Voando alto como a águia
Odilon Massolar Chaves
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Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro de
1998.
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Tradutor: Google
Fontes das fotos da capa: https://br.pinterest.com/joana3627/águias-voando/
Toda gloria a Deus!
Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em
Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no
século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de
Teologia.
Declaração de direitos
autorais: Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição
eletrônica que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos
Cristãos.
Rio de Janeiro – Brasil
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“Até os jovens se cansam
e ficam exaustos,
e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor
renovam as suas forças.
Voam alto como águias;
correm e não ficam exaustos,
andam e não se cansam.”
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Índice
·
Introdução
·
Aprendendo a voar como os filhotes de
águia
·
O pássaro de asa quebrada pode voar
·
Nascer de novo para voar bem mais alto
·
O treinamento de Deus para voarmos alto
·
A mulher Cananéia que voou alto
·
Aprendendo a voar mais alto
·
Chamados e capacitados para serem usados
·
Como vencer batalhas sequenciais
·
O voo mais alto que Deus deseja para
nossa vida
·
Oito passos para voar alto
·
A renovação da águia
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Introdução
“Voando alto como a águia” é um livro de 63 páginas que surgiu a partir de sermões e estudos que ministrei na Igreja local.
A águia voa mais de 3 mil metros de altura. Podemos voar alto como a águia.
Aprender a voar alto como a águia é uma necessidade para todos nós (Isaías 40.30-31). Especialmente, temos que aprender sobre a verdadeira fé e das possibilidades infinitas que Deus colocou para todos os seus filhos e filhas.
Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Isso significa que fomos criados com capacidades imensas, o que foi destruído parcialmente pelo pecado. Temos dentro de nós colocado por Deus a graça preveniente, ou seja, a capacidade de crer.
Temos a obra redentora de Jesus na cruz que nos tornou herdeiros das promessas feitas a Abrahão. Temos o Espírito Santo que nos guia à verdade, capacita, fortalece e nos concede dons espirituais que nos proporciona realizar grandes obras para o Reino de Deus.
“Você
pode, sim!” Essa é uma fase que ensinei aos membros da Igreja. Deus pode fazer
infinitamente mais! Você pode, sim, voar mais alto!
O Autor
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Aprendendo a voar como os filhotes de águia
Voar é um sonho de muitos. O ser humano inventou a aeronave, asa delta, helicóptero e avião porque quer voar, quer ir às nuvens.
Voamos nos pensamentos, sonhos e fantasias. Queremos chegar ao infinito.
Em Deus isso é possível. Temos a chance de ir além. Paulo disse que o Senhor pode nos dar infinitamente mais. A fé cria essa possibilidade.
Podemos sair da gaiola, do chão, da mesmice e voemos até as alturas como as águias.
A
Bíblia fala do cuidado da águia com os seus filhotes: “Como a águia desperta a
sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as suas asas, e,
tomando-os, os leva sobre elas…” (Dt. 32.11).
Esse
é o cuidado de Deus conosco. Ele quer ver seus filhos e filhas crescendo até
atingirem a medida da estatura da plenitude de Jesus (Ef 4.13). Isso é alcançar
o caráter de Cristo.
Para
isso, é necessário crescer e madurecer. Para isso, muitas vezes, temos que
passar por provações, lutas e aprender para exercer a fé confiante no amor de
Deus.
O
exemplo de Jesus é maravilhoso. Ele foi até a cruz porque sabia que Deus o
ressuscitaria.
Muitas
vezes, precisamos de um “empurrão”, como a águia faz com seus filhotes.
“A
águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração
se acelerou com emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a
resistência dos filhotes aos seus insistentes cutucões.
Por
que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? - Pensou ela.
O
ninho estava bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar
para sustentar as asas dos filhotes. E se justamente agora isso não funcionar?
Apesar
do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se
completar. Restava ainda uma tarefa final: o empurrão.
A
águia encheu-se de coragem. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas, não
haverá propósito para sua vida. Enquanto eles não aprenderem a voar, não
compreenderão o privilégio que é nascer águia. O empurrão era o melhor presente
que ela poderia oferecer-lhes. Era seu supremo ato de amor.
Então,
um a um, ela os precipitou para o abismo. E eles voaram![1]
É
verdade! Muitas vezes, precisamos de um “empurrão”.
A
fé é explicada também como um “pulo no escuro”.
Você
vai em frente, você pula não vendo nada, mas tem a certeza de que Deus estará
lá para te segurar nos braços.
Numa
outra explicação sobre como os filhotes das águias aprendem a voar, é dito:
“(...)
a águia toma uma medida radical. Ela pega o filhote do ninho com as suas
possantes garras e arroja-o das alturas para o chão. Ele que nunca voou
sozinho, cai de ponta cabeça, desesperado; e ela deixa. Quando o filhote está
para espatifar-se ao chão, ela o toma novamente e o leva de volta para as
alturas e novamente o arroja de lá”.[2]
Situações
que acontecem na vida podem nos levar a desistir ou crescer na adversidade.
Adversidades,
na verdade, são oportunidades para crescimento.
A
confiança é tudo no crescimento para voos bem altos.
A
Bíblia diz: “Sendo assim, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo
dos Santos mediante o sangue de Jesus, por um novo e vivo Caminho que Ele
nos descortinou por intermédio do véu, isto é, do seu próprio corpo” (Hb
10.19-20).
Você
pode, sim, voar alto!
O pássaro de asa quebrada pode voar
Algumas pessoas nascem com a asa quebrada e não podem voar. Nascem com problemas sérios. Na estrada da vida, estão sujeitas a ficarem pelo caminho ou a serem devoradas pelos lobos.
Sim, há pessoas que nascem também em um ambiente tão negativo que, geralmente, pensamos que o seu futuro será sombrio. Outras até acreditam que têm um carma, um destino ruim traçado por Deus. Só um milagre poderia mudar o rumo de suas vidas.
Pode um pássaro de asa quebrada voar?
Pode uma oração mudar radicalmente a nossa vida?
Orar é entrar em contato com as possibilidades infinitas que há em Deus. Foi Jesus quem disse que tudo que pedirmos com fé Deus nos atenderá. Ele disse "tudo". Então é possível voar! Podemos ir além dos nossos limites humanos.
A história de Jabez nos mostra essa
verdade. Ele nasceu marcado pelo seu nome que significa "dor" ou
"que causou dores". Ele nasceu com a asa quebrada. A Bíblia diz:
"(...) sua mãe chamou-lhe Jabez, dizendo: Porque com dores o dei à
luz" (1 Cr 4.9). O nome significava o que a pessoa era, como seria o
seu futuro, a sua vida.
Uma pessoa marcada pela dor é o que Jabez seria. Na sua vida sentimental ele teria decepções. Na vida profissional nada daria certo por mais que se esforçasse. Era o que ele visualizava para seu futuro. Certamente, por causa disso, muitos evitaram entrar em contato com Jabez. As pessoas tinham receio de pegar o mal que havia nele. Afinal, estar em contato com uma pessoa assim é se arriscar a sofrer também. Sentimento de rejeição e baixa autoestima é possível que estivessem no coração de Jabez.
Por outro lado, ele poderia desenvolver um ressentimento contra a sua mãe e o próprio Deus. Afinal, foi ela quem colocou o nome nele e foi Deus quem permitiu que isso acontecesse.
"-Ah! Senhor, porque permitistes acontecer isso comigo?"
Não é assim que muitos procedem?
Jabez, porém, tomou uma atitude que mudaria sua vida: buscou a Deus. Diz a Bíblia: "Jabez invocou o Deus de Israel" (1 Cr 4.10).
O que o teria levado a buscar uma mudança em Deus?
Será que foi seu desespero ou inconformismo?
Será que foi uma palavra de
esperança que ouviu em algum lugar? Será que foi uma mensagem bíblica ou a
palavra de uma pessoa amiga?
O jogador de futebol Garrincha foi um “pássaro” que nasceu com a asa quebrada. Ele tinha as pernas tortas e se tornou um fenômeno no futebol. Ele foi bicampeão mundial de futebol. Alguém um dia resolveu lhe dar uma chance e ele foi um vencedor. Garrincha voou.
Uma palavra de esperança na hora mais difícil pode apontar um novo rumo para aquele que está em desespero e pode dar um suporte ao fraco para ele levantar voo. Uma palavra de estímulo pode ajudar uma pessoa a sair de sua situação e ser vitoriosa.
Li a história de Luanne que nasceu com paralisia cerebral. Ela só conseguia mexer um dedão de um pé. Podemos dizer que Luanne estava marcada para ser uma inútil. Contudo, seus pais, religiosos, lhe ensinaram sobre verdade, confiança, fé e amor. Luanne aprendeu digitação utilizando apenas o dedão do pé e escreveu o livro " Pássaro de asa quebrada". Na verdade, ela nasceu com as duas asas quebradas. Ela escreveu como transformar os problemas em triunfo e a tragédia em vitória.
Jabez fez uma oração que mudou radicalmente sua vida. Nela estão quatro pedidos registrados em 1 Crônicas 4.10:
1. "(...) me abençoes
2. e me alargues as fronteiras,
3. que seja comigo
4. e me preserves do mal de modo que não me sobrevenha aflição!"
Por ter uma marca negativa desde o nascimento Jabez sabia que só seria vitorioso, se anulasse esse mal com a benção de Deus. Por isso pediu primeiro a benção.Jabez usou de sabedoria. São pedidos feitos a Deus com a direção do Espírito Santo. Às vezes, nem sabemos como orar e, por isso, perdemos a benção.
Ele demonstrou que queria ir além da mesmice das pessoas do seu tempo ao pedir que "me alargues as fronteiras". Deus age na medida da nossa fé. "Seja feito segundo a sua fé". Jesus disse isso um dia para alguém que lhe pediu cura.
Jabez pediu o que de mais precioso podemos ter: a presença de Deus: "que seja comigo a tua mão". Ter o Senhor ao nosso lado é a garantia da paz, amor e vitória.
Por fim, ele pediu livramento: "e me preserves do mal de modo que não me sobrevenha aflição". Com essa oração as dores pré-determinadas para a sua vida foram anuladas.
A Bíblia diz que " Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido". Uma oração simples, mas feita do fundo do coração. Uma oração feita ao chegar no limite de sua resistência e no limite de sua capacidade.
O texto sobre Jabez começa dizendo que ele foi "mais ilustre do que seus irmãos" (1 Cr 4.9). Teve mais sucesso. Foi mais além.
Qual o motivo?
É provável que seus irmãos se conformaram com a vida que levavam ou confiaram apenas em seus próprios méritos. É possível que tivessem nomes inadequados colocados também pela falta de sabedoria de sua mãe e tenham aceitado isso como um destino de Deus para suas vidas. Com ou sem nomes inadequados eles tinham a asa quebrada e não souberam como voar.
A oração de Jabez nos ensina que o rumo sombrio de nossa história pode ser mudado, se confiarmos no ilimitado poder que há em Deus e o buscarmos de todo o coração.
Os que confiam no Senhor sobem com asas como águia.
Nascer de
novo para voar bem mais alto
Ninguém pode voar bem alto espiritualmente, se não nascer de novo.
Vivemos dias em que as verdadeiras conversões são escassas. Há mais adesão e atração por determinado tipo de Igreja ou culto do que um verdadeiro novo nascimento.
Às vezes, há fortes emoções, mas nem toda pessoa têm permitido que Jesus entre e faça morada em seus corações. Alguns são batizados e acreditam que isso basta.
Essa é a razão de algumas pessoas serem batizadas e logo depois se desviarem.
É preciso nascer de novo!
Jesus disse que “se
alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3).
Se antes seus sentidos eram bloqueados, “toda a sua alma é agora sensível às manifestações de Deus...”.[4]
Segundo Wesley, o sopro do Espírito penetra naquele que nasceu de novo e continuamente ele é inspirado pela fé e expirado pelo amor, orações, louvor e ações de graças. Essas orações, louvor e amor são respirados pela alma que é verdadeiramente nascida de Deus.
Quem nasce de novo tem os olhos do entendimento abertos e vê o invisível; seus ouvidos estão abertos e ouvem a voz de Deus; conhece a voz de seu Pastor.
Quem é nascido de Deus recebe sempre na alma o fôlego da vida comunicado por Deus e a graciosa influência do Seu Espírito. Ele, “crendo, amando e constantemente percebendo, pela fé, a ação de Deus sobre seu Espírito, retribui, por uma espécie de reação espiritual, a graça que recebe, com incessante amor, louvor e oração”.[5]
Utilizando categorias psicológicas, o missionário metodista na Índia Stanley Jones disse que, na conversão, uma nova vida é introduzida na alma; nascemos de novo, mas é possível haver uma luta interna pelo fato do “subconsciente não estar convertido”.[6]
É preciso também, disse ele, que o Espírito Santo tome posse do subconsciente para que haja só a direção do Espírito e não dos impulsos do ego, do sexo e da herança.
Assim, não somente a parte consciente, mas também o inconsciente precisa ser restaurado e dominado, caso contrário, os impulsos irão querer assumir o controle e a direção.
A Palavra em Ezequiel é bem clara quando diz: “... porei dentro de vós espírito novo...” (Ez 36.26). Diz mais: “Porei dentro em vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez 36.27).
Wesley comenta a necessidade de chegarmos à circuncisão do coração, que é “um reto estado de alma, mente e espírito renovados à imagem Daquele que os criou”.[7]
Jesus falou dessa luta interna: “... o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.41), por isso, Ele alerta: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação...” (Mt 26.41).
O certo é que, mesmo
após o novo nascimento, a alma ainda tem marcas do pecado. Por isso, Paulo
afirma: “... mesmo que o nosso homem exterior (alma) se corrompa, contudo, o
nosso homem interior (espírito) se renova de dia em dia.” (2 Co 4.16).
Sim, o Espírito do Senhor vem ao nosso espírito: “... vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior” (Ef 3.16).
Ele diz ainda: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
Há uma experiência linda no novo nascimento. Um mundo novo se abre para nós. Mas não é o bastante.
Como o pecado é considerado uma doença, Wesley usa a expressão “cura da alma”. Para restaurar a natureza humana, totalmente corrompida em todas as suas faculdades, Wesley fala sobre “o método divino de curar a alma, que se encontra enferma”.[8]
Para curar o nosso ateísmo, o que é preciso ser feito?
Segundo ele, Deus cura através de duas maneiras: pelo conhecimento de si mesmo e de Jesus Cristo.
Pela graça de Deus, nós recebemos a fé “uma divina evidência ou convicção de Deus e das coisas de Deus, em particular desta importante verdade: Cristo me amou e deu-se a si mesmo por mim”.[9] Conferir em Efésios 2.8 e João 3.16.
E como ser curado do
orgulho?
Essa doença mortal, como Wesley a chama, é debelada “pelo arrependimento e pela humildade de coração”.[10] Conferir em 2 Crônicas 7.14.
E a obstinação?
“Segundo Deuza Avellar, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a obstinação não é positiva. ‘É uma doença que cega e torna a pessoa incapaz de perceber que está indo na direção de um precipício e até mesmo da autodestruição.
Ela explica que Obstinação é diferente de Determinação. ‘As bases destes comportamentos são diferentes. A determinação tem a ver com o desejo de conquistar, melhorar na vida, construir, aprender, fazer. A determinação é algo que me move na vida para o bem. O meu e quem sabe de outros. Na obstinação os fins justificam os meios [sejam eles bons ou ruins]. Admiramos uma pessoa determinada, mas, da obstinada temos medo.”[11]
Como se cura espiritualmente a obstinação?
Depende de nós. É curada pela resignação, brandura e grata submissão à vontade de Deus. Conferir Hebreus 12.9.
Por fim, ele diz que somos curados do amor ao mundo em todos os seus aspectos pelo derramamento do amor de Deus em nossos corações. Segundo Wesley, este é o soberano remédio. Conferir em Romanos 5.5.
Portanto, o verdadeiro
novo nascimento inclui a cura da alma que está enferma. Só assim poderemos voar
bem mais alto.
O treinamento de Deus para voarmos alto
Deus investe em nós! Ele deseja que alcancemos voos bem altos. Mas, como os filhoses de águia, precisamos de treinamento para aprender a voar alto.
Deus nos educa e nos treina para sermos instrumentos do Seu Reino. Ele nos treina para realizarmos Seus projetos e para enfrentarmos situações adversas.
Estamos matriculados nessa escola e muitos nem sabem. É que Deus usa de métodos não convencionais. Como exemplo, citamos Davi que era um pastor de ovelhas e protegeu o rebanho vencendo um urso e um leão. Davi foi treinado para vencer mais tarde Golias defendendo o Povo de Deus (1Rs 17.34-37).
José aprendeu a discernir os sonhos para, mais tarde, interpretar os sonhos de Faraó tornando-se assim governador do Egito para salvar, posteriormente, o Povo de Deus da fome que viria sobre o mundo (Gn 45.7).
Nessa escola, usa todas as situações para nos ensinar e nos treinar. Foi assim com Saulo que precisou aprender a necessidade de obediência, humildade e submissão a Deus. Após seu encontro com Jesus na estrada de Damasco (At 9.3-6), ele ficou cego e precisou ser guiado pela mão de seus companheiros ficando três dias sem comer e beber (At 9.8-9).
Paulo perseguiu e viu todo o sofrimento dos cristãos por causa da fé em Jesus (At 7.54-8.1). Ele aprendeu que a fé em Jesus nos leva a sermos testemunhas, isso é, mártir. Jesus utilizou esse aprendizado e usou Paulo como um instrumento: “Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (At 9.16).
As adversidades, portanto, que estamos passando podem ser simplesmente um treinamento para enfrentarmos situações mais adversas no futuro. Por isso, devemos sempre perguntar ao Senhor “para que?” e não “por quê?”. Deus tem propósito em nossa vida.
Nessa escola, Deus nos ensina na Palavra, pelo Espírito Santo, nas situações do dia-a-dia etc.
Deus leva em conta nosso currículo quando nos matriculamos nessa escola. Ele utiliza nossos conhecimentos, títulos, cultura etc. Foi assim com Paulo. O fato dele ser cidadão romano foi fundamental para seus caminhos serem abertos aonde Roam dominava. O fato dele ter aprendido com o famoso rabi Gamaliel lhe deu credibilidade e muito conhecimento bíblico. Só lhe faltava entender que Jesus é o messias.
Mas Deus também nos capacita. Foi preciso Paulo ficar cheio do Espírito Santo (At 9.17). Mas se nos consideramos incapazes, não devemos nos preocupar.
Deus capacita os incapacitados. Ele usa as pessoas simples porque elas se colocam humildemente em Suas mãos.
Portanto, esteja pronto para o aprendizado. Lembre-se de que você está matriculado na Escola de Treinamento de Deus.
Deus deseja que você alcance voos
bem altos.
A mulher Cananéia
que voou alto
A história da mulher Cananéia (Mt 15.21-28) nos revela que a fé deve ter expressões. Ela não é estática. Ela tem vida. Ela é móvel.
Essa história mostra como a mulher Cananéia conseguiu voar bem alto.
Acima de tudo, ela teve fé. Fé é confiança, certeza (Hb 11.1).
Podemos aprender sobre as diversas expressões da sua fé.
Podemos dizer que a fé tem pernas. A mulher “viera daquelas regiões” e foi até Jesus para ser abençoada. Quem tem fé vai atrás de sua benção.
A fé tem sentimentos. A mulher sentiu a dor da filha e correu até Jesus. A fé é movida pela esperança. Quem tem fé sente também alegria, paz e o amor de Deus.
A fé tem olhos. A mulher viu possibilidade da cura para sua filha. Ela enxergou a sua benção. Por isso deixou tudo e foi até Jesus.
Ela voou alto.
A fé tem boca. A mulher
clamou: “Senhor, filho de Davi, tem compaixão de mim”. Jesus disse que quem
pede recebe.
A fé encontra Deus. A mulher “veio e o adorou”. Quem tem fé reconhece que todo poder vem de Deus. Toda glória deve ser dada ao Senhor.
A fé tem uma lógica espiritual. Ela não é cega. A mulher argumentou com Jesus sobre os pães e os cachorrinhos. Jesus ficou impressionado com a mulher Cananéia. Disse que ela tinha grande fé.
A fé tem ouvidos. A mulher ouviu falar de Jesus e foi atrás dele. Quando Jesus disse que sua filha estava curada, ela ouviu atentamente e não mais falou. Saiu dali agradecida.
A fé tem, por fim, mãos. Quem tem fé levanta suas mãos aos céus e toma posse das bênçãos de Deus. Ela segura sua benção. Foi o que mulher Cananéia fez.
Onde estão os pés da tua fé?
Onde estão os ouvidos da tua fé?
Onde está a boca da tua fé?
Jesus lhe disse: "Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!' E desde aquele momento sua filha ficou curada" (Mt 15.28).
Para voar alto é preciso ter uma grande fé!
Elisha Graves Otis (1811-1861) foi um metodista dos EUA que nos ajudou a entender que podemos voar alto.
Ele trabalhou em Nova York como carroceiro. Construiu vagões e carruagens. Foi mecânico. Teve pneumonia e quase morreu. Perdeu a sua esposa. Em 1853, inventou o elevador de segurança levando ao desenvolvimento de arranha-céus e da arquitetura urbana moderna. Seu gênio foi reconhecido. Otis é o único responsável pela tecnologia do elevador que usamos hoje.
A Bíblia
nos ensina que podemos voar mais alto, podemos ir além: “Tendo, pois, irmãos,
ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, pelo caminho
que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua
carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com
verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má
consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos inabalável a confissão
da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa” (Hb 10.19-23).
A Bíblia ensina aos cristãos que
eles podem ir muito além do que costumeiramente vivem. Existe um infinito para
se conquistar no mundo espiritual. A Bíblia diz que nem olhos viram, nem
ouvidos ouviram e jamais entrou em entendimento humano o que Deus tem preparado
para aqueles que O amam.
Para que isso aconteça:
1. Devemos ter ousadia
“Tendo, pois, irmãos, ousadia para
entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus” (Hb 10.19).
Ousadia é destemor, arrojo,
coragem, audácia, galhardia.
Há um livro chamado Fernão Capelo Gaivota ([12]).
É a história de uma gaivota que quis sair da mesmice e realizar vôos mais
altos. Ela teve ousadia e realizou seu sonho.
Nós somos chamados a ir mais além
da nossa vida espiritual e alcançar experiências maiores com Deus.
Ter ousadia é ter tanta confiança
que passamos a ter intimidade com Deus.
- Para termos ousadia é preciso
reconhecer que somos filhos, herdeiros, que temos direitos e que o nosso Pai é
justo e amoroso.
- Para termos ousadia precisamos
vencer a timidez e quebrar o paradigma da letargia espiritual.
Algumas pessoas pensam que nasceram
somente para “pegarem peixes” como a gaivota. Deus tem propósitos muito maiores
para nós. Ele pode fazer infinitamente mais além do que pedimos ou pensamos.
Essa fé nos dá ousadia.
Exemplos:
- Jacó segurou o anjo e foi chamado
de príncipe:
“Jacó, porém, ficou só, e lutou com
ele um homem até o romper do dia. Quando o homem viu que não prevalecia contra
ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e deslocou a juntura da coxa de Jacó,
enquanto lutava com ele. Então o homem disse: Deixa-me ir, pois já rompeu o
dia. Porém Jacó respondeu: Não te deixarei ir, se não me abençoares” (Gênesis
32:24-26).
- Ana rompeu com sua vida de
amargura:
Ana tinha ressentimentos e
amargura. Ela se sentia rejeitada por Deus e era humilhada por uma rival.
Decidiu fazer um voto ao Senhor e entregar para Ele o que mais queria na vida:
um filho.
“Ela, pois, com amargura de alma,
orou ao Senhor, e chorou abundantemente. E fez um voto, dizendo: Senhor dos
Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te
lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho
homem, ao Senhor o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não
passará navalha” (1 Samuel 1.10-11).
Deus a abençoou com o filho Samuel
e depois com mais cinco filhos e filhas.
- Mulher com hemorragia tocou
nas vestes de Jesus:
“E certa mulher, que tinha uma hemorragia havia doze anos [e gastara com os médicos todos os seus haveres] e por ninguém pudera ser curada, chegando-se por detrás, tocou-lhe a orla do manto, e imediatamente cessou a sua hemorragia” (Lc 8.43-44).
- Mulher pecadora desafiou fariseu ao entrar em sua casa para ver Jesus.
“Naquele tempo, um fariseu convidou
Jesus para uma refeição em sua casa. Jesus entrou na casa do fariseu e pôs-se à
mesa. Certa mulher, conhecida na cidade como pecadora, soube que Jesus estava à
mesa, na casa do fariseu. Ela trouxe um frasco de alabastro com perfume, e,
ficando por detrás, chorava aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a
banhar-lhe os pés, enxugava-os com os cabelos, cobria-os de beijos e os ungia
com o perfume” (Lc 7.36-38).
Deus, portanto, honra a quem tem
ousadia.
2. Entrar no santo dos santos é voar mais alto alcançando uma
profunda espiritualidade
Ousadia “para entrarmos no
santíssimo lugar” (Hb 10.19).
Santo dos santos é o lugar onde
Deus está.
Não devemos ficar no átrio e nem no
santo lugar. Podemos utilizar as asas da fé e realizarmos voos mais altos.
O Átrio e o Lugar Santo eram uma
preparação para chegar ao Santo dos Santos. Devemos procurar entrar no Santo
dos Santos. Jesus abriu este caminho para nós pelo seu sangue na cruz.
A pedra ou a praia podem ser um
trampolim para a gaivota voar mais alto.
Um cântico, uma pregação, uma
oração, um testemunho podem também ser uma rampa para sermos estimulados a voar
mais alto.
3. Devemos “bater asas” para levantarmos voo
Isto é, nos aproximar para adorar e
descansar nos braços do Pai.
Significa “cheguemo-nos” ou
“aproximemo-nos”.
Muitas pessoas evitam contato
físico. Têm seus traumas e medos.
Devemos nos aproximar do Senhor por
que nosso Deus é o Deus da comunhão.
- Intimidade – quem ama quer ter
intimidade
- Sair do comodismo, frieza espiritual.
- Sair da
mesmice, conformismo com o que tem.
Devemos desejar ter maiores
experiências com Deus.
Não devemos ter medo de ser
rejeitado e nem de não ser amado.
4. Devemos ter um coração preparado para podermos voar mais alto
Sem penas uma gaivota não consegue
voar. Ferida, machucada, uma gaivota não consegue voar.
Ninguém está preparado só porque
leu um livro, ouviu um sermão ou fez um curso.
Algumas pessoas estão cheias de
conhecimento, mas este belo conhecimento não desceu para o coração e nem levou
a uma prática.
Por isso, temos psicólogos que
precisam ser curados, pastores que precisam ser pastoreados e ministros que
precisam ser ministrados.
É preciso tomar posse, encarnar a
Palavra e praticá-la.
Veja o que a Bíblia diz:
“aproximemo-nos, com sincero coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração
purificado de má consciência...” (Hb 10.22).
- Sincero coração: franqueza,
verdadeiro.
- 100% de fé: hypostasis – escritura
- Coração purificado: sem barreiras ou dúvidas, medos ou bloqueios.
5. O combustível que nos faz voar é a esperança
Um avião sem combustível não voa.
O nosso combustível deve ser a fé e
a esperança. Sem a fé e a esperança não iremos a lugar nenhum.
A Bíblia diz:
“retenhamos inabalável a confissão
da nossa esperança” (Hb 10.23).
A esperança é o combustível que nos
move.
A esperança é um grande tesouro.
Por isso:
- Não deixe que o inimigo te desvie do caminho. Ele tem o Plano A (atingir você) e o Plano B (usar alguém contra você).
- Não se esqueça das promessas de Deus - Agar se esqueceu de que Deus havia prometido que do seu filho Ismael viria uma grande nação. Na sua crise, ela foi para longe para não ver a morte do menino. Deus, fiel, interviu e salvou os dois.
- Não barateie a esperança - Esaú vendeu seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas. Depois ele ficou no desespero.
- Não deixe
que os problemas sufoquem sua esperança. As preocupações do dia-a-dia podem
desviar sua atenção e fechar teu espírito. Devemos trazer à memória o que nos
dá esperança e alimentar e conservar a esperança pela fé
Logo após a 2ª Guerra Mundial, um
jovem piloto inglês experimentava o seu frágil avião monomotor numa arrojada
aventura ao redor do mundo.
Pouco depois de levantar voo de um
dos pequenos e improvisados aeródromos da Índia, ouviu um estranho ruído que
vinha de trás de seu assento.
Percebeu logo que havia um rato a
bordo e que poderia, roendo a cobertura de lona, destruir o seu frágil avião.
Poderia voltar ao aeroporto para se
livrar de seu incômodo, perigoso e inesperado passageiro.
Lembrou-se, contudo, de que os
ratos não resistem a grandes alturas.
Voando cada vez mais alto, pouco a
pouco, cessaram os ruídos que quase punham em perigo a sua viagem.
"Se o ameaçarem destruir por
inveja, calúnia ou maledicência, VOE MAIS ALTO... Se o criticarem, VOE MAIS
ALTO... Se fizerem injustiças a você, VOE MAIS ALTO... Lembre-se sempre que os
"ratos" não resistem às alturas."[13]
Chamados e capacitados para serem usados
Para voarmos bem alto precisamos retirar de nosso interior
bloqueios emocionais que nos impedem de ir em frente. Foi o que aconteceu com
Gideão.
A história de Gideão é semelhante a de muitos crentes que frequentam
a igreja, mas vivem uma vida na mesmice sem esperança de vitória. Sua vida é
apenas de manutenção e sobrevivência. Suas orações são de lamentação em vez de
gratidão; são orações que revelam a crença num Deus distante em vez de orações
que revelam uma intimidade com o Pai; são mais orações que revelam conformismo
em vez de ser orações de luta, como Jacó lutou com o anjo até obter a vitória.
Essa história de Gideão nos ensina que, muitas vezes;
precisamos quebrar paradigmas; precisamos de um renovo; precisamos de mudança
radical em nossa vida; precisamos de um odre novo.
Existem etapas a serem vencidas em nossa caminha espiritual para
sermos plenamente vitoriosos.
A história de Gideão nos ajuda nessa compreensão. Ela nos
ajuda a tomar algumas atitudes para sermos vitoriosos.
É preciso eliminar os fantasmas do nosso interior para assumirmos
a condição de filho e filha de Deus
A história de Gideão começa assim: ele estava malhando trigo com
medo dos midianitas e um anjo lhe apareceu:
“Então o anjo do Senhor lhe apareceu, e lhe disse: O Senhor
é contigo, homem valente. Mas Gideão lhe respondeu: Ai, Senhor meu, se o Senhor
é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas
maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do
Egito? Porém agora o Senhor nos desamparou, e nos deu nas mãos dos midianitas.
Então o Senhor olhou para ele, e disse: Vai nesta tua força, e livrarás a
Israel das mãos dos midianitas; porventura não te enviei eu? E ele lhe disse:
Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais
pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai” (Jz 6.12-15).
Deus toma a iniciativa. Ele nos amou primeiro através de Sua
graça. Só temos que dar a resposta através da graça preveniente que o próprio
Senhor colocou em nós.
Foi assim com Gideão. A primeira
necessidade de Gideão era tratar do seu coração doente. Gideão achava que Deus
era o culpado por tudo aquilo que acontecia em Israel. Se Deus havia libertado
Israel no passado porque Ele não fazia o mesmo hoje?
O culpado era o próprio Israel que havia deixado Deus por outros
ídolos (Jz 6.1).
Deus procurou também libertar Gideão do medo e complexo trabalhando na sua autoestima
(Jz 6.12) A primeira coisa que Deus faz é nos convencer de que somos valentes,
vencedores e que com Ele somos capazes de enfrentar qualquer dificuldade.
Sim, somos chamados a andar de cabeça erguida como filhos e filhas
de Deus.
Se quisermos avançar para outra etapa e sermos vitoriosos,
temos que deixar primeiro o Senhor trabalhar em nosso coração.
É preciso retirar os ídolos da nossa vida quebrando paradigmas
familiares negativos para que o Senhor ocupe o primeiro lugar
De Gêneses ao Apocalipse o Senhor não aceita a soberba (adoração
de si mesmo) e a idolatria (adoração de outros deuses). Por isso, a humildade,
que leva ao reconhecimento de que precisamos de Deus, e a fé no Senhor são
realçados na Bíblia.
Veja o que o Senhor falou para Gideão:
“E aconteceu naquela mesma noite, que o Senhor lhe disse: Toma o
boi que pertence a teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derruba o
altar de Baal, que é de teu pai; e corta o bosque que está ao pé dele. E
edifica ao Senhor teu Deus um altar no cume deste lugar forte, num lugar
conveniente; e toma o segundo boi, e o oferecerás em holocausto com a lenha que
cortares do bosque. Então Gideão tomou dez homens dentre os seus servos, e fez
como o Senhor lhe dissera; e sucedeu que, temendo ele a casa de seu pai, e os
homens daquela cidade, não o fez de dia, mas fê-lo de noite.
Levantando-se, pois, os homens daquela cidade, de madrugada, eis
que estava o altar de Baal derrubado, e o bosque estava ao pé dele, cortado; e
o segundo boi oferecido no altar que fora edificado. E uns aos outros disseram:
Quem fez esta coisa? E, esquadrinhando, e inquirindo, disseram: Gideão, o filho
de Joás, fez esta coisa.
Então os homens daquela cidade disseram a Joás: Tira para fora a
teu filho; para que morra; pois derribou o altar de Baal, e cortou o bosque que
estava ao pé dele.
Porém Joás disse a todos os que se puseram contra ele:
Contendereis vós por Baal? Livrá-lo-eis vós? Qualquer que por ele contender
ainda esta manhã será morto; se é deus, por si mesmo contenda; pois derrubaram
o seu altar. Por isso naquele dia lhe chamaram Jerubaal, dizendo: Baal contenda
contra ele, pois derrubou o seu altar” (Jz 7.25-32).
A segunda coisa que Deus procurou fazer na vida de Gideão foi
exterminar com laços familiares que traziam maldição. Se próprio pai era um
idólatra. Gideão destruiu o altar de Baal e o poste-ídolo.
Quando Deus chama a Gideão para libertar o povo de Israel, e lhe
confirma esse chamamento mais tarde (Jz 7.18-19), a primeira coisa que Deus
pede a Gideão que faça, não é montar um exército, fazer uma revolta armada e
tomar o poder. Deus queria mostrar a Gideão a dimensão de um governo debaixo da
mão dele que começaria pela restauração da adoração a Deus. Deus exige de
Gideão que ele comece pela casa dele, a restaurar a adoração ao verdadeiro
Deus, pois o povo havia se sujeitado aos deuses dos amorreus. Pediu para
destruir o altar.
. “Naquela mesma noite o Senhor lhe disse: Toma o boi de teu pai,
a saber, o segundo boi de sete anos, e derruba o altar de Baal, que é de teu
pai, e corta o poste-ídolo que está ao pé dele” (Jz 6.25).
Edifica ao Senhor teu Deus um altar no cume deste lugar forte, na
forma devida, e toma o segundo boi, e o oferece em holocausto com a lenha que
cortares do bosque”.
Assim que entendemos que existem coisas erradas erigidas em nossas
vidas, precisamos nos dispor a destruí-las. Mesmo que isto nos custe muito e
seja difícil.
A idolatria fere o primeiro mandamento. Ela embota nossa
visão e desvia o nosso olhar de Deus. Não há nada pior que a idolatria.
Há postes-ídolo ou altares que nos escravizam e precisam ser
derrubados em nossas vidas?
Para que qualquer transformação ocorra a nossa volta, ela precisa primeiro
ocorrer em nós!
Deus restaurou assim a verdadeira adoração.
É preciso buscar o revestimento do Espírito e assumir a posição
que o Senhor nos colocou
"Mas o Espírito do Senhor apoderou-se de Gideão; e tocando
ele a trombeta, os abiezritas se ajuntaram após ele" (Jz 6.34).
- Revestimento de poder: Gideão é revestido de um poder que
o ajuda em sua baixa autoestima. Este poder o capacita a ser instrumento do
Senhor.
Naquele momento, quando o Espírito do Senhor vem sobre
Gideão, ele torna-se a boca de Deus. Então ele toma o shophar e convoca o povo
para a vitória. Novamente: um homem cheio da presença de Deus agora torna-se
instrumento de juízo contra os inimigos do Senhor. Ele usa o shophar que é um
instrumento de convocação do povo. É como se a voz do Senhor estivesse soando e
chamando-os para serem participantes da sua tremenda vitória!
Deus vê a nossa fraqueza física, material ou social, como
uma oportunidade para o seu agir.
- Assumindo a posição que o Senhor o colocou: ao tocar o Shophar,
a trombeta, Gideão assume a posição de que o Senhor o colocou. Ele agora era o
líder maior. Tanto que mais tarde, ele pede ao povo para dizer: “Pelo Senhor e
por Gideão!”.
Este momento foi uma convocação para a guerra, uma guerra do
Senhor.
É preciso ter a segurança de que é o Senhor está conosco
“E disse Gideão a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha
mão, como disseste, Eis que eu porei um velo de lã na eira; se o orvalho
estiver somente no velo, e toda a terra ficar seca, então conhecerei que hás de
livrar a Israel por minha mão, como disseste.E assim sucedeu; porque no outro
dia se levantou de madrugada, e apertou o velo; e do orvalho que espremeu do
velo, encheu uma taça de água. E disse Gideão a Deus: Não se acenda contra mim
a tua ira, se ainda falar só esta vez; rogo-te que só esta vez faça a prova com
o velo; rogo-te que só o velo fique seco, e em toda a terra haja o orvalho. E
Deus assim fez naquela noite; pois só o velo ficou seco, e sobre toda a terra
havia orvalho” (Jz 6.36-40).
Deus liberta assegurando-nos de Sua presença ao nosso lado (Jz
6.16).
Esta certeza sempre esteve com os servos do Senhor:
- "Davi lograva
bom êxito em todos os seus empreendimentos, pois o Senhor era com ele" (1
Sm 18.14).
- "Assim era o Senhor com Josué; e corria a sua fama
por toda a terra" (Js 6.27).
O que faz diferença em nossa vida é a certeza da companhia
do Senhor em qualquer situação. Ele teve que assegurar esta presença para
libertar Gideão de seu medo e complexos.
Mediante a prova de expor um velo de lã ao orvalho no chão
da eira, Gideão recebe duplo sinal de que Deus está com ele. Ele precisava
dessa confiança e o Senhor lhe concedeu.
É preciso aprender a dar toda a glória e depender exclusivamente
de Deus
“Disse o Senhor a Gideão: O povo que está contigo é
demais para eu entregar os midianitas em sua mão; não seja caso que Israel se
glorie contra mim, dizendo: Foi a minha própria mão que me livrou” (Jz 7.2).
Quando achamos que foi por nós mesmos que conseguimos a
vitória deixamos de ser gratos e de reconhecer o poder e amor de Deus em nossa
vida. Quando isso acontece, podemos cair da graça e Deus pode reter Suas
bênçãos.
Não é a quantidade e nem a capacidade e sim a dependência
exclusiva de Deus que trará a vitória.
Eram 135 mil soldados do inimigo contra 32 mil soldados de Gideão.
Mais ou menos quatro por um.
Gideão já se preparava para fazer uma reivindicação: Senhor envie
pelo menos mais 103 mil soldados. Assim será justo, pois teremos o mesmo número
que o inimigo.
O Senhor chama Gideão. Assunto em pauta: quantidade de
soldados.Gideão começou a glorificar, a cantar por ter um Deus tão compreensivo
e rápido no atendimento.
Só que ele cai para trás com o pedido do Senhor: “Gideão, 32
mil é muita gente! Vamos diminuir essa quantidade!”.
O Senhor mandou Gideão despedir os tímidos, medrosos, os
confusos, os inseguros. Deus queria fazer algo grande, mas não podia contar com
estes. E aí foram 22 mil de volta para suas casas! Só 10 mil ficaram.
A segunda etapa foi despedir os descuidados (Jz 7.4-7). Eles foram
descuidados, deram as costas para o inimigo. Numa segunda peneirada, Deus manda
de volta outros 9700 homens que dobraram seus joelhos e lamberam a água de um
riacho, sem tomá-la nas mãos em concha para beber. Talvez como símbolo de se
manterem alertas.
Enfim, sobraram 300 homens. Com estes, Gideão deveria ir contra os
135 mil midianitas.
Agora Gideão tinha que enfrentar o exército dos Amalequitas e
Midianitas (Jz.7.12) só com 300 homens.
É preciso ter o discernimento e a garantia de que o Senhor já
liberou a vitória para nós
“Naquela mesma noite disse o Senhor a Gideão: Levanta-te, e desce
contra o arraial, porque eu o entreguei na tua mão. Mas se tens medo de descer,
vai com o teu moço, Purá, ao arraial; ouvirás o que dizem, e serão fortalecidas
as tuas mãos para desceres contra o arraial. Então desceu ele com e seu moço,
Purá, até o posto avançado das sentinelas do arraial.
Os midianitas, os
amalequitas, e todos os filhos do oriente jaziam no vale, como gafanhotos em
multidão; e os seus camelos eram inumeráveis, como a areia na praia do
mar. No momento em que Gideão chegou, um
homem estava contando ao seu companheiro um sonho, e dizia: Eu tive um sonho;
eis que um pão de cevada vinha rolando sobre o arraial dos midianitas e,
chegando a uma tenda, bateu nela de sorte a fazê-la cair, e a virou de cima
para baixo, e ela ficou estendida por terra.
Ao que respondeu o seu companheiro, dizendo: Isso não é outra coisa
senão a espada de Gideão, filho de Joás, varão israelita. Na sua mão Deus
entregou Midiã e todo este arraial.
Quando Gideão ouviu a narração do sonho e a sua interpretação, adorou a
Deus; e voltando ao arraial de Israel, disse: Levantai-vos, porque o Senhor
entregou nas vossas mãos o arraial de Mídia” (Jz 7.9-15).
Gideão estava em uma causa que não era sua. Era uma guerra
do Senhor. Nunca devemos entrar em um empreendimento sem ter a aprovação do
Senhor.
Se o Senhor está à frente, então Ele dirá o que fazer.
O companheiro de Gideão interpretou o sonho como uma
revelação mostrando um fato consumado: “Na sua mão Deus entregou Midiã e todo
este arraial”.
Gideão creu e disse: “Levantai-vos, porque o Senhor entregou nas
vossas mãos o arraial de Midiã”.
Essa convicção veio a Gideão porque o Senhor o havia curado
dos complexos e medos.
- Essa convicção pode vir hoje para nós por um testemunho do
Espírito em nosso espírito (Rm 8.16).
- Essa convicção pode vir hoje para nós também através de
uma revelação: sonho, visão, profecia. Foi assim que o Espírito se comunicou
com Paulo através de uma visão para ele ir a Macedônia.
Conclusão
Deus quer nos tratar, curar, capacitar e aperfeiçoar para sermos
pessoas vitoriosas na vida diária e para que sejamos instrumentos de Seu amor e
poder.
Nessa caminhada há passos a seguir: tratamento do nosso interior,
retirada dos ídolos da nossa vida, capacitação do Espírito, certeza de que o
Senhor está na frente dessa jornada.
Não é possível queimar etapas. Elas precisam ser cumpridas para
sermos vitoriosos.
E você, em que etapa está?
Como vencer
batalhas sequenciais
Vencer uma batalha não é fácil! Imagine, então, vencer diversas batalhas uma atrás da outra.
Foi o que fez Davi. Ele era apenas um moço.
Davi voou bem alto!
Certamente, Davi viveu num lar onde a Palavra do Senhor era ministrada. Isso é fundamental. Ele aprendeu também desde cedo a trabalhar e a ir para a batalha. Mas foi ainda algo além disso que fez a grande diferença em sua vida.
Conhecemos bem a batalha de Davi
contra Golias (1Sm 17.41-58), mas nem todos conhecem as batalhas que Davi
enfrentou antes de enfrentar Golias.
Foram batalhas relacionadas à família, autoridade, emocional etc.
Não são batalhas diferentes das que nós enfrentamos também nos dias de hoje.
Batalha contra um espírito maligno
Saul andava atormentado por um espírito maligno (1Sm 16.14) e procurou alguém que soubesse tocar harpa para que ele se sentisse melhor.
Davi foi essa pessoa. Saul gostou dele e o fez seu escudeiro (1Sm 16.21).
E sucedia que, quando “Davi tomava a harpa e a dedilhava; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele” (1Sm 16.23).
Davi enfrentou o inimigo e o venceu!
Batalha com seu irmão
Jessé, pai de Davi, pediu que ele fosse até seus irmãos que estava na batalha contra o exercito filisteu e Golias, para ver se eles estavam bem. Davi cumpriu fielmente a determinação do pai (1Sm 17.17-22).
Mas depois soube que o rei iria recompensar ao que vencesse Golias e começou a perguntar a cada um se era isso mesmo. Foi quando seu irmão Eliabe começou a acusá-lo de irresponsável e atacou seu caráter: “Bem conheço a tua presunção e a tua maldade” (1Sm 17.28).
Davi não se abalou e a Bíblia diz que “desviou-se dele para outro...” (1Sm 17.30.
Batalha contra uma autoridade
Sabendo das palavras de Davi, o rei Saul mandou chamá-lo, que foi logo dizendo que iria pelejar contra o filisteu (1Sm 17.31-32).
A palavra do rei para Davi foi de desmerecimento: “Contra o filisteu não poderás ir para pelejar com ele; pois tu és ainda moço, e ele, guerreiro desde a sua mocidade” (1Sm 17.33).
“Não poderás ir”. Uma frase que hoje faz muitos se sentirem derrotados, desmerecidos e desmotivados.
Davi convenceu o rei quando falou
de sua experiência ao vencer o leão e o urso (1Sm 17.34-37) e mais ainda pela
demonstração de sua fé no Senhor.
Batalha contra o formato
Com boa intenção, o rei quis dar a Davi a sua armadura para ele enfrentar Golias, mas Davi não conseguiu nem andar com ela (1Sm 17.38-40).
Ele pegou, então, as suas próprias armas bem simples, mas eram as armas e o formato que ele conhecia bem.
Utilizar armas de outros pode não dar certo. Utilizar a forma de outro ministrar, pode não dar certo. Deus é criativo e conhece a capacidade de cada um. Por isso, Ele concede dons e talentos diferentes e dá estratégia particular a cada um.
Batalha contra a baixa autoestima
Quando Golias viu Davi, o desprezou (1Sm 17. 42), e, pelos seus deuses,
ainda amaldiçoou a Davi (1Sm 17.43).
Esta é uma estratégia que algumas pessoas utilizam para enfraquecer o adversário. Procura retirar sua força pelo olhar negativo fulminante e “mexendo os pauzinhos espirituais”.
Se a pessoa é frágil, sem estrutura, já é um derrotado antes mesmo da real batalha.
Batalha contra os medos
Como última tentativa, Golias disse: “Vem a mim, e darei a tua carne às aves do céu e às bestas-feras do campo” (1Sm 17.44).
Ele lançou medos sobre Davi. O medo paralisa, enfraquece, trava. Muitos não conseguem ir em frente por causa de medos, alguns imaginários.
Por isso, Golias lançou medo sobre Davi. Imagine um vozeirão de um gigante de quase 3,10 metros de altura, (7 covados = 45 cm).[14]
Nada disso, porém, intimidou a Davi.
Davi estava bem alicerçado, firme, convicto, inabalável.
Ele disse: “Hoje mesmo o Senhor te entregará nas minhas mãos” (1Sm 17.46).
Foi o que aconteceu!
Vitória histórica, libertadora de Davi livrando o povo de Deus da opressão dos filisteus.
Conclusão
Antes de começar sua série de vitórias, Davi havia sido ungido por Samuel e o “Espírito do Senhor se apossou de Davi” (1Sm 16.13).
Do Espírito do Senhor vinha toda sua força, fé, coragem e determinação.
Jesus, antes de começar seu vitorioso ministério e vencer o diabo logo no início, no deserto, Ele também foi ungido pelo Espírito Santo: “e viu o Espírito de Deus descer como pomba, sobre ele” (Mt 3.16).
Outra comparação entre Davi e Jesus é que houve derramar de sangue na luta entre Davi e Golias. Davi cortou a cabeça de Golias (1Sm 17.51).
Na cruz, também houve derramamento de sangue. A diferença é que Jesus derramou seu próprio sangue derrotando o inimigo na cruz do calvário. Foi assim que Ele cortou a cabeça de Satanás.
A Bíblia diz: “e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2.15).
A vitória de Davi livrou o povo de Israel do jugo dos filisteus. Mas a vitória de Jesus na cruz pode livrar toda a humanidade do domínio de Satanás. A única condição é crer em Jesus como senhor e Salvador.
Duas vitórias fundamentais e direcionadas pelo Senhor. A de Davi foi para a sua época e para a Palestina. A vitória de Jesus foi para todos os tempos e para todas as nações.
Como Davi podemos voar alto.
O voo mais alto que Deus deseja para nossa vida
No início
do ano fazemos planos para termos uma vida vitoriosa. Queremos voar alto.
Isso é
bom. Devemos planejar. Devemos desejar e sonhar.
Mas é
importante entender que Deus também tem propósitos e planos para nós.
Seus
planos são baseados no amor e devem estar acima dos nossos planos.
Para
entendermos sobre os propósitos e planos de Deus devemos voltar ao ministério
de Jesus.
Jesus
fez o discipulado tendo como alvo maior levar seus discípulos a terem Seu
caráter para terem uma vida de excelência. Essa era a grande função de um Rabi,
um Mestre.
O talmidim considerava seu rabino como tendo maior autoridade do que seus pais. O talmidim entendia que os pais os trouxeram ao mundo, mas o rabino o levaria aos céus.
O grau
máximo de perfeição para um filho e filha de Deus é ser igual a Jesus em seu
caráter.
Jesus
disse: Sede vós perfeitos como é perfeito vosso Pai dos céus (Mateus 5.48).
Prestem
atenção: Esse propósito de Deus não mudou!
O
Senhor colocou líderes na Igreja para desenvolver nosso caráter e sermos
semelhantes a Jesus
Os
líderes são para que aperfeiçoem o crescimento dos discípulos para eles
alcançarem a estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.11-15).
Deus
não planejou filhos e filhas fracos, sem ânimo, sem vida ou tendo uma vida
medíocre:
- O
Tomé que duvidou ainda estava nesse processo de crescimento;
- O
Pedro que negou estava ainda nesse processo de crescimento.
O que
almejava Jesus para os seus discípulos?
Terem
uma vida de excelência baseada no amor: “Com isso todos saberão que vocês são
meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros" (João 13.35).
Seus
discípulos deveriam ser iguais a Jesus: amar
Quais
as características de uma vida de excelência de um filho e filha de Deus?
Especialmente:
1.Que
tenham uma vida de amor, cheia de misericórdia sendo sensíveis às
necessidades do próximo, uma vida de doação (João 13.35; Lc 10.25-37; Mt
23.23).
2.Que
tenham uma prática de justiça que exceda a dos escribas e fariseus (Mt
5.20).
3.Que
sejam humildes e servos, como Jesus (Jo 13.15; Fp 2.5-7);
4.Que
sejam santos, limpos de coração com a carne dominada pelo Espírito (Mt 5.8;
1Pe 1.15-16).
5. Que
sejam sal da terra e luz do mundo (Mt 5. 13-16).
6. Que
façam discípulos (Mt 28.19-20) etc.
7. Que
vivamos como concidadãos e família de Deus (Efésios 2.19).
O
auxílio do Espírito Santo
Para
alcançarmos essa excelência de vida cristã, Jesus enviou o Espírito Santo para
que ficássemos cheios do Espírito.
Sem a
ação do Espírito Santo não podemos alcançar o propósito de Deus para nós.
A
Bíblia registra alguns que alcançaram, dentre eles:
-
Estevão (Atos 6.5; 7.55); Paulo (Atos 13.9);
Barnabé (Atos 11.24); Igreja de Antioquia (Atos 13.52).
Uma boa
notícia: Deus tem nos dados tudo para vencermos a carne; tem nos dado as
preciosas promessas para tomarmos parte da Sua natureza divina tendo uma vida
de santidade (2Pe 1.3-4).
Oito passos para voar alto
Este estudo é para você que já se sentiu derrotado e desanimado em seguir em frente. Também há momentos em nossas vidas que o pecado nos enrola e nos desanima em seguirmos os caminhos do Senhor e principalmente em sermos guiados por Ele.
Podemos voar bem alto!
A história de Josué nos ensina esses passos para a verdadeira conquista. Josué foi escolhido por Deus para substituir Moisés e levar o povo além do Jordão até a terra prometida. Deus prometeu a Josué que estaria com ele, que nunca o deixaria e nem o desampararia (Js 1.5).
Mas por causa de Acã, que não guardou as coisas condenadas por Deus, os filhos de Israel foram derrotados (Js 7.1-5).
Josué “rasgou as suas vestes e se prostrou em terra sobre o rosto perante a arca do Senhor” (Js 7.7).
Ele ficou desanimado, lamentou com o Senhor e ficou sem saber o que dizer.
Mas o Senhor diz a Josué: “Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o rosto? (Js 7.10).
Precisamos ouvir essa voz do Senhor para nossa vida. Por que está abatido na alma? Por que está triste e em depressão? Por que está prostrado e paralisado diante dos acontecimentos? Por que se lamenta pelo que passou?
Não podemos desanimar diante de algum obstáculo e ter a vontade de largar tudo e desistir. Mas, podemos encontrar forças no Senhor.
Levanta-te!
A partir daqui o Senhor fala a Josué como fazer para levar o povo a um patamar mais elevado, a voar bem alto:
Primeiro passo: Feche as brechas
“Santificai-vos para amanhã” (Js 7.13).
Nossa vitória está ligada a
santificação porque ela nos cura e nos coloca no caminho e na vontade do
Senhor. Precisamos eliminar de nossas vidas as coisas condenadas pela Palavra
de Deus, porque isso nos tira a resistência ao inimigo “aos vossos inimigos não
podereis resistir, enquanto não eliminardes do vosso meio as coisas
condenadas”.
Não faça a vontade do inimigo. Faça a vontade de Deus. Purifique-se de todo mal e obedeça. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Sl 5.8). Tenha a santidade como um propósito de vida.
Santifique-se.
Segundo passo: Tenha fé!
“Não temas, não te atemorizes” (Js 8.1).
O medo nos faz encolher diante da vida e ficamos enfraquecidos para tomar decisões e seguir em frente. Quem tem medo acaba por atrair coisas ruins para sua vida. O medo, na verdade, é falta de fé no poder de Deus e um grande inimigo. Por isso Deus falou a Josué quando o escolheu: “Tão somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei não te desvies nem para a direita nem para esquerda, para que sejas bem sucedido por onde quer que andares” (Js 1.7).
Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder (2Tm 1.7).
Precisamos ter bom ânimo e a força do Senhor para vencer. Jesus disse: “...mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo.16:33).
Se você está andando conforme a Palavra de Deus e fazendo a Sua vontade não há o que temer. Deus te encoraja a confiar na vitória.
Sê forte e corajoso. Não temas.
Terceiro passo: Não entre numa batalha sozinho
“Toma
contigo toda a gente de guerra, e dispõe-te” (Js 8.1).
Melhor serem dois do que um, diz a Bíblia. Jesus enviou dois a dois na missão. Paulo tinha companheiros em sua viagem missionária.
Devemos ter muito cuidado também com quem nos aliamos. Uma pessoa que não é do Senhor, com certeza vai nos levar para longe dos Seus caminhos.
Existem pessoas que vão dizer palavras para te desanimar. Outras vão fazer você se sentir incapaz. Se junte a pessoas de oração e de visão espiritual. Guerreiros do Senhor.
Toma contigo pessoas do Senhor dos Exércitos.
Quarto passo: Esteja atento à direção do Senhor.
“Olha que
entreguei nas tuas mãos o rei de Ai” (Js 7.1).
Precisamos tomar posse de nossa promessa e ter fé que do Senhor é a vitória. Quando entregamos nossa vida e nossos sonhos para o Senhor realizar, Ele é fiel e justo em cumprir. Mas, lembre que é Ele quem realiza, no seu devido tempo.
Não vá pela onda, por impulsos ou pela cabeça dos outros. Se a mão de Deus está com você, vai em frente.
Creia que o Senhor te entregará a tua vitória.
Quinto passo: Siga a estratégia do Senhor.
“Põe emboscadas à cidade, por detrás dela” (Js 8.2).
O Senhor nos dá as estratégias
perfeitas para chegarmos a nossa vitória e a realização dos nossos sonhos.
Nossa mente é falha e se baseia em nossas experiências de vida. Nossa visão das
coisas é muito limitada e humana.
O Senhor tem visão de águia. Ele é onisciente, onipresente e onipotente. O prefixo “oni” significa “todo”. Assim, podemos concluir: Deus sabe tudo, Deus está em tudo e Deus pode tudo.
Salmo 91:1: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará"
Jeremias 23:24: "Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o SENHOR. Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o SENHOR"
Sl.147:5: “Grande é o Senhor nosso
e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir”.
“Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará” (Sl 37.5).
Sexto passo: Aja sempre com fé.
“Estende
para Ai a lança que tens na mão; porque a esta darei na tua mão; e Josué
estendeu” (Js 8.18).
Estende a tua mão para o teu sonho, profetiza com o Senhor. Você precisa ser específico com o Senhor. O que você deseja que o Senhor realize na tua vida?
Busque o sobrenatural de Deus.
Sétimo passo: Persevere até alcança a vitória.
Porque
Josué não retirou a mão que estendera com a lança até haver destruído
totalmente os moradores de Ai” (Js 8.26).
Não desista da tua vitória. Não desista do teu sonho. Não para de crer. Mantenha a tua mão estendida. Continue orando e perseverando. Muitos desistem da corrida perto da chegada. Muitos se desviam do caminho e por isso não alcançam a vitória e se contentam com migalhas.
O Senhor quer nos dar o melhor. Mas, é preciso perseverar Nele e com Ele.
Não desista. Vá em frente com Deus. Ele vai a tua frente abrindo teus caminhos.
Persevere com esperança.
Oitavo passo: Dê toda glória ao Senhor.
“Então,
Josué edificou um altar ao Senhor” (Js 8.30).
Você é usado para vencer, mas todo
poder e sabedoria vêm do Senhor.
Qual o lugar que o Senhor ocupa na sua vida? Sua vida está edificada no altar do Senhor? Ele disse: “Sem mim nada podereis fazer”.
“Entretanto não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas, como diz o profeta” (At 7.48).
O Senhor quer habitar nosso coração. Para que o vinho novo do Senhor (sua vida, seu amor, sua paz, sua alegria) seja derramado em nós, precisamos ser um odre novo (uma pessoa que tenha o Senhor entronizado em sua vida).
Faça do seu coração um altar para o Senhor habitar.
Você vai voar bem alto!
A
renovação da águia
A águia vive em média de 50 a 65 anos. Há uma lenda que procura ilustrar como a águia consegue se renovar.[15]
Na lenda, por volta dos 40 anos, ela já está desgastada e toma a decisão de mudar.
Primeiro, ela bica as pedras para arrancar o bico. Depois que o bico cresce, arranca suas velhas unhas que renovadas arrancam as velhas penas.
Após uns cinco meses, ela está renascida e sai para o voo de renovação e vive mais uns 30 anos.
A águia é a única ave que se renova
e a que mais anos vive. A Bíblia diz: “que enche de bens a sua existência, de
modo que a sua juventude
se renova como a águia” (Salmo 103.5).
Outra lenda sobre a renovação da águia
Outra lenda diz que a águia se renova mergulhando no mar:
Quando suas penas estão velhas, a águia “foge para um rochedo e oculta-se ali, num período de 9 a 12 semanas enquanto isto, as velhas penas vão caindo e ela fica completamente depenada. As duas escamas ostensivas nos olhos aos poucos vão caindo. Já com a nova plumagem ela sai do refúgio (em um dia de sol), agora é hora do segundo processo de sua renovação (as garras e o capo adunco do bico).
Que ela faz?
Voa em velocidade contra a rocha, crava o bico e as garras na parede de pedra, do cume até embaixo, deixando ali o adunco e as velhas garras, piando de dor, pois que tanto o bico quanto as garras estão em carne viva, jorrando sangue, vejam o que ela faz. Alça as alturas em busca do oceano, uma vez encontrado ela dá um rasante voo e mergulha no oceano, o salitre (sal) ostensivo no mar estanca o sangue que jorra das garras e do bico.
Este processo (de mergulho) é repetido por 3 ou mais vezes. Posteriormente ela voa em direção ao bando, dá um brado "Keu; keu; keu " e é verdadeira festa entre elas”.[16]
A Bíblia cita a águia como exemplo: “Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Isaías 40.31).
Precisamos também retirar os lixos que entraram em nosso interior nesses anos para que haja renovação de nossa vida.
A luta de cada dia, as tempestades e adversidades têm trazido estresse, peso, medos, raiva, incredulidade e a falta de esperança para muitos, inclusive, líderes.
Somos iguais aos profetas e discípulos do Senhor.
- O profeta Elias passou pela
depressão diante das ameaças de Jezabel;
- Pedro teve medo diante da força
do vento;
- Tomé teve incredulidade diante da
morte de Jesus na cruz;
- João e Tiago tiveram raiva e
queriam se vingar dos samaritanos que não deixaram Jesus passar pela aldeia;
- Maria chorou com a perda de seu
irmão Lázaro;
- Os discípulos no caminho de Emaús revelaram suas decepções.
Você não é diferente dos discípulos e profetas. Somos humanos.
Às vezes, as provações são tantas que não sentimos mais a alegria, a paz e o amor de Deus. Com isso nos enfraquecemos e perdemos o foco do Reino de Deus.
Mas a todos, o Senhor quer curar e
restaurar o amor, a paz e a alegria.
Jesus prometeu nos curar, restaurar, fortalecer, renovar.
Ele disse: “a minha paz vos dou...”. (João 14.27). Disse ainda: “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós...” (João 14.18).
O profeta Elias que estava deprimido foi levado pelo anjo para o monte.
O propósito do Pai é tratar de seus filhos e filhas.
E se você não se sente filho ou filha, faça como a Mulher Cananéia que buscou ao Senhor e disse que pegaria até as migalhas da mesa do Senhor. Esta fé trouxe cura para a sua filha.
O Senhor quer tratar das feridas, restaurar a alegria, a paz e o Seu amor na tua vida. Receba a Palavra que será declarada agora. Há poder na Palavra do Senhor.
Apenas creia e receba:
O Senhor é o meu pastor e nada me
faltará. Guia-me mansamente às águas tranquilas. Refrigera a minha alma...
Não se turbe o coração. Crede em Deus, crede também em mim.
A minha paz vos dou. Não dou como o mundo a dá. A minha paz vos dou.
Esperei confiantemente pelo Senhor. Ele se inclinou para mim e ouviu a minha voz.
Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças. Subirão com asas como águias.
Como o Pai me amou, eu também vos amei; permanecei no meu amor.
Tenhais paz em mim. No mundo passareis por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
O vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar.
Paulo que passava por profunda decepção e tristeza disse:
“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2 Coríntios 4.16-18).
Atitudes práticas:
Não devemos deixar a ira passar para o dia seguinte. Temos que perdoar os que nos ofenderam.
A cada dia, precisamos confessar nossos pecados. Precisamos pedir diariamente o renovo do Espírito Santo. Lancemos sobre Deus toda a nossa ansiedade. Ele tem cuidado de nós.
[1] https://www.filantropia.ong/inspiracoes/o-empurrao
[2]
http://verbodavida.org.br/lista-blogs/rozilon-lourenco/aprendendo-com-as-aguias-sobre-criacao-de-filhos/
[3] WESLEY, João. Sermões
de Wesley. Vol. I, p. 388.
[4] Idem, p. 390.
[5] Idem, p. 392.
[6] JONES, Stanley.
Enfermidades, Curas e o Espírito Santo. P.26.
[7] WESLEY, João . Vol. I, p. 351.
[8] WESLEY, João. Vol. II, op. cit. p. 375.
[9] Idem.
[10] Ibidem.
[11]
http://revistacorpore.com.br/blog/corpore/artigo/obstinacao,-atributo-do-bem-ou-doenca
[12] Fernão Capelo Gaivota é um romance de Richard Bach,
publicado em 1970. Publicado originalmente nos Estados Unidos com o título de
"Jonathan Livingston Seagull — a story".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_Capelo_Gaivota
[13] www.evangelizabrasil.ning.com/.../4426871:BlogPost:10664
[14]www.pt.wikipedia.org/wiki/Golias
[15]
http://www.avesderapinabrasil.com/aleatorias/lenda_aguias.htm
[16]
https://www.facebook.com/hermesdagama/posts/400115926740259/
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