem ser visíveis para Abraão e conversar com ele. Alguns acham que eles foram os três anjos criados; outros, que um deles era o Filho de Deus.

Ele se inclinou para o chão — A religião não destrói, mas melhora os bons modos, e nos ensina a honrar todos os homens.

Verso 9

Onde está Sara

E disseram-lhe: Onde está Sara, tua esposa? E ele disse: Eis que está na tenda.

Wesley comentou:

Onde está Sarah, tua esposa? — Ao nomeá-la, deram a entender a Abraham que, embora parecessem estranhos, conheciam bem ele e sua família: ao perguntarem por ela, demonstraram uma preocupação gentil pela família de um deles, que consideraram respeitosa para com eles. E ao falar dela, ouvindo aquilo, eles a atraíram a ouvir o que ainda estava a ser dito.

Verso 10

eis que Sara, tua esposa, terá um filho

E ele disse: certamente voltarei a ti conforme o tempo da vida; e, eis que Sara, tua esposa, terá um filho. E Sarah ouviu na porta da tenda, que ficava atrás dele.

Certamente voltarei a ti — E te visitarei. Deus retornará àqueles que o receberem, disse Wesley.

Verso 12

Sarah riu dentro de si

Por isso, Sarah riu dentro de si, dizendo: Quando eu envelhecer, terei prazer, pois meu senhor também é velho?

Wesley comentou:

Sarah riu dentro de si mesma — Não era uma risada de fé, como a de Abraão, Gênesis 17:17, mas uma risada de dúvida e desconfiança. A grande objeção que Sarah não conseguia superar era sua idade. Já sou velho e já não tive filhos em um curso da natureza, especialmente por ter sido até então estéril, e isso agrava a dificuldade, Meu senhor também é velho. Observe aqui que Sara chama Abraão de seu senhor, e o Espírito Santo presta atenção a isso em sua honra, recomendando isso à imitação de todas as esposas cristãs, 1 Pedro 3:6. Sara obedeceu a Abraão, chamando-o de senhor, em sinal de respeito e submissão.[10]

Falecimento de Sara

Gênesis 23

Verso 2

Abraão veio chorar por Sara

E Sarah morreu em Kirjatharba; o mesmo é Hebron na terra de Canaã: e Abraão veio chorar por Sara e chorar por ela.

Wesley comentou:

Abraão veio para lamentar por Sarah e chorar — Ele não apenas realizou as cerimônias de luto conforme o costume da época, mas lamentou sinceramente a grande perda que sofreu e deu prova da constância de seu afeto. Por isso usam essas duas palavras, ele veio tanto para chorar quanto para lamentar.

Verso 4

para que eu possa enterrar meus mortos

Sou um estranho e um viajante com você: dê-me um bem de um local de sepultamento com você, para que eu possa enterrar meus mortos fora da minha vista.

Wesley comentou:

Sou um estranho e um viajante com você — Portanto, não sou providenciado, e devo me tornar um pretendente para você como local de sepultamento. Essa foi uma ocasião em que Abraão aproveitou para confessar que era um estranho e um peregrino na terra. A morte de nossos parentes deve, na prática, nos lembrar de que não estamos em casa neste mundo.

Wesley comentou:

Para que eu possa enterrar meus mortos fora da minha vista — A morte tornará desagradáveis aos nossos olhos, que enquanto viveram eram o desejo dos nossos olhos. O semblante que era fresco e vivo torna-se pálido e horrível, e digno de ser levado para a terra das trevas.

Verso 6

na escolha de nossos sepulcros enterra os teus mortos

Ouça-nos, meu senhor: tu és um príncipe poderoso entre nós: na escolha de nossos sepulcros enterra os teus mortos; Nenhum de nós te negará seu sepulcro, a não ser que Tu possas enterrar os teus mortos.

Wesley comentou:

Tu és um príncipe de Deus entre nós — Assim é a palavra; não só ótimo, mas bom. Ele se chamava de estranho e viajante, eles o chamam de grande príncipe.[11]

 

Susanna Wesley, mãe do metodismo

 

Susanna Wesley é conhecida como a "Mãe do Metodismo" por sua profunda influência religiosa e educacional sobre seus filhos, John e Charles Wesley, que se tornaram líderes do movimento metodista. Ela não pregava sermões públicos nem fundou igrejas, mas o exemplo de fé, disciplina e devoção que deu aos seus 19 filhos (dentre eles John e Charles) formou a base espiritual que impulsionou o Metodismo. Ela organizava cultos domésticos, dedicava uma hora diária à oração e ensinava lições morais e teológicas aos seus filhos em casa. [12]

 

Contribuições de Susanna Wesley para o Metodismo

  • Educação e disciplina: Implementou um sistema rígido de educação para seus filhos, enfatizando o controle da obstinação, a confissão das mentiras e o respeito pela propriedade alheia.
  • Fé no lar: Realizava cultos religiosos e orações diárias com a família, transformando a casa em um centro de devoção espiritual.
  • Influência intelectual: Com sua curiosidade intelectual e habilidade como escritora, ela inspirou seus filhos a buscar a verdade e a vida com Deus.
  • Legado espiritual: A firmeza de sua fé e a sensibilidade espiritual que transmitiu a John e Charles Wesley foram essenciais para que eles se tornassem os líderes espirituais do movimento metodista. [13]

A vida de Susanna Wesley

Susanna Wesley (1669-1742) era a 25ª filha do Dr. Samuel Annesley e Mary White.

Ela gostava de Teologia. Dominava bem francês, latim e o grego. Em 1688, com 19 anos, casou-se com Samuel Wesley, que tinha 26 anos, e tiveram 19 filhos.

Samuel e Susanna “eram descendentes de não-conformistas, seus avós estavam entre os clérigos expulsos em 1662. O pai, Samuel Wesley (1662-1735), preferira o ministério da Igreja estabelecida e fora, desde 1696 até a morte, pároco da igreja campesina de Epworth. Homem de sincera tendência religiosa, no entanto era pouco prático. Escreveu a Vida de Cristo em verso e um comentário ao livro de Jó. A mãe, Suzana Annesley, era mulher de notável fortaleza de caráter, sendo, como seu marido, anglicana devota. Os filhos tinham muito dos pais, mais talvez da força materna. Num lar de dezenove filhos, dos quais oito morreram na infância, a regra era do trabalho duro e de estrita economia.”[14]

Susanna Wesley foi a precursora das mulheres pregadoras do metodismo e foi quem inspirou João Wesley para a abertura da pregação às mulheres e apoiou a pregação ao ar livre para os leigos. “Ela praticava o que pregava a seus filhos”.[15]

Apesar de toda responsabilidade em casa, Susanna reservava duas horas por dia para ter comunhão com Deus e tempo em Sua Palavra, e ela aderiu a essa agenda fielmente.

Seus pais eram dissidentes da Igreja Anglicana. Aos 13 anos, Susanna deixou a Igreja de seu pai e foi para a Igreja Anglicana.

“As frequentes ausências de seu marido no negócio da igreja deixaram a gerência da casa em suas mãos. Através dela, ela permaneceu uma cristã firme que ensinava não somente através das Escrituras, mas através de seu próprio exemplo de confiança diária em Deus. Uma vez ela escreveu: ‘Precisamos conhecer Deus por experiência, a menos que o coração perceba e o conheça como sendo o bem supremo, a sua única felicidade, a menos que a alma sinta e reconheça que não pode ter repouso, paz, alegria, Amar e ser amado por Ele”.[16]

Samuel nunca “foi um homem prático, não conseguia viver dentro do orçamento de sua família e, se não fosse pela gerência de sua mulher, com frequência não teriam tido alimento.”[17]

Mesmo quando Samuel Wesley esteve preso, a oração e o estudo da Palavra eram prioridades em sua vida.

Em carta escrita a seu esposo, em 6 de fevereiro de 1711, Susanna comenta sobre sua função e responsabilidade:

“Como sou mulher, assim também sou dona de numerosa família; e ainda que a maior responsabilidade, pelas almas deste lar, cai sobre você, contudo, na sua ausência não deixo de considerar cada alma que você deixa aqui sob meu cuidado, como um talento entregue a mim, pelo grande Senhor de todas as famílias, tanto no céu como na terra; e se eu for infiel a Deus ou a você, pela negligência de melhorar estes talentos, como posso eu responder a Ele, quando Ele exigir contas da minha mordomia?”[18]

A falta de dinheiro dificultava a vida de Susanna. Quando Samuel voltou da prisão, Susanna o recebeu com toda alegria.

Sua casa foi queimada também duas vezes. Em uma delas, quase João Wesley morreu. Ela passou a dar maior atenção ao seu filho João, pois entendeu que Deus tinha algo especial para o menino.

Após o segundo incêndio, a Igreja decidiu construir uma casa de tijolos vermelhos onde nem o vento e nem o fogo poderiam destruir. Susanna foi obrigada a colocar seus filhos e filhas em casas diferentes por logo período até a casa ser construída.

Passava uma hora por dia com cada uma das crianças na semana. Ela começava a ensinar o alfabeto aos filhos no dia do aniversário de cinco anos.

A falta de diversos ensinamentos espirituais na Igreja levou Susanna a reunir seus filhos e filhas na tarde de domingo para cultos.

“Eles cantavam um salmo e então Susanna lia um sermão do arquivo do sermão de seu marido ou do pai seguido de outro salmo. A população local começou a perguntar se eles poderiam participar. Em um ponto, havia mais de duzentas pessoas que iriam assistir ao serviço da tarde de domingo de Susanna, enquanto o serviço da manhã de domingo diminuiu para quase nada”.[19]

Susanna escreveu várias peças que seriam fundamentais na educação dos seus filhos. Ela disse: (...) “Insisto na conquista da vontade dos filhos, pois este é o único fundamento forte e racional de uma educação religiosa, quando isso é feito, então uma criança é capaz de ser governada pela razão e pela piedade”.[20]

Em 1735, ficou viúva e foi morar com uma filha. Em 1740, Wesley a levou para a Fundição, em Londres, onde ela viveu ao redor dos metodistas, que eram pessoas amorosas.

A “Fundição”, uma antiga fundição de canhões, foi a primeira propriedade dos metodistas em Londres.

“Era a sede do movimento metodista, localizada num subúrbio de Londres; foi comprada do governo por John; próximo fica o cemitério onde foram sepultados Susanna Wesley”[21] e outros.

Uma mulher exemplar

Susanna Wesley foi exemplar mesmo sendo mãe de dezenove filhos e filhas. Passou por lutas iguais às da família de hoje. Na verdade, muito mais.

Seu marido Samuel foi preso por causa de dívida e ela teve que manter sozinha sua casa por um período. Naquele tempo, enquanto não pagasse a dívida, a pessoa permanecia presa.

Sofreu a dor da perda. Nove de seus filhos morreram ainda bebes. “Seus gêmeos morreram, assim como sua primeira filha, Susanna. Entre 1697 e 1701, cinco de seus bebês morreram (...). Alguns de seus filhos tiveram varíola”.[22]

E ela foi mãe exemplar a ponto de haver diversos livros sobre sua educação e cuidado com seus filhos e filhas. Mas ela era uma mulher determinada e com uma visão a frente de seu tempo.

Seus filhos e filhas quando aprendiam a ler, ela ensinava primeiramente os primeiros versículos da Bíblia. Reservava cada dia para um dos seus filhos e filhas para conversar e saber de suas dificuldades e desenvolvimento.

Foi muito metódica. Dois de seus filhos revolucionaram a vida espiritual na Inglaterra, no século XVIII. Eles se chamavam João e Carlos Wesley.

João Wesley foi grande organizador, administrador. Pregava de forma maravilhosa e foi extremamente dedicado na busca da santidade. Restaurou as doutrinas do Espírito Santo e da Perfeição Cristã que estavam esquecidas em sua época. Carlos Wesley foi pregador e compôs cerca de nove mil hinos, que o povo metodista cantava com entusiasmo.

Susanna foi pregadora da Palavra em uma época em que as mulheres não pregavam. Seu lar foi transformado em local de culto. Com a prisão de seu esposo, ela abriu as portas de sua casa e ministrava a Palavra para cerca de 200 pessoas.

Susanna foi conselheira de Wesley. Depois da morte de seu marido Samuel, em 1735, ela foi morar com uma filha e, depois, com João Wesley na chamada Fundição, que era o “Quartel General” do metodismo.

Em diversas ocasiões, orientou seus filhos e filhas por carta e pessoalmente. Quando um leigo do grupo chamado metodista começou a pregar nas ruas, Wesley pensou em impedir, mas sua mãe o aconselhou primeiro a ouvi-lo.

Não era costume pregar nas ruas. Wesley foi ouvi-lo e aprovou a nova estratégia. Ele mesmo constantemente pregou nas ruas. Quando foi impedido de pregar nos templos anglicanos, Wesley disse: “O mundo é a minha paróquia”.

Veja algumas práticas de Susanna com seus filhos e filhas:

- Seus filhos eram ensinados sobre a importância da confissão. Quando eles faziam algo errado e confessavam, ela não os punia, mas louvava suas atitudes.

- Quando era necessário disciplinar, ela era gentil e moderada.

- O respeito pelos outros era uma obrigação.

- Nenhuma das crianças podia invadir a privacidade de um irmão ou irmã por mais insignificante que fosse.[23]

A mestre em Psicologia Janete Suárez escreveu um artigo onde ela comenta sobre a educação para crianças e faz uso de dicas de Susanna Wesley:

“Não permita que as crianças comam entre as refeições e estejam na cama após às 20h.

As crianças devem tomar seu remédio sem reclamar e nada deve ser dado se pedem chorando. Apenas educadamente.

As crianças devem aprender a orar tão logo comecem a falar. Elas também devem ficar em silêncio durante o culto familiar.

Para evitar mentiras, não deve ser punido nenhum erro confessado e do qual logo os filhos se arrependam. A obstinação dos filhos deve ser dominada e trabalhada com Deus para salvar sua alma.

Não permita que um ato pecaminoso da criança passe impune.

Não puna os filhos duas vezes por uma única ofensa.

O bom comportamento dos filhos deve ser sempre elogiado e recompensado e toda tentativa de agradar, mesmo que pequena, também deve ser elogiada.

As crianças devem preservar o direito de propriedade, mesmo em caso de menor importância.

Os filhos devem ser ensinados a temer a vara e cumprir com rigor todas as promessas feitas.

Não exija que uma filha trabalhe antes que aprenda a ler bem”.[24]

Susanna teve os mesmos problemas da família atual ou muito mais. Mas foi uma vencedora e hoje é vista como uma mãe modelo, uma mãe virtuosa.

 

Barbara Heck, a mãe do metodismo americano

 

Barbara Heck é conhecida como a "mãe do metodismo americano" por ter sido uma das primeiras metodistas a incentivar o movimento nos Estados Unidos e por ajudar a organizar a sua expansão inicial. Sua história começou na Irlanda e ela se tornou uma figura central ao encorajar o pregador Philip Embury a iniciar seu trabalho em Nova York, além de ter sido fundamental para a construção da primeira Capela John Street.[25]

“Logo Barbara Heck percebeu que muitas das famílias não conseguiam manter sua fé cristã. Na nova terra, buscar fortuna e diversão se tornou o foco principal de suas vidas”

 

Barbara Ruckle Heck (1734-1804) nasceu no condado de Limerick, Irlanda. 

Era filha de Bastian (Sebastian) Ruckle e Margaret Embury.[26] 

Seus pais eram Palatinos e haviam fugido da perseguição religiosa na Alemanha e foram em 1709 para Limerick. 

“Barbara foi alfabetizada em inglês e sua educação inicial provavelmente ocorreu em Ballingrane”.[27] 

Ela se converteu aos 18 anos através da pregação de João Wesley. 

Em 1760, ela se casou com Paul Heck e partiu com um grupo de Palatinos irlandeses para o Novo Mundo, estabelecendo-se na colônia de Nova York. 

“Os Hecks inicialmente frequentaram a Igreja Luterana da Trindade em Nova York, onde os três primeiros de seus filhos foram batizados”.[28] 

Apesar de frequentarem a Igreja Luterana construída por emigrantes Palatinos, uma boa parte se acomodou espiritualmente. Dentre eles, estava Philip Embury.

“Logo Barbara Heck percebeu que muitas das famílias não conseguiam manter sua fé cristã. Na nova terra, buscar fortuna e diversão se tornou o foco principal de suas vidas”.[29]

Barbara Heck explodiu de raiva uma noite quando entrou na casa de uma amiga vizinha. “Lá, ela descobriu um jogo barulhento de jogar cartas. Acompanhando essa reunião barulhenta havia um suprimento interminável de bebidas para adultos. Pior ainda, seu marido, Paulo, estava presente. Ela abruptamente pegou as garrafas de vidro de uísque e as jogou na lareira. Enquanto os homens se sentavam em suas cadeiras com medo, ela limpou a mesa das cartas de baralho. Ela pegou todas as cartas que podia e as jogou no fogo. Bárbara Heck não ficou feliz. [30]

“Para que não formemos todos juntos para o inferno e Deus exigirá nosso sangue em suas mãos!"

“Ela saiu da festa assim que chegou. Ela imediatamente pisou três portas na rua até a casa de Philip Embury. Entrando na casa de seus queridos amigos, ela confrontou Philip e pediu que ele começasse a pregar mais uma vez. Suas palavras foram claras: "para que não formemos todos juntos para o inferno e Deus exigirá nosso sangue em suas mãos!"[31]

Ele aceitou na repreensão e “pregou o primeiro sermão metodista em Nova York para uma congregação cuja tradição diz que é composta por sua esposa Margaret, os Hecks, outro palatino irlandês John Lawrence e a serva afro-americana de Embury, Betsy”.[32]

“Em março de 1768, Embury e outros metodistas ingleses e irlandeses compraram um lote em John St., onde construíram uma capela, cujo projeto é atribuído a Barbara Heck (que, diz a tradição, também branqueou o interior). Esta foi a primeira capela do mundo a receber o nome de John Wesley, e foi aqui em 30 de outubro de 1768 que Embury pregou seu primeiro sermão formal”. [33] 

Barbara Heck é considerada a mãe do metodismo na América.

Palatinos na América e Canadá

“A família recebeu uma doação de terras em Maynard onde realizaram a primeira classe metodista em sua pequena cabana na floresta”

 

Os Hecks e Emburys deixaram Nova Iorque em 1770, “mas o trabalho na John Street continuou. Francis Asbury pregou lá inúmeras vezes, e as primeiras Conferências Gerais realizaram suas sessões na capela”.[34]

Liderados por Philip Embury, akfybs Palatinos se mudaram para o Vale de Camden, no que é hoje a fronteira do estado de Nova York/Vermont, quase 300 km ao norte da cidade de Nova York. Quando a Guerra da Independência Americana eclodiu, a maioria deles tomou o lado britânico. Foram os britânicos que tiveram pena de seus antepassados setenta anos antes e lhes deram refúgio da fome, e eles mantiveram um sentimento de gratidão”. [35]

Bárbara Heck se mudou com a família para Montreal (1774); “quando o marido recebeu uma concessão de terras para seu serviço militar em Maitland, perto de agosto, no Alto Canadá, ela e a família se mudaram e permaneceram lá pelo resto de suas vidas (1785)”.[36]

Muitos dos metodistas Palatinos que emigraram da Irlanda para a América foram para o Canadá.

Quando a Guerra Revolucionária Americana estourou, Paul Heck pegou em armas para lutar pelos britânicos. Sua fazenda, em Vermont, foi confiscada e eles fugiram para Montreal, em 1783.

A família recebeu uma doação de terras em Maynard onde realizaram a primeira classe metodista em sua pequena cabana na floresta. [37]

Barbara Heck teve um papel importante no estabelecimento do metodismo no Canadá. Paul e Barbara Heck, os Emburys e Lawrences mudaram-se para Canadá. Eles viveram “por alguns anos em Montreal e outras partes do Baixo Canadá. Em 1785, mudaram-se para o município de Augusta, no condado de Grenville, na terceira concessão, onde novamente estabeleceram uma classe metodista com Samuel Embury, um filho do falecido Phillip como seu líder.”[38]

Primeira capela metodista no Canadá

“Em 1786, após a mudança da família para terras fornecidas pelo governo britânico para serviços de guerra perto de Augusta, Heck incentivou a construção de uma capela wesleyana, e trouxe o estilo de oração metodista para esta área. Acredita-se que esta seja a primeira capela metodista no Canadá e foi liderada por Samuel Embury, filho de Philip Embury. O marido de Heck, Paul, morreu em 1792, ou 1795, e Barbara continuou sua devoção e liderança nesta comunidade metodista como líder leiga até sua morte em 1804. Ela está enterrada ao lado de seu marido no Old Blue Churchyard da Capela Wesley em Maitland, Canadá.[39]

Bárbara "levou uma vida humilde, santa, irrepreensível, e morreu entre seus parentes com sua Bíblia (...) de joelhos".[40]

 



[1] Visão geral criada por IA do Google

[2] Visão geral criada por IA do Google

[3] Visão geral criada por IA do Google

[4] https://ministeriospaodiario.org/sara-esposa-de-abraao-uma-mulher-virtuosa/

[5] Visão geral criada por IA do Google

[6] https://www.bibliaon.com/a_historia_de_sara_na_biblia/

[7] Visão geral criada por IA do Google

[8] Visão geral criada por IA do Google

[9] https://www.bibliaon.com/a_historia_de_sara_na_biblia/

[10] https://www.studylight.org/ comentários/eng/wen/genesis-18.html

[11] https://www.studylight.org/ comentários/eng/wen/genesis-23.html

[12] Visão geral criada por IA do Google

[13] Visão geral criada por IA do Google

[14]https://pt.scribd.com/document/416974780/08-Historia-II-Walker-O-Reavivamento-Evangelico-Na-Gra-Bretanha#

[15] https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/susanna-wesley/

[16]https://www.christianity.com/church/church-history/timeline/1701-1800/susanna-wesley-christian-mother-11630240.html

[17] https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/susanna-wesley/

[18] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista, 1965, p.222.

[19] https://en.wikipedia.org/wiki/Susanna_Wesley

[20] https://pt.scribd.com/document/110645339/Criacao-de-Filhos- A#

[21]http://www.hinologia.org/os-wesleys-e-o-canto-congregacional-rolando-de-nassau/

[22] https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/susanna-wesley/

[23] https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/susanna-wesley/

[24]https://guiame.com.br/gospel/familia/mae-do-pregador-john-wesley-deixou-dicas-de-como-educar-criancas-luz-do-evangelho.html

[25] Visão geral criada por IA do Google

[26] https://www.wikitree.com/wiki/Ruckle-30

[27] https://www.dib.ie/biography/heck-barbara-a3909

[28] Idem.

[29] https://www.francisasburytriptych.com/barbara-heck/

[30] Idem.

[31] https://www.francisasburytriptych.com/barbara-heck/

[32] https://www.irishpalatines.org/about/methodism.html

[33] https://www.dib.ie/biography/heck-barbara-a3909

[34] http://www.gcah.org/research/travelers-guide/john-street-united-methodist-church

[35] https://www.irishpalatines.org/ about/methodism.html

[36] https://www.encyclopedia.com/women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/heck-barbara-ruckle-1734-1804

[37] Pesquisa: www.en.wikipedia.org/wiki/Barbara_Heckwww.victorshepherd.on.ca/Heritage/barbara.html; www.home.ripnet.com/.../barbara_and_paul_heck.html‎; http://home.ripnet.com/legacy/colonel_edward_jessup/UEL_Col_J/barbara_and_paul_heck.htmlwww.interpretermagazine.org ›... › April 2004

[38] http://www.sfredheritage.on.ca/emburys.html

[39] https://www.encyclopedia.com/women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/heck-barbara-ruckle-1734-1804

[40] http://www.biographi.ca/en/bio/ruckle_barbara_5E.html


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