Perseguição política,
De Wesley aos nossos dias
Metodistas que sofreram perseguição política
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Copyright © 2025, Odilon Massolar
Chaves
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autor.
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Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de
19 de fevereiro de 1998.
Livros publicados na Biblioteca Digital
Wesleyana: 613
Livros publicados pelo autor: 684
Tradutor: Google
Toda gloria a Deus!
Odilon Massolar Chaves é pastor
metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista
de São Paulo.
É casado com RoseMary. Tem duas filhas:
Liliana e Luciana.
Sua tese tratou sobre o avivamento
metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma
para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista
e coordenador de Curso de Teologia.
Declaração de direitos autorais:
Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica
que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.
Rio de Janeiro – Brasil
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Índice
· Introdução
· Destaques dos capítulos do livro
· A posição política da família
Wesley
· Perseguição ao metodismo na Ilha
de Jersey
· Palatinos na América e a questão
política
· Palatinos na América e a questão
política
· Missionário preso no Brasil por
defender a Democracia e República
· Da prisão ao Prêmio Nobel da Paz
e à presidência da África do Sul
· Do exílio ao Prêmio Nobel da Paz
e à presidência da Libéria
· Da prisão ao Prêmio Nobel da Paz
· Da prisão e exílio à presidência
e herói de Angola
· Preso político evangeliza 700
prisioneiros no Congo
· O exílio do General e Embaixador
da Costa do Marfim
· O mestre da liberdade na Itália
fascista
· Os mártires de Tolpuddle
· Do exílio à presidente do
Congresso Nacional Africano
· Notável líder e mártir em Angola
· Pioneiro do metodismo wesleyano
em Moçambique foi preso e deportado
· Do exilio a Bispo e
Vice-Presidente da Libéria
· Estabeleceu o governo no exílio
em Taiwan
· Convertido na prisão se torna
presidente da Coreia do Sul
· Bispo preso por lutar pelos
direitos humanos
· Crucificado por ter o caráter de
Cristo
· Mártires pelo testemunho de
Jesus
· O mártir na Bulgária que perdoou
seus perseguidores
· Jurista, patriota e mártir das
Filipinas na 2ª Guerra Mundial
· O mártir da Estônia que pregava
em diversas línguas
· A Joana d’Arc que enfrentou os
japoneses na Coreia
· A menina arisca que enfrentou a
ditadura
· Sobrevivendo à tortura na Coreia
do Norte
· Mãe do Movimento dos Direitos
Civis dos dias atuais
· Preso por se opor ao domínio
português em Angola
· O bispo que impediu o metodismo
de fechar as portas em Cuba
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Introdução
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“Perseguição política, De Wesley aos nossos dias” é um livro
de 77 páginas sobre metodistas que sofreram perseguição politica desde o tempo
de Wesley.
Mas o que é perseguição política?
“Perseguição política refere-se à prática de hostilizar
ou oprimir indivíduos ou grupos com base em suas opiniões, crenças ou
atividades políticas. Essa perseguição pode ser perpetrada por governos,
organizações, grupos ou indivíduos e geralmente visa silenciar, punir ou
eliminar a oposição política ou qualquer forma de dissidência. A perseguição
política pode assumir várias formas, incluindo, mas não se limitando a,
assédio, censura, detenção arbitrária, tortura, desaparecimentos forçados,
exílio forçado e
assassinato.”[1]
A perseguição
política procura intimidar, silenciar, punir ou eliminar.[2]
Especialmente, na África muitos metodistas precisaram ir para o exílio.
A maior parte, quando voltou, foi para ser vitorioso. Depois da prisão ou
exílio, três ganharam o Prêmio Nobel da Paz.
No Brasil, a primeira pessoa a ser perseguida e presa foi o missionário
Justos Henry Nelson. Seu jornal “O Apologista Cristão Brasileiro” defendia a
democracia, República, a separação entre a Igreja e o Estado, etc.
Nas décadas de sessenta e
setenta que os metodistas sofreram a maior perseguição no Brasil com a ditadura
militar.. Os perseguidos mais conhecidos foram Anivaldo
Padilha e Fred Morris. A história da “menina arisca” que enfrentou a ditadura é
contada aqui.
Mas a perseguição política no metodismo começou mesmo com Wesley e os
metodistas da Ilha Jersey.
Os iniciadores do metodismo na América tiveram que fugir para o Canadá.
Em Cuba, um bispo impediu a Igreja de fechar as portas diante da
perseguição.
O missionário Marion Way foi preso em Angola por se opor ao regime
português. Em 1962, Marion e sua esposa Anita foram enviados pela Junta de Ministérios
Globais como missionários no Instituto Central do Povo – ICP”, no Brasil, onde
serviram por mais de 50 anos.
Relatos de perseguição política em 20 países.
Histórias com conteúdo forte. Na maior parte, contudo, com final feliz.
O Autor
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Destaques dos capítulos do livro
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A posição política da família Wesley
O fato de Susanna Wesley ser uma jacobita provavelmente
levaram às pessoas a considerarem Wesley também como partidário dos Stuarts
Perseguição ao metodismo em Jersey
Nessa época, as Ilhas do Canal eram na linha de
frente no confronto entre a Grã-Bretanha e a França. Os exercícios militares
foram frequentemente realizados aos domingos, e o povo metodista se opôs a isso
por motivos de consciência”
Palatinos na América e a questão política
“Por razões políticas, mudou-se com a família para
Montreal (1774); quando o marido recebeu uma concessão de terras para seu
serviço militar em Maitland, perto de agosto, no Alto Canadá, ela e a família
se mudaram e permaneceram lá pelo resto de suas vidas (1785)”
Missionário
preso no Brasil por defender a Democracia e República
O “Apologista
Christão Brazileiro” defendeu a democracia, republica e a separação entre
Igreja e Estado. Sua ousadia provocou perseguições
Da prisão ao Prêmio Nobel da Paz
e à presidência da África do Sul
Depois
que saiu da prisão, acabou com a segregação racial, tornando-se o primeiro
presidente negro da África do Sul (1994-1999).
Do exílio
ao Prêmio Nobel da Paz e à
presidência da Libéria
Em 1985, foi candidata ao Senado e criticou o regime militar, o que lhe
valeu uma condenação de dez anos de prisão. Depois da passagem pela cadeia,
viveu no exílio até 1997, quando regressou à Libéria como economista do Banco
Mundial e do Citibank na África.
Da prisão
ao Prêmio Nobel da Paz
Em
1960, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, por seu papel não violento contra o
apartheid. Ele não apoiou a violência porque sua carreira política estava
fundamentada em sua fé. Era frequentemente preso por suas atividades
antiapartheid
Da prisão e
exílio à presidência e herói de Angola
Envolvido
em atividades políticas, foi preso em 1951. Denunciou e lutou contra a opressão
do povo angolano sob o jugo do colonialismo português
Preso
político evangeliza 700 prisioneiros no Congo
Ele trouxe
estabilidade ao país, mas quer mudar a constituição para se manter no poder.
Veno Kiboko se opôs a revisão da Constituição. Por isso, foi preso em 29 de
dezembro de 2014 pelo serviço secreto do país e colocado na prisão Makala
O exílio do General e Embaixador
da Costa do Marfim
Na
crise política de 2010-2011, pediu asilo à Embaixada da África do Sul. Depois,
foi reintegrado às Forças Armadas.
O mestre da
liberdade na Itália fascista
Em 24 de março de 1944, foi capturado
pela SS alemã e fascistas italianos. Esteve nos campos de Fossoli,
Bolzano e Mauthausen. Após vários meses de trabalho forçado e torturas, foi
hospitalizado no acampamento enfermaria Melk.
Os mártires de
Tolpuddle
Em 22 de fevereiro de 1834, foram denunciados por um fazendeiro e
considerados culpados de terem feito reuniões ilegais. Na prisão, tiraram as
roupas e rasparam a cabeça. O juiz os condenou a trabalhar sete anos para
fazendeiros na Austrália
Do exílio à presidente do
Congresso Nacional Africano
Voltou
à África do Sul em 1990, após 30 anos no exílio (1960-1990), e foi eleito
presidente do ANC.
Notável
líder e mártir em Angola
O reverendo Guilherme começou a ser vigiado pela PIDE “de perto e a
acompanhar cada um dos seus cultos dominicais, até que, no dia 22 de março de
1961, foi levado para Quibaxe, para nunca mais voltar”.
Pioneiro do metodismo wesleyano em Moçambique foi preso e deportado
Em 1895, foi denunciado
injustamente como colaborador dos chefes da resistência Ronga contra a
administração colonial portuguesa.
Foi preso e deportado para Cabo Verde. Com a pressão de metodistas britânicos foi libertado
Do exilio a
Bispo e Vice-Presidente da Libéria
Warner se tornou o 25º
vice-presidente de seu país em 1977.
Três anos depois, em 1980,
com o golpe, obteve asilo político, que o governo dos EUA concedeu
Estabeleceu o
governo no exílio em Taiwan
Em 1949, os comunistas foram vitoriosos, estabelecendo a República
Popular da China. Chiang e suas forças armadas fugiram para Formosa (Taiwan) e
ele estabeleceu um governo no exílio por 25 anos
Convertido na
prisão se torna presidente da Coreia do Sul
Foi preso e acusado de sedição em 1899. Foi
torturado e condenado à prisão perpétua.
Bispo preso por lutar pelos direitos humanos
Em 1980, por causa de sua luta pelos direitos humanos, a junta militar na Bolívia mandou prendê-lo ficando cinco semanas. Foi liberado sob a condição dele deixar o país
Crucificado
por ter o caráter de Cristo
Foi um jardineiro, um metodista simples e muito
fervoroso. Foi prisioneiro dos japoneses na Tailândia durante a 2ª Guerra
Mundial
Mártires
pelo testemunho de Jesus
O reverendo Dong-Chul Kim (1899-1950),
que morreu em 1950, quando o partido comunista tomou o poder na Coreia. Muitos
outros foram mortos, entre eles os pastores metodistas coreanos Sug-Won Kim,
Gimyusun e Gimyijun.
O mártir na Bulgária que perdoou
seus perseguidores
A
oposição ao regime comunista o levou a ser preso em campos de prisioneiros pela
Rússia por 14 anos
Jurista,
patriota e mártir das Filipinas na 2ª Guerra Mundial
Na invasão japonesa nas Filipinas, em 1942, o presidente Manuel L. Quezon
foi para os EUA e nomeou José Abad Santos como presidente interino. Foi
capturado com seu filho, Jose Jr. (Pepito). Foi para o pelotão de fuzilamento
por não colaborar com os japoneses
O mártir da Estônia que pregava
em diversas línguas
Em
1941, passou a haver deportação em massa para a Sibéria, e três pastores
metodistas foram presos, inclusive Martin Prikask.
Ele
foi interrogado em 1941 e morto em 1942
A Joana d’Arc que enfrentou os japoneses na Coreia
Ambos os seus pais foram mortos a tiros pela polícia japonesa. Ela foi presa e sofreu tortura. Foi condenada a cinco anos de prisão
A menina arisca que enfrentou a
ditadura
Foi
presa em 1970 e torturada pelo Dops. Foi solta em 1971 e quando se preparava
para deixar o país foi presa novamente
Sobrevivendo
à tortura na Coreia do Norte
Foi capturado pelos norte-coreanos em 25 de junho de 1950, no primeiro dia da Guerra da Coreia. Foi acusado de ensinar uma “ideologia viciosa sobre um Deus que não existe”
Mãe do Movimento dos Direitos Civis dos dias atuais
A sua recusa em ceder o
lugar a um homem branco num ônibus foi um desafio às leis de segregação racial
(as leis Jim Crow), resultando na sua prisão e condenação, e posterior
aplicação de multas e um processo judicial para apelar da sua condenação
Preso por se opor ao domínio português em Angola
Marion foi preso por duas semanas sendo acusado de conspiração;
posteriormente foi transferido para Portugal onde permaneceu durante três meses
sem acusação formal. Foi liberto e expulso do país
O bispo que impediu o metodismo de fechar as portas em Cuba
Apesar de toda a opressão, o metodismo
permaneceu vivo. Armando viu que a Igreja precisava de um pastor e decidiu
ficar em Cuba. Pediu que as portas dos templos ficassem abertas. Reagrupou e
restabeleceu a verdadeira Igreja.
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A posição
política da família Wesley
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O fato de Susanna Wesley ser uma jacobita provavelmente
levaram às pessoas a considerarem Wesley também como partidário dos Stuarts
Para alguns historiadores, “Samuel era um ferrenho Orangeman
(um defensor do usurpador Guilherme III de Orange, campeão das liberdades
protestantes); a teimosa, mas calma, Susana era jacobita, apoiadora do usurpado
Jaime II. Isso levou a inúmeras brigas, já que Susanna se recusava a dizer
"Amém" no final de qualquer oração diária que incluísse um apelo pelo
bem-estar do rei”.[3]
Afirmam ainda que Susanna tinha uma posição política bem
definida. Era da oposição e uma “jacobita inveterada, considerava o Príncipe de
Orange um usurpador.[4]
O que é jacobitismo?
“O termo jacobitismo refere-se a um movimento
político ocorrido nos séculos XVII e XVIII que visava uma restauração
monárquica da Casa Stuart nos reinos de Inglaterra e Escócia. A nomenclatura é
uma derivação de “Iocubus”, versão latina do nome do rei James II, deposto
pela Revolução Gloriosa em 1688”.[5]
O rei James Stuart fugiu para a França na esperança de voltar
ao poder na Inglaterra ocupado pelo Príncipe Guilherme de Orange. Seus
partidários passaram a ser chamados de “jabobitas”.
Para o historiador metodista Richard Heitzenhater, “Samuel e
Susana Wesley, pais de João e Carlos Wesley, foram leais à coroa inglesa,
portanto, apoiavam o partido Tory. Wesley seguiu aos seus pais,[6] embora a sua consciência
social o levasse à atitudes contrárias ao partido Tory em relação à
liberdade religiosa, à guerra, ao
contrabando, à escravidão, à produção e comércio de bebidas”.[7]
Wesley foi fiel ao Rei.
Na tentativa de restauração da dinastia Stuart,[8] houve um episódio
envolvendo os irmãos Wesley. Rumores
indicavam uma ligação deles com o pretendente à coroa, o Príncipe Charles, o
Belo, que estava na França. Eram
suspeitos de serem Jacobitas, partidários de Stuart. E isso significava ser
perseguido e agredido violentamente por parte do povo.[9]
Em alguns lugares, Wesley teve dificuldade de pregar por
causa dessa questão.
Com suas pregações, Wesley estaria preparando o caminho para
a volta da família Stuarts, que estava na França.
O historiador metodista Glen Williamson, no seu livro
“Susanna”, afirmou: “Susanna, cujas
simpatias sempre se voltaram para os Stuarts, suplantados por Guilherme e sua
rainha em 1688, era uma jacobita confirmada. Para ela, o príncipe de Orange era
um usurpador da coroa.” [10]
Isso teria trazido dificuldades no seu relacionamento com seu
marido Samuel Wesley. Segundo historiadores, eles se separaram por um bom
tempo.
Há uma história que se conta sobre Susanna e Samuel sobre a
questão política:
“A separação se deu a que Susanna se negou a dizer ‘Amem’
quando Samuel orava por seu rei: Guilherme de Orange.”[11]
“Mais tarde, em seu
escritório, Samuel repreendeu-a severamente, porém, ela sustentou sua posição.
- Se for esse o caso – clamou ele – devemos separar-nos. Se
tivermos dois reis, precisaremos ter duas camas!”[12]
E Samuel saiu em seu cavalo prometendo não mais voltar, se
ela não mudasse sua opinião. E Susanna não mudou.
“Samuel partiu para Londres como fiscal da Convocação por um
ano. Ele voltou em 1702, quando a Rainha Anne, a quem ambos reconheciam como a
soberana legítima, subiu ao trono”.[13]
Carlos Wesley foi acusado de orar para que o Senhor trouxesse
de volta o Príncipe banido. Ele foi inocentado pela justiça e aproveitou para
demonstrar sua lealdade à coroa. [14]
Quando o príncipe Charles invadiu a Escócia, em 1745, Wesley
foi para Newcastle, Inglaterra. para ficar junto ao seu povo.
“O levante jacobita de 1745 foi uma tentativa de Charles Edward Stuart de recuperar o trono britânico para seu pai, James Francis Edward Stuart. Ocorreu durante a Guerra da Sucessão Austríaca, quando a maior parte do Exército Britânico estava lutando
na Europa continental, e provou ser a última de uma série de
revoltas que começaram em março de 1689, com grandes surtos
em 1715 e 1719”.[15]
Nesse momento, “Wesley achou melhor escrever ao rei, em nome
dos metodistas, uma mensagem de lealdade (...).”[16]
Wesley “(...) em contato com o prefeito e afirmou seu leal
apoio, declarando com clareza: 'Eu exorto todos os que me ouvem a fazerem o
mesmo, e em suas diversas situações a se manifestarem como súditos leais que,
enquanto temerem a Deus, não poderão honrar senão ao rei.”[17]
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Perseguição ao metodismo em
Jersey
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Nessa época, as Ilhas do Canal
eram na linha de frente no confronto entre a Grã-Bretanha e a França. Os
exercícios militares foram frequentemente realizados aos domingos, e o povo
metodista se opôs a isso por motivos de consciência”
Jersey é a ilha do canal da
Mancha mais perto da França.
O metodismo chegou a Jersey em
1774 através de dois pescadores de bacalhau.[18] Logo soldados metodistas se uniram aos pregadores.
“Soldados metodistas
estacionados com o Regimento de língua inglesa em Jersey, juntaram-se a esses
novos convertidos e suas famílias para formar a primeira Sociedade. John Wesley
enviou Robert Carr Brackenbury, escudeiro de Raithby, Lincolnshire para eles em
1783 como o primeiro missionário metodista para as Ilhas do Canal. O Rev. Dr. Thomas Coke logo se seguiu”.[19]
Perseguições aos metodistas
“O metodismo, no entanto, não se
espalhou sem contestação, e a perseguição era comum com ataques pessoais e
vandalismo de propriedade. A objeção de consciência à realização de exercícios
de milícia no sábado também levou a penalidades, até que o rei Jorge III
interveio para que as crenças dos ilhéus metodistas fossem respeitadas”. [20]
“Os membros se reuniram em um
galpão no quintal de Les Vaux, a casa de François Jeune (cujo neto se tornou
decano de Jersey e mais tarde bispo de Peterborough). Este local de encontro
era frequentemente atacado pela multidão e até foram feitas tentativas de
destruir a casa. [21]
A perseverança e dedicação dos
Jeunes
“A multidão, endurecida sem
dúvida pela experiência em corsários, chegou com paus, espadas e garfos ao som
de tambores, pífanos e trombetas”
Os Jeunes deram uma grande
contribuição à causa do Reino de Deus e do metodismo. Eles “emprestaram um
galpão em sua casa em Les Vaux em St Aubin e o equiparam com um púlpito e
bancos. Em uma ocasião tiros foram disparados através de uma janela, em outra a
multidão, endurecida sem dúvida pela experiência em corsários, chegou com paus,
espadas e garfos ao som de tambores, pífanos e trombetas. Em uma ocasião,
púlpito e bancos foram levados até o porto e amarrados às mortalhas das
embarcações; mas os Jeunes perseveraram”. [22]
Quem são os Jeunes?
“Os Jeunes eram uma família
huguenote francesa e se estabeleceram em Jersey durante o reinado de Isabel I.
Eles foram os primeiros apoiadores do movimento metodista e o avô de François,
François, providenciou um galpão em seu quintal como ponto de encontro. Seu avô
e avó foram como missionários para as Índias Ocidentais, deixando seu filho em
Jersey, onde ele era moleiro. Suas convicções religiosas o impediam de fazer
exercícios de milícia aos domingos, o que o levou a ser condenado a oito dias
de confinamento solitário a pão e água”.[23]
Exercícios de milícias
“Conta-se a história de que um
dia, em 1786, ele atravessou as areias de St Helier a St Aubin com Brackenbury
e passou um tempo considerável lá, tentando superar a feroz oposição à causa
metodista.” [24]
Oposição violenta
Por ser a ilha do Canal da
Mancha mais perto da França, havia uma preparação em Jersey com milicianos para
defender a ilha em caso de invasão francesa.
Havia um conflito entre França e
Inglaterra. Um dos conflitos foi a Guerra dos Sete Anos (1756-1763).
“As Guerras Napoleónicas (1792-1815), que se
estenderam até a derrota de Napoleão, foram a fase final da Segunda Guerra dos Cem Anos, um
período contínuo de batalhas entre os dois países que durou mais de um século,
com o propósito de determinar a supremacia na Europa e no mundo”. [25]
A oposição ao metodismo se tornou
mais violenta quando o pregador metodista Adam Clarke “convenceu os metodistas
a não fazerem treinamento militar aos domingos. Os exercícios eram realizados
todos os domingos após o serviço matinal”. [26]
Os que haviam se tornado
metodistas acreditavam que não deveriam ser forçados a trabalhar no “sábado”
(domingo).
Banido de Jersey
“François Jeune foi banido da
ilha por três anos. Em 1798, seu filho foi preso com outros leigos, e dois
ministros também foram banidos”. [27]
“Os metodistas se reuniram na
casa um do outro”
“Em outubro de 1798, os Estados
aprovaram uma lei banindo todos os milicianos que se ausentassem dos
exercícios. Eles fecharam a casa de reuniões na 22 King Street, mas os
metodistas se reuniram na casa um do outro, e depois reabriram a 22 KIng Street
com base no fato de que era propriedade privada”. [28]
A defesa de Thomas Coke
“Esse negócio absorveu meu tempo
quase dia e noite por cerca de dez semanas”
Thomas Coke “sempre foi alguém
que saiu em defesa dos perseguidos e isso é ilustrado por suas ações em apoio
aos metodistas em Jersey. Nessa época, as Ilhas do Canal eram na linha de
frente no confronto entre a Grã-Bretanha e a França. Os exercícios militares
foram frequentemente realizados aos domingos, e o povo metodista se opôs a isso
por motivos de consciência”. [29]
Usando todas habilidades
“Foi aprovada uma lei impondo o
banimento de qualquer que recusou o serviço militar dominical”
Thomas Coke “assumiu sua causa e
quando em 1798 foi aprovada uma lei impondo o banimento de qualquer que recusou
o serviço militar dominical, ele usou todas as suas habilidades de lobby para
buscar sua revogação. Assim, ele escreveu aos membros do Conselho Privado
‘Mesmo supondo que essas pessoas carreguem suas considerações do sábado um
pouco ao extremo, deveria uma companhia de homens leais para isso ser
perseguidos até a prisão, banimento e ruína - a qualquer momento, mas
especialmente quando há tantos inimigos nas entranhas do Império, desejando
destruí-lo'. A campanha deu frutos e o Projeto de Lei foi anulado. Esta foi uma
grande conquista e conseguido a um custo considerável. Como escreveu Coke,
“esse negócio absorveu meu tempo quase dia e noite por cerca de dez semanas”. [30]
Protesto metodista
“Apoiado por William
Wilberforce”
“Um influente deputado ao
Conselho Privado dos principais metodistas ingleses, apoiado por William
Wilberforce MP, e acompanhado por Pierre Le Sueur de Jersey protestou que,
embora os metodistas de Jersey estivessem dispostos a ser colocados na frente
da batalha em qualquer dia a qualquer hora, eles não poderiam ‘consistente com
seus pontos de vista e sentimentos, consentir em aprender os exercícios
militares ou simplesmente passar pelas evoluções militares no Dia do
Senhor".[31]
Metodistas foram autorizados
“O Conselho Privado se recusou a
apoiar a abordagem da mais alta dos Estados, a Lei foi rejeitada e os
metodistas foram autorizados a fazer seu exercício durante a semana”. [32]
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Palatinos
na América e a questão política
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“Por razões políticas, mudou-se com a família para
Montreal (1774); quando o marido recebeu uma concessão de terras para seu
serviço militar em Maitland, perto de agosto, no Alto Canadá, ela e a família
se mudaram e permaneceram lá pelo resto de suas vidas (1785)”
Dois importantes Palatinos metodistas emigraram para a América em 1760: Philip Embury e Barbara Heck.
Barbara Ruckle Heck (1734-1804) nasceu no condado de Limerick, Irlanda. Seus pais haviam fugido da perseguição religiosa na Alemanha e foram em 1709 para Limerick.
Ela se converteu aos 18 anos através da pregação de
João Wesley.
Em 1760, ela se casou com Paul Heck e partiu com um grupo de irlandeses para o Novo Mundo, estabelecendo-se na colônia de Nova York.
No grupo estava seu primo Philip Embury,
carpinteiro, que se converteu também por Wesley, na Irlanda, e que havia
recebido carta de pregador.
Mas eles se
acomodaram.
Um dia, “Barbara
Heck voltou para casa um dia, em 1766, para encontrar o marido Paul e as cartas
de baralho de algum amigo. Ela pegou a mochila, jogou-a no fogo e correu para a
casa de seu primo Philip Embury. Ele tinha sido um
pregador local em Ballingrane, e ela o exortou a começar a pregar
novamente, para que todas as suas almas não se perdessem”. [33]
Ele “pregou o primeiro sermão metodista em Nova York para uma congregação cuja tradição diz que é composta por sua esposa Margaret, os Hecks, outro palatino irlandês John Lawrence e a serva afro-americana de Embury, Betsy”.[34]
Barbara Heck é considerada a mãe do metodismo na
América.
Palatinos na
américa e Canadá
“Em 1770, alguns
dos Palatinos de Nova York, novamente liderados por Philip Embury, mudaram-se
para o Vale de Camden, no que é hoje a fronteira do estado de Nova
York/Vermont, quase 300 km ao norte da cidade de Nova York. Quando a Guerra da
Independência Americana eclodiu, a maioria deles tomou o lado britânico. Foram
os britânicos que tiveram pena de seus antepassados setenta anos antes e lhes
deram refúgio da fome, e eles mantiveram um sentimento de gratidão”. [35]
Muitos dos
metodistas Palatinos que emigraram da Irlanda para a América foram para o
Canadá.
Quando a Guerra Revolucionária Americana estourou, Paul
Heck pegou em armas para lutar pelos britânicos. Sua fazenda, em Vermont, foi
confiscada e eles fugiram para Montreal, em 1783.
“Por razões políticas, mudou-se com a família para
Montreal (1774); quando o marido recebeu uma concessão de terras para seu
serviço militar em Maitland, perto de agosto, no Alto Canadá, ela e a família
se mudaram e permaneceram lá pelo resto de suas vidas (1785)”.[36]
A família recebeu uma doação de terras em Maynard
onde realizaram a primeira classe metodista em sua pequena cabana na floresta.
Em 1817, Samuel, filho de Barbara, foi ordenado
diácono na capela metodista em Elizabethtown.[37]
Barbara Heck teve
um papel importante no estabelecimento do metodismo no Canadá.
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Missionário
preso no Brasil por defender a Democracia e República
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O “Apologista Christão Brazileiro” defendeu a democracia,
republica e a separação entre Igreja e Estado. Sua ousadia provocou
perseguições
Justus Henry Nelson nasceu em
22 de dezembro (1850-1937) em Menomonee Falls, Winsconsin, EUA. Seus pais eram
fazendeiros e metodistas.
“Sua família era bem grande, e compreendia seus pais,
James Hervey Nelson e Sarah Orelup Nelson juntamente com seus 9 irmãos, 6
meninos e 3 meninas, Nelson era o 2º dos 9”.[38]
Justus decidiu ser pastor. “Aos 18 anos, ele frequentou
o Seminário de Evansville, aos 21 anos frequentou a Lawrence University”.[39]
Justus "estudou teologia por quatro anos na Universidade de Boston,
pegando emprestado $ 120 do primo Nelson Ladue e ganhou o resto pregando".[40]
Ele se formou em 1879.
Ele “conheceu Fannie Bishop Capen em Boston,
nascida em Stoughton, Massachusetts, em 1852. Eles se casaram em 13 de abril de 1880, em Stoughton”.[41]
Justus Nelson “se alistou na Missão Episcopal da Igreja
Metodista por intermédio de William Taylor que estava recrutando missionários
que serviriam de forma autônoma. Enquanto aguardava o resultado, sentiu a
necessidade de se aprimorar em curso que lhe desse autonomia para ajudar
pessoas na área da saúde. Foi assim que ingressou e estudou na Boston
University School of Medicina, lá se preparou como enfermeiro e dentista para
melhor atender às necessidades do povo que vivia nos locais para onde seria
destinado”.[42]
No dia 19 de junho de 1880, juntamente com sua esposa e
o bispo William Taylor, desembarcaram
no porto de Belém do Pará.
Ele chegou como um missionário autossustentável. Pelo seu próprio
trabalho, Justus Nelson se sustentou não dependendo financeiramente da Igreja.
Para seu sustento; ele logo começou a ministrar aulas de inglês.“A
partir de 27 de junho de 1880, iniciaram cultos em língua inglesa para
alguns estrangeiros residentes na cidade, e também abriram o Colégio Americano,
uma escola de ensino para as crianças brasileiras, em janeiro de 1881, tendo a Bíblia como livro de leitura”.[43]
Os cultos iniciais foram num armazém subalugado.[44]
O Colégio Americano, porém, fechou em 1882. “Missionários adicionais
eram necessários para ajudar em seu ensino. William Taylor enviou os irmãos de
Justus, John & Willet, a noiva de Willet - Hattie Batchelder (Nelson) e a
Srta. Clare Blunt. Pouco depois, o prédio da escola pegou fogo e dois membros
do grupo, John Nelson e Hattie Batchelder) morreram de febre amarela. Fannie
adoeceu com febre amarela, mas sobreviveu. Esta dupla tragédia fez com que a
escola fosse fechada”.[45]
Essa epidemia de febre amarela matou seu irmão John Nelson, sua cunhada
que era casada com seu outro irmão, e a professora Hattie Bacheldar.[46]
Apesar de todas essas lutas e perdas, Justus Nelson via o progresso da
obra de Deus. “Ainda no final de 1882, o pastor Justus Nelson foi convidado
para pregar o Evangelho em português na casa de Justiniano Rabelo Carvalho, na
Rua do Rosário, nº 40. E como o espaço ficou pequeno, o culto semanal passou a
ser realizado numa casa situada na Av. 29 de Agosto, nº 68, hoje, Av. Assis de
Vasconcelos. Foi nesta casa que o povo chamado metodista da Amazônia fundou a
Igreja Metodista Episcopal do Pará, testemunhando os desafios do Evangelho nas
calorosas terras paraenses”.[47]
Em 1883 foi celebrado um culto na Rua dos Mártires (atual Rua 28 de
Setembro, 28 de setembro), próxima à esquina da Av. 15 de agosto (atual Av.
Presidente Vargas).[48]
Assim, no dia 1º de julho de 1883 foi estabelecida a primeira Igreja
protestante na Bacia Amazônica - Igreja Metodista Episcopal do Pará.[49]
Nelson foi redator, escritor e tradutor de hinos. Escreveu muitos
artigos apologéticos. Traduziu muitos sermões de Wesley e escreveu artigos para
“O Apologista Christão Brazileiro”.
O seu lema era: "Saibamos e pratiquemos a verdade
custe o que custar." [50]
A publicação no jornal incluía lições da Escola
Dominical, artigos religiosos, etc. Justus lutou contra a idolatria, jogos de
azar, álcool, tabaco, etc.
O Apologista Christão Brazileiro” defendeu ainda a democracia, republica e a separação
entre Igreja e Estado. Sua ousadia provocou perseguições.[51]
“Em uma das primeiras edições, ele imprimiu itens que incitaram as
autoridades católicas locais. Esses funcionários tinham controle suficiente
sobre o governo local para prendê-lo. Ele foi julgado e condenado a quatro
semanas, mas cumpriu quatro meses. Enquanto ele estava preso, sua esposa Fannie
fazia suas refeições com medo de que ele fosse envenenado”.[52]
O jornal era inicialmente semanal. Depois passou a ser quinzenal e, por
fim, mensal. “Por suas críticas à Igreja Católica e a seus dogmas, com artigos
que foram considerados ofensivos, Nelson foi preso durante quatro meses,
em 1893. O jornal foi editado até o ano de partido
da família Nelson”.[53]
Eles tiveram cinco filhos, em Belém, um deles morreu de malária.
Aos 75 anos, no dia 08 de novembro de 1925, ele partiu de Belém para os
EUA com sua esposa Fannie e seus 4 filhos: William, Luther, Sarah Louise e
Elizabeth.
Enfim, o anseio de sua alma é revelado na letra do seu hino “O Exilado”:
“Da linda pátria estou bem longe
Cansado estou”.
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Da prisão ao Prêmio Nobel da Paz e à presidência da África
do Sul
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Depois
que saiu da prisão, acabou com a segregação racial, tornando-se o primeiro
presidente negro da África do Sul (1994-1999).
Nelson
Mandela (1918-2013) nasceu em Mvezo, Transkei, África do Sul.
Filho
da metodista Noqaphi Nosekeni e de Henry Gadla, descendente de Thembu, chefe de
um clã dos Xhosas.
Mandela
foi o primeiro da família a ter uma educação formal, na Escola Missionária
Wesleyana, perto de Qunu.
Ele
foi batizado na Igreja Metodista. O chefe Jongintaba e sua esposa se tornaram
tutores de Mandela quando o pai dele morreu.
Eles
eram cristãos devotos e levaram Mandela para frequentar a Clarkesbury School, a
mais antiga missão wesleyana em Thembuland.
Em
1939, Mandela foi para Healdstown, Faculdade Metodista em Fort Beaufort, onde
lecionou aulas bíblicas aos domingos junto com o metodista Oliver Tambo e morou
no dormitório Wesley House.
Em
1943, entrou para o Congresso Nacional Africano, que, em 1952, articulou a
resistência ao apartheid com a
Campanha do Desafio.
Em
1964, Mandela e toda a diretoria do Congresso Nacional Africano foram presos.
Mandela
sempre manteve ligação com a Igreja Metodista em toda a sua vida.
Ele
foi visitado por um capelão metodista durante sua prisão em Robben Island e
após sua libertação participou da Conferência Anual da Igreja Metodista da
África do Sul, em 1994, 1998 e 2001.
Casou-se
com a metodista Grace Machel, uma metodista de Moçambique.
No ano
de 2000, ganhou o Prêmio Metodista
Mundial da Paz. Em 1993, ganhou o
Prêmio Nobel da Paz.
Por
determinação da ONU, o Dia Internacional de Nelson Mandela passou a ser
celebrado desde 18 de julho de 2010, dia do seu aniversário.[54]
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Do exílio ao Prêmio Nobel da Paz e à presidência da
Libéria
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Em
1985, foi candidata ao Senado e criticou o regime militar, o que lhe valeu uma
condenação de dez anos de prisão. Depois da passagem pela cadeia, viveu no
exílio até 1997, quando regressou à Libéria como economista do Banco Mundial e
do Citibank na África.
Ellen Johnson Sirleaf
nasceu em Monróvia, na Libéria, em 1938. Seu avô era alemão e se
casou com uma mulher da área rural cujas avós eram liberianas indígenas.
Ellen se formou na
Faculdade de África Ocidental, um colégio da Igreja Metodista Unida. Ela é
bacharel em Ciências Contábeis da Universidade de Wisconsin, EUA. É formada em
economia pela Universidade do Colorado, EUA, e fez mestrado em Administração
Pública pela Universidade de Harvard, EUA.
Em 1985, foi candidata ao
Senado e criticou o regime militar, o que lhe valeu uma condenação de dez anos
de prisão. Depois da passagem pela cadeia, viveu no exílio até 1997, quando
regressou à Libéria como economista do Banco Mundial e do Citibank na África.
Foi eleita presidente da
Libéria em 2005 e, depois, reeleita em 2011. Foi presidente até 2018. Como
metodista, falou na Conferência Geral da Igreja Metodista Unida de 2008. Lutou
contra a corrupção e por profundas reformas institucionais na Libéria. Em 2007,
o presidente George W. Bush lhe concedeu a Medalha da Liberdade, a mais alta
condecoração civil dos EUA.
Ela é mãe de quatro
filhos. Foi a primeira mulher a ser eleita chefe de Estado de um país africano.
Ela fez da educação de meninas uma prioridade. Criou a Liberia Education Trust
e um ambicioso programa de formação de professores.
Ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2011 por seu
trabalho sobre os direitos das mulheres. Ela é chamada de “a dama de ferro da
Libéria”.[55]
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Da prisão ao Prêmio Nobel da Paz
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Em
1960, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, por seu papel não violento contra o
apartheid. Ele não apoiou a violência porque sua carreira política estava
fundamentada em sua fé. Era frequentemente preso por suas atividades
antiapartheid
Albert
John Luthuli (1898-1967) era também conhecido como Zulu. Ele nasceu na Rodésia
do Sul (Zimbábue) numa missão Adventista, Luthuli era filho de um missionário
que passou a maior parte dos últimos anos de sua vida nas missões entre os
Ndebele da Rodésia, hoje Zimbábue.
Depois
da morte do pai, mudou-se para a África do Sul.
Estudou numa instituição metodista em Edendale, concluindo o curso de
professor em 1917. Luthuli foi chefe tribal, professor e político da África do
Sul.
Foi confirmado na Igreja Metodista e se tornou pregador leigo. Ele também
foi muito ativo no trabalho missionário. A linguagem da Bíblia e princípios
cristãos afetaram profundamente seu estilo político e as crenças para o resto
de sua vida.
Foi presidente-geral do Congresso Nacional Africano a de dezembro de 1952
até sua morte em 1967.
Em
1960, recebeu o Prêmio Nobel da Paz,
por seu papel não violento contra o apartheid.
Ele não apoiou a violência porque sua carreira política estava fundamentada em
sua fé. Era frequentemente preso por suas atividades antiapartheid.
Em
1962, foi eleito reitor da Universidade de Glasgow pelos alunos, cargo que
exerceu até 1965.
Foi o
líder africano mais conhecido e respeitado de sua época. Em sua homenagem, hoje
é concedida a Ordem dos Luthuli, a
mais alta condecoração da África do Sul, a quem contribui para a democracia, os
direitos humanos, a justiça e a paz.[56]
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Da prisão e exílio à presidência
e herói de Angola
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Envolvido
em atividades políticas, foi preso em 1951. Denunciou e lutou contra a opressão
do povo angolano sob o jugo do colonialismo português
Agostinho
Neto (1922-1979) nasceu na aldeia de Kaxicane, região de Icolo e Bengo, Angola.
Seu pai Agostinho era pastor e professor da Igreja Metodista, e sua mãe, Maria
da Silva Neto, professora.
Foi
poeta, nacionalista e estadista. Aos 13 anos de idade, matriculou-se no Liceu
Salvador Correia. Foi membro ativo da Igreja Metodista. Cantou em coral.
Participou
da criação do Centro Evangélico da Juventude Angolana. Em 1947, foi para
Portugal, para a Faculdade de Medicina de Coimbra, com uma bolsa de estudos da
Igreja Metodista dos EUA. Envolvido em atividades políticas, foi preso em 1951.
Denunciou e lutou contra a opressão do povo angolano sob o jugo do colonialismo
português.
Preso
pela polícia do regime salazarista, fugiu da prisão em Cabo Verde, foi para o
exílio e assumiu a direção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)
durante a Guerra da Independência de Angola (1961-1974).
Como
vencedor, pelo MPLA, assumiu as funções de presidente da República em 1975 e
foi o primeiro presidente de Angola. No seu aniversário é comemorado o Dia
Nacional dos Heróis.
“A
Igreja Metodista participou ativamente na luta clandestina e armada de
libertação nacional por ter despertado o espírito nacionalista dos angolanos”.
Diversos pastores metodistas foram presos e mortos, como o reverendo Cristovão
Miguel da Silva, e Guias de Classe, como Homes Mucagi.
O
bispo José Quipungo de Angola se refere a Agostinho Neto como “o metodista de
sangue e de coração”.[57]
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Preso político evangeliza 700 prisioneiros no Congo
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Ele trouxe estabilidade ao país, mas quer mudar a
constituição para se manter no poder. Veno Kiboko se opôs a revisão da
Constituição. Por isso, foi preso em 29 de dezembro de 2014 pelo serviço
secreto do país e colocado na prisão Makala
Veno Kalembe Kiboko nasceu na República Democrática do Congo. Foi deputado nacional (2006-2011) e, em 2014, foi nomeado pelo bispo Kainda Katembo como evangelista leigo com autoridade de batizar.
Ele é empresário e presidente nacional da associação sócio-cultural "Lwanzo PTN Mikuba". O Congo tem vivido em turbulências.
O presidente Joseph Kabila assumiu o governo, em 2001, após o assassinato de seu pai, Laurent Kabila, que era presidente.
Ele trouxe estabilidade ao país, mas quer mudar a constituição para se manter no poder. Veno Kiboko se opôs a revisão da Constituição. Por isso, foi preso em 29 de dezembro de 2014 pelo serviço secreto do país e colocado na prisão Makala.
Posteriormente, foi para a prisão militar Ndolo.
Um tribunal condenou Veno Kiboko a três anos de prisão por "incitação ao ódio racial, tribalismo e propagação de rumores falsos". A Anistia Internacional o considerou um prisioneiro de consciência e pediu sua liberação incondicional.
Na prisão, Veno Kiboko evangelizou os prisioneiros. Em oito meses, mais de 700 fizeram sua profissão de fé e ele batizou mais de 300 pessoas.
A prisão na capital Kinshasa tem capacidade de receber de 2000 pessoas, mas abriga quase 8.000. A prisão só oferece comida para os 2000. Ajudado pela sua família, Vano Kiboko passou a levar semanalmente água e “refeições ágape” para a festa ágape.
Dois irmãos de Veno Kiboko são pastores da Igreja Metodistas Unida. Seu irmão, Rev. Kiboko, disse que Veno Kiboko batizou mais pessoas na prisão "do que eu tenho em meus 25 anos de ministério."
Ele é superintendente distrital na Conferência de Iowa. Sua irmã Revda. J. Kabamba Kiboko é membro da Conferência do Texas e atua no conselho judicial, o tribunal superior da Igreja Metodista Unida.
Eles se sentiram também presos com o irmão e não cessaram de buscar sua
libertação, o que aconteceu em 5 de maio de 2016, após dezesseis meses na
prisão.[58]
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O exílio do
General e Embaixador da Costa do Marfim
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Na
crise política de 2010-2011, pediu asilo à Embaixada da África do Sul. Depois,
foi reintegrado às Forças Armadas.
Philippe
Mangou nasceu em 1952, na Costa do Marfim. Filho do pastor metodista Francisco
Koutouan Mangou. Estudou Direito na Universidade de Cocody-Abidjan.
Entrou
para a escola das Forças Armadas em Bouaké em 1978. Teve formação em estratégia
militar e fez estágios na França em 1980 e 1991.
A
violenta política em seu país o levou a ser preso e torturado. Mesmo preso,
nunca parou de orar.
Ele
faz parte do conselho paroquial da Igreja Metodista. Perdoou seus carcereiros.
Foi
general e chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Costa do Marfim
(2004-2011).
É um
homem de fé. A Costa do Marfim vive em constante instabilidade política e em
conflito. Sua fé o ajuda a suportar o sofrimento e os desafios.
Recebeu
diversos prêmios, entre eles Oficial da
Ordem Nacional do Mérito, medalha de ouro e prata dos franceses e Medal of Miceci.
Em
maio de 2012, o tenente-general Philippe Mangou foi nomeado embaixador
extraordinário e plenipotenciário da Costa do Marfim para a República de Gabão.
Em
2015, Philippe afirmou aos jornalistas que não serve a um homem, mas, sim, à
Costa do Marfim.[59]
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O mestre da liberdade na Itália
fascista
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Em 24 de março
de 1944, foi capturado pela SS alemã e fascistas italianos.
Esteve nos campos de Fossoli, Bolzano e Mauthausen. Após vários meses de
trabalho forçado e torturas, foi hospitalizado no acampamento enfermaria Melk.
Jacopo Lombardini
(1892-1945) nasceu em Gragnana, Itália. Cresceu e foi educado numa família de
mineiros de mármore. Em 1915, entrou para o Partido Republicano. Estudou com
sacrifício financeiro e participou da 1ª Guerra Mundial como voluntário.
Na 2ª Guerra
Mundial, por causa de sua posição política antifascista, foi impedido de
trabalhar como professor. Foi para Turim e deu aulas particulares. Descobriu a
fé, em 1921, através de um grupo da Igreja Metodista.
Entre 1923-1924,
estudou Teologia na Faculdade Valdense de Roma. Ele não concluiu o curso, mas
se tornou um evangelista metodista, professor da Faculdade de Valdese Torre
Pellice e testemunha de Cristo campo de extermínio.
Em 24 de março
de 1944, foi capturado pela SS alemã e fascistas italianos.
Esteve nos campos de Fossoli, Bolzano e Mauthausen. Após vários meses de
trabalho forçado e torturas, foi hospitalizado no acampamento enfermaria Melk.
Foi um dos últimos
mártires da guerra. Foi morto numa câmara de gás no campo de extermínio de
Mauthausen, em 24 de abril de 1945, o dia da libertação da Itália do jugo
fascista e da ocupação alemã.
“A violência do
fascismo na Itália não foi apenas perseguição política, mas um elemento central
do seu movimento, que incluía a ação direta e a ilegitimidade da violência
política, a qual considerava ‘luta eterna’. A violência era usada para
eliminar opositores políticos, perseguir e eliminar indivíduos considerados
fracos ou "degenerados", como os judeus, e para estabelecer um
domínio autoritário e antiliberal, como visto na República
Social Italiana”. [60]
Em homenagem a
Jacopo Lombardini, Lorenzo Tibaldo escreveu o livro O andarilho da liberdade. Ele nunca usou armas. Recebeu a Medalha de Prata de Valor Militar, in memoriam. Em 1968, em Cinisello
Balsamo, foi fundado o Centro Cultural Jacopo Lombardini.
Em 2006, a mesma
cidade lhe concedeu O ouvido de ouro.
Era homem de fé,
cultura e patriota que amava a liberdade. No Dia Memorial do Holocausto, em
2015, foi apresentada a peça Jacopo Lombardini, um mestre da liberdade, patrocinada pelo Comitê
para a Proteção dos valores Valpellice da Resistência e da Constituição da
República. [61]
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Os mártires de Tolpuddle
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George Loveless (1797-1874) nasceu na aldeia
de Tolpuddle, em Dorset, Inglaterra, onde trabalhou como lavrador. Era
respeitado como líder comunitário e pregador wesleyano. Em 1834, casou-se com
Elizabeth (Betsy), com quem teve três filhos. Era um metodista convicto e temente
ao Deus justo.
Vendo seus salários diminuírem a cada ano,
George e cinco companheiros formaram a Sociedade de Amigos de Operários
Agrícolas. Liderados por George, em 9 de dezembro, durante uma cerimônia, os
membros fundadores juraram respeitar as regras da Sociedade. Todos eram
metodistas.
Em 22 de fevereiro de 1834, foram denunciados
por um fazendeiro e considerados culpados de terem feito reuniões ilegais. Na
prisão, tiraram as roupas e rasparam a cabeça. O juiz os condenou a trabalhar
sete anos para fazendeiros na Austrália.
“Os Mártires de Tolpuddle foram presos devido
à sua participação em atividades sindicais, que o governo da época considerava
uma ameaça política e um ato ilegal. Eles foram condenados a deportação
para a Austrália por terem feito um juramento como membros da Sociedade Amigável de Trabalhadores
Agrícolas, um
ato que as autoridades usaram para suprimir a organização sindical crescente”.[62]
A dura sentença provocou indignação e
protesto. Eles haviam se tornado heróis populares e 800 mil assinaturas foram
coletadas para a sua libertação.
Houve marcha política pela libertação deles. Em
março de 1836, o governo os libertou, sob a condição de bom comportamento.[63]
Uma vez livres, George e quatro dos mártires emigraram para o Canadá,
onde George ajudou a construir a Igreja Metodista em Siloé. Seu irmão, James
Loveless, era pregador metodista e se tornou líder metodista em Ontário,
Canadá. Seu jardim se tornou famoso pelas begônias. John Standfield foi para o
Canadá e se tornou prefeito de East London, onde tinha um hotel e uma loja e
fundou o coral Bryanston. Thomas Standfield foi para o Canadá.
Os “Mártires de Tolpuddle” contribuíram para o orgulho do sindicalismo na
Inglaterra. No centenário, em 1934, foi erigido um memorial na aldeia e foi
fundado o Museu Tolpuddle Martyrs. Em 2008, Andrew
Norman escreveu A história de George
Loveless e os mártires de Tolpuddle.[64]
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Do exílio à
presidente do Congresso Nacional Africano
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Voltou
à África do Sul em 1990, após 30 anos no exílio (1960-1990), e foi eleito
presidente do ANC.
Oliver
Tambo (1917-1993) nasceu em Mbizana, Eastern Cape, África do Sul. Aos sete
anos, começou sua educação na Escola Metodista Ludeke, no distrito Mbizana, e
completou sua educação primária na Missão Santa Cruz.
Estudou
no Colégio da Universidade de Fort Hare, onde obteve seu bacharelado em
Ciências em 1941.
Em
1940, com Nelson Mandela e outros, foi expulso da Universidade de Fort Hare por
participar de uma greve estudantil.
Lecionou
a Bíblia junto com Mandela aos domingos. Era casado com Adelaide “Mama” Tambo
Scob, uma líder na luta contra o apartheid.
Tiveram três filhos. Oliver Tambo abriu o primeiro escritório de advocacia
negro do país com Nelson Mandela.
Ele
foi um político sul-africano anti-apartheid
e uma figura central no Congresso Nacional Africano (ANC). Junto com
Mandela e Walter Sisulu, foi um dos membros fundadores da Liga da
Juventude do ANC em 1943. Foi o primeiro secretário nacional e mais tarde
membro da Executiva Nacional em 1948. Em 1967, tornou-se presidente
interino do ANC. Em 1985, foi reeleito presidente do ANC.
Voltou à África do Sul em 1990, após 30 anos no exílio (1960-1990), e foi
eleito presidente do ANC.
Seu
túmulo foi declarado definitivamente como patrimônio nacional em outubro de
2012. Embora firme em sua determinação, Tambo era conhecido por sua graça,
carinho e afeto.
Entre
os livros sobre sua vida está Oliver
Tambo: sua vida e legado (1990).[65]
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Notável líder e mártir em Angola
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O reverendo Guilherme começou a ser vigiado
pela PIDE “de perto e a acompanhar cada um dos seus cultos dominicais, até que,
no dia 22 de março de 1961, foi levado para Quibaxe, para nunca mais voltar”.
Na luta pela independência de Angola do domínio português diversos
metodistas participaram dessa luta, e muitos leigos e pastores metodistas
morreram.
Um deles foi o reverendo Guilherme Pereira Inglês morreu com sua filha Juliana.
Guilherme nasceu em 28 de fevereiro de 1906, na aldeia de Samba Lucala, província do Cuanza- Norte. Como pastor, lutou muito para o desenvolvimento da província do Bengo.
Era “filho de Mateus Pereira Inglês e de Ana João, iniciou a jornada
educacional na Missão do Quéssua, em Malanje, onde concluiu o exame da 4ª
Classe, na actual Igreja Metodista Central. A paixão pelo aprendizado e pelo
serviço levou-o a tornar-se professor”. [66]
“Guilherme Pereira Inglês assumiu o pastorado da região centro ocidental
da Igreja Metodista, depois da morte do pastor Pedro Neto. John Marcum informa
nos que ele era superintendente que reorganizou a igreja (que o pastor Pedro
Neto deixou) e que proporcionou a criação das condições logísticas quer na
formação dos angolanos, quer no bem-estar no seio da comunidade cristã. Como
nacionalista, o seu trabalho é apreciado em três aspectos: (1) apoio à luta
clandestina: mobilidade dos independentistas, pequenas logísticas e algumas
provisões alimentares e higiénicas para as famílias; (2) protecção dos
combatentes angolanos sob cobertura eclesiástica: entre estes, cita-se
Agostinho Neto, o primeiro presidente de Angola; (3) participação diplomática
para luta de libertação: secretamente, envolveu-se em algumas arenas
diplomáticas (ONU) para expor a questão de Angola”.[67]
Reverendo Guilherme se dedicava tanto à sua família como às causas em
que acreditava. “O seu trabalho incansável estendeu-se além das paredes da
igreja. Dedicou-se ao desenvolvimento de escolas e internatos, oferecendo
educação e formação para a juventude”.[68]
“Em 1949, Guilherme Inglês convocou e liderou a histórica primeira
conferência anual, no Mucondo. Em agosto de 1957, numa histórica intervenção
durante uma das conferências anuais, realizada em Caxito, instigou a
necessidade de um despertar, afirmando: ‘já chegou o dia em que África deve
abrir os olhos para encontrar no mundo que é bom e começar a encarar,
seriamente, o seu trabalho e o cargo que lhe é incumbido”. [69]
A PIDE-DGS descobriu que “Guilherme Pereira Inglês teve um papel
preponderante na mobilização dos Dembos e dos cristãos, na luta armada de março
de 1961”.[70]
A PIDE era a Polícia Internacional e de Defesa do Estado.
“Foi a polícia
política portuguesa entre 1945 e 1969, responsável pela repressão de todas as formas de oposição ao regime
político do Estado
Novo”.[71]
O reverendo Guilherme começou a ser vigiado pela PIDE “de perto e a acompanhar cada um dos seus cultos dominicais, até que, no dia 22 de março de 1961, foi levado para Quibaxe, para nunca mais voltar”.[72]
Preso, em 1961, “foi morto de forma atroz. Cortaram um braço e outras partes do corpo. Depois, deram-lhe um tiro de misericórdia”.
Sua filha Luzia Inglês fugiu para as matas e no caminho viu os horrores do regime português com muitas mortes e sofrimento.
Entrou para a guerrilha e fez os estudos primários numa escola de refugiados angolanos, no Congo, controlada por professores sobreviventes de escolas da Igreja Metodista de Angola.[73]
“Numa entrevista à Revista Figuras & Negócios, Luzia Inglês Van-Dúnem lembra-nos como foi morto o pai: O meu pai foi levado entre 20 e 21 de março de 1961, no dia 22 veio a aviação bombardear, nós éramos crianças! Contaram os sobreviventes que o Reverendo Guilherme Pereira Inglês, o meu pai, primeiro cortaram-lhe uma orelha, depois o nariz, um braço e outro de depois deram-lhe um tiro de misericórdia, foi tortura! porque eles acharam que o meu pai era o Leão dos Dembos, porque mentalizava os seus crentes contra o colonialismo”. [74]
“As populações consideravam as suas igrejas e seus pastores negros como segurança social. As matanças sistemáticas dos pastores desequilibraram essas esperanças de maneira que as populações começaram a fugir em massa”.[75]
Em sua homenagem, ao Hospital Geral do Bengo Reverendo Guilherme Pereira Inglês foi dado seu nome.[76]
Na inauguração do
hospital, foi publicado que o reverendo Guilherme era um notável líder religioso:
“Hospital Geral do Bengo, leva o nome do Reverendo Guilherme Pereira Inglês,
notável religioso, da Igreja Metodista Unida, hoje 6 de novembro. O ato de
inauguração contou com a presença do Reverendo Moisés Jungo em representação da
Sua Reverendíssima Bispo Gaspar João.”[77]
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Pioneiro do metodismo wesleyano em Moçambique foi preso e deportado
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Em 1895, foi denunciado
injustamente como colaborador dos chefes da resistência Ronga contra a
administração colonial portuguesa.
Foi preso e deportado para Cabo Verde. Com a pressão de metodistas britânicos foi libertado
O metodismo chegou primeiro em Moçambique com o casal de Missionários Roberts Shemeld e
Kelly Shemeld da Igreja Metodista Livre, em 1885, tendo iniciado as suas
atividades em “Inhambane Céu”.[78]
Robert Ndevu Mashaba (1855-1939) trouxe
também o metodismo vindo da África do Sul. Ele nasceu em Ntembi, Catembe, Moçambique. A data
considerada é 1890.
Ele foi pioneiro na introdução
da Igreja Metodista Wesleyana na então colônia portuguesa do Índico.[79]
“A história
nos diz que a maioria das missões cristãs na região sul de Moçambique foi um
esforço dos cidadãos (Trabalhadores das Minas Moçambicanas) que se converteram
na África do Sul e trouxeram a Boa Notícia de volta para casa como um tesouro
valioso.” [80]
A Igreja
Metodista Wesleyana em Mocambique, foi estabelecida por Roberto Ndevu Mashaba,
que foi convertido enquanto estudava na África do Sul.
Ele era um membro do clã
Ronga. Por volta de 1875, viajou para Port Elizabeth, África do Sul, onde
conseguiu um emprego e aprendeu a ler e a escrever numa escola de missionários.
Fez amizade com Penny
Pikisana, que o levou aos cultos da Igreja Wesleyana. Ele descobriu que a
Bíblia era fascinante. Mashaba entrou para a Igreja Wesleyana e foi batizado
pelo Rev. Robert Lamplough.[81]
Depois de diversos empregos,
em 1882, ingressou na escola protestante de Lovedale onde aprofundou os seus
conhecimentos literários e formação religiosa.
Trabalhou como mensageiro no
Departamento Telegráfico Kimberley. Ele regressou a Moçambique, em 1885, e
aprendeu a língua portuguesa. Fundou uma escola e cultos wesleyanos.
Em 1895, foi denunciado
injustamente como colaborador dos chefes da resistência Ronga contra a
administração colonial portuguesa.
Foi preso e deportado
para Cabo Verde. Com
a pressão de metodistas britânicos foi libertado.
Depois foi autorizado a
regressar a Moçambique.
Um livro de
31 páginas – “Um erro de justiça” – foi escrito por Alfredo Henrique da Silva. O livro
foi publicado em 1897, no Porto, Portugal.
“De que tem sido vítima Roberto Ndevu Mashaba, preso por suspeitas em Lourenço
Marques e desterrado para Cabo Verde. Appello às Auctoridades por?”[82]
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Do exilio a Bispo e Vice-Presidente da Libéria
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Warner se tornou o 25º vice-presidente de seu país em 1977.
Três anos
depois, em 1980, com o golpe, obteve asilo político, que o governo dos EUA
concedeu
Bennie Dee Warner (1935-2024) nasceu na Libéria.
Ele foi clérigo e político liberiano. Ele foi bispo e serviu como o 25º vice-presidente do país de 1977 a
1980. [83]
Pretendendo estudar mais, em
1968, ele e sua família se mudaram para Massachusetts, EUA. “Ele frequentou a
Escola de Teologia da Universidade de Boston, relacionada à Metodista Unida,
onde se formou com mestrado em teologia depois de se formar em ética social
cristã”.[84]
Voltou à Libéria e continuou
como professor e pregador. “Ele estava servindo como instrutor de religião,
conselheiro e capelão no Colégio da África Ocidental em Monróvia, quando o que
era então a Conferência Central da Libéria o elegeu bispo em 1973. Warner se tornou o 25º vice-presidente de seu país em
1977”. [85]
Três anos depois, em 1980, com o golpe, obteve asilo
político, que o governo dos EUA concedeu.
“Warner estava participando de uma conferência de
bispos metodistas em Nashville, Indiana, quando um golpe militar liderado por Samuel Doe derrubou o governo da
Libéria em 12 de abril de 1980. Em 6 de dezembro, a Conferência
Anual da Libéria elegeu como seu sucessor o bispo Arthur
Flumo Kulah, ex-reitor da Escola de Teologia de Gbarnga”. [86]
Esse golpe militar em 1980 o levou à decisão de se
tornar um missionário na América nos últimos 35 anos.[87]
“Depois de buscar a orientação de Deus, ele começou a
se ver como um missionário da Igreja Metodista Unida. Ainda assim, ele
continuou a orar pelo povo da Libéria enquanto o golpe eventualmente dava lugar à guerra civil”.[88]
Warner estabeleceu residência em Oklahoma
City, “onde lecionou na Universidade Metodista
Unida de Oklahoma City e pastoreou a Igreja Metodista Unida
Quayle. Ele então serviu em Syracuse, NY, antes de ser nomeado Superintendente Distrital do Distrito de Camden
da Igreja Metodista Unida em Arkansas.” [89]
Warner é lembrado por seu ministério fiel e
pela humildade.
Ele faleceu em 27 de outubro de 2024 aos 89
anos. O funeral foi realizado na Igreja Metodista Unida Wesley em Oklahoma
City.
"Dos corredores do poder na Libéria ao
sertão do Arkansas, ele certamente seguiu aonde Deus o levou’, disse o Rev.
Blake Lasater, que serviu sob Warner como um jovem ancião e agora é pastor
principal da Primeira Igreja Metodista Unida em Eureka Springs, Arkansas.
‘Ele é um dos professores mais sábios e
compassivos que já conheci."[90]
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Estabeleceu o governo no exílio em Taiwan
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Em 1949, os comunistas foram vitoriosos,
estabelecendo a República Popular da China. Chiang e suas forças armadas
fugiram para Formosa (Taiwan) e ele estabeleceu um governo no exílio por 25
anos
Chiang Kai-shek (1887-1975) nasceu em Hejiang,
na China. Filho de um comerciante de vinhos e budista. Prometeu à namorada
metodista que não deixaria sua religião, mas, em meio a uma batalha, Chiang viu
uma capela cristã, entrou e disse a Deus que, se sobrevivesse, iria se tornar
um cristão. Uma tempestade de neve pesada impediu o avanço de seus inimigos, e
as forças de Chiang obtiveram a vitória. Foi batizado em 1930. Quando
perguntado por que se tornou um cristão, disse: “Eu sinto a necessidade de um
Deus, como Jesus Cristo”.
Em 1926, Chiang se tornou o líder nacional. Em
1937, o Japão lançou uma invasão em larga escala na China. Quando os EUA
entraram na guerra contra o Japão em 1941, a China tornou-se uma das potências
aliadas. Sua esposa, Soong Mei-ling, viajou com ele e se tornou famosa no
Ocidente como madame Chiang. Ele foi presidente do Conselho
Nacional de Militares do governo nacionalista da República da
China (1928-1949).
Em 1949, os
comunistas foram vitoriosos, estabelecendo a República Popular da China. Chiang
e suas forças armadas fugiram para Formosa (Taiwan) e ele estabeleceu um
governo no exílio por 25 anos. Chiang foi reeleito pela Assembleia
Nacional para ser o presidente da República da China, em 20 de maio
de 1954, e novamente em 1960, 1966 e 1972. Fazia a leitura diária da Bíblia,
oração e afirmação aberta de sua fé em Cristo.
Em 2011, Jay Taylor escreveu O generalíssimo
Chiang Kai-shek e a luta pela China moderna, com 752 páginas. No livro, Chiang é descrito como um estrategista
previdente, disciplinado e sagaz. Ele advertiu o presidente dos EUA a não se
arrastar para uma guerra no Vietnã.[91]
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Convertido na prisão se torna presidente da
Coreia do Sul
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Foi preso e acusado de
sedição em 1899. Foi torturado e condenado à prisão perpétua.
Syngman Rhee ou Yi Seung-man (1875–1965)
nasceu numa família rural, na província de Hwanghae, Coreia. Concluiu a
educação confucionista e, em seguida, ingressou numa escola metodista, onde
aprendeu inglês.
Foi o primeiro presidente do Governo
Provisório da República da Coreia, bem como o primeiro presidente da Coreia do
Sul. Rhee se uniu a um clube de Independência, um movimento de reforma
política, em 1896.
Foi preso e acusado de sedição em 1899. Foi
torturado e condenado à prisão perpétua.
“A prisão de Syngman Rhee em 1899, sob a
acusação de sedição, foi política, ocorrendo no contexto de sua atuação no
movimento de independência da Coreia contra o domínio japonês, um ato visto
como sedição pelo regime imperial”. [92]
Na prisão, estudou livros contrabandeados por
amigos e diplomatas. Converteu-se ao cristianismo e passou a se dedicar a
estudos bíblicos na prisão com outros presos. Foi solto em 1904. Com a ajuda
dos missionários, Rhee foi estudar nos EUA. Voltou no final de 1910 e se tornou
o secretário-chefe da Associação Cristã de Moços, em Seul. Com o domínio
japonês, Rhee voltou ao exílio nos EUA.
Em Nova York, participou da Igreja Metodista
Coreana. Após a rendição do Japão em 1945, voltou e foi eleito presidente da
Coreia do Sul (de agosto de 1948 a abril de 1960). Seu governo foi fortemente
afetado pela Guerra Fria e pelas tensões na península coreana.[93]
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Em 1980, por causa de sua luta pelos direitos
humanos, a junta militar na Bolívia mandou prendê-lo ficando cinco semanas. Foi
liberado sob a condição dele deixar o país
Mortimer Arias (1924-2016) nasceu em Durazno, Uruguai. Nos anos 60 seu pai decidiu se mudar para a cidade de Cochabamba. Ele e seus cinco irmãos atravessaram a montanha gelada tremendo de frio. Foi ordenado em 1947. É casado com Beatriz.
Entre 1947 e 1961 foi executivo da Igreja Metodista do Uruguai. Depois foi para a Igreja Metodista na Bolívia onde foi pastor, superintendente e secretário executivo nacional. Depois, tornou-se o bispo (1969 a 1976) inaugurando o período de autonomia da Igreja Evangélica Metodista na Bolívia.
Em 1980, por causa de sua luta pelos direitos humanos, a junta militar na Bolívia mandou prendê-lo ficando cinco semanas. Foi liberado sob a condição dele deixar o país. Bispo.
“A perseguição da Junta militar na Bolívia, incluindo o regime de Luis García Meza Tejada (1980-1981) e a ditadura militar que perdurou de 1964 a 1982, foi política, com repressão a opositores e restrição das liberdades civis, um padrão comum nas ditaduras militares da região”. [94]
Arias ensinou no Seminário de Claremont e Escola Iliff de Teologia. Foi Secretário-Geral do CIEMAL (1978-1983).
Ele foi um teólogo, educador, pastor, compositor de hinos e cânticos da liturgia latino-americana contemporânea, dentre eles, "No meio da Vida", que foi traduzido para vários idiomas. Ele é bispo emérito da Igreja Metodista da Bolívia. Ensinou na Claremont School of Theology e serviu como presidente do Seminário Bíblico Latino-Americano na Costa Rica.
Publicou diversos livros e artigos, incluindo Anunciando o Reino de Deus (1984) e The Cry of My People (1980, com Esther Arias), Salvação Hoje (1974) etc.
Participou da Assembleia dos Direitos Humanos, Bolívia, desde 1975; Justiça ativa e Comissão de Paz (1970-1975), Federação Metodista de Ação Social, Estados Unidos, desde 1981, Força tarefa da América Central, desde 1981, Associação Membro Professores de Missão dos Estados Unidos, Academia de Evangelismo dos Estados Unidos.
No dia 17 de maio de 2016, a Conferência Geral da Igreja Metodista Unida
reconheceu o trabalho do Bispo Mortimer Arias, com 92 anos, atribuindo-lhe o
prêmio para o Ecumenismo.[95]
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Crucificado por ter o
caráter de Cristo
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Foi um
jardineiro, um metodista simples e muito fervoroso. Foi prisioneiro dos
japoneses na Tailândia durante a 2ª Guerra Mundial
Dusty Miller nasceu em Newcastle, Inglaterra. Foi um
jardineiro, um metodista simples e muito fervoroso. Foi prisioneiro dos
japoneses na Tailândia durante a 2ª Guerra Mundial.
“A invasão do Japão à Tailândia na Segunda Guerra
Mundial teve fortes componentes políticos e militares. O Japão usou a
invasão para obter passagem para as tropas que atacariam a Malásia e a
Birmânia, enquanto o governo tailandês, sob a liderança de Phibunsongkhram, viu
a invasão como uma forma de se alinhar com o lado vencedor e garantir
concessões territoriais, num contexto de expansão militar japonesa”. [96]
Os prisioneiros trabalharam forçados até 18 horas
por dia para construir uma estrada de ferro nas selvas da Birmânia. Mais de 16
mil morreram de desnutrição, doenças e exaustão. Ernest Gordon também foi
preso.
Muito ferido, foi colocado na cela com Dusty Miller,
metodista, e Dinty Moore, católico, que deram atendimento 24 horas a Gordon e
ele sobreviveu. Isto fez muitos prisioneiros renascerem na fé e esperança.
Gordon foi impactado com a simplicidade e firme fé
de Dusty diante do tratamento cruel dos japoneses. Dusty não perdeu a fé e
nunca teve raiva. Era notável sua fé e amor altruísta para com seus
companheiros presos e com os japoneses.
Dusty
estimulou Gordon ao dizer: “Quando um homem perde a esperança, ele morre”.
Inspirado por Dusty, ele chegou ao conhecimento salvador de Cristo e passou a
estudar a Bíblia com os prisioneiros. Ernest sobreviveu e depois descobriu que
duas semanas antes do fim da guerra, em 1945, Dusty tinha sido crucificado por
um japonês que ficou frustrado com a calma de Dusty diante das dificuldades. Já
Dinty morreu quando os Aliados afundaram o navio de transporte de prisioneiros.
Em
1961, Ernest Gordon pulicou sua autobiografia, Através do Vale do Kwai, que se tornou o filme To End All Wars (Para acabar com todas as guerras) sobre a história
angustiante dos prisioneiros. O filme foi premiado com o Crystal Heart Award e o Grand
Prize for Dramatic Feature no Heartland Film Festival. O estilo de vida de
Dusty levou Gordon à conversão. Ele se tornou presbiteriano. Após a guerra, ele
se mudou para os EUA, onde se tornou decano da capela da Universidade de
Princeton.[97]
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Mártires pelo testemunho de Jesus
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O reverendo Dong-Chul Kim (1899-1950), que morreu
em 1950, quando o partido comunista tomou o poder na Coreia. Muitos outros
foram mortos, entre eles os pastores metodistas coreanos Sug-Won Kim, Gimyusun
e Gimyijun.
Muitos pastores metodistas
coreanos morreram durante o domínio japonês (1910-1945) e invasão da Coreia do
Norte (1950-1953). O reverendo Dong-Chul Kim (1899-1950), que morreu
em 1950, quando o partido comunista tomou o poder na Coreia. Muitos outros
foram mortos, entre eles os pastores metodistas coreanos Sug-Won Kim, Gimyusun
e Gimyijun.
Outros metodistas foram
mortos na prisão durante o domínio do Japão (1910-1945): o reverendo Lee Yeong-Han e os pregadores Kwon-Ho Won e Choi In-Gyu. O reverendo Kang Jong-Geun negou adorar os deuses japoneses e foi torturado até a
morte em 3 de junho de 1943. No total, 50 protestantes foram mortos e 2 mil
sofreram na prisão porque se recusaram a adorar o santuário dos japoneses
(1910-1945).
“A ocupação japonesa da
Coreia (1910-1945), que antecedeu a Segunda Guerra Mundial e se estendeu
durante o conflito, foi fundamentalmente política e econômica, envolvendo
a integração da Coreia ao Japão através de anexação, exploração de recursos e assimilação
cultural forçada, como parte da política expansionista imperialista
japonesa”. [98]
A Coreia do Norte
(1950-1953) executou muitos presbiterianos, metodistas e outros cristãos.
Alguns metodistas morreram em 1950: o reverendo Kang Enyoung morreu por negar a política anticristã da Coreia do Norte;
o reverendo Yongman Kim era capelão
do hospital, foi preso e atirado ao mar; o reverendo Hongsik Kim e sua esposa foram mortos a tiros.
O
sacrifício deles não foi em vão. A Igreja Metodista na
Coreia do Sul hoje tem 1.587.385 membros; 9.795 pastores, 6.077 igrejas; 4
universidades; 3 Seminários e Universidades Teológicas; 9 Centros da Juventude;
11 Seminários Teológicos para a mulher; 23 escolas de ensino médio; 34 escolas
secundárias. A Igreja Metodista da Coreia mantém 701 missionários em 71 países.[99]
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O mártir na
Bulgária que perdoou seus perseguidores
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A
oposição ao regime comunista o levou a ser preso em campos de prisioneiros pela
Rússia por 14 anos
Zdravko Beslov (1920-1993) nasceu em Sofia, Bulgária. Quando tinha oito
meses de vida, seu pai faleceu. Zdravko cresceu com as crianças e jovens da
igreja. Ele se tornou pastor da Igreja Metodista em 1943. Ele ganhou uma bolsa
de estudo para o doutorado nos EUA, mas com a guerra decidiu pastorear o
rebanho e estar com sua mãe.
A
oposição ao regime comunista o levou a ser preso em campos de prisioneiros pela
Rússia por 14 anos. Trabalhou em condições desumanas nas minas de carvão e nas
pedreiras.
Depois
de solto, ainda foi perseguido. É considerado um mártir do cristianismo, mesmo
não tendo morrido na perseguição. Depois de 1989, procurou restaurar a Igreja
Metodista.
Foi
eleito superintendente do metodismo búlgaro em 1990. Depois de 45 anos, com 72
anos e após um acidente vascular cerebral, Zdravko Beslov dirigiu a Igreja com
o mesmo zelo. Ele foi fundamental na obtenção de reconhecimento oficial pelo
Estado da Igreja Metodista, na Bulgária.
Ele se
encontrou cara a cara com seus perseguidores e disse: “Eu não quero que eles
sejam punidos, nem devem ser tratados como fui tratado”.
Em
1992, ganhou o Prêmio da Paz Mundial Metodista por seus esforços para trazer
reconciliação e cura para a Bulgária.[100]
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Jurista, patriota e mártir das Filipinas
na 2ª Guerra Mundial
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Na invasão japonesa nas Filipinas, em 1942, o presidente Manuel L. Quezon foi para os EUA e nomeou José Abad Santos como presidente interino. Foi capturado com seu filho, Jose Jr. (Pepito). Foi para o pelotão de fuzilamento por não colaborar com os japoneses
Jose Abad Santos (1886-1942) nasceu em San Fernando, Pampanga, Filipinas. Em 1904, foi para os EUA como pensionista do governo. Fez o curso pré-Direito no Colégio Santa Clara, na Califórnia, e o bacharelado em Direito na Universidade Northwestern, em Evanston, Illinois. EUA. Fez mestrado em Direito na Universidade George Washington, em 1909.
Quando voltou às Filipinas, atuou como assistente do procurador no Departamento de Justiça (1913-1917). Em 1919, foi fundamental para estabelecer as bases legais da Philippine Universidade Feminina.
Era um ferrenho metodista, membro da Igreja Metodista Central de Manilha. Casou com Amanda Teopaco e tiveram seis filhos. Foi o primeiro advogado corporativo filipino do Philippine National Bank, Manila Railroad Company. Ele se tornou procurador-geral e atuou como diretor Jurídico do presidente do Senado e do presidente da Câmara dos Deputados das Filipinas.
Foi secretário de Justiça (1921-1923, 1928 e 1931). Em 1932, tornou-se juiz da Suprema Corte, e chefe de Justiça em 1941.
Na invasão japonesa nas Filipinas, em 1942, o presidente Manuel L. Quezon foi para os EUA e nomeou José Abad Santos como presidente interino. Foi capturado com seu filho, Jose Jr. (Pepito). Foi para o pelotão de fuzilamento por não colaborar com os japoneses, mas antes disse ao filho: “Não chore, Pepito, mostre a estas pessoas que você é corajoso. É uma honra morrer pelo país. Nem todo mundo tem essa chance”. Foi executado em 2 de maio de 1942.
“A ocupação japonesa das Filipinas durante a Segunda Guerra Mundial teve uma forte dimensão política, com o Japão buscando controlar o território e seus recursos, além de estabelecer um governo fantoche para legitimar a ocupação, explorando o nacionalismo filipino e o desejo de independência para obter apoio local, embora a resistência popular tenha sido significativa”. [101]
É lembrado por ter servido nas Filipinas com a máxima honra e
patriotismo. Recebeu muitas homenagens: uma das escolas da Universidade das
Mulheres e um dos seis campi da
Universidade Arellano têm o seu nome.[102]
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O mártir da
Estônia que pregava em diversas línguas
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Em
1941, passou a haver deportação em massa para a Sibéria, e três pastores
metodistas foram presos, inclusive Martin Prikask.
Ele
foi interrogado em 1941 e morto em 1942
Martin
Prikask recebeu uma boa educação na Estônia. Serviu o exército russo e, em
1903, se graduou. O metodismo chegou à Estônia em 1907. Martin foi um dos
primeiros a se converter. Era comerciante e se tornou pregador local (1909).
Estudou
na faculdade para ser pastor e se formou em 1912. Ele era um bom comunicador,
um pregador carismático e foi capaz de pregar em estoniano, russo, alemão e
inglês.
Em
1921, Martin foi eleito membro vitalício da Cruz Vermelha da Estônia e fez
parte do Banco da Estônia.
Foi
editor responsável desde 1919 de uma revista sobre a família cristã. Foi
editor-chefe da revista Novo Conselheiro
Cristão (1928-1940). Com a 2a Guerra Mundial, as Igrejas
sofreram muito com os comunistas e praticamente desapareceram.
Em
1941, passou a haver deportação em massa para a Sibéria, e três pastores
metodistas foram presos, inclusive Martin Prikask.
Ele
foi interrogado em 1941 e morto em 1942. Sua esposa, Eliise, escapou após ter
ficado na prisão.
“A
perseguição soviética à Estónia durante a Segunda Guerra Mundial foi de
natureza política e ideológica, culminando na anexação da Estónia em 1940 e na
repressão de muitos cidadãos estónios considerados inimigos do Estado
soviético, incluindo deportações em massa e a imposição da República Socialista
Soviética da Estónia, que foi uma política deliberada para consolidar o
controlo soviético”.[103]
No
túmulo de Martin há um monumento em sua homenagem. Ele foi o primeiro
superintendente da Igreja Metodista da Estônia. Seu trabalho não foi em vão; a
Igreja Metodista ressurgiu na Estônia após 1991.
A
prioridade da Igreja hoje é ensinar, treinar e liderar novos cristãos para
anunciar o Evangelho.[104]
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A Joana d’Arc que enfrentou os japoneses na Coreia
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Ambos os seus pais foram mortos a tiros pela
polícia japonesa. Ela foi presa e sofreu tortura. Foi condenada a cinco anos de
prisão
Ryu Gwansun (1902-1920) nasceu em Cheonan-si, Chungcheongnam-do, Coreia do Sul. Era filha Ryu Jung-gwon e Yi So-je. Em 1919, era uma estudante na Ewha Woman's School, em Seul. A escola foi fundada em 1886 por Mary F. Scranton, missionária metodista dos EUA. Sua professora Alice Sharp era missionária. Gwansun entrou na Ewha Womans School com uma bolsa de estudante e ficou conhecida pela organização do Movimento 1º de Março contra o domínio colonial japonês na Coréia do Sul.
Sua profunda fé em Deus e os ensinamentos da escola metodista Ewha Womans lhes deram coragem de agir.
Ela voltou para sua casa em Jiryeong-ri quando o governo japonês fechou todas as escolas coreanas. Junto com sua família, começou a despertar sentimentos públicos contra a ocupação japonesa. Visitou Igrejas explicando sobre as condições das manifestações que se realizariam em Seul.
Durante o julgamento, Gwansun protestou contra a injusta administração colonial japonesa e a lei do governador-geral da Coreia. Gwansun morreu na prisão, em 28 de setembro de 1920. Suas palavras finais foram:
"Mesmo que minhas unhas sejam arrancadas, o nariz e as orelhas
sejam rasgadas e as minhas pernas e braços sejam esmagadas, esta dor física não
se compara à dor de perder a minha nação. Meu único arrependimento é não ser
capaz de fazer mais do que dedicar minha vida para o meu país." Os
japoneses não queriam liberar seu corpo, mas Lulu Frey e Jeannette Walter,
diretores de Ewha Womans School, ameaçaram divulgar a causa de sua morte.
Em 14 de outubro de 1920 seu funeral foi realizado na Igreja em
Jung-dong pelo ministro Kim Jong-wu. Gwansun tem sido chamada de Joana d'Arc da
Coreia. Foi condecorada com a Ordem do Mérito da Independência, em 1962. É um
símbolo da luta coreana pela independência através do protesto pacífico.[105]
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A menina arisca que enfrentou a ditadura
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Foi presa em 1970 e torturada pelo Dops. Foi solta em 1971 e quando se
preparava para deixar o país foi presa novamente
Heleny
Ferreira Telles Guariba (1941-1971) nasceu em Bebedouro, São Paulo. Filha de
Isaac Ferreira Caetano e Pascoalina Ferreira. Ficou órfã de pai aos dois anos.
Na adolescência deu aulas para crianças e jovens na Escola Dominical da Igreja
Metodista Central, em São Paulo.
Ela
escrevia artigos para os jovens metodistas na revista Cruz de Malta. Heleny teve dois filhos no casamento
com o professor universitário Ulisses Telles Guariba. Foi funcionária pública
da Junta Comercial de São Paulo e trabalhou como professora em um curso
pré-vestibular.
Ela se
formou na Faculdade de Filosofia da USP. Em 1965
ganhou bolsa de estudos e foi para a Alemanha estudar teatro, política e artes.
Na França, fez seu doutorado. No Brasil, usou o teatro como instrumento de
transformação política e liberdade.
Deu
aulas na Escola de Artes Dramáticas da USP. Em Santo André, 1968, fundou o
grupo Teatro da Cidade formado em sua grande maioria por operários. Ela
escreveu diversos artigos em jornais dos anos 60 provocando a ira da ditadura.
Foi presa em 1970 e torturada pelo Dops. Foi solta em 1971 e quando se
preparava para deixar o país foi presa novamente.
Testemunhas afirmam que ela foi assassinada na “Casa da Morte” da ditadura, em
Petrópolis. Entrou na lista de “desaparecidos”.
Frei Betto, numa carta enviada a Heleny, disse: “Pequena, arisca, você sempre me pareceu uma pessoa muito bonita, dessa beleza que vem de dentro para fora, enraizada no espírito ágil, que conserva, no corpo, o jeito de menina. Mesmo na prisão, sua alegria contagiava. Guardo de você a última vez que a vi.
Era
seu aniversário e seus filhos levaram um bolo com velinhas e um presente. Ao
desfazer a fita de cetim rosa e papel colorido, você viu o que era e achou
muita graça, começou a mostrar a todo mundo, a beijar as crianças
(...),”. Tinha um modo de viver intenso. Seu nome foi dado a um centro
cultural em Diadema e ao Teatro Studio Heleny Guariba, SP. É exemplo
de coragem e perseverança.[106]
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Sobrevivendo à tortura na Coreia do Norte
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Larry Alfred Zellers (1922-2007) nasceu em Weatherford, Texas, EUA. Estudou nas escolas públicas de Weatherford e se graduou na Faculdade de Weatherford.
Na 2ª Guerra Mundial, Larry se ofereceu para o corpo aéreo do Exército. Treinou em Utah e foi enviado para a Inglaterra. Era um técnico de rádio e fez diversos voos pela Europa.
Depois da guerra, levou os aviões de volta aos EUA para serem usados no Pacífico.
Larry se sentiu vocacionado para o ministério pastoral e estudou na Southern Methodist University. Após a Segunda Guerra, ele se uniu a outros 60 jovens estudantes cristãos na Sociedade de Construção Cristã para ensinar estudantes japoneses e coreanos na Coreia do Sul.
Lá se casou com Frances Rogers, missionária na Coreia do Sul. Era recém-casado e estava em Kaesong, cidade perto do paralelo 38º, quando foi capturado pelos norte-coreanos em 25 de junho de 1950, no primeiro dia da Guerra da Coreia. Foi acusado de ensinar uma “ideologia viciosa sobre um Deus que não existe”.
Suportou o tratamento mais desumano. Foi espancado, passou fome e quase executado. Passou três anos como prisioneiro de guerra na Coreia do Norte. Com seu melhor amigo, o padre Philip Crosby, assumiu a maior parte do trabalho preservando a vida dos mais velhos, mulheres e filhos. Foi liberto em 1953 e, a pedido da ONU escreveu sobre sua prisão.
A guerra da Coreia foi política.
O “regime do norte, sob Kim Il Sung, implementou reformas e estabeleceu um
culto à sua personalidade. A Guerra da Coreia foi um reflexo da Guerra
Fria, com o objetivo de unificar a península sob um dos regimes ideologicamente
opostos, levando a uma intensificação da perseguição política em ambos os
lados”. [107]
Larry, em
seu livro: “Em mãos inimigas: um prisioneiro na Coréia do Norte” é um relato
pessoal sobre os sofrimentos dos prisioneiros, onde descreve sua provação,
coragem e altruísmo de companheiros de diversas nacionalidades e da
"reeducação" norte-coreana como uma experiência devastadora. Depois
de solto, Larry foi pastor nos EUA e capelão da Força Aérea durante 18 anos.
Ele se aposentou em 1975.[108]
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Mãe do
Movimento dos Direitos Civis dos dias atuais
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A sua recusa em ceder o lugar a um homem branco num ônibus foi um desafio
às leis de segregação racial (as leis Jim Crow), resultando na sua prisão e
condenação, e posterior aplicação de multas e um processo judicial para apelar
da sua condenação
Rosa Parks (1913-2005) nasceu em Tuskegee, Alabama, EUA. Após a separação de
seus pais, foi morar numa fazenda, ao redor de Montgomery, com os avós
maternos, a mãe e um irmão. Ela foi costureira e membro da Igreja Metodista
Episcopal Africana (AME).
Foi presa por se recusar a ceder seu assento em um ônibus local para um
homem branco no primeiro dia de dezembro de 1955. Esse fato ajudou a lançar nos
EUA o Movimento dos Direitos Civis, tornando-se o estopim do movimento
antissegregacionista.
“Sim, Rosa Parks foi vítima de uma perseguição política após o seu ato de
desobediência civil em 1955, que desencadeou o Boicote aos ônibus de Montgomery e
o movimento pelos direitos civis nos EUA. A sua
recusa em ceder o lugar a um homem branco num ônibus foi um desafio às leis de
segregação racial (as leis Jim Crow), resultando na sua prisão e condenação, e
posterior aplicação de multas e um processo judicial para apelar da sua
condenação”. [109]
Ela disse: “Na minha educação e na Bíblia, aprendi que as pessoas devem
defender os direitos, assim como os filhos de Israel se levantaram contra o
faraó”.
Martin
Luther King incentivou os negros a boicotarem os ônibus. Ela hoje é símbolo da
luta antirracista nos EUA.
Rosa
ganhou uma medalha de ouro do Congresso norte-americano, em 1999, com a
inscrição “Mãe do Movimento dos Direitos Civis dos dias atuais”.
Um
filme – The Rosa Parks – foi lançado sobre a sua história. Parks ajudou
com comunhão e batismos em sua congregação local, em Detroit, e também foi uma
diaconisa, a posição mais alta para uma leiga na denominação. Ela morreu em
2005, aos 92 anos.
Em
2013, uma estátua de bronze de Rosa Parks foi erguida em Washington, lembrando
a líder dos direitos civis.[110]
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Preso por se opor ao domínio português em
Angola
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Marion foi preso por duas semanas sendo
acusado de conspiração; posteriormente foi transferido para Portugal onde
permaneceu durante três meses sem acusação formal. Foi liberto e expulso do
país
Marion e Anita Way serviram como missionários da Igreja Metodista Unida.[111]
Anita Betts Way (1931-2024) “nasceu em 3 de dezembro de 1931 em Uruguaiana, Rio Grande do Sul, filha
de missionários metodistas americanos que serviam à Igreja Metodista do Brasil
desde 1919”.[112]
Anita teve sua formação básica no Brasil. De 1952 a
1956 cursou a universidade nos EUA onde se formou em música sacra e educação
cristã. Depois, foi para uma escola de treinamento missionário para leigos onde
conheceu o Mário Way.
Mário (1930- 2013) nasceu na Carolina do Sul, EUA,
filho de metodistas. “Participou no movimento Estudantil Universitário
Metodista dos Estados Unidos, cujo um dos objetivos era o fim da segregação
racial e a construção da justiça e fraternidade entre todas as etnias e povos.
Em 1951 formou-se em Pedagogia. Na Igreja trabalhou em muitos ministérios e
tarefas. Também em 1951 ficou sabendo que a Igreja estava procurando jovens que
tivessem experiência no trabalho com juventude para serem enviados a trabalhar em
várias partes da África. Sentindo o chamado de Deus na sua vida, foi enviado
pela Igreja para trabalhar em Angola, então uma colônia portuguesa na parte sul
do continente africano. Sua tarefa era basicamente organizar sociedades de
jovens, promovendo acampamentos, congressos, treinamentos; ajudando as igrejas
locais a formarem grupos de jovens. Participava regularmente de equipes de
pastores, professores, enfermeiras, etc... que visitavam as aldeias”.[113]
Marion serviu à Igreja Metodista de Angola até 1955, “quando então
retorna aos Estados Unidos para se fazer seu mestrado em Serviço Social, e
candidatar-se a ter um ministério permanente como missionário. Foi nessa época
que conheceu Anita”. [114]
Estudaram na mesma escola para missionários. Anita e Mário casaram-se em
1957 em Porto Alegre, Brasil, e passaram a lua de mel no Rio de Janeiro. Foi
quando visitaram o Instituto Central do Povo (ICP) e o Acampamento Clay. ‘Foi
amor a primeira vista’, dizem em relação ao ICP e ao Brasil. ‘Se não houvesse o
compromisso com Angola, gostaria de trabalhar aqui’, o Mário disse na ocasião”. [115]
Serviram como missionários em Angola “durante uma época em que as
igrejas metodistas eram rotineiramente acusadas de instigar o povo angolano a
trabalhar pela independência de Portugal”. [116]
Anita “desenvolveu um brilhante trabalho na área de
educação e música, no Centro Comunitário em Luanda”. [117]
“Marion desenvolveu vários programas, inclusive
capacitando as pessoas em diversas áreas, por exemplo, datilografia, costura,
aulas de inglês e conhecimentos de informática. Anita era responsável pela
educação, serviços de apoio cristão para crianças carentes, além de ser
professora de música. Ao longo dos anos servindo no Brasil, o casal estava
sempre atento às mudanças da sociedade. Em 1995, Anita foi nomeada para a
Equipe Regional de Trabalho com Crianças”.[118]
Marion ou Mário serviu em Angola de “1958-1961 até Marion ser detido,
preso e deportado junto com a esposa”.[119]
Marion foi preso por duas semanas “sendo acusado de conspiração;
posteriormente foi transferido para Portugal onde permaneceu durante três meses
sem acusação formal. Foi liberto e expulso do país. [120]
Em 1962 o casal foi enviado pela Junta de Ministérios Globais da Igreja
como missionários no Instituto Central do Povo – ICP”, [121] no
Brasil, onde serviram por mais de 50 anos.
O casal missionário, Marion (em memória) e Anita Way recebeu o Prêmio
Metodista Mundial da Paz de 2013 em reconhecimento ao seu trabalho em Angola e
no Brasil.
O prêmio foi entregue em 12 de setembro de 2013, na Capela Wesley, em
Londres, Inglaterra, durante reunião do Conselho Metodista Mundial.[122]
“Ao longo de 54 anos de trabalho contínuo, o casal ajudou mais de 15.000
crianças e 45.000 famílias, e mais de 100.000 foram alcançadas por meio de seus
esforços. Eles usaram sua fé para ajudar na luta contra a opressão política, o
racismo e outros obstáculos ao longo de sua carreira”.[123]
Marion Way faleceu em 2013 e Anita em 2024.[124]
O “Colégio Estadual Missionário Mario Way”, em Inhoaíba, RJ, é uma
homenagem a Marion. Foi inaugurado em 2014.
A “Creche Comunitária Anita Way”, localizada no Morro da
Providência, RJ, é uma homenagem à Anita.
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O bispo que impediu o metodismo
de fechar as portas em Cuba
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Apesar de toda a
opressão, o metodismo permaneceu vivo. Armando viu que a Igreja precisava de um
pastor e decidiu ficar em Cuba. Pediu que as portas dos templos ficassem
abertas. Reagrupou e restabeleceu a verdadeira Igreja.
Armando Rodriguez Borges nasceu em Cuba. Foi criado na fazenda de sua
família, que cultivava cana-de-açúcar, e trabalhou numa empresa de açúcar como
contador.
O metodismo se firmou em Cuba a partir de 1893. Homens e mulheres da
Flórida, sob a direção do bispo Warren Candler, chegaram a Cuba para pregar o
Evangelho e organizar a Igreja Metodista.
Em 1959, foi a maior Igreja em Cuba. No entanto, nos anos 1960 e
1970 muitas pessoas deixaram a ilha.
O governo de Fidel Castro assumiu o poder na revolução de 1959 e tentou
destruir a Igreja e a fé cristã. Diariamente, a propaganda afirmava, através de
rádio, televisão e jornais, que a fé cristã era algo do passado.
Os novos tempos em Cuba seriam para o trabalho científico, educação,
cultura. As décadas de 1960 e 1970 foram muito difíceis para os metodistas.
Fidel declarava a religião irrelevante e exilou muitos de seus líderes. Outros
fugiram. Apenas cinco dos 140 pastores permaneceram. A Igreja decresceu.
Apesar
de toda a opressão, o metodismo permaneceu vivo. Armando viu que a Igreja
precisava de um pastor e decidiu ficar em Cuba. Pediu que as portas dos templos
ficassem abertas. Reagrupou e restabeleceu a verdadeira Igreja.
Na década de 1980, a Igreja começou a se despertar pela oração e jejum. O
Espírito Santo fez um movimento na Igreja. Armando foi bispo metodista de Cuba
por 22 anos até 1991. Ele se aposentou e vive em Lakeland, na Flórida, EUA.
Seu filho, Armando Jr., é pastor da Igreja Metodista Unida John Wesley em
Tallahassee, Flórida, no condado de Leon.
Segundo seu filho, Armando salvou
as igrejas metodistas em Cuba de serem fechadas pelo governo. Armando sempre
foi um homem nobre, de bondade comprovada e decente, vivendo entre uma matilha
de lobos.[125]
[1]https://juristas.com.br/foruns/topic/significado-de-perseguicao-politica/
[2]
https://destinotop.com/glossario/o-que-e-perseguicao-politica/
[3]
women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/wesley-susanna-1669-1742
women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/wesley-susanna-1669-1742. Há
quem afirme que Samuel era Jacobita.
[4]Pastor
Carlos Vargas Valdez. Los Descubrimientos de Suzana Wesley.
https://www.devocionalescristianos.org/2006/06/los-descubrimientos-de-susana-wesley-biblia.html
[5]
https://www.infoescola.com/historia/jacobitismo/
[6]
Ibidem.
[7] HEITZENHATER,
Richard. Wesley e o povo chamado metodista. Editeo – pastoral Bennett, 1996,
p.37.
[8]
Segundo Heitzenhater, “a restauração da monarquia sob Charles II (convidado a
voltar para o trono pelo próprio Parlamento) significava o restabelecimento
também da Igreja. A monarquia dos Stuart, considerando-se autorizada por
‘direito divino’, seguiu o ritual tradicional de auto autorização através de
uma série de atos do Parlamento (..) (HEITZENHATER, Richard P., Wesley e o Povo
Chamado Metodista, Editeo-Pastoral Bennett, 1996.p.13). Charles I havia sido
executado “diante de uma multidão ávida por vingança, Charles foi ao encontro
da morte com tal graça e dignidade que, dez anos depois, após uma década sem
monarquia e sem uma Igreja estabelecida, mesmo as forças revolucionárias que
formavam o Parlamento reconheceram que a Inglaterra estaria melhor com a antiga
forma de governo do que nas condições precárias, tanto políticas, como
religiosas, que Oliver Cromwell havia tentado dirigir (..) (Ibidem, p.13). “A
execução de Charles I, em 1649, chamada, nos livros de orações posteriores de
‘o Martírio do abençoado Rei Charles o Primeiro’, cuja dignidade e conduta real
naquela ocasião ajudou, mais tarde, a reforçar a perspectiva de direito divino
dos defensores dos Stuart” (Ïbidem, p.14).
[9] JOY,
James Richard. O Despertamento Religioso de João Wesley. Setor de Publicações
da Pastoral Bennett, Instituto Metodista
Bennett, 1996, p.95.
[10] WILLIAMSON,
Glen. Susanna. Miami, EUA:
Editora Vida, 1988, p.144.
[11]Pastor Carlos Vargas Valdez. Op.cit.
[12]
WILLIAMSON, Glen. Susanna. Miami, EUA: Editora Vida, 1988, p.144.
[13]https://www.christianity.com/church/church-history/timeline/1701-1800/susanna-wesley-christian-mother-11630240.html
[14]
HEITZENHATER, Richard P. Wesley e o povo chamado Metodista. São Bernardo do
Campo-Rio de Janeiro: Editeo-Pastoral Bennett, 1986, p.151.
[15]
https://en.wikipedia.org/wiki/Jacobite_rising_of_1745
[16]
Ibidem.
[17]
Ibidem, p.161.
[18] Alguns
historiadores colocam o ano de 1775, mas o selo comemorativo do bicentenário
inclui 1774-1974.
[19] http://www.methodistheritage.org.uk/jerseyandguernsey.htm
[20] http://www.methodistheritage.org.uk/jerseyandguernsey.htm
[23]
https://www.theislandwiki.org/index.php/Francois_Jeune
[25] Visão geral criada por IA do Google.
[29] http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf
[30] http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf
[33]
https://www.irishpalatines.org/ about/methodism.html
[34] Idem.
[35]
https://www.irishpalatines.org/ about/methodism.html
[36]
https://www.encyclopedia.com/women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/heck-barbara-ruckle-1734-1804
[37]Pesquisa: www.en.wikipedia.org/wiki/Barbara_Heckwww.victorshepherd.on.ca/Heritage/barbara.html;
www.home.ripnet.com/.../barbara_and_paul_heck.html; http://home.ripnet.com/legacy/colonel_edward_jessup/UEL_Col_J/barbara_and_paul_heck.html
www.interpretermagazine.org
›... › April 2004
[38]
http://www.hinologia.org/justus-henry-nelson/
[39]
https://hinosdaharpa.com/j-h-n/
[40]
https://wikimili.com/en/Justus_Henry_Nelson
[41]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Justus_Henry_Nelson
[42]
http://www.hinologia.org/justus-henry-nelson/
[43]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Justus_Henry_Nelson
[44]
http://www.hinologia.org/justus-henry-nelson/
[45] https://wikimili.com/en/Justus_Henry_Nelson
[46]
http://www.metodista.org.br/historico-metodismo-no-brasil
[47]
http://www.metodista.org.br/historico-metodismo-no-brasil
[48] https://wikimili.com/en/Justus_Henry_Nelson;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Justus_Henry_Nelson
[49]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Justus_Henry_Nelson
[50]
http://www.hinologia.org/justus-henry-nelson/
[51]
http://www.hinologia.org/justus-henry-nelson/
[52]
https://wikimili.com/en/Justus_Henry_Nelson
[53]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Justus_Henry_Nelson
[54] Pesquisa:
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http://www.mymethodisthistory.org.uk/page.aspx?id=312
[55] Pesquisa:
http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Ellen_Johnson-Sirleaf
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[56]
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[57] Pesquisa:
http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/noticias/politica/2013/8/38/Realizada-primeira-Conferência-sobre-vida-obra-Agostinho-Neto,2eb34e7d-1cfb-4462-9ab9-13d92f6357ef.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_Neto
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QUIPUNGO,
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[58] http://www.umc.org/news-and-media/church-celebrates-congo-dissidents-release
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[60]
Visão geral criada por IA do Google
[61]Pesquisa:
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lhttp://www.voceevangelica.ch/rivista/articolo.cfm?articolo=3339http://iltirreno.gelocal.it/massa/cronaca/2011/11/19/news/il-viandante-della-liberta-oggi-la-presentazione-del-libro-1.2807672http://anpigiovaniudine.org/node/362
[62] Visão geral criada por IA do Google
[63]
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[64]
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[65] Pesquisa: www.nndb.com/people/411/000098117/
http://en.wikipedia.org/wiki/Oliver_Tambo
[66]https://www.pressreader.com/angola/jornal-de-angola/
/20231107/281603835177383?srsltid=AfmBOooj0rOwf36rFaBdPXP4rBi32FLX4b6dxXBVwGofHGdPVj08iXql
[67]https://www.historia.uff.br/cantareira/v3/wp-content/uploads/2017/05/e25a06.pdf
[68]https://www.pressreader.com/angola/jornal-de-angola/
/20231107/281603835177383?srsltid=AfmBOooj0rOwf36rFaBdPXP4rBi32FLX4b6dxXBVwGofHGdPVj08iXql
[69] Idem.
[70]
https://www.historia.uff.br/cantareira/v3/wp-content/uploads/2017/05/e25a06.pdf
[71]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Polícia_Internacional_e_de_Defesa_do_Estado
[72]https://www.pressreader.com/angola/jornal-de-angola/
/20231107/281603835177383?srsltid=AfmBOooj0rOwf36rFaBdPXP4rBi32FLX4b6dxXBVwGofHGdPVj08iXql
Pesquisa:
KIPUNGO, Jose. Cristãos num mundo novo. Imprensa Metodista, São Paulo, 1984,
p.66
http://m.ja.sapo.ao/politica/governador_pede_participacao_em_massa_dos_cidadaos; http://kantoximpi.blogspot.com.br/2007/01/mulheres-angolanas-histricas-4uma.html
http://angola-luanda-pitigrili.com/who%E2%80%99s-who/l/luzia-ingles-van-dunem-inga
[74]
https://www.historia.uff.br/cantareira/v3/wp-content/uploads/2017/05/e25a06.pdf
[75] Idem.
[76] https://www.instagram.com/
minsa.gov.ao/p/CzTN5P2sx25/
[77]
https://imucaoa.org/category/ministerio-e-missao/
[78]
https://www.jornaldomingo.co.mz/opiniao/metodista-livre-129-anos-procurando-uma-lideranca/#google_vignette
[79] https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Mashaba
[80] https://methodist.org.za/igreja-metodista-wesleyana-em-mocambique
[81] https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Mashaba
[82]
https://www.abebooks.co.uk/UM-ERRO-JUSTIÇA-SILVA-Alfredo-Henrique/30099935398/bd
[83] https://en.; wikipedia.org/wiki/Bennie_Dee_Warner
[84]
https://www.bu.edu/life-of-bishop-bennie-d-warner-71-honored-in-um-news/
[85] Idem.
[86] https://en.; wikipedia.org/wiki/Bennie_Dee_Warner
[87] Idem.
[88]
https://www.bu.edu/sth/llife-of-bishop-bennie-d-warner-71-honored-in-um-news/
[89] https://en.;
wikipedia.org/wiki/Bennie_Dee_Warner
[90]https://www.umnews.org/pt/news/bishop-warner-remembered-for-humility-in-exile
[91] Pesquisa: www.pt.wikipedia.org/wiki/Chiang_Kai-shek
www.nla.gov.au/nla.news-article29879044
www.newsweekly.com.au/article.php?id=1461
www.nytimes.com
›... › C › Chiang Kai-shek
www.wenshuchan-online.weebly.com/xu-yunrsquos-letter.
http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674060494&content=reviews
[92] Visão
geral criada por IA do Google
[93] Pesquisa: www.britannica.com/EBchecked/.../Syngman-Rhee
www.pt.wikipedia.org/wiki/Syngman_Rhee
www.biography.yourdictionary.com/syngman-rhe
www.answers.com/topic/syngman-rhee
http://en.wikipedia.org/wiki/Syngman_Rhee
http://www.britannica.com/EBchecked/topic/501064/Syngman-Rhee
[94] Visão
geral criada por IA do Google
[95] https://www.facebook.com/129086153790050/photos/pcb.1169457859752869/1169457046419617/?type=3
http://wipfandstock.com/author/view/detail/id/8667/
http://prabook.com/web/person-view.html?profileId=343702
http://www.imu.org.uy/en-el-dia-del-ecumenismo-la-cg2016-reconoce-al-obispo-mortimer-arias/
http://enmediodelavida.info/wp/?p=1978
[96] Visão
geral criada por IA do Google
[97] Pesquisa:
http://www.amazon.co.uk/WyrdWood-The-Story-Dusty-Miller/dp/1460983785
http://finslab.com/enciclopedia/letra-e/ernest-gordon.php
[98] Visão
geral criada por IA do Google
[99] Crédito foto: desconhecido. Fonte
foto: http://kcmma.org/board/bbs/board.php?bo_table=bd1
Pesquisa:
http://kcmma.org/board/bbs/board.php?bo_table=bd1
http://www.cck.or.kr/eng/html/intro01.htm
http://m.blog.daum.net/_blog/_m/articleView.do?blogid=0G7b2&articleno=7076876#
www.pastordougroman.wordpress.com
http://m.dangdangnews.com/articleView.html?idxno=21018&menu=1
[100] Pesquisa: http://connection.ebscohost.com/tag/BESLOV%2C+Zdravko+--+Awards
http://www.eastwestreport.org/articles/ew01310.htm
http://methodist.bg/spell/nashite-predshestvenitsi-pastor-zdravko-bezlov/
[101] Visão
geral criada por IA do Google
[102] Pesquisa: http://marknmanuel.weebly.com/articles/virtues-of-abad-santos-extolled-today
http://en.wikipedia.org/wiki/José_Abad_Santos
https://www.facebook.com/umcphilippines/.../15819...
[103] Visão
geral criada por IA do Google
[104] Pesquisa: http://et.wikipedia.org/wiki/Martin_Prikask
http://www.umc-northerneurope.org/uploads/media/Methodist_History.pdf
http://www.bmk.ee/tumc/history.html
www. gbgm-umc.org
[105] http://fr.dbpedia.org/page/Ryu_Gwansun
https://www.facebook.com/changweon.jang/posts/10203024238677466
http://fr.dbpedia.org/page/Ryu_Gwansun
https://en.wikipedia.org/wiki/Ryu_Gwansun
https://www.geni.com/people/Ryu-Gwan-sun/6000000013343474856
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Mulheres_Ewha
[106] http://advivo.com.br/comentario/re-lembrancas-da-luta-armada-15
http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-resistencia/heleny-telles-ferreira-guariba/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Heleny_Guariba
http://irmandadedosmartires.blogspot.com.br/
http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-resistencia/heleny-telles-ferreira-guariba/
GUARIBA, Heleny. O falso “milagre”. Cruz
de Malta, p.31-33.
http://revista.faculdadeunida.com.br/index.php/reflexus/article/viewFile/33/87
[107]
Visão geral criada por IA do
Google
[108] https://liberatelaura.wordpress.com/2012/05/26/larry-frances-zellers-korean-war-pow-in-enemy-hands/
http://www.jstor.org/stable/j.ctt5vkk37
http://www.goodreads.com/book/show/19348744-in-enemy-hands
https://www.amazon.com/Enemy-Hands-Prisoner-North-Korea/dp/0813109760
https://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=49233132
https://www.amazon.com/Enemy-Hands-Prisoner-North-Korea/dp/0813109760
[109] Visão geral criada por IA do Google
[110] Pesquisa: http://hollowverse.com/rosa-parks/
http://wiki.answers.com/Q/What_Methodist_church_did_Rosa_parks_go_to
[111] http://www.religionnews.com/2013/02/27/rosa-parks-statue-unveiled-at-capitol-celebrated-by-ame-church/
[112] https://www.facebook.com/photo.php?fbid=995660439262507&id=100064556808152&set=a.552251453603410
[113]
https://www.facebook.com/FMM1Re/posts/nota-de-falecimento-que-o-espírito-santo-console-nossos-corações-e-de-todos-os-f/1032000562300900/
[114]
https://www.facebook.com/FMM1Re/posts/nota-de-falecimento-que-o-espírito-santo-console-nossos-corações-e-de-todos-os-f/1032000562300900/
[115]
https://www.facebook.com/FMM1Re/posts/nota-de-falecimento-que-o-espírito-santo-console-nossos-corações-e-de-todos-os-f/1032000562300900/
[116]
https://share.google/35FxSP0nSLhFxxV8R
[117]
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=995660439262507&id=100064556808152&set=a.552251453603410
[118]
https://www.metodista.org.br/vencedores-do-premio-mundial-metodista-da-paz-trabalharam-no-brasil-e-angola
[119]
https://www.facebook.com/perfeito.massamba.75/posts/retrato-do-rev-sebastião-joão-rodrigues-segurando-a-criança-do-casal-missionário/1458486118453880/
[120]
https://www.facebook.com/FMM1Re/posts/nota-de-falecimento-que-o-espírito-santo-console-nossos-corações-e-de-todos-os-f/1032000562300900/
[121] https://www.metodista.org.br/
vencedores-do-premio-mundial-metodista-da-paz-trabalharam-no-brasil-e-angola
[122]
https://share.google/kHnETgyQbxuqncUnJ
[123]
https://share.google/35FxSP0nSLhFxxV8R
[124] https://share.google/cXl2NbOptxzUzMfzq
[125] Crédito foto: Cott Wheeler / The Ledger. Fonte foto: http://www.theledger.com/article/20070620/VISIONLATINA/706210322?Title=Delegados-reflejan-sobre-xito-del-pacto-con-Cuba
http://www.theledger.com/article/20131010/NEWS/131019987?p=1&tc=pg
http://religionrevolucion.blogspot.com/2013_10_01_archive.html
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