Wesley e o caminho para a cura
da alma
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fevereiro de 1998.
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capa: https://catequizar.com.br/seguir-jesus-no-caminho-da-cruz/
Tradutor: Google
Toda gloria a Deus!
Odilon Massolar Chaves é pastor metodista
aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São
Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na
Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos
dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e
coordenador de Curso de Teologia.
Declaração de direitos autorais: Esses arquivos são de domínio
público e são derivados de uma edição eletrônica que está disponível no site da
Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.
Rio de
Janeiro – Brasil
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Índice
- Apresentação
- Introdução
- As doenças da alma
- O novo nascimento
- A realidade do pecado
- A vigilância sobre a Dalila
- A necessidade da cura da alma
- A necessidade da inteira santificação
- Referências bibliográficas
Apresentação
Este é o livro que faltava na vasta bibliografia de nosso autor mais frequente, Rev. Odilon Massolar Chaves.
Li, com muito prazer, este livro. Não se trata de um fechar de questão - cura interior. Na verdade, o que o Rev. Odilon pretende é dar a sua contribuição à pesquisa e à prática do que eu prefiro chamar de aconselhamento em profundidade.
A vida mudou, está mudando e continuará a mudar. O povo com quem trabalhamos sofre, a cada hora, os efeitos das mudanças. Preocupações, medos, outras vezes, esperanças são sentimentos que acompanham as mudanças na vida do povo. Nossas igrejas, nem sempre, estão preparadas a responder às situações que tais mudanças geram para as famílias em geral.
O livro do Rev. Odilon incorpora a convergência entre a sua prática de aconselhamento em profundidade com reconhecido êxito e uma reflexão bíblico-teológica acerca do pecado e das enfermidades físicas e espirituais que ele gera na vida das pessoas. Para isso, o Rev. Odilon é exaustivo na pesquisa bíblica, além de apontar, com bastante frequência, o pensamento de João Wesley acerca do tema cura da alma; aliás uma expressão wesleyana.
Cabe ressaltar, ainda, que este livro tem outra virtude, além da seriedade da pesquisa: trata-se da linguagem simples e comunicativa com que as ideias são expostas.Concluindo, não há dúvidas que este livro tem um caráter polêmico; trata-se da opção feita pelo Rev. Odilon, enquanto teólogo, de tirar do centro do aconselhamento pastoral os axiomas da psicologia, não que os renuncie, mas sim, enquanto pastor e teólogo, trata dos conflitos humanos à luz de temáticas como: pecado, graça, perdão, etc. Tal escolha me parece ser um caminho que ainda pode render muita reflexão aos interessados nesta área pastoral.
Finalizando, recomendo aos pastores e pastoras a leitura deste livro, assim como aos demais líderes interessados no assunto.
Bispo
Paulo Lockmann
Introdução
Um dia participava de uma reunião de oração em minha igreja. Em um determinado momento, uma jovem senhora caiu e começou a falar como uma criança. Pensei em possessão, mas percebi logo que não era. Notei, então, que ela estava revivendo fatos do passado, pois chamava pela mãe. Foi assim que entrei nesse mundo complexo e maravilhoso do inconsciente e da cura interior.
Tive que aprender em livros, na prática, com colegas e, acima de tudo, com o Espírito Santo. Ministrei em alguns estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rondônia e Rio de Janeiro. Percebi a grande necessidade das pessoas. Percebi, também, as barreiras existentes nos mais conservadores e o entusiasmo dos avivados em relação à ministração de cura interior.
Decidi, então, colocar meus conhecimentos e experiências à disposição, com a finalidade de ajudar, principalmente, os líderes. Foram já milhares de ministrações. Sempre as faço com temor e tremor, mas, também, na certeza de que o Espírito Santo vai atuar.
Este livro tem como pano de fundo os ensinamentos de João Wesley, um cristão que viveu no século XVIII, e que, na verdade, é o pai da cura interior, pois a sua teologia e prática sempre tiveram como objetivos eliminar as doenças da alma e alcançar a perfeição cristã na medida da estatura de Jesus.
Wesley nasceu em 1703; Freud, em 1856, mas, cento e cinquenta anos antes, João Wesley já falava em “esgotamento”, “desordem nervosa”, “mal histérico”, etc.. Falava em “cura da maledicência”, “inimigo interior”, “pecado interior”. Ainda nos deu ensinamentos fantásticos dizendo que uma ferida não pode ser curada enquanto o dardo estiver encravado na carne. Disse ainda que os métodos de cura de enfermidades da alma devem ser variados, como são as causas dessas enfermidades.
Por fim, disse que devemos evocar o tempo que passou para descobrirmos as causas das nossas enfermidades. Com bom humor, ele fala da Dalila que ainda existe em cada um de nós e quer nos levar para o abismo.
A apresentação é do bispo Paulo Lockmann.
O Autor
As doenças da alma
Existe uma imensidade de doenças da alma. Algumas são graves. Se não forem curadas, teremos, inclusive, a morte eterna (Gl 5.19-21; Ap 21.8). Outras enfermidades são resultado de traumas e problemas emocionais, especialmente na infância.
O importante é saber que Jesus veio para curar todos e todas as enfermidades. Ele veio nos trazer o Shalom, que é paz, integridade, saúde, vida plena. Mas Jesus só pode curar os que abrirem o coração de uma forma humilde. Ele veio para “curar os quebrantados de coração” (Is 61.1).
Entre as doenças da alma que precisam ser curadas estão:
1. ( ) Afobação / Agitação
2. ( ) Amnésia
3. ( ) Ansiedade
4. ( ) Antipatia / Repugnância
5. ( ) Anti-sociabilidade
6. ( ) Autopiedade / Autocomiseração
7. ( ) Autopunição
8. ( ) Autoritarismo / Dominação
9. ( ) Bajulação
10.(
) Blasfêmia
11.(
) Ciúme
12.(
) Complacência com o erro
13.(
) Complexos
14.(
) Contendas / Brigas
15.(
) Covardia
16.(
) Crítica destrutiva
17.(
) Dependência
18.(
) Depressão
19.(
) Descontrole sexual
20.(
) Desmotivação
21.(
) Desobediência / Rebeldia
22.(
) Desordem / Indisciplina
23.(
) Dificuldade de se comunicar
24.(
) Distração / Alienação / Fuga
25.(
) Egoísmo / Voracidade
26.(
) Excesso de desconfiança
27.(
) Excesso de trabalho
28.(
) Falta de humor
29.(
) Falta de perdão
30.(
) Frieza espiritual / Incredulidade
31.(
) Frieza sentimental
32.(
) Gritaria
33.(
) Gostar de sofrer / Masoquismo
34.(
) Hipocondria
35.(
) Hipocrisia
36.(
) Histeria / Nervosismo
37.(
) Homossexualismo
38.(
) Impulsividade
39.(
) Inconstância / Instabilidade
40.(
) Indiferença
41.(
) Ingratidão
42.(
) Insatisfação
43.(
) Insegurança
44.(
) Insensibilidade
45.(
) Inveja
46.(
) Irresponsabilidade
47.(
) Irritação / Impaciência / Intolerância
48.(
) Maledicência
49.(
) Manias / Esquisitices
50.(
) Mau humor
51.(
) Medo / Fobia
52.(
) Mentiras
53.(
) Mexerico / Fofoca
54.(
) Moleza / Preguiça / Inércia
55.(
) Murmuração
56.(
) Obsessão / Neurose obsessivo-compulsiva
57.(
) Obstinação / Teimosia
58.(
) Pânico
59.(
) Pensamento de Morte / Suicídio
60.(
) Pequenos furtos / Cleptomania
61.(
) Perfeccionismo
62.(
) Piadinhas picantes / Anedotas
63.(
) Possessividade
64.(
) Preconceito
65.(
) Psicose
66.(
) Racionalização
67.(
) Rejeição
68.(
) Ressentimento / Rancor
69.(
) Sentimento de culpa
70.(
) Soberba / Orgulho / Presunção
71.(
) Subserviência
72.(
) Tagarelice
73.(
) Timidez / Vergonha / Acanhamento
74.(
) Tiques / Cacoetes
75.(
) Trapaças para levar vantagens
76.(
) Transferência de sentimentos
77.(
) Transferência de culpa
78.(
) Vaidade / Presunção
79.(
) Vícios
80.(
) Vingança / Desejar o mal
81.(
) Violência / Ira / Agressividade
82.(
) Zombaria
Cremos que o Senhor pode curar estas e outras enfermidades não relacionadas aqui. Evidentemente, temos que procurar aqueles servos e servas que têm este ministério comprovadamente. Algumas doenças precisam de um profissional da área.
As doenças da alma só podem ser curadas adequadamente pelo Senhor. Não devemos correr para aqueles que não têm a graça de Deus: “Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá, a sua chaga, subiu Efraim à Assíria e se dirigiu ao rei principal, que o acudisse; mas ele não poderá curá-los, nem sarar a sua chaga” (Os 5.13).
O Senhor diz: “... me disponho a mudar a sorte do meu povo e a sarar a Israel ...” (Os 7.1). O Senhor promete curar a Israel de sua idolatria, prostituição com os outros deuses: “Curarei a sua infidelidade ...” (Os 14.4). Ele irá curar demonstrando amor: “... eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles” (Os 14.4).
Quando estamos feridos, se não formos curados, secaremos: “Ferido está Efraim, secaram-se as suas raízes; não dará fruto ...” (Os 9.16). Mas, mesmo que não vejamos e nem percebamos, aqueles que são do Senhor serão curados por causa de Sua misericórdia e do Seu grande amor: “... tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava” (Os 11.3).
A promessa do Senhor é: “Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vivificados como o cereal e florescerão como a vide; a sua fama será como a do vinho do Líbano.” (Os 14.5,7).
Jesus cumpriu essa promessa do Senhor. Ele veio para os doentes. Ele cancelou o “escrito de dívida, que era contra nós...” (Cl 2.14). Quando nós somos justificados, temos a paz (Rm 5.1). Sim, Jesus veio para trazer boas novas aos pobres, libertação aos cativos, restauração da vista aos cegos e para pôr em liberdade os oprimidos (Lc 4.18).
Ele está vivo intercedendo por nós à
direita do Pai. Ele veio para que tivéssemos vida em abundância.
O novo nascimento
Jesus disse que “se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (Jo 3.3). Para Wesley, nascer de novo não tem nada a ver com o batismo ou mudança exterior, mas é uma “mudança operada na alma pela influência do Espírito Santo: mudança em todo o modo de existência, porque, desde o momento em que somos nascidos de Deus, passamos a viver de maneira totalmente diversa da que éramos antes: entramos por assim dizer, num mundo diferente”.1
Se antes seus sentidos eram bloqueados, “toda a sua alma é agora sensível às manifestações de Deus ...”.2
Segundo Wesley, o sopro do Espírito se infunde naquele que nasceu de novo e continuamente ele é inspirado pela fé e expirado pelo amor, orações, louvor e ações de graças. Essas orações, louvor e amor são respirados pela alma que é verdadeiramente nascida de Deus.
Quem nasce de novo tem os olhos do entendimento abertos e vê o invisível; seus ouvidos estão abertos e ouvem a voz de Deus; conhece a voz de seu Pastor.
Quem é nascido de Deus recebe sempre na alma o fôlego da vida comunicado por Deus e a graciosa influência do Seu Espírito. Ele, “crendo, amando e constantemente percebendo, pela fé, a ação de Deus sobre seu Espírito, retribui, por uma espécie de reação espiritual, a graça que recebe, com incessante amor, louvor e oração”.3
Utilizando categorias psicológicas,
Stanley Jones diz que, na conversão, uma nova vida é introduzida na alma;
nascemos de novo, mas é possível haver uma luta interna pelo fato do “subconsciente não estar convertido”.4
É preciso também, diz ele, que o Espírito Santo tome posse do subconsciente para que haja só a direção do Espírito e não dos impulsos do ego, do sexo e da herança.
Assim, não somente a parte consciente, mas também o inconsciente precisam ser restaurados e dominados, caso contrário, os impulsos irão querer assumir o controle e a direção.
A Palavra em Ezequiel é bem clara quando diz: “... porei dentro de vós espírito novo ...” (Ez 36.26). Diz mais: “Porei dentro em vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez 36.27).
Wesley, sem utilizar categorias psicológicas, já havia falado o mesmo antes de Stanley Jones. Ele comenta a necessidade de chegarmos à circuncisão do coração, que é “ um reto estado de alma, mente e espírito renovados à imagem Daquele que os criou”.5
Jesus falou dessa luta interna: “... o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41), por isso, Ele alerta: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação...” (Mt 26.41).
O certo é que, mesmo após o novo nascimento, a alma ainda tem marcas do pecado. Por isso, Paulo afirma: “... mesmo que o nosso homem exterior (alma) se corrompa, contudo, o nosso homem interior (espírito) se renova de dia em dia” (2Co 4.16).
Sim, o Espírito do Senhor vem ao nosso espírito: “... vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior” (Ef 3.16). Ele diz ainda: “(...) o próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
Há uma experiência linda no novo nascimento. Um mundo novo se abre para nós. Mas não é o bastante.
Como o pecado é considerado uma doença, Wesley usa a expressão “cura da alma”. Para restaurar a natureza humana, totalmente corrompida em todas as suas faculdades, Wesley fala sobre “o método divino de curar a alma, que se encontra enferma”.6
Para curar o nosso ateísmo, o que é preciso ser feito?
Segundo ele, Deus cura através de duas maneiras: pelo conhecimento de si mesmo e de Jesus Cristo.
Pela graça de Deus, nós recebemos a fé “uma divina evidência ou convicção de Deus e das coisas de Deus, em particular desta importante verdade: Cristo me amou e deu-se a si mesmo por mim”.7
E como ser curado do orgulho?
Essa doença mortal, como Wesley a chama, é debelada “pelo arrependimento e pela humildade de coração”.8
E a obstinação, como é curada?
Depende de nós. É curada pela “resignação, brandura e grata submissão à vontade de Deus”.9
Por fim, ele diz que somos curados do
amor ao mundo em todos os seus aspectos pelo derramamento do amor de Deus em
nossos corações. Segundo Wesley, este é o soberano remédio. Portanto, no novo
nascimento, é preciso também haver uma cura da alma que está enferma.[1]
A realidade do pecado
Afinal, se quando nascemos de novo há uma nova vida, por que a ministração de cura interior?
Afinal, “... se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17), então por que pensar no passado?
Com estas afirmações e pensamentos sinceros, muitos não entendem como tratar de lembranças que estariam arquivadas no nosso inconsciente.
Wesley argumenta contra esta ideia com várias afirmações. Quem nasce de novo é espiritual, “mas pode ser ou não ser totalmente espiritual”1. Diz mais: “Sua mente carnal fora pregada na cruz, mas não fora totalmente destruída”.2
Sobre as coisas antigas que já passaram, ele diz: “... seu velho conceito acerca da justificação, santificação, felicidade e, numa palavra, no tocante às coisas de Deus em geral, passou; assim também passaram seus antigos desejos, desígnios, afeições, tendências e conversação. Todas estas coisas se tornaram realmente novas, grandemente mudadas em relação ao que eram antes; contudo, sendo novas, não são totalmente novas. Ainda ele sente, para sua tristeza e confusão, que algo permanece do velho homem, permanecem traços demasiadamente manifestos de seus primitivos pendores e afeições, embora estes não possam obter vantagem sobre sua alma, enquanto permanecer vigilante na oração”.3
Ele diz que somos reconciliados com Deus pelo sangue de Jesus. A corrupção da natureza é posta debaixo dos nossos pés. “Ela, entretanto, ainda existe e ainda é, por sua natureza, inimizade para com Deus, por isso que cobiça contra o Espírito”.4
O pecado existe, embora não sejamos governados por ele. Há orgulho, mas o orgulho não governa os nascidos do Espírito. Os que são do mundo obedecem ao pecado, ao orgulho ou à ira; os nascidos de novo não obedecem.
O missionário metodista Stanley Jones, que viveu na Índia, tem uma explicação mais moderna para essa questão: “A paixão da carne é o subconsciente não convertido. Os três impulsos diretivos residem no subconsciente: o ego, o sexo e a herança. Tais impulsos, através de propensões inatas e do hábito racial, querem completar-se, realizar-se, efetivar-se separados da nova vida do Espírito e, às vezes, em contrário a essa nova vida”.5
A verdade é que, quando somos justificados, ficamos libertos do domínio do pecado, mas ele não é totalmente destruído. Ele ainda existe em nós. Ainda há a velha natureza: a “Dalila”, a natureza má.
Wesley utiliza a expressão “Dalila” para falar sobre as tendências ruins que estão junto a nós. Dalila foi uma filisteia que procurou persuadir Sansão a revelar a origem de sua força (Jz 16.4-5). Ela tanto insistiu que Sansão acabou revelando a Dalila o segredo (Jz 16.15-17). Ela o fez dormir nos seus joelhos e chamou os inimigos de Sansão para que cortassem seus cabelos (Jz 16.19).
Os filisteus, seus inimigos, ainda vazaram seus olhos (Jz 16.21). 'Dalila', portanto, simboliza a natureza má que insistirá em nos levar à desgraça. Não podemos vacilar. Temos que estar vigilantes. Por isso, falando para cristãos, Paulo dá a seguinte orientação: “... quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo os desejos do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.” (Ef 4.22-24).
A grande questão é que nem todos permanecem “em Cristo”. “Quem está em Cristo é nova criatura”, diz Paulo. Por isso, ele diz aos efésios: “andai em amor” (Ef 5.2). Diz mais: “andai como filhos da luz” (Ef 5.8). Eles haviam crido em Jesus e até sido selados pelo Espírito (Ef 1.13-14), mas precisavam deixar ainda muitas marcas do pecado: “Longe de vós toda a amargura e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia” (Ef 4.31).
Tiago diz para a igreja: “... despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma.” (Tg 1.21). A questão levantada por Tiago é que muitos só ouvem e não praticam a palavra (Tg 1.22). Tiago diz que aquele que não pratica “... assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, para logo se esquecer de como era a sua aparência.” (Tg 1.23-24).
Ele fala da igreja que fazia acepção de pessoas: “... se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado ...” (Tg 2.9).
Sobre a luta entre a carne e o espírito, ele fala para a igreja: “De onde procedem guerras e contendas, que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?” (Tg 4.1). Eles, certamente, se tornaram novas criaturas, mas não permaneceram em Cristo.
Pedro dá a mesma orientação para a Igreja: “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual...” ( I Pe 2.1-2).
João é mais claro: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1Jo 1.8).
É possível, portanto, o crente ter nascido de novo e acabar na carne: “Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (Gl 3.3).
Quando somos, de fato, de Cristo Jesus, nós crucificamos as paixões e concupiscências (Gl 5.24). Mas Paulo adverte: “andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.” (Gl 5.16). Para a carne não nos dominar, temos que viver no Espírito.
O pecado não domina, mas ele ainda existe nos que nasceram de novo. Por isso, Wesley diz: “Perfeição sem pecado é, portanto, uma frase que nunca uso”.6
Wesley prefere dizer que a perfeição é a salvação do pecado. Perfeito é aquele “que de fato não comete pecado”.7
Portanto, mesmo tendo nascido de novo,
o pecado ainda existe na vida do cristão, apesar dele não dominar. A Dalila
ainda existe, mas podemos vencê-la. Toda vigilância, contudo, é necessária.[2]
A vigilância sobre a
Dalila
Embora esteja subjugado, o pecado permanece naquele que nasceu de novo. Em muitos dos seus sermões, Wesley alerta os cristãos da necessidade de vigiar e lutar contra a natureza má, os ídolos, a 'Dalila' que ainda reside em nosso interior. A 'Dalila' significa a presença dentro ou próxima de nós da tendência pecaminosa que quer nos seduzir.
A Dalila foi uma mulher filisteia, povo inimigo de Israel, que conseguiu seduzir Sansão para descobrir o segredo de sua força. Ela tanto insistiu que conseguiu. Ele acabou cego e preso. É com essa tendência ruim que temos que ter todo o cuidado.
Mas alguns hão de argumentar: “Aquele que tem o pecado em si, não é escravo do pecado?”.
Wesley responde: “O homem pode estar na graça, embora sinta o pecado; perderá aquela condição somente se submeter ao pecado. Ter o pecado em si não afasta o favor de Deus; afasta-o, porém, o dar lugar ao pecado. Embora em ti cobice a carne contra o Espírito, podes ainda ser filho de Deus; se, porém, andares segundo a carne, serás filho do diabo”.1
Aqueles que vivem no deserto espiritual - e aqui ele fala dos crentes - é porque permitem que a natureza má os domine: “Como pode então o amor de Deus ter lugar em vosso coração, enquanto não desterrardes vossos ídolos? Não vos enganeis: de Deus não se zomba. Ele não habitará em um coração dividido. Enquanto, pois, acolherdes Dalila em vosso seio, Ele não terá lugar aí”.2
Wesley enumera e dá nomes ao pecado interior: “ ... qualquer sentimento, paixão ou afeição pecaminosos, tais como o orgulho, a obstinação, o amor ao mundo, de qualquer espécie ou grau, tais como, a cobiça, a ira e a queixa ...”.3
Wesley deixa claro que depois que a pessoa é justificada, ou seja, perdoada por Deus pela fé (Rm 5.1), há, em toda pessoa, dois princípios contrários: “a natureza e a graça, chamadas por S. Paulo a carne e o espírito” 4, por isso, ele enfatiza a necessidade dos crentes viverem em vigilância “contra a carne, o mundo e o diabo”.5
Essa luta contra o inimigo interior é constante, pois “a sua vontade não está totalmente submissa à vontade de Deus. Sabem que estão nele, mas os seus corações estão prontos a desertar; têm uma tendência para o mal em muitos dos seus aspectos e a voltar as costas ao bem”.6
Aos que ensinavam o contrário desta doutrina em seu tempo, trazendo muitos males às pessoas, Wesley fala do perigo: “Eliminam a nossa vigilância contra a nossa natureza má e contra a Dalila que ainda reside no nosso íntimo, embora os partidários dessa doutrina digam que ela já se foi. Ela destrói o escudo dos crentes fracos, priva-os da sua fé e dessa maneira deixa-os expostos aos assaltos do mundo, da carne e do diabo”.7
Ele diz que devemos manter a sã doutrina dada aos santos e transmitida por meio da palavra escrita. Wesley alerta: “Embora sejamos renovados, lavados, purificados e santificados, no momento em que verdadeiramente cremos em Cristo, não somos totalmente, pois, a carne e a natureza má, embora vencidas, ainda continuam e guerreiam contra o Espírito”.8 Essa tendência ruim já era denunciada pelo Senhor no passado: “Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; se é concitado a dirigir-se acima, ninguém o faz.” (Os 11.7). Diz mais: “Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença ...” (Os 11.2).
Contudo, o Senhor quer nos resgatar, quer nos restaurar, quer “sarar a Israel” (Os 7.1), quer curar a nossa alma.
Wesley diz que somos livres da culpa e do poder do pecado, mas não da sua essência, pois a carne luta contra o Espírito. Quando alguém argumenta que os cristãos só chegarão à Jerusalém Celeste se estiverem puros pois lá nada de impuro pode penetrar (Hb 12.22,23), Wesley responde: “E eles são do mesmo modo santos e sem manchas, enquanto andam segundo o Espírito, embora sentindo que, ao lado do bem, outro princípio há neles, sendo os dois contrários um ao outro”.9
Nós somos reconciliados com Deus e a carne é posta debaixo de nossos pés, mas ela ainda existe e é inimizade contra Deus. Apesar de termos crucificado a carne, ela permanece e sempre luta por se desprender dos braços da cruz.
É verdade que Cristo deu-se a si mesmo para que a Igreja fosse santa e sem defeito. “Assim será no fim, mas nunca chegou a sê-lo, desde seu começo até este dia”.10
Enfim, aquele que nasceu de novo e anda no Espírito tem o pecado subjugado, apesar dele ainda permanecer. Devemos vigiar e caminhar para a inteira santificação, pois só assim teremos vitória constante sobre a Dalila, sobre a Jezabel que nos instiga para o mal (1Rs 21.25).[3]
A necessidade da cura
da alma
Wesley fala da necessidade da cura da alma, da eliminação do poder da Dalila sobre nós. Ele usa várias expressões: “defeitos internos”, “pecado interior” etc. Para ele, o pecado é uma doença, por isso a expressão “cura” para falar sobre o pecado.
Para quem pensa que não tem nenhum problema interior, ele faz uma pergunta: “Mas não podem eles encontrar defeitos internos sem número além daquelas omissões exteriores? Defeitos de toda espécie: não têm o amor que é devido ao próximo ...”.1
Quem está tão longe de Deus não percebe o estado doentio de sua alma. Por isso, Wesley deixa claro que quanto mais nos aproximarmos do Senhor, mais teremos consciência daquilo que precisamos mudar. Diz ele: “Quanto mais crescemos na graça, mais sentimos o estado desesperadamente iníquo do nosso coração. Quanto mais avançamos no conhecimento e no amor de Deus através de nosso Senhor Jesus Cristo (...) mais conhecemos o nosso afastamento de Deus, a inimizade que existe em nossa mente carnal e a necessidade de sermos inteiramente renovados em justiça e em verdadeira santidade”.2
Assim, a ministração de cura interior é tanto para não crentes, como para pessoas consideradas maduras espiritualmente. O objetivo final da ministração é “curar integralmente e restaurar a personalidade, levando ao exercício pleno das nossas potencialidades, motivando para a busca da auto realização por meio da comunhão com Deus e o próximo”.3
Sim, nós desejamos com a ministração que a pessoa tenha comunhão com Deus e com o próximo num amor de doação; segurança e capacidade de assumir compromissos e responder por eles; aceitação de si próprio sem supervalorização, nem depreciação; capacidade para estar aberto a Deus para ser um instrumento para mudar o mundo.
Wesley ainda fala de “defeito de caráter”. Ele diz que a alma, enquanto estiver ligada ao corpo, não poderá pensar sem o auxílio dos órgãos corporais. E “sendo estes órgãos imperfeitos, estamos sujeitos a erros especulativos e práticos (...) . Sim, e um erro pode fazer com que eu ame um bom homem menos do que eu devia, o que é um defeito de caráter”.Ele ainda fala que Satanás não perderá a oportunidade de nos jogar contra Deus, usando toda a sua sabedoria e força, para, numa hora de descuido, nos trazer descontentamento, impaciência e inveja de outros.
Wesley diz que o pecado permanece dentro do coração daqueles que creem. “Ele não reina, mas permanece”.4
Ele cita exemplos: “Pois aquele que imaginou que todos os pecados tinham desaparecido, ainda sente que há orgulho no seu coração. Está convencido de que tem atribuído mais importância a si mesmo do que devia em muitos aspectos, e de que gostou do louvor que recebeu ...”.5 Isso inclui aqueles que foram regenerados, pois o novo nascimento não é ainda santificação, santidade, perfeição cristã. No novo nascimento, é iniciado um processo de santificação.
Wesley diz que “onde menos suspeitamos, encontramos um pouco de orgulho ou de obstinação, de descrença ou de idolatria ...”.6
Quem poderia pensar que Pedro tivesse algum pecado? Afinal, ele havia sido cheio do Espírito e realizado curas e milagres após o Pentecostes. Mas, um belo dia em que jejuava e orava, o Espírito do Senhor revelou que ele tinha em seu coração preconceito e que deveria mudar (Cf. At 10.9-16). É o Espírito quem nos convence do pecado. Por isso, nas ministrações, pedimos ao Espírito que revele, que traga à memória aquilo que precisa ser mudado, curado.
Sempre pedimos que Jesus realize a
cura. É Ele quem pode fazer isso. O ministrante não pode fazer. Ele é apenas um
canal, um instrumento nas mãos do Senhor.
A necessidade da
inteira santificação
Entendemos, então, que precisamos nos livrar da “Dalila” que está dentro de nós. Só assim o Senhor poderá habitar em nossos corações.
Wesley entendia que isso poderia acontecer na nossa existência aqui na terra pela inteira santificação, santificação completa ou perfeição cristã. Sem a inteira santificação é impossível ser salvo de todo pecado.
Wesley cita vários versículos para fundamentar sua palavra: “Ele remirá a Israel de todos os seus pecados” (Sl 130.8); “... de todas as vossas iniquidades e de todos os vossos ídolos vos limparei.” (Ez 36.25); Tendo estas promessas, “purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2Co 7.1); “O Senhor teu Deus circundará o teu coração, e o coração da tua descendência, para amares ao Senhor teu Deus de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas.” (Dt 30.6).
Por fim, ele cita 1 Tessalonicenses 5.23: “O mesmo Deus da paz vos santifique totalmente, e rogo a Deus para que todo o vosso espírito, alma e corpo sejam preservados irrepreensíveis até a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Aqui há expressões como “toda impureza”, “todos os seus pecados”, “santifique totalmente”. É preciso estar convencido da profunda corrupção do coração para que haja preocupação com a santificação completa, diz Wesley.
Esta santificação completa não exclui erros humanos. Ela não torna o ser humano um Deus infalível: “Creio que não existe perfeição nesta vida que exclua essas transgressões involuntárias, as quais penso serem naturalmente consequência da ignorância e dos erros inseparáveis da mortalidade”.1 Não há perfeição absoluta na terra. “Um cristão é perfeito a ponto de não cometer pecado”.2
O cristão será perfeito como o seu Mestre e o Mestre era isento de todos os sentimentos pecaminosos.
Como afirma David Seamands em seu
livro A cura das memórias: “O objetivo final não é simplesmente aliviar
a dor do passado ou algum nível de sanidade mental e emocional, mas o
crescimento à semelhança de Cristo e uma obra de amadurecimento na santificação
e verdadeira santidade”.
Ele responde: “... aquele em quem existe a mente que houve em Cristo e que anda como Cristo andou; que foi lavado de todas as impurezas da carne e do espírito; aquele que não é motivo de tropeço para os outros, e aquele que não comete pecado, (...) aquele a quem Deus santificou totalmente o corpo, a alma e o espírito, aquele que anda na luz como Ele está na luz, não há nenhuma treva, tendo sido lavado de todo pecado pelo sangue de Jesus Cristo, Seu Filho”.3
Wesley ainda diz: “A sua alma é realmente toda amor, cheia de entranhas de misericórdia, bondade, mansidão, magnanimidade e tolerância. A sua vida está de acordo com estas qualidades, cheia de obras de fé, da paciência, de esperança e da obra do amor. Tudo quanto faz, quer em palavras, quer em atos, ele o faz em nome, no amor e no poder do Senhor Jesus”.4
Em seu diário, Wesley cita exemplos de pessoas que receberam a bênção, como ele também chama, a inteira santificação. Ele conta a experiência do Sr. Fugill que, numa noite após buscar a Deus, experimentou a bênção. E foi na hora da pregação.
Diz esse senhor: “... meu coração se enchia mais e mais, até não mais poder. Queria eu estar a sós, para derramar meu coração perante Deus; e, quando cheguei à casa, não podia fazer outra coisa senão louvar e agradecer a Deus. Desde aquele momento, não tenho sentido mais nada a não ser amor; sem pecado de espécie alguma. E espero nunca mais pecar, nem ofender a Deus”.5
Os que foram justificados e nasceram de novo não podem deixar de procurar crescer espiritualmente, não podem deixar de se santificar, pois há ainda no crente a natureza má que luta contra o espírito.
Os que ensinam o contrário disso, diz Wesley, trazem as piores consequências: “Ela suprime toda vigilância sobre nossa natureza pecaminosa, sobre a Dalila que nos disseram ter-se ido, embora ela ainda repouse contra nosso peito”.6 Por isso ele ainda diz: “Tanto quanto possível, usemos de toda diligência no 'combater o bom combate da fé'. Cada vez mais ativamente, 'vigiemos e oremos' contra o inimigo interior”.7
Ele ainda diz para tomarmos toda armadura de Deus para que, quando lutarmos contra a carne e o sangue e também os “principados, poderes e espíritos depravados nos lugares elevados, possamos 'estar firmes no dia mau', e, tendo feito tudo, permanecermos firmes na fé”.8
Enfim, devemos ter consciência de que precisamos sempre caminhar para a inteira santificação. Só assim teremos poder sobre a “Dalila” que teima em ficar repousando contra o nosso peito.
Em Hebreus 3.13, há uma orientação neste sentido: “... exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”. Adiante diz: “Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito” (Hb 6.1).[5]
Referências
bibliográficas
BURTNER, Robert - CHILES, Robert. Coletânea da Teologia de João Wesley, São Paulo, Imprensa Metodista, 1960.
CHAVES, Odilon. Passos para uma Cura Interior Plena, Rio de Janeiro, 1994.
ENSLEY, Francis Gerald. João Wesley, o Evangelista, São Paulo, Imprensa Metodista, 1960.
JONES, Stanley. Enfermidades, Curas e o Espírito Santo, São Paulo, Setor Gráfico do IMS, 1989.
MORAES, Renate Jost de. As Chaves do Inconsciente. Rio de Janeiro, Editora Agir, 1985.
WESLEY, João. As Marcas de um Metodista, São Paulo, Imprensa Metodista.
WESLEY, João. Sermões de Wesley, Vol. I, São Paulo, Imprensa Metodista, 1953.
WESLEY, João. Sermões de Wesley, Vol. II, São Paulo, Imprensa Metodista, 1981.
WESLEY, João. Trechos do Diário de João
Wesley, São Paulo, Imprensa Metodista, 1965
[1] 1- WESLEY, João. Sermões de Wesley, Vol. I, p. 388.
2- Idem, p. 390.
3- Idem, p. 392.
4- JONES, Stanley. Enfermidades, Curas e o Espírito Santo, p.26.
5- WESLEY, João . Vol. I, p. 351.
6- WESLEY, João. Vol. II, op. cit. p. 375.
7- Idem.
8, 9- Ibidem
[2] 1 - WESLEY, João. Vol. I, op. cit. p. 264.
2 - Idem.
3 - Idem, p. 265.
4 - Idem, p. 267.
5 - JONES, Stanley, op. cit. p. 20.
6 - BURTNER, Robert - CHILES, Robert. Coletânea
da
Teologia de João Wesley, p. 213.
7 - Idem, p. 210.
[3] 1 - WESLEY, João. Vol. I, op. cit. p. 270.
2 - WESLEY, João. Vol. II,
op. cit. p. p. 413-414.
3 - BURTNER, Robert -
CHILES, Robert, op. cit. p. 132.
4 - Idem, p. 178.
5 - Idem.
6 - Idem.
7 - Idem, p. 179.
8 - Idem.
9 - WESLEY, João. Vol. I,
op. cit. p. 266.
10 - Idem, p. 267
[4]1 - BURTNER, Robert - CHILES, Robert. op. cit. p. 180
2 - Idem.
3 - Folheto de Cura Interior da Igreja
Metodista do Jardim Botânico produzido por Odilon Chaves.
4 - BURTNER, Robert - CHILES, Robert. op. cit. p. 182.
5 - Idem, p. 184.
6 - Idem, p. 186.
[5] 1 - BURTNER, Robert - CHILES, Robert. op. cit. p. 213.
2 - Idem, p. 218.
3 - Idem, p. 210.
4 - Idem.
5 - WESLEY, João. Trechos do Diário de João
Wesley, p. 127.
6 - WESLEY, João, Vol. I op. cit. p. 270.
7-
WESLEY, João, Sermões de Wesley,
p. 271.
8- Idem,
p. 271
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