O legado de Junius Newman e Annie Newman Ransom

 

Estabeleceram de forma permanente o

 metodismo no Brasil

 

 Odilon Massolar Chaves

                                                           

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Toda glória a Deus!

Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

Declaração de direitos autorais: Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.[1]

 

 

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“O primeiro lugar de culto foi uma sala de alguns 14 pés quadrados, não assoalhada e coberta de sapê. A mesma sala tinha servido de venda onde se negociava em licores alcoólicos”

 

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Índice

 

Introdução

Os primeiros protestantes no Brasil

Os primórdios do metodismo no Brasil

A retomada da missão no Brasil

Niterói, uma cidade marcada pela guerra e pela escravidão 

A mudança e a organização do metodismo em Saltinho 

A vida e o ministério de Annie Ayres Newman Ransom

 

 

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Introdução

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“O legado de Junius Newman e Annie Newman Ransom” é um livro de 44 páginas que relata a vinda do rev. Newman para o Brasil e a abertura do metodismo de forma permanente. Relata ainda a bela história de vida e testemunho de Annie Newman Ransom.

O livro mostra a situação da época de escravidão e guerra contra o Paraguai. Relata também o contexto social da época, especialmente em Niterói.

De certa forma, o livro procura fazer justiça ao rev. Junius E. Newman. É comum afirmar que ele estava fugindo da situação de derrotado na guerra civil norte-americana. Não se destaca muito seu intenso trabalho pela Igreja e nem as suas lutas.

Importante saber que Newman desejou vir restaurar sua vida financeira, mas também abrir trabalho evangélico no Brasil pela Igreja Metodista. Diversos outros líderes das Igrejas evangélicas fizeram o mesmo acompanhando seus patrícios.

Newman pagou um preço muito alto perdendo sua esposa e sua filha Annie que teve um belo ministério na área educacional em Piracicaba. Foi a primeira pessoa a traduzir para o português a literatura da Igreja.

E ainda Newman nos deixou o legado de ter lutado para implantar de forma permanente o metodismo no Brasil. Ele implantou o metodismo no Brasil de forma permanente.

A vida e o ministério de Annie foram notáveis, especialmente na área educacional. Uma vida de santidade, dedicação e beleza diante de Deus.

Esse livro relata, portanto, seus sonhos, suas lutas e seus legados.

O Autor

 

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Os primeiros protestantes no Brasil

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A abertura dos portos por D. João VI às nações amigas, em janeiro de 1808, proporcionou a vinda dos protestantes e missionários para o Brasil.

“Em fevereiro de 1810, Portugal assinou com a Inglaterra tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação. Este, em seu artigo XII, concedeu aos estrangeiros ‘perfeita liberdade de consciência’ para praticarem sua fé. Tolerância limitada: proibição de fazer prosélitos e falar contra a religião oficial; capelas sem forma exterior de templo e sem uso de sinos.”[1]

Foi uma grande abertura, mas “capelas sem forma exterior de templo” traria, mais tarde, dificuldades aos missionários diante da Igreja romana.

A necessidade de colonização fez D. João VI investir nos estrangeiros: “O primeiro Pastor protestante no Brasil foi Friedrich Osvald Sauerbronn (nasc. em 1784 falec. em 1864). Em 1818, o Governo havia fundado Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. O Pastor Sauerborn veio ao Brasil em 1824, a bordo do veleiro ‘ Argus`, acompanhando 300 imigrantes alemães, a maioria do Hessen, todos eles angariados pelo Major Schaeffer e que lá se radicaram. Veio ao Brasil com a promessa de receber o mesmo salário dos vigários da igreja católica e que o Governo lhe construiria uma igreja e uma escola”.[2]

“A instalação do governo de D. João VI no Brasil (1808-1821) provocou a transferência da capital do Império de Lisboa para o Rio de Janeiro e o fim da condição colonial, fato reconhecido de direito, em 1815, quando o Brasil foi elevado a Reino Unido a Portugal e Algarves, o Brasil deixava de ser Colônia de Portugal. O governante decretou através da Carta Régia a abertura dos portos (1808), permitiu a instalação de indústrias (1810); foi criado o Banco do Brasil, a Fábrica de Pólvora, o Jardim Botânico, a Biblioteca Nacional; foi criado ensino superior no Brasil, com a fundação de duas escolas de medicinas; foi fundada a Imprensa Régia, que iniciou a publicação do jornal Gazeta do Rio de Janeiro”.[3]

Em 1816, chega ao Brasil, na cidade do Rio de JaneiroRJ, o primeiro capelão anglicano, Robert C. Crane e em 1822 é inaugurada a primeira capela anglicana. Em 1824 chega o missionário metodista Fountain  Pitts para avaliar a possibilidade de abrir trabalho metodista. Em 1855, chega o casal congregacional Robert e Sarah Kalley. Em 1859 chega o missionário presbiteriano Ashbel Green Simonton. Em 1871, Junius Nwman organiza a primeira Igreja Metodista de forma permanente. Em 1871 um pequeno grupo de batistas residentes em Santa Bárbara d'OesteSP, organizaram a primeira Igreja Batista em solo brasileiro. Também em 1878 é organizada no Rio de Janeiro a Casa de Oração. A Igreja Evangélica Fluminense foi organizada em 1879, etc.[4] E outras Igrejas evangélicas chegaram...

 

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Os primórdios do metodismo no Brasil

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Em 1832, o bispo James Osgood Andrew comissionou o ver. Fountain Elijah Pitts para investigar a possibilidade de iniciar o trabalho metodista na América do Sul.[5]

Quando o primeiro missionário metodista, Rev. Fountain E. Pitts, chegou ao Brasil, em 1835, já encontrou o país independente desde 1822. Pitts embarcou em Baltimore no dia 28 de junho de 1835, rumo ao Brasil chegando no dia19 de agosto de 1835, no Rio de Janeiro [6] permanecendo durante alguns meses juntamente com esposa, filhinho e empregada. Depois viajou para Montevidéu e passado algumas semanas foi para Buenos Aires,[7] que era o objetivo final de sua viagem.[8]

Entusiasmado com as possibilidades de abrir um trabalho metodista em terras brasileiras, Rev. Pitts deu  parecer favorável para a implantação de uma missão no Brasil. No dia 2 de setembro de 1835,  ele escreveu ao secretário correspondente da Sociedade Missionária da Igreja Metodista Episcopal  o seguinte: “Estou nesta cidade (Rio de Janeiro) há duas semanas, e lamento que minha permanência seja necessariamente breve. Creio que uma porta oportuna para a pregação do Evangelho está aberta neste vasto império. Os privilégios religiosos permitidos pelo governo do Brasil são muito mais tolerantes do que eu esperava achar em um país católico (...). Já realizei diversas reuniões e preguei oito vezes em diferentes residências onde fui respeitosamente convidado e bondosamente recebido pelo bom povo....”.[9]

Rev. Pitts disse mais na carta: “(...) Nosso pequeno grupo de metodistas precisará muito de um cristão experimentado para conduzi-lo; no entanto, eles estão decididos a se unirem e a se ajudarem mutuamente no desenvolvimento da salvação de suas almas (...). O missionário a ser enviado para cá deve vir imediatamente e iniciar o estudo do idioma português sem demora (...).”[10]

E alertou: “que ponha todos os cuidados nas mãos do Senhor Jesus e que pregue com o Espírito Santo mandado dos céus que é o que eles desejam aqui”.[11] Em 1836, rev. Pitts regressou aos EUA.

Tendo acolhida as informações do rev. Pitts, a Igreja Metodista decidiu enviar o rev. Justin Spaulding, que chegou ao Rio de Janeiro com sua esposa, filhinho e uma empregada no dia 29 de abril de 1836.[12]

Rev. Spaulding alugou um edifício no Largo da Glória aonde passou a realizar os cultos. Aprendeu português, organizou uma Escola Dominical, deu assistência aos marinheiros e aos enfermos da Santa Casa.[13] Posteriormente, rev. Spaulding instalou-se na Rua do Catete.

 Em relatório ao secretário correspondente da Igreja Metodista Episcopal, no dia 1º de setembro de 1836, diz: “(...) Conseguimos organizar uma escola dominical, denominada Escola Dominical Missionária Sul-Americana, auxiliar da União das Escolas Dominicais da Igreja Metodista Episcopal... Mais de 40 crianças e jovens se tornaram interessados nela (...). Está dividida em oito classes com quatro professores e quatro professoras. Nós nos reunimos às 16:30 aos domingos. Temos duas classes de pretos, uma fala inglês, a outra português. Atualmente parecem muito interessados e ansiosos por aprender (...).”[14]

Em 1841, Rev. Spauding voltou para a América do Norte deixando no Rio de Janeiro uma congregação com 40 membros. Solicitou a Igreja Metodista que enviasse alguém para averiguar pelo país aonde instalar escolas e pontos de evangelização. Sendo enviado, então, o rev.  Daniel Kidder:

“Em novembro de 1837, o rev. Daniel P.Kidder, novo missionário, e Mr. R.M.Murdy e esposa, na qualidade de professores, partiram de Boston para o Rio de Janeiro com o fim de reforçar o trabalho já começado por Mr. Spaulding”.[15]

Daniel Kidder  veio a mando da American Bible Society aqui permanecendo 3 anos e deixando suas minuciosas impressões sobre o Brasil. Ele relata o que viu (e ouviu) também nas ruas do velho Rio: "Os carregadores de café andam geralmente em magotes de dez ou vinte negros sob a direção de um que se intitula capitão.

São em geral os latagões mais robustos dentre os africanos. Quando em serviço, raramente usam outra peça de roupa além da camisa, para não incomodar. Cada um leva na cabeça uma saca de café pesando cento e duas libras e, quando todos estão prontos, partem num trote cadenciado que logo se transforma em carreira". E prossegue nas suas Reminiscências de viagens e permanência no Brasil".[16]

O trabalho metodista, contudo, foi interrompido. Daniel Kidder voltou aos EUA, em 1840, após a morte de sua esposa, e Spaulding voltou em 1841.

 

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A retomada da missão no Brasil

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“Com 47 anos, Newman veio sozinho

e chegou em Niterói em 24 de agosto de 1867"

 

Junius Eastham Newman foi pastor metodista e Superintendente Distrital nos EUA. Serviu durante a Guerra Civil Americana, como capelão das tropas do Sul.[17] 

Ele manifestou o desejo vir também para o país quando viu diversas famílias de sulistas vindo para o Brasil. Ele desejava rever suas finanças e participar da evangelização do país. 

Apesar de Newman ter comparecido ao Concilio, em Mississipi, entre 21 e 28 de novembro de 1866, e ter manifestado ao bispo William May Wightman o desejo de exercer seu ministério no Brasil, a Junta de Missões alegaria que não tinha verba. 

Ele veio com suas próprias economias (100 dólares em ouro). Rev. Junius Newman chegou e fixou residência em Niterói, em 1867.[18] 

Com 47 anos, Newman veio sozinho e chegou em Niterói em 24 de agosto de 1867.[19] Ele havia deixado a família nos EUA. Numa carta escrita, em 1867, aos metodistas do sul, ele falou das “(...) sombrias perspectivas na terra natal”.[20] E afirmou que “era melhor emigrarem para o Brasil. Quando tais pessoas vierem, permanecerão e agradecerão a Deus por esta linda e favorecida terra de refúgio...Pois aqui acharão ‘liberdade para adorar a Deus’. O caminho ‘à vida, liberdade e à busca da felicidade” está novamente aberto para eles”.[21] 

Newman morava na Freguesia de São Gonçalo, criada desde 1647. No dia 09 de Janeiro de 1868, ele alugou a Chácara das Neves. 

“Ao cabo de sete ou oito meses, o Rev. Newman voltou aos E. U. A. para trazer a família. E, assim, a 12 de abril de 1868, deixou New Orleans, acompanhado da esposa e dos três filhos: Mary Phillips, Annie Ayres e William, e de dois adotivos: William e John Harris”.[22] 

Sua esposa se chamava Mary A. Newman. 

Mas em 1869 ele foi para junto da colônia norte-americana em Santa Barbara, SP. Só em 1871 organizou a primeira Igreja Metodista no Brasil com 9 membros. 

Houve, sim, um planejamento brasileiro e norte-americano para a vinda de famílias dos EUA. O Governo brasileiro precisava da mão-de-obra para o café. 

Newman decidiu se responsabilizar pela passagem e acomodação do imigrante. Em 1866, o Desembargador J.T.Bastos falou das “muitas famílias norte-americanas dispostos a virem viver na comunhão brasileira”.[23] 

No dia 9 janeiro de 1868, ele foi até a presença do Juiz de Órfão para arrendar a Chácara das Neves por um período de 9 anos 

Newman foi morar na Freguesia de São Gonçalo, em Niterói. No dia 9 janeiro de 1868, ele foi até a presença do Juiz de Órfão para arrendar a Chácara das Neves por um período de 9 anos. O arrendamento foi feito na praça por Manoel Caetano Jardim. Entre as condições estavam: 

Primeiro que o arrendamento ha de durar o espago de nove anos a principiar de primeiro do corrente mês pelo aluguel anual de seiscentos e doze mil reis. 

Segundo que o Outorgado será obrigado a fazer todos os consertos de que precisar o prédio sem direito de pedir indenização alguma. 

Terceiro que o Outorgado será obrigado a plantar dentro da situado que se acha dividida por cercas vivas, podendo fechar todas as partes da mesma situação que ainda não tem cercas vivas.[24] 

Entre as cinco condições estava ainda a necessidade de apresentar um fiador idôneo, que pudesse cumprir todas as condições da escritura. O fiador foi Joao de Mattos Costa, morador na Corte, Rua do Ouvidor, 10. 

A chácara arrendada pertencia ao finado Zeferino Rodrigues Monteiro. Por isso, o curador Geral Dom Antônio de Sousa da Silveira, na qualidade de advogado dos menores Epaminondas e Joaquim, aceitou as condições da escritura por achá-la feita com as cautelas necessárias em benefício dos menores.[25] 

O tutor dos menores era Carlos Francisco Desmarais. 

Era um período em que imigrantes do sul dos EUA procuravam outros lugares para morar. Queriam deixar para trás os horrores e a vergonha trazidos pela Guerra de Secessão, encerrada em 1865. 

Havia inclusive leis que favoreciam a vinda de imigrantes. Pela lei 1441 de 4 de Janeiro de 1869, obrigou-se a localizer na Província do Rio de Janeiro “seiscentas famílias ou 3 mil imigrantes procedentes de Nova Orleans, Mobile e outros estados do sul da Unido Americana". [26] 

O Governo contratou Carlos Nathan que “obriga-se a transportar dos portos de New-Orleans, Mobile e outros Estados do Sul da Unido Americana, dentro do prazo de um ano, a contar da data deste contrato, seiscentas famílias ou três mil imigrantes para a Província do Rio de Janeiro”.[27] 

No contrato estava estabelecido que só seria considerado os imigrantes que descessem no Rio de Janeiro ou em Niterói. Carlos Nathan deveria providenciar as terras para os imigrantes. O Governo contribuiria com a passagem para cada um imigrante entre 5 e 12 anos, no valor de 50.000. 

A população neste período em Niterói era de 25.815 habitantes (censo de 1840) € 29.102 habitantes (censo de 1872).[28] Abrangia também a área que, em 1890, se tornaria o Município de São Gonçalo. 

No período em que Newman chegou em Niterói já havia a semente do Evangelho lançada nas terras fluminense. Robert Kalley pregou em 1862 e a partir de 1864 manteve um culto no centro da cidade as quintas feiras. A recepção não era nada amistosa. 

Cerca vez, mais de 400 pessoas tumultuaram um culto na residência dos Cayret, na Rua da Conceição, no centro de Niterói. Soltavam foguetes, jogavam pedras, invadiam o local e faziam ameaças. 

Kalley chegou a ir ao Chefe da Polícia e ao Presidente da Província, Dr. Bernardo de Sousa Franco. 

Os jornais noticiavam os fatos apoiando os evangélicos, entre eles, Correio Mercantil, que defendeu a liberdade religiosa da Constituição; O Provinciano, que afirmou que era covardia desacatar um estrangeiro inofensivo. Outros jornais também defenderam o pastor, entre eles, o Diário do Rio de Janeiro e o Jornal do Commercio.

A Constituição do Império dizia no Art. 15: A religião Católica e Apostólica continuará a ser a religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico ou particular, em casas, para isso destinados, sem forma alguma exterior de templo’.[29] 

Dizia mais no Art. 179, parágrafo 5°: “Ninguém pode ser perseguido por motivo de religião, uma vez que respeite a do Estado e não ofenda a moral pública”.[30] 

Mas houve perseguição e a solução foi passar os cultos para os domingos, entre 16 e 18 horas, a partir de 4 de dezembro de 1865. Isto ajudou a cessar a hostilidade.

 

 

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Niterói, uma cidade marcada pela

guerra e pela escravidão

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Quando Newman chegou em Niterói, era época ainda da escravidão e da guerra com o Paraguai. 

Havia perseguição religiosa. Em Niterói não foi diferente. O casal congregacional Robert e Sarah Kalley, a partir de 1864, manteve um culto no centro de Niterói. Havia perseguição e teve que mudar o horário para a parte da tarde, a partir de 1865. 

Depois de se reunirem em diversos locais, uma casa de oração foi doada a Igreja Evangélica Fluminense na Rua Visconde do Rio Branco onde passou a funcionar a partir de 28 de outubro de 1890. 

Em 06 de abril de 1899 a Igreja Evangélica Fluminense deu emancipação e ela se transformou em igreja local com 36 membros, sob a liderança do pastor Leônidas da Silva. Em 28 de junho de 1902 a igreja transferiu as reuniões para o prédio construído, na Rua Visconde do Rio Branco, 143.[31] 

Newman fugia das lembranças de uma guerra civil (1861-1865), que havia matado mais de 600 mil norte-americanos, mas chegou em terras brasileiras no momento em que o Brasil guerreava com o Paraguai de Solano Lopez (1865-1870) e Niterói cedia centenas de “Voluntários da Patria”. 

Só para o 12° batalhão houve a participação de 476 praças e 22 oficiais comandado pelo Ten.-Cel. Joao José de Brito. 

Havia, neste período, prisioneiros de guerra em Niterói. O 12° batalhão (depois mudado para 44° por Caxias) participou das batalhas de Riachuelo, Itororó e Tuiuti. Cerca de 1 milhão de pessoas morreram na Guerra, das quais 100 mil eram brasileiros, dentre eles, o comandante do 12° batalhão. 

Havia uma grande movimentação na cidade por causa da guerra. Havia, em 1867, 15 prisioneiros de guerra trabalhando em obras públicas na cidade. Houve despedida e festa pelo retorno. Até a família real participou.[32] 

Só para os festejos foram gastos 381$900 pela Comissão sem incluir gastos com música, empregados etc. 

Newman fugia das lembranças dos problemas do Sul com os escravos, mas ele passou a viver na mesma situação anterior. Havia diversos escravos que participavam das fazendas e das obras públicas. 

A visão sobre os escravos não era das melhores, em 1866. Um documento afirma: “(...) em sua maior parte são eles ébrios, preguiçosos e fujões; alguns mesmos, por serem aleijados ou pelo seu estado valetudinário, não estão no caso de prestar o mesmo serviço, e só servem para sobrecarregar com despesas inúteis as consignardes das obras as quais estão encostados”.[33] 

Os escravos eram tratados como mercadorias e anunciados nos jornais. Em agosto de 1841, o Jornal do Comércio anunciou: Vende-se, por motivo de família, uma linda pretinha de 17 anos, perfeita costureira, veste, prega e penteia uma senhora, apronta um chá, e € bem comportada.[34] 

O censo de 1840 registrava 13.564 negros e 12.251 brancos. [35]Só o Bairro de São Gonçalo tinha 103 escravos, em 1873. 

A Catedral de São João Batista de Niterói publica em seu site os batismos e enterros de escravos:Livro de Batismos de Escravos e Livres (1660-1682); Livro de Batismos, Casamentos e Óbitos de Escravos e Livres (1682-1701); Livro de Batismos de Livres (1742-1789); Livro de Batismos de Escravos (1744-1800); Livro de Batismos (1789-1831) e Casamentos (1818-1868) de Escravos, Forros e Livres INTERDITADO; Livro de Batismos de Escravos (1801-1828); Livro de Batismos de Forros e Livres (1820-1854) INTERDITADO; Livro de Batismos de Escravos (1828-1855); Livro de Batismos (1854-1859) INTERDITADO; Livro de Batismos de Escravos (1855-1867).[36] 

Os escravos eram castigados. Num testemunho, conta-se que “Ana de Moraes Monteiro, esposa do falecido Zeferino, se casou com o Dr. José de Moraes Silva e teve mais 7 filhos. Com o passar dos anos, passou a ser chamada de “Vovó Ninha’. Em cada sábado, na casa do capataz, ela aplicava castigos nos escravos da fazenda”.[37] 

No Rio de Janeiro, “A guarda policial, força de tempo integral organizada militarmente, juntamente com os juízes do crime, alimentou a Cadeia e o Calabouço, principais prisões na cidade, nas quais os escravos eram depositados para dali cumprirem os trabalhos forçados, tais como nas pedreiras, no transporte de água e alimentos, na coleta do lixo, na construção de estradas e nos calçamentos das ruas”.[38]  No período da escravidão costumava-se dizer que o escravo precisava de três “Ps”: pão, pau e pano.[39] Foi um período de depressão e muito sofrimento para os escravos. 

Em 1868, a polícia contava com 95 praças, em Niterói, dos quais vinte eram da cavalaria, um era tenente, três eram alferes, quatro inferiores e um era cabo. 

A saúde era precária, apesar de haver alguns hospitais na cidade: Hospital Marítimo de Santa Isabel (1953); Casa de Saúde (1862); Casa de Saúde São Sebastiao (1859); Casa de Saúde Niteroiense (1871).

Em 1857, o pastor metodista Daniel Kidder e o presbiteriano Fletcher comentaram sobre o Hospital de Jurujuba, que recebia marujos doentes. 

Em 1854 Niterói foi atacada pela cólera. De agosto a setembro morreram 84 pessoas, dos quais 27 eram livres e 57 escravos, o que obrigou a enterrar pessoas no cemitério de Marui antes de sua inauguração, em 1855.[40] 

Em 1867, exatamente o ano em que Newman chegou, foi extremamente grave a epidemia de célera-morbus na cidade, que teve que ser dividida em 7 distritos sob cuidados médicos e civis.[41] 

Alguns anos antes de Newman chegar, em 1858, era precária a iluminação a lâmpadas 

Alguns anos antes de Newman chegar, em 1858, era precária a iluminação a lâmpadas em Niterói. Era diminuto o seu número. Em 1866 foi realizado um contrato para a colocação da iluminação a gas líquido em Niterói. Por outro lado, em 1866, havia 16 fabricas e manufaturas de charutos e cigarros na cidade. 

Newman não teve dificuldades de fazer a travessia a barcas de Niterói para a Corte. Em 1835 foi inaugurada a Companhia de Navegação de Niterói. Depois viria a Companhia Nictheroy Inhomerim e os barcos Ferry. 

Em 1865, aconteceu a falência da Companhia Nictheroy Inhomerim.[42] 

Em 1870 teve início a Companhia de Carlos Fleuiss. 

“No Almanak Administrativo de 1867 vemos a tabela horária e as tarifas da Companhia Ferry para as linhas de Niterói e Botafogo. A linha de Niterói possuía ainda uma escala ou ‘variante’ para São Domingos, bairro de Niterói. 

Nessa publicação também podemos ver que a frota da companhia do empresário americano Thomas Rainey, contava com quatro barcas a vapor, denominadas ‘Primeira’, ‘Segunda’ e ‘Terceira’, inauguradas em junho de 1862, e a barca ‘Quarta’, que seria inaugurada em março de 1866”. [43] 

Havia preços diferenciados para "pessoas calçadas e descalças". Os senhores eram "calçados", os  escravos eram os "descalços". 

Para “pessoas calçadas” o valor era 200 rs. 

Para “pessoas descalças” era 80 rs. 

Crianças de colo não pagavam. 

No Almanak Administrativo de 1867 está a informação que a companhia Ferry possuía quatro barcas de vapor chamadas Primeira, Segunda, Terceira e Quarta e se projetava a construção da Quinta, na Europa.[44] 

O gerente era o dr. Thomas Rainey. 

A barca "Nictheroy" de 1851 fazia a travessia em 22 minutos enquanto as demais levavam cerca de 30.[45] 

 

 

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A mudança e a organização do metodismo em Saltinho

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Junius Newman não organizou a Igreja Metodista em Niterói. Não desejou ou não conseguiu.

“Aparentemente, ele desejava começar os cultos da igreja metodista em sua casa, e talvez abrir uma escola, mas não foi capaz de fazê-lo.  Depois de cerca de seis meses, a família de Newman juntou-se a ele no Brasil e, aproximadamente um ano após a chegada de sua família, Newman mudou-se para Saltinho (1869), perto de Limeira, no que era a Província de São Paulo. [46]

Toda essa situação de cólera na cidade, guerra com o Paraguai que trazia lembranças desagradáveis e a situação dos escravos, certamente, não era um ambiente agradável para quem estava fugindo de uma situação semelhante nos EUA. 

Além disso, Newman não sabia o português. Tudo isso provavelmente pesou em ele decidir se mudar para Saltinho onde havia uma colônia de norte-americanos, especialmente de sulistas. 

Em 1871, Newman se dedicou a realizar seu ministério entre os emigrantes do sul dos EUA.

“Em uma carta escrita em 28 de abril de 1871, Newman afirmou que "agora estou tão situado que posso sair de casa para pregar quase tanto quanto fazia quando estava 'no trabalho regular"'. Na mesma carta, ele pediu para “ser reconhecido como missionário no Brasil”, sem “compensação como tal ... [da] Conferência”. E no terceiro domingo de agosto de 1871, ele organizou entre os colonos do sul a primeira igreja metodista do Brasil”.[47]

Em 1871, ele organizou a primeira Igreja Metodista no Brasil em Santa Bárbara com 9 norte-americanos.

Foi no terceiro domingo de agosto que ele organizou a primeira Igreja Metodista depois de 25 anos de silêncio.

“No início, a igreja de Newman incluía nove membros, mas gradualmente aumentou para "29 ou 30". Logo, Newman havia estabelecido um circuito de cinco estações de pregação e estava pregando entre os colonos em tempo integral”.[48]

Não havia um projeto missionário inicial do metodismo norte-americano de abrir uma Igreja no Brasil. Newman manifestou o desejo de vir porque seus amigos sulistas estavam vindo para o Brasil, embora tivesse o desejo de também de anunciar o Evangelho. 

O próprio missionário dos EUA James L. Kennedy afirmou no seu livro “Cinquenta anos de metodismo no Brasil”: 

“Em 1866 um número considerável de sulistas, que tinham sofrido prejuízos enormes em consequência dessa conflagração, resolveu emigrar para o Brasil. O rev. Junius E. Newman, que antes era homem de certa fortuna, tendo perdido tudo que possuía durante essa guerra, precisava de alguma forma restabelecer os seus haveres, Vendo muitos dos seus amigos e patrícios partirem para uma terra longínqua e estrangeira, resolveu acompanha-los, especialmente animado pela esperança de poder auxiliar na propaganda do Evangelho na ‘Terra de Santa Cruz’ pelos canais da Igreja Metodista”.[49] 

A afirmação é que ele veio “regularmente creditado como obreiro da Igreja Metodista Episcopal do Sul, sendo nomeado pelo bispo W.M. Wightman para o trabalho metodista no então Império do Brasil”.[50] 

Importante saber que não foi só o rev. Junius Newman que veio acompanhando os patrícios. Outros missionários de outras Igrejas evangélicas fizeram o mesmo, dentre esses missionários estão “o Rev. Dunn, episcopal, promotor da Colônia de Juquiá; o Rev. Ratcliff, batista; o Rev. Quillen; o Rev. Pyles, etc. Todos, ou quase todos, a fim de se manterem e às suas famílias, entregaram-se à agricultura, adquirindo ou arrendando uma porção de terra”.[51] 

O primeiro lugar de culto foi uma sala de alguns 14 pés quadrados, não assoalhada e coberta de sapê. A mesma sala tinha servido de venda onde se negociava em licores alcoólicos 

O circuito organizado por Newman chegou a ter 50 membros. “O primeiro lugar de culto foi uma sala de alguns 14 pés quadrados, não assoalhada e coberta de sapê. A mesma sala tinha servido de venda onde se negociava em licores alcoólicos”.[52] 

A característica mais notável dessa igreja nascente era a sua espiritualidade. 

Newman teve lutas, sua esposa faleceu em 1877. 

Até o ano de 1879, Newman foi superintendente da Missão no Brasil.[53] 

“Newman continuou a apelar à Igreja Metodista Episcopal do Sul para enviar jovens ministros para ajudar a pregar aos brasileiros. Ele também continuou a solicitar o reconhecimento de seu próprio trabalho entre os sulistas do Brasil, até que, em maio de 1875, a Junta de Missões ‘reconheceu o Rev. JE Newman, de Saltinho, Distrito de Limeira, Província de São Paulo, como nosso missionário naquele ponto”.[54] 

A Conferência Geral de 1874 determinou o estabelecimento definitivo de uma Missão no Brasil nomeando o missionário J.J.Ransom.

 

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A vida e o ministério de Annie Ayres Newman Ransom

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Annie Newman nasceu em Livingston, Sumter County, Alabama, em 25 de dezembro de 1856. Ela tinha apenas onze anos quando chegou ao Brasil. 

Em maio de 1879, Newman fixou residência em Piracicaba onde suas filhas Mary e Annie abriram um internato e externato começando com dez alunos e no final do ano chegou a 40 alunos. É chamado o “precursor do Piracicabano”, Colégio metodista em Piracicaba. 

John James Ransom procurou Newman depois que chegou ao Brasil. Ele veio para assumir a Missão Metodista no Brasil. 

Annie (1856-1880), filha de Junius Newman, foi a primeira professora de português de J.J.Ransom. Ele, contudo, resolveu estudar português em Campinas onde lecionou inglês e grego no Collegio Internacional fundado pelos presbiterianos.[55] 

Na verdade, foi Annie Newman quem começou a traduzir a literatura metodista para o português no Brasil 

Na verdade, foi Annie Newman quem começou a traduzir a literatura metodista para o português no Brasil. Ela traduziu alguns dos primeiros hinos para o português. Ela também traduziu o Catecismo do Bispo McTyeire sobre o Governo da Igreja e o Catecismo Wesleyano, nº 3, para o português”.[56] 

Mais tarde, Ransom escreveria com admiração sobre a capacidade de Annie de falar como os brasileiros instruídos falavam. 

Annie era uma pessoa maravilhosa. “Ransom descreveu a beleza do corpo e da alma de Annie. Ele descreveu sua devoção espiritual, sua força e seu amor pela Bíblia, escrevendo que ‘ela desejava ardentemente auxiliar no aperfeiçoamento da tradução portuguesa das Sagradas Escrituras; seus estudos por algum tempo antes de sua morte tinham sido direcionados para esse fim, embora ninguém além de mim soubesse do fato, nem da incansável indústria que ela exerceu sobre o domínio das línguas originais da Escritura. ‘Ela se esforçou:’ A variedade, a multidão e frequentemente a complexidade de seus compromissos assustariam uma mente mais fraca ou menos ordeira; mas durante tudo isso ela se portou não apenas com uma compostura feminina, mas com um espírito tão radiante e tão equânime que só poderia ser encontrado em alguém cuja inspiração estava no Trono da Graça.”[57]

Newman contou para Ransom sobre a conversão  de Annie aos seis anos de idade e Ransom descreveu  como a inocência e a beleza de Annie haviam causado  uma profunda impressão em seu coração anos atrás. Ele disse: “tenho certeza de nunca ter visto igual em qualquer outro. ‘Depois de concordar que ‘a vida de Annie, desde a infância, foi a mais adorável e a mais bela que jamais esperei ver neste mundo".[58] 

Annie era tão talentosa que, após se formar, foi procurada por várias escolas brasileiras. “Ela aceitou um cargo de professora no Colégio Rangel Pestana, que era uma escola feminina de elite em São Paulo que atendia a algumas das famílias mais destacadas da província. Uma das alunas dessa escola era filha de Prudente de Moraes, e foi enquanto ela lecionava nessa escola que os irmãos Barros procuraram Junius Newman para abrir uma escola em Piracicaba”.[59]

Newman desde Niterói desejava abrir uma escola no Brasil e se mudou para Piracicaba em 1879 para levar o projeto adiante e incentivou Annie a assumir. 

O missionário J.J. Ransom apoiou o projeto e, mais do que isso, fez um apelo para a Associação Executiva Geral da Sociedade Missionária da Mulher da Igreja Metodista Episcopal do Sul, que se reuniria em Louisville em 16 de maio-17 de 1879, “que, em resposta, havia prometido US $ 500 para a "escola de Miss Newman". No ano seguinte, a Woman's Missionary Society alocou US $ 1.000 para "fins escolares" no Brasil.[60] 

Annie com relutância aceitou abrir assumir a escola, pois seu desejo era se casar no final de ano com o missionário Ransom e ela seria a esposa de um missionário. Também ela sabia que depois os dois iriam se mudar para o Rio de Janeiro. 

Em 1877, faleceu Mary, a esposa do rev. Newman. Dois anos depois, ele decidiu se mudar para Piracicaba.[61] 

No dia do seu aniversário, 25 dezembro de 1879, Annie se casou com o missionário Ransom. 

Ranson foi com Annie morar no Rio de Janeiro e no dia 17 de julho[62] de 1880 ela faleceu.[63] 

Ransom e Annie oraram juntos - e então cantaram um hino: ‘Assim como eu - sem um apelo ... Ó Cordeiro de Deus, eu venho, eu venho 

Annie havia sido atacada por uma febre amarela que persistiu por cinco meses. O fim estava se aproximando. 

Annie deixou de lado sua caneta para sempre, “mas com seu último uso, ela deu a suas irmãs da Igreja ME, do Sul, uma prova de quão profunda e ternamente ela amava o trabalho para o qual alguns dias depois ela estava em algum sentido dar sua vida. ‘Annie sofreu por dez dias. Os opiáceos a inclinaram a falar e ‘ela contou sobre sua experiência cristã - como quando criança confiava em Deus com uma fé tão infantil que hesitava em não pedir a ele qualquer coisa necessária’. Ransom e Annie oraram juntos - e então cantaram um hino: ‘Assim como eu - sem um apelo ... Ó Cordeiro de Deus, eu venho, eu venho!"[64] 

O hino "Just am I am" todo diz:

 

Assim como eu sou, sem um apelo
Mas que Teu sangue foi derramado por mim
E que Tu me oferecesses vir a Ti
O Cordeiro de Deus, eu venho! Eu vim!

Assim como eu sou, embora jogado
Com muitos conflitos, muitas dúvidas
Lutas dentro e medos sem
O Cordeiro de Deus, eu venho, eu venho!

Assim como eu sou pobre, miserável, cego
Visão, riquezas, cura da mente
Sim, tudo que preciso, em Ti para encontrar
O Cordeiro de Deus, eu venho, eu venho!

Assim como eu sou, tu receberás
Bem-vindo, perdoe, limpe, alivie
Porque a tua promessa eu acredito
O Cordeiro de Deus, eu venho, eu venho!

Porque a tua promessa eu acredito
O Cordeiro de Deus, eu venho, eu venho
![65]

 

Ransom ficou abalado e foi passar um tempo nos EUA para se recuperar. 

Em 1880, Newman se casou com Lydia E. Barr. 

Foi um período de lutas. Em maio de 1883, Mary Newman e Leonor Smith, membros ativos da Igreja em Piracicaba, retiraram-se para Santa Bárbara por causa de enfermidades. Mary Newman se restabeleceu em Santa Bárbara. Depois abriu uma escola paroquial.[66] 

Em 1890, Junius Newman voltou para os EUA e faleceu em 1896.[67] Ele deixou um legado. J.L.Kennedy falou de “quão grande dívida de gratidão o nosso querido metodismo no Brasil tem para com este servo do nosso bom Deus”[68] e J.J. Ransom disse: “(...) foi nosso irmão J.E.Newman a pessoas que mais serviu de instrumento para que a nossa querida Igreja reiniciasse a sua propaganda do bendito Evangelho no Brasil”.[69] 

Uma história de sonhos, lutas e legado do rev. Junius  Eastham Newman. 

Sonho de refazer a vida e ter a liberdade e a felicidade de volta. 

Lutas pelas dificuldades de estar em uma terra estranha e numa língua que não conhecia, mas ele veio com fé e determinação. Luta porque perdeu a esposa e uma filha. 

Legado, porque lutou para implantar o metodismo permanente e insistiu com as autoridades metodistas para enviarem missionários. 

Temos uma eterna gratidão ao rev. Newman e à sua família. 

James Marshal Dawsey, autor de “Annie Ayres Newman Ransom (1856-1880) e o Metodismo no Brasil”, publicado no livro “Methodist History” disse: “Certamente, Annie Ayres deve ser lembrada como uma heroína do metodismo brasileiro. O papel que ela desempenhou no estabelecimento do padrão de educação metodista entre os filhos de brasileiros influentes marcou o futuro da denominação no Brasil”.[70]

Annie também deixou um grande legado.

É considerada uma heroína.

 

 

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[2] http://www.mluther.org.br/Imigracao/imigracao_i.htm. Imigração Alemã

ao Brasil e Rio Grande do Sul - I

[5] https://galeapps.gale.com/apps/auth?userGroupName=&sid=googleScholarFullText&oriURL=https://go.gale.com/ps/i.do?v=2.1&it=r&sw=w&id=GALE|A352614374&prodId=AONE&sid=googleScholarFullText&prodId=AONE

[6] James L. Kennedy, Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil, São Paulo, Imprensa Metodista, 1928,

p. 13; Eula L. Long, Do Meu Velho Baú Metodista, São Paulo, Imprensa Metodista do Brasil, 1968,

p. 24-25.

[7] H.C. Tucker, “O Centenário Methodista Sul-Americano”, in Expositor Cristão, 03/03/1936, p.1.

[8] Ibidem.

[9] Carta in Duncan A. Reily, História Documental do Protestantismo no Brasil. SP, ASTE.,

1984, p. 81-82. Também, José Gonçalves Salvador, História do Metodismo no Brasil.

São Paulo,

Imprensa Metodista, 1982, v. 1, p. 24s.

[10] Salvador. José Gonçalves. Historia do metodismo no Brasil. Imprensa Metodista, SP, 1982, p. 27.

[11] Ibidem., p.27.

[12] Ibidem., p.32-3.

[13] Ibidem., p.36

[14] Carta in Reily, História Documental do Protestantismo no Brasil. ibidem.,

p. 83-84.

[15] James L. Kennedy. Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil. SP,

Imprensa Metodista, 1928, p. 15

[16] Kidder, Daniel P. Reminiscências de viagens e permanência no Brasil.

 Rio de Janeiro.

Tradução de Moacyr N. Vasconcelos. São Paulo: São Paulo, Livraria Martins,

 1940, p.47.

[17] No seu livro “Do meu velho Baú metodista”, Eula Kennedy Long, afirma que Newman era um pregador leigo. Confira na página 53, publicado pela Junta Geral de Educação Cristã, em 1968.

[19] SALVADOR, José Goncalves. História do Metodismo no Brasil. 1982, p.54-55.

[20] REILY, Duncan Alexander. História Documental do Protestantismo no Brasil”. ASTE, São Paulo, 1984, p. 88.

[21] Idem.

[22] SALVADOR, José Gonçalves. História do Metodismo no Brasil. Centro Editorial Metodista de Vila Isabel, RJ, p. 32-33.

[23] Relatório do Desembargador J.T. Bastos em 21 de dezembro de 1865. Província do Rio de Janeiro, 1866, p.3.

[24] Cartório do 3° oficio. Livro de Notas 19, folhas 151 v°, 9 de Janeiro de 1868. 

[25] Idem.

[26] Relatório da Província da Rio de Janeiro sobre “Colonização’, 1869, p.27.

[27]Op. cit., p.7.

[28] WEHRS, Carlos. Memória Niteroiense, 1989, p.165.

[29] Idem

[30] Idem.

[31] WEHRS, Carlos. Niterói, Ontem e Anteontem, 1986, p.143 e¢ Memoria Niteroiense, 1989, p.102-112. 

[32] WEHRS, Carlos. Niterói, Ontem e Anteontem, 1986, p.97.

[33] Relatório do diretor de obras públicas Alfredo de Barros e Vasconcellos, em 31 de julho de 1866, sobre “Escravos do Evento”, p.27.

[34] SOUZA, José Antonio Soares de. Da Vila Real da Praia Grande a Imperial Cidade de Nictheroy, 1974, p.167

[35] WEARS, Carlos. Niterói, Hist6ria de um lugar. 1984, p.74-75.

[37] Informações de Nadir Zenith Belém de Moraes Silva, em 11 de novembro de 1997, esposa do Dr. José de Moraes Silva Junior, sobrinho do Dr. Epaminondas Monteiro, que era menor, quando o pastor Junius Newman alugou a Chácara das Neves, em 1986.

[40] CASADEI, Thalita de Oliveira. A Imperial cidade de Nictherói. 1988, p.207.

[41] Idem. 

[44] Idem.

[45] Idem.

[47] Idem.

[48] Idem.

[49] KENNEDY, J. James. Cincoenta anos de methodismo no Brasil, p.16

[50] Idem.

[51] SALVADOR. José Gonçalves. História do Metodismo no Brasil. Centro Editorial Metodista de Vila Isabel, RJ, p.31.

[52] Op.cit, p.17.

[53] Op.cit., p.17.

[57] DAWSEY, James Marshal. Annie Ayres Newman Ransom (1856-1880) and Methodism in Brazil. Publicado no METHODIST HISTORY pela General Commission on Archives and History of The United Methodist Church, U.S.A., 1995, p.162-172.

[58] Idem.

[59] Idem.

[60] Idem.

[62]  Alguns outros colocam sua morte em março de 1880. Salvador. José

Gonçalves. História do metodismo no Brasil. Imprensa Metodista, SP, 1982, p.79.

[63] Op.cit., p.61.

[64] DAWSEY, James Marshal. Annie Ayres Newman Ransom (1856-1880) and Methodism in Brazil. Publicado no METHODIST HISTORY pela General Commission on Archives and History of The United Methodist Church, U.S.A., 1995, p.162-172.

[66] KENNEDY, James L. Cincoenta anos de methodismo no Brasil, São Paulo, Imprensa Metodista, 1928, p.32.

[67]  Op.cit, p.57.

[68] KENNEDY, James L. Cincoenta anos de methodismo no Brasil, São Paulo, Imprensa Metodista, 1928, p. 19.

[69] Idem.

[70] DAWSEY, James Marshal. Annie Ayres Newman Ransom (1856-1880) and Methodism in Brazil. Publicado no METHODIST HISTORY pela General Commission on Archives and History of The United Methodist Church, U.S.A., 1995, p.162-172.

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