Grandes líderes de Missões
De Wesley aos nossos dias
Odilon Massolar Chaves
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Toda
gloria a Deus!
Odilon
Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História
pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua
tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua
contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi
editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.
Declaração
de direitos autorais: Esses arquivos são de domínio público e são
derivados de uma edição eletrônica que está disponível no site da Biblioteca
Etérea dos Clássicos Cristãos.
Rio de Janeiro –
Brasil
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Índice
· Introdução
· Wesley o primeiro missionário
· Pai das missões do metodismo
· O apóstolo metodista na América
· Pioneiro em Missões Mundiais
|
·
A tocha
flamejante da África ·
O
missionário extraordinário ·
Idealizador
e Presidente da Conferência Internacional de Missão ·
O
cavaleiro do Evangelho da Paz |
· Diretor do Evangelismo Mundial
Introdução
“Grandes líderes de Missões” é um livro de 37 páginas que trata das
missões do metodismo mundial de Wesley aos nossos dias.
Durante a história, surgiram muitos lideres na área de missões. Cada
país evangelizado nasceu do trabalho missionário de homens e mulheres de
coração aquecido.
Destacamos estes por serem os que deixaram maiores legados e serem mais
conhecidos.
O primeiro grande líder da área de Missões foi o próprio Wesley
começando em Savannah, em 1736. Em 1739, depois de realizar grande evangelismo
em Bristol, com milhares de conversões, ele aceitou o convite e foi evangelizar
no País de Gales. E não parou mais...
Thomas Coke logo seguiu os passos de Wesley e ficou conhecido com o “Pai
das Missões do metodismo”.
Além de Alan Walker, nascido na Austrália, todos os outros grandes missionários
aqui destacados saíram dos EUA. Um deles, Stanley Jones, recebeu o título de
“Missionário Extraordinário” pelo seu trabalho nas Índias.
Histórias que nos edificam e devem nos estimular a continuar as Missões.
O Autor
Wesley o primeiro missionário
João Wesley foi para a “colônia
para evangelizar os nativos americanos, mas acabou passando a maior parte de
seu ministério pregando para colonos europeus como pastor da igreja em
Savannah.”
O ministério de Wesley entre os
colonos em Savannah começou no dia 7 de março de 1736. Ele “não sentia que o
ministério para os colonos era sua principal vocação, mas tentou tirar o melhor
proveito da situação”.
Wesley conversou com alguns
chefes indígenas, ministrou também aos franceses, alemães e judeus.
Dentro de sua visão social,
procurou cuidar dos pobres e criou uma escola para crianças.
Sua dedicação foi imensa, mas
problemas com uma paroquiana, que era sobrinha do magistrado de Savannah, o
levou a apressar sua volta à Inglaterra.
Na volta, no navio, Wesley
expressou seus sentimentos de frustração e tristeza, mas não deixou de
ministrar: realizou cultos a bordo e discipulou dois jovens negros.
Wesley aprendeu que precisava de
uma verdadeira fé, que é uma confiança plena em Cristo, o que ele adquiriu em
24 de maio de 1738.
Início das Missões na
Grâ-Bretanha
Wesley iniciou, na Inglaterra,
seu trabalho evangelístico e missionário em 1739, em Bristol, berço do
metodismo, onde ocorreram muitos fenômenos e milagres.
O Reino Unido atual é composto
por quatro países: a Inglaterra (em inglês, England), a Escócia
(Scotland), o País de Gales (Wales) e a Irlanda do Norte (Northern Ireland).
Junto com pregadores metodistas,
Wesley pregou e estabeleceu o metodismo em diversas Ilhas do Canal da Mancha,
dentre elas estão: Ilha de Man, Jersey, Guernsey, Alderney e a Ilha Wrigh no
Canal da Mancha.
Mas há três ilhas que são
independentes e não fazem parte do Reino Unido. São consideradas países. Wesley
realizou missões em todas elas.
São elas: Ilha de Man, Jersey e
Guersey.
A ilha de Man - Tem seu próprio governo,
hino nacional próprio, moeda própria, idioma próprio (Manx) e bandeira
própria!”
Jersey tem o sistema parlamentarista, monarquia constitucional com dependência da Coroa britânica...[6]. Jersey, contudo, não faz parte do Reino Unido. É
um país insular.
Guernsey é um país independente do
Reino Unido e tem seu próprio parlamento eleito democraticamente.
Jornadas inesquecíveis de Wesley
pelos atuais onze países que mostram um servo de Deus com imensa dedicação e fé
para cumprir o designío de Deus de espalhar a santidade bíblica por toda a
terra.
Em 1987 foi comemorado o bicentenário da
visita de Wesley a Guernsey com a publicação de selos[1] com registros de diferentes lugares onde João Wesley esteve pregando em
1787.
Ilha de Man
Wesley visitou e realizou missões na Ilha de Man em
1777 e 1781.
Wesley foi chamado de “O Apóstolo da Ilha de Man”.
Sua viagem ao país foi marcada com entusiasmo,
acidente com uma chaise, oposição à sua pregação pelo bispo e sua admiração
pela natureza e pelo povo.
Foram os ventos que levaram o primeiro pregador
metodista, chamado de “Profeta Choroso”, até a Ilha de Man.
Na época, o pregador metodista disse que a Ilha era
um “ninho de contrabandistas”.
Hoje o metodismo é a segunda maior denominação
cristã no país. A Igreja desempenhou e “continua a desempenhar um papel
muito considerável no Governo e na vida da ilha”.
Um país pequeno, com um nome não tão compreendido,
com uma situação política um tanto complexa, com duas línguas oficiais e uma
capital com o nome de um homem.
Wesley foi surpreendido pelos pássaros da Ilha que
cantavam o dia todo.
A Ilha de Man é uma das nações
célticas modernas.
O metodismo sempre teve grande
influência social e política na Ilha de Man, alguns fazendo parte da Casa das
Chaves, que é a câmara eleita diretamente do Parlamento da Ilha de Man.
Ilha de
Wight
Wesley esteve na Ilha de Wight, pela primeira vez, quando estava indo
em missão à Georgia, em 1735. Voltou novamente em 1753.
Em sua última visita à Ilha de
Wight, ele tinha 84 anos.
Suas visitas à Ilha trouxeram
frutos. Em 1846 houve o lançamento do navio missionário John Wesley em Cowes,
na Ilha de Wight. Depois vieram outros navios missionários.
São histórias de imensa
dedicação, visão ampla do Reino de Deus e de amor ao metodismo.
Ilhas de Scilly
Visita de Wesley e dois
pregadores à maior Ilha do arquipélago das Ilhas de Scilly, cujo moradores
antigos foram os celtas.
Wesley desejou, que fosse apenas
por um dia, visitar e pregar nas Ilhas de Scilly.
Ele conseguiu apoio de dois
evangelistas – João Nelson e William Shepherd - e viajou num barco de pesca e
visitou a Ilha St.Mary’s, que faz parte do arquipélago das Ilhas de Scilly, na
costa sudoeste da Cornualha, na Inglaterra.
Hoje a Igreja Metodista se
localiza na cidade de Hugh Town, em St. Mary’s.
João Nelson e William Shepherd
acompanharam Wesley.
Wesley pregou nas ruas para
quase toda a cidade e muitos soldados, marinheiros e operários. Distribuiu
entre “200 e 300 hinos e livrinhos”. Ele se encontrou com o governador o qual
ofereceu também literatura.
Na manhã seguinte, pregou
novamente. Ele se referiu à Ilha St. Mary’s como “um lugar árido e sombrio”,
provavelmente porque é um lugar formado por granito.
Hoje o arquipélago das Ilhas
Scilly, onde está a Ilha St.Mary’s, é chamado de paraíso por causa de sua
beleza natural.
É uma
história marcada pela extrema dedicação dos pregadores metodistas e onde não se
viu nenhuma perseguição ao metodismo, diferente do que aconteceu em outras
ilhas do Canal da Mancha quando o rei teve que intervir para garantir liberdade
de culto aos metodistas.
Wesley era uma pessoa muito popular na
Inglaterra. Ele foi recebido e jantou com o governador.
Mas especialmente Wesley enfrentou grandes
tempestades ao navegar para Guernsey.
Uma história que nos inspira para as missões
em nossos dias.
Ilha Jersey
Em Jersey tamanha foi a perseguição que foi
preciso o rei intervir para os metodistas terem liberdade de culto.
Wesley visitou Jersey por 10 dias em 1787 já com 84
anos.
Jersey não faz parte do Reino Unido. É
um país insular perto da costa francesa no Canal da Mancha,[2] mas é uma dependência da coroa britânica.
Jersey é um dos menores países da Europa e o 226º
do mundo em termos de área.
Wesley deu tanta importância para a missão em
Jersey que enviou dois dos maiores líderes metodistas da época para ministrarem
em Jersey: Thomas Coke e Adam Clark.
Ambos viriam a ser presidentes da Conferência
Metodista após o falecimento de Wesley.
Wesley nomeou ainda um pregador metodista que sabia
o francês porque era a língua falada em Jersey junto com o inglês.
Uma história que revela o amor e a extrema
dedicação dos pregadores na expansão do Reino de Deus e do metodismo em Jersey.
Homenagens a John Wesley e a pregadores metodistas
estão espalhadas pelo país.
Pai das missões do metodismo
Thomas Coke (1747-1814) era filho único. Ele nasceu em Brecon, Brecknockshire, País de Gales.
Seu pai era “um cirurgião rico e influente.
Sua educação inicial incluiu educação preparatória antes de ser colocado sob a
tutela do Rev. Griffiths até sua entrada no Jesuit College of Oxford aos
dezessete anos”.[2]
Thomas foi eleito conselheiro aos 22 anos e,
um ano depois, em 1770, eleito oficial de justiça.
Recebeu ordens anglicanas em 1772 e o diploma
de doutor em leis.
Ele, entretanto, não tinha ainda tido um
encontro com Cristo e se convertido genuinamente.
“Em sua busca, Coke acabou se convencendo de
que a ênfase metodista na justificação pela fé e no testemunho do Espírito era
verdadeira. Pregando em South Pemberton, a verdade da redenção mostrada cada
vez mais em seu próprio coração, ele logo se converteu genuinamente”.[3]
Ele passou a subir ao púlpito e pregar de
improviso e sua mensagem tocou em alguns corações que foram despertados, mas
suas mensagens também traíram a ira de algumas pessoas e do bispo. Acabou
expulso.
Em 13 de agosto de 1776, Wesley registrou no
seu diário que havia se encontrado com um jovem clérigo que havia viajado 30
quilômetros para se encontrar com ele.
O primeiro encontro de Thomas Coke com Wesley
foi decepcionante. “Em 13 de agosto de 1776, Coke encontrou o Rev’d John Wesley
pela primeira vez e esperava uma oferta de emprego como Pregador Metodista,
para sua decepção, Wesley o aconselhou a retornar à sua Curacy. Em um ano, Cock
foi expulso de sua paróquia quando ficou evidente que ele a dirigia como um
circuito metodista. Em desespero, ele foi até Wesley para apresentar seu caso e
foi aconselhado a ‘ir pregar o evangelho a todo o mundo. Thomas Coke tornou-se
um valioso ajudante para Wesley e foi fundamental para o início da Igreja
Metodista Episcopal, e logo se tornou um de seus Bispos”.[4]
No seu diário Wesley disse que havia
conversado muito com ele e afirmou que havia começado uma união que ele
acreditava que nunca terminaria. Em 19
de agosto de 1777, Wesley escreveu: “Eu fui para Taunton, com o Dr. Coke, que,
sendo demitido de sua curadoria, se despediu de seu nome honorável e está
determinado a lançar sua sorte conosco”. Dr. Coke iria investir toda sua
energia, fortuna e vida com os metodistas”.[5]
Wesley o considerava seu “braço direito” e foi
chamado “ministro das Relações Exteriores do Metodismo” por sua paixão
missionária.
Inicialmente, Thomas Coke “se manteve ocupado
viajando a cavalo pelo país, usando seu treinamento jurídico para trabalhar em
nome de Wesley para resolver os problemas que surgiram quando o movimento
metodista começou a desenvolver uma existência própria”.[6]
Ele se tornou o primeiro presidente da
Conferência Irlandesa dos metodistas em 1782.
Juntamente com Francis Asbury, Wesley ordenou
Thomas Coke, em 1784, como superintendentes da Igreja Metodista nas colônias
americanas, com o poder de ordenar outros superintendentes no Novo Mundo.
Em 1784, Wesley pediu voluntários para acompanhar Thomas Coke na
América. Ele escolheu Thomás Vazey e Richard Whatcoat.[7]
Wesley registrou em seu Diário, no dia 31 de agosto de 1784:
“O Dr. Coke, Sr. Whatcoat e Sr.
Vazey chegaram de Londres com o fim de embarcar para a América. Quarta-feira,
1º de setembro. Estando agora esclarecido na minha própria mente tomei agora um
passo que me pesara por muito tempo, e nomeei o Sr. Whatcoat e Sr. Vazey para
irem servir às ovelhas desconsoladas na América”.[8]
Em 1784, no dia primeiro de setembro, Whatcoart e Vasey são nomeados por
Wesley como diáconos na América. Logo depois, foram ordenados presbíteros.
Thomas Coke foi nomeado como superintendente na América.[9]
Thomas Coke pregou em Paris. Promoveu a
criação de Missões na Escócia e Canadá. Após seu navio mudar de curso numa
tempestade, chegou, em I786, a Antígua, no Caribe, onde encontrou uma
congregação metodista composta quase só de negros.
“O Dr. Thomas Coke, fundador e diretor de missões estrangeiras dentro do
Metodismo, visitou Antígua em 1786. Durante sua visita, Anne Hart Gilbert e sua
irmã, Elizabeth Hart, converteram-se ao Metodismo após seu batismo na fé”.[10]
As irmãs Hart foram líderes da Igreja Metodista e na luta contra a
escravidão.
O Plano de Missões e o pioneirismo de Thomas Coke no Caribe
É importante ressaltar a importância de
Thomas Coke no desenvolvimento do metodismo no Caribe.
Em 12 de março de 1786 ele propôs um
movimento de Missões para o metodismo. Ele fez uma carta introdutória para João
Wesley e imprimiu um panfleto de doze páginas propondo um movimento para
Missões.
Wesley aprovou o que seria chamado de
'Missões Locais' e 'Missões Estrangeiras.
O Plano de Missões tinha esses objetivos:
O primeiro objetivo foi estabelecer e apoiar
uma missão nas terras altas e nas ilhas adjacentes da Escócia.
O segundo objetivo foi um projeto de língua
francesa.
O propósito era “para cuidar e continuar o
trabalho ... em nossas ilhas de Jersey e Guernsey.' A Igreja Episcopal
Metodista dos EUA havia começado a trabalhar na Nova Escócia, Quebec e
Newfoundland”.
Thomas Coke queria enviar missionários para
as províncias na América e na ilha de Newfoundland.
Ele destacou o trabalho nas Índias Ocidentais
e o ministério de John Baxter entre os escravos negros de Antígua e as
possibilidades em São Cristóvão. O terceiro objetivo era estabelecer e apoiar
missões nas ilhas das Índias Ocidentais. [11]
Thomas Coke visitou Anguila, no Caribe, em 1786.
Pregou e batizou.
A libertação dos
escravos ainda não havia chegado à Inglaterra e nem à Antigua. Um movimento
grande a favor da abolição dos escravos em Antigua só começou de fato com as
irmãs Elizabeth Hart Thwaites (1772-1833) e Anne Hart Gilbert (1773-1833), que
foram batizadas por Thomas Coke, em 1786, e se tornaram lideres metodistas.
Elas foram educadoras, escritoras e abolicionistas.
Em 1786, homens e mulheres de raça mista que
eram ex-escravos e servos, foram pioneiros metodistas em St Kitts, São
Cristovão. Thomas Coke visitou St Kitts,
em 16 de janeiro de 1787.[12]
Thomas Coke também visitou uma ilha holandesa. Ele “foi saudado por
vários negros livres quando desembarcou na ilha holandesa de Sint Eustatius em
24 de janeiro de 1787”.[13]
Prosseguindo
sua viagem missionária, Thomas Coke chegou a Dominica, no Caribe, em 5 de
janeiro de 1787 o “Dr. Thomas Coke com três outros pregadores metodistas
itinerantes, John Baxter e William Hammet, chegaram à Dominica, desembarcando
em Portsmouth. O capitão do saveiro havia lhes falado sobre um simpático
fazendeiro chamado Burn, e eles o procuraram imediatamente após o desembarque.
Ele os deu as boas-vindas e os encorajou a começar uma missão na ilha. Coke e
seu grupo seguiram para Roseau, onde encontraram uma mulata - a Sra. Webley -
que havia se convertido em Antígua sob a pregação de John Baxter. Ela abriu sua
casa para os missionários e foi lá que Cock pregou para um público lotado”.[14]
Nem
sempre foi fácil para os missionários. A
malária e a febre amarela mataram diversos deles. Oito dos dez primeiros
missionários morreram em pouco tempo. Durante anos, a Sra. Webley manteve
funcionando a Sociedade.
Procedeu a Thomas Coke na ilha holandesa um negro que serviu e foi
companheiro de viagem de ao Francis Asbury na América, Harry Hosier.[15]
Para Thomas Coke, Harry Hosier era um dos maiores pregadores do mundo:
“Às vezes aviso imediatamente após a pregação, que, em pouco tempo, Harry
pregará para os negros; mas os brancos sempre ficam para ouvi-lo. Às vezes eu o
publico para pregar à luz de velas, porque os negros podem assistir melhor
naquela hora. Eu realmente acredito que ele é um dos melhores pregadores do
mundo, há um poder incrível em sua pregação, embora ele não saiba ler; e ele é
uma das criaturas mais humildes que já vi”.[16]
Ele pode ser considerado um missionário pioneiro afro-americano.
Sugere-se que ele seja o primeiro metodista afro-americano a ser um
missionário.
Thomas Coke levou o Evangelho à Jamaica, em 1789.
E foi a
providencia de Deus que conduziu Thomas Coke à Jamaica. Não era seu plano, mas
sim de Deus. Uma tempestade o levou à Jamaica. Ele havia deixado a “Inglaterra
em 24 de setembro de 1786 com destino aos EUA levando três missionários para
sua estação. No caminho, seu barco foi engolfado por uma tempestade, fazendo
com que ele se desviasse do curso. Ainda no mar em dezembro, Coke e seus
companheiros quase foram lançados ao mar como comida de peixe porque foram
considerados um mau presságio. No início da manhã de Natal, o barco deles
chegou ao porto de St. John em Antígua, a mais de 3.000 quilômetros de seu
destino, a Nova Escócia.”[17]
E mais
uma vez entrou a providencia de Deus e portas improváveis se abriram para
Thomas Coke e o metodismo. Um cavaleiro lhe deu as boas-vindas, outro lhe
ofereceu sua casa para os cultos e um católico romano lhe ofereceu uma sala de
concerto para suas pregações.
“Tendo
desembarcado em Port Royal em 17 de janeiro de 1789. Ele recebeu as calorosas
boas-vindas de um certo Sr. Fishley, o mestre Calafate do estaleiro a quem
apresentou sua carta de apresentação. O primeiro sermão de Coke foi diante de
uma grande congregação na casa de um certo Sr. Treble em Kingston. A casa do
Sr. Treble era pequena e, portanto, o Sr. Burn, um cavalheiro católico romano,
deu-lhe o uso de uma grande sala de concertos. A segunda noite trouxe um total
de seiscentas pessoas, 400 brancos e 200 negros”.[18]
Thomas Coke logo enfrentou a oposição da aristocracia quando um bando de homens
brancos bêbedos entrou gritando no local onde ele pregava para cerca de 400
brancos e 200 negros.
Foi defendido por Touro e Mary Ann Smith, que
pegaram um par de tesouras e exclamaram: “Agora você pode fazer o que quiser,
mas o primeiro homem que puser a mão violenta nele terá esta tesoura empurrada
em seu coração”.
Os molestadores recuaram resmungando. Em 1789,
chegou o primeiro missionário, o reverendo William Hammett. Foi aberta uma
célula com oito pessoas negras, brancas, pardas, escravas ou livres. Mary Ann
Smith era a líder. [19]
Thomas Coke também
visitou a ilha holandesa Sint Eustatius. Ele “foi saudado por vários negros
livres quando desembarcou na ilha holandesa de Sint Eustatius em 24 de janeiro
de 1787”.[20]
Liderança nas Missões
Em 1790, Thomas Coke também participou da última conferência com a
presença de John Wesley em Bristol. Ele Coke “nomeado para chefiar o primeiro
comitê missionário metodista (ele mais tarde foi nomeado seu presidente, após a
revisão da organização em 1804). ‘Eu imploro de porta em porta’, disse ele a
seus amigos sem constrangimento, e doou a riqueza de sua família ao esforço
missionário. A partir de 1792, ele liderou o envio de missionários pioneiros
para a maioria das ilhas nas Índias Ocidentais, bem como para novas missões em
Serra Leoa, Nova Escócia, Irlanda e França”.[21]
Em 1800, como parte do trabalho da Conexão Metodista, Coke “foi o
principal responsável por estabelecer o Metodismo Wesleyano Galês como parte do
trabalho missionário da conexão Metodista, da mesma forma que pregadores foram
enviados em sua iniciativa para pregar em Erse, na Irlanda, em 1799”.[22]
Estabeleceu uma missão em Gibraltar, em 1803.
Viajou cinco anos pela causa de missões metodistas, incluindo uma visita a
Serra Leoa.
Pregou sempre com veemência contra a
escravidão na América.
Thomas Coke se casou no dia 1º de abril de
1805 com Penelope Goulding Smith, uma mulher rica que gastou sua fortuna em
missões. Ela faleceu em 1811. Thomas Coke se casou novamente com Anne Loxdale, que faleceu em 1812.[23]
Além dessas perdas,
foram “enormes dificuldades das viagens que empreendeu, tanto por terra como
por mar. Em terra, havia árduas jornadas a cavalo por vastas florestas e rios
largos, às vezes cheios de enchentes. No mar, muitos dias - e às vezes meses - foram
passados em pequenos veleiros de madeira, com a ferocidade dos vendavais do
meio do Atlântico para enfrentar”.[24]
Reconhecimento e legado
Thomas Coke publicou diversos livros, dentre eles: Comentários da Bíblia Sagrada; Uma história
das Índias Ocidentais (1808-1811); Uma vida de John Wesley (com Henry Moore,
1792); Ata de 1784, Conferencia da Igreja Metodista Episcopal na América, etc. [25]
Thomas Coke esperava abrir missões metodistas
nas Índias Orientais. Partiu para o Ceilão em 30 de dezembro de 1813 pagando
suas próprias despesas.
Ele morreu aos 66 anos após quatro meses no
mar a caminho do Ceilão (Sri Lanka). Morreu no dia 3 de maio de 1814 a bordo de
um navio, no Oceano Índico, onde também foi sepultado.[26]
O desejo de evangelizar o Ceilão (hoje Sri
Lanka) de Thomas Coke não foi em vão. Ele é reconhecido pela Igreja Metodista
do Sri Lanka como o “principal responsável pela missão no exterior ao Ceilão
(atual Sri Lanka) que zarpou do porto de Portsmouth em 30 de dezembro de 1813.
Durante a viagem, Coke adoeceu, morreu e foi enterrado no mar em 3 de maio de
1814. James Lynch, Thomas Hall Squance, William Ault, George Erskine e Benjamin
Clough chegaram a Galle em 29 de junho de 1814”.[27]
Os companheiros de Thomas Coke logo iniciaram
a missão. Eles se espalharam para diferentes lugares do país.
Em dezembro de 1816 foi concluída e aberta
para adoração a capela chamada de The Wesleyan Mission House.
A educação foi um ponto forte dos missionários
metodistas. Trabalharam com crianças por todo o país, criaram lar para órfãos,
lar para idosos e creches.
Outros missionários chegam depois. Publicaram
livros. Em 1834, os missionários fundaram o Colégio Feminino de Vembadi. “Junto
com Pandit Arumuga Navalar, Peter Percival traduziu a Bíblia para o Tamil. Ele
também escreveu o Dicionário Anglo-Tamil (1838), que junto com sua Coleção de
Provérbios em Tamil com sua tradução em Inglês foi publicado pela Jaffna Book
Society”.[28]
Thomas Coke havia expressado o desejo de ser
enterrado na catedral de sua cidade natal, Brecon, no País de Gales. Então, uma
grande placa memorial de ardósia na catedral dá testemunho de sua fé e serviço.[29]
Francis Asbury descreveu Thomas Coke como “um
cavalheiro, um estudioso, um bispo para nós; e como um ministro de Cristo, em
zelo, em trabalhos, em serviços, o maior homem do século passado”.[30]
Thomas Coke durante muito tempo “foi o principal promotor e pioneiro das
missões metodistas estrangeiras. Nomeado por John Wesley como
co-superintendente com Francis Asbury da Igreja Metodista na América (onde eram
conhecidos como Bispos), Coke fez dezoito viagens transatlânticas, visitou
treze ilhas caribenhas, presidiu muitas conferências irlandesas e organizou
sozinho o recrutamento, viagens e apoio dos primeiros missionários”.[31]
Um dos livros sobre Thomas Coke o denomina de apóstolo: “Thomas Coke:
Apostolo do Metodismo” de John A. Vicke, 2013.
Ele também é chamado de Pai das Missões Metodistas.[32]
O apóstolo metodista na
América
Francis Asbury (1745-1816)
nasceu na Inglaterra. Era de uma família anglicana e durante muito tempo foi
aprendiz de ferreiro.
Era filho de Elizabeth e
Joseph Asbury.
“Ele e sua mãe passaram a
assistir às reuniões metodistas. A devoção de sua mãe à religião deu a Asbury
uma nova dimensão espiritual. Aos sete anos, ele já lia a Bíblia. Seus pais
abriram a casa para trabalhos religiosos envolvendo-o mais na vida espiritual”.
[33]
Francis Asbury foi
ridicularizado na escola que frequentou em Snail's Green, um vilarejo próximo.
Ele não se dava bem com seus colegas alunos que zombavam dele por causa das
crenças religiosas de sua mãe.[34]
Aos 13 anos, teve seu
primeiro emprego servindo para a pequena nobreza local, a quem mais tarde
descreveu como uma das famílias mais ímpias da paróquia.[35]
Aos 18 anos, ele se
transformou num pregador e viajou extensamente.[36]
Seu encontro com Wesley e
ministério
Aos 22 anos, aceitou o
convite de Wesley para ser missionário na América. John Wesley o nomeou para
servir como missionário entre os assentamentos americanos. Ele se tornou uma
vida na estrada e Asbury nunca se casou.[37]
Para viajar, foi preciso uma
“coleta” de alguns amigos, pois Asbury não tinha dinheiro.
Após a guerra da
independência, em 1784, Wesley o nomeou, juntamente com Thomas Cock, como
co-superintendentes do metodismo na América.
Ele pregou cerca de 16.500
sermões e expandiu o metodismo para Tennessee e Kentucky.
Era muito organizado. “Tinha
uma espantosa capacidade prática, seu gênio de organização, sua consumidora
devoção à extensão do evangelho, sua coragem e energia infindáveis - tudo
contribuiu para esta realização.”[38]
Mais tarde, utilizou o termo
“Bispo” para si. Organizou escolas, aos domingos, onde as crianças foram
ensinadas na leitura, escrita e aritmética.[39]
Asbury veio a ser a mais
importante figura no metodismo americano. A devoção aos princípios e teologia
wesleyanos modelou o metodismo na América do Norte.
Com a volta de Thomas Cooke
à Inglaterra, Asbury assumiu as rédeas do metodismo. Ele “viajou extensamente
através dos Estados Unidos, promovendo a causa metodista e liderou a
organização oficial dessa denominação em 1784. Pelo fato de ter percorrido mais
de 450 mil km, em grande parte a cavalo, ele conheceu o interior americano
melhor que qualquer um dos seus contemporâneos e foi também o homem mais
conhecido do seu tempo. Quando Asbury chegou aos Estados Unidos, em 1771,
somente quatro missionários metodistas davam assistência à cerca de 300
pessoas. Quando ele faleceu, havia 2 mil pastores e mais de 200 mil metodistas
no país.”[40]
Em 1800, teve início, com
Francis Asbury, o primeiro pregador itinerante (circuit rider), no Kentucky, o
período dos reavivamentos e “camp meetings” (reuniões campais).[41]
Ele “ultrapassou o próprio
João Wesley, viajando em quarenta e cinco anos, somente a cavalo ou andando,
mais de quatrocentos e setenta mil quilômetros, a maior parte por caminhos
desertos. Atravessou as Montanhas Alegânis mais de sessenta vezes.”[42]
Enfrentou toda sorte de
adversidades e doenças, como febres, úlceras, reumatismo crônico, mas nunca
desistiu. No final de sua vida, insistiu numa viagem a Baltimore, onde haveria
uma conferência, mas não resistiu e faleceu sentado numa cadeira e reclinado
num jovem pregador, que viajara com ele.[43]
Seu legado
São inumeráveis as
homenagens a Francis Asbury nos EUA e em outras partes do mundo.
Dentre elas, estão: “A
Igreja Asbury AME em Chester, Pensilvânia, foi fundada em 1845 e rebatizada em
homenagem a Asbury em 1863;
• Uma estátua, Francis
Asbury, foi erguida em Washington, D.C. em 1921;
• Uma estátua de Francis
Asbury a cavalo foi erguida na Drew University em Madison, NJ;
• A trilha Francis Asbury no
Lago Junaluska, NC foi construída por volta de 1930;
• Muitas cidades e vilas
possuem uma Igreja Metodista Unida Asbury;
• A primeira Igreja
Metodista no norte da China, a Igreja Asbury em Pequim, construída em 1870 pelo
Rev. Hiram Harrison Lowry, recebeu o nome de Asbury. Hoje a igreja é conhecida
como Igreja Chongwenmen”.[44]
• “Sua casa de infância
ainda está de pé e está aberta como o museu Bishop Asbury Cottage”.[45]
Pioneiro em Missões Mundiais
Walter Russell Lambuth (1854-1921), filho dos
missionários metodistas James William Lambuth e Mary Isabella McClellan, nasceu
em Shanghai, China. Foi enviado à casa de parentes nos EUA para estudar.
Formou-se na Emory e Henry College em 1875.[46]
Estudou Medicina na Universidade de Vanderbilt. Em
1877, foi ordenado presbítero e enviado à China, onde se casou com Margarida
Kelley. Retornou aos EUA em 1881 e recebeu um segundo grau de doutor em
Medicina. Retornou à China em 1882 e organizou o serviço médico e hospitalar em
Soochow e Pequim.
Liderou as missões em Cuba e na Coreia.
“Em 1887, ele e seus pais fundaram a missão MECS no
Japão. Como superintendente da missão japonesa, ele passou de trabalho médico
para educacional e evangélico”.[47]
Em 1889, no Japão, estabeleceu a atual Universidade
Kwansei Gakuin e a Escola das Meninas de Hiroshima.
Em 1891, foi nomeado editor da Revisão Metodista de Missões, nos EUA. Foi secretário do Conselho
de Missões (1892-1910), participou da Conferência Missionária Ecumênica de 1900
e da Conferência Missionária Mundial de Edimburgo de 1910.[48]
“Em 1910, foi eleito bispo da Igreja no Brasil e na
África”.[49]
Presidiu quatro Conferências Anuais no Brasil em
1910, 1911, 1912 e 1913.[50]
Foi célebre sua viagem missionária
ao Congo Belga.
“Com o linguista John Wesley Gilbert da Igreja
Episcopal Metodista Colorida, Lambuth em 1911 viajou 4.100 milhas através do
Congo belga e abriu missões metodistas na África Central. Em 1919 iniciou
missões contra russos e coreanos na Sibéria e na Manchúria.” [51]
Na 1a Guerra Mundial, estabeleceu o
metodismo na Bélgica, Polônia e Tchecoslováquia. Em 1921, estabeleceu uma
missão na Sibéria.[52]
Walter Lambuth teve “37 obras em 79 publicações em 2
idiomas e 915 biblioteca”.[53]
Dentre seus livros estão:
· Luzes laterais no Oriente;
· Ganhando o mundo para Cristo;
· Missões Médicas, etc.
Dentre alguns livros sobre sua vida, estão:
· Walter Russell Lambuth, profeta e
pioneiro por W. W Pinson;
·
Walter
Russell Lambuth por E. H Rawlings;
· De homens que se aventuraram muito e
longe: a busca do Congo do Dr. Gilbert e do Bispo Lambuth por Eugene Clayton Calhoun;
· A vida missionária e obra de W.R.
Lambuth por H. D Hart. [54]
Ele morreu no Japão, como seu pai
antes dele. Suas cinzas foram enterradas ao lado de sua mãe em Xangai, China.
A tocha
flamejante da África
William
Taylor (1821-1902) nasceu em Rockbridge County, Virgínia, EUA. Filho do Stewart
Taylor e Martha Hickman.
James, avô de William
Taylor, era escoces-irlandes que emigrou do Condado de Armagh, Irlanda, para a
colônia da Virgínia, em 1766.
Taylor descreveu seu pai
como um gênio mecânico de seus tempos. Sua mãe era "amante da fabricação
de todos os tipos de pano". “Ambos os pais, diz ele, eram de
"poderosa constituição de corpo e mente... sua educação escolar de inglês
bastante igual à média de seu dia".[55]
Taylor teve uma infância em meio à natureza,
com a qual aprendeu muito. Foi assim com um enxame de abelhas.
“A lição que aprendi foi cuidar do meu próprio negócio e não me intrometer nos assuntos de outras pessoas"
“Houve o tempo, por exemplo, quando William,
de três anos, viu um grande grupo de abelhas penduradas na frente da colmeia de
seu avô. "Eu disse: 'Ah, meus docinhos, eu vou te consertar.' Então eu
peguei um chifre vazio de uma vaca e enchi-a com água e a joguei nas abelhas.
Eles se ressentiam e me lançavam mais impiedosamente”.[56]
William Taylor tirou uma lição para a sua
vida:
“A lição que aprendi foi cuidar do meu
próprio negócio e não me intrometer nos assuntos de outras pessoas."[57]
Ele se casou com Martha Hickman.[58]
“Dos cinco filhos e uma filha, quatro filhos sobreviveram à infância.”[59]
“A família Hickman era de ascendência inglesa
e se estabeleceu em Delaware no final da década de 1750. Ambas as famílias
‘lutaram pela liberdade americana na Revolução de 1776’ e depois emanciparam
seus escravos”.[60]
Taylor “ensinou na escola antes de ser aceito
em 1843 pela Conferência Anual de Baltimore da Igreja Episcopal Metodista.”[61]
Ele ministrou
sem salário para nativos americanos e imigrantes chineses, para doentes e
pobres.
“Ele recebeu sua primeira
missão missionária em 1847, para os campos de ouro da Califórnia. Lá ele
conduziu reuniões ao ar livre e organizou a primeira igreja metodista em São
Francisco. Seu relato publicado, Seven Year's Street Preaching in San
Francisco (1856), foi o primeiro dos muitos volumes que apoiariam seus
empreendimentos nos próximos cinquenta anos.”[62]
Em 1849,
Taylor organizou a primeira Igreja Metodista em São Francisco, Califórnia.
“Desde o início do trabalho
de Taylor em São Francisco, através de suas excursões de pregação distantes,
ele frequentemente lidava com personagens desesperados e despicáveis. Na costa
oeste, ele encontrou fugitivos, estrangeiros, assassinos e os imorais. Muitas
vezes ele teve sua abertura para apresentar o evangelho no hospital ao lado dos
leitos de morte de seus antigos hecklers. Houve um surto de cólera que varreu
dezenas de almas. Uma vez que todas as outras esperanças tivessem escapado,
eles chamariam o pregador da Plaza, conhecido como "Padre Taylor"
para vir e orar por eles. Em 1856, Taylor mudou sua família e começou a pregar
amplamente nos Estados Unidos e Canadá. Em Nova York, ele levou um ex-policial
possuído por demônios a Cristo.”[63]
O complexo de missões Bethel
pegou fogo
Um fato marcou muito a vida
de Taylor, mas ele permaneceu firme. O complexo de missões Bethel de seu
marinheiro em São Francisco pegou fogo em 1856.
“Taylor foi dispensado pela
Conferência da Califórnia para arrecadar dinheiro para pagar a dívida pendente
no edifício”.[64]
Ele foi forçado a pregar e
escrever para pagar empréstimos. O primeiro de dezessete livros, Seven Years's Street Preaching em São
Francisco (1856), vendeu mais de 20.000 cópias durante seu
primeiro ano”.[65]
Sua fé, vocação e maturidade
espiritual o ajudaram a vencer essa grande batalha e muitas outras.
Ele atuou
como missionário em cinco continentes. Na África foi chamado de “A tocha flamejante da África”.
Incansável
como missionário, era abnegado com extrema dedicação. Foi um revolucionário.
No Brasil, o
missionário Henry Justus Nelson aderiu às missões autossustentáveis de Taylor e
abriu o trabalho metodista no Pará.
Ele foi
chamado também de “revivalista”. “Na década de 1870, o revivalista metodista e
missionário William Taylor já havia estabelecido uma reputação impressionante
de sucesso evangélico nos cinco continentes. Em 1849, ele se juntou à corrida
do ouro da Califórnia como um missionário metodista pioneiro. No final da
década de 1850 e início da década de 1860 ele liderou campanhas de reavivamento
no leste da América do Norte, ilhas britânicas e Austrália. Na África do Sul,
ele desempenhou um papel catalítico no renascimento de 1866 que levou vários
milhares de africanos a se juntarem a igrejas missionárias em apenas alguns
meses. No início da década de 1870, seus renascimentos na Índia levaram à
organização de igrejas metodistas em Mumbai (Bombaim), Calcutá (Calcutá),
Chennai (Madras) e Bengaluru (Bangalore). Em 1875, Taylor retornou à América
pela primeira vez em mais de uma década para visitar sua família e recrutar
novos missionários para servir na Índia”.[66]
Taylor deixou um grande legado.
“As
experiências de Taylor como missionário empreendedor na fronteira tornaram-se
paradigmáticas para os conceitos que ele mais tarde chamou de “missões
paulinas”.[67]
As homenagens que recebeu em diversas partes
do mundo revelam que o seu ministério foi vitorioso e ainda hoje é um
referencial para a Igreja.
O
missionário extraordinário
Eli Stanley
Jones (1884-1973) nasceu em Baltimore, Maryland, em 3 de janeiro de 1884 e
faleceu aos 89 anos em 25 de janeiro de 1973, na Índia.
Seu pai era
alcoólatra. Com cinco anos, Jones começou a frequentar a Escola Dominical da
Igreja Episcopal Metodista. Foi profundamente convertido aos 17 anos.
Pensava ser
advogado, mas aos 23 anos foi como missionário metodista para a Índia, onde
esteve por mais de 50 anos. Foi ainda missionário na China.
Em 1938, a revista
Time chamou Stanley Jones de “o maior evangelista missionário do mundo”.
Para outros, foi o maior missionário cristão desde o apóstolo Paulo.
Em
1959, Stanley Jones foi nomeado pela Igreja Metodista “missionário
extraordinário”. Ele foi chamado de “conciliador” por causa de seus
esforços na Birmânia, Coreia e no Congo Belga, entre a China e o Japão, entre o
Japão e os Estados Unidos.
Este esforço de
contextualizar o cristianismo para a Índia foi o tema de sua obra “O Cristo da
estrada indiana”, que vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo após a
sua publicação em 1925.
Foi educado em
escolas de Baltimore e estudou no colégio metodista Asbury College. Em1907
foi como missionário metodista para a Índia onde esteve por mais de 50 anos.
Foi ainda missionário na China.
“E. Stanley Jones marcou a história de
missões”[68] e
foi considerado o missionário extraordinário do século XX.
Em 1911, casou-se
com uma colega missionária, Mabel Lossing, com a qual teve uma filha, Eunice,
que veio a se casar com um bispo metodista norte-americano.[69]
Foi chamado de "o maior evangelista missionário do mundo" pela
revista Time em 1938.[70]
Isso se aplica ao século XX.
Foi conselheiro e amigo de Mahatma Gandhi e Franklin D. Roosevelt e uma
inspiração para Martin Luther King Jr., entre outros líderes mundiais.[71]
Pelo menos, duas vezes, Stanley Jones esteve no Brasil, em Campinas na
década de 20, e na década de sessenta, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em um
Ministerial da Igreja Metodista.[72]
Escreveu 28 livros e foi indicado duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz.
Quando foi eleito bispo nos EUA, renunciou logo porque seu ministério
era ser missionário.
Criou o primeiro Asham cristão do mundo.
Stanley Jones escreveu livros que nos inspiram, dentre eles, “Jesus é
Senhor”; “A conversão” e “O Cristo de todos os caminhos”.
Stanley Jones continua atraindo muitos leitores. Em 2018, três milhões
de cópias de seus livros foram vendidas.[73]
Stanley Jones amou
tanto o trabalho missionário que, em 1928, foi eleito Bispo metodista, por 24
horas, em Kansas. Contudo, ele disse: "Minha alegria voltou quando
renunciei, pois fui chamado por Deus para ser evangelista e missionário."[74]
Foi considerado o
"Billy Graham da Índia". Foi o fundador do movimento cristão do
Ashram.
No reconhecimento
do seu valor chegou-se a colocar para ele um título: “Stanley Jones, o grande
missionário protestante, conhecido como "o cavaleiro do Reino de
Deus"[75].
Ele também foi
chamado do "Apóstolo de Cristo na Índia" e chegou a ser indicado,
algumas vezes, para ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Ele foi, acima de tudo, um
servo do Senhor que precisa ser conhecido pelas novas gerações.
Em 1963 recebeu a
medalha Gandhi Peace Award.[76]
“Na África era chamado de O
Reconciliador e chegou a ser indicado algumas vezes para ganhar o Prêmio
Nobel da Paz por seu trabalho de reconciliação na Ásia, na África, e
entre o Japão e os E.U.A”.[77]
Rev. Alderi Matos,
historiador da Igreja Presbiteriana do Brasil, disse sobre o legado de Stanley
Jones:
“O seu nome é quase mítico na história das missões
modernas. Foi considerado o maior missionário do século 20, um dos líderes
cristãos de maior apelo popular em sua geração e alguém comparável a William
Carey (o pai das missões modernas) e ao evangelista Billy Graham”.[78]
Já o autor Luís A.
R. Branco aponta cinco elementos da estratégia evangelística de Jones:
1) seja
absolutamente sincero;
(2) anuncie de
antemão que não irá atacar nenhuma religião;
(3) deixe que as
pessoas façam perguntas;
(4) apresente o
cristianismo como o próprio Cristo; (5) apresente Cristo como uma experiência
de vida, e não como um argumento teológico.[79]
“Em 1950, o Dr.
Stanley Jones forneceu fundos para o primeiro centro e clínica psiquiátrica
cristã da Índia, o agora famoso Centro Psiquiátrico Nur Manzil e Unidade Médica
em Lucknow”.[80]
Stanley Jones foi
uma inspiração para várias gerações.
Idealizador e Presidente da
Conferência Internacional de Missão
John Raleigh Mott (1865-1955) nasceu em Livingston Manor, New York, e
cresceu numa família de colonos em Iowa, EUA, influenciada por ideais
puritanos. Ele se tomou bacharel em história na Universidade de Cornell.
Em Postville, Iowa, seu pai foi comerciante de madeira e se tornou o
primeiro prefeito da cidade. Aos 16 anos, Mott matriculou-se na Mott Upper Iowa
University, uma pequena escola preparatória metodista, e na faculdade em
Fayette.
Sua
vida mudou quando ouviu esta frase numa palestra de J. Kynaston Studd em 14 de
janeiro de 1886: “Você procura grandes coisas para si mesmo? Não procure por
elas. Busque em primeiro lugar o Reino de Deus”.
Em
1891, casou-se com Leila Ada White, com quem teve dois filhos e duas filhas.
Foi o idealizador e realizador da Conferência Internacional de Missão, em
Edimburgo, em 1910.
Recebeu
o Prêmio Nobel da Paz de 1946. Em 1954, presidiu
o Conselho Mundial de Igrejas. Foi presidente do Conselho Missionário
Internacional e da Aliança Mundial das Associações Cristãs de Moços.
Recebeu
prêmios honoríficos da China, Tchecoslováquia, Finlândia, França, Grécia,
Hungria, Itália, Japão, Jerusalém, Polônia e de outros países. Atravessou o
Atlântico mais de cem vezes e o Pacífico 16 vezes. Escreveu 16 livros. Seu
livro mais conhecido é A evangelização do mundo nesta geração.[81]
O cavaleiro
do Evangelho da Paz
|
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Alan
Walker (1911–2003) nasceu em Sydney, Austrália. Filho de pastor metodista, foi
um teólogo australiano e evangelista.
Ele se
casou com Winifred Channon. Estudou Missões na Inglaterra (1938-39).
Em
1949, com o arcebispo J. D. Simmonds, de Melbourne, foi destacado como
consultor de relações humanas para a delegação da Austrália para as Nações
Unidas.
Participou
da formação do Conselho Mundial de Igrejas. Foi diretor mundial de evangelismo
para o Conselho Mundial Metodista (1978-1988).
Participou
da fundação do World Methodist Evangelism Institute. Foi diretor da Faculdade
de Evangelismo do Pacífico (atual Colégio de Evangelismo Alan Walker), em
Sydney (1982-1995).
Ele
foi um pastor fiel do Evangelho da salvação, um profeta apaixonado e um dos
grandes pacificadores de Deus. Era defensor dos valores da família e da
santidade. Seu estilo foi profético.
Recebeu
o título de “Cavaleiro”, em 1981. Foi agraciado com o Prêmio Mundial Metodista da Paz, em 1986, e premiado como um
tesouro de vida australiano.[82]
Diretor do
Evangelismo Mundial
H.
Eddie Fox (1939-2021) nasceu no Tennessee, EUA. Casado com Mary Nell. Completou
o grau teológico na Emory University/Candler School of Theology com honras. Fez
a pós-graduação na Faculdade Hiwassee Junior e Tennessee Wesleyan.
Atuou,
desde 1989, como diretor de Evangelismo Mundial do Conselho Metodista Mundial e
como diretor executivo (1992) do Instituto Metodista de Evangelismo Mundial.
Como
diretor mundial, Eddie pregou, ensinou e incentivou os leigos e clérigos sobre
o ministério de compartilhar as boas novas de Jesus Cristo. Pregou e ensinou em
mais de 90 países, em todos os EUA, e em conferências nacionais e
internacionais.
Muitas
vezes, é citado como o melhor evangelista metodista e o mais conhecido do
mundo. Em janeiro de 1996, recebeu o Prêmio
Phillip da Associação Nacional Evangelistas dos Metodistas Unidos e, em
2000, recebeu do Conselho Metodista Mundial o prêmio “lugar de honra”. É autor
de vários livros, incluindo Vivendo uma
vida nova e Herdar o reino.
Em
2014, Eddie Fox e Mary ganharam a Ordem
de Jerusalém, criada pelo Conselho para “homenagear pessoas cujo serviço à
família metodista/wesleyana global tem sido marcado com honra e distinção”. Ele
se aposentou após ter trabalhado durante 25 anos como diretor de Evangelismo do
Conselho Mundial Metodista.[83]
[2]
https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/
[3]
https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/
[5]
https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/
[6]
http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf
[7] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p p.287.
[8] WESLEY, João.
Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.165.
[9] HEITZENHATER,
Richard P., cit, p.287.
[10]
http://www.bu.edu/missiology/gilbert-anne-hart-1768-1833/
[12] www.methodistheritage.org.uk/missionary-history-neal-in-the-beginning-2011.pdf
[14]
https://www.localprayers.com/DM/Roseau/138256516537928/Dominica-Circuit-of-the-Methodist-Church-in-the-Caribbean-and-the-Americas
[16] Idem.
[19] http://jamaicamethodist.org/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=27http://jamaica-gleaner.com/gleaner/20060122/out/out3.htmlhttps://sites.google.com/site/beemethodistjamaica/history-of-the-methodists-in-jmhttp://jis.gov.jm/kingston-heritage-sites/
[21]http://www.bu.edu/missiology/missionary-biography/c-d/coke-thomas-1747-1814/
[22]
https://biography.wales/article/s-COKE-THO-1747?&query=Lewis%20Owen&sort=sort_name&page=6
[23]
https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Coke_(bishop)
[24]
http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf
[25]
https://www.goodreads.com/author/list/2842681.Thomas_Coke
[26]
https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Coke_(bishop)
[27] https://en.wikipedia.org/wiki/Methodist_Church_in_Sri_Lanka
[28]
Idem.
[29]
http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations.htm
[30]
Idem.
[31]
http://www.methodistheritage.org.uk/missionaryhistory-overview.htm
[32]
https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/
[33]
www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html
[34]
https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
[35]
https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
[36]
www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html
[37]
https://www.umc.org/en/content/methodisms-american-saint-bishop-francis-asbury
[38]
LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Junta Geral de Educação Cristã
da Igreja Metodista do Brasil, .39.
[39]
http://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
[40]
LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit.,p.39.
[41]
www.musicaeadoracao.com.br/livros/mus_adv_etern/mus_adv_etern1.htm
[42]
LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.
[43] www.worldmethodist.org
[44]
https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
[45]
Idem.
[46]
https://en.wikipedia.org/wiki/Walter_Russell_Lambuth
[47]
http://bdcconline.net/en/stories/lambuth-walter-russell
[49]
Idem.
[50]
KENNEDY, J.L. Cinquenta Anos de Metodismo no Brasil.
São Paulo:Imprensa Metodista, 1928, p.50-172.
[51]
http://bdcconline.net/en/stories/lambuth-walter-russell
[52]
Pesquisa: BUYERS, Paul. Os fundadores do Metodismo.
Imprensa Metodista, 1929, p.XII.; www.en.wikipedia.org/wiki/Walter_Russell; www.bu.edu/.../lambuth-walter-russell-1854-1921
[53]
http://worldcat.org/identities/lccn-no99002056/
[54]http://worldcat.org/identities/lccn-no99002056/
[55]https://
pipiwiki.com/wiki/William_Taylor_(bishop)
[56]
https://www.christianity.com/church/church-history/timeline/1801-1900/colorful-william-taylor-11630386.html
[57]
Idem.
[58]
https://
www.ancestry.co.uk/genealogy/records/william-taylor-24-bxfct/colorful-william-taylor-11630386.html
[59]
https://adb.anu.edu.au/biography/taylor-william-4695
[60]
https://pipiwiki.com/wiki/William_Taylor_(bishop)
[61]
https://kiwiconnexion.nz/view/view.php?id=498
[62]
https://www.biblia.work/dictionaries/taylorwilliam-1821-1902/
[63]
https://uplook.org/1994/05/william-taylor/
[64]
https://kiwiconnexion.nz/view/view.php?id=498
[65]
https://www.bu.edu/missiology/missionary-biography/t-u-v/taylor-william-1821-1902/
[66]https://www.bu.edu/sth-history/prophets/taylor-missionaries/?msclkid=d43e413ccec211ec96502293b38c82f6
[67]www.bu.edu/missiology/missionary-biography/t-u-v/taylor-william-1821-1902/?msclkid=af0183b7ced211ec82d865f6626cccd
[69]
https://www.ultimato.com.br/conteudo/stanley-jones-1884-1973-o-maior-missionario-do-seculo-20
[70]
https://www.abingdonpress.com/product/9781501871283/
[71]
https://www.plenitudedistribuidora.com.br/produto/o-caminho-stanley-jones-85797
[72]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eli_Stanley_Jones
[73]
https://en.m.wikipedia.org/wiki/E._Stanley_Jones
[74]
JONES, Stanley. A Resposta Divina. Imprensa Metodista. No Cenáculo, 1995,
p.115.
[76]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eli_Stanley_Jones
[77]
Idem.
[78]
https://www.ultimato.com.br/conteudo/stanley-jones-1884-1973-o-maior-missionario-do-seculo-20
[79]
Idem.
[80]
https://en.wikipedia.org/wiki/E._Stanley_Jones
Pesquisa:
www.gcah.org ›... › Biographies › Leader Bio
www.biography.yourdictionary.com/john-r-mott
www.nobelprize.org/nobel_prizes/.../mott-bio.html
www.en.wikipedia.org/wiki/John_Mot
http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1946/mott-bio.html
[82]
Pesquisa: http://www.northalabamaumc.org/page.asp?PKValue=865
www.katharineward2011.blogspot.com –
http://en.wikipedia.org/wiki/Alan_Walker_(theologian)
http://www.telegraph.co.uk/news/obituaries/1420576/The-Reverend-Sir-Alan-Walker.html
[83]
Pesquisa: http://www.wmei.ws/wordpress/archives/3609
www.worldmethodist.org
http://www.ancestry.com/1940-census/usa/Tennessee/Eddie-H-Fox_1brvq2
www.worldmethodistcouncil.org/head-of-world-methodist...
http://www.zoominfo.com/p/Eddie-Fox/6239015
www.firstfridayletter.worldmethodistcouncil.org/2014/...
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