Entre a Perseguição e a Liberdade,
Missões Wesleyanas na Rússia
Odilon Massolar Chaves
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96710 de 19 de fevereiro de 1998.
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Tradutor: Google
Toda glória a Deus!
Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em
Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no
século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de
Teologia.
Declaração de direitos autorais: Esses
arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que
está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.[1]
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O “protestantismo
na Rússia tem uma longa história de altos e baixos. Até o início do século 20,
ser protestante era um crime. O metodismo chegou à Rússia há mais de 120 anos.
Dependendo do ambiente político, no entanto, teve períodos de crescimento
interrompidos por tempos de luta. A Rússia pós-soviética tem sido mais aberta.
À medida que a Igreja Metodista Unida cresceu lá, também cresceu a necessidade
de clérigos mais treinados.”[1]
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Índice
·
Introdução
·
A origem do metodismo na Rússia
·
O surgimento do ateísmo na Rússia
·
Revolução Bolchevique de 1917 persegue à
Igreja
·
O missionário metodista que se opôs à
Revolução Bolchevique
·
Uma santa e um mártir metodista na Rússia
·
A ressurreição do metodismo na Rússia
pós-soviética
·
A invasão e as consequências para os
metodistas na Ucrânia
· A religião como aliada do Governo
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Introdução
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“Entre a Perseguição e a Liberdade,
Missões Wesleyanas na Rússia”[2]
é um livro de 49 páginas que trata da história das missões wesleyanas e
das perseguições e martírio dos metodistas que passaram a acontecer após 1917
quando houve a Revolução Bolchevique na Rússia.
É uma história de fé, luta,
perseguição e sobrevivência de metodistas em tempos de ateismo russo.
Foram vários os mártires em diversas
Igrejas. Destacamos alguns lideres metodistas que pagaram com a vida o fato de serem testemunhas de Jesus.
Victoria Smolkin[3], escritora e professora da Universidade Wesleyana, membro do Corpo docente fala em “confronto do
ateísmo científico soviético com a religião”.[4]
Lidamos com fatos históricos e
escrevemos para formar consciências e honrar a tantos que se dedicaram em
extremo pelo Evangelho e Igreja Metodista.
A pesquisa foi, acima de tudo, nas
redes sociais por não termos tantos livros escritos sobre o metodismo e o
ateismo sovietico.
Apesar da Uscirf (Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional) classificar a Rússia como um dos países que mais violam a liberdade religiosa no mundo,[5] é inegável que há mais liberdade religiosa na Rússia pós-soviética[6] do que no período do ateísmo.
Por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia, os dois países passaram a pertencer à Conferência Metodista diferente.
Posteriormente,
“os Metodistas Unidos da Rússia, Bielorrússia, Quirguistão, Cazaquistão e
Estônia iniciaram o processo para deixar a denominação principal”, a Igreja
Metodista Unida, por questões relacionadas especialmente ao homossexualismo.
O Autor
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A origem do metodismo na Rússia
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Foi o pastor metodista da Suécia
Carl Lindborg quem iniciou o trabalho metodista na Rússia em 1882. Ele fundou a
primeira congressa metodista russa em São Petersburgo em 1889.[7]
“Foi em 1882 e em 1889 em São
Petersburgo a primeira congregação metodista russa foi estabelecida. As pessoas
que serviram lá eram principalmente da Suécia e da Finlândia. Ainda estava
longe do dia em que a Igreja Metodista foi oficialmente reconhecida ...
O mês de abril de 1905 trouxe
mudanças na vida dos protestantes, incluindo os metodistas. “O manifesto sobre
a tolerância” foi publicado na Rússia. Este documento permitiu que os
metodistas trabalhassem com mais liberdade”. [8]
Em 1906, um novo impulso foi dado ao
metodismo na Rússia com a chegada do pastor Hialmar F. Salmi, nascido em São
Petersburgo. “Ele teve uma educação teológica, falava russo muito bem, falava
as línguas finlandesa e sueca. Tudo isso serviu como um novo impulso para o
desenvolvimento do Metodismo em São Petersburgo e na região. Em março de 1907
ele recebeu permissão oficial do estado para obras públicas da Igreja
Metodista”.[9]
Também em 1906 chegou mais um pastor
metodista, o missionário dos EUA George A. Simons que foi ser pastor na
Finlândia e Peterburg.
Em 1907, Dr. George A. Simons se
tornou um pastor residente em São
Petersburgo. Em 1908, foi inaugurada a Casa Betânia Diaconal.
“Sob a orientação de George Simons,
a publicação intensiva de edições periódicas de sua Igreja Metodista:
“Methodism in Russia” (em inglês) e revista “Christian Defender”. Também
algumas edições editoriais metodistas: “Catequistas canônicos”, “Doutrinas e
disciplinas da Igreja Episcopal Metodista”, “Metodistas: quem são e o que
querem”. Também foi publicada a brochura de John Wesley “Character of
Methodist”. A revista de São Petersburgo
“Christian Defender” - é o primeiro órgão de publicação da Igreja Metodista”. [10]
Em 1909, a Igreja Metodista na
Rússia registrada oficialmente. Recebeu o nome de “Primeira Igreja Metodista
Episcopal de Peterburg”.
“A congregação uniu 132 pessoas de 9
nacionalidades sob a orientação do pastor DA Simons. Na casa nº 37 décima linha
de Vasilievskiy Islândia, em local alugado, aconteciam reuniões diárias que
atraíam os habitantes da cidade”.[11]
Em 1910, os metodistas de diferentes
nacionalidades já passam de 500 membros.
A ênfase era nas áreas de social,
missionária e educacional.
“Desde o início, cuidar dos pobres,
doentes e aqueles que precisavam de ajuda era uma parte importante de seu
ministério. Então, em setembro de 1908, na casa # 44 na terceira linha de
Vasilievskiy Islândia durante o tempo de cólera epidêmica, a congregação de
diáconos “Betânia” com a cabeça de sua mentora Anna Aklund começou a
funcionar”.[12]
A abertura desta congregação se
tornou notícia na capital do Norte.
Os primeiros metodistas russos se
dedicaram às missões e investiram na China e na cidade de Mariinsk. Houve um rápido crescimento com estudos
bíblicos sob a liderança de ministros experientes.
“Em janeiro de 1911 na cidade Kovno
(era o nome da cidade Kaunas até 1917), a casa de oração metodista foi
inaugurada e em julho de 1912 foi realizada a primeira reunião do distrito
missionário da Rússia. A partir dessa época, a missão da Rússia tornou-se o
ramo independente da Igreja Metodista Episcopal. Naquele momento na parte norte
da Rússia estavam 13 pregadores, 15 congregações metodistas, 9 escolas
dominicais (onde estudavam mais de 700 crianças), 2 capelas e duas casas de
oração que estavam em processo de construção. Os primeiros pregadores russos
apareceram - AI Ivanov e NP Smorodin”. [13]
Quando os agricultores
russo-coreanos e coreanos étnicos fugiram da invasão japonesa de 1910, a missão
Sibéria-Manchuria foi lançada pela Igreja Episcopal Metodista, Sul.
“O metodismo cresceu nas bordas do
império. Um grande número de devotos ajudou a construir igrejas, escolas,
clínicas e orfanatos. Dentro desses bolsões de influência, havia grande
esperança para futuras congregações”.[14]
Havia um hinário com 100 hinos: “Em
1913, foi publicado um livro de hinos contendo 100 hinos bem conhecidos
traduzidos para o russo. Isso foi seguido por um livro de adoração em 1924”. [15]
A Igreja Metodista estava se
desenvolvendo bem. “Em 1914, em São Petersburgo, no Bolshoi Prospect, casa nº
58 o prédio foi comprado. Naquele lugar, em 1º de março de 1915, a igreja
metodista foi consagrada. Aqui também foi localizado o Escritório Central
Metodista na Rússia e escritório editorial de "Christian Defender".[16]
A Igreja Metodista estava se
espalhando também por outros lugares da Rússia. “No outono de 1921, o prédio da
igreja metodista em Vladivostok foi consagrado”.[17] Na cidade Nikolsk-Ussuriisk foram
abertas escolas da Igreja para meninos e meninas.
Havia ainda cerca de 40 locais de
culto até 1927. O metodismo tinha chegado também na Sibéria.
“Em 1927, havia quarenta locais de
pregação em Leningrado e arredores (como São Petersburgo já era conhecido); e
também houve uma presença metodista na Sibéria - devido ao afluxo de refugiados
coreanos fugindo da ocupação japonesa de sua terra natal (1910)”.[18]
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O surgimento do ateísmo na Rússia
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Em 1917 aconteceu a Revolução Bolchevique
na Rússia ou Revolução Russa, que implementou o ateísmo.
A revolução se fundamentou em Karl
Marx, que afirmava que a religião era o ópio do povo. Ele criou as bases da
doutrina comunista.
[19]
Marx disse: “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o
coração do mundo sem coração e o espírito das condições sem espírito. Ela é o
ópio do povo”.[20]
A ênfase era em ciências e não em milagres: “Na linha do materialismo
marxista, sendo a religião o ópio das massas, a URSS queria Ciência em vez de
milagres”.[21]
Portanto, após a revolução de
1917, os missionários, pastores e nem Deus eram bem-vindos na Rússia. Mais do
que atrapalhar, eles estariam impedindo o desenvolvimento.
“O golpe na fé foi severo já
que, das 50.000 igrejas ortodoxas em 1917,
sobraram 1.000 no fim dos anos 30”.[22]
Nem templos budistas, sinagogas
ou mesquitas ficaram de pé.
“O ateísmo de Estado da União Soviética era conhecido como gosateizm,
e era baseado na ideologia do marxismo-leninismo”.[23]
A formação da Liga dos Ateus Militantes piorou a situação das Igrejas. Ela teve “o
objetivo de apoiar, através da propaganda e outros veículos de comunicação, as
medidas antirreligiosas do governo”.[24]
Mas foi muito mais do que isso, segundo pesquisadores.
“A Liga de militantes ateus, fundada em 1929, ajudou o
governo soviético no assassinato de milhares de crentes e de seus líderes.
Muitos templos foram convertidos em celeiros, depósitos e ‘museus do
ateísmo’, enquanto eram realizados com frequências manifestações que promoviam
o escárnio da religião e dos fieis”.[25]
Os cristãos foram perseguidos ao longo da história da União Soviética (1922-1991).
“As autoridades soviéticas suprimiram e perseguiram, em
diferentes graus, várias formas de cristianismo, dependendo do período
particular.”[26]
Lenin, Stalin e Mao Tse- Tung levaram adiante o que Marx idealizou. que
Marx:
“(...) a ditadura que Marx
idealizou para si mesmo foi levada a efeito por seus três mais importantes
seguidores: Lenin, Stalin e Mao Tse- Tung, com
incalculáveis consequências para a humanidade e nesse ponto foram, todos eles,
marxistas convictos. Os regimes comunistas russo e chinês tinham uma
característica em comum, a violência. Courtouis (1999, p. 7) afirma que: [...]
desde o início, Lênin e seus camaradas se situaram no contexto de uma “guerra
de classes” sem perdão, na qual o adversário político, ideológico, ou mesmo a
população recalcitrante eram considerados - e tratados – como inimigos e
deveriam ser exterminados. “Os crimes cometidos pelos regimes comunistas somam
cerca de cem milhões de mortos. Estima-se que vinte milhões de pessoas tenham
sido exterminadas na URSS e sessenta e cinco milhões na China”.[27]
Outros afirmam que o número foi de 12 milhões de mortos.
“Estima-se que o número de cristãos mortos pelo regime socialista ateu chega a
12 milhões. Esses dados são mostrados em detalhes no documentário ‘Martirizados
na URSS’, que mostra as atrocidades dos regimes de Lênin, Stalin, Kruschev e
outros”.[28]
“A União Soviética abraçou, vigorosamente, o ateísmo enquanto
parte da sua ideologia política, pregando e agindo ativamente em prol da
extinção de todos os credos e de todas as estruturas de apoio e disseminação de
ideias religiosas em todo o território soviético”.[29]
O professor Hector Avalos[30] afirmou: “A ideia de que o ateísmo foi responsável pelo
terror em larga escala sob o governo de Stalin é parcialmente verdadeira. O
ateísmo certamente foi um elemento da razão para a violência antirreligiosa ao
longo da era soviética. O fator mais importante, entretanto, parece ter sido
político”.[31]
A professora de história Victoria
Smolkin da Universidade Wesleyana de Connecticut, EUA,
afirmou que “o ateísmo prevaleceu na ideologia soviética, especialmente
nas décadas de 1920 e 1930. No entanto, a religião nunca desapareceu totalmente
da vida da Rússia e das repúblicas soviéticas”. [32]
Nos finais da década de 1980, a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS) entrou em colapso.
Mikhail Gorbachev havia sido eleito em 1985
para realizar a reconstrução chamada de Perestroika para garantir a
subsistência do regime soviético, mas foi em vão. Acabou contribuindo para a
implosão da URSS.
“Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachev finalmente renunciou
também ao cargo de presidente, reconhecendo, assim, o fracasso de suas reformas
e o colapso da União Soviética. A partir de então, foi formada, entre
ex-integrantes das repúblicas soviéticas, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI),
que implantou o modelo de representação política de acordo com a sua
realidade”.[33]
Um dia após a renúncia de Mikhail Gorbachev,
dia 26 de dezembro de 1991, também foi dissolvida a União das Republicas
Soviéticas, a URSS.[34] “O Soviete Supremo — reconheceu formalmente a
independência de 15 novos Estados, encerrando assim a existência
da União Soviética”.[35]
Com isso, houve abertura para as Missões do cristianismo em diferentes países.
Os Metodistas Unidos priorizaram o
fortalecimento e desenvolvimento de congregações e de líderes de igrejas nos
países do antigo Bloco Soviético da Europa Oriental e Central.
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Revolução Bolchevique de
1917 persegue à Igreja
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A revolução mudou drasticamente o
destino da Rússia e das igrejas cristãs.Em 1917, os bolcheviques[36] deram origem a Revolução Bolchevique.
“A Revolução Bolchevique de 1917 na Rússia provocou diferentes reações entre os metodistas. O bispo do norte dos Estados Unidos James Bashford lamentou que o metodismo não tenha gasto mais em missões na Rússia, garantindo que ‘a democracia russa teria se mantido firme na crise provocada pela revolução".[37]“
O ateísmo passou a ser a doutrina
oficial do partido comunista.
"Adorar qualquer deus é uma
necrofilia ideológica", escreveu certa vez o líder bolchevique Vladímir
Lênin a Maksím Górki. Em outubro de 1917, os bolcheviques, ateus marxistas
radicais, tomaram o poder. Esmagar a religião em geral - e, em particular, a
ortodoxa – era parte central de seu programa. Mas os bolcheviques nunca
proibiram a Igreja totalmente, ‘apenas’ a oprimindo.” [38]
Após 1917, o bispo Nuelsen da Igreja
Episcopal Metodista chegou a relatar que os soviéticos não interferiam “mais na
adoração de qualquer seita que não se oponha ao governo. Chegou-se a decidis
que três bispos episcopais metodistas iriam a “Moscou em abril para apresentar
o credo social ao governo para aprovação e cooperar no trabalho dos destinos da
mal desorganizada Igreja Russa”.[39]
Mas a história revela que posteriormente, o teólogo[40] e bispo metodista John Louis Nuelsen (1867-1946),[41] que nasceu e morava na Suíça, foi chamado pelos ministros de Hitler para colaborar com o regime.
Ele foi convidado a visitar prisões e conversou com presos políticos. Depois enviou telegramas para o exterior protestando contra a imprensa britânica e americana por supostas denúncias de atrocidades. Posteriormente, ele “visitou os EUA em nome de Hitler para proteger sua igreja, mas em cartas privadas ele indicou que temia e odiava o nazismo, e ele eventualmente se aposentou e fugiu para a Suíça”.[42]
O fato é que o surgimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas “resultou no confisco da propriedade da igreja e na perseguição dos fiéis metodistas”.[43]
Até
a Catedral Ortodoxa Russa foi demolida em 1930 pelos russos. Ela “era um dos
pontos turísticos mais notáveis de Baku. Foi demolida em 1930 durante o governo
de Stalin. O ateísmo era a doutrina oficial do Partido
Comunista. Apesar de objetivar a extinção completa das
religiões, num primeiro momento algumas igrejas foram poupadas da destruição e
fechamento arbitrário”.[44]
Mas a Igreja Ortodoxa Russa sobreviveu a esse período.
“Mesmo com as prisões e mortes de milhares de padres, a Ortodoxia Russa ainda conseguiu chegar a acordos com os líderes soviéticos e sobreviver aos bolcheviques”.[45]
No dia da celebração do Natal, em 25
de dezembro de 1931, a igreja metodista que estava localizada no prospecto
Bolshoi, casa nº 58, parou de funcionar.[46]
A Igreja metodista Nikolsk na cidade
de Ussuriisk foi apagada.
Em 1937, o regime stalinista fez
cessar o trabalho metodista na Rússia.
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O missionário metodista que se opôs à Revolução Bolchevique
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George Albert Simons (1874-1952) nasceu nos EUA. Era do Estado de Nova York
e “foi o primeiro e único missionário americano da Igreja Episcopal Metodista
nomeado como superintendente da Missão Russa”.[47]
Foi um missionário pioneiro do metodismo na Rússia e Báltico.
Simons chegou a São Petersburgo em 1907 no reinado do czar Nicolau II.
O trabalho missionário metodista na Rússia estava crescendo com Simons.
“Ele conseguiu registrar a primeira congregação metodista em São Petersburgo em 1912, com base no registro da congregação metodista em 1906 em Kaunas, Lituânia, então parte do Império Imperial Russo. Simons logo dominou a língua russa, e ele estabeleceu numerosas congregações dentro e ao redor de São Petersburgo e tão longe do leste quanto Marinsk. Trabalhador incansável, desenvolveu um extenso programa editorial de recursos metodistas: hinos, periódicos, liturgias, disciplina e crenças, etc.”[48]
Simons chegou a apoiar à Revolução Belchevique, mas depois se opos e precisou
deixar a Rússia em 1918. Ele testemunhou, em 1919, no Congresso dos EUA contra
o ‘terrorismo não cristão, anti-americano e ódio de classe que é a alma do
bolchevismo".[49]
Ele alertou ao Senado dos EUA sobre um regime "cruel", "infernal",
"diabólico" e "Anticristo", dominado por agitadores
"iídiches" com laços preocupantes com radicais judeus em Nova York”.[50]
Segundo Simons, centenas de judeus de Nova York estavam entre os
“agitadores”. Ele afirmou perante o Senado dos EUA que “o regime soviético
era composto por 16 russos reais e 371 judeus, e 265 desse número veio do lado
leste de Nova York."[51]
Esse fato foi confirmado por William Welsh, um banqueiro americano que
trabalhou na Rússia entre julho de 1916 e setembro de 1918. Ele declarou ao
comitê: "Pode ser bom explicar um pouco o fato geral de que a maioria dos
líderes bolcheviques são judeus, a fim de evitar mal-entendidos. Na Rússia é
sabido que três quartos dos líderes bolcheviques são judeus."[52]
“Sob os czares, os judeus – que eram aproximadamente 5 milhões
no Império Russo nos anos 1880 e cuja maioria vivia na pobreza –
haviam sido confinados à Zona de Assentamento Judeu, onde enfrentaram
preconceitos e perseguições, geralmente na forma de leis discriminatórias”.
[53] Eram vítimas frequentes de perseguição (...).
Simons havia vivido uma situação doentia na Rússia, após a revolução. Em
julho de 1917, “após ‘um reinado de terror enervante’ prevalecer em São
Petersburgo por alguns dias, Simons teve ‘um
colapso nervoso bastante grave". [54]
Em agosto de 1918, Simons já havia telegrafado à junta missionária
metodista dizendo que a Rússia já havia sofrido de agonia incontável sob o
terrorismo do socialismo da Rússia.[55]
Ele foi muito corajoso. “Quando veio a Revolução Bolchevique, Simons a
princípio a acolheu e procurou abraçá-la, mas ao tomar consciência da postura
anti-religiosa da revolução, fez muitas declarações anti-revolucionárias que
lhe renderam o desfavor do governo soviético. De qualquer forma, ele foi
forçado a deixar a Rússia em 1918, para seu pesar e contra sua vontade.”[56]
Simons foi transferido para os balticos, em Riga, na Letônia. Tinha a alma
de poeta e era um peregrino. Desenvolveu o metodismo nos balticos.
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Uma santa e um mártir metodista na Rússia
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Diversos leigos e pastores
metodistas sofreram, foram perseguidos, expulsos ou morreram devido à
perseguição russa.
Uma santa metodista da Rússia
Anna Eklund (1867-1949) nasceu na Finlândia e se tornou diaconisa da Igreja
Metodista na Rússia.
O metodismo começou entre os imigrantes suecos em São Petersburgo, na
Rússia, em 1881. Desde o início, o metodismo cuidou dos pobres, doentes e
necessitados.
Quando o pastor metodista Gorge
A. Simons teve que deixar a Rússia por causa de sua crítica à Revolução
Bolchevique de 1917, “ele deixou a Irmã Anna Eklund, que havia sido designada
em 1908 para São Petersburgo como diaconisa da Igreja Metodista Episcopal
Rússia. Ela foi assistida pelo Rev. Oscar Poeld, um pastor episcopal metodista
nascido na Estônia que foi designado para São Petersburgo em 1921 pelo bispo
John L. Nuelsen e falava estoniano, alemão e russo”.[57]
Em 1908, a Casa Diaconal Betânia foi aberta, chefiada por sua mentora Anna
Eklund durante a epidemia de cólera. Anna foi treinada em Hamburgo e Frankfurt.
Cuidar dos pobres, doentes e aqueles que precisavam de ajuda era uma parte
importante do ministério metodista. “Então, em setembro de 1908, na casa # 44
na terceira linha de Vasilievskiy Islândia durante o tempo de cólera epidêmica,
a congregação de diáconos “Betânia” com a cabeça de sua mentora Anna Aklund
começou a funcionar”.[58]
Ela e quatro irmãs ofereceram cuidados de enfermagem e ajuda humanitária.
Em 1909, a Igreja Metodista foi legalizada e, em 1910, havia 500 membros em São
Petersburgo.
O metodismo continuou na Rússia mesmo após a Revolução de 1917, através dos
esforços de Anna Eklund.
Anna é admirada por sua fidelidade, bravura e seu coração sacrificial em
seu ministério para Deus e próximo.
“Diaconisa Anna Eklund não poupou sua energia nem sua saúde quando ela
ministrou para pessoas que estavam morrendo por milhares de fome e cólera na
1920. No inverno, muitas pessoas não tinham sapatos para manter os pés
aquecidos. Irmã Anna fez o impossível para organizar ajuda para os pobres e
doentes de São Petersburgo. Ela deu tudo o que tinha para salvar vidas das
pessoas e cuidar de suas almas.”[59]
Ela era uma ministra única. Um orfanato foi aberto perto de São
Petersburgo.
Em 25 de dezembro de 1931, o novo regime na Rússia fechou a igreja metodista
localizada em Bolshoi. Em 1937, o regime stalinista forçou o fechamento da
Igreja Metodista na Rússia.
Forçada a terminar seu trabalho, Anna voltou para a Finlândia em 1939. Mas
seus sonhos se tornaram realidade: o metodismo renasceu na Rússia.
Foi criado o Prêmio Anna Eklund para os que se destacam no serviço pioneiro
do metodismo na Rússia.
Um livro foi publicado sobre sua vida: Irmã Anna Eklund, 1867-1949: uma
santa metodista na Rússia; suas palavras e testemunho, St. Petersburg
1908-1931”.[60]
Martírio de missionário
metodista coreano
Kim Yeong-hak (1877-1933) nasceu em Geumcheon, Seul, Coréia. Sua família era aristocrata.
Ele teve um encontro casual com um grupo evangélico onde ouviu a mensagem do evangelho e se arrependeu. Kim se tornou um cristão e um colportor, espalhando Bíblias.
Depois, em 1911, Kim “assumiu funções como evangelista; ele se formou no Seminário Hyeopseong e, em 1918, foi ordenado ministro. Ele foi ministro-chefe de várias igrejas em sucessão, incluindo a Igreja Jonggyo e a Igreja Supyogyo em Seul. Em 1919, quando o Movimento da Primeira Independência de Março se espalhou pelo país, ele era o pastor responsável na Igreja Yangyang em Gangwon-do. Ele estava no centro do Movimento Yangyang Mansei (Long Live Korea)”. [61]
Por suas atividades no movimento, pastor Kim passou três anos na prisão de Seodaemun, em Seul.
Em 1922, depois de ser libertado, ele pediu e serviu como missionário aos coreanos em Vladivostok, Rússia, por nove anos.[62]
“Desde o início dos anos 1920, a Igreja Metodista iniciou o trabalho missionário na Manchúria e na Sibéria, principalmente por meio dos esforços do Rev. Yang Ju-sam. Muitos coreanos se mudaram para essas áreas para escapar da perseguição do império japonês”.[63]
Na Rússia, depois da revolução comunista de 1917, as Igrejas foram perseguidas. Kim foi pastorear os coreanos na Rússia mesmo sabendo das perseguições.
“Em 1930, o Partido Comunista Russo o deteve como criminoso reacionário e tentou forçá-lo a rejeitar sua fé. Ele recusou; e no ano seguinte ele foi condenado a 10 anos de trabalhos forçados e enviado para a Sibéria, onde morreu antes do final de seu mandato”.[64]
Um filme, “O Martírio,” lançado em 2015, na Coréia do Sul, trata da vida dos missionários Kim Yeong-Hak e o rev. Bae Hyeong-gyu (1965-2007) da Igreja Presbiteriana, em 2007, foi sequestrado com 22 outros cristãos voluntários da Comunidade Saemmul, em Bundang, Coréia do Sul., que haviam ido ao Afeganistão para praticar ações humanitárias.[65]
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A ressurreição do metodismo na na
Rússia pós-soviética
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Após a queda da URSS, as Igrejas
Evangélicas e o metodismo ressurgiram.
“Quando a escassez de alimentos
ameaçou a população após o colapso do governo, os Metodistas Unidos
responderam. Em 1991, o Comitê Metodista Unido de Ajuda foi designado como a
principal agência de ajuda humanitária pelo governo russo”.[66]
Desde a queda do comunismo no início
da década de 1990, os Metodistas Unidos colocaram uma
prioridade no fortalecimento e desenvolvimento de congregações e líderes de
igrejas nos países do antigo Bloco Soviético da Europa Oriental e Central.
“A Conferência Geral de 1992 aprovou
a Conferência da Missão Metodista Unida da Rússia; hoje, a Eurásia é a maior
área geográfica episcopal da denominação, abrangendo 11 fusos horários.”[67]
“(...) apesar de todas as
dificuldades, o desenvolvimento da Igreja Metodista na Rússia continuou com
nova força. Desta vez, aconteceu por causa de missionários dos Estados Unidos
da América, Alemanha, Coréia e Libéria. Foram Cristina Hena, Yong Chol Cho e
Susanna Cho, William e Grace Wornok, Tom e Nancy Hoffman, Terence e Evelyn
Erbely, Son Le Kim, Gerald e Natalie Tyson, Joon Sung Park e Helen Park,
William e Helen Lavlais. A Igreja Metodista da Estônia teve um grande impacto
na segunda onda do Metodismo na Rússia. Os maiores centros do renascimento do
Metodismo se tornaram Moscou, Samara e Yekaterinburg”. [68]
O pastor Yong Chol Cho estabeleceu a
Igreja Metodista Central Unida em Moscou, que mais tarde deu origem às
primeiras Igrejas Metodistas de Moscou - Mytischy, Vnukovo, Perovo.
Em 1992, o Rev. Cho, juntamente com
missionários de outras denominações, organizou o trabalho do Seminário
Teológico Unido, onde estudou os primeiros ministros do Metodismo Russo
moderno.
“Em 1993, a Igreja Metodista Unida
da Rússia recebeu a aprovação do Estado, confirmada em 1999 pelo Ministério da
Justiça da Federação Russa. A Igreja recebeu o estatuto de “Organização
religiosa centralizada”. O primeiro Bispo da Igreja Metodista Unida da Rússia
foi Rudiger R. Minor.”[69]
Em 1995, o Seminário Teológico da
Igreja Metodista Unida da Rússia começou seu trabalho. Estava preparando
pastores e ministros para a igreja. Os graduados do seminário, a partir de
1997, recebem nomeações e exercem a pastoral em todo o território da ex-União
Soviética.
Em 1999 foi inaugurado o curso de
estudos a distância do seminário. Era chefiado pelo reitor do Seminário Andrey
Kim.
Na Rússia, a Igreja Metodista Unida
novamente começou a publicar na imprensa periódica e reiniciou a publicação de
livros metodistas na língua russa.
Foi organizada a Conferência Anual
da Igreja Metodista Unida da Rússia, de acordo com os princípios da Igreja
Metodista Unida.[70]
“De acordo com os dados apresentados
pelo Seminário Teológico da Igreja Metodista Unida Rússia, existem atualmente:
·
Mais de 110 igrejas;
·
188 escolas dominicais;
·
4 Conferências Anuais Metodistas Unidas” .[71]
As quatro Conferenciais Anuais
incluem: Rússia Central, Noroeste da Rússia, Rússia do Sul, Ucrânia e Moldávia,
Rússia Oriental e Ásia Central e são divididas em 11 distritos (Distrito Norte
de Moscou, Distrito Sul de Moscou, Distrito de Volga, Distrito de São
Petersburgo, Distrito de Novgorod, Distrito Ocidental), Distrito Central de
Solo Negro, Distrito Norte do Cáucaso, Distrito Leste, Distrito Oeste, Distrito
de Ural, Distrito Extremo Oriente da Sibéria, Ásia Central) servido por:
127 homens e mulheres com nomeação,
incluindo: 37 clérigos ordenados, 38 trabalhadores comissionados.[72]
A abertura na Rússia pós-soviética
A Rússia pós-soviética tem sido mais aberta à religião.
O artigo 28 da Constituição garante liberdade
de pensamento e religião, assim como a liberdade de não professar nenhuma
religião.[73]
Mas nem todos tem a liberdade de se organizar na
Rússia como as Testemunhas de Jeová e outros por serem considerados extremistas. “O mais
alto Tribunal de Direitos Humanos da Europa está focado em punir a Rússia por
violar os direitos à liberdade de religião dos Testemunhas de Jeová”.[74]
O fato é que o “protestantismo na Rússia tem uma longa história de altos e baixos. Até o início do século 20, ser protestante era um crime. O metodismo chegou à Rússia há mais de 120 anos. Dependendo do ambiente político, no entanto, teve períodos de crescimento interrompidos por tempos de luta. A Rússia pós-soviética tem sido mais aberta. À medida que a Igreja Metodista Unida cresceu lá, também cresceu a necessidade de clérigos mais treinados.”[75]
Segundo Victoria Smolkin[76], escritora e professora da Universidade Wesleyana em Connecticut, EUA, “o retorno da religião à política e à vida pública em 1988 rompeu os laços entre o ateísmo e o Estado soviético”.[77]
Victoria Smolkin escreveu, em 2018, seu primeiro
livro: “Um espaço sagrado nunca está vazio: uma história do ateísmo soviético”.[78]
Tendo alguma semelhante com o tema do nosso livro “Missões wesleyanas em tempo do ateismo soviético”, o livro de Victoria Smolkin “apresenta a primeira história do ateísmo soviético desde a revolução de 1917 até a dissolução da União Soviética em 1991. Explora o significado do ateísmo para a vida religiosa, para a ideologia comunista e para a política soviética”.[79]
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A invasão russa
e as consequências para os metodistas na Ucrânia
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Milhões de refugiados, centenas de mortos, um país sob ataque da Rússia desde 24 de fevereiro de 2022.
As consequências para todos têm sido terríveis e para os metodistas não é diferente.
A origem do metodismo na Ucrânia
O metodismo chegou à Ucrânia antes da Primeira Guerra Mundial, mas a Rússia fechou as Igrejas metodistas e somente uma congregação permaneceu.
“Algumas congregações foram plantadas na Ucrânia antes da Primeira Guerra Mundial, notadamente perto de Uzhgorod e Ternopil, mas destas, todas menos a comunidade em Uzhgorod foram fechadas durante a era soviética”.[80]
O ressurgimento das igrejas atuais
na “Ucrânia começou após o fim da União Soviética, que trouxe um fluxo e
disseminação de missionários metodistas unidos dos Estados Unidos, Alemanha e
Libéria para muitas das nações recém-independentes na década de 1990”.[81]
Há diversas congregações metodistas unidas na Ucrânia, dentre elas, Kiev, Lviv, Kamyanitsa, Uzghorod, Klarkiv, Poltova e Chernivtsi, “bem como as duas áreas separatistas reconhecidas pela Rússia em Donetzk e Luhansk”.[82]
“Os metodistas unidos têm congregações e parceiros de missão em solo na Ucrânia, oferecendo esperança, apoio e ajuda de todas as formas que puderem”.[83]
A Ucrânia, junto com a Moldávia, faz parte da Conferência Anual Provisória da Igreja Metodista Unida da Ucrânia-Moldávia liderada pelo Bispo Eduard Khegay.
“Esta área episcopal também inclui a Conferência Da Rússia Central, a Conferência Anual Provisória da Rússia Oriental e da Ásia Central, a Conferência Anual Provisória do Noroeste da Rússia e a Conferência Anual Provisória da Rússia do Sul. Estas incluem as nações da Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Uzbequistão”.[84]
As consequências da invasão russa
Com a
invasão da Ucrânia pelos russos comandados pelo presidente Putin, muitos
evangélicos fugiram do país.
O pastor metodista em Kiev, Oleg Starodubets, afirmou que os membros de sua Igreja estão espalhados em nove países, mas ele procura manter contato com os membros, especialmente realizando culto online.
Diversas Igrejas metodistas abriram suas instalações e templos para os refugiados.
Dentre eles, estão: pastores metodistas Vasylli e Alla Vuksta em Kamyanitsa e Uzghorod transformaram suas igrejas em obrigo para 40 refugiados.[85]
O SD e pastor metodista Oleg Starodubets disse: “Ministério com refugiados é muito difícil. As pessoas que fugiram da guerra estão deprimidas e estão constantes em lágrimas. Nossos pastores compartilham amor e boas notícias sobre Jesus Cristo com eles. Rev. Vasylii e Rev. Alla são sempre exemplo de ministério sacrificial para mim”. [86]
Já outros, como Igor Park, pastor metodista em Klarkiv, cidade bombardeada pela Rússia, que resiste como heroína, ficou na cidade para apoiar os metodistas que não conseguiram fugir. Um homem corajoso e fiel, como disse seu superintendente distrital Oleg Starodubets.
A ajuda de metodistas da Romênia, Polônia, Eslovênia e outros têm sido fundamentais para os metodistas da Ucrânia.
Os metodistas da Romênia transformaram um hotel em um centro de atendimento de refugiados.
Igrejas metodistas unidas da Romênia enviaram medicamentos,
alimentos, itens higiênicos, cobertores, almofadas, etc para a Igreja Metodista
Unida em Kiev, Ucrânia. [87]
O pastor Samuel Goia e o irmão Bob viajaram o dia inteiro e
ultrapassaram a fronteira Romênia-Ucrania para entregar os itens arrecadados ao
SD Oleg Starodubets, pastor em Kiev. No dia seguinte, foram entregues às
igrejas metodistas na região da Transcarpatia, que organizaram abrigos.[88]
Uma instalação metodista na Romênia acolheu 33 órfãos de Kiev.
“(...) os primeiros órfãos de uma casa
em Kiev haviam chegado à fronteira da Romênia. O UMC na Romênia tinha dado
dinheiro para sua fuga. Cheios de alegria, os responsáveis relataram no Facebook:
"33 órfãos que fugiram de Kiev cruzaram a fronteira hoje acompanhados por
três cuidadores! Em Sibiu eles serão recebidos por nossos colegas Cristi e
Thomas, coordenadores da Phoneo Sibiu, e levados para a segurança." [89]
“O Reverendo
Volodymyr Prokip em Lviv diz que eles estão mantendo vigília em sua igreja,
apenas para estar disponível para qualquer apoio para as pessoas
necessitadas."[90]
Pastor Oleg disse: “Kharkiv é a cidade heroína que está sob o ataque constante da Rússia há 12 dias. A cidade está mal destruída, a infraestrutura está paralisada. Mas o exército russo não conseguiu capturá-lo. É possível ver muitos equipamentos militares russos queimados pela cidade...
Muitos membros da nossa igreja Kharkiv deixaram a cidade como refugiados e nós recebemo-los no oeste da Ucrânia. Alguns dos membros não foram capazes de sair e esconder-se dos bombardeamentos nos subterrâneos.
Pastor Igor ficou na cidade e continua apoiando os membros da sua igreja. Apoio a conexão diária com esse homem corajoso e fiel por telefone.
Por favor, orem pelo pastor Igor e pela segurança da sua igreja”.[91]
Pastor Oleg afirmou que o pastor Igor é um homem de fé e corajoso.
E
desse jeito tem agido muitos metodistas na Ucrânia.
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A religião como aliada do Governo
Se a religião antes era vista como ópio do povo, agora ela é vista como uma grande aliada nos propósitos do governo russo, apesar da Rússia ser um estado laico.
A Constituição da Rússia garante liberdade religiosa no país, mas a “Uscirf (Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional, em inglês) classificou a Rússia como um dos países que mais violam a liberdade religiosa no mundo. A lista também inclui Irã, Paquistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e outros seis países, reportou a RFE (Radio Freee Europe)”.[92]
As justificativas
para a invasão da Ucrânia são conhecidas, dentre elas, “parar o avanço da OTAN
em direção às fronteiras da Rússia, proteger os colegas russos do ‘genocídio’
ou a alegação infundada de ‘des-nazificar’ a Ucrânia”.[93]
O patriarca
Kirill,[94] da Igreja Ortodoxa Russa, oferece outros
motivos, especialmente a defesa dos valores
culturais e espirituais russos em contraste com os valores liberais ocidentais,
que inclui apoio aos gays.[95]
“Kirill descreve um mundo marcado pelo
consumo excessivo e aparente liberdade: Na Ucrânia está em curso uma guerra justa — do ponto de vista moral —
que serve para proteger a região de Donbass que há anos vem sendo atacada pelas
forças do mal, por uma espécie de Anticristo que avança e obscurece os valores
cristãos tradicionais. Nos bastidores de tudo isso, move-se, poderoso, o lobby
gay”.[96]
O patriarca Kirill vê a Ucrânia como uma
parte integral e histórica da Rússia e fala da unidade dada por Deus à Ucrânia
e à Rússia. Ele denunciou “forças malignas” na Ucrânia que querem destruir essa
unidade.[97]
O patriarca Kirill fala de uma guerra justa,
real e dá uma legitimidade moral para a invasão, que é a escolha entre o pecado e santidade, com aqueles que promovem o pecado.
“Os padres ortodoxos russos estão abençoando
os tanques, e os padres ortodoxos ucranianos estão abençoando os soldados para
lutarem contra a Rússia.”[98]
Segundo a visão russa, há uma tentativa de restaurar a ordem
natural dada por Deus de que ucranianos e russos sempre foram um povo, o que o
patriarca Kirill reforça em seus discursos afirmando que as potências
ocidentais estariam interferindo na unidade histórica dos russos e ucranianos.[99]
O fato é que “Kirill é aliado do presidente Vladimir Putin, a
relação entre Igreja e Estado está tão forte que o patriarca já se referiu ao
político como “milagre de Deus”.[100]
Durante uma videochamada, o Papa Francisco pediu ao patriarca
russo que evitasse a linguagem da política.[101]
O Papa chamou a invasão russa de “guerra”;[102] “abuso perverso
de poder”[103] e de
“agressão armada”.[104]
O patriarca russo tem negado atender aos pedidos para procurar
apelar para o fim da guerra. “O presidente dos Bispos Católicos europeus,
Jean-Claude Hollerich escreveu ao Patriarca de Moscou e de todas as Rússias
Kirill em busca de esperança e pedindo que peça às autoridades russas que
cessem as hostilidades, buscando uma solução diplomática e incentivando a
abertura de corredores humanitários”.[105]
O arcebispo de Poznan e presidente da Conferência Episcopal
Polonesa, dom Stanislaw Gądecki também escreveu uma carta pedindo ao patriarca
para interferir junto a Putin para parar a guerra.[106]
Mas a visão do patriarca russo é bem diferente de outros religiosos.
Segundo ele, “trata-se da salvação humana, onde a humanidade se encontrará à
direita ou à esquerda de Deus Salvador, que vem ao mundo como juiz e criador.
Muitos hoje, por fraqueza, insensatez, ignorância, e mais frequentemente porque
não querem resistir, vão para o lado esquerdo. E tudo o que tem a ver com a
justificação do pecado condenado na Bíblia é a prova da nossa fidelidade ao
Senhor, da nossa capacidade de confessar a fé no nosso Salvador”.[107]
Os
ucranianos estão desapontados com o patriarca Kirill. “Estima-se que 29% dos
ucranianos sejam ortodoxos ligados à Moscou. A unidade dos ucranianos em defesa
de seu país é quase total, por isso, muitos ucranianos ortodoxos que têm Kirill
como líder ficaram perplexos e desapontados com suas declarações”.[108]
O fato é
que “os membros do clero russo temem ser presos caso questionem a presente
guerra movida pelo regime de Vladimir Putin contra a Ucrânia”.[109]
O fato é
que a religião voltou a ser importante para as lideranças russas inclusive para
justificar as guerras, que é chamada de “operação”.
Comemorando
os oito anos de anexação da Crimeia ao território russo, no dia 18 de março, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, citou a
Bíblia ao se referir à guerra contra a Ucrânia.
Ele disse
em relação aos soldados russos na Ucrânia: “É isso que eu penso, que não há
amor maior do que alguém dar a sua alma pelo seu amigo. Nós podemos ver o que
nos guia durante o curso dessa operação’, afirmou Putin, em discurso no estádio
Lujniki, em Moscou”.[110]
Mas nem todos pensam assim. Eduard
Khegay, bispo metodista da Rússia e da Ucrânia
compartilhou sua angústia com a invasão e disse:
"Tenho vergonha do meu país e magoado pela perda de vidas humanas.
Isso é uma desgraça. Quantos cadáveres de guerra devem aparecer na Rússia e na
Ucrânia para que este pesadelo acabe?"[111]
Também Vytaly Vlasenko, Secretário Geral da Aliança
Evangélica Russa, enviou uma carta aberta a todos os cristãos, lamentando a
invasão militar na Ucrânia e pedindo desculpas. Vytaly
Vlasenko é pastor Batista em Moscou. Ele “compartilha seu desânimo e
tristeza pelas vítimas, as perdas materiais, os refugiados e as consequências
difíceis de prever de um conflito armado como o que se desdobrou nas últimas
semanas”.[112]
No final da carta, o pastor Vytaly Vlasenko disse:
“A Aliança
Evangélica Russa prestou assistência humanitária a mais de 500 refugiados da
Ucrânia estacionados no sul da Rússia. Iniciamos uma mesa redonda e subsequente
conferência internacional sobre o tema conflitos militares e políticos.
Hoje, como cidadão e secretário-geral da Aliança
Evangélica Russa, peço desculpas a todos aqueles que sofreram, perderam entes
queridos e parentes, ou perderam seu local de residência como resultado deste
conflito militar.
Minha oração é que você encontre força no Senhor
para estender sua mão de solidariedade e perdão, para que possamos viver como o
povo de Deus para o nosso mundo”.[113]
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[1]https://www.umc.org/en/content/theological-education-flourishes-in-post-communist-russia-and-eastern-europ-wsf
[2] Parte deste livro foi
retirado dos meus livros “Missões Wesleyanas”; “Fé, solidariedade e martírio” e
“Submissão e Resistência das Igrejas ao nazismo na Alemanha”.
[3]
“Victoria Smolkin é Professora Associada de História Russa na Universidade
Wesleyana (Middletown, Connecticut). Ela concluiu seu doutorado na Universidade
da Califórnia em Berkeley em 2010. Suas publicações incluem: "A Confissão
de um Ateu que Se Tornou Um Estudioso da Religião": A Última Entrevista de
Nikolai Semenovich Gordienko", Kritika (Verão 2014) e
"O Bilhete para a Alma Soviética: Ciência, Religião e a Crise Espiritual
do Ateísmo Soviético Tardio", em Revisão Russa (abril de
2014)”. https://www.wilsoncenter.org/person/victoria-smolkin
[4]
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/russ.10726.
[5]
https://areferencia.com/oriente-medio/russia-esta-entre-os-piores-violadores-da-liberdade-religiosa-aponta-eua/
[6]. “Referente ou
pertencente a soviete; sovietista. Relativo a ou pertencente à União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (Estado formado em 1922, que existiu até
1991, composto por 15 repúblicas socialistas).
Regime político totalitário que prevaleceu na Rússia com a queda do regime
também totalitário dos czares”.
https://www.dicionarioinformal.com.br/soviético/
[7]
https://www.umc.org/content/ask-the-umc-how-are-united-methodists...
[9] Idem.
[10] umc-eurasia.ru/en/about
[11]
Idem.
[12]
Idem.
[13]
https://umc-eurasia.ru/en/umc-in-eurasia/
[15]
https://oimts.files.wordpress.com/2013/04/2007-9-vidamour.pdf · Arquivo
PDF
[16]https://umc-eurasia.ru/en/umc-in-eurasia/
[17]
Idem
[18] https://oimts.files.wordpress.com/2013/04/2007-9-vidamour.pdf · Arquivo PDF
[19]
“Karl Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 – Londres, 14 de
março de 1883) foi um filósofo, economista, historiador, sociólogo,
teórico político, jornalista, e revolucionário socialista alemão. Nascido
em Tréveris, Prússia, Marx estudou direito e filosofia nas universidades de
Bona e Berlim” - https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx.
[20]
https://filosofianaescola.com/politica/marx-e-a-religiao-o-opio-do-povo/
[21]https://isadoracalil.medium.com/ateísmo-soviético-ascensão-e-queda-e5298800ecb2
[22]
https://isadoracalil.medium.com/ateísmo-soviético-ascensão-e-queda-e5298800ecb2
[23]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religião_na_União_Soviética
[24]
“As funções da Liga dos Ateus Militantes foram finalizadas 1942 e substituídas
para Associação para a Propagação do Conhecimento Político e Científico de Toda
União. https://pt.wikipedia.org/wiki/Perseguição_aos_Cristãos_no_Bloco_do_Leste
[25]
https://www.ligadonogospel.com/2013/04/maior-genocidio-da-historia-foi-contra.html
[26]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Persegui%C3%A7%C3%A3o_aos_Crist%C3%A3os_na_Uni%C3…
[27]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Perseguição_aos_Cristãos_no_Bloco_do_Leste
[28]https://www.ligadonogospel.com/2013/04/maior-genocidio-da-historia-foi-contra.html
[29]https://www.publico.pt/2019/11/18/p3/fotogaleria/beleza-cartazes-antireligiosos-uniao-sovietica-398066
[30] “Hector Avalos é professor associado
de Estudos Religiosos na Iowa State University, diretor executivo do Comitê
para a Investigação Científica da Religião, ex-editor do Journal for the Critical Study of Religion, e autor ou
editor de nove livros sobre estudos bíblicos e religiosos. De sua autoria o
Rebeldia Metafísica já publicou O Ateísmo Não Foi A Causa Do Holocausto.”
https://conapo.wordpress.com/2018/08/17/ateismo-e-o-grande-terror-na-russia-stalinista/
[31]
https://conapo.wordpress.com/2018/08/17/ateismo-e-o-grande-terror-na-russia-stalinista/
[32]
https://newsletter.blogs.wesleyan.edu/2021/04/02/smolkin-speaks-about-the-history-of-soviet-atheism-on-moscow-radio-station/
[33]
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/fim-urss.htm
[34]https://ensinarhistoria.com.br/linha-do-tempo/fim-da-uniao-sovie
[35]https://www.terra.com.br/noticias/mundo/5-razoes-pelas-quais-a-uniao-sovietica-entro…
[36] “A palavra bolchevique significa “maioria” no idioma
russo. Essa palavra passou a ser usada, no começo do século XX, para designar
os integrantes mais radicais do POSDR (Partido Operário Social-Democrata
Russo). Esse partido foi fundado em 1898 e se opunha ao regime
czarista de Nicolau II na Rússia (...). Os bolcheviques eram favoráveis a uma
mudança radical na Rússia, com a queda do czarismo e implantação da ditadura do
proletariado, através de uma revolução comunista. Para eles, o novo governo
russo, pós-revolução, deveria ser composto por uma união entre os operários e
os camponeses (...). Foram os bolcheviques, liderados por Lênin, que assumiram
o comando político da Rússia após a Revolução Russa de outubro de 1917”. https://www.suapesquisa.com/russa/bolcheviques.htm
[37]https:// juicyecumenism.com/2020/03/06/methodism-soviet-empire/
[38]
https://br.rbth.com/historia/82834-igreja-ortodoxa-russa-urss
[39]
content.time.com/time/magazine/article/0,9171,881374,00.html
[40] Bispo Nuelsen foi autor de diversos livros, dentre eles:
Lutero, o lider; Algumas fases recentes da teologia alemã; John
Wesley e o hino alemão: um estudo detalhado das traduções de John Wesley de
trinta e três hinos alemães ; Reforma e Metodismo, etc.
https://www.worldcat.org/identities/lccn-no99-028273/identity.html
[41] “João nasceu em Zurique, filho do Reverendo Heinrich e Rosalie (Mueller)
Nuelsen. Heinrich nascido em Nörten, Hanôver,tornou-se um cidadão americano e foi ordenado para o
ministério episcopal metodista. Ele passou um tempo na Alemanha como missionário, e mais tarde foi
enviado para a Suíça para ajudar a estabelecer o metodismo lá. Serviu
igrejas na Europa por 38 anos. A família era originária da Holanda. John foi batizado pelo Bispo Calvin Kingsley”. https://wiki2.org/en/John_Louis_Nuelsen
[42] https://www.thefreelibrary.com/A+Tale+of+Two+Leaders%3a+German+Methodists+and+the+Nazi+State.-a076751695
[44] https/pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o_na_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica
[45]
htps://br.rbth.com/historia/82834-igreja-ortodoxa-russa-urss
[46] https://umc-eurasia.ru/en/umc-in-eurasia/
[47]
https://books.google.com/books/about/A_Pilgrim_with_a_Poet_s_Soul..
[48]https://www.nytimes.com/2017/03/13/opinion/angels-and-demons-in-the-cold-war-and-today.html
[49]
htpps://juicyecumenism.com/2020/03/06/methodism-soviet-empire/
[50]www.nytimes.com/2017/03/13/opinion/angels-and-demons-in-the-cold-war-and-today.html
[51]
George A. Simons testemunho no Senado dos EUA e no registro contem: “Propaganda
bolchevique. Audiências perante um subcomitê da Comissão do Judiciário, Senado
dos Estados Unidos, Sessenta e cinco Congressos, terceira sessão e depois, de
acordo com S. Res. 439 e 469. 11 de fevereiro de 1919, a 10 de março de 1919”.
https://time.graphics/es/event/5699195
[52]
https://time.graphics/es/event/5699195
[53] https://pt.wikipedia.org/wiki/Antissemitismo_na_União_Soviética
[54] https://biblicalstudies.org.uk/pdf/rss/25-4_353.pdf
[55]
Idem.
[56]
https://archives.gcah.org/bitstream/handle/10516/6531/MH-2002-Janua…
[57] https://archives.gcah.org/bitstream/handle/10516/6531/MH-2002-Janua…
[58] https://umc-eurasia.ru/en/umc-in-eurasia/
[59]
https://christonthemountaintop.org/anna-eklund-and-methodist-mission-in/
[60] Pesquisa: http://www.gracerussia.org/news
http://oimts.files.wordpress.com/2013/04/2007-9-vidamour.pdf
[61]
www.kukmindaily.co.kr/article/view.asp?page=&arcid=0009745248
[62] Hoje é “a maior cidade portuária da Federação Russa no
oceano Pacífico, e o centro administrativo do Krai de Primorsky, pertencente ao
Distrito Federal do Extremo Oriente.”
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vladivostoque.
[64] Idem.
[65]
https://portasabertas.org.br/noticias/cristaos-perseguidos/noticia3770
[66]
http://umnews.org/en/news/united-methodists-reclaim-rich-russian-history
[67]https://www.umc.org/en/content/theological-education-flourishes-in-post-communist-russia-and-eastern-europ-wsf
[68] umc-eurasia.ru/en/about
[69] Idem.
[70]https:// umc-eurasia.ru/en/about
[71] https:// lifeofasoul.com/resources/russianchurches
[72]https:// lifeofasoul.com/resources/russianchurches
[73]
www.gazetadopovo.com.br/justica/sob-perseguicao-grupos-religiosos-na-russi…
[74]https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/russia-e-punida-por-violacoes-de-liberdade-religiosa-contra-testemunhas-de-jeova.html
[75]https://www.umc.org/en/content/theological-education-flourishes-in-post-communist-russia-and-eastern-europ-wsf
[76] Victoria Smolkin é Professora Associada de História
Russa na Universidade Wesleyana (Middletown, Connecticut). Ela concluiu seu
doutorado na Universidade da Califórnia em Berkeley em 2010. Suas publicações
incluem: "A Confissão de um Ateu que Se Tornou Um Estudioso da
Religião": A Última Entrevista de Nikolai Semenovich
Gordienko", Kritika (Verão
2014) e "O Bilhete para a Alma Soviética: Ciência, Religião e a Crise
Espiritual do Ateísmo Soviético Tardio", em Revisão Russa (abril
de 2014). https://www.wilsoncenter.org/person/victoria-smolkin
[77]https://www.wilsoncenter.org/blog-post/victoria-smolkin-history-soviet-atheism
[78]Idem.
[79]https://vsmoklin.faculty.wesleyan.edu
[80]https://www.umc.org/en/content/ask-the-umc-how-are-united-methodists-present-in-ukraine
[81]Idem.
[82] Idem.
[84]
www.umc.org/en/content/ask-the-umc-how-are-united-methodists-present-in-ukraine
[85] https://www.facebook.com/oleg.starodubets
[86] Idem.
[87] https://www.facebook.com/oleg.starodubets
[89]https://www.umc-cse.org/en/liste_552612-957756/rescue-operation-for-ukrainian-orphans-in-romania.html. Fonte: Cristian Istrate, Sibiu / Sigmar
Friedrich, Zurique
[90]
https://www.marshillumcnc.org/blog/thoughts-on-ukraine
[91] https://www.facebook.com/oleg.starodubets
[92]
https://areferencia.com/oriente-medio/russia-esta-entre-os-piores-violadores-da-liberdade-religiosa-aponta-eua/
[93]
https://krdo.com/news/2022/03/14/in-putins-vision-for-the-world-a-medieval-narrative-resurfaces/
[94] Kirill vem daquela que há 69 anos
era Leningrado, e o seu nome era Vladimir Mikhailovich Gundjaev –
https://ihu.unisinos.br/185-noticias/noticias-2016/551592-quem-e-kirill-o-controverso-patriarca-de-todas-as-russias
[95]
https://krdo.com/news/2022/03/14/in-putins-vision-for-the-world-a-medieval-narrative-resurfaces/
[96]
https://www.paulopes.com.br/2022/03/patriarca-kirill-diz-que-guerra-sera.html#.YjS9h4_MK3A
[97]
https://krdo.com/news/2022/03/14/in-putins-vision-for-the-world-a-medieval-narrative-resurfaces/
[98]
https://www.paulopes.com.br/2022/02/igreja-ortodoxa-da-russia-abencoa.html#.YjXS-k3MK3A
[99]
https://krdo.com/news/2022/03/14/in-putins-vision-for-the-world-a-medieval-narrative-resurfaces/
[100]
https://overbo.news/igreja-ortodoxa-governo-lei-religiao/
[101] htpps://www.opovo.com.br/noticias/mundo/2022/03/16/papa-pediu-que-patriarca-russo-evite-a-linguagem-da-politica-vaticano.html
[102]
https://extra.globo.com/noticias/mundo/papa-contradiz-putin-chama-invasao-da-ucrania-de-guerra-lamenta-rios-de-sangue-25421279.html
[103]
https://br.noticias.yahoo.com/papa-francisco-chama-posição-russa.
[104]
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2022/03/13/em.
[105] https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2022-03/cartamhollerich-a-kirill-pelo-fim-da-guerra-ucrania.html
[106]
https://www.acidigital.com/noticias/arcebispo-catolico-ao-patriarca-russo-kirill-peca-a-putin-que-pare-a-guerra-na-ucrania-79577
[107]
https://www.paulopes.com.br/2022/03/patriarca-kirill-diz-que-guerra-sera.html#.YjS9h4_MK3A
[108]
https://gaudiumpress.org/content/arcebispo-ortodoxo-ucraniano-invectiva-patriarca-ortodoxo-kirill-de-moscou/
[109]
https://pt.aleteia.org/2022/03/16/a-sombra-da-uniao-sovietica-sobre-a-igreja-na-russia-de-hoje/
[110]
https://juremaemfoco.com/2022/03/18/putin-cita-biblia-ao-defender-invasao-e-diz-estar-salvando-a-ucrania/
[112] https://pleno.news/opiniao/lawrence-maximo/lider-da-alianca-evangelica-russa-como-cidadao-peco-desculpas-a-todos.html
[113]
https://pleno.news/opiniao/lawrence-maximo/lider-da-alianca-evangelica-russa-como-cidadao-peco-desculpas-a-todos.html
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