A Ferrovia Subterrânea
A libertação dos escravos e o combate ao
racismo por Wesley e wesleyanos
Odilon Massolar Chaves
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Chaves
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fevereiro de 1998.
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Tradutor: Google
Toda gloria a Deus!
Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado,
doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.
Filho do rev. Adherico Ribeiro Chaves e Roza Massolar
Chaves. Casado com RoseMary Braga da Costa. Tem duas filhas: Liliana e Luciana.
Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na
Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos
dias.
Foi editor do jornal oficial metodista Expositor Cristão
por duas vezes, editor do No Cenáculo, professor e Coordenador de Curso de
Teologia.
É escritor e poeta. Tem um canal no Youtube. Publica
diariamente no Facebook vídeos para edificação.
Rio de Janeiro – Brasil
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Índice
· Introdução
· Destaques dos capítulos do livro
· Wesley e o combate ao racismo
· A luta de Wesley contra a
escravidão
· Os metodistas e a Ferrovia Subterrânea
· Presos duas vezes por atuar na Ferrovia
Subterrânea
· O Moisés Negro e a sua Ferrovia Subterrânea
· O criador do vinho sem fermento
e a Ferrovia Subterrânea
· A “Ferrovia Subterrânea” do
missionário Spaulding no Brasil
· A missionária que comprou e
alforriou uma escrava
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Introdução
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“A Ferrovia Subterrânea” é um livro de 43 páginas que trata sobre a libertação
dos escravos e o combate ao racismo por Wesley e wesleyanos.
A Ferrovia Subterrânea, Underground Railroad, “foi uma rede secreta de rotas e esconderijos estabelecida nos Estados Unidos em meados do século XIX e era utilizada por afro-americanos escravizados para escapar em direção aos estados livres (especialmente no norte) ou para o Canadá. O esquema era apoiado por abolicionistas e outras pessoas simpáticas a causa dos escravos fugitivos”.[1]
Destacamos a participação de metodistas, inclusive um bispo da Igreja
Metodista Episcopal Africana, um médico e pastor da Conexão Metodista e a famosa
“Moisés negro”.
Destaque também para um pastor metodista que foi preso duas vezes, num
total de 19 anos, por pertencer à Ferrovia Subterrânea. Ele foi solto depois de
cumprir pena, mas voltou a atuar na ferrovia subterrânea novamente e foi outra vez
preso.
No Brasil também temos exemplos de missionários participantes de suas próprias
ferrovias subterrâneas lutando pela libertação dos escravos e se opondo ao racismo.
Por fim, a luta de Wesley se opondo à escravidão e defendendo a igualdade
de todos e o direito á liberdade de todos.
Histórias fortes e emocionantes que nos edificam.
O Autor
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Destaques dos capítulos do livro
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Wesley e o combate ao racismo
Embora uma crença generalizada nas colônias
americanas fosse a de que os africanos não tinham alma, Wesley insistia
veementemente no contrário. De fato, ele negava categoricamente a supremacia
branca de qualquer tipo: "o africano", disse ele, "não é em
nenhum aspecto inferior ao europeu"
A luta de Wesley contra a
escravidão
Desejo por Deus que o comércio
de escravos nunca mais seja estabelecido. Que nunca mais roubemos e vendamos
nossos irmãos como animais, nunca mais os assassinemos aos milhares e dezenas
de milhares
Os metodistas e a Ferrovia Subterrânea
John Mifflin
Brown (1817-1893) foi um bispo da Igreja Metodista Episcopal Africana (AME).
Ele era um líder na Ferrovia Subterrânea.
Presos duas vezes por atuar na Ferrovia Subterrânea
Ele foi perdoado em 1849 após quatro anos de sua primeira sentença, mas
“Fairbank voltou ao seu trabalho na Underground Railroad. Ele foi preso em 1851
com a ajuda do governador de Indiana, que estava aplicando a Lei do Escravo
Fugitivo de 1850. Fairbank foi condenado novamente em Kentucky e cumpriu a
sentença total de 15 anos”.
O Moisés Negro e a sua Ferrovia Subterrânea
Tubman disse: “Eu fui o condutor da Ferrovia Subterrânea por oito anos,
e posso dizer o que a maioria dos condutores não pode dizer - nunca tirei meu
trem dos trilhos e nunca perdi um passageiro”. [2]
O criador do vinho sem fermento
e a Ferrovia Subterrânea
Ele
ajudou os escravos fugitivos a encontrarem seu caminho para a liberdade, indo
do Sul dos EUA para o Canadá através da “ferrovia subterrânea”
A “Ferrovia
Subterrânea” do missionário Spaulding no Brasil
Tudo o que
podemos fazer é usar diligente e mui discretamente os meios, observar os sinais
dos tempos, e entrar por toda a porta aberta pela Providência, para
prestar-lhes serviço
A
missionária que comprou e alforriou uma escrava
Martha Watts comprou uma escrava e
“pediu ao advogado Prudente de Moraes, então futuro Presidente do Brasil para
preparar uma carta de alforria, documento este exposto no local”.
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Wesley e o combate ao racismo
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Embora uma crença generalizada nas colônias
americanas fosse a de que os africanos não tinham alma, Wesley insistia
veementemente no contrário. De fato, ele negava categoricamente a supremacia
branca de qualquer tipo: "o africano", disse ele, "não é em
nenhum aspecto inferior ao europeu"
Segundo o
metodista Andrew C. Thompson, João e Carlos Wesley se
defrontaram com a escravidão nas colônias americanas a partir de 1736.
Não havia
escravidão na colônia da Geórgia para onde eles foram, mas era legal e
praticada no estado vizinho da Carolina do Sul.
“Quando os
irmãos Wesley viajaram para Charleston ("Charlestown" na época) em
julho e agosto de 1736 para que Charles pudesse embarcar em um navio para
navegar de volta à Inglaterra, eles ouviram depoimentos de testemunhas oculares
dos tipos de crueldades infligidas aos escravos por seus donos. O diário de
Charles é gráfico em suas descrições desses atos, que equivaleram a tortura e
assassinato. Ele se refere a "casos chocantes de crueldade
diabólica", incluindo um mestre de dança de Charleston que chicoteou uma
jovem escravizada quase até a morte e depois derramou cera quente em sua pele
nua. Como Charles relata: "Seu crime foi encher demais uma xícara de
chá".[3]
Em seu
diário, Charles continua criticando um governo colonial que essencialmente
permitia que os proprietários de escravos assassinassem seus escravos (uma
prática que ele sugere que acontecia com frequência). Havia uma penalidade
financeira por isso, mas o assassino poderia cortá-la pela metade simplesmente
admitindo o ato. A incredulidade de Charles com um sistema que permitia tal
coisa é expressa por seu comentário chocado: "Isso eu posso considerar
nada mais do que um ato público para indenizar o assassinato."[4]
"A liberdade é o direito de toda criatura
humana, assim que respira o ar vital”
Wesley escreveu afirmando que a "liberdade é o direito de toda
criatura humana, assim que respira o ar vital; e nenhuma lei humana pode
privá-lo daquele direito que ele deriva da lei da natureza. No entanto, o apelo
final de Wesley é especificamente cristão em caráter, que ele afirma na forma
de uma oração no final do ensaio: ‘Ó tu, Deus de amor, tu que és amoroso para
com todo homem, e cuja misericórdia está sobre todas as tuas obras ... Tenha
compaixão desses párias dos homens, que são pisados como esterco na terra!
Levantai-vos, e ajudai os que não têm ajudador, cujo sangue é derramado sobre a
terra como água! ... Tu, Salvador de todos, liberta-os, para que sejam
verdadeiramente livres!”. [5]
No seu “Discurso sobre a
escravidão”, “Wesley mira tanto na instituição da escravidão quanto no comércio
transatlântico de escravos que a facilitou. Ele inclui seções separadas
dirigidas a capitães de navios, mercadores de escravos e fazendeiros, apelando
desesperadamente a cada um para considerar questões fundamentais de justiça e
misericórdia no que estão fazendo (para não falar de uma série de advertências
a eles sobre a condenação eterna)”. [6]
“Condenação irrestrita de Wesley
à escravidão e ao racismo”
O pastor metodista Steve Manskar, afirmou que Reflexões sobre a Escravidão "é a
condenação irrestrita de Wesley à escravidão e ao racismo. Ele argumenta
convincentemente que não há justificativa para a escravização, a opressão e a
difamação dos povos africanos. Todos são criados à imagem de Deus. Todos são
amados por Deus. Todos são salvos pelo sangue de Jesus. Todos são bem-vindos
para viver como cidadãos do reino de Deus”.[7]
O professor Emérito de Estudos Wesleyanos Hal
Knight afirma que “Wesley acreditava que o
evangelho de Jesus Cristo afirma clara e inequivocamente a igualdade humana”. [8]
Um resumo de suas observações:
Todas as pessoas como criadas à imagem de Deus
Ele o faz, em primeiro lugar, ao ver todas as
pessoas como criadas à imagem de Deus. Não há gradações aqui — algumas não são
mais à imagem de Deus do que outras (...). Wesley também acreditava que todas
as pessoas tinham alma. Embora uma crença generalizada
nas colônias americanas fosse a de que os africanos não tinham alma, Wesley
insistia veementemente no contrário. De fato, ele negava categoricamente a
supremacia branca de qualquer tipo: "o africano", disse ele, "não
é em nenhum aspecto inferior ao europeu". ("Reflexões sobre a
Escravidão", IV. 8)”. [9]
Todos são fundamentalmente iguais
Para Hal Knight, em segundo lugar, “Wesley entendia
a salvação como Deus restaurando as pessoas à imagem em que foram criadas. Essa
salvação é oferecida a todos, não a alguns. Se todos podem, pela graça,
refletir a imagem divina e amar como Deus ama, então todos são fundamentalmente
iguais”.
Cristo morreu por todos
Em terceiro, Hal Knight, afirma que “Cristo morreu
por todos. Ao contrário daqueles que insistiam que Jesus morreu apenas por
aqueles predestinados à salvação, Wesley proclamou que Cristo morreu por todos
porque Deus ama a todos. Como escreveu seu irmão Charles: “Por cada homem que
provou a morte, Ele sofreu uma vez por todas. Ele chama todas as almas que
respiram, e todas podem ouvir o chamado.” (Hino anexado a “Free Grace”)”.
Todos são igualmente valorizados por Deus
Em quarto lugar, Hal Knight, afirma que “a graça é
universal. Deus alcança a todos e capacita todos a responder. Assim, como diz
Charles, “cada alma” pode “ser hóspede de Jesus”; “Não precisais que ninguém
seja deixado para trás, pois Deus convidou toda a humanidade.” (Hinário da
Igreja Metodista Unida, 339) Todos são igualmente
valorizados por Deus”.
Em quinto lugar, pergunta Hal Knight: “se Deus
criou todos à imagem divina, estende a mão a todos e ama a todos até a morte na
cruz, como então devemos nos relacionar com os outros?”
Nosso chamado é amar os outros como Deus nos amou
E ele completa: “Aqui não há espaço para ódio,
menosprezo, racismo ou discriminação de qualquer tipo. Em vez disso, nosso
chamado é amar aos outros como Deus nos amou. E como Deus nos amou? Como Wesley
diz em "O Amor de Deus ao Homem Caído", tornando-se um de nós,
sofrendo e morrendo por nós. "Se Deus nos amou ASSIM", conclui
Wesley, "como devemos amar uns aos outros?"[10]
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A luta de Wesley contra a
escravidão
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Desejo por Deus que o comércio
de escravos nunca mais seja estabelecido. Que nunca mais roubemos e vendamos
nossos irmãos como animais, nunca mais os assassinemos aos milhares e dezenas
de milhares
O que Wesley entendia sobre escravidão?
No seu livro “Pensamentos sobre a escravidão”,
escrito em 1774 ele diz:
“Por escravidão quero dizer escravidão
doméstica, ou de um servo para um mestre. Um escritor engenhoso tardio observa:
‘A variedade de formas em que a escravidão aparece, torna quase impossível
transmitir uma noção justa dela, por meio da definição. No entanto, existem
certas propriedades que acompanharam a escravidão na maioria dos lugares, pelo
qual é facilmente distinguida daquele serviço doméstico leve que
obtém em nosso próprio país."[11]
E explica
no livro de que forma os negros se tornaram escravos:
“De que
forma eles são adquiridos? Parte deles por fraude. Capitães de navios de vez em
quando, convidaram negros para vir a bordo, e depois os levaram embora. Mas
muito mais foram adquiridos à força. Os cristãos aterrissando em suas costas,
tomaram quantos encontraram, homens, mulheres e crianças, e os transportaram
para a América. Foi por volta de 1551, que os ingleses começaram
a negociar com a Guiné: No início, por dentes de ouro e elefantes, mas
logo depois, para os homens. Em 1566, Sir John Hawkins navegou com
dois navios para Cabo Verde, onde enviou oitenta homens em terra para
capturar negros. Mas os nativos voando, eles caíram mais para baixo, e lá
colocou os homens em terra, "para queimar suas cidades e tomar os
habitantes." Mas eles encontraram com tanta resistência, que tinham sete
homens mortos, e levaram apenas dez negros. Então eles foram ainda mais para
baixo, até ter tomado o suficiente, eles seguiram para as Índias
Ocidentais, e vendeu-os”.[12]
Wesley agiu energicamente
contra tal procedimento de um governo cristão, que permitia a existência da
escravidão na Inglaterra.
Ele se reuniu com líderes,
escreveu e pregou contra a escravidão.
Numa quinta-feira, dia 3 de
março de 1788, Wesley pregou contra a escravidão:
“Dei aviso de que, na
quinta feira, pregaria sobre o assunto muito discutido - A Escravidão.”[13]
No livro Pensamento Sobre a
Escravidão, assim Wesley se expressa: “Metade da riqueza de Liverpool é
derivada da execrável soma de todas as vilanias comumente denominadas comércio
de escravos. Desejo por Deus que o comércio de escravos nunca mais seja estabelecido.
Que nunca mais roubemos e vendamos nossos irmãos como animais, nunca mais os
assassinemos aos milhares e dezenas de milhares.”[14]
Outra atitude de Wesley foi
apoiar os grandes líderes do país, que lutavam para acabar com a escravatura.
Um dos líderes foi Guilherme Wilberforce para quem Wesley escreveu, entre
outras coisas, o seguinte:
“Meu caro senhor: a não ser que o poder divino o tenha levantado para ser um athanasius contra mundum, não posso ver como poderá o senhor terminar sua gloriosa empresa, opondo-se àquela execrável vilania, que é o escândalo da religião, da Inglaterra e da natureza humana. A não ser que Deus o tenha verdadeiramente levantado para esta obra, o senhor será consumido pela oposição dos homens e dos demônios, mas, se Deus for pelo senhor, quem lhe dará conta? São eles todos juntos mais fortes que Deus? Oh! Não se canse de fazer o bem. Continue, em nome de Deus, e com a força do seu poder, até que a escravidão americana, a mais vil que já houve sob o sol, se desvaneça diante desse poder.
O servo que o estima, João Wesley.”[15]
Sua luta também o fez
questionar grandes líderes evangélicos na época e também pessoas amigas, como
George Whitefield, que pertenceu ao Clube Santo.
Em 1751, George Whitefield
escreveu uma carta para Wesley. Whitefield procurou justificar a
necessidade da escravidão com textos bíblicos.
Ele disse que “se a
Geórgia permite a escravidão,
pode ser (no plano de Deus) para a
evangelização dos escravos." [16]
Wesley argumenta contra a
opinião de Whitefield de que escravos são necessários porque os europeus não
podem trabalhar no calor. Wesley cita seu próprio exemplo e
experiência quando foi missionário na Geórgia e afirma, então, que os europeus
podem sim trabalhar no calor.
Mas Wesley vai mais longe e
afirma “que mesmo que os requisitos climáticos e trabalhistas exigissem uma
força de trabalho escravo, isso não justifica. Seria muito
melhor não ter mão-de-obra realizada do que escravizar os
inocentes”. [17]
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Os metodistas e a Ferrovia Subterrânea
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John Mifflin Brown (1817-1893) “foi um bispo da Igreja Metodista
Episcopal Africana (AME). Ele era um líder na Ferrovia Subterrânea
A Ferrovia Subterrânea,
o Underground Railroad, “foi uma rede secreta de rotas
e esconderijos estabelecida nos Estados Unidos em meados do século XIX e era utilizada por afro-americanos escravizados para escapar em direção aos estados livres (especialmente no norte) ou para o Canadá. O
esquema era apoiado por abolicionistas e outras pessoas simpáticas a causa dos escravos
fugitivos”.[18]
Underground Railroad eram
rotas de fuga e não eram ferrovias e tampouco subterrâneas. Numa tradução livre era chamada também de Ferrovia Clandestina.
Na verdade, "era assim
chamada porque aqueles que fizeram a passagem por ele desapareciam da vista do
público tão realmente como se tivessem entrado no solo. Depois que os escravos
fugitivos entravam em um depósito naquela estrada, nenhum vestígio deles era
encontrado".[19]
“O esquema era apoiado
por abolicionistas e outras pessoas simpáticas a causa dos escravos
fugitivos”.[20]
Para os escravos fugitivos
que "rodeiam" a Underground Railroad, muitos deles
consideravam o Canadá seu
destino final. Estima-se que 30 000 a 40 000 deles se estabeleceram
no Canadá, metade dos quais veio entre 1850 e 1860. Outros se estabeleceram em
estados livres no norte.[20] Milhares de processos judiciais para escravos
fugitivos foram registrados entre a Guerra Revolucionária e a Guerra Civil.[21]
Muitos abolicionistas
notórios dos Estados Unidos, como Harriet Tubman, Levi Coffin, John Brown e Moses Dickson, “ajudaram milhares de escravos a fugir do sul
escravagista até a liberdade do norte, em rotas perigosas e constantemente
vigiadas. A maioria dos escravos fugiam sozinhos ou em grupos de no máximo
três, via barco, carroça ou, como na maioria dos casos, a pé. No caminho,
recebiam ajuda de escravos libertos, abolicionistas e brancos simpatizantes,
que lhes forneciam abrigo e comida quando dava”. [22]
Wesleyanos e Igrejas
metodistas participaram ativamente na ferrovia subterrânea. “Entre as
denominações protestantes afro-americanas e brancas, a religião operava como um
dos principais pilares da Ferrovia Subterrânea. As denominações metodistas
africanas, particularmente a Metodista Episcopal Africana (AME) e a Metodista
Episcopal Africana de Sião (AMEZ) apoiaram quase universalmente a Ferrovia
Subterrânea”.[23]
Importante entender que,
naquela época, “as ações dos líderes religiosos que trabalhavam dentro do
movimento Underground Railroad iam contra a lei nacional e o sentimento público
e às vezes estavam em desacordo com suas próprias comunidades religiosas”. [24]
Pessoas de diversas
denominações trabalharam para a Ferrovia Subterrânea. Os ministros brancos
arriscavam suas vidas e a liberdade trabalhando para libertar os escravos pela
Underground Railroad.
Dentre os metodistas que
participaram da Ferrovia Subterrânea, estão:
Calvin Fairbank (1816-1898) foi um pastor metodista e agente da
Underground Railroad.[25]
Foi licenciado para pregar em 1840 e foi ordenado
ministro em 1842. Em Oberlin, Fairbank conheceu o futuro bispo da Igreja
Metodista Episcopal, John M. Brown , e
os dois trabalharam juntos em atividades ferroviárias clandestinas”. [26]
Calvin Fairbank por duas vezes foi condenado por ajudar
na fuga de escravos e cumpriu um total de 19 anos na Penitenciária Estadual de
Kentucky em Frankfort. Acredita-se que Fairbank tenha ajudado na fuga de 47
escravos”.[27]
John Mifflin Brown (1817-1893) “foi um bispo da
Igreja Metodista
Episcopal Africana (AME). Ele era um líder na Ferrovia
Subterrânea. Ele ajudou a abrir várias igrejas e escolas,
incluindo o Payne Institute, que se tornou a Allen University em Columbia,
Carolina do Sul, e o Paul Quinn
College em Waco, Texas. Ele
também foi um dos primeiros diretores do Union Seminary, que se tornou a Wilberforce
University”.[28]
Harriet Tubman, chamada de
“Moisès negro” depois de ter fugido da escravidão, eras uma condutora na
“ferrovia Subterrânea”.
Tubman disse: “Eu fui o condutor da Ferrovia
Subterrânea por oito anos, e posso dizer o que a maioria dos condutores não
pode dizer - nunca tirei meu trem dos trilhos e nunca perdi um passageiro”.[29]
Harriet Tubman viveu entre 1820 e 1913 e foi exemplo de
coragem e determinação. Ela se tornou um símbolo de luta pela libertação de
escravos.
Harriet Tubman foi membro da African Methodist
Episcopal Zion Church fundada em 1796.
Sobre sua missão na Ferrovia Subterrânea, disse: “Liberei mil escravos.
Eu poderia ter libertado mais mil se eles soubessem que eram escravos”.[30]
O dentista, médico e pastor
Wesleyano Thomas Bramwell Welch pertencia à Conexão Metodista Wesleyana. A
Conexão lutava fortemente contra as bebidas alcoólicas e contra a compra e
venda de escravos.
Welch ajudou os escravos
fugitivos a encontrarem seu caminho para a liberdade, indo do Sul dos EUA para
o Canadá através da “ferrovia subterrânea”.[31]
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Presos duas vezes por atuar na Ferrovia Subterrânea
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Ele foi perdoado em 1849 após quatro anos de sua primeira sentença, mas
“Fairbank voltou ao seu trabalho na Underground Railroad. Ele foi preso em 1851
com a ajuda do governador de Indiana, que estava aplicando a Lei do Escravo
Fugitivo de 1850. Fairbank foi condenado novamente em Kentucky e cumpriu a
sentença total de 15 anos”.
Calvin Fairbank (1816-1898)
nasceu em 1816 em Lúcio ,
no atual Condado de Wyoming (Nova York). Era filho de Chester Fairbank. [32]
Ele foi um pastor metodista
e agente da Underground Railroad.[33]
Calvin Fairbank “cresceu em
um ambiente familiar intensamente religioso. Era também o período do Segundo Grande Despertar , e o oeste de Nova York era um centro de
atividade evangélica. Ouvindo as histórias contadas por dois escravos fugitivos
que conheceu em uma reunião trimestral Metodista, o jovem Fairbank tornou-se fortemente antiescravista”. [34]
Foi licenciado para pregar
em 1840 e foi ordenado ministro em 1842. “Na esperança de aprimorar sua
educação, matriculou-se em 1844 na "divisão preparatória" do
Instituto Colegiado de Oberlin, em Ohio, hoje Colégio Oberlin . Era um instituto inter-racial e um centro de sentimento
antiescravista. Em Oberlin, Fairbank conheceu o futuro bispo da Igreja
Metodista Episcopal, John M. Brown , e os dois trabalharam juntos em atividades ferroviárias
clandestinas”. [35]
Ele se casou com Madama
Tileston e tiveram um filho.
Fairbank se tornou “um
abolicionista americano e ministro metodista do estado de Nova York que foi
duas vezes condenado em Kentucky por ajudar na fuga de escravos e cumpriu um
total de 19 anos na Penitenciária Estadual de Kentucky em Frankfort.
Acredita-se que Fairbank tenha ajudado na fuga de 47 escravos”.[36]
Ele foi perdoado em 1849
após quatro anos de sua primeira sentença, mas “Fairbank voltou ao seu trabalho
na Underground Railroad. Ele foi preso em 1851 com a ajuda do governador de
Indiana, que estava aplicando a Lei do Escravo Fugitivo de 1850. Fairbank foi
condenado novamente em Kentucky e cumpriu a sentença total de 15 anos”. [37]
Um dos seus resgates
marcantes foi o da família Lewis Hayden. “Foi um grande ato de ativismo da
Underground Railroad e uma contribuição notável para a comunidade negra livre
de Boston. Lewis Hayden e sua esposa Harriet tornaram-se os principais
trabalhadores da Underground Railroad em Boston”. [38]
Foi após essa fuga que Fairbank foi preso. Mais tarde foi perdoado “depois que Hayden levantou dinheiro suficiente para compensar seu ex-dono”.[39]
Fairbank afirmou que em 1842
ajudou uma mulher escravizada chamada "Emily Ward" a escapar de
Kentucky para Ohio:
Fairbank disse que, em abril
de 1842, estava em Covington, Kentucky, quando lhe contaram o caso de Emily
Ward, uma bela garota de 18 anos,
Ela foi “vendida e estava
prestes a ser levada para o sul para se tornar a amante de seu comprador. Ela
foi mantida em um sótão de frente para o rio. Fui ao anoitecer e, atraindo sua
atenção jogando pedras contra a janela, joguei para ela amarrado a uma pedra um
bilhete dizendo que eu tinha vindo para ajudá-la a escapar. Da mesma forma,
cheguei a ela primeiro com uma corda com uma trouxa de roupas masculinas presa
a ela e, finalmente, uma robusta roupa. Ela vestiu as roupas e, rastejando por
uma janela traseira do quarto em que estava trancada, deslizou pela corda até o
chão. Quando estávamos a poucos metros de distância da casa, encontramos seu
mestre, que se desculpou por roçar em mim sem querer na escuridão. O caso da
garota era conhecido por todos em Covington, e não me atrevi a alugar um barco
para nos levar a Cincinnati por medo de ser detectado; então montamos em um
tronco de pinheiro de dezesseis pés deitado a meio caminho da água na margem do
rio, e eu remei, usando um pedaço de tábua como remo. Uma vez em Cincinnati,
estávamos seguros. Levei Emily para a casa de Levi Coffin, superintendente da
ferrovia subterrânea naquele departamento, e a entreguei a ele. Ele encontrou
um lar confortável para ela e ela se saiu bem. Ela pertencia à família de Zeb Ward,
com quem mais tarde tive a oportunidade de me familiarizar completamente”. [40]
Fairbank escreveu suas
memórias e publicou em 1890 com o título “Rev. Calvin Fairbank Durante os
Tempos de Escravidão: Como Ele ‘Lutou o Bom Combate’ para Preparar ‘o
Caminho".
Em 2022, Calvin Fairbank foi
introduzido no National Abolitionist Hall of Fame and Museum em Peterboro, Nova
York.
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O Moisés Negro e a sua Ferrovia Subterrânea
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Tubman disse: “Eu fui o condutor da Ferrovia
Subterrânea por oito anos, e posso dizer o que a maioria dos condutores não
pode dizer - nunca tirei meu trem dos trilhos e nunca perdi um passageiro”. [41]
Harriet Tubman foi uma abolicionista afro-americana,
humanitária e espiã da União durante a Guerra Civil.
“Depois de escapar da escravidão, ela fez treze missões
de volta à terra de sua servidão para resgatar dezenas de escravos, usando a
rede de ativistas antiescravistas e casas seguras conhecida como Underground Railroad,”[42]
a ferrovia subterrânea.
Tubman era esperta, desconfiada e ansiava pela
liberdade. Ela contratou um advogado para investigar o passado familiar dela.
As desconfianças de Tubman tinham sentido.
“Esse descobriu que o antigo dono de sua mãe tinha deixado uma instrução para
dar liberdade a Harriet Green (mãe de Harriet Tubman) quando ela completasse 45
anos de idade. Além disso, qualquer criança que nascesse dela ou de suas filhas
após isso seriam consideradas livres”.[43]
Mas seus novos donos não cumpriram o que havia
sido decidido e não a libertaram. Então, Tubman decidiu fugir.
Em 1849, como seu marido não quis fugir com
ela, Tubman deixou o marido e fugiu para a Filadélfia.
Um casal
abolicionista lhe deu carona. Harriet conseguiu um emprego e seu salário ajudou
a libertar outros escravos. Num período de dez anos, fez 19 viagens para
o Sul e libertou mais de 300 escravos, inclusive, os seus pais.[44]
Como revolucionária, Tubman mudou de nome.
“Logo após o seu casamento, ela oficializou sua mudança de nome, abandonando o
Araminta e adotando o Harriet, mesmo nome de sua mãe, e com isso ela passou a
se chamar Harriet Tubman.”[45]
Em 1849, Tubman fugiu com seus irmãos Ben e
Henry, mas eles decidiam voltar. Tubman voltou com eles, mas então disse que na
próxima vez iria sozinha.
E foi o que aconteceu logo depois. “Tubman
escapou novamente, desta vez sem seus irmãos. Ela tentou avisar sua mãe de
seus planos, cantando uma canção codificada para Mary — uma amiga escrava de
confiança — que era um adeus. ‘Vou te encontrar na manhã’, ela cantou,
"Meu destino é a terra prometida”.[46]
Uma estimativa afirma que em 1850 cerca de
100 mil escravos fugiram com a ajuda da rede secreta.
“Tubman se utilizou da rede conhecida como Underground
Railroad (Ferrovia Clandestina, em tradução livre). Este sistema informal,
mas bem organizado, era composto de negros livres e escravizados,
abolicionistas brancos e outros ativistas”.[47]
Underground Railroad era “uma rede secreta de pessoas que
forneciam ajuda a escravizados que fugiam. Por meio dessa rede, muitas pessoas
forneciam auxílio aos escravizados, levando-os por rotas que os
permitiram chegar a cidades do norte dos Estados Unidos, onde a escravidão
não era permitida, ou ao Canadá. Durante o trajeto, muitos davam abrigos
para os escravizados, e foi por essa rede que Tubman alcançou a
Filadélfia, na Pensilvânia”.[48]
Tubman encontrou trabalho como governanta na
Filadélfia, mas não estava satisfeita em viver livre sozinha - ela queria
liberdade para seus entes queridos e amigos também.
Ela logo retornou ao sul para levar sua
sobrinha e os filhos de sua sobrinha para a Filadélfia através da Ferrovia
Subterrânea.[49]
Voltou várias vezes para libertar outros
escravos. Uns dizem que voltou 19 vezes.
Ela cantava uma canção como sinal de sua
chegada. Quando os escravos ouviam a canção já sabiam. Ela estava de volta para
libertá-los e diziam: “É ela”.
Havia uma recompensa pela sua captura, mas
Tubman dizia que somente Deus poderia matá-la.
Em 1869, ela se casou
com Nelson Davis, um negro liberto e adotaram uma filha
chamada Gertie.
Tubman disse: “Eu fui o condutor da Ferrovia
Subterrânea por oito anos, e posso dizer o que a maioria dos condutores não
pode dizer - nunca tirei meu trem dos trilhos e nunca perdi um passageiro”. [50]
Harriet Tubman
(antes Araminta Harriet Ross) viveu entre 1820 e 1913 e foi exemplo de coragem
e determinação. Ela se tornou um símbolo de luta pela libertação de escravos.
“A perigosa jornada de Tubman exigia que ela
viajasse à noite (guiada pela Estrela do Norte), evitando os olhos cuidadosos
dos "caçadores de escravos", ansiosos para coletar recompensas para
escravos fugitivos. Os condutores da Ferrovia Subterrânea usaram uma variedade
de enganos para escondê-la e protegê-la”.[51]
Sua avó materna se chamava Modesty e chegou
aos Estados Unidos num navio negreiro vindo da África.[52]
A maior parte de sua infância foi ao lado da avó. Tubman nasceu em uma fazenda, em Dorchester
County, no estado de Maryland, EUA. Não teve uma certidão de nascimento, por
ser filha de escravos.
Tubman trabalhou em algumas casas e se
engajou na luta para garantir que outros negros escravizados conseguissem a sua
liberdade.
Ela se tornou uma das melhores guias na
rede da Undergroud Railroad e conseguiu resgatar sua
família levando-a para o Canadá.[53]
Depois que
fugiu, “Harriet trabalhou como cozinheira, lavadora de pratos e mulher de
limpezas. Gastou muito do que ganhou em dezanove viagens que fez para conduzir
cerca de trezentos escravos até à liberdade. Muitos deles eram seus familiares.
Harriet levava-os de uma casa segura para outra. Às vezes, chegavam mesmo ao
Canadá. Era uma condutora do Caminho-de-Ferro Subterrâneo. Ora se
disfarçava de velhinha frágil ou de homem. Usava as canções como se fossem um
código secreto. Quando era seguro sair dos esconderijos, cantava uma canção
alegre; os foragidos reconheciam sempre a sua voz profunda e rouca”.[54]
Na década de 1850, Tubman atuou em dezenas de
outras missões.
Ela costumava “levar soníferos para usar nas
crianças, caso elas começassem a chorar, e tinha um rifle, usado para ameaçar
aqueles que resolviam abandonar a expedição e retornar à escravidão. Isso era
uma medida de segurança, pois aqueles que abandonavam o grupo poderiam colocar
em risco todos os outros que estavam em fuga”.[55]
Tubman passava por regiões pantanosas.
Geralmente, as viagens ocorriam à noite, pois era mais difícil o grupo de
escravizados ser visto.
A luta pela libertação não foi simples e
rápida. Tubman resgatou seus irmãos em 1854 e os seus pais em 1857.
Seus pais não se adaptaram ao Canadá e Tubman
os levou para Auburn, estado de Nova York. Essa terra foi comprada com o
dinheiro que ela ganhava com o trabalho na casa.
Além disso, seu engajamento como
abolicionista rendia a ela apoio financeiro que a mantinha nas expedições e a
ajudava a sobreviver.[56]
Alguns afirmam que Harriet Tubman libertou
milhares de escravos em 10 anos e apareceu em panfletos dando $ 40.000 por sua
captura.[57]
Alguns afirmam que foram 300 e outros 70
escravos libertos por ela.[58] O consenso é que foram cerca de 300 escravos
libertos.
“Nos dez anos seguintes, Harriet fez amizade
com outros abolicionistas, como Frederick Douglass, Thomas Garrett e Martha
Coffin Wright, e estabeleceu sua própria rede Underground Railroad”.[59]
Na guerra civil
americana, trabalhou para o exército da União como cozinheira, enfermeira e
espiã. Conhecida como o Moisés Negro, havia uma recompensa por sua captura.
Era analfabeta.
Atribuía suas visões a Deus. Tinha uma grande fé.
Em 1861, iniciou-se
a Guerra Civil Americana. Ela se alistou no Exército da União, lutando
pelos nortistas.
Na guerra civil, Tubman, trabalhou com o coronel Robert
Gould Shaw no
ataque ao Forte Wagner.[60]
Tubman ainda trabalhou para a União cuidando de escravos recém
libertados, fazendo reconhecimento em território confederado e tratando
soldados feridos em Virgínia.
Ela também realizou incursões periódicas de volta a Auburn para visitar
sua família e cuidar de seus pais.
A Confederação rendeu-se em abril de 1865 e Tubman voltou para sua casa
em Auburn.[61]
Algumas das frases de Tubman revelam sua visão e dedicação:
“O Senhor que me disse para
cuidar de meu povo queria que eu fizesse isso enquanto vivesse, então fiz o que
ele me disse. Eu
sempre disse a ele: 'Eu confio em você. Não sei para onde ir ou o que fazer,
mas espero que você me conduza ', e Ele sempre o fez”.[62]
“Liberei mil escravos. Eu poderia ter
libertado mais mil se eles soubessem que eram escravos”.[63]
“Eu lutaria por minha liberdade enquanto minhas forças durassem, e se
chegasse a hora de eu ir, o Senhor iria permitir que eles me levassem”.[64]
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O criador
do vinho sem fermento e a Ferrovia Subterrânea
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Ele
ajudou os escravos fugitivos a encontrarem seu caminho para a liberdade, indo
do Sul dos EUA para o Canadá através da “ferrovia subterrânea”
Thomas Bramwell Welch (1825-1903) nasceu em Glastonbury, na
Inglaterra, e imigrou para os EUA.
Aos 17 anos, Thomas Welch se uniu à Conexão Metodista Wesleyana, da
qual se tornou pastor. A Conexão lutava fortemente contra as bebidas alcoólicas
e contra a compra e venda de escravos.
Ele ajudou os escravos fugitivos a encontrarem seu caminho para a
liberdade, indo do Sul dos EUA para o Canadá através da “ferrovia subterrânea”.[65]
“Ao longo de sua
adolescência, ele foi ativo em um grupo chamado Underground Rail Road, que transporta
escravos que escaparam de fazendas e outras áreas no sul dos Estados Unidos
para o Canadá, e com base em sua experiência nisso, ele se formou no Seminário
Wesleyano aos 19 anos e se tornou um pastor Metodista Wesleyano”.[66]
Ele não era um homem comum. “Até a Guerra Civil ser vencida, ele esteve envolvido na Ferrovia
Subterrânea, ajudando escravos fugitivos a encontrar o caminho para a liberdade
no Norte”.[67]
Ele se casou com Victoria Sherbume Welch. Foi dentista, tendo melhorado
muito a sua profissão. Foi também médico. Welch foi muito envolvido no
movimento de temperança e se tornou um policial, na Filadélfia, prendendo os
vendedores ilegais de bebidas alcoólicas.
Como defensor da temperança, inventou o processo de pasteurização para
evitar a fermentação do suco de uva, evitando que se tornasse
alcoólico. Ele convenceu as igrejas locais a usarem esse vinho na Ceia do
Senhor.
Em 1869, Welch começou a tomar o seu vinho não fermentado. A
comercialização foi feita, mas ele nunca recebeu um centavo em troca de seu
investimento. Ele nem imaginava que o vinho seria usado como uma bebida para o
público em geral. Em 1893, na Feira Mundial de Chicago, o negócio cresceu, e em
1897 foi constituída a Welch Grape Juice Company.
Em 1930, os netos de Welch distribuíram 10% das ações ordinárias da
empresa entre seus 300 funcionários.[68]
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A “Ferrovia
Subterrânea” do missionário Spaulding no Brasil
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Tudo o que
podemos fazer é usar diligente e mui discretamente os meios, observar os sinais
dos tempos, e entrar por toda a porta aberta pela Providência, para
prestar-lhes serviço
O missionário Fountain E. Pitts chegou ao Brasil em 1835 e encontrou o país independente desde 1822. Pitts embarcou em Baltimore no dia 28 de junho de 1835, rumo ao Brasil chegando no dia 19 de agosto de 1835, no Rio de Janeiro [69] permanecendo durante alguns meses juntamente com esposa, filhinho e empregada. Depois viajou para Montevidéu e passado algumas semanas foi para Buenos Aires,[70] que era o objetivo final de sua viagem. [71]
Em 1928, o missionário metodista J.L. Kennedy escreveu: “Mr. Pitts partiu de Nashville em Maio de 1835 e a instancias da mesa executiva seguiu para Nova York, levantando, em caminho, dinheiro sufficiente para fazer face ás despesas da sua missão. No dia 28 de Junho elle partiu da cidade de Baltimore para o Brasil e no dia 19 de Agosto desembarcou no Rio de Janeiro. Encetou logo seus trabalhos ministeriaes naquella grande cidade, pregando em algumas casas particulares. Assim foi iniciada a prégação do Evangelho pelo primeiro ministro methodista que implantou o Reino de Deus naquella região do Novo Mundo. Ahi organizou uma Sociedade Methodista”.[72]
Entusiasmado com as possibilidades de abrir um trabalho metodista em terras brasileiras, Rev. Pitts deu parecer favorável para a implantação de uma missão no Brasil.
Posteriormente veio o missionário metodista Justin Spaulding que saiu de Nova York e chegou ao Brasil em 29 e abril de 1836 após 37 dias de viagem de navio. Veio iniciar o metodismo no Brasil após a vinda do missionário Pitts, que recomendou a abertura de trabalho metodista no país.
Justin Spaulding (1802-1865) “nasceu em Moretown, Vt., em 1802, e juntou-se à Conferência da Nova Inglaterra em 1823. Ele serviu na qualidade de um pregador itinerante, um ancião presidente, e um missionário para a América do Sul”.[73] Ele era um ministro capaz, estudioso e cavalheiro.
Três meses depois de chegar ao Brasil, em 1835, Spaulding fez um relatório sobre suas atividades e sobre o Brasil.
Ele havia alugado um local, mas depois teve que procurar um salão maior. A assistência havia aumentado de 30 para 40 pessoas.
Havia uma
reunião de oração semanal e uma Escola Dominical. “Mais de 40 crianças se
mostraram interessadas”.[74]
E há a primeira referência do acolhimento da Igreja Metodista aos negros. Spaulding disse: “Temos duas classes de pretos, uma fala inglês, a outra português. Atualmente parecem muito interessados e ansiosos por aprender”.[76]
Uma classe era para aprender o inglês e a outra para aprender o português.
O missionário metodista mostra sua preocupação e indignação com a situação dos escravos no Brasil e afirma: “Qual será o resultado final da escravidão e quando ela terminará neste país, é impossível dizer”. [77]
E comenta a ilegalidade do tráfico de escravos: “Muito embora o tráfico de escravos seja contra a lei da nação, mesmo assim estou informado de que nunca foi explorado em tão grande escala como agora. Navios continuamente se preparam e zarpam deste porto com destino às margens sangrentas da África infeliz, esse negócio de pirata.”[78]
Justin Spaulding denuncia e critica os magistrados e o governo por fecharem os olhos ao descumprimento da lei: “Os magistrados, solenemente juramentados a fazer cumprir as leis frequentemente fecham os olhos e recebem subornos. Ninguém ousa cumprir as leis, e ninguém poderia se quisesse, tão fraco é o princípio moral neste governo”.[79]
Mesmo diante dessas dificuldades, Spaulding não deixou de procurar “prestar-lhes serviços”: Tudo o que podemos fazer é usar diligente e mui discretamente os meios, observar os sinais dos tempos, e entrar por toda a porta aberta pela Providência, para prestar-lhes serviço”.[80]
Essa carta-relatório do missionário Justin Spaulding, certamente serviu de alerta e orientação aos futuros missionários metodistas que vieram mais tarde.
Além do mais, a religião católica era oficial no país e os metodistas “ilegais”.
Os metodistas foram muito bem recebidos pelo povo. Ele disse: “Já realizei diversas reuniões e preguei oito vezes em diferentes residências onde fui respeitosamente convidado e bondosamente recebido pelo bom povo”.”[81]
A atuação dos metodistas logo provocou oposição. Em 1838, o padre Luís Gonçalves dos Santos (1767-1844) publicou um tratado chamado “O católico e o metodista: refutação das doutrinas heréticas e falsas que os intitulados missionários do Rio de Janeiro, metodistas de New York, têm vulgarizado nesta Corte do Império do Brasil”.[82]
Ele se opôs que os metodistas realizassem cultos, pois a religião oficial era a Católica. Os metodistas só poderiam realizar cultos dentro de casa e não evangelizar e distribuir Bíblias ao povo.
Ele também se confrontou com o Pe. Diogo Feijó, que anos depois, “ocupou os cargos de Ministro da Justiça (1831-1832) e Regente (1835-1837)”.[83]
Sua cruzada contra os metodistas e a ofensiva protestante no Rio de Janeiro só pararam em 1844 com sua morte.
O fato é
que os primeiros missionários metodistas deram acolhida aos negros e
questionaram a escravidão.
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A
missionária que comprou e alforriou uma escrava
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Martha
Watts comprou uma escrava e “pediu ao advogado Prudente de Moraes, então futuro
Presidente do Brasil para preparar uma carta de alforria, documento este
exposto no local”.
Martha Watts (1845-1910) nasceu em Bardstown, Kentucky, EUA. Fez o Curso Normal e durante um reavivamento se converteu, em 1874, e consagrou a sua vida ao Senhor Jesus. Em fevereiro de 1881, o bispo Keener a apontou como primeira missionária para o Brasil.
No dia 26 de março de 1881, com 36 anos, Martha e outros dois missionários partiram de Nova York, via Europa, tendo como destino o Brasil.
Os missionários foram: Rev.J.W.Koger, esposa, filhinho e o rev. J.L.Kennedy. Ela aprendeu logo o português e organizou a primeira Escola Dominical em Piracicaba, antes mesmo da organização da Igreja.
A missionária Martha Watts chegou em Piracicaba em 1881 e criou o Colégio Piracicabano em 1882, que deu origem à UNIMEP.
Ela fundou o Colégio Piracicabano, no dia 13 de fevereiro, iniciando as aulas com apenas uma aluna. Foi perseguida pelas autoridades locais, mas os liberais saíram em defesa do Colégio. O educandário foi a semente para a Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), criada em 1975.
Martha foi a primeira a alforriar uma escrava na cidade.
“A escravidão só foi abolida no Brasil, em 13 de maio de 1888. Em 25 de novembro de 1881, Martha Watts comprou Flora dos Blumers e concedeu-lhe a liberdade. A alforria foi negociada na presença de Prudente José de Moraes Barros, patrono da escolinha e mais tarde escolhido como o primeiro presidente civil do Brasil.”[84]
Piracicaba era uma cidade grande no fim do século XIX. A cidade possuía 2.300 prédios e tinha 19.014 habitantes, dos quais 11.060 eram brasileiros.[85]
Havia intenso comercio de escravos em Piracicaba entre 1870-1880. As estatísticas apontam que “foram 293 as escrituras registradas em Piracicaba no período 1870-1880. No total, negociaram-se 871 pessoas a grande maioria delas (866, isto é, 99,4%) objeto de operações de compra e venda, sendo efetuadas ainda duas doações e uma permuta (duas escravas, de 16 e 13 anos de idade, por um rapaz de 25 anos).”[86]
A missionária Martha Watts encontrou Piracicaba como a terceira cidade em número de escravos do Estado de São Paulo.[87]
Entre 1874 e 1886, o total de escravos diminuiu para 3.820 pessoas.[88]
No período colonial brasileiro o catolicismo era oficial no Brasil.
Com a chegada da missionária Martha Watts e dos revds. J.W. Koger e J.L. Kennedy, o metodismo foi a primeira denominação protestante a se estabelecer em Piracicaba, em 1881.
No final do século XIX foi que Piracicaba começou a se desenvolver economicamente. Contribuíram para isso a chegada da iluminação pública, máquinas a vapor, a Estrada de Ferro Ituana e a construção da Fábrica de Tecidos Luiz de Queiroz.
Era muito falho o ensino no século XIX. Como capital do Império, o investimento maior era na cidade do Rio de Janeiro. “Mesmo com a vinda da Família Real para o Brasil, não houve uma mudança significativa no campo educacional, principalmente em São Paulo, pois o investimento maior estava no Rio de Janeiro, especialmente no ensino superior. Em São Paulo, no início do século XIX, as condições de ensino eram bastante precárias, e no interior paulista o sistema educacional era ainda pior”.[89]
Martha Watts comprou uma escrava e “pediu ao advogado Prudente de Moraes, então futuro Presidente do Brasil para preparar uma carta de alforria, documento este exposto no local”.[90]
Era para Flora Maria Blumer de Toledo.
“Flora e Martha se conheceram em 1881, ocasião em que a educadora norte-americana estava à procura de uma cozinheira para o colégio e, interessada em Flora, conseguiu meios de contratá-la (Loiola, 2011, p. 47). Martha comprou sua alforria mediante a indenização de 400$000 réis, negócio realizado por intermédio do advogado e futuro presidente da República Prudente de Morais, conforme mostra o trecho a seguir:
Pela presente concedemos liberdade à nossa escrava Flora, preta, solteira, de serviços domesticos, matriculada com a idade de quarenta e um annos, na Collectoria de Capivary, com os numeros oito centos e vinte e tres da matricula geral e quinse da relação, e averbada na Collectoria desta cidade em vinte de Abril de mil oito centos e setenta e cinco o que fasemos mediante a indennisação de quatro centos mil reis, dos quaes já recebemos tresentos e quarenta mil reis, ficando á vos dever sessenta mil reis, que pagará em dinheiro ou em serviços. Para servir de título passamos a presente carta. Piracicaba, vinte e cinco de Novembro de mil oito centos e oitenta e um. (…) Pedro Blumer - com poderes especiaes - Prudente Jose de Moraes Barros. - Maria Isabel Blumer. - Nada mais em dita carta que a pedido aqui fielmente registrei, conferi e entrego o original ao apresentante que é o primeiro signatario do mesmo e dou fé. Piracicaba, vinte e cinco de Novembro de mil oito centos e oitenta e um. Eu Joaquim Borges da Cunha, tabellião interino que escrevi e assigno. - [assinatura].”11
Assim, Flora obteve sua liberdade aos 47 anos de idade, em 25 de novembro de 1881.
“Alforriada, a história de vida de Flora imbricou-se ao próprio desenvolvimento do colégio e à divulgação do protestantismo. Sublinha-se que Martha provavelmente conheceu a família Blumer e Flora por meio do missionamento, dado que eles eram protestantes e tornaram-se membros da Igreja Metodista Central de Piracicaba em 1883. Desse modo, Flora tornou-se a primeira mulher afro-brasileira a ser admitida, por meio de pública profissão de fé, em uma Igreja protestante no Brasil (Loiola, 2011, p. 84)”. [91]
“O colégio tornou-se um dos
centros educacionais mais importantes da região, tendo entre suas alunas a
sobrinha de Prudente de Moraes de Barros, Ana Maria de Moraes (Weaver, 1952, p. 462). À luz desses fatos, considera-se que a alforria de Flora
contou com a participação de indivíduos relevantes da sua época, o que
configurou a singularidade e excepcionalidade da sua experiência”.[92]
Foi a primeira negra recebida como membro da Igreja no metodismo brasileiro no dia 21 de janeiro 1883.
“Flora Maria Blumer de Toledo - escravizada alforriada pela missionária norte-americana Martha Hite Watts - “foi a primeira mulher afro-brasileira a ser admitida, por meio de pública profissão de fé, em uma igreja protestante no Brasil, em 1883. Considera-se, pois, que Flora nasceu escravizada na fazenda de Mathias Dias de Toledo, de Porto Feliz, em 1834, e foi vendida aos 41 anos para família Blumer, de Piracicaba, em 1875, obtendo enfim sua alforria aos 47 anos, em 1881. Flora passou o resto de sua vida no Colégio Piracicabano, entre pastores e professores norte-americanos, até a sua morte em 1892, aos 58 anos.”[93]
Flora Maria Blumer de Toledo foi admitida por pública profissão de fé, conforme registro de número 14,[94] no dia 21 de janeiro 1883. Ele foi trabalhar na cozinha do Colégio Piracicabano e era muito amada por todos.
“Em vários momentos, Martha Watts sofreu ao presenciar o suicídio de uma escrava no rio, com os filhos nos braços.”[95]
O povo e os negros não se vestem nem mesmo com o mínimo de dignidade
Martha Watts percebia a grande diferença social na população. Ela firmou: “As pessoas se vestem tão bem quanto nos EUA, isto é, as de melhor classe. O povo e os negros não se vestem nem mesmo com o mínimo de dignidade. Todas as mulheres e homens envolvem-se em xales, seja de manhã ou à noite, de tal forma que lembram figuras orientais”.[96]
Flora foi libertada e trabalhou por onze anos
por um salário como zeladora e chefe de cozinha do "Colégio
Piracicabano".
“A escola abriu como um internato, toda para
mulheres. Logo a escola cresceu para algumas dezenas de alunos e vários
professores. Flora era amada e respeitada por todos. À noite, ela reunia as
meninas ao redor do fogão, servia-lhes chocolate quente e biscoitos e
contava-lhes histórias de seus dias de escravidão na plantação de
cana-de-açúcar. Ela nasceu em 1833 a cerca de cinquenta milhas ao sul de
Piracicaba, na fazenda de
Matias Dias de Toledo, tio da Baronesa de Porto Feliz.
Flora Maria aprendeu inglês ouvindo e conversando com Watts e os outros
missionários americanos que logo vieram para Piracicaba.
Em 1883 foi com o reverendo William Koger e sua família em uma viagem
aos Estados Unidos. O casal Koger, originário da Carolina do Sul, fundou a
Igreja Metodista em Piracicaba.
Flora foi uma metodista fiel até morrer de edema, aos 59 anos, em 22 de
julho de 1892.
“Durante a doença de Flora, Martha Watts estava constantemente ao lado
de sua cama. Após a morte de Flora Maria, ela escreveu: ‘Tia Flora, depois de
um longo sofrimento, entrou para descansar. Ela queria ir e mostrou durante
toda a sua enfermidade sua fé em Jesus. Ela morreu cheia de paz e conforto
espiritual."[97]
===============================
[1]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Underground_Railroad
[2] Idem.
[3] https://firebrandmag.com/articles/the-wesleyan-witness-on-race.
Andrew
C. Thompson é o pastor sênior da Primeira Igreja Metodista Unida em Springdale,
Arkansas. Ele possui um Th.D. da Duke University e anteriormente serviu por
quatro anos no corpo docente do Seminário Teológico de Memphis.
[4]
Idem.
[5]
https://firebrandmag.com/articles/the-wesleyan-witness-on-race
[6]
Idem.
[7]
https://um-insight.net/in-the-world/advocating-justice/black-lives-matter_1/ Steven W. Manskar, DMin, é um pastor Metodista Unido aposentado que mora em Grand Rapids,
MI. Ele serviu no Ministério de Discipulado por 19 anos como diretor de
liderança wesleyana. Ele também serviu em compromissos pastorais em Maryland,
Minnesota e Michigan. Manskar é o autor de Diário de um discípulo: um guia para oração diária, leitura da
Bíblia e discipulado (anos A, B, C); Discípulos Fazendo Discípulos: Um Guia para
Grupos de Discipulado do Convênio e Líderes de Classe; Discipulado Responsável:
Vivendo na Casa de Deus; e Um Amor Perfeito: Entendendo "Um Relato Simples da Perfeição
Cristã" de John Wesley. https://upperroombooks.com/author/steven-w-manskar/
[8]
https://www.moumethodist.org/newsdetail/wesley-on-racism-9274387. Professor Emérito de Estudos Wesleyanos e E. Stanley Jones Professor
Emérito de Evangelismo. https://www.spst.edu/ henry-knight/
[9]
https://www.moumethodist.org/newsdetail/wesley-on-racism-9274387. Professor Emérito de Estudos Wesleyanos e E. Stanley Jones
Professor Emérito de Evangelismo. https://www.spst.edu/ henry-knight/
[11]
https://docsouth.unc.edu/church/wesley/wesley.html
[12] https://docsouth.unc.edu/church/wesley/wesley.html
[13] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley.
SP, Imprensa Metodista, p.190.
[14] LUCCOCK,
Halford E. Linha de Esplendor Sem Fim. JGEC, Imprensa Metodista, [s.d.], p. 31.
[15]
Ibid., p. 30.
[16]
http://www.digitalcommons.georgefox.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1116&context=ccs
[17] http://www.digitalcommons.georgefox.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1116&context=ccs
[18]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Underground_Railroad
[19]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Underground_Railroad#Ligações_externas
[20]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Underground_Railroad
[21]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Underground_Railroad#Ligações_externas
[22]
Idem.
[23] https://housedivided.dickinson.edu/
sites/ugrr/thematic-essays/religion-and-the-underground-railroad-laroche/
[24]
https://housedivided.dickinson.edu/s
/sites/ugrr/thematic-essays/religion-and-the-underground-railroad-laroche/
[26]
https://en-m-wikipedia-org.translate.goog/wiki/Calvin_Fairbank?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt&_x_tr_pto=tc
[27] Idem.
[28]
https://en.wikipedia.org/wiki/John_M._Brown
[29] Idem.
[30] Idem.
[31]https://www.reddit.com/
r/todayilearned/comments/aiqnz0/til_that_the_method_of_pasteurizing_grape_juice/
[32]
https://ohiomemory.org/digital/collection/siebert/id/343/
[34]
https://en-m-wikipedia-org.translate.goog/wiki/Calvin_Fairbank?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt&_x_tr_pto=tc
[35] Idem.
[36] Idem.
[37]
https://en-m-wikipedia-org.translate.goog/wiki/Calvin_Fairbank?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt&_x_tr_pto=tc
[38]
sites/ugrr/thematic-essays/religion-and-the-underground-railroad-laroche/
sites/ugrr/thematic-essays/religion-and-the-underground-railroad-laroche/
[39] http://wiki.wcaleb.rice.edu/
Calvin%20Fairbank
[40]http://wiki.wcaleb.rice.edu/
Calvin%20Fairbank
[41] Idem.
[42] https://www.womenhistoryblog.com/2
2010/05/harriet-tubman.html
[43]
https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/harriet-tubman.htm
[44]
https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/harriet-tubman.htm
[45] Idem.
[46] https://pt.wikipedia.org/wiki/Harriet_Tubman
[47] Idem.
[48] https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/harriet-tubman.htm
[49] https://www.history.com/topics/black-history/harriet-tubman
[50] Idem.
[51]
https://www.womenhistoryblog.com/2010/05/harriet-tubman.html
[52] https://pt.wikipedia.org/wiki/Harriet_Tubman
[53] https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/harriet-tubman.htm
[54]
https://www.kilombagem.net.br/educacao/biblioteca/harriet-tubman-a-moises-libertadora-por-david-a-adler/
[55] Idem.
[56] https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/harriet-tubman.htm
[57]
https://www.diariolasamericas.com/eeuu/4-frases-recordar-harriet-tubman-n3763720
[58] https://www.history.com/topics/black-history/harriet-tubman
[59] Idem.
[60]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Harriet_Tubman
[61]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Harriet_Tubman
[62] https://citacoes.in/autores/harriet-tubman/
[63] Idem.
[64] https://www.azquotes.com/quote/297671
[65]https://www.reddit.com/
r/todayilearned/comments/aiqnz0/til_that_the_method_of_pasteurizing_grape_juice/
[66]
https://www.mk.co.kr/en/economy/10938483
[67]
https://www.nndb.com/people/974/000165479/
[68] Pesquisa: http://mcclurgmuseum.org/blog/tag/thomas-bramwell-welch/; http://www.evi.com/q/thomas_bramwell_welch_biography; http://www.yatedo.com/p/Thomas+Bramwell+Welch/famous/2668f5a2e4437882edfecdd39aa4ae72;
http://www.encyclo.co.uk/define/Thomas Welch; www.nndb.com/people/974/000165479/
[69] KENNEDY, James L.Cincoenta
Annos de Methodismo no Brasil, São Paulo, Imprensa Metodista, 1928,
p. 13; Eula L. Long, Do Meu
Velho Baú Metodista, São Paulo, Imprensa Metodista do Brasil, 1968.
[70] H.C. Tucker, “O Centenário
Methodista Sul-Americano”, in Expositor Cristão, 03/03/1936, p.1.
[71] Ibidem.
[72] KENNEDY, J.L. Cinquenta Anos
de Metodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928, p.50-172
[73]
https://www.biblicalcyclopedia.com/ S/spaulding-justin.html
[74] Carta in Duncan A. Reily,
História Documental do Protestantismo no Brasil. SP, ASTE., 1984, p. 81-82
[75] Idem.
[76] Idem.
[77] Idem.
[78] Idem.
[79] Idem.
[80] Idem.
[81] Carta in Duncan A. Reily,
História Documental do Protestantismo no Brasil. SP, ASTE., 1984, p. 81-82.
Também, José Gonçalves Salvador, História do Metodismo no Brasil. São Paulo,
Imprensa Metodista, 1982, v. 1, p. 24s.
[82]https://archive.org/details/o-catolico-e-o-metodista-pe.-luiz-goncalves-dos-santos-1839
[83]https://archive.org/details/o-catolico-e-o-metodista-pe.-luiz-goncalves-dos-santos-1839
[84]
https://religiousjourney.com/2023/11/04/another-look-at-christian-freedom/
[85] www.repositorio.unesp.br. FÁBIO AUGUSTO PACANO O
FORJAR DA MODERNIDADE: PIRACICABA E A BELLE ÉPOQUE CAIPIRA (1889-1930).
[87]https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2019/11/20/piracicaba-foi-3a-cidade-com-mais-escravos-no-estado-diz-historiador-idoso-busca-reconhecer-cemiterio.ghtml
[89]
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao34/materia02/texto02.pdf
[90]https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g303621-d4377008-i117724791-Martha_Watts_Cultural_Center-Piracicaba_State_of_Sao_Paulo.html
[91] https://www.scielo.br/j/tem/a/4gKxN7p6MQ75Q5cbdmSGLFt/
[92] Idem.
[93]https://www.scielo.br/ j/tem/a/4gKxN7p6MQ75Q5cbdmSGLFt/
[94] Universidade Metodista de São
Paulo, Faculdade de Humanidades e Direito programa de Pós-graduação em Ciências
da Religião. José Roberto Alves Loiola, “Metodismo de Imigração e
afro-brasileiros: Análise de alguns aspectos importantes da relação entre imigrantes
metodistas estadunidenses e população afro-brasileira na região de Piracicaba
no período de 1867 a 1930”.
http://tede.metodista.br/jspuibitstream/tede/581/1/Jose%20Roberto%20Alves%20Loiola.pdf
http://tede.metodista.br/jspuibitstream/tede/581/1/Jose%20Roberto%20Alves%20Loiola.pdf
[95]
http://www.piracicabano.com.br/php/v8modcomunicin.php?codigo=4380&modulo=COLNOT&stscab=off
[96]Woman’s Missionary
Advocate, Dez. 1881, p. 5.
https://www.metodista.br/revistas/revistas-cogeime/index.php/COGEIME/article/viewFile/577/523
[97]https://religiousjourney.com/
/2023/11/04/another-look-at-christian-freedom/
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