És Tu, Senhor, quem
está falando?
Odilon Massolar
Chaves
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Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro
de 1998.
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Foto capa: https://portugues.ucg.org/rrevista-boa-nova/voce-esta-mesmo-vivendo-uma-vida-que-agrada-a-deus
Tradutor: Google
1ª edição: 1988 – Teresópolis – RJ
Revisão: Ganancia e Sérgio
Toda gloria a Deus!
Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado,
doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na
Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos
dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de
Curso de Teologia.
Declaração de direitos autorais: Esses
arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que
está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.
Rio de Janeiro – Brasil
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“Embora exista uma
influência real do espírito de Deus, também existe uma influência imaginária; e
muitos são os que tomam uma por outra”
(Wesley)
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Índice
· Sugestões para estudos em grupo
· Introdução
· O Senhor confirma a sua vontade na prática da fé
· O Senhor quando chama, capacita e confirma a sua vontade
· As provas que pedirmos, Deus não considerará como ofensiva
· O Senhor pode revelar a sua vontade através de profecias
· Deus se manifesta da maneira que ele desejar
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Sugestões para estudo em grupo
O livro poderá ser lido devocionalmente em grupo. Nos estudos em grupos sugerimos:
1 – Cada capítulo deverá ser lido em duas ocasiões, a fim de que haja tempo suficiente para meditação, participação e aprendizado.
2 – A pessoa que for liderar o estudo deverá introduzir o assunto, de preferência falando sobre os parágrafos iniciais, antes do inicio da história do personagem (Abrahão, Moisés, Gideão etc).
3 – Ilustrações sobre fatos reais ou não poderão introduzir melhor o assunto. Depois, então, introduza a história do personagem ou fato bíblico.
4 – Peça a alguém sempre para ler ou comentar o parágrafo. Pergunte ao grupo se está claro o assunto ou se alguém quer comentar algo.
5 – O versículo bíblico que estiver entre parênteses, sem ser citado no livro, deverá ser lido também para melhor aprendizado.
6 – É importante perguntar ao grupo se é desta forma que as pessoas têm reconhecido a vontade de Deus e se os fatos do passado poderão ser repetidos ainda hoje.
7 – Lembre-se de que o objetivo final desse livro é fazer com que todos aprendam sobre a maneira como deus atuou nos servos e servas do passado. É necessário que todos adquiram consciência e base bíblica para reconhecer hoje quando Deus está falando.
8 – Durante a semana do estudo, cada pessoa deverá procurar reconhecer a
vontade de Deus em sua vida, conforme o estudo. Na classe, o dirigente deverá
dar oportunidade para troca de experiências.
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Introdução
Precisamos conhecer a vontade do Senhor para nossa vida diária. No Antigo e Novo Testamento vemos que Deus falava aos seus servos e servas para relevar a sua vontade.
Nem sempre sabemos discerni, hoje, aquilo que é Deus falando e aquilo que é fruto das nossas emoções mente ou mesmo influência maligna.
Veja a noticia que os jornais noticiaram: “Fanático assassinou os pais a machadadas”. O texto diz que um jovem de 21 anos, membro de “uma seita evangélica”, revelou “que recebeu uma ordem divina para que sacrificasse os pais”. Disse o jovem: “– Recebi a ordem de que eles tinham que ir para junto de Deus o mais rápido possível”.
Por isso também é que este livro foi escrito. Desejamos que todos experimentem o poder de Deus, mas que tenham o discernimento e a sabedoria divina para fazer, realmente, a vontade de Deus.
Mais do que uma regra, este livro pretende ser seu amigo, conselheiro, a fim de que você cresça na compreensão da vontade do Senhor e alcance a maturidade são fundamentais para compreendermos a vontade do senhor e deixar que Ele atue em nós.
O Autor
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O Senhor confirma a sua vontade na prática da fé
As visões podem ser
uma manifestação da vontade divina. Digo que podem porque há muitas visões que
são projeções do inconsciente da própria pessoa, que projeta receios, desejos,
frustrações etc.
Muitos de nós estamos sempre procurando conhecer a vontade de Deus para a vida diária. Às vezes, a vontade de conhecer os planos de Deus é tanta que acabamos aceitando o primeiro sinal ou indício que aparece como sendo a vontade definitiva de Deus para nós.
Isto tem trazido problemas à diversas pessoas. Temos que aprender a pedir ou esperar mais sinais do Senhor, a fim de que a sua vontade seja confirmada.
A história de Abrahão pode nos ajudar a compreender esta questão tão séria para a nossa vida e Igreja.
O primeiro contato do Senhor com Abrão – que ainda não tinha seu nome mudado para Abrahão, mas nós o chamaremos assim – foi uma ordem e uma promessa: “ Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção” (Gn 12.1-2).
O Senhor promete a Abrahão que a sua descendência será grande (cf Gn 13.144-17). Mas a Bíblia não mostra claramente como o senhor fez saber Abrahão a sua vontade. O que está claro é que Abrahão partiu pela fé: “Pela fé Abrahão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia” (Hb 11.8).
E fé, segundo a Bíblia “é a certeza de causas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb 11.1).
No caminho, “apareceu o Senhor a Abrahão, e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra” (Gn 12.7). Este foi o segundo sinal de que o senhor confirma que Sua vontade era realmente aquela.
Jorge Muller que criou um orfanato no século XIX, certa vez, estava sem dinheiro. Isto aconteceria muitas vezes também para provar sua fé, pois ele procurava realmente viver pela fé. “Muller pediu ao Senhor que lhe desse dinheiro. Esperou muitas horas sem qualquer resposta. Então chegou uma senhora e perguntou: – ‘O irmão precisa de dinheiro?’ Foi uma grande prova de sua fé, porém, o pastor respondeu:
– ‘Minha irmã, eu disse aos irmãos, quando abandonei meu salário, que só imformaria ao Senhor a respeito das minhas necessidades’. – ‘Mas’, respondeu a senhora, ‘Ele me disse que eu lhe desse isto’, e colocou 42 xelins na mão do pregador”.[1] Esse dinheiro era utilizado para o orfanato.
Muller, à semelhança de Abrahão, caminhava pela fé e o senhor, a cada momento, confirmava a sua vontade.
O Senhor chegou a punir a faraó com pragas para proteger a Abrahão (Gn 12.17). Abrahão, porém, nunca parou duvidando. Foi na sua caminhada da fé que Deus foi confirmando a sua vontade.
Na nossa vida diária devemos fazer o mesmo. Se temos certeza de que o Senhor nos chamou. Ele irá confirmando a sua vontade. Não devemos parar no meio do caminho.
Abrahão também tinha sabedoria (Gn 12.11-16) e não era violento nem ganancioso (Gn 13.8-12). São condições essenciais para o Senhor poder atuar em nossa vida.
Além do poder do Espírito que devemos buscar, não devemos nos esquecer de que de que devemos pedir sabedoria e sermos submissos à vontade do Senhor, caso contrário, tudo poderá ir por água abaixo.
Depois que abrahão se separou de Ló, para evitar a violência e também deixar Ló escolher primeiramente a sua parte, o Senhor novamente aparece a Abrahão, para confirmar mais uma vez a sua vontade: “ rgue os olho e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês eu te darei...” (Gn 13. 14-15).
Conheço um fato assim em nossa igreja, quando dois irmãos tiveram que partir terras. Um deles deixou que o irmão escolhesse a melhor parte, para não haver briga. Sua terra, porém, foi muito abençoada e ele, posteriormente construiu um templo em suas terras. Sua filha se tornou pastora.
Veja que o Senhor apareceu para Abrahão sempre em momentos decisivos.
Na sua caminhada, Abrahão liberta Ló (Gn 14.14-17) e recupera todos os seus bens. Veja o que ele fez: “E de tudo lhe deu Abrão o dizimo” (Gn 14.20).
Quando o rei de Sodoma quis algo de Abrahão: “Dá-me as pessoas, e os bens ficarão contigo” (Gn 14.22), ele respondeu: “juro que nada tomarei de tudo o que te pertence, nem um fio, nem uma correia de sandália...” (Gn 14.23).
Abrahão continuava sincero e com desprendimento e mais uma vez, por isso, o senhor fala com ele: “Depois destes acontecimentos veio a palavra do Senhor a abrahão, numa visão, e disse: “Não temas, Abrahão, eu sou teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande” (Gn 15.1).
As visões podem ser uma manifestação da vontade divina. Digo que podem porque há muitas visões que são projeções do inconsciente da própria pessoa, que projeta receios, desejos, frustrações etc.
Por isso, abrahão não foi aceitando imediatamente aquela visão, pois poderia ser uma projeção do seu inconsciente e, por isso, ele pergunta ao Senhor: “Senhor Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos, e o herdeiro da minha casa é o damasceno Elizeu?” (Gn15. 2).
Mas essa visão era verdadeira. Deus diz a Abrahão que ele terá um filho legítimo, que será seu herdeiro (Gn 15.4).
Diante disto, Abrahão creu “e isso lhe foi imputado para justiça” (Gn15. 6).
O senhor promete novamente a Abrahão aquela terra (Gn15. 7).
Novamente, abrahão pede um sinal ao Senhor de que ele possuirá aquela terra (Gn 15.8).
Deus não ficou zangado e nem considerou Abrahão um incrédulo. Ele já havia dado provas definitivas de que era uma pessoa de fé e que se colocava nas mãos do Senhor. Evidentemente, há pessoas que só acreditam se tiverem uma prova física, esquecendo da importância da fé. Mas, Abrahão era assim, por isso, o Senhor poder que ele prepare alguns animais para o sacrifício: “Toma-me uma novilha, uma cabra e um cordeiro, cada qual de três anos, uma rola e um pombinho” (Gn 15.9).
E Abrahão obedeceu!
Após esta sua obediência, mais uma vez, o Senhor revela a Abrahão acontecimentos futuros. Seu sonho seria profético, pois Deus revela o que acontecerá com o povo de deus no futuro, quando será escravo no Egito (Gn 15. 12-16).
Interessante que a bíblia diz que “caiu profundo sono sobre Abrahão, e
grande pavor e cerradas trevas e acometeram; e então lhe foi dito...” (Gn
15.12-13).
O Senhor não somente revela para Abrahão as bênçãos, mas também as dificuldades. Talvez, por isso, houve trevas e pavor.
O sinal de que o Senhor estava realmente presente e de que aquilo não era uma tocha entre os pedaços dos animais que Abrão havia partido (Gn 15.17).
Houve uma nova prova material. Percebam que as provas saíram do nível da mente, sonhos, visões e passaram para a matéria. O fogo era compreendido como sinal da passagem do Senhor por ali (Ex 3.2; 13.21; 19.18). É sinal da aliança de Javé com abrahão. “Naquele mesmo dia fez o senhor aliança com abrahão (Gn 15.18).
Depois
disto, o Senhor continuaria aparecendo e atuando na vida de Abrahão para
realizar mudanças (Gn 17.1-5); fazer promessas (Gn 18.1-15; 21.1-3) e provar
(Gn 22. 1-18) até o final (Gn 25.7-11).
Percebemos na história de Abrahão de que houve todo um processo de comunicação e confirmação da vontade do Senhor. Houve visões, sonhos e aparições do Senhor a Abrahão, mas acima de tudo estava a sua fé. Foi na caminhada da sua fé que o senhor confirmou a Sua vontade.
O
Senhor Quando Chama, Capacita e Confirma a Sua Vontade
Essa não é uma
questão tão fácil de ser resolvida. Às vezes, achamos que Deus nos chama,
quando é apenas uma emoção em um culto. Às vezes, o Senhor quer que nos
dediquemos a um ministério especial, mas quando vem a primeira dificuldade
achamos que nós nos enganamos, pois cremos que haver dificuldades.
Como saber a vontade do Senhor em relação à vida profissional, sentimental, em relação a um ministério ou a um chamado especial?
Essa não é uma questão tão fácil de ser resolvida. Às vezes, achamos que Deus nos chama, quando é apenas uma emoção em um culto. Às vezes, o Senhor quer que nos dediquemos a um ministério especial, mas quando vem a primeira dificuldade achamos que nós nos enganamos, pois cremos que haver dificuldades.
A história do chamado de Moisés pode nos ajudar bastante hoje para entendermos a vontade do Senhor para um trabalho especial ou o exercício de um ministério.
Na história do chamado de Moisés houve sinais do senhor confirmando este chamado.
O primeiro sinal foi: Apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo do meio duma sarça..."(Ex 3.2).
Moisés caminhou até aquela sarça. É possível que esta tenha sido uma estratégia de Deus para que Moisés se aproximasse: “ Vendo o senhor que ele se voltava para ver, Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que está é terra santa” (Ex 3. 4-5).
O primeiro sinal foi um fogo – sarça ardente – e o segundo sinal foi a própria voz do Senhor chamando a Moisés.
Mas tudo não poderia ser uma margem, no meio do calor do deserto?
Sabemos de pessoas que vêem oásis no deserto, com água, palmeira e outras coisas, quando tudo não passa de miragem.
O fato é que Deus continuou falando a Moisés sobre a Sua vontade em relação ao povo de Deus, que estava cativo no Egito (Ex 3.9-7). O Senhor fala também sobre a Sua vontade em relação a Moisés: “Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Ex 3.10).
Moisés já ouviu o chamado, mas ele olha para si e não se vê em condições de fazer uma obra tão grande: “Quem sou eu para ir a faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Ex 3.11).
É o que acontece, muitas vezes, com as pessoas que são chamadas para determinados trabalhos e mistérios. Olham para as imperfeições e incapacidade, por isso, têm receios e dúvidas. Muitos se esquecem de que a um grande poder vindo de Deus. Veja o que Carlos Finney diz, após o seu batismo com Espírito Santo: “Grande poder acompanhava a palavra de Deus; todos os dias admirava-me ao notar como poucas palavras dirigida a uma pessoa, transpassava-lhe o coração como uma seta”.[2]
Mas Deus está preparando Moisés para uma grande obra, quando ele enfrentará toda a oposição maligna que quer prender o povo de Deus, impedindo-o de levar a benção para todos os povos, como prometera a Abrahão. Por isso, Deus promete dar um sinal. Este sinal não está muito claro aqui. Deus diz: “Depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte”(Ex 3.12).
Em seguida, Deus passa a descrever para Moiséis os fatos que acontecerão no Egito (Ex 3.15-22). Foi uma forma muito sábia do Senhor incentivar Moiséis para essa grande obra. Mais apesar de tudo isso, Moisés sabe muito bem que as pessoas não acreditarão facilmente nele. Na verdade, moiséis quer mais sinais, mais provas de que Deus o quer fazendo essa obra e de que estará ao lado dele.
Por isso Moisés disse: “Mas eis que não crerão, nem acudirão a minha voz, pois dirão: O Senhor não te apareceu” (Ex 4.1).
Hoje acontece a mesma coisa. Como prova que o Senhor nos chamou para um determinado mistério? Evidentemente, será pelos frutos demonstrados na nossa vida e no nosso ministério. Não basta dizer. Tem que haver prova!
O Senhor sabe disso. Entendeu o que se passa no coração de Moisés. Assim, o Senhor faz dois sinais miraculosos em sua vida (Ex 4.1-8). O Senhor ainda promete que fará outros sinais, se preço for, para que eles creiam que deus enviou Moisés (Ex 4.9).
Bem, tudo parecia resolvido; que provas mais Moisés iria querer?
Ele não precisa mais de sinais, pois Deus já havia mostrado com sobras o seu poder. Moisés, porém, olha para as suas imperfeições: “Ah! Senhor! Eu nuança fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua” (Ex 4.10).
Quando Moisés procura arranjar mais uma desculpa para não se envolver com uma missão tão difícil, deus procura arranjar mais uma solução: “Vai, pois, agora, e eu irei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar” (Ex 4.12).
Mais Moisés se mostra, mais uma vez, desejoso de fugir dessa responsabilidade e quer passar a missão para outro: “Ah! Senhor! Envie aquele que hás de enviar, menos a mim” (Ex 4.13).
Diante disto, a ira do senhor veio contra Moisés. Afinal, o senhor fez de tudo e prometeu tudo o que Moiséis precisara, mas mesmo assim ele quer fugir deste compromisso.
Mas Deus revela toda a sua paciência e sabedoria. Ele deseja salvar seu povo no Egito. Ele não pode perder tempo com as lamentações e indisposições de Moisés. Ele manda chamar Arão e diz: “...Eu serei com a tua boca e a dele, e vos ensinarei o que deveis fazer” (Ex 4.15).
Deus ordenou a Moisés que tomasse a vara, com a qual faria sinais no Egito. Ele obedeceu ao Senhor e procurou voltar até o Egito (Ex 4.17).
Para comprovar mais ainda a vontade do Senhor, Arão recebeu a comunicação de Deus: “Vai ao deserto para te encontrares com Moisés. Ele foi e, encontrado-o no monte de Deus, o beijou” (Ex 4.27). A bíblia diz que o testemunho de dois é verdadeiro (Jô. 8.17).
O povo de Deus creu que o Senhor havia chamado a Moiséis e a Arão para livra-los, pois o senhor fez sinais atravéz de Arão (Ex 4.30-31).
Devemos ter cuidados hoje com aqueles que dizem ter recebido revelação do Senhor para iniciar uma nova Igreja, especialmente, quando esse profeta condena as outras Igrejas evangélicas e seus atos não estão de acordo com a palavra de Deus. Veja que isto aconteceu com Joseph Smith Júnior: “... Ele alegava ter visões e revelações divinas, desde 1820. Em 1823, o anjo Moroni revelou-lhe o lugar onde placas de ouro estavam enterradas contendo a história da América antiga...”.[3]
A partir daí surgiram os Mórmons e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Entre outras coisas, esta Igreja defende a poligamia; batismo por pessoas que já morreram; Dizem que Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo; Afirmam que o pai tem corpo de carne e osso, etc.
Deus ainda chama hoje pessoas para determinados trabalhos especiais. Quando Ele chama, também capacita e confirma a sua vontade. Esta Sua vontade, contudo, nunca pode estar contra a sua vontade. Esta a sua vontade, contudo, nunca pode estar contra a Sua Palavra especialmente confirmada pelos Evangélicos e demais livros no Novo Testamento. Como diz o autor de Hebreus: “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as cousas, pela qual também fez o universo. Ele que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser...” (Hb 1.1-3).
Jesus é a revelação máxima de Deus. Ele veio nos mostrar a plena vontade de Deus em nossa vida. Tudo que for além do que Ele nos ensinou e os demais livros do Novo Testamento explicaram, devemos considerar como antibiblico.
Moisés provou que Deus o chamou, através de tudo aquilo que aconteceu no Egito e no caminho da Palestina. Contra fatos não há argumentos.
As Provas Que Pedirmos Deus Não Considerará Como
Ofensivas
Começamos aprendendo
que Deus nos fala quando ele quer. Nem sempre é quando estamos orando. Foi o
que aconteceu com Gideão. Ele estava trabalhando e o anjo apareceu para ele (Jz
6.11-12)
Sabemos que devemos nos submeter à vontade de Deus. Essa, certamente, tem sido a intenção de muitos cristãos sinceros. Mas, às vezes, no meio cristão, há também coisas que não vêm diretamente de Deus. Muitas vezes, pessoas acham que estão comunicando a própria vontade.
Por isso, devemos pedir confirmação ao Senhor, pois é possível também ser” visão falsa, adivinhação, engano do seu íntimo” (Jr 14.14).
Há muitas pessoas também que têm se deixado levar pelas emoções. Sentem algo e consideram isso a vontade plena de Deus. É verdade que tantas e tantas às vezes Deus tem comunicado a sua vontade aos nossos corações, mais muitas vezes tudo não tem passado de uma impressão, um engano ou coisa parecida.
Devemos pedir confirmação ao Senhor sobre a sua vontade para a nossa vida. Não devemos achar que isso é duvidar de Deus.
A história de Gideão pode nos ajudar muito neste sentido.
A primeira reação de gideão foi pedir explicação ao Senhor sobre a opressão que o povo de Deus nos estava sofrendo dos midianitas (Jz 6.13).
Vemos aqui a importância do dialogo com deus. Deus é um Pai, como nos ensinou Jesus. Pai e filho devem dialogar sobre as diversas questões. E aqui Gideão começou a pedir explicações ao Senhor.
O Senhor, porém, não precisava responder sobre a origem daquela opressão ao Povo de Deus. O pecado era a raiz de todo aquele mal (Jz 6.1).
O povo de Deus, porém, reconheceu seu pecado e clamou ao Senhor (Jz 6.6-10), que providenciou a libertação.
O Senhor respondeu providenciando um libertador: o próprio Gideão (Jz 6.14).
Gideão, porém, olhou para si, para suas imperfeições e não foi aceitando aquele comissionamento, aquele chamado: “Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manasses, e eu o menor na casa de meu pai” (Jz 6.15).
Esta tem sido a situação de muitas pessoas que são chamadas para servir ao Senhor. Olham para si e acabam recusando o chamado. Esquecem de que o senhor quando chama também capacita!
Foi o que o Senhor disse a Gideão: “já que eu estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem” (Jz. 6.16).
A presença do Senhor é bastante. A Sua Graça e o Seu poder são suficientes para vencermos qualquer inimigo.
Muito bem, o Senhor avia falado e tudo parecia resolvido. Mas não foi assim. Gideão não era alguém que se deixava levar pelas emoções ou pelas aparências. Certamente, ele sabia que satanás pode se passar por anjo de luz (2Co. 11.14).
Em determinados momentos têm havido também manifestações demoníaca, apesar de muita gente não entender e aceitar isso. Mas isso é uma realidade.
Devemos pedir sinais ao Senhor para distinguir a voz maligna da voz de Deus. Para Wesley, saberemos que não estamos iludidos, pelos frutos que governa o coração da pessoa. Ele cita os frutos do “amor, alegria, paz, entranhas de misericórdia, humildade mental, benignidade, mansidão e compaixão”.[4]
Além desses frutos internos, ele diz que a pessoa deve ter também os frutos externos: “Fazer o bem a todos os homens, não fazer o mal aos outros e andar na luz – ter uma obediência zelosa e uniforme a todos os mandamentos de Deus”.[5]
Wesley conclui: “Por esses mesmos frutos distinguirei a voz de Deus de qualquer engano do diabo”.[6]
E Gideão pediu um sinal: “se agora achei, mercê diante dos teus olhos, dá-me um sinal de que és tu, Senhor, que me falas” (Jz 6.17).
Foi Gideão quem escolheu a prova. Ele não deixou isso com o anjo. Afinal, ele saia que o diabo usa de artifícios e pode enganar.
Ele preparou uma refeição para o anjo (Jz 6.19-20). O anjo estendeu a ponta do cajado e tocou a carne e os bolos, subindo fogo da penha, que consumiu tudo. O anjo desapareceu da sua presença (Jz 6.21).
Naquele momento, Gideão reconheceu que era o anjo do Senhor (Jz 6.22-24).
Bem, às vezes nos deixamos levar também pelo medo, por coisas sobrenaturais que acontecem ao nosso redor. Devemos ter consciência de que o diabo também pode fazer coisas semelhantes.
No seu livro – Minha Experiência com os Espíritos – Darlene Glória (Helena Brandão) cita coisas como essas: “Então vi o que nunca imaginara antes. Eles se metamorfosearam completamente.
Aquilo só podia ser magia negra. Eles se retorciam e se espumavam. Não falavam nada, só grunhiam igual ao meu tio u pior até. Arrastavam-se pelo chão qual bichos e se transfiguravam horrivelmente”.[7]
Foi por isso também que mais tarde Gideão pediu mais provas ao senhor. E olha que ele já havia sido revestido pelo Espírito do Senhor e havia obtido vitórias contra os abiezritas (Jz 6.34)!
Gideão pediu a prova de lã. O orvalho deveria, na manhã seguinte, estar somente na lã. A terra ao redor deveria estar seca (Jz 6.37). E foi o que realmente aconteceu (Jz 6.38).
Mas Gideão sabia que podem existir coincidências, por isso, inverteu a prova da lã. O orvalho deveria estar ao redor da lã, que deveria estar seca, na manhã seguinte (Jz 6.39). E foi o que aconteceu (Jz 6.40).
O Senhor ainda orientaria Gideão sobre diversas coisas para a vitória vir (Jz 7.1-9).
E mesmo Gideão não pedindo, o Senhor daria mais um sinal de que a vitória era certa: “Levanta-te, e desce contra o arraial, porque o entreguei nas tuas mãos. Se ainda temes atacar, desce tu e teu moço Pura ao arraial; e ouvirás o que dizem” (Jz 7.9-11). Chegando ao arraial, alguém contava um sonho. Gideão entendeu que o senhor confirmava a sua vitória (Jz 7.13-15). Isso lhe deu confiança!
O que podemos aprender aqui?
Gideão foi incrédulo quando pediu tantas provas ao Senhor?
É evidente que não!
As coisas do Reino de Deus são muito sérias para envolvermos nossa vida, nossa família, nossa Igreja e o nome de Deus em qualquer situação.
Não devemos, por isso, temer pedir provas ao Senhor.
Se Deus chama, Ele confirma e capacita.
O Senhor pode revelar a sua vontade através de Profecias
“Embora exista uma
influência real do espírito de Deus, também existe uma influência imaginária; e
muitos são os que tomam uma por outra”
(Wesley)
Vivemos num tempo em que necessitamos ouvir a voz do Senhor para termos uma orientação para a nossa vida diária. Muitos procuram os centros espíritas, outros procuram aqueles que falam em profecias.
Sabemos que o Espírito Santo tem capacitado e dado hoje há diversas pessoas o dom de profecia, para edificar, consolar e exortar (1Co. 14 1-3). Mas é verdade também que, às vezes, há uma certa influência imaginária na profecia. Sim, isto é possível e a Bíblia revela que isto pode acontecer (Jr 14-14).
Deus fala, mas há sempre alguém que considera tudo o que sente ou vem a mente como tendo vindo do senhor. Foi o que Wesley explicou: “Embora exista uma influência real do espírito de Deus, também existe uma influencia imaginária; e muitos são os que tomam uma por outra”.[8]
Não é tanto questão da pessoa ser falso profeta e sim confundir a manifestação divina com os sentimentos, emoções, ideais, desejos e etc.
A história que veio de Judá até Betel para clamar contra a idolatria de Jeroboão (I Rs 13.1-3) tem muito que nos ensinar hoje, especialmente aqueles que querem seguir a voz do Espírito Santo.
Como saber se Deus está falando realmente através de profecias?
Primeiro uma mensagem do profeta deve está de acordo com a Bíblia.
Vemos que o profeta que veio de Judá falou contra a idolatria de Jeroboão. (I Rs 12.28-31). A ordem de Jeroboão a Israel foi: “Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui teus deuses...” (1Rs 12.28).
Por isso, “clamou o profeta contra o altar por ordem do senhor” (1Rs 13.2).
É bíblico esse clamor do profeta?
Sim, a palavra do Senhor é clara. Ela diz para não adorarmos a outros deuses (Ex 20.1-3). Por isso, Jeroboão estava errado e o profeta correto.
Hoje devemos ter o mesmo critério. Por melhores e mais espirituais que forem aas pessoas; por mais belas que forem as profecias, se não tiverem amparo na Bíblia, não devem ser consideradas como tendo vindo de Deus (Dt 13.1-3).
A história registra, no segundo século, o aparecimento de profetizas, como Priscila e Maxmila, que se proclamando porta-vozes do Espírito Santo, juntamente com Montano,[9] anunciava o fim do mundo para aquele século, e o estabelecimento da nova Jerusalém na Frigia...
No tempo de Wesley apareceram também diversas pessoas se considerando como instrumentos especiais do Espírito Santo. Por isso, ele chegou a dizer: “não confies em visões ou em sonhos; em impressões repentinas ou impulsos fortes de qualquer espécie. Lembra-te de que não é por esses meios que deves conhecer a vontade de Deus em ocasiões especiais, mas pela aplicação da regra nítida das Escrituras, com o auxilio da experiência e da razão e a assistência ordinária do Espírito de Deus”.[10]
Percebam aqui que wesley procura confirmar a vontade de Deus através de diversos setores, entre eles, as Escrituras.
Em segundo lugar. A profecia anunciada tem que ser cumprida para ser considerada verdadeira. Se Deus fala, ele cumpre (Dt 18.21-22)!
O profeta que veio de Judá afirmou que Deus levantaria da descendência de Davi uma pessoa chamada Josias, que colocaria em ordem a questão religiosa em Israel: “ Eis que um filho nascerá a casa de Davi, cujo o nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti” (1Rs 13.2).
E isto aconteceu?
Sim, veja o que diz a bíblia dezenas de anos mais tarde: “...Destruiu o alto, reduziu a pó o seu altar e queimou o poste ídolo. Olhando Josias ao seu redor, viu as sepulturas que estavam ali no monte; mandou tirar delas os ossos e os queimou sobre o altar...” (2Rs 23.15-16).
Foi a chamada “Reforma Religiosa” de Josias, cerca de 620 A. C.
Se a profecia não acontecer, então não veio do Senhor!
É claro que é possível haver uma mudança. O Senhor pode ouvir nossas orações, como aconteceu com Ezequias (2Rs 20.1-11).
Também há profecias que se cumpriram há algum tempo depois, como aconteceu com Josias por isso, não devemos nos precipitar e logo julgar uma profecia como sendo falsa ou imaginária.
Esses dois itens – base bíblica e o cumprimento da profecia – são fundamentais para considerarmos verídicas as profecias.
Mas nessa história do profeta que veio de Judá nós podemos retirar mais algumas lições para a nossa vida espiritual.
Deus pode adicionar mais alguns sinais de é Ele quem realmente fala. E o profeta disse: “Este é o sinal de que o Senhor realmente falou: eis que o altar se fendera, e se derramará a cinza que à sobre ele” (1Rs 13.3).
E isso realmente aconteceu!
O texto bíblico relata que “o altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar, segundo o sinal que o homem de Deus o apontara por ordem do Senhor” (I Rs 13.5).
Outro sinal já havia acontecido, mostrando que Deus realmente estava presente: “Jeroboão estendeu a mão de sobre o altar, dizendo: Prendei-o. Mas a mão que estendera contra o homem de Deus, secou, e não a podia recolher” (1Rs 13.4).
Vemos assim que ouve alguns sinais mostrando a mão do Senhor presente na vida do profeta. Um sinal foi para o futuro e outros sinais foram para o momento presente.
É difícil hoje verificarmos sinais miraculosos como os que aconteceram na vida deste profeta. Vemos, sim, revelações de fatos, curas, libertações, mais é difícil ver hoje uma mão secar e um altar cair.
Já vi profecias falarem sobre derramamento do Espírito, concessão de dons etc, mas não acontecerem. Como já vi também profecias sobre a concessão de poder, autoridade e batismo com o Espírito Santo acontecerem.
Dentre o que podemos ainda aprender na vida desse profeta está a sua compaixão por Jeroboão, que lhe rogou: “implorar o favor do senhor teu Deus, e ora por mim, para que eu possa recolher a mão. Então o homem de Deus implorou a favor do senhor, e a mão do rei se lhe recolheu e ficou como dantes” (1Rs. 13.6).
Isto está de acordo com a palavra do Senhor, que coloca o Seu amor, Sua compaixão em nosso coração (Rm 5.5; Gl 5.22-23).
É verdade que Deus usará as pessoas que se colocam verdadeiramente em Suas mãos. A pessoa não precisará ser, necessariamente, sem defeitos. Mas não cremos que Deus usará uma pessoa que tenha ódio em seu coração ou que viva em pecado. Deus não habita em um coração assim.
Não há duvida de que ele era realmente um “homem de Deus”. Pelo menos em dez ocasiões o texto fala desse profeta assim. Contudo, podemos aprender que “o homem e a mulher de Deus” podem errar e a mão do Senhor vir sobre eles.
Foi isto que aconteceu com o profeta.
Jeroboão quis mostrar sua gratidão ao profeta e o convidou a ir até a sua casa para se alimentar e ser recompensado. O profeta, porém, recusou: “Ainda que me desses metade da tua casa, não iria contigo, nem correria pão, nem beberia água neste lugar. Porque assim me ordenou o Senhor...” (1Rs 13.8-9).
Mas havia por ali um profeta velho que. Sabendo do ocorrido, procurou o profeta que veio de Judá e lhe convidou para ele ir a sua casa. Na primeira vez, o “homem de Deus recusou o convite do profeta velho. Dizendo que não poderia desobedecer a ordem do Senhor (1Rs 13.15-17).
Mas esse profeta velho mentiu e disse que “um anjo me falou por ordem do Senhor dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa, para que coma pão e beba água (porém mentiu-lhe)” (1Rs 13.18).
Ele acreditou no profeta velho.
Na mesa, o Senhor usou ao profeta velho para dizer ao profeta que veio de Judá que ele foi rebelde e não guardou o mandamento do Senhor, que disse: “Não comerás pão nem beberás água; o teu cadáver não entrará no sepulcro de teus pais” (1Rs 13.21-22).
No caminho, um leão matou (1Rs 13.24).
Certamente, muitas perguntas virão, entre elas: qual foi o motivo do profeta que veio de Judá ter se enganado?
Ora, se em toda a vez Deus lhe falou pessoalmente, não seria agora, através de uma outra pessoa, que deus lhe falaria, ainda mais para mudar a sua ordem.
Essa lição temos que aprender também. Se Deus está constantemente falando àqueles que tem uma missão ou ministério, não devemos aceitar uma nova ordem dita como tendo vinda de Deus, mesmo que ela venha através de pessoas consideradas espirituais.
Se Deus nos falou pessoalmente, Ele continuará nos falando pessoalmente.
Deus se manifesta da maneira que ele desejar
Sabendo o que se
passa realmente no coração de Elias, o Senhor mostra que ele não deve ficar
preocupado com os seus antepassados. Elias poderia realizar uma grande obra,
diferente de Habrão, Isac, Jacó e Moisés e mesmo assim ter a mesma aprovação de
Deus. Elias estava sendo chamado para aquele momento histórico
É comum nós ficarmos entusiasmados com as experiências que outras pessoas tiveram com Deus.
Realmente, devemos ficar maravilhados pelo fato do Senhor se revelar de maneira poderosa. Só que não devemos querer copiar as experiências que outras pessoas e nem a forma que elas utilizaram para que Deus se revelasse.
O Senhor não fica preso as fórmulas. O que ele quer é um coração quebrantado e submisso a sua vontade (2Cr 7.14-15).
A história do profeta Elias nos ajuda nesse sentido.
Sabemos que Elias Venceu os profetas de Baal; orou e o senhor enviou a chuva; realizou milagres etc. Contudo, ouve um momento que Elias foi ameaçado por Jezabel (1Rs 19.1-3). Ele fugiu para salvar a sua vida, mais desejou morrer (1Rs 19.4).
Havia uma grande frustração em Elias, apesar de tudo quanto o Senhor tinha feito através dele. Sua frustração era: “Não sou melhor do que meus pais” (1Rs 19.4).
Esses “pais” eram Abrahão, Isac, Jacó, Moisés.
Elias estava com algumas intenções erradas em sua vida religiosa. O Senhor então procurou mudar isso.
O Senhor, assim, enviou um anjo para toca-lo e leva-lo até o monte Horebe, para realizar uma obra diferente em sua vida.
Elias não estava mais querendo experiências “pequenas”, simples. Ele, ao que tudo indica, estava apenas querendo experiências grandes com Deus. Se isso era louvável, tinha algo negativo: desprezando as pequenas experiências, Elias poderia deixar de sentir a presença do Senhor.
Isto é tão verdade que, ao dormir um anjo lhe tocou, e lhe disse: levanta-te, e come (1Rs19. 5). Mas mesmo assim, Elias não percebeu a presença do Senhor. A única coisa que ele conseguiu enxergar foi “um pão cozido sobre pedras em brasa, e uma botija de água” (1Rs 19.6).
Esse é o perigo que corremos. Deus manifesta seu poder em nossas vidas, mas nós podemos tornar indiferentes e considerar tudo como algo natural.
Pela segunda vez, então, o anjo do Senhor o tocou e o acordou para comer e caminhar até o monte Horebe (1Rs19. 9).
É evidente que o Senhor não é contra as pessoas que vão ao monte orar, como Ele não foi contra Elias. O que o senhor queria “saber” era da sua intenção, a ida ao monte poderá ser vista por Deus como até mesmo negativa.
Elias foi um “poço de lamentações”. Ele se engrandece: “tendo sido zeloso pelo Senhor” (1Rs 19.10): “e eu fiquei só”(1Rs 19.10).
Isto é um grande perigo na vida daqueles que tem dons do Espírito. Por serem usados por Deus acreditam que podem “cobrar” do Senhor algumas coisas. Acabam também se considerando os únicos espirituais.
O fato de Deus usar uma pessoa e capacitar na sua obra, não significa que está pessoa é superior às outras pessoas. Deus não nos chama para sermos melhores do que ninguém e sim para sermos servas e servos.
Assim, o Senhor procura mostrar ao profeta que havia se manifestado a moiséis através de vários sinais, como o velho e forte (furacão); terremoto fogo (I Rs 19.11-12; cf Ex 19. 16,18), mas agora Ele não se revelaria mias desta forma.
O Senhor se revela a Elias através de “um cicio tranquilo e suave” (1Rs 19.12).
Há pessoas que crêem que Deus somente se manifesta em meio a barulhos e gritarias.
Não é bem assim!
Uma coisa é clamarmos e outra coisa é gritarmos.
Com aqueles que gritam, talvez, devido a uma forte emoção, devemos ter paciência e amor. Com aqueles que sempre gritam, devemos dar toda uma orientação, com amor. Se insistirem, devemos mostrar que não é assim que a Bíblia nos ensina.
Clamar é algo necessário porque vem do fundo do coração. É o “grito” de súplica da alma, colocando toda ansiedade, ideal e lutas nas mãos do Senhor.
Devemos entender que Deus se manifesta da maneira que Ele desejar. O Espírito de Deus vem às pessoas de maneira diferente. Segundo Wesley, “ muitos se encontram derramando-se sobre eles como uma torrente enquanto experimentam o poder dominador da Graça salvadora... Ele opera em outros de maneira muito diferente: Ele exerce a sua influência de maneira delicada, refrescante como o orvalho silencioso”.[11]
Deus também respeita a nossa natureza, nosso jeito de ser. Veja que o próprio Elias zombou dos profetas de Baal: “Clamai em altas vozes, porque ele é deus; pode ser que esteja meditando, ou atendendo a necessidades, ou de viajem, ou a dormir, e despertará” (1Rs 18.27).
Na sua oração, Elias colocou a sua fé em submissão ao Senhor: “Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor és Deus, e que a ti fizestes retroceder o coração deles” (1Rs 18.37).
No monte, foi de maneira delicada que Deus falou a Elias.
Depois disso, o Senhor falaria novamente a Elias e perguntaria o que ele fazia ali (1Rs 19.13).
Elias, contudo, parece não mudar. Ele repete as mesmas lamentações anteriores, mostrando que ainda estava com as mesmas preocupações anteriores e desejava que o Senhor tivesse pena dele (1Rs 19.14).
O Senhor, então, não faz mais nenhum sinal diante dele.
Já basta o que Ele viu e ouviu. O Senhor apenas determina que Elias volte e realize sua parte final, ungindo reis e Eliseu em seu lugar (1Rs 19.14.16).
A existência ainda de sete mil pessoas fiéis em Israel mostra que Elias não estava só. Como os profetas do Senhor foram mortos por Jezabel (1Rs 18.13.22), Elias se considerou sozinho.
[1] BOYER, Orlando. Heróis da Fé. Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembleias de Deus. 1986 p. 142.
2] BAALEN, Jan Karel van. O Caos Das Seitas. São Paulo. Imprensa Batista Regular. 1977, p. 121.
[3] BAALEN, Jan Karel van. O Caos Das Seitas. São Paulo. Imprensa Batista Regular. 1977, p. 121.
[4] BURTNER, Robert, CHILES, Robert. Coletânea da Teologia de João Wesley São Paulo, Imprensa Metodista, 1960, p.98.
[5] Idem.
[6] Idem.
[7] BRANDÃO, Helena Maria Viana. Minha Experiência com os espíritos. Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembleias de Deus. 1985, p. 60.
[8] WESLEY, João. A Natureza do Entusiasmo em Sermões de wesley. 2v. São Paulo, Imprensa Metodista, 1954, p. 220.
[9] Montano (em latim: Montanus; fl. século II-III) foi um religioso e profeta da Ásia Menor. Foi fundador da
doutrina religiosa chamada montanismo. https://pt.wikipedia.org/wiki/Montano
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