O Discipulado eficaz de Wesley

  A história e a prática do discipulado de Wesley

 

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Foto capa: https://dayspring-umc.org/wesley-and-the-people-called-methodists/

Tradutor: Google

Toda gloria a Deus!

Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

É casado com RoseMary. Tem duas filhas: Liliana e Luciana.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

Declaração de direitos autorais: Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.

Rio de Janeiro – Brasil

 

“Mas os metodistas e seus pequenos grupos que cuidavam uns dos outros forneciam a muitos um lugar de esperança e comunidade. Como Kevin Watson afirma ‘no vasto trabalho de organização social que é uma das características dominantes da Inglaterra do século XIX, seria difícil superestimar o papel desempenhado pelo avivamento Wesleyano’. Revolução ou não, não há como argumentar que nada perto da tomada da Bastilha aconteceu. Não se pode conceder o sucesso dos metodistas apenas com base na pregação de campo de John Wesley. Por mais inovador e arriscado que fosse sua vontade de sair dos muros da igreja, provavelmente foi outra coisa que contribuiu ainda mais. O próprio George Whitefield, o pregador de campo mais conhecido da época, acreditava que o impacto de Wesley tinha mais a ver com o cuidado que ele tomava para organizar as massas em classes e bandas. Ele atribuiu o sucesso de Wesley, e a falta do seu, à criação, organização e manutenção da reunião de classe por Wesley”[1]

 

Índice

 

·       Introdução

·       Destaques dos capítulos do livro

·       O surgimento das Classes e Bands no metodismo

·       O berço das bands e classes

·       Discipulado na Geórgia

·       Participando de uma Band em Londres

·       Aprendendo com os Moravianos

·       As Bands em Bristol

·       A organização em Células

·       Banda, um caminho para a perfeição em amor

·       As Classes

·       As Sociedades Seletas

 

 

 

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Introdução

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“O Discipulado eficaz de Wesley” é um livro de 37 páginas        sobre a história e a prática do discipulado de Wesley.

Os pequenos grupos ou Bands faziam parte de uma estratégia de Wesley para os novos convertidos não se perderem, mas que alcançassem à perfeição cristã.

“Para Wesley, uma reunião de avivamento sem uma classe para conservar a obra era tão inócua quanto, para um fazendeiro, era a ceifa do campo sem a preocupação de se amarrar os feixes e recolhê-los”.[2]

Seu discipulado foi eficaz.

“Embora seus métodos de formação de discípulos não fossem novos, eram tremendamente eficazes. O conceito de discipulado defendido por Wesley pode ser dividido em quatro convicções auxiliares: 1) a necessidade do discipulado; 2) a necessidade de grupos pequenos para discipulado; 3) a necessidade de liderança leiga para o discipulado; e 4) a necessidade de fazer da santidade e do serviço o alvo duplo desse discipulado”. [3]

À medida das necessidades, Wesley aperfeiçoava a organização metodista.

Tanto as bands (1739), classes para adultos (1742) e classes para crianças (1760) surgiram em Bristol. Em março de 1764, já havia a sociedade seleta.  Wesley escreveu em seu diário: "Conheci a sociedade seleta (em Worcester)”.

Wesley criou ainda a banda dos penitente para aqueles que haviam se afastado e estavam voltando arrependidos, mas precisavam de apoio.

George Whitefield pregava a grandes multidões, mas não seguiu o modelo dos pequenos grupos de Wesley.

Ele disse: “Meu irmão Wesley agiu sabiamente, as almas que foram despertadas em seu ministério ele as reuniu em sala de aula e, assim, preservou os frutos de seu trabalho. Isso eu tenho negligenciado e o meu povo é uma corda de areia”.[4] 

Para Wesley, as pregações deixavam as pessoas apenas “meio acordadas” e o diabo podia faze-las novamente entrar num sono. 

Em seu diário, no dia 13 de março de 1743, em Tanfield, Wesley disse: “Pelas terríveis condições que testemunhei aqui (e deveras em todas as partes da Inglaterra), estou cada vez mais convencido de que o diabo não deseja outra coisa senão isto: que o povo em qualquer parte seja meio acordado, e depois deixado para cair no sono novamente. Portanto, estou resolvido, pela graça de Deus, a não iniciar o trabalho em qualquer lugar sem a probabilidade de conservá-lo”. [5] 

Era necessário apoio mútuo e líderes para desperta-los para um viver santo. “A chave para o reavivamento espiritual na Inglaterra e na América foi a organização dos cristãos em vários pequenos grupos, então chamados de sociedades selecionadas, reuniões de classe e bandas. O propósito de cada um era buscar a santidade juntos. Essas estruturas permitiam responsabilidade mútua, onde amigos espirituais confessavam pecados sem medo de condenação”.[6] 

Wesley não utilizava a palavra “discipulado”, mas o propósito do metodismo de Wesley era que todos alcançassem o perfeito amor, um viver santo, ser igual a Jesus.

Wesley acreditava que o cristianismo primitivo poderia ser restaurado pela renovação da doutrina, liturgia, disciplina e prática devocional precisas da igreja primitiva”.[7]

Até parte da organização dos metodistas tinha como modelo a prática da Igreja Primitiva. Havia um propósito de Wesley em restaurar a doutrina e prática da Igreja Primitiva. 

O objetivo principal dos pequenos grupos era reunir “pessoas interessadas em buscar seriamente o estudo de um viver santo”.[8]

As Bandas em especial proporcionavam comunhão e a busca do perfeito amor.

As Classes estimulavam com uma disciplina espiritual, a confissão, o desenvolvimento da salvação e da santificação. Havia uma responsabilidade de uns com os outros.

Wesley disse: “Somente em Londres, mais de 400 membros das sociedades testificaram que foram libertos de todo pecado. Em Liverpool, a sociedade passou por uma verdadeira metamorfose em sua perfeição.”[9] 

Depois das bands e classes, Wesley criou as Sociedades Seletas para aqueles que haviam alcançado o perfeito amor. 

O discipulado de Wesley gerou um novo tipo de cidadão.

“Em 1777, ele descreveu como eram esses novos cidadãos: Esse avivamento religioso se espalhou a tal ponto que nós e nem nossos pais conheceram [...] Multidões são convencidas de seu pecado e, pouco tempo depois, ficam tão cheias de alegria e amor que, se estão no corpo ou fora do corpo, não saberiam dizer. E no poder deste amor, colocaram debaixo dos seus pés tudo o que o mundo oferecia, seja algo terrível ou desejável, mostrando evidências, durante as provas mais duras, uma boa vontade invariável e branda para com a humanidade, e todos os frutos da santidade”. [10]

Como Whitefield reconheceu, o discipulado é uma prática necessária dentro da Igreja para que não tenhamos uma “corda de areia”.

É importante notar que o discipulado de Wesley tinha um propósito muito elevado.

 

O Autor

 

 

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Destaques dos capítulos do livro

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O surgimento das Classes e Bands no metodismo 

Band foi um modelo para tornar os discípulos perfeitos. Foi o local ideal para se buscar a santidade do coração 

O berço das bands e classes

 O diário de João mostra que essas reuniões entre amigos, durante essas dez semanas que ele passou em Oxford no verão de 1729, não eram regulares; mas as sementes de um modelo organizacional começaram a germinar durante esse período” 

Discipulado na Geórgia

“Era aos domingos à tarde, e todas as noites após o serviço público, passar algum tempo com o mais sério dos comunicantes, no canto, na leitura e na conversa”

Participando de uma Band em Londres 

O grupo ficou conhecido como Sociedade Fetter Lane, que Wesley chamaria mais tarde de: “O terceiro surgimento do Metodismo”. 

Aprendendo com os Moravianos 

Várias noites esta semana eu estava com uma ou outra das bandas privadas 

As Bands em Bristol

“Falando de uma pequena eminência num terreno contíguo à cidade”

A organização em Células

Quando Wesley pregava muitos se convertiam. Decidiu criar células onde os novos convertidos poderia ser cuidados e desenvolverem a santidade. Criou milhares de pequenos grupos (Bands).

Banda, um caminho para a perfeição em amor

 O objetivo principal dos pequenos grupos era reunir “pessoas interessadas em buscar seriamente o estudo de um viver santo

Oração, parte essencial nas Bands

John Wesley chamou isso de "conversa íntima". Ele sentia que o metodismo foi mais próximo do ideal do Novo Testamento nas reuniões de bands. 

As Classes 

A reunião de Classe foi “a unidade instrucional mais influente do metodismo e, provavelmente, a maior contribuição de Wesley para o crescimento espiritual”[11] 

As Sociedades Seletas 

As sociedades seletas criadas por Wesley eram para aqueles inteiramente santificados

 

 

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 O surgimento das Classes e Bands no metodismo

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Band foi um modelo para tornar os discípulos perfeitos. Foi o local ideal para se buscar a santidade do coração 

 

Quando não havia ainda se transformado em uma Igreja, o metodismo se reunia como Sociedade para adorar, orar; ter vida de comunhão e estudo da Palavra, na Inglaterra, século 18. Dentro da organização das Sociedades metodistas havia os pequenos grupos de discipulado chamados de classe ou band. 

O objetivo desses grupos de discipulado era levar os participantes ao perfeito amor, à perfeição cristã. As classes eram agrupadas geograficamente e os bands por faixa etária ou sexo. 

João Wesley orientou como as pessoas deveriam se agrupar para cuidarem de sua salvação: “Para que se possa discernir mais facilmente se estão realmente realizando a sua salvação, cada sociedade é dividida em grupos menores chamados classes, de acordo com as suas residências. Há cerca de 12 pessoas em cada classe sendo uma delas indicada para ser o líder.”[12] 

As classes se diferenciavam dos bands: eram agrupadas geograficamente, em vez de  serem divididas por idade, sexo ou estado civil, como os bands. Elas continham todas as pessoas da sociedade, não apenas aquelas que voluntariamente se agrupavam[13]. 

O alvo dos bands era o crescimento espiritual: “Suas principais atividades eram a confissão dos pecados e a oração; o alvo deles era o crescimento espiritual. Os bands eram homogêneos, de acordo com o modelo morávio: havia band de mulheres, de homens e mesmo de rapazes (...).[14] 

O objetivo principal dos pequenos grupos era reunir “pessoas interessadas em buscar seriamente o estudo de um viver santo.”[15] 

Mais tarde, diante das novas exigências, Wesley fez novas adaptações, criou os bands seletos para aqueles que haviam recebido a remissão dos pecados e estavam tendo uma vida exemplar. 

Os pequenos grupos de Wesley foram fundamentais na organização, crescimento e busca do Perfeito amor.

Wesley criou classes, bandas e sociedades.

Resumindo, o propósito era o apoio mútuo e o crescimento na santidade entre os crentes. 

“Detalhes do discipulado wesleyano em grupo: 

 

  • Sociedades: Eram as maiores reuniões de crentes, onde a pregação e o ensino ocorriam, com o objetivo de reforçar os deveres da profissão cristã e adaptar exortações às circunstâncias específicas de cada grupo.
  • Classes: Eram unidades organizacionais básicas, com participação necessária, onde 12 pessoas se reuniam semanalmente para focar em responsabilidade e crescimento, muitas vezes organizadas geograficamente.
  • Bandas: Eram grupos menores e opcionais, geralmente de 4 pessoas do mesmo sexo, com função mais confidencial e de cuidado pastoral, buscando aprofundar a santidade e a responsabilidade mútua. 

O objetivo principal de Wesley era a santidade (do grego hagiasmos), e ele acreditava que esses grupos eram cruciais para que os crentes vivessem uma vida cristã prática e pudessem se tornar discípulos de Cristo em sua plenitude”. [16]

Uma função central da banda era o que Wesley chamou de "conversa próxima".[17]

Band foi um modelo para tornar os discípulos perfeitos. Foi o local ideal para se buscar a santidade do coração. [18]

Os bands eram pequenas companhias criadas para levarem os metodistas ao perfeito amor. 

Os bands foram importantes no processo de formação da organização metodista.[19]

“Além das reuniões da Sociedade e da Classe, bandas de cerca de cinco pessoas do mesmo sexo e estado civil se reuniram para confessar pecados e lutas específicas uns aos outros. Estima-se que cerca de 1 em cada 4 metodistas participavam regularmente de uma banda”.[20] 

Em 1738, Wesley foi à Alemanha conhecer de perto sobre a prática cristã de homens santos e sobre as bandas. 

 

 

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O berço das bands e classes

 

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O diário de João mostra que essas reuniões entre amigos, durante essas dez semanas que ele passou em Oxford no verão de 1729, não eram regulares; mas as sementes de um modelo organizacional começaram a germinar durante esse período”

 

 O começo das atividades do Clube Santo foi no fim do inverno de 1729, quando Bob Kirklam deixou sua sociedade e começou a se encontrar com Wesley e Morgan regularmente. [21]

O Clube Santo surgiu “em 1729, com Charles Wesley, William Morgan e Bob Kirkham, que passaram a se reunir com muita regularidade e a se animarem mutuamente para determinadas atividades religiosas e acadêmicas. A partir de junho do mesmo ano, com o retorno de John Wesley, o grupo se fortalece e se organiza de forma definitiva”.[22]

Wesley encorajado

 “A palavra de Carlos, em maio de 1729, de que havia convencido um colega a se juntar a ele num estudo sério e a frequentar semanalmente a Igreja, encorajou João a visitar Oxford, onde ele chegou no dia de seu aniversário, 17 de junho. Durante os dois meses seguintes, João, Carlos, o amigo de Carlos, William Morgan (e ocasionalmente seu velho amigo Bob Kirkham), animavam um ao outro em suas atividades acadêmicas e religiosas, reunindo-se ocasionalmente para o estudo e indo à igreja todas as semanas. O diário de João mostra que essas reuniões entre amigos, durante essas dez semanas que ele passou em Oxford no verão de 1729, não eram regulares; mas as sementes de um modelo organizacional começaram a germinar durante esse período.”[23]

Escrevendo ao pai de William Morgan, Wesley disse: "Em novembro, I729, época em que passei a residir em Oxford, seu filho, meu irmão, eu e mais um, concordou em passar três ou quatro noites em uma semana junto. Nosso projeto era ler os clássicos, que antes tínhamos lido em privado em comum noites, e no domingo algum livro na divindade”.[24] 

O "Clube Santo" foi fundamental na “formação dos princípios do Metodismo, com ênfase na santidade prática e na vida cristã vivida em comunidade e ação.

Desenvolvimento do Pensamento Wesleyano: Através do grupo, John Wesley desenvolveu seu conceito de ‘santidade prática’ e a importância de ir além do conhecimento intelectual, buscando a aplicação prática da fé na vida”. [25]

Na Geórgia, a partir de 1735, Wesley continuou a se reunir em grupos.

 

 

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Discipulado na Geórgia

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“Era aos domingos à tarde, e todas as noites após o serviço público, passar algum tempo com o mais sério dos comunicantes, no canto, na leitura e na conversa”

 

Começando em Frederica

“Depois de um salmo e uma pequena conversa, li a Percepção Cristã do Sr. Law e concluí com outro salmo”

Foi na quinta-feira, dia 10 de junho de 1736, que “começamos a executar na Frederica o que antes havíamos combinado de fazer na Savannah”, disse Wesley. “Era aos domingos à tarde, e todas as noites após o serviço público, passar algum tempo com o mais sério dos comunicantes, no canto, na leitura e na conversa. Esta noite tivemos apenas Mark Hird. Mas no domingo o Sr. Hird, e mais dois desejavam ser admitidos. Depois de um salmo e uma pequena conversa, li a Percepção Cristã do Sr. Law e concluí com outro salmo”. [26]

Convidando para sua casa

“Clamei a Deus para que se levantasse e mantivesse a sua própria causa: e depois que as orações da noite terminassem, convidei alguns para minha casa”

Em 12 de outubro de 1736, Wesley disse: “Fiquei a princípio um pouco desanimado”, confessou Wesley, “mas logo relembrei a palavra que não pode falhar, Maior é aquele que está em você do que aquele que está no mundo. Clamei a Deus para que se levantasse e mantivesse a sua própria causa: e depois que as orações da noite terminassem, convidei alguns para minha casa (como fazia todas as noites enquanto estava na Frederica). Li para eles uma das exortações de Efraim Syrus, o escritor mais desperto (eu acho) de todos os antigos. Concluímos nossa leitura e conversa com um salmo, e confio, nosso Deus nos deu suas mágoas”. [27]

Band com alemães

“Desejei que me encontrassem em minha casa; o que faziam todos os dias ao meio-dia dali em diante”

Na segunda-feira, dia 18 de outubro de 1736. “Descobrindo que havia vários alemães em Frederica, que não compreendendo a língua inglesa, não podiam participar do nosso serviço público, desejei que me encontrassem em minha casa; o que faziam todos os dias ao meio-dia dali em diante”, disse Wesley. “Primeiro cantamos um hino alemão, depois li um capítulo do Novo Testamento, depois expliquei-lhes o melhor que pude. Depois de mais um hino, concluímos com oração.” [28]

Lendo orações para os alemães

“Li orações em alemão também aos aldeões alemães”

No sábado, dia 22 de outubro de 1737, “li orações em alemão também aos aldeões alemães de Hampstead: e assim continuei a fazer, uma vez por semana. Começamos o culto (tanto em Highgate quanto em Hampstead) cantando um salmo. Então li e expliquei um capítulo do testamento francês ou alemão, e concluí com orações e outro salmo”, [29] disse.

Bands com paroquianos em sua casa

“Quantos dos meus paroquianos desejarem, se reúnem em minha casa (como também fazem na quarta-feira à noite) e passam cerca de uma hora em oração, canto e exortação mútua”

"Algum tempo depois do culto noturno, quantos dos meus paroquianos desejarem, se reúnem em minha casa (como também fazem na quarta-feira à noite) e passam cerca de uma hora em oração, canto e exortação mútua”. [30]

Band no sábado

“Um número menor (principalmente aqueles que pretendem se comunicar no dia seguinte) se reúnem aqui no sábado à noite”

“Um número menor (principalmente aqueles que pretendem se comunicar no dia seguinte) se reúnem aqui no sábado à noite: e alguns deles vêm até mim nas outras noites, e passam meia hora no mesmo emprego," [31] disse Wesley.

 

 

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 Participando de uma Band em Londres

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O grupo ficou conhecido como Sociedade Fetter Lane, que Wesley chamaria mais tarde de: “O terceiro surgimento do Metodismo”.

 

 No dia 1º de maio de 1738, o moraviano Peter Bohler organizou uma célula (Band) convidando algumas pessoas que tinham o mesmo modo de pensar; entre elas Wesley e James Hutton.

Foram colocadas duas regras para pertencer a essa pequena sociedade:

“1. Que eles se encontrariam uma vez por semana para confessarem suas faltas uns aos outros e para orarem também uns pelos outros a fim de que fossem curados (cf. Tiago 5.16).

2. Que qualquer outra pessoa, de cuja sinceridade eles estivessem bem seguros, poderia, se assim o desejasse, reunir-se com eles para aquele propósito”. [32]

O grupo ficou conhecido como Sociedade Fetter Lane, que Wesley chamaria mais tarde de: “O terceiro surgimento do Metodismo”. [33]

Com a ida de Peter Bohler para a América, Wesley ficou como o líder principal da sociedade, cuja única exigência era a sinceridade de intenção. A preocupação básica do grupo era com a soteriologia, a  saúde espiritual.[34]

Neste período, Carlos Wesley, em meio às lutas espirituais, sentiu uma estranha palpitação coração e pode dizer que cria. Assim, ele achou paz com Deus. Ele teve a certeza de que seus pecados estavam perdoados.[35]

Três dia depois, em 24 de maio de 1738, Wesley teve seu coração estranhamente aquecido. Sentiu seus pecados perdoados e obteve a paz em Deus.

Wesley visitou os moravianos, em 1738, na Alemanha e voltou com mais dúvidas em relação à fé, mas ele aprendeu com a sua organização e aplicou as classes em suas sociedades. Logo depois,  ele começou a se desprender de alguns ensinamentos dos moravianos. Passou a aceitar que havia graus de fé e que a libertação do pecado deveria ser entendida como libertação do domínio do pecado.[36]

“Wesley observou a vida disciplinada e a organização comunitária dos morávios, e incorporou esses elementos em sua própria prática religiosa, estabelecendo reuniões em grupos menores para estudo da Bíblia, oração e compartilhamento, resultando na formação das "bands" e "classes" dentro do movimento metodista”.[37]

 

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 Aprendendo com os Moravianos

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 Várias noites esta semana eu estava com uma ou outra das bandas privadas

 

Na terça-feira, 8 de agosto de 1738, Wesley estava na Alemanha. Ele fez essa viagem para aprender com os moravianos, com “homens santos”, sobre o modo de viver e sobre sua organização. 

Wesley foi incansável e participar os cultos e das bandas, os pequenos grupos: 

“Várias noites esta semana eu estava com uma ou outra das bandas privadas. Na quarta e quinta-feira, tive a oportunidade de conversar com Michael Linner, o mais velho da igreja, e em grande parte com Christian David, que, sob Deus, foi o primeiro plantador dela”.[38]

Quem foi Christian David? 

Christian David (1692–1751) foi um missionário nascido na Morávia. 

Wesley foi “influenciado pelos moravianos, organizou pequenas sociedades e classes dentro da Igreja da Inglaterra, liderados por leigos, com os objetivos de compartilhar, estudar a Bíblia, orar e pregar. Essas classes cresceram aos milhares”.[39]

 

 

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 As Bands em Bristol

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“Falando de uma pequena eminência num terreno contíguo à cidade”

 

As reuniões das bands no metodismo inglês começaram em Bristol, em 1739.

Wesley foi convidado por George Whitefield para pregar ao ar livre, o que para ele era algo vil, no início. Mas começou a acontecer muitas conversões.

Em fevereiro de 1739, George Whitefield, começou a pregar ao ar livre em Bristol e atraiu imensas multidões.

Ele “pediu a seu amigo, John Wesley, que continuasse seu trabalho em Bristol. A princípio, Wesley relutou em pregar ao ar livre porque a Igreja desaprovava tal comportamento, mas depois se convenceu de seu valor ao ver o impacto que Whitefield estava causando”.[40]

Na segunda-feira, dia 2 de abril de 1739, Wesley disse: “Às quatro da tarde, apresentei-me a ser mais vil, e proclamei nas estradas as boas-novas da salvação, falando de uma pequena eminência num terreno contíguo à cidade, a cerca de três mil pessoas”. [41] Wesley pregou sobre: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas-novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (Lucas 4:18-19 NVI).

Às sete horas, Wesley pregou numa reunião da “sociedade na rua Baldwin: e no dia seguinte, o evangelho de São João na capela de Newgate; onde eu também lia diariamente o culto matinal da igreja”, disse Wesley.[42]

Organizando bands e pregando para 1500 pessoas

“À noite, três mulheres concordaram em reunir-se semanalmente, com a mesma intenção que as de Londres a saber, colocar suas faltas umas nas outras, e orar umas pelas outras”

Na quarta-feira, da 4 de abril, na Baptist-Mills (uma espécie de subúrbio ou aldeia a cerca de meia milha de Bristol) “ofereci a graça de Deus a cerca de mil e quinhentas pessoas”.[43]

Início da Band

“À noite, três mulheres concordaram em reunir-se semanalmente, com a mesma intenção que as de Londres a saber, colocar suas faltas umas nas outras, e orar umas pelas outras (...). Às oito horas, quatro jovens concordaram em se encontrar, em busca do mesmo desígnio. Como se atreve qualquer homem a negar que isso seja (quanto à substância disso) um meio de graça, ordenado por Deus? (...)”.[44]


 

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A organização em Células

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Quando Wesley pregava muitos se convertiam. Decidiu criar células onde os novos convertidos poderia ser cuidados e desenvolverem a santidade. Criou milhares de pequenos grupos (Bands).

 

Wesley não pretendia criar uma nova Igreja. Acreditava que o metodismo foi levantado por Deus para realizar mudanças na sociedade e na Igreja além de espalhar a santidade por toda a terra.

Quando Wesley pregava muitos se convertiam. Decidiu criar células onde os novos convertidos poderia ser cuidados e desenvolverem a santidade. Criou milhares de pequenos grupos (Bands).

Outras mudanças foram mais radicais visando o bem da Obra de Deus.

Com o desenvolvimento do movimento metodista, Wesley foi necessário tomar decisões radicais e se separar dos moravianos. Procurou seu próprio modelo de bands.  Como homem simples e que tinha sensibilidade para com os problemas do ser humano, Wesley percebeu equívocos no modelo morávio: “(...)  não se adaptava bem às necessidades da classe trabalhadora inglesa, pessoas que enfrentavam as dificuldades da mudança social e das condições econômicas do mundo de trabalho diário.”[45]  

O objetivo principal dos pequenos grupos era reunir “pessoas interessadas em buscar seriamente o estudo de um viver santo”.[46]

Mais tarde, diante das novas exigências, Wesley fez novas adaptações, criou os bands seletos para aqueles que haviam recebido a remissão dos pecados e estavam tendo uma vida exemplar. 

Wesley colocou algumas mulheres de Bristol que haviam se tornado negligentes em um band separado. Ficou conhecida como bands penitenciais.[47]

Havia ainda um grande grupo chamado Ágapes "nas quais se reuniam os membros de todas as classes de uma sociedade com o objetivo de partirem o pão juntos, seguindo o costume da igreja primitiva, e onde se relatavam publicamente suas experiências cristãos".[48]

Essas adaptações e abertura ao novo, caracterizaram Wesley e o metodismo, na Inglaterra, no século XVIII. 

 

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Banda, um caminho para a perfeição em amor

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O objetivo principal dos pequenos grupos era reunir “pessoas interessadas em buscar seriamente o estudo de um viver santo

 

Wesley criou as bandas. “Essa estrutura na verdade era uma versão de duas experiências de grupos pequenos que Wesley tivera antes de sua conversão: o Clube Santo, com suas regras rígidas e a necessidade de prestação de contas, e a sociedade da rua Fetter Lane, que Wesley ingressou logo após a sua conversão. O que Wesley aprendera em primeira mão do grupo pequeno que ele próprio participava aplicava a esse grupo”.[49]

Wesley acreditava que o cristianismo primitivo poderia ser restaurado pela renovação da doutrina, liturgia, disciplina e prática devocional precisas da igreja primitiva”.[50]

Parte da organização dos metodistas tinha como modelo a prática da Igreja Primitiva. 

Havia um propósito de Wesley em restaurar a doutrina e prática da Igreja Primitiva. O objetivo principal dos pequenos grupos era reunir pessoas interessadas em buscar seriamente um viver santo.

As Bandas, em especial, proporcionavam comunhão e a busca do perfeito amor.

Band (banda) foi um meio para tornar os discípulos alcançar o perfeito amor. Foi o local ideal para se buscar a santidade do coração.[51]

Uma função da banda era o que Wesley chamou de "conversa próxima".[52] 

Bands eram pequenos grupos criadas para levar os metodistas ao perfeito amor. 

Wesley escreveu em seu diário: "À noite, encontrei-me, pela segunda vez, com as bandas (em Dublin). Eu os admirava muito. Eles são mais abertos do que os de Londres ou Bristol; e acho que aqui está um número maior daqueles que agora estão claramente aperfeiçoados no amor (...)”.[53]

Bands foram importantes no processo de formação da organização metodista.[54]

“Além das reuniões da Sociedade e da Classe, bandas de cerca de cinco pessoas do mesmo sexo e estado civil se reuniram para confessar pecados e lutas específicas uns aos outros. Estima-se que cerca de 1 em cada 4 metodistas participavam regularmente de uma banda”.[55]

Wesley seguia de perto a prática de Jesus: “Bands” (semelhante aos três discípulos mais próximos de Jesus: Pedro, Tiago e João)”.[56]

As principais atividades dos bands “eram a confissão e a oração; o alvo deles era o crescimento espiritual. Os bands eram homogêneos, de acordo com o modelo morávio; havia band de mulheres, de homens e mesmo de rapazes (...).”[57]

As bandas eram grupos comprometidos um com o outro e para a vida santa. Eles se reuniam para ajudar uns aos outros no caminho da perfeição cristã. Estes eram grupos "mais profundos da vida" e apenas cerca de um terço da típica sociedade metodista entrou, ou foi convidado a integrar os bands de onde eles compartilharam suas jornadas espirituais "sem reservas e sem disfarce." 

John Wesley chamou isso de "conversa íntima". Ele sentia que o metodismo foi mais próximo do ideal do Novo Testamento nas reuniões de bands.[58]

Wesley escreveu cinco questões iniciais a serem utilizadas em cada reunião de bands:

1. Que pecados conhecidos você cometeu desde nosso último encontro?

2.Que tentações você sofreu? 

3. Como você cedeu a tentação? 

4. O que você pensou, disse ou fez, do que você dúvida se é pecado ou não?

5. Não tem nada que você deseja manter em segredo?[59]

Propósito e crescimento dos pequenos grupos 

Para Wesley a disciplina era fundamental nos pequenos grupos. Para ele, “a alma e o corpo fazem um homem, o espírito e a disciplina fazem um cristão”. [60]

 

 

 

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Oração, parte essencial nas Bands

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John Wesley chamou isso de "conversa íntima". Ele sentia que o metodismo foi mais próximo do ideal do Novo Testamento nas reuniões de bands.

 

 

As bands foram importantes no processo de formação da organização metodista.[61] 

As principais atividades dos bands “eram a confissão e a oração; o alvo deles era o crescimento espiritual. Os bands eram homogêneos, de acordo com o modelo morávio; havia band de mulheres, de homens e mesmo de rapazes (...).”[62]

 

Os bands eram grupos de cinco ou seis pessoas do mesmo sexo comprometidos um com o outro e para a vida santa.They met to help each other on the road to Christian perfection. Eles se reuniam para ajudar uns aos outros no caminho da perfeição cristã.These were “deeper life” groups and only about one-third of the typical society joined, or was invited to join the bands where they shared their spiritual journeys “without reserve and without disguise.” John Wesley called this “close conversation.” He felt that Methodism was closest to the New Testament ideal in the band meetings. Estes eram grupos "mais profundos da vida" e apenas cerca de um terço da típica sociedade metodista entrou, ou foi convidado a integrar as bands de onde eles compartilharam suas jornadas espirituais "sem reservas e sem disfarce." 

John Wesley chamou isso de "conversa íntima". Ele sentia que o metodismo foi mais próximo do ideal do Novo Testamento nas reuniões de bands.[63] 

Oração, parte essencial das bands

As bands foram importantes no processo de formação da organização metodista.[64] 

As principais atividades dos bands “eram a confissão e a oração; o alvo deles era o crescimento espiritual. Os bands eram homogêneos, de acordo com o modelo morávio; havia band de mulheres, de homens e mesmo de rapazes (...).”[65] 

As bands eram grupos de cinco ou seis pessoas do mesmo sexo comprometidos um com o outro e para a vida santa.They met to help each other on the road to Christian perfection. Eles se reuniam para ajudar uns aos outros no caminho da perfeição cristã.These were “deeper life” groups and only about one-third of the typical society joined, or was invited to join the bands where they shared their spiritual journeys “without reserve and without disguise.” John Wesley called this “close conversation.” He felt that Methodism was closest to the New Testament ideal in the band meetings. Estes eram grupos "mais profundos da vida" e apenas cerca de um terço da típica sociedade metodista entrou, ou foi convidado a integrar as bands de onde eles compartilharam suas jornadas espirituais "sem reservas e sem disfarce." 

John Wesley chamou isso de "conversa íntima". Ele sentia que o metodismo foi mais próximo do ideal do Novo Testamento nas reuniões de bands.[66] 

Exemplo do poder da oração nas bands 

OAnd ' Oh ,' adds he, ' how wonderfully did we experience the power and love of God , whenever we made prayer and supplication to Him! We had a heaven amongst us ; a paradise within us! The Lord poured such peace and joy into our hearts , we were often so happy, that we did not know how to part . We lived as brethren, and strove together for "the hope of the gospel." We were of one heart and of one mind in the presence of God . And is not this the communion of saints ?'"OOo líder da classe Thomas Walsh relatou: "como maravilhosamente nós experimentamos o poder e o amor de Deus sempre que fizemos a oração e súplica a Ele! Tivemos um céu no meio de nós! Um paraíso dentro de nós. O Senhor derramou paz e alegria em nossos corações (...) éramos um só coração e uma só mente na presença de Deus. E não é essa a comunhão dos santos?”[67] 

 

 

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As Classes

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 A reunião de Classe foi “a unidade instrucional mais influente do metodismo e, provavelmente, a maior contribuição de Wesley para o crescimento espiritual”[68]

 

Havia um propósito para as reuniões de classe. 

Seu objetivo principal “era a santidade pessoal. A Reunião de Classe serviu como um lugar onde as 6–12 pessoas reunidas puderam ser honestas sobre sua condição e receber exortação amorosa e encorajamento em suas batalhas. Ele forneceu um fórum onde todos foram recebidos em um ambiente de aceitação. Eles compartilhariam sobre a experiência da semana anterior, agradeceriam a Deus pelo progresso e honestamente compartilhariam seus fracassos, tentações ou batalhas internas”.[69] 

Com mais detalhes e com momentos históricos, resumimos um pouco sobre o seu princípio e desenvolvimento, as lutas e as vitórias. 

O início 

Wesley percebeu que alguns metodistas estavam se esfriando na fé e algo precisava ser feito. “A reunião de classe wesleyana surgiu em Bristol no início de 1742, um pouco por acidente. Wesley estava cada vez mais preocupado com o fato de que muitos metodistas não viviam o evangelho; "vários esfriaram e deram lugar aos pecados que há muito os afligiam facilmente." (Obras, 77-78) Claramente, algum mecanismo para exercer a disciplina era necessário (...).[70]

Para atender uma dívida

Para atender à dívida da casa de pregação em Bristol, a sociedade de lá (agora com mais de 1.100) foi dividida em ‘classes’ de uma dúzia cada. Os líderes foram nomeados para garantir contribuições semanais para a dívida, e Wesley, sendo Wesley, pediu aos líderes que também ‘fizessem uma investigação particular sobre o comportamento daqueles que ele via semanalmente’. (Obras, 9:261) Isso proporcionou a oportunidade de exercer disciplina”.[71]

Tudo começou na segunda-feira, 15 de fevereiro de 1742. Wesley escreveu em seu diário: “Muitos se reuniram para consultar sobre um método adequado para quitar a dívida pública; foi finalmente acordado 1) que cada membro da sociedade, que fosse capaz, deveria contribuir com um centavo por semana; 2) que toda a sociedade deve ser dividida em pequenas companhias ou classes – cerca de doze em cada classe; e 3) que uma pessoa em cada classe deve receber a contribuição do resto e trazê-la para os mordomos semanalmente”.[72]

Mais tarde, o método foi usado em Londres e em todos os outros lugares.

Estabelecendo as classes em Londres

Na quinta-feira, dia 25 de março de 1742, Wesley decidiu estabelecer as classes em Londres, depois de muita conversa: “Designei vários homens sérios e sensatos para me encontrar, a quem mostrei a grande dificuldade que há muito encontrava em conhecer as pessoas que desejavam estar sob meus cuidados. Depois de muita conversa, todos concordaram que não havia melhor maneira de chegar a um conhecimento seguro e completo de cada pessoa do que os dividir em classes, como as de Bristol, sob a inspeção daqueles em quem eu mais podia confiar. Esta foi a origem de nossas classes em Londres, pelas quais nunca poderei louvar suficientemente a Deus; a utilidade indescritível da instituição desde então tem sido cada vez mais manifesta”.[73]

Uma ferramenta crucial

Logo a reunião de classe metodista se “transformou em muito mais do que uma campanha capital. Tornou-se uma ferramenta crucial para capacitar os metodistas a "vigiar uns sobre os outros em amor", para apoiar e encorajar uns aos outros em suas vidas com Deus. De fato, John Wesley achava que a supervisão e o apoio que a reunião de classe fornecia eram tão importantes que se tornaram um requisito para a adesão a uma sociedade metodista. Ser metodista significava que você estava envolvido em uma reunião de classe semanal”.[74]

Classe, um modelo para fazer discípulos 

As sociedades organizadas no metodismo dividiam os membros em classes, que eram agrupadas geograficamente e continham todas as pessoas da Sociedade. Por volta de 1742, a Sociedade de Londres tinha mais de mil membros. 

Wesley orientou como as pessoas deveriam se agrupar: “Para que se possa discernir mais facilmente se estão realmente realizando a sua salvação, cada sociedade é dividida em grupos menores chamados classes, de acordo com as suas residências. Há cerca de 12 pessoas em cada classe sendo uma delas indicada para ser o líder.” [75]    

David Lowes Watson, no seu livro Discipulado Responsável, um moderno manual sobre o sistema de classes, escreve: "Foi uma reunião semanal, uma subdivisão da sociedade, em que os membros eram obrigados a prestar contas uns aos outros de seu discipulado, e, assim, para sustentar um ao outro em seu testemunho”.[76] 

Cada metodista pertencia a uma classe. A reunião era uma partilha da experiência pessoal da semana passada. Eles aprenderam com isso a terem autoconfiança e a capacidade de falar em público. 

A classe foi um lugar para serem aceitas todas as pessoas de diferentes origens sociais.[77] Todas as pessoas confessavam as suas falhas e buscavam a salvação e a santificação. 

“Em 1760 havia 20.000 indivíduos nas classes. Em 1790, esse número mais que dobrou para mais de 53.000. Assim, da população total da Inglaterra e País de Gales de 8.216.096, aproximadamente 6,5% faziam parte da sociedade metodista em uma classe ou banda”.[78]

Wesley escreveu como uma pessoa era admitida na classe e na Sociedade: Qualquer pessoa determinada a salvar a sua alma podia ser unida com os metodistas (esta é a única condição necessária). Mas esse desejo devia ser comprovado por três marcas: evitar todo o pecado conhecido, fazer o bem e atender todas as ordenanças de Deus. 

A pessoa era então colocada em uma classe que fosse conveniente para ela onde passava cerca de uma hora por semana. E no próximo trimestre, nada se opondo, seria admitida na Sociedade. 

A disciplina era fundamental no movimento metodista. “Wesley não hesitou em expulsar alguém da sociedade, se eles não estavam seguindo o Senhor de todo o coração. Wesley sabia a condição de cada membro através da prestação de contas da classe.”[79] 

Em uma sociedade, em 1743, ele excluiu alguns membros: “Dois por causa de blasfêmia. Dois por profanar o Dia do Senhor. Dezessete por embriagues. Dois por vender bebidas alcoólicas. Três por briga. Um por bater na esposa. Três por contar mentiras habitualmente. Quatro por ter ralhado e falado mal de outros. Um por preguiça e vadiação. E vinte e nove por mundanismo e leviandade.”[80] 

"As classes serviram como uma ferramenta evangelística (a maioria das conversões ocorreu neste contexto) e como um agente de discipulado”.[81] 

Nos pequenos grupos de Wesley os líderes compartilhavam “honestamente sobre suas falhas, pecados, tentações, ou batalhas interiores. Eles foram os modelos para os outros. 

As reuniões de classe giravam em torno da experiência pessoal, não doutrina ou informação bíblica. O amor perfeito foi o objetivo das reuniões de classe”.[82] 

“O propósito das sociedades e classes era trabalhar a salvação de seus membros (cf. Fil. 2:12) e buscar uma vida santa ("sem a qual ninguém verá o Senhor", Hb 12:14)”.[83] 

As classes eram agrupadas geograficamente e continham todas as pessoas da Sociedade. Por volta de 1742, a Sociedade de Londres tinha mais de mil membros. 

Wesley orientou como as pessoas deveriam se agrupar:  “Para que se possa discernir mais facilmente se estão realmente realizando a sua salvação, cada sociedade é dividida em grupos menores chamados classes, de acordo com as suas residências. Há cerca de 12 pessoas em casa classe sendo uma delas indicada para ser o líder.”[84]   

 

Os membros da sociedade receberam bilhetes trimestrais de Wesley ou de seus ministros, “desde que não tivessem perdido mais de três reuniões de classe durante o trimestre anterior. Isso levou à sua participação regular e ativa e forneceu uma maneira indolor de se livrar dos membros que violaram as regras. Geralmente acontecia se alguém não queria melhorar e corrompia o grupo; contanto que ele tivesse uma centelha de vida espiritual, ele raramente era excluído. O próprio Wesley prestou muita atenção às suas sociedades; ele não era apenas um gênio organizador, mas também se importava com detalhes”.[85]    

As classes se diferenciam dos bands: eram agrupadas geograficamente em vez de serem divididas pela idade, sexo ou estado civil; elas continham todas as pessoas da sociedade, não apenas aquelas que voluntariamente se agrupavam.[86]  

Classe de meninos e meninas 

João Wesley percebeu a necessidade de colocar os meninos e as meninas da sociedade em classes. Ainda não havia a Escola Dominical formal nas Igrejas evangélicas da Inglaterra.

Em 23 de novembro de 1760, ele disse: “À tarde, designei as crianças para se encontrarem em Bristol, cujos pais eram da sociedade. Trinta delas vieram hoje, e mais de cinquenta no domingo e nas quinta-feira seguintes. Cerca de metade delas eu dividi em quatro classes, duas de meninos e duas de meninas; e nomeei líderes adequados para encontrá-las separadamente”. [87]

Wesley fazia questão de se encontrar com elas em reunião.

“Eu os encontrava todas juntas, duas vezes por semana; e não demorou muito para que Deus começasse a tocar alguns de seus corações. Na terça e quarta-feira visitei algumas das sociedades do país”. [88]

 

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As Sociedades Seletas

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As sociedades seletas criadas por Wesley eram para aqueles inteiramente santificados



Depois das bands e classes, Wesley criou as sociedades seletas.

“Dentre os homens e mulheres mais fiéis, Wesley selecionou alguns como um grupo separado e os treinou semanalmente nas doutrinas e métodos do Metodismo, para que mostrassem um exemplo para outros metodista”.[89]

Qual era a função da sociedade seleta?

“As sociedades seletas deviam (1) manter extrema confidencialidade; (2) ter absoluta submissão ao líder em todas as coisas; e (3) contribuir para um fundo comum com dinheiro que tinham sobrando, visando suprir as necessidades. A vida comunitária nesse terceiro nível era intensa, e por causa da prestação de contas mais profunda, dali saíram muitos dos discípulos que ajudaram a reformar a Igreja e a nação. 3. A necessidade de liderança leiga para o discipulado Wesley logo descobriu que precisaria de um pequeno exército de líderes para manter o sistema de discipulado usando grupos pequenos. Snyder estima que, por volta de 1800, os pequenos grupos meto distas contavam com 100 mil membros e 10 mil líderes”. [90] 

As sociedades seletas criadas por Wesley eram para aqueles inteiramente santificados.

"Vi que poderia ser útil dar alguns conselhos a todos aqueles que continuavam à luz do semblante de Deus, que o resto de seus irmãos não queriam e provavelmente não podiam receber. Então eu desejei que um pequeno número daqueles que pareciam estar nesse estado, passassem uma hora comigo todas as segundas-feiras de manhã. Meu objetivo era, não apenas orientá-los sobre como pressionar a perfeição; para exercer todas as suas graças e melhorar todos os talentos que receberam; e incentivá-los a amar mais uns aos outros e a cuidar uns dos outros com mais cuidado; mas também ter uma companhia seleta a quem eu pudesse me desvencilhar em todas as ocasiões, sem reservas; e a quem eu poderia propor a todos os seus irmãos como modelo de amor, de santidade e de boas obras." — Obras, vol. v. p.184.”.[91] 

“São testemunhas da perfeição que prego”


Em março de 1764, Wesley escreveu em seu diário: "Conheci a sociedade seleta (em Worcester). Quão rapidamente Deus aprofundou Sua obra neles! Tenho visto muito poucos, seja em Bristol ou Londres, que são mais claros em sua experiência. O relato que todos os que tive tempo de examinar deram era bíblico e racional. E, suponhamos que falassem a verdade, são testemunhas da perfeição que prego."
[92]

No diário de Wesley há relatos sobre seu encontro com algumas sociedades seletas:

Em Witney:

"Em conhecendo a seleta sociedade (em Witney), fiquei muito confortado ao descobrir que tão poucos deles perderam terreno, e a maior parte ainda testemunhando que 'o sangue de Cristo purifica de todo pecado'." - Diário, outubro de 1775.

Em Ledds:

"Fui para Leeds e, depois de pregar, conheci a seleta sociedade, composta por cerca de sessenta membros; a maioria dos quais pode testificar que 'o sangue de Jesus Cristo purifica de todo pecado'." — Journal, julho de 1782.

Em Birmingham:

"Passei uma hora agradável com a sociedade seleta (em Birmingham). A maioria deles ainda desfruta do puro amor de Deus, e o resto está sinceramente ofegante por ele. - Diário, março de 1787”. [93]

 

 

 

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[1]https://www.amazon.com.br/Manuscript-Journal-Reverend-Charles-Wesley/dp/0687646146. Kevin Watson é pastor e escritor metodista. Formado pela Universidade de Oklahoma (BA), Wesley Theological Seminary (MDiv) e Southern Methodist University (PhD). https://kevinmwatson.com/ about/  

[2] http://metodistavilaisabel.org.br/docs/Joao_Wesley_O_Evangelista.pdf

[3] https://pdfcoffee.com/wesley-uma-licao-de-crescimento-pdf-free.html

[4] http://seedbed.com/feed/how-john-wesley-s-class-meetings-serve-as-identity-formation.

[5] https://pdfcoffee.com/wesley-uma-licao-de-crescimento-pdf-free.html

[6] https://wesleyano.inf.br/sistema-de-discipulado-transformacional-de-wesley/

[7] https://www.jstor.org/stable/41179847 · Arquivo PDF

[8] HEITZENHATER, Richard  P. Wesley e o povo chamado metodista. Editeo-Pastoral Bennett, 1996, p.108.

[9] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley - Sua vida e obra. São Paulo: Editora Vida, 1997, p.217.

[10] https://pdfcoffee.com/wesley-uma-licao-de-crescimento-pdf-free.html

[11] https://belonggsumc.com/john-wesleys-small-groups-models-of-christian-community/.Mark A. Maddix é professor de Educação Cristã e decano da Escola de Teologia e Ministérios Cristãos da Universidade Nazarena do Noroeste.

[12] BURTNER, Robert; CHILES, Robert. Coletânea da Teologia de João Wesley, JGEC, São Paulo, 1960, p.264.

[13] HEITZENRATER, Richard P. Wesley e o povo chamado metodista. São Bernardo do Campo/Rio de Janeiro, Editeo/Pastoral Bennett, 1996, p.104.

[14]  Existiam diversas sociedades na Inglaterra. Wesley e outros líderes do Clube Santo lideravam algumas, mas não necessariamente elas eram consideradas metodistas (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.103).

[15]HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p.108.   

[16] Visão geral criada por IA do Google.

[17] https://belonggsumc.com/john-wesleys-small-groups-models-of-christian-community/

[18] https://academic.oup.com/book/27734/chapter-abstract/197911662?redirectedFrom=fulltext

[19] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley, Sua vida e obra. Editora Vida, 1997, p.118.

[20] https://www.umc.org/en/content/the-method-of-methodism-expands-societies-and-the-new-room

[21] HEITZENHATER, Richard P., Wesley e o Povo Chamado Metodista, Editeo-Pastoral Bennett, 1996, p. 41.

[22] https://moisescoppe.blogspot.com/2020/06/o-clube-santo-wesley.html?m=0

[23] HEITZENHATER, Richard P., p.38.

[24] Wesley, seu próprio historiador. https://quod.lib.umich.edu/m/moa/AGV9079.0001.001?rgn=main;view=fulltext.Wesley, seu próprio historiador. Cincinnati: Hitchcock e Walden. 1870

[25] Visão geral criada por IA

[26] https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:7.2?rgn=div2;view=fulltext

[27] https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:7.2?rgn=div2;view=fulltext

[28] https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:7.2?rgn=div2;view=fulltext 

[29] O Diário de João Wesley – 1735-1791, o pai do metodismo. Angular Editora, 2017.

[30] https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:7.2?rgn=div2;view=fulltext

[31] https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:7.2?rgn=div2;view=fulltext

[32] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 78.

[33] Ibidem,p.79.

[34] Ibidem, p.79.

[35]LILIÈVRE, Mateo,  Ibidem, p.67.

[36] Ibidem, p.82.

[37] Visão geral criada por IA do Google

[38] LILIÈVRE, Mateo,  Ibidem, p.82.

[39] https://www.metodista.org.br/john-wesley-e-francisco-de-assis

[40] https://www.newroombristol.org.uk/content/uploads/2017/04/A_brief_guide_to_the_New_Room.pdf

[41] https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:18?rgn=div1;view=fulltext

[42] https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:18?rgn=div1;view=fulltext

[43] https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:18?rgn=div1;view=fulltext

[44] https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:18?rgn=div1;view=fulltext

[45] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley, Sua vida e obra p.119.

[46] Ibidem, p.108.

[47] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley, Sua vida e obra p.123.

[48] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley, Sua vida e obra., ibidem, p.366.

[49] https://pdfcoffee.com/wesley-uma-licao-de-crescimento-pdf-free.html

[50] https://www.jstor.org/stable/41179847 · Arquivo PDF

[51] https://academic.oup.com/book/27734/chapter-abstract/197911662?redirectedFrom=fulltext

[52] https://belonggsumc.com/john-wesleys-small-groups-models-of-christian-community/

[53] https://www.craigladams.com/Books/styled/page26/

[54] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley, Sua vida e obra. Editora Vida, 1997, p.118.

[55] https://www.umc.org/en/content/the-method-of-methodism-expands-societies-and-the-new-room

[56] https://www.expositorcristao.com.br/o-movimento-metodista-e-o-discipulado

[57] Existiam diversas sociedades na Inglaterra. Wesley e outros líderes do Clube Santo lideravam algumas, mas não necessariamente elas eram consideradas metodistas (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.103).

[58] http://blogs.nazarene.org/rev4/2011/04/02/the-bands.

[59] http://blogs.nazarene.org/rev4/2011/04/02/the-bands.

[60] Obras-de Wesley, vol. 2, pg. 2, pág. 204. 204:

[61] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley, Sua vida e obra. Editora Vida, 1997, p.118.

[62] Existiam diversas sociedades na Inglaterra. Wesley e outros líderes do Clube Santo lideravam algumas, mas não necessariamente elas eram consideradas metodistas (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.103).

[63] http://blogs.nazarene.org/rev4/2011/04/02/the-bands.

[64] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley, Sua vida e obra. Editora Vida, 1997, p.118.

[65] Existiam diversas sociedades na Inglaterra. Wesley e outros líderes do Clube Santo lideravam algumas, mas não necessariamente elas eram consideradas metodistas (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.103).

[66] http://blogs.nazarene.org/rev4/2011/04/02/the-bands.

[67] Idem.

[68] https://belonggsumc.com/john-wesleys-small-groups-models-of-christian-community/.Mark A. Maddix é professor de Educação Cristã e decano da Escola de Teologia e Ministérios Cristãos da Universidade Nazarena do Noroeste.

[71] Idem.

[73] Idem.

[79] Idem.

[85] Idem.

[88] Idem.

[89] http://www.hivo.hu/wwcsoport_e.html

[90] https://pdfcoffee.com/wesley-uma-licao-de-crescimento-pdf-free.html

[91] https://www.craigladams.com/Books/styled/page26/

[92] https://www.craigladams.com/Books/styled/page26/

[93] https://www.craigladams.com/Books/styled/page26/

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