Grandes líderes de Missões

De Wesley aos nossos dias

 

Odilon Massolar Chaves


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Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro de 1998. 

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Livros publicados pelo autor: 708

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Toda gloria a Deus!

Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

Declaração de direitos autorais: Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.

Rio de Janeiro – Brasil

 

 

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Índice 

 

·       Introdução

·       Wesley o primeiro missionário

·       Pai das missões do metodismo

·       O apóstolo metodista na América

·       Pioneiro em Missões Mundiais

·       A tocha flamejante da África

·       O missionário extraordinário

·       Idealizador e Presidente da Conferência Internacional de Missão

·       O cavaleiro do Evangelho da Paz

·       Diretor do Evangelismo Mundial  

 

Introdução

 

“Grandes líderes de Missões” é um livro de 37 páginas que trata das missões do metodismo mundial de Wesley aos nossos dias.

Durante a história, surgiram muitos lideres na área de missões. Cada país evangelizado nasceu do trabalho missionário de homens e mulheres de coração aquecido.

Destacamos estes por serem os que deixaram maiores legados e serem mais conhecidos.

O primeiro grande líder da área de Missões foi o próprio Wesley começando em Savannah, em 1736. Em 1739, depois de realizar grande evangelismo em Bristol, com milhares de conversões, ele aceitou o convite e foi evangelizar no País de Gales. E não parou mais...

Thomas Coke logo seguiu os passos de Wesley e ficou conhecido com o “Pai das Missões do metodismo”.

Além de Alan Walker, nascido na Austrália, todos os outros grandes missionários aqui destacados saíram dos EUA. Um deles, Stanley Jones, recebeu o título de “Missionário Extraordinário” pelo seu trabalho nas Índias.

Histórias que nos edificam e devem nos estimular a continuar as Missões.

 

O Autor

 

 

Wesley o primeiro missionário

 

João Wesley foi para a “colônia para evangelizar os nativos americanos, mas acabou passando a maior parte de seu ministério pregando para colonos europeus como pastor da igreja em Savannah.”

O ministério de Wesley entre os colonos em Savannah começou no dia 7 de março de 1736. Ele “não sentia que o ministério para os colonos era sua principal vocação, mas tentou tirar o melhor proveito da situação”. 

Wesley conversou com alguns chefes indígenas, ministrou também aos franceses, alemães e judeus.

Dentro de sua visão social, procurou cuidar dos pobres e criou uma escola para crianças.

Sua dedicação foi imensa, mas problemas com uma paroquiana, que era sobrinha do magistrado de Savannah, o levou a apressar sua volta à Inglaterra.

Na volta, no navio, Wesley expressou seus sentimentos de frustração e tristeza, mas não deixou de ministrar: realizou cultos a bordo e discipulou dois jovens negros.

Wesley aprendeu que precisava de uma verdadeira fé, que é uma confiança plena em Cristo, o que ele adquiriu em 24 de maio de 1738.

Início das Missões na Grâ-Bretanha

Wesley iniciou, na Inglaterra, seu trabalho evangelístico e missionário em 1739, em Bristol, berço do metodismo, onde ocorreram muitos fenômenos e milagres.

O Reino Unido atual é composto por quatro países: a Inglaterra (em inglês, England), a Escócia (Scotland), o País de Gales (Wales) e a Irlanda do Norte (Northern Ireland).

Junto com pregadores metodistas, Wesley pregou e estabeleceu o metodismo em diversas Ilhas do Canal da Mancha, dentre elas estão: Ilha de Man, Jersey, Guernsey, Alderney e a Ilha Wrigh no Canal da Mancha.

Mas há três ilhas que são independentes e não fazem parte do Reino Unido. São consideradas países. Wesley realizou missões em todas elas.

São elas: Ilha de Man, Jersey e Guersey.

A ilha de Man - Tem seu próprio governo, hino nacional próprio, moeda própria, idioma próprio (Manx) e bandeira própria!”

Jersey tem o  sistema parlamentaristamonarquia constitucional com dependência da Coroa britânica...[6]. Jersey, contudo, não faz parte do Reino Unido. É um país insular.

Guernsey é um país independente do Reino Unido e tem seu próprio parlamento eleito democraticamente.

Jornadas inesquecíveis de Wesley pelos atuais onze países que mostram um servo de Deus com imensa dedicação e fé para cumprir o designío de Deus de espalhar a santidade bíblica por toda a terra.

Em 1987 foi comemorado o bicentenário da visita de Wesley a Guernsey com a publicação de selos[1] com registros de diferentes lugares onde João Wesley esteve pregando em 1787.

Ilha de Man

Wesley visitou e realizou missões na Ilha de Man em 1777 e 1781.

Wesley foi chamado de “O Apóstolo da Ilha de Man”.

Sua viagem ao país foi marcada com entusiasmo, acidente com uma chaise, oposição à sua pregação pelo bispo e sua admiração pela natureza e pelo povo.

Foram os ventos que levaram o primeiro pregador metodista, chamado de “Profeta Choroso”, até a Ilha de Man.

Na época, o pregador metodista disse que a Ilha era um “ninho de contrabandistas”.

Hoje o metodismo é a segunda maior denominação cristã no país. A Igreja desempenhou e “continua a desempenhar um papel muito considerável no Governo e na vida da ilha”.

Um país pequeno, com um nome não tão compreendido, com uma situação política um tanto complexa, com duas línguas oficiais e uma capital com o nome de um homem.

Wesley foi surpreendido pelos pássaros da Ilha que cantavam o dia todo.

A Ilha de Man é uma das nações célticas modernas.

O metodismo sempre teve grande influência social e política na Ilha de Man, alguns fazendo parte da Casa das Chaves, que é a câmara eleita diretamente do Parlamento da Ilha de Man.

Ilha de Wight

Wesley esteve na Ilha de Wight, pela primeira vez, quando estava indo em missão à Georgia, em 1735. Voltou novamente em 1753.

Em sua última visita à Ilha de Wight, ele tinha 84 anos.

Suas visitas à Ilha trouxeram frutos. Em 1846 houve o lançamento do navio missionário John Wesley em Cowes, na Ilha de Wight. Depois vieram outros navios missionários.

São histórias de imensa dedicação, visão ampla do Reino de Deus e de amor ao metodismo.

Ilhas de Scilly

Visita de Wesley e dois pregadores à maior Ilha do arquipélago das Ilhas de Scilly, cujo moradores antigos foram os celtas.

Wesley desejou, que fosse apenas por um dia, visitar e pregar nas Ilhas de Scilly.

Ele conseguiu apoio de dois evangelistas – João Nelson e William Shepherd - e viajou num barco de pesca e visitou a Ilha St.Mary’s, que faz parte do arquipélago das Ilhas de Scilly, na costa sudoeste da Cornualha, na Inglaterra.

Hoje a Igreja Metodista se localiza na cidade de Hugh Town, em St. Mary’s.

João Nelson e William Shepherd acompanharam Wesley.

Wesley pregou nas ruas para quase toda a cidade e muitos soldados, marinheiros e operários. Distribuiu entre “200 e 300 hinos e livrinhos”. Ele se encontrou com o governador o qual ofereceu também literatura.

Na manhã seguinte, pregou novamente. Ele se referiu à Ilha St. Mary’s como “um lugar árido e sombrio”, provavelmente porque é um lugar formado por granito.

Hoje o arquipélago das Ilhas Scilly, onde está a Ilha St.Mary’s, é chamado de paraíso por causa de sua beleza natural.

É uma história marcada pela extrema dedicação dos pregadores metodistas e onde não se viu nenhuma perseguição ao metodismo, diferente do que aconteceu em outras ilhas do Canal da Mancha quando o rei teve que intervir para garantir liberdade de culto aos metodistas.

Wesley era uma pessoa muito popular na Inglaterra. Ele foi recebido e jantou com o governador.

Mas especialmente Wesley enfrentou grandes tempestades ao navegar para Guernsey.

Uma história que nos inspira para as missões em nossos dias.

Ilha Jersey

Em Jersey tamanha foi a perseguição que foi preciso o rei intervir para os metodistas terem liberdade de culto.

Wesley visitou Jersey por 10 dias em 1787 já com 84 anos.

Jersey não faz parte do Reino Unido. É um país insular perto da costa francesa no Canal da Mancha,[2] mas é uma dependência da coroa britânica.

Jersey é um dos menores países da Europa e o 226º do mundo em termos de área. 

Wesley deu tanta importância para a missão em Jersey que enviou dois dos maiores líderes metodistas da época para ministrarem em Jersey: Thomas Coke e Adam Clark.

Ambos viriam a ser presidentes da Conferência Metodista após o falecimento de Wesley.

Wesley nomeou ainda um pregador metodista que sabia o francês porque era a língua falada em Jersey junto com o inglês.

Uma história que revela o amor e a extrema dedicação dos pregadores na expansão do Reino de Deus e do metodismo em Jersey.

Homenagens a John Wesley e a pregadores metodistas estão espalhadas pelo país.

 

Pai das missões do metodismo

 

 

Thomas Coke (1747-1814) era filho único. Ele nasceu em Brecon, Brecknockshire, País de Gales.

Seu pai era “um cirurgião rico e influente. Sua educação inicial incluiu educação preparatória antes de ser colocado sob a tutela do Rev. Griffiths até sua entrada no Jesuit College of Oxford aos dezessete anos”.[2]

Thomas foi eleito conselheiro aos 22 anos e, um ano depois, em 1770, eleito oficial de justiça.

Recebeu ordens anglicanas em 1772 e o diploma de doutor em leis.

Ele, entretanto, não tinha ainda tido um encontro com Cristo e se convertido genuinamente.

“Em sua busca, Coke acabou se convencendo de que a ênfase metodista na justificação pela fé e no testemunho do Espírito era verdadeira. Pregando em South Pemberton, a verdade da redenção mostrada cada vez mais em seu próprio coração, ele logo se converteu genuinamente”.[3]

Ele passou a subir ao púlpito e pregar de improviso e sua mensagem tocou em alguns corações que foram despertados, mas suas mensagens também traíram a ira de algumas pessoas e do bispo. Acabou expulso.

Em 13 de agosto de 1776, Wesley registrou no seu diário que havia se encontrado com um jovem clérigo que havia viajado 30 quilômetros para se encontrar com ele.

O primeiro encontro de Thomas Coke com Wesley foi decepcionante. “Em 13 de agosto de 1776, Coke encontrou o Rev’d John Wesley pela primeira vez e esperava uma oferta de emprego como Pregador Metodista, para sua decepção, Wesley o aconselhou a retornar à sua Curacy. Em um ano, Cock foi expulso de sua paróquia quando ficou evidente que ele a dirigia como um circuito metodista. Em desespero, ele foi até Wesley para apresentar seu caso e foi aconselhado a ‘ir pregar o evangelho a todo o mundo. Thomas Coke tornou-se um valioso ajudante para Wesley e foi fundamental para o início da Igreja Metodista Episcopal, e logo se tornou um de seus Bispos”.[4]

No seu diário Wesley disse que havia conversado muito com ele e afirmou que havia começado uma união que ele acreditava que nunca terminaria.  Em 19 de agosto de 1777, Wesley escreveu: “Eu fui para Taunton, com o Dr. Coke, que, sendo demitido de sua curadoria, se despediu de seu nome honorável e está determinado a lançar sua sorte conosco”. Dr. Coke iria investir toda sua energia, fortuna e vida com os metodistas”.[5]

Wesley o considerava seu “braço direito” e foi chamado “ministro das Relações Exteriores do Metodismo” por sua paixão missionária.

Inicialmente, Thomas Coke “se manteve ocupado viajando a cavalo pelo país, usando seu treinamento jurídico para trabalhar em nome de Wesley para resolver os problemas que surgiram quando o movimento metodista começou a desenvolver uma existência própria”.[6]

Ele se tornou o primeiro presidente da Conferência Irlandesa dos metodistas em 1782.

Juntamente com Francis Asbury, Wesley ordenou Thomas Coke, em 1784, como superintendentes da Igreja Metodista nas colônias americanas, com o poder de ordenar outros superintendentes no Novo Mundo.

Em 1784, Wesley pediu voluntários para acompanhar Thomas Coke na América. Ele escolheu Thomás Vazey e Richard Whatcoat.[7]

Wesley registrou em seu Diário, no dia 31 de agosto de 1784:

 “O Dr. Coke, Sr. Whatcoat e Sr. Vazey chegaram de Londres com o fim de embarcar para a América. Quarta-feira, 1º de setembro. Estando agora esclarecido na minha própria mente tomei agora um passo que me pesara por muito tempo, e nomeei o Sr. Whatcoat e Sr. Vazey para irem servir às ovelhas desconsoladas na América”.[8]

Em 1784, no dia primeiro de setembro, Whatcoart e Vasey são nomeados por Wesley como diáconos na América. Logo depois, foram ordenados presbíteros. Thomas Coke foi nomeado como superintendente na América.[9]

Thomas Coke pregou em Paris. Promoveu a criação de Missões na Escócia e Canadá. Após seu navio mudar de curso numa tempestade, chegou, em I786, a Antígua, no Caribe, onde encontrou uma congregação metodista composta quase só de negros.

“O Dr. Thomas Coke, fundador e diretor de missões estrangeiras dentro do Metodismo, visitou Antígua em 1786. Durante sua visita, Anne Hart Gilbert e sua irmã, Elizabeth Hart, converteram-se ao Metodismo após seu batismo na fé”.[10]

As irmãs Hart foram líderes da Igreja Metodista e na luta contra a escravidão.

O Plano de Missões e o pioneirismo de Thomas Coke no Caribe 

É importante ressaltar a importância de Thomas Coke no desenvolvimento do metodismo no Caribe.

Em 12 de março de 1786 ele propôs um movimento de Missões para o metodismo. Ele fez uma carta introdutória para João Wesley e imprimiu um panfleto de doze páginas propondo um movimento para Missões.

Wesley aprovou o que seria chamado de 'Missões Locais' e 'Missões Estrangeiras.

O Plano de Missões tinha esses objetivos:

O primeiro objetivo foi estabelecer e apoiar uma missão nas terras altas e nas ilhas adjacentes da Escócia.

O segundo objetivo foi um projeto de língua francesa.

O propósito era “para cuidar e continuar o trabalho ... em nossas ilhas de Jersey e Guernsey.' A Igreja Episcopal Metodista dos EUA havia começado a trabalhar na Nova Escócia, Quebec e Newfoundland”.

Thomas Coke queria enviar missionários para as províncias na América e na ilha de Newfoundland.

Ele destacou o trabalho nas Índias Ocidentais e o ministério de John Baxter entre os escravos negros de Antígua e as possibilidades em São Cristóvão. O terceiro objetivo era estabelecer e apoiar missões nas ilhas das Índias Ocidentais. [11]

Thomas Coke visitou Anguila, no Caribe, em 1786. Pregou e batizou.

A libertação dos escravos ainda não havia chegado à Inglaterra e nem à Antigua. Um movimento grande a favor da abolição dos escravos em Antigua só começou de fato com as irmãs Elizabeth Hart Thwaites (1772-1833) e Anne Hart Gilbert (1773-1833), que foram batizadas por Thomas Coke, em 1786, e se tornaram lideres metodistas. Elas foram educadoras, escritoras e abolicionistas.

Em 1786, homens e mulheres de raça mista que eram ex-escravos e servos, foram pioneiros metodistas em St Kitts, São Cristovão.  Thomas Coke visitou St Kitts, em 16 de janeiro de 1787.[12]

Thomas Coke também visitou uma ilha holandesa. Ele “foi saudado por vários negros livres quando desembarcou na ilha holandesa de Sint Eustatius em 24 de janeiro de 1787”.[13]

Prosseguindo sua viagem missionária, Thomas Coke chegou a Dominica, no Caribe, em 5 de janeiro de 1787 o “Dr. Thomas Coke com três outros pregadores metodistas itinerantes, John Baxter e William Hammet, chegaram à Dominica, desembarcando em Portsmouth. O capitão do saveiro havia lhes falado sobre um simpático fazendeiro chamado Burn, e eles o procuraram imediatamente após o desembarque. Ele os deu as boas-vindas e os encorajou a começar uma missão na ilha. Coke e seu grupo seguiram para Roseau, onde encontraram uma mulata - a Sra. Webley - que havia se convertido em Antígua sob a pregação de John Baxter. Ela abriu sua casa para os missionários e foi lá que Cock pregou para um público lotado”.[14]

Nem sempre foi fácil para os missionários.  A malária e a febre amarela mataram diversos deles. Oito dos dez primeiros missionários morreram em pouco tempo. Durante anos, a Sra. Webley manteve funcionando a Sociedade.

Procedeu a Thomas Coke na ilha holandesa um negro que serviu e foi companheiro de viagem de ao Francis Asbury na América, Harry Hosier.[15]

Para Thomas Coke, Harry Hosier era um dos maiores pregadores do mundo: “Às vezes aviso imediatamente após a pregação, que, em pouco tempo, Harry pregará para os negros; mas os brancos sempre ficam para ouvi-lo. Às vezes eu o publico para pregar à luz de velas, porque os negros podem assistir melhor naquela hora. Eu realmente acredito que ele é um dos melhores pregadores do mundo, há um poder incrível em sua pregação, embora ele não saiba ler; e ele é uma das criaturas mais humildes que já vi”.[16]

Ele pode ser considerado um missionário pioneiro afro-americano. Sugere-se que ele seja o primeiro metodista afro-americano a ser um missionário.

Thomas Coke levou o Evangelho à Jamaica, em 1789.

E foi a providencia de Deus que conduziu Thomas Coke à Jamaica. Não era seu plano, mas sim de Deus. Uma tempestade o levou à Jamaica. Ele havia deixado a “Inglaterra em 24 de setembro de 1786 com destino aos EUA levando três missionários para sua estação. No caminho, seu barco foi engolfado por uma tempestade, fazendo com que ele se desviasse do curso. Ainda no mar em dezembro, Coke e seus companheiros quase foram lançados ao mar como comida de peixe porque foram considerados um mau presságio. No início da manhã de Natal, o barco deles chegou ao porto de St. John em Antígua, a mais de 3.000 quilômetros de seu destino, a Nova Escócia.”[17]

E mais uma vez entrou a providencia de Deus e portas improváveis se abriram para Thomas Coke e o metodismo. Um cavaleiro lhe deu as boas-vindas, outro lhe ofereceu sua casa para os cultos e um católico romano lhe ofereceu uma sala de concerto para suas pregações.

“Tendo desembarcado em Port Royal em 17 de janeiro de 1789. Ele recebeu as calorosas boas-vindas de um certo Sr. Fishley, o mestre Calafate do estaleiro a quem apresentou sua carta de apresentação. O primeiro sermão de Coke foi diante de uma grande congregação na casa de um certo Sr. Treble em Kingston. A casa do Sr. Treble era pequena e, portanto, o Sr. Burn, um cavalheiro católico romano, deu-lhe o uso de uma grande sala de concertos. A segunda noite trouxe um total de seiscentas pessoas, 400 brancos e 200 negros”.[18]

Thomas Coke logo enfrentou a oposição da aristocracia quando um bando de homens brancos bêbedos entrou gritando no local onde ele pregava para cerca de 400 brancos e 200 negros.

Foi defendido por Touro e Mary Ann Smith, que pegaram um par de tesouras e exclamaram: “Agora você pode fazer o que quiser, mas o primeiro homem que puser a mão violenta nele terá esta tesoura empurrada em seu coração”.

Os molestadores recuaram resmungando. Em 1789, chegou o primeiro missionário, o reverendo William Hammett. Foi aberta uma célula com oito pessoas negras, brancas, pardas, escravas ou livres. Mary Ann Smith era a líder. [19]

Thomas Coke também visitou a ilha holandesa Sint Eustatius. Ele “foi saudado por vários negros livres quando desembarcou na ilha holandesa de Sint Eustatius em 24 de janeiro de 1787”.[20]

Liderança nas Missões

Em 1790, Thomas Coke também participou da última conferência com a presença de John Wesley em Bristol. Ele Coke “nomeado para chefiar o primeiro comitê missionário metodista (ele mais tarde foi nomeado seu presidente, após a revisão da organização em 1804). ‘Eu imploro de porta em porta’, disse ele a seus amigos sem constrangimento, e doou a riqueza de sua família ao esforço missionário. A partir de 1792, ele liderou o envio de missionários pioneiros para a maioria das ilhas nas Índias Ocidentais, bem como para novas missões em Serra Leoa, Nova Escócia, Irlanda e França”.[21]

Em 1800, como parte do trabalho da Conexão Metodista, Coke “foi o principal responsável por estabelecer o Metodismo Wesleyano Galês como parte do trabalho missionário da conexão Metodista, da mesma forma que pregadores foram enviados em sua iniciativa para pregar em Erse, na Irlanda, em 1799”.[22]

Estabeleceu uma missão em Gibraltar, em 1803. Viajou cinco anos pela causa de missões metodistas, incluindo uma visita a Serra Leoa.

Pregou sempre com veemência contra a escravidão na América.

Thomas Coke se casou no dia 1º de abril de 1805 com Penelope Goulding Smith, uma mulher rica que gastou sua fortuna em missões. Ela faleceu em 1811. Thomas Coke se casou novamente com  Anne Loxdale, que faleceu em 1812.[23]

Além dessas perdas, foram “enormes dificuldades das viagens que empreendeu, tanto por terra como por mar. Em terra, havia árduas jornadas a cavalo por vastas florestas e rios largos, às vezes cheios de enchentes. No mar, muitos dias - e às vezes meses - foram passados ​​em pequenos veleiros de madeira, com a ferocidade dos vendavais do meio do Atlântico para enfrentar”.[24]

Reconhecimento e legado

Thomas Coke publicou diversos livros, dentre eles:  Comentários da Bíblia Sagrada; Uma história das Índias Ocidentais (1808-1811); Uma vida de John Wesley (com Henry Moore, 1792); Ata de 1784, Conferencia da Igreja Metodista Episcopal na América,  etc. [25]

Thomas Coke esperava abrir missões metodistas nas Índias Orientais. Partiu para o Ceilão em 30 de dezembro de 1813 pagando suas próprias despesas.

Ele morreu aos 66 anos após quatro meses no mar a caminho do Ceilão (Sri Lanka). Morreu no dia 3 de maio de 1814 a bordo de um navio, no Oceano Índico, onde também foi sepultado.[26]

O desejo de evangelizar o Ceilão (hoje Sri Lanka) de Thomas Coke não foi em vão. Ele é reconhecido pela Igreja Metodista do Sri Lanka como o “principal responsável pela missão no exterior ao Ceilão (atual Sri Lanka) que zarpou do porto de Portsmouth em 30 de dezembro de 1813. Durante a viagem, Coke adoeceu, morreu e foi enterrado no mar em 3 de maio de 1814. James Lynch, Thomas Hall Squance, William Ault, George Erskine e Benjamin Clough chegaram a Galle em 29 de junho de 1814”.[27]

Os companheiros de Thomas Coke logo iniciaram a missão. Eles se espalharam para diferentes lugares do país.

Em dezembro de 1816 foi concluída e aberta para adoração a capela chamada de The Wesleyan Mission House.

A educação foi um ponto forte dos missionários metodistas. Trabalharam com crianças por todo o país, criaram lar para órfãos, lar para idosos e creches.

Outros missionários chegam depois. Publicaram livros. Em 1834, os missionários fundaram o Colégio Feminino de Vembadi. “Junto com Pandit Arumuga Navalar, Peter Percival traduziu a Bíblia para o Tamil. Ele também escreveu o Dicionário Anglo-Tamil (1838), que junto com sua Coleção de Provérbios em Tamil com sua tradução em Inglês foi publicado pela Jaffna Book Society”.[28]

Thomas Coke havia expressado o desejo de ser enterrado na catedral de sua cidade natal, Brecon, no País de Gales. Então, uma grande placa memorial de ardósia na catedral dá testemunho de sua fé e serviço.[29]

Francis Asbury descreveu Thomas Coke como “um cavalheiro, um estudioso, um bispo para nós; e como um ministro de Cristo, em zelo, em trabalhos, em serviços, o maior homem do século passado”.[30]

Thomas Coke durante muito tempo “foi o principal promotor e pioneiro das missões metodistas estrangeiras. Nomeado por John Wesley como co-superintendente com Francis Asbury da Igreja Metodista na América (onde eram conhecidos como Bispos), Coke fez dezoito viagens transatlânticas, visitou treze ilhas caribenhas, presidiu muitas conferências irlandesas e organizou sozinho o recrutamento, viagens e apoio dos primeiros missionários”.[31]

Um dos livros sobre Thomas Coke o denomina de apóstolo: “Thomas Coke: Apostolo do Metodismo” de John A. Vicke, 2013.

Ele também é chamado de Pai das Missões Metodistas.[32]

 

O apóstolo metodista na América

 

Francis Asbury (1745-1816) nasceu na Inglaterra. Era de uma família anglicana e durante muito tempo foi aprendiz de ferreiro.

Era filho de Elizabeth e Joseph Asbury.

“Ele e sua mãe passaram a assistir às reuniões metodistas. A devoção de sua mãe à religião deu a Asbury uma nova dimensão espiritual. Aos sete anos, ele já lia a Bíblia. Seus pais abriram a casa para trabalhos religiosos envolvendo-o mais na vida espiritual”. [33]

Francis Asbury foi ridicularizado na escola que frequentou em Snail's Green, um vilarejo próximo. Ele não se dava bem com seus colegas alunos que zombavam dele por causa das crenças religiosas de sua mãe.[34]

Aos 13 anos, teve seu primeiro emprego servindo para a pequena nobreza local, a quem mais tarde descreveu como uma das famílias mais ímpias da paróquia.[35]

Aos 18 anos, ele se transformou num pregador e viajou extensamente.[36]

Seu encontro com Wesley e ministério

Aos 22 anos, aceitou o convite de Wesley para ser missionário na América. John Wesley o nomeou para servir como missionário entre os assentamentos americanos. Ele se tornou uma vida na estrada e Asbury nunca se casou.[37]

Para viajar, foi preciso uma “coleta” de alguns amigos, pois Asbury não tinha dinheiro.

Após a guerra da independência, em 1784, Wesley o nomeou, juntamente com Thomas Cock, como co-superintendentes do metodismo na América.

Ele pregou cerca de 16.500 sermões e expandiu o metodismo para Tennessee e Kentucky.

Era muito organizado. “Tinha uma espantosa capacidade prática, seu gênio de organização, sua consumidora devoção à extensão do evangelho, sua coragem e energia infindáveis - tudo contribuiu para esta realização.”[38]

Mais tarde, utilizou o termo “Bispo” para si. Organizou escolas, aos domingos, onde as crianças foram ensinadas na leitura, escrita e aritmética.[39]

Asbury veio a ser a mais importante figura no metodismo americano. A devoção aos princípios e teologia wesleyanos modelou o metodismo na América do Norte.

Com a volta de Thomas Cooke à Inglaterra, Asbury assumiu as rédeas do metodismo. Ele “viajou extensamente através dos Estados Unidos, promovendo a causa metodista e liderou a organização oficial dessa denominação em 1784. Pelo fato de ter percorrido mais de 450 mil km, em grande parte a cavalo, ele conheceu o interior americano melhor que qualquer um dos seus contemporâneos e foi também o homem mais conhecido do seu tempo. Quando Asbury chegou aos Estados Unidos, em 1771, somente quatro missionários metodistas davam assistência à cerca de 300 pessoas. Quando ele faleceu, havia 2 mil pastores e mais de 200 mil metodistas no país.”[40]

Em 1800, teve início, com Francis Asbury, o primeiro pregador itinerante (circuit rider), no Kentucky, o período dos reavivamentos e “camp meetings” (reuniões campais).[41]

Ele “ultrapassou o próprio João Wesley, viajando em quarenta e cinco anos, somente a cavalo ou andando, mais de quatrocentos e setenta mil quilômetros, a maior parte por caminhos desertos. Atravessou as Montanhas Alegânis mais de sessenta vezes.”[42]

Enfrentou toda sorte de adversidades e doenças, como febres, úlceras, reumatismo crônico, mas nunca desistiu. No final de sua vida, insistiu numa viagem a Baltimore, onde haveria uma conferência, mas não resistiu e faleceu sentado numa cadeira e reclinado num jovem pregador, que viajara com ele.[43]

Seu legado

São inumeráveis as homenagens a Francis Asbury nos EUA e em outras partes do mundo.

Dentre elas, estão: “A Igreja Asbury AME em Chester, Pensilvânia, foi fundada em 1845 e rebatizada em homenagem a Asbury em 1863;

• Uma estátua, Francis Asbury, foi erguida em Washington, D.C. em 1921;

• Uma estátua de Francis Asbury a cavalo foi erguida na Drew University em Madison, NJ;

• A trilha Francis Asbury no Lago Junaluska, NC foi construída por volta de 1930;

• Muitas cidades e vilas possuem uma Igreja Metodista Unida Asbury;

• A primeira Igreja Metodista no norte da China, a Igreja Asbury em Pequim, construída em 1870 pelo Rev. Hiram Harrison Lowry, recebeu o nome de Asbury. Hoje a igreja é conhecida como Igreja Chongwenmen”.[44]

• “Sua casa de infância ainda está de pé e está aberta como o museu Bishop Asbury Cottage”.[45]

 

Pioneiro em Missões Mundiais

 

Walter Russell Lambuth (1854-1921), filho dos missionários metodistas James William Lambuth e Mary Isabella McClellan, nasceu em Shanghai, China. Foi enviado à casa de parentes nos EUA para estudar. Formou-se na Emory e Henry College em 1875.[46]

Estudou Medicina na Universidade de Vanderbilt. Em 1877, foi ordenado presbítero e enviado à China, onde se casou com Margarida Kelley. Retornou aos EUA em 1881 e recebeu um segundo grau de doutor em Medicina. Retornou à China em 1882 e organizou o serviço médico e hospitalar em Soochow e Pequim.

Liderou as missões em Cuba e na Coreia.

“Em 1887, ele e seus pais fundaram a missão MECS no Japão. Como superintendente da missão japonesa, ele passou de trabalho médico para educacional e evangélico”.[47]

Em 1889, no Japão, estabeleceu a atual Universidade Kwansei Gakuin e a Escola das Meninas de Hiroshima.

Em 1891, foi nomeado editor da Revisão Metodista de Missões, nos EUA. Foi secretário do Conselho de Missões (1892-1910), participou da Conferência Missionária Ecumênica de 1900 e da Conferência Missionária Mundial de Edimburgo de 1910.[48]

“Em 1910, foi eleito bispo da Igreja no Brasil e na África”.[49]

Presidiu quatro Conferências Anuais no Brasil em 1910, 1911, 1912 e 1913.[50]

Foi célebre sua viagem missionária ao Congo Belga.

 “Com o linguista John Wesley Gilbert da Igreja Episcopal Metodista Colorida, Lambuth em 1911 viajou 4.100 milhas através do Congo belga e abriu missões metodistas na África Central. Em 1919 iniciou missões contra russos e coreanos na Sibéria e na Manchúria.” [51]

Na 1a Guerra Mundial, estabeleceu o metodismo na Bélgica, Polônia e Tchecoslováquia. Em 1921, estabeleceu uma missão na Sibéria.[52]

Walter Lambuth teve “37 obras em 79 publicações em 2 idiomas e 915 biblioteca”.[53]

Dentre seus livros estão:

·       Luzes laterais no Oriente;

·       Ganhando o mundo para Cristo;

·       Missões Médicas, etc.

Dentre alguns livros sobre sua vida, estão:

·       Walter Russell Lambuth, profeta e pioneiro por W. W Pinson;

·       Walter Russell Lambuth por E. H Rawlings;

·       De homens que se aventuraram muito e longe: a busca do Congo do Dr. Gilbert e do Bispo Lambuth por Eugene Clayton Calhoun;

·       A vida missionária e obra de W.R. Lambuth por H. D Hart. [54]

Ele morreu no Japão, como seu pai antes dele. Suas cinzas foram enterradas ao lado de sua mãe em Xangai, China.

 

A tocha flamejante da África

 

William Taylor (1821-1902) nasceu em Rockbridge County, Virgínia, EUA. Filho do Stewart Taylor e Martha Hickman.

James, avô de William Taylor, era escoces-irlandes que emigrou do Condado de Armagh, Irlanda, para a colônia da Virgínia, em 1766.

Taylor descreveu seu pai como um gênio mecânico de seus tempos. Sua mãe era "amante da fabricação de todos os tipos de pano". “Ambos os pais, diz ele, eram de "poderosa constituição de corpo e mente... sua educação escolar de inglês bastante igual à média de seu dia".[55]

Taylor teve uma infância em meio à natureza, com a qual aprendeu muito. Foi assim com um enxame de abelhas.

“A lição que aprendi foi cuidar do meu próprio negócio e não me intrometer nos assuntos de outras pessoas" 

“Houve o tempo, por exemplo, quando William, de três anos, viu um grande grupo de abelhas penduradas na frente da colmeia de seu avô. "Eu disse: 'Ah, meus docinhos, eu vou te consertar.' Então eu peguei um chifre vazio de uma vaca e enchi-a com água e a joguei nas abelhas. Eles se ressentiam e me lançavam mais impiedosamente”.[56]

William Taylor tirou uma lição para a sua vida:

“A lição que aprendi foi cuidar do meu próprio negócio e não me intrometer nos assuntos de outras pessoas."[57]

Ele se casou com Martha Hickman.[58] “Dos cinco filhos e uma filha, quatro filhos sobreviveram à infância.”[59]

“A família Hickman era de ascendência inglesa e se estabeleceu em Delaware no final da década de 1750. Ambas as famílias ‘lutaram pela liberdade americana na Revolução de 1776’ e depois emanciparam seus escravos”.[60]

Taylor “ensinou na escola antes de ser aceito em 1843 pela Conferência Anual de Baltimore da Igreja Episcopal Metodista.”[61]

Ele ministrou sem salário para nativos americanos e imigrantes chineses, para doentes e pobres.

“Ele recebeu sua primeira missão missionária em 1847, para os campos de ouro da Califórnia. Lá ele conduziu reuniões ao ar livre e organizou a primeira igreja metodista em São Francisco. Seu relato publicado, Seven Year's Street Preaching in San Francisco (1856), foi o primeiro dos muitos volumes que apoiariam seus empreendimentos nos próximos cinquenta anos.”[62]

Em 1849, Taylor organizou a primeira Igreja Metodista em São Francisco, Califórnia.

“Desde o início do trabalho de Taylor em São Francisco, através de suas excursões de pregação distantes, ele frequentemente lidava com personagens desesperados e despicáveis. Na costa oeste, ele encontrou fugitivos, estrangeiros, assassinos e os imorais. Muitas vezes ele teve sua abertura para apresentar o evangelho no hospital ao lado dos leitos de morte de seus antigos hecklers. Houve um surto de cólera que varreu dezenas de almas. Uma vez que todas as outras esperanças tivessem escapado, eles chamariam o pregador da Plaza, conhecido como "Padre Taylor" para vir e orar por eles. Em 1856, Taylor mudou sua família e começou a pregar amplamente nos Estados Unidos e Canadá. Em Nova York, ele levou um ex-policial possuído por demônios a Cristo.”[63]

O complexo de missões Bethel pegou fogo

Um fato marcou muito a vida de Taylor, mas ele permaneceu firme. O complexo de missões Bethel de seu marinheiro em São Francisco pegou fogo em 1856.

“Taylor foi dispensado pela Conferência da Califórnia para arrecadar dinheiro para pagar a dívida pendente no edifício”.[64]

Ele foi forçado a pregar e escrever para pagar empréstimos. O primeiro de dezessete livros, Seven Years's Street Preaching em São Francisco (1856), vendeu mais de 20.000 cópias durante seu primeiro ano”.[65]

Sua fé, vocação e maturidade espiritual o ajudaram a vencer essa grande batalha e muitas outras.

Ele atuou como missionário em cinco continentes. Na África foi chamado de “A tocha flamejante da África”.

Incansável como missionário, era abnegado com extrema dedicação. Foi um revolucionário.

No Brasil, o missionário Henry Justus Nelson aderiu às missões autossustentáveis de Taylor e abriu o trabalho metodista no Pará.

Ele foi chamado também de “revivalista”. “Na década de 1870, o revivalista metodista e missionário William Taylor já havia estabelecido uma reputação impressionante de sucesso evangélico nos cinco continentes. Em 1849, ele se juntou à corrida do ouro da Califórnia como um missionário metodista pioneiro. No final da década de 1850 e início da década de 1860 ele liderou campanhas de reavivamento no leste da América do Norte, ilhas britânicas e Austrália. Na África do Sul, ele desempenhou um papel catalítico no renascimento de 1866 que levou vários milhares de africanos a se juntarem a igrejas missionárias em apenas alguns meses. No início da década de 1870, seus renascimentos na Índia levaram à organização de igrejas metodistas em Mumbai (Bombaim), Calcutá (Calcutá), Chennai (Madras) e Bengaluru (Bangalore). Em 1875, Taylor retornou à América pela primeira vez em mais de uma década para visitar sua família e recrutar novos missionários para servir na Índia”.[66]

Taylor deixou um grande legado.

As experiências de Taylor como missionário empreendedor na fronteira tornaram-se paradigmáticas para os conceitos que ele mais tarde chamou de “missões paulinas”.[67]

As homenagens que recebeu em diversas partes do mundo revelam que o seu ministério foi vitorioso e ainda hoje é um referencial para a Igreja.

 

 

O missionário extraordinário

 

 

Eli Stanley Jones (1884-1973) nasceu em Baltimore, Maryland, em 3 de janeiro de 1884 e faleceu aos 89 anos em 25 de janeiro de 1973, na Índia.

Seu pai era alcoólatra. Com cinco anos, Jones começou a frequentar a Escola Dominical da Igreja Episcopal Metodista. Foi profundamente convertido aos 17 anos.

Pensava ser advogado, mas aos 23 anos foi como missionário metodista para a Índia, onde esteve por mais de 50 anos. Foi ainda missionário na China. 

Em 1938, a revista Time chamou Stanley Jones de “o maior evangelista missionário do mundo”. Para outros, foi o maior missionário cristão desde o apóstolo Paulo.

Em 1959, Stanley Jones foi nomeado pela Igreja Metodista “missionário extraordinário”. Ele foi chamado de “conciliador” por causa de seus esforços na Birmânia, Coreia e no Congo Belga, entre a China e o Japão, entre o Japão e os Estados Unidos.

Este esforço de contextualizar o cristianismo para a Índia foi o tema de sua obra “O Cristo da estrada indiana”, que vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo após a sua publicação em 1925.

Foi educado em escolas de Baltimore e estudou no colégio metodista Asbury College. Em1907 foi como missionário metodista para a Índia onde esteve por mais de 50 anos. Foi ainda missionário na China. 

 “E. Stanley Jones marcou a história de missões”[68] e foi considerado o missionário extraordinário do século XX.

Em 1911, casou-se com uma colega missionária, Mabel Lossing, com a qual teve uma filha, Eunice, que veio a se casar com um bispo metodista norte-americano.[69]

Foi chamado de "o maior evangelista missionário do mundo" pela revista Time em 1938.[70] Isso se aplica ao século XX.

Foi conselheiro e amigo de Mahatma Gandhi e Franklin D. Roosevelt e uma inspiração para Martin Luther King Jr., entre outros líderes mundiais.[71]

Pelo menos, duas vezes, Stanley Jones esteve no Brasil, em Campinas na década de 20, e na década de sessenta, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em um Ministerial da Igreja Metodista.[72]

Escreveu 28 livros e foi indicado duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz.

Quando foi eleito bispo nos EUA, renunciou logo porque seu ministério era ser missionário.

Criou o primeiro Asham cristão do mundo.

Stanley Jones escreveu livros que nos inspiram, dentre eles, “Jesus é Senhor”; “A conversão” e “O Cristo de todos os caminhos”.

Stanley Jones continua atraindo muitos leitores. Em 2018, três milhões de cópias de seus livros foram vendidas.[73]

Stanley Jones amou tanto o trabalho missionário que, em 1928, foi eleito Bispo metodista, por 24 horas, em Kansas. Contudo, ele disse: "Minha alegria voltou quando renunciei, pois fui chamado por Deus para ser evangelista e missionário."[74]

Foi considerado o "Billy Graham da Índia". Foi o fundador do movimento cristão do Ashram.

No reconhecimento do seu valor chegou-se a colocar para ele um título: “Stanley Jones, o grande missionário protestante, conhecido como "o cavaleiro do Reino de Deus"[75].

Ele também foi chamado do "Apóstolo de Cristo na Índia" e chegou a ser indicado, algumas vezes, para ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Ele foi, acima de tudo, um servo do Senhor que precisa ser conhecido pelas novas gerações.

Em 1963 recebeu a medalha Gandhi Peace Award.[76]

 “Na África era chamado de O Reconciliador  e chegou a ser indicado algumas vezes para ganhar o Prêmio Nobel da Paz  por seu trabalho de reconciliação na Ásia, na África, e entre o Japão e os E.U.A”.[77]

Rev. Alderi Matos, historiador da Igreja Presbiteriana do Brasil, disse sobre o legado de Stanley Jones:

O seu nome é quase mítico na história das missões modernas. Foi considerado o maior missionário do século 20, um dos líderes cristãos de maior apelo popular em sua geração e alguém comparável a William Carey (o pai das missões modernas) e ao evangelista Billy Graham”.[78]

Já o autor Luís A. R. Branco aponta cinco elementos da estratégia evangelística de Jones:

1) seja absolutamente sincero;

(2) anuncie de antemão que não irá atacar nenhuma religião;

(3) deixe que as pessoas façam perguntas;

(4) apresente o cristianismo como o próprio Cristo; (5) apresente Cristo como uma experiência de vida, e não como um argumento teológico.[79]

“Em 1950, o Dr. Stanley Jones forneceu fundos para o primeiro centro e clínica psiquiátrica cristã da Índia, o agora famoso Centro Psiquiátrico Nur Manzil e Unidade Médica em Lucknow”.[80]

Stanley Jones foi uma inspiração para várias gerações.

 

Idealizador e Presidente da Conferência Internacional de Missão

 

John Raleigh Mott (1865-1955) nasceu em Livingston Manor, New York, e cresceu numa família de colonos em Iowa, EUA, influenciada por ideais puritanos. Ele se tomou bacharel em história na Universidade de Cornell.

 

Em Postville, Iowa, seu pai foi comerciante de madeira e se tornou o primeiro prefeito da cidade. Aos 16 anos, Mott matriculou-se na Mott Upper Iowa University, uma pequena escola preparatória metodista, e na faculdade em Fayette.

Sua vida mudou quando ouviu esta frase numa palestra de J. Kynaston Studd em 14 de janeiro de 1886: “Você procura grandes coisas para si mesmo? Não procure por elas. Busque em primeiro lugar o Reino de Deus”.

Em 1891, casou-se com Leila Ada White, com quem teve dois filhos e duas filhas. Foi o idealizador e realizador da Conferência Internacional de Missão, em Edimburgo, em 1910.

Recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1946. Em 1954, presidiu o Conselho Mundial de Igrejas. Foi presidente do Conselho Missionário Internacional e da Aliança Mundial das Associações Cristãs de Moços.

Recebeu prêmios honoríficos da China, Tchecoslováquia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Itália, Japão, Jerusalém, Polônia e de outros países. Atravessou o Atlântico mais de cem vezes e o Pacífico 16 vezes. Escreveu 16 livros. Seu livro mais conhecido é A evangelização do mundo nesta geração.[81]

 

O cavaleiro do Evangelho da Paz

Alan Walker (1911–2003) nasceu em Sydney, Austrália. Filho de pastor metodista, foi um teólogo australiano e evangelista.

Ele se casou com Winifred Channon. Estudou Missões na Inglaterra (1938-39).

Em 1949, com o arcebispo J. D. Simmonds, de Melbourne, foi destacado como consultor de relações humanas para a delegação da Austrália para as Nações Unidas.

Participou da formação do Conselho Mundial de Igrejas. Foi diretor mundial de evangelismo para o Conselho Mundial Metodista (1978-1988).

Participou da fundação do World Methodist Evangelism Institute. Foi diretor da Faculdade de Evangelismo do Pacífico (atual Colégio de Evangelismo Alan Walker), em Sydney (1982-1995).

Ele foi um pastor fiel do Evangelho da salvação, um profeta apaixonado e um dos grandes pacificadores de Deus. Era defensor dos valores da família e da santidade. Seu estilo foi profético.

Recebeu o título de “Cavaleiro”, em 1981. Foi agraciado com o Prêmio Mundial Metodista da Paz, em 1986, e premiado como um tesouro de vida australiano.[82]

 

Diretor do Evangelismo Mundial

 

 

H. Eddie Fox (1939-2021) nasceu no Tennessee, EUA. Casado com Mary Nell. Completou o grau teológico na Emory University/Candler School of Theology com honras. Fez a pós-graduação na Faculdade Hiwassee Junior e Tennessee Wesleyan.

 

Atuou, desde 1989, como diretor de Evangelismo Mundial do Conselho Metodista Mundial e como diretor executivo (1992) do Instituto Metodista de Evangelismo Mundial.

 

Como diretor mundial, Eddie pregou, ensinou e incentivou os leigos e clérigos sobre o ministério de compartilhar as boas novas de Jesus Cristo. Pregou e ensinou em mais de 90 países, em todos os EUA, e em conferências nacionais e internacionais.

 

Muitas vezes, é citado como o melhor evangelista metodista e o mais conhecido do mundo. Em janeiro de 1996, recebeu o Prêmio Phillip da Associação Nacional Evangelistas dos Metodistas Unidos e, em 2000, recebeu do Conselho Metodista Mundial o prêmio “lugar de honra”. É autor de vários livros, incluindo Vivendo uma vida nova e Herdar o reino.

 

Em 2014, Eddie Fox e Mary ganharam a Ordem de Jerusalém, criada pelo Conselho para “homenagear pessoas cujo serviço à família metodista/wesleyana global tem sido marcado com honra e distinção”. Ele se aposentou após ter trabalhado durante 25 anos como diretor de Evangelismo do Conselho Mundial Metodista.[83]

 

 

 




[2] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/

[3] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/

[5] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/

[6] http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf

[7] HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p p.287.

[8] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.165.

[9] HEITZENHATER, Richard P., cit, p.287.

[10] http://www.bu.edu/missiology/gilbert-anne-hart-1768-1833/

[12] www.methodistheritage.org.uk/missionary-history-neal-in-the-beginning-2011.pdf 

[14] https://www.localprayers.com/DM/Roseau/138256516537928/Dominica-Circuit-of-the-Methodist-Church-in-the-Caribbean-and-the-Americas

[16] Idem.

[21]http://www.bu.edu/missiology/missionary-biography/c-d/coke-thomas-1747-1814/

[22] https://biography.wales/article/s-COKE-THO-1747?&query=Lewis%20Owen&sort=sort_name&page=6

[23] https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Coke_(bishop)

[24] http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf

[25] https://www.goodreads.com/author/list/2842681.Thomas_Coke

[26] https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Coke_(bishop)

[27] https://en.wikipedia.org/wiki/Methodist_Church_in_Sri_Lanka

[28] Idem.

[29] http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations.htm

[30] Idem.

[31] http://www.methodistheritage.org.uk/missionaryhistory-overview.htm

[32] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/

[33] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html

[34] https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury

[35] https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury

[36] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html

[37] https://www.umc.org/en/content/methodisms-american-saint-bishop-francis-asbury

[38] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, .39.

[39] http://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury

[40] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit.,p.39.

[41] www.musicaeadoracao.com.br/livros/mus_adv_etern/mus_adv_etern1.htm

[42] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.

[43] www.worldmethodist.org

[44] https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury

[45] Idem.

[46] https://en.wikipedia.org/wiki/Walter_Russell_Lambuth

[47] http://bdcconline.net/en/stories/lambuth-walter-russell

[49] Idem.

[51] http://bdcconline.net/en/stories/lambuth-walter-russell

[53] http://worldcat.org/identities/lccn-no99002056/

[54]http://worldcat.org/identities/lccn-no99002056/

[55]https:// pipiwiki.com/wiki/William_Taylor_(bishop)

[56] https://www.christianity.com/church/church-history/timeline/1801-1900/colorful-william-taylor-11630386.html

[57] Idem.

[58] https:// www.ancestry.co.uk/genealogy/records/william-taylor-24-bxfct/colorful-william-taylor-11630386.html

[59] https://adb.anu.edu.au/biography/taylor-william-4695

[60] https://pipiwiki.com/wiki/William_Taylor_(bishop)

[61] https://kiwiconnexion.nz/view/view.php?id=498

[62] https://www.biblia.work/dictionaries/taylorwilliam-1821-1902/

[63] https://uplook.org/1994/05/william-taylor/

[64] https://kiwiconnexion.nz/view/view.php?id=498

[65] https://www.bu.edu/missiology/missionary-biography/t-u-v/taylor-william-1821-1902/

[66]https://www.bu.edu/sth-history/prophets/taylor-missionaries/?msclkid=d43e413ccec211ec96502293b38c82f6

[67]www.bu.edu/missiology/missionary-biography/t-u-v/taylor-william-1821-1902/?msclkid=af0183b7ced211ec82d865f6626cccd 

[69] https://www.ultimato.com.br/conteudo/stanley-jones-1884-1973-o-maior-missionario-do-seculo-20

[70] https://www.abingdonpress.com/product/9781501871283/

[71] https://www.plenitudedistribuidora.com.br/produto/o-caminho-stanley-jones-85797

[72] https://pt.wikipedia.org/wiki/Eli_Stanley_Jones

[73] https://en.m.wikipedia.org/wiki/E._Stanley_Jones

[74] JONES, Stanley. A Resposta Divina. Imprensa Metodista. No Cenáculo, 1995, p.115.

[76] https://pt.wikipedia.org/wiki/Eli_Stanley_Jones

[77] Idem.

[78] https://www.ultimato.com.br/conteudo/stanley-jones-1884-1973-o-maior-missionario-do-seculo-20

[79] Idem.

[80] https://en.wikipedia.org/wiki/E._Stanley_Jones

[81]

Pesquisa: www.gcah.org ›... › Biographies › Leader Bio‎

www.biography.yourdictionary.com/john-r-mott

www.methodistreview.org

www.nobelprize.org/nobel_prizes/.../mott-bio.html

www.en.wikipedia.org/wiki/John_Mot

http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1946/mott-bio.html

[82] Pesquisa: http://www.northalabamaumc.org/page.asp?PKValue=865

www.katharineward2011.blogspot.com –

http://en.wikipedia.org/wiki/Alan_Walker_(theologian)

http://www.telegraph.co.uk/news/obituaries/1420576/The-Reverend-Sir-Alan-Walker.html

[83] Pesquisa: http://www.wmei.ws/wordpress/archives/3609

www.worldmethodist.org

http://www.ancestry.com/1940-census/usa/Tennessee/Eddie-H-Fox_1brvq2

www.worldmethodistcouncil.org/head-of-world-methodist...

http://www.zoominfo.com/p/Eddie-Fox/6239015

www.firstfridayletter.worldmethodistcouncil.org/2014/...

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