Bastidores de Avivamentos e Movimentos 

  

 

História do surgimento de movimentos, avivamentos e novas denominações

 

 Odilon Massolar Chaves

 

  ===============================

 

  


===============================

 

 

Copyright © 2025, Odilon Massolar Chaves 

Todos os direitos reservados ao autor. 

É permitido ler, copiar e compartilhar gratuitamente

Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro de 1998. 

Livros publicados na Biblioteca Digital Wesleyana: 535

Livros publicados pelo autor: 615

Livretos: 3

Endereço: https://www.blogger.com/blog/stats/week/2777667065980939692

Foto capa: Avivamento Metodista na Universidade Asbury, EUA, em 2023.https://iepb.org.br/noticias/87928/avivamento-na-universidade-de-asbury

Tradutor: Google

Toda gloria a Deus!

Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

Declaração de direitos autorais: Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.[1]

Rio de Janeiro – Brasil  

 

 

===============================

 

Índice

 

Introdução 

1.  Avivamentos e Movimentos no exterior 

O Mover do Espírito nos EUA

O Movimento de Santidade

O Movimento Pentecostal 

2. As primeiras tentativas de avivamento no metodismo brasileiro 

Convocação do Bispo Lambuth e a Liga de Avivamento

Um avivalista metodista norte-americano no Brasil

A “Liga dos Dois” do Rev. Messias

Sufocados pela organização, líderes clamam por um avivamento

II Guerra desperta para o Avivamento Espiritual

O Avivamento de Amós Aníbal

O Avivamento bíblico 

3. O Movimento de Renovação Espiritual 

4. Avivamentos e movimentos das décadas de 60 e 70 

O Movimento Chuva Serôdia

O movimento de discipulado

O movimento de despertamento wesleyano 

5 - O Movimento Carismático 

A sua origem

Os carismáticos se organizam

As Igrejas diante dos carismáticos 

6. Novos movimentos neopentecostais 

Igreja Internacional da Graça de Deus

Igreja em Célula, o G12

Igreja Mundial do poder de Deus 

Avivamento, uma eterna necessidade 

  

===============================

Introdução

===============================

 

 

          Bastidores de Avivamentos e Movimentos é um livro de 78 páginas que revela diversos acontecimentos que envolveram alguns dos principais avivamentos e movimentos espirituais históricos e contemporâneos. 

       Destacamos, neste livro, os principais avivamentos e movimentos e ocorridos no exterior e no Brasil, especialmente do século 19 ao século 20. Abordamos até o início do ano 2000. 

         Com esses avivamentos e movimentos, veremos como surgiram algumas das novas denominações no mundo e no Brasil. 

        A expressão “bastidores” tem sua razão de ser porque fomos a muitas fontes originais para saber o que realmente aconteceu nos movimentos ou avivamentos. 

         Foram movimentos e avivamentos que trouxeram uma grande contrição à causa do Reino de Deus, mas também, em alguns casos, trouxeram divisões em Igrejas e mesmo prática de heresias.       

         Mas são movimentos e avivamentos que, na maioria, permaneceram e se estabeleceram surgindo, em vários casos, novas denominações. 

        É história e história nos ensina, alerta e nos move a tomarmos atitudes para que a Igreja de Jesus Cristo permaneça viva e atuante na sociedade. 

       Se olharmos com atenção a história da Igreja e tivermos humildade e sabedoria para aprendermos com ela, em especial com a história dos movimentos e avivamentos, com certeza, contribuiremos muito mais para a sua unidade e sinalizaremos com maior dedicação e entusiasmo o Reino de Deus no mundo.  

        

 O Autor         

             

===============================

1.  Avivamentos e Movimentos no exterior

===============================

 

 

 O Mover do Espírito nos EUA                   

           No século XVIII houve o chamado “I Grande Despertamento” com o pastor congregacional Jonathan  Edwards  e o metodista George Whitefield, a partir de 1735. No século XIX houve diversos avivamentos nos EUA: o grande avivamento (1800-1803) no Estado de Kentucky, quando os acampamentos foram grandemente utilizados pela Igreja Metodista, com seu ponto máximo entre 1800-1810. 

              As Missões tiveram grande despertamento por causa do avivamento. Em 1816, foi organizada a Sociedade Bíblica Americana.  A Igreja Metodista criou a Sociedade Missionária Metodista, em 1818. Em 1828, foi criada a Sociedade Americana da Paz, que lutou contra a escravidão. 

         Em 1821, o advogado presbiteriano Charles Finney (1792-1875) foi batizado pelo Espírito Santo e se tornou o grande líder do avivamento. Foi um movimento de renovação espiritual que tinha laços com a reforma social e se opunha à escravidão. 

         Houve ainda o avivamento de 1830, com seu início em Nova York; avivamento de Boston (1841-1842), etc. 

         Foi o período da chamada "Era Metodista". A Igreja Metodista em 1784 tinha cerca de 15 mil membros. Sob a liderança inicial de Francis Asbury e a dedicação dos leigos e os jovens pregadores, o avivamento e o evangelismo de "fronteira" levaram o metodismo a ser a maior Igreja nos EUA, em 1850, com mais de um milhão de membros. 

         O avivamento metodista foi generalizado de 1784 a 1808. De uma só vez, toda Maryland foi alcançada. Em 1800, começou em Kentucky e foi para Tennessee e Ohio. Só em 1812 o metodismo realizou quatrocentos acampamentos ao ar livre como resultado do avivamento.        

          Nestes acampamentos, que duravam até mesmo semanas, o mover do Espírito era imenso. Em determinados momentos, a frequência chegava de doze a vinte e cinco mil pessoas. "Centenas caiam prostrados, diante do extraordinário poder de Deus(...). O fogo celestial espalhou-se quase que em todas as direções. Foi dito por testemunhas verdadeiras que mais de mil pessoas elevaram altos gritos, todos ao mesmo tempo, e que os gritos poderiam ser ouvidos a quilômetros de distância"[2]. 

           Durante os anos de 1857-1858 houve também um grande derramar do Espírito em diversas partes dos EUA sob a liderança de Charles Finney. Foi o chamado "Segundo Grande Despertamento". O método de Finney era simples: distribuição de folhetos, trabalho pessoal e reuniões diárias de oração. Neste período, cerca de 300 mil pessoas se converteram. No auge do avivamento, cerca de 50 mil se convertiam semanalmente. 

            E mesmo na guerra civil entre norte e sul nos EUA  (1861-1865) houve um avivamento. Calcula-se que cerca de 150 mil soldados se converteram. Começou com reuniões simples de oração e logo se estendeu para diversos lugares. Foi organizada a "Igreja dos Militares". Um pastor metodista disse: "Logo depois da fundação destas igrejas militares em vários regimentos, fomos visitados por um avivamento gracioso em que centenas de pessoas se converteram"[3].  

   O Movimento de Santidade  

                     Foi no leste dos EUA que o Movimento de Santidade começaria. O pastor metodista Timóteo Merritt foi um dos líderes deste reavivamento de santidade. Ele era o editor-fundador do Guia da Perfeição Cristã.  

                    A figura central foi o metodista Phoebe Palmer, que liderava a “Reunião da Terça Feira para a Promoção da Santidade”. Diversos líderes participavam, inclusive, Bispos, pastores e educadores. Sua esposa, Sra. Palmer promoveu a fase metodista do movimento através de palestras, escritos e também como editora do Guia para a Santidade[4]. 

            O Movimento de Santidade iria além das fronteiras do metodismo. Outros líderes participaram como Charles F. Finney e Asa Mahan. Eles ministraram nos círculos presbiterianos e congregacionais. O evangelista batista A. B. Earle também foi um dos líderes. 

             “Em 1867 os ministros metodistas John A.  Wood, John Inskip e outros começaram, em Vineland, Nova Jersey, a  primeira de uma longa série de reuniões nacionais de avivamento. Também organizaram nessa altura a Associação Nacional de Encontros de avivamento para a Promoção de Santidade”[5].  

              Este mover do Espírito continuou até o final do século.  D.L. Moody foi o pregador de multidões  trazendo milhares de conversões e despertando as Igrejas para a obra missionária. Calcula-se que cerca de 500 mil pessoas se converteram com suas pregações. Sob a lona, certa vez, Moody pregou para 10 mil pessoas assentadas e 18 mil em pé, em Chicago. Um dos seus livros publicados foi Caminho para Deus e como encontrá-lo. 

             O Movimento de Santidade trouxe como consequência o surgimento de diversas denominações, entre elas, Igreja de Deus, Igreja Evangélica do Povo, Tabernáculo Pentecostal da Avenida Utica, Tabernáculo Pentecostal Emanuel, Igreja de Cristo de Santidade, Igreja de Cristo do Novo Testamento, Igreja Nazareno etc[6]. 

            O metodismo norte-americano teve grande crescimento com o Movimento de Santidade. Se em 1850 os metodistas do norte tinham 350 mil membros, em 1900 chegaria a 3 milhões. Por causa deste crescimento, houve euforia e inocência, pois estava surgindo a sociedade urbana e a Igreja foi adquirindo as características e a identidade dos membros da classe média ficando mais distante do povo: “ministério culto, universidades, sermões mais elaborados, reavivamentos domesticados em acampamentos de verão e pastorados mais estáveis em lugar da itinerância a curto prazo. Persistência de uma ética tipo puritano e novo impulso em cruzadas de temperança”[7]. 

          Já o Metodismo do sul dos EUA vivia outra realidade: destruição, dispersão, derrotismo e diminuição de membros. Cairia de 750 mil  para 419 mil membros. Foi neste contexto que Junius Newman viria ao Brasil em 1867 e alugaria uma  chácara em Niterói pensando em reestruturar a sua vida financeira.  

           Mas logo a Igreja Metodista no sul dos EUA se lançou decididamente em prol de sua recuperação e chegaria a 700 mil membros em 1875. Neste contexto foi que J.J. Ransom veio ao Brasil em 1876 enviado oficialmente. Seu período no Brasil foi  conhecido como “A Missão Ransom”. O ano de abertura da Missão no Brasil ficou sendo 1876. 

           Em outros países aconteceram também o mover do Espírito.   No final do século, no Japão, a Igreja Metodista experimentou um maravilhoso derramar do Espírito na cidade de Oita, em 1890. Num momento de perseguição japonesa, houve a busca incessante do Espírito Santo por Walter Lambuth, Superintendente da Missão, o pregador local Wainright, que relatou o fato. 

       O Expositor Cristão publicou o fato em 1935, num contexto de perseguição política e religiosa no Brasil pela Igreja Católica. Quando Lambuth estava orando algo estranho aconteceu: “Enquanto orava deliberadamente, de repente a sua voz começou a enfraquecer gradualmente até que não se pode mais ouvir. Entendemos pela sua linguagem que sentia a presença de Deus de maneira excepcional (...). O que o perturbou e o amedrontou foi a percepção de que Deus lhe estava perto e misteriosamente visível (...). Foi neste ponto, em que principiou a recuperar as  forças, que uma onda espiritual passou pela sala (...). Deus tinha derramado o seu  Espírito sobre nós como fez sobre os apóstolos, no princípio”[8]. 

             Logo em seguida foi realizado o culto e houve a manifestação do poder do Espírito sobre todos os presentes. Houve diversas conversões e a obra de Cristo, depois deste dia, prosperaria na cidade de Oita. 

            Walter Lambuth, posteriormente, foi Bispo supervisor do metodismo no Brasil, entre 1910-1913.     

   O Movimento Pentecostal  

            No princípio do século, o Senhor derramou Seu poder em diversas partes do mundo. Alguns estudiosos afirmam que a graça de Deus vem antes do Seu juízo ou de  uma desgraça. Antes da I Guerra Mundial (1914-1918) o Espírito foi derramado em muitos países. 

            Para alguns estudiosos, o mover do Espírito no século XX começou no dia 31 de dezembro de 1900 quando Charles Parham, em Kansas, EUA,  impôs as mãos sobre Agnes Ozman e houve evidência do dom de línguas.       

            No início do século houve diversos avivamentos no mundo: Austrália (1903), Pais de Gales (1904), Índia (1905), China (1905), Coréia (1907) etc.          

            Mas foi em 1905 que começou o Movimento Pentecostal no mundo: “um poderoso avivamento irrompeu no templo da Igreja Metodista de Lake Avenue em Pasadena"[9], Los Angeles, Califórnia, descreve Frank Bartleman, que liderou em 1906, na Rua Azusa, um avivamento, que trouxe a manifestação dos dons espirituais aos nossos dias,  numa casa abandonada, onde havia sido uma igreja metodista. A Missão da Rua Azusa é considerada o berço do Movimento Pentecostal Mundial. 

           "Em 1906 houve um grande avivamento na Coréia, quando cinquenta mil vidas foram salvas. Em dois anos a Igreja Presbiteriana da  Coréia acrescentou dez mil membros ao seu rol, e a Igreja Metodista quatorze mil."[10]1 

            Em outros lugares houve também o derramar do Espírito de Deus, como aconteceu em algumas igrejas metodistas no Chile, a partir de 1907, quando surgiu a Igreja Metodista Pentecostal do Chile. 

            Também em 1911, no Pará, Brasil, surgiu a Assembléia de Deus com sua ênfase nos dons do Espírito.Gunnar Vingren e Daniel Berg eram Batistas e durante o reavivamento em Indiana, EUA, receberam uma revelação do Senhor de que deveriam ir para o Pará. Eles procuraram no mapa e descobriram que ficava no Brasil. 

            No Pará, sentaram num banco da praça e perguntaram ao Senhor qual foi o próximo passo. “Um pastor Batista aproximou-se deles e convidou-os à sua Igreja. E, quando alguns receberam o batismo com o Espírito Santo, ele os expulsou. Então, Gunnar e Berg fundaram a primeira Assembleia de Deus no Brasil, em 1911”[11]. 

          Eles não queriam fundar outra denominação. Desejavam apenas que os batistas experimentassem o avivamento que eles experimentaram. Assim nasceu a Missão Fé Apostólica. Inicialmente, se reuniram em casas. Só em 1918 o nome Assembléia de Deus surgiu e foi registrado.  A expansão foi rápida: 1914 (Ceará), 1916 (Pernambuco), 1917(Amapá), 1918 (Paraíba, Amazonas), 1923 (Rio de Janeiro), 1927 (São Paulo).       

           Foi quase da mesma forma que também surgiu a Congregação Cristã no Brasil através de Louis Francescon, que teve a revelação do Senhor de que deveria deixar Chicago, EUA,  e ir para a Argentina, em 1909. Depois veio para o Brasil, pois o Senhor havia lhe revelado que ali haveria uma grande colheita. 

             Louis Francescon primeiro foi ao Paraná onde organizou a Igreja, em 1910. Depois foi para São Paulo. Louis Francescon foi pregar em uma Igreja Presbiteriana, no Brás. Um presbítero não gostou de sua pregação e ordenou que ele se retirasse da Igreja. Outros o seguiram dando início ao movimento, que alcançou primeiramente a população italiana. 

           O desenvolvimento do movimento pentecostal no mundo foi imediato e grande. Em 1909 foi criada a União Missionária Pentecostal na Grã-Bretanha. Em 1913 haveria o Encontro Mundial Pentecostal, em Los Angeles, EUA, em Arroyo Seco de Pasadena do Sul. A principal conferencista foi Maria B. Woodworth-Etter, que tinha o ministério de cura. Outros conferencistas foram John Schaepe e R.E. McAlister. 

            Como consequência do Movimento Pentecostal, surgiram diversas denominações pentecostais:       

        - Assembleia Pentecostal Mundial (1907);

        - Igreja de Santidade Pentecostal Internacional (1915);

        - Igreja de Deus Pentecostal (1919);                            

        - Assembleia Pentecostal do Canadá (1925);

        - Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular (1925),[12] etc 

 

 

===============================

2. As primeiras tentativas de avivamento no metodismo brasileiro

=============================== 

 

 

            Quando o primeiro missionário metodista Fountain E. Pitts veio ao Brasil (1835), ele enviou um relatório à Sociedade Missionária Metodista, nos EUA, e fez um pedido profético sobre o próximo missionário que a Igreja deveria enviar ao Brasil: que fosse (...)” um pregador que coloque todos os seus cuidados no Senhor Jesus, e que pregue com o Espírito Santo mandado do céu (...)”[13].     

             O Metodismo tem, em suas raízes na Inglaterra e na sua história nos EUA, a marca do avivamento. Nasceu, cresceu e exerceu sua Missão através do avivamento. O missionário metodista Fountain E. Pitts quando veio ao Brasil  já havia visto o mover do Espírito em seu país, EUA. 

             Tendo em sua herança e a referência da experiência de João Wesley e o impacto do avivamento metodista na Inglaterra e EUA, a maioria dos metodistas acredita que tem essa vocação dada por Deus e o avivamento é visto como necessário e como solução. 

             Na história do metodismo brasileiro vemos várias dessas tentativas. 

Convocação do Bispo Lambuth e a Liga de Avivamento  

            Em 1913, o Bispo Walter R. Lambuth visitou o sul do Brasil e percebeu o fraco crescimento das igrejas metodistas. Em vinte e cinco anos (1885-1910), no Rio Grande do Sul, só havia 1309 membros. 

                 O Testemunho, jornal oficial do Metodismo no sul, publicou uma mensagem do bispo W.R. Lambuth convocando a todos do Rio Grande do Sul  para orarem pelo derramamento do Espírito: “(...) Oração importante e prevalecente, pelo derramamento do Espírito Santo, sobre o nosso ministério e o povo. Eu desejaria, meus irmãos, que todos vós tivésseis uma paixão pelas almas. Para que vos torneis grandes ganhadores de almas os recursos do mundo invisível têm de estar ao vosso dispor. A oração é a chave pela qual aquela porta pode ser aberta e é a única chave."[14]      

                O fato é que o evangelismo realizado pelo metodismo foi sombrio, entre  1906-1912, mas sob a influência do bispo Lambuth haveria franco desenvolvimento entre 1913-1917. 

               A liderança da Igreja chegou a convocar para  o avivamento, mas ele nunca chegou ao Brasil nos moldes da Inglaterra e dos EUA. Certamente, isso trouxe frustração aos líderes e à Igreja. Apesar das diversas correntes teológicas na Igreja, havia o desejo de um avivamento. 

               Em 1919, foi criada a Liga de Avivamento pelo Expositor Cristão, mas os Bispos metodistas do sul dos EUA não foram tão favoráveis, principalmente por causa da ênfase no crescimento, que eles declaravam que não deveria ser a parte dominante, caso contrário, não dariam apoio. Em uma mensagem aos ministros e membros, em 1920, eles declararam que não se opunham ao avivamento. Ao contrário, o desejava de todo o coração, mas desejavam um avivamento que levasse à consagração e à evangelização não só aos domingos. 

               Em 1921, a Conferência Sul Brasileira promoveria séries de conferências, sob a liderança do Pastor Derly Chaves. Na equipe havia um ex-padre, um evangelista, um instrutor bíblico, um diretor de coro, cantores e músicos. Os resultados foram bons: 1.573 conversões no ano de 1922. Quase o total de membros existentes no Rio Grande do Sul. 

              O redator do Expositor Cristão ficou eufórico e afirmou  que a Igreja vivia um momento novo. W.B.Lee diria que havia uma “uma ânsia nunca vista pela salvação dos pecadores, com o movimento religioso descomunal desde o Norte até o Sul, tudo leva a crer que estamos nas vésperas do almejado avivamento”[15]. 

               Entre 1926-1928, Derly de Azevedo Chaves foi estudar teologia em Emory University, Atlanta, EUA. Em 1929, ele assumiu a direção do Seminário Granbery, em Juiz de Fora. Em 1935, ele se envolveu numa polêmica teológica com o Rev. José Henriques da Matta sobre a personificação do diabo. Matta foi processado e excluído da Igreja e organizou a Irmandade Metodista Ortodoxa. 

 Um avivalista metodista norte-americano no Brasil 

 

             Na década de 30 visitou o Brasil um pastor metodista norte-americano chamado George W. Ridout, D.D. do Colégio Asbury, EUA,  "que pregou avivamento, despertou muitas igrejas e alguns obreiros no poder do Espírito Santo e deixou um livro que foi traduzido para o vernáculo com o título : Poder do Espírito Santo"[16]15, em 1933. Ridout escreveu também Revival Blessings (Bençãos do Avivamento), em 1928. 

              O livro O Poder do Espírito Santo foi escrito especialmente para as Igrejas evangélicas do Brasil. O objetivo era apresentar a grande doutrina do Espírito Santo e também mostrar como podemos experimentar as coisas do Espírito[17].            

              Ele declarou que sua conversão se deu num avivamento metodista. Posteriormente, com outro pastor metodista aprendeu sobre "as coisas profundas do Espírito Santo, a vida vitoriosa, salvação completa"[18]. Ele experimentou a salvação completa e teve uma liberdade e poder como nunca tinha experimentado antes. 

            Suas mensagens, entre 1932 e 1933, marcaram uma época na história do avivamento no Brasil. Ele foi o primeiro avivalista a vir ao país. 

         Suas pregações trouxeram despertamento a muitas pessoas. Uma delas foi Álvaro Ferreira de Moraes. "Em maio de 1933 apareceu, em Ourinhos, o grande evangelista, Dr. George Ridout. Álvaro Ferreira de Moraes resolveu ir até lá e seu coração foi abrasado pelo poder do Espírito Santo e se despertou, de tal modo, que uma nova chama de entusiasmo tomou conta de toda a sua vida"[19].Abandonou seu trabalho, deixando com um dos filhos, e saiu para testemunhar. Foi ardoroso dizimista e líder no metodismo substituindo muitas vezes o pastor. 

          George Ridout foi convidado pelo pastor Charles de Alexander Long para pregar em Petrópolis, em 1932. Seus métodos não foram bem aceitos. Contudo, em todo o país um cântico que ele ensinou marcou uma época: 

          “Espírito do Trino Deus

            Vem sobre nós. 

            Quebranta-nos, consome-nos,

            Transforma-nos, transborda-nos. 

            Espírito do Trino Deus.

            Vem sobre nós”.[20]

  

 A “Liga dos Dois” do  Rev. Messias            

        O pastor Messias Cesário dos Santos, que substituiu Charles Long em Petrópolis, logo após as pregações de Ridout,  se preocupou logo  em elaborar sermões sobre a doutrina, atuação e fruto do Espírito Santo. Messias era uma dos pastores desejosos de avivamento tanto que criou o movimento de oração  chamado  “Liga dos Dois” ou “Circulo de Oração”. 

         Este movimento havia sido realizado em Cascadura (1929-1932) com  sucesso. O mesmo ele fez em Petrópolis, a partir de 1933. 

         Num folheto chamado “Avivamento”, assim ele definiu a “Liga dos Dois”, no final da década de cinqüenta: “A liga dos Dois é como o próprio nome sugere, um movimento espiritual de oração que empolga toda a Igreja, tendo por base a oração previamente estabelecida entre duas pessoas”[21].Era chamado também de “Círculo de Oração”. 

          Messias disse ainda que este movimento tinha como líderes “o guia leigo, o Superintendente da Escola Dominical e os Presidentes das sociedades, isto para que ninguém fique fora do ‘Circulo de Oração”[22].       

          O criador da “Liga dos Dois” deixou bem claro que este movimento “não é outra roda a acrescentar-se à engrenagem, mas o combustível que permitirá a máquina trabalhar a pleno rendimento; logo não há nela presidente, secretário nem tesoureiro”[23]. 

          Entre as orientações para o bom êxito do movimento, Messias deu diversas instruções, entre elas: “o movimento deve ter a aprovação do pastor, como guia espiritual da igreja; cada pessoa interessada no movimento convidará outra para ser sua companheira de oração formando com ela uma dupla; a oração deve ser feita, diariamente, à hora marcada, onde quer que a pessoa se encontre, em favor do companheiro e das pessoas indicadas, por ele, no verso do cartão”, etc[24]. 

           No final da década de cinquenta, após 43 anos de pastorado e sem as duas pernas, Messias voltou a enfatizar a “Liga dos Dois”. Seu desejo era dinamizar a vida espiritual da igreja. 

Sufocados pela organização, líderes clamam por um avivamento  

            Na década de trinta, muitos líderes estavam mais preocupados com a  elaboração dos Cânones  do que com o avivamento. A Igreja tinha uma grande responsabilidade de acertar, especialmente na área administrativa, pois acabava de se tornar autônoma. Ela precisava mostrar à “Igreja Mãe” que também poderia dirigir bem a Igreja        

            No Concílio Geral de 1934, a Comissão sobre o Estado Geral da Igreja recomendou cinco ênfases: o culto doméstico, o apoio a literatura da Igreja,  ceder maior espaço para a participação leiga na Igreja, o cuidado na conservação dos membros na Igreja e a busca do avivamento: "Que haja uma grande campanha revivificadora durante estes anos, e que não fique nenhuma Paróquia sem a intensificação desta campanha de avivamento."[25]     

            A liderança da Igreja tinha o  desejo de acertar, mas não havia a mesma visão e experiência com o poder do Espírito como havia acontecido na Inglaterra e EUA. Vemos isto na publicação do livro Evangelismo e Avivamento de autoria do dedicado pastor Eduardo Mena Barreto Jaime em 1940, e que teve o prefácio do bispo César Dacorso Filho, que o recomendou para estudo nas igrejas. 

             De uma forma bela e profunda é dito que "Evangelismo é apresentar Cristo Jesus, no poder do Espírito"[26]. Mas, no capítulo "Evangelismo - Dons e Talentos" não se fala em Espírito Santo e nem em dons do Espírito: "E a nós foram confiados outros talentos de grande valor na  obra do evangelismo: a  inteligência, dom da oratória, o da música, o da arte em geral, em seus encantos e beleza"[27]. Logo a seguir são citados os exemplos da cultura de Rui Barbosa, a arte de Miguel Ângelo e a voz de Caruso como dons e privilégios dados por Deus. 

                Foi um período em que se valorizou muito a cultura e capacidade intelectual. Na Voz Missionária da década de quarenta é citado diversos estudos de Rui Barbosa. Inclusive, na Voz Missionária de outubro-novembro-dezembro de 1949 é colocada uma grande foto de Rui Barbosa na capa da revista e um grande artigo, entre as páginas 3 e 10,  sobre o "Centenário Natalício de Rui Barbosa" de autoria do pastor Antônio de Campos Gonçalves. 

                Neste período, alguns líderes se mostraram insatisfeitos com os rumos  do Metodismo brasileiro.O próprio  Eduardo Mena Barreto Jayme da Região Sul questionou os métodos de evangelização, em 1938. Disse para voltarmos à maneira usada no avivamento wesleyano. 

              Na Igreja Presbiteriana Independente, em 1940, houve uma divisão surgindo a Igreja Presbiteriana Conservadora. 

               Entre 1937-1945 o Brasil viveu na ditadura do  Estado Novo instituído por Getúlio Vargas e que se inspirava na Constituição Fascista da Polônia. Entre 1939-1945 o mundo esteve em guerra. O Brasil passou a enviar soldados para o campo de batalha. Foi um período de incerteza e de valorização dos valores espirituais.              

               Em 1940, o grande líder Guaracy Silveira da Região Centro foi claro ao desejar uma renovação da  Igreja ao citar  Reforma Protestante e o Movimento Metodista na Inglaterra: “(...) sufocados pelas leis e pelos preceitos, pelas organizações, e múltiplas reuniões, e, porventura, pelo fato de ser dado mais ênfase ao culto público do que às experiências íntimas (...) A nosso ver estamos laborando nos mesmos erros em que o romanismo caiu, exigindo o apelo da Reforma; em que caiu o anglicanismo, exigindo o movimento metodista (...)”[28]             

                   Guaracy disse para voltarmos à singeleza e sinceridade dos cultos wesleyanos. 

               As observações de Guaracy Silveira não foram levadas em conta. H.I. Lehman, da Região Sul, em 1943, criticou a decisão do Concílio Geral de 1942 de acabar com o ministério do pregador local. Ele disse que o maior inimigo do metodismo era a clericalização.  

A II Guerra desperta para o Avivamento Espiritual  

             Enquanto milhões de jovens morriam na guerra, o metodismo brasileiro decide dar um apoio maior a mocidade e promove o I Encontro Geral da Mocidade Metodista, em 1941, Piracicaba, com 196 delegados. Setenta anos depois da organização da primeira Igreja em Saltinho, no ano de 1871. 

               Enquanto isso, nos EUA, ainda em plena guerra mundial, começava a surgir um movimento chamado Mocidade para Cristo, em 1943. A MPC, em 1945, recruta Billy Graham para o trabalho evangelístico, que influenciaria os jovens evangélicos em muitas partes do mundo. Suas campanhas dariam fama a Billy Graham, que conseguiria envolver as denominações evangélicas com sua comunicação de massa e ótima organização. Oswald Smith foi outro líder e ideólogo da MPC. 

              Em 1945, o pastor presbiteriano Antônio Elias estava encarregado pela Junta de Missões para abrir uma Igreja em Teófoli Otoni, MG. Só havia uma família presbiteriana. Ele era solteiro. Elcy de Magalhães Lima, uma discípula da missionária Rosalee Appleby, sempre enviava folhetos para Antônio Elias. Um dia chegou em suas mãos um folheto sobre a experiência de Charles Finney. A partir daí houve uma mudança de visão em sua vida espiritual. Ele entendeu que só pela ação do Espírito Santo a obra poderia ser realizada[29]. 

              A Igreja e a sociedade haviam acordado para a juventude, que sofrera com os horrores da guerra. Em 1947, a Igreja promoveu a “Cruzada da Mocidade” e em Oslo foi realizado o “II Encontro Mundial da Juventude cristã”. 

               No período pós-guerra, houve grandes preocupações e inquietações, entre elas, com a bomba atômica. Um dos artigos no Expositor Cristão fala do “Mundo agitado”, publicado em 1947: “Existe sim, pairando, suspenso no ar um grande, enorme perigo ameaçando destruir o mundo inteiro em poucos instantes. Esse perigo é a Bomba atômica” [30]. 

             No mesmo ano, na Faculdade de Teologia, em Rudge Ramos, o Profº Dorival Soares Ramos fez uma palestra sobre “Uma visão do mundo atual” onde ele afirma que “estamos vivendo momentos de muita confusão. Todos se encontram em expectativa (...). A conclusão a que todos os pensadores têm chegado é que a humanidade está desorientada à procura de alguém que lhe possa apontar o caminho”[31]. 

           O Rev. Pfarrer Harald Niedner também fez uma palestra na Faculdade de Teologia, em 1947, onde ele abordou sobre a situação da Alemanha pós-guerra. Segundo ele, em 19 de outubro de 1945, o Conselho das Igrejas Evangélicas da Alemanha seu reuniu por uma comunhão de sofrimento e também para reconhecer a culpa por tantos povos sofrerem irreparáveis prejuízos: “Lamentamos não termos afirmado com mais decisão essa nossa atitude, de não termos orado com mais constância, de não termos crido com maior segurança, e de não termos tido mais amor”[32].           

          Como conseqüência da guerra, havia a miséria espiritual e corporal. Muitas regiões não tinham serviço religioso e milhões passavam fome. Por causa disso, “há o grande movimento de renovação espiritual, e todos estão reconhecendo a importância para esta renovação serão das novas orientações teológicas. Estão dando supremo valor ao culto e a Santa Ceia”[33].

            A segunda guerra trouxe grandes conseqüências para a Igreja. Levou a Igreja a uma preocupação maior com a vida espiritual e com o Reino de Deus. 

             Entre os dias 9 a 17 de julho de 1947, a Igreja realizou seu I Instituto Ministerial Geral, no Colégio Bennett, sob a direção da Junta Geral de Educação Cristã. O Instituto Geral marcou tanto que foi falado no final do encontro que todos  estavam com  os    corações transbordantes de entusiasmo cristão. 

               Os Bispos e pastores presentes lançaram um desafio a todos “em prol do mais pronto estabelecimento do Reino dos Céus em nossa Pátria, através da sua ação evangelizante, educativa e assistencial”[34].32 Os pastores aceitaram o desafio do Colégio dos Bispos de alcançar 6 mil novos membros no exercício eclesiástico. O desafio tinha um preço: “o desafio vos apela a uma consagração irrestrita e incondicional, de todas as energias e capacidades, na gloriosa empresa da conquista do Brasil para Cristo”[35]. 

            O Instituto Ministerial despertou nos pastores necessidades espirituais: 

            1. Todos nós sentimos necessidade de renovação espiritual concretizada numa experiência viva, resultante de nosso encontro com Jesus e o Espírito Santo. Do vigor espiritual do Ministério da Igreja resultará uma Igreja vivamente espiritual (...); 

           2. Todos nós sentimos necessidade de mais aproximação entre os ministros e pastores de nossa Igreja (...). O IG facilitou esta aproximação e a igreja já está gozando dos resultados dos novos ideais de que estão possuídos os pastores que não se furtaram ao privilégio de tomar parte nos seus trabalhos; 

          3. Todos nós sentimos necessidade de dar mais força ao trabalho de Evangelização (...).  A ênfase neste ponto, avivou-nos o espírito o ideal de Cristo e da Igreja Cristã nos seus primórdios, dando a cada um de nós CONSCIÊNCIA do verdadeiro sentido de EVANGELIZAÇÃO (...)”[36]. 

          Ele encerra a reportagem dizendo: “Cada pastor que participou do Inst. Minist. Geral já está infundindo em sua igreja uma nova consciência do que quer dizer Avivamento Espiritual, Trabalho Pastoral e Evangelização”[37].           

 O Avivamento de Amós Anibal 

              Na década de quarenta, surgiu um movimento avivalista na Igreja Metodista liderado por Amós Anibal. Os pastores que se envolveram eram da Região Norte: Amós Aníbal, Francisco Teodoro Batista, Mário Mendes, Nelson Arcanjo  Duarte Rocha, etc. Não havia uma perfeita identidade entre eles. Havia somente o desejo de um aperfeiçoamento da vida espiritual e maiores vitórias no ministério pastoral. Não havia um comprometimento maior. A distância entre eles e a falta de apoio para um real avivamento foram algumas das barreiras da época. 

                Amós Aníbal era membro da igreja metodista de São João, no Instituto Central do povo e se transferiu para a igreja de Vila Isabel. Ali se tornou regente do coral e presidente do Departamento de cultivo espiritual e missões. Ele tocava órgão e flauta. Após a Escola Dominical, eles visitavam os enfermos nas residências e hospitais. Às 18 horas havia estudo da revista Cruz de Malta. Em 1937, Amós se casou com Neuza Aníbal. Fez a cerimônia o Pastor Antônio de Campos Gonçalves. 

                 Ele era extremamente culto. Falava sete idiomas. Estudou no Seminário Teológico Betel do Rio de Janeiro e nos Concílios prestava exames. Em 1940 foi provisionado. 

                 Juntamente com sua esposa, em 1941, aos 22 anos de idade, saiu da Igreja Metodista de Vila Isabel para o pastorado nas igrejas de Irajá e Coelho Neto. Em Irajá havia o culto "Vigia e Ora". Eram cultos de oração às terças feiras, à noite. Participava a liderança, os membros e alguns pastores. Havia a manifestação do Espírito, mas isso era reservado, pois era algo não aceito, na época, no meio metodista. Havia muito fervor no culto. Era uma reunião para avivamento[38]. 

          A liderança e capacidade de Amós Aníbal parece que  trouxe preocupação ao Gabinete Episcopal, afinal, era uma época marcada  pela falta de democracia, com golpes e estado de sítio no país e ainda acontecia a  Guerra Mundial. Amós e seus companheiros se reuniam na casa de Francisco Teodoro Batista, em Três Rios. Isso levou o Bispo César, em Janeiro de 1944, a escrever uma carta pastoral ao grupo dizendo que eles não precisavam deixar suas paróquias para se reunirem. Poderiam fazer isso em suas próprias igrejas. Amós havia criado a Sociedade Missionária Metodista. 

                        Havia o medo de uma nova divisão, como a criação da Irmandade Metodista Ortodoxa, em 1935. Em 1942, havia ocorrido divisões na Igreja Presbiteriana Independente por causa da questão das penas eternas. Surgiriam as igrejas Presbiteriana Conservadora e a Igreja Cristã de São Paulo, com ênfase liberal. 

             Outra divisão ocorreu na Igreja Metodista de Vila Mazzei, em São Paulo, em 1946, surgindo a Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico”.           

              Amós era avivalista e gostava de pregar sobre o Espírito Santo. Diante das dificuldades de ter uma igreja local mais aberta ao Espírito Santo, o pastor Waldemar Figueiredo (que na década de sessenta participaria da divisão wesleyana) deu a sugestão a Amós Aníbal para criar um outro trabalho evangélico. Amós respondeu que agiria como Wesley. Jamais deixaria a Igreja Metodista, que muito amava[39]. 

               De 1945 a 1948, Amós Aníbal pastoreou a Igreja metodista da Penha e de 1947 a 1948 pastoreou as Igrejas metodistas da Penha e Duque de Caxias. 

               Amós era funcionário da Secretaria de Educação e Cultura. Em 1946 foi nomeado como chefe da Seção de Divulgação e Documentação do Ministério de Educação e Saúde. 

               Não foi o Instituto Ministerial Geral que havia entusiasmado Amós Aníbal. Antes do Instituto Geral (julho de 1947), ele escreveu 6 artigos no Expositor Cristão sobre Avivamento Espiritual (de 17 de abril a 24 de julho de 1947). O “Ministerial” certamente deu uma segurança maior ao seu ministério e a sua visão espiritual. 

                Nesses artigos, Amós mostra ser discípulo de Stanley Jones, o qual cita diversas vezes. Cita também Wesley, a quem chega a pedir: 

               “Wesley, meu servo, desce a escada do tempo, vem explicar, com singeleza, aquilo que o ‘mestre em Israel’ já devera entender naturalmente”[40]. 

             Para Amós Anibal, avivamento é o mesmo que Pentecoste. Ele cita Stanley Jones: “Pentecostes não é meramente um evento no tempo, mas um princípio contínuo em nosso Evangelho, e é operante sempre que suas condições sejam satisfeitas”[41].40 Para ele, o Pentecostes resulta em vida abundante. “Ele significa a entronização, no centro da nossa vida, dAquele que é a própria vida, vindo para que a possuamos com abundância”[42]. 

          Amós Aníbal ressalta a importância da Bíblia e da oração: “A Bíblia e a oração- a voz de Deus e a voz do crente - são, respectivamente, a porta e a chave da comunhão mediante a qual podemos inebriar-nos de Deus, no gozo da plenitude do Seu amoroso Espírito”[43]. 

         Ele cita ainda Stanley Jones para falar da situação atual da Igreja, que certamente era a situação também do metodismo brasileiro: “Para Jones, a Igreja hodierna é medrosa, está escondida atrás da porta fechada, justamente como os discípulos após a ascensão do Senhor e antes do derramamento do Espírito”[44] Citando, por fim,  Stanley Jones, ele diz que a Igreja sofria de “paralisia de análise”. Ela pode dissecar a vida, mas não pode dá-la. Ela tudo sabe, exceto como viver e viver abundantemente. 

              Amós Aníbal acreditava ensinava sobre a “segunda benção”, como era comum chamar o Batismo do Espírito, na época. Ele afirma: “Os apóstolos já eram cristãos, quando receberam a ordem: ‘mas vós permanecei na cidade, até que sejais revestidos de poder lá do alto (Luc.24:49)”[45]. 

              Por humildade ou por precaução, Amós Aníbal evita falar de si e comenta sobre o derramar do Espírito ocorrido com um pastor metodista na cidade do Rio de Janeiro há pouco tempo atrás. 

             Ele percebeu que os crentes de sua igreja se distanciavam da vida de santidade trazendo assim a apostasia como conseqüência. Decidiu, então, convocar uma semana de oração e avivamento espiritual. Nos três primeiros dias, baseado no Salmo 139, a igreja foi levada a um longo período de orações, exame de consciência e confissões: “Sob profunda convicção de pecado, uma após outra sucediam-se orações regadas com lágrimas de arrependimento(...)”[46]. 

            No quarto dia “não poucos já foram os testemunhos de paz e de gozo em que haviam entrado aqueles que sinceramente esvaziaram o coração ao pé da Cruz”[47].46 Neste período foi ensinado sobre a palavra em João 7.37-39: o cristão tem a exuberância da vida espiritual numa atitude ativa e positiva na aceitação da benção. Segundo ele, “ a condição para a comunicação do dom bem como o meio e a finalidade é a glorificação de Cristo. Ah! Quanto isto significa !”[48]. 

           Amós Aníbal relata os fatos mostrando ter sido uma testemunha ocular dos fatos. Diz ele que no quinto dia “o templo estava repleto; a Palavra de Deus ocupou o seu distinto lugar, o louvor espontâneo, e os testemunhos se multiplicaram”[49]. O pranto caiu sobre os presentes. Ele diz que o que aconteceu é difícil narrar. O Espírito Santo usou alguns para a intercessão naquele momento. 

          Chegou, então, o domingo. Era dia de Ceia. “O templo já não podia comportar a assistência ao culto da manhã. O ambiente estava saturado de graça pela mui sensível presença de Jesus”[50]. O sermão do pastor foi o melhor pregado até então, como Pedro no dia de Pentecostes. Um mar de lágrimas inundou a igreja. Lágrimas de júbilo e exaltação. 

          Ele conclui dizendo: “Só o Espírito sabe o que se passou na alma daqueles irmãos em íntima comunhão com Cristo e uns com os outros. Mas aquele domingo foi o marco inicial de uma vida renovada para aquela igreja”[51]. 

          Amós teve experiências espirituais marcantes. Em 1949, ele sonhou que um anjo o acordava e o levava ao escritório para preparar uma mensagem para os juvenis da igreja metodista de Resende. Às 5 horas da manhã, como de costume, Amós levantou para ir ao escritório preparar a mensagem daquele domingo. Quando ele chegou ao escritório a mensagem já estava escrita em cima da mesa do escritório. Ele contou esse fato à igreja. Isso levou alguns juvenis, entre eles, Ermil Corrêa, a se decidir por Jesus Cristo e depois para o ministério pastoral.[52] 

              No ano de 1948, Amós Aníbal tudo deixou para se dedicar exclusivamente ao ministério pastoral. Ele foi nomeado para Resende, em 1949, que havia acabado de se tornar igreja. Ela havia sido congregação de Barra Mansa. Amós se tornaria capelão na Academia das Agulhas Negras. Ele gostava de visitar. Em 1949, ele recebeu 31 novos membros. Em 1950 havia recebido 08 membros.  

               No culto do domingo à noite, dia 01 de outubro de 1950, sua esposa Neuza Aníbal, pela primeira vez, viu um clarão muito forte ao redor de Amós Aníbal, quando ele pregava. Durante muito tempo ela perguntou qual a razão daquela claridade. O próprio Amós percebeu que ela o fitava muito. Ela entenderia, uma semana depois, que o Senhor o coroava.[53] 

             No dia 06 de outubro, cumprindo sua função pastoral, ele foi visitar em sua moto um membro  da igreja numa fazenda distante. A moto teve problema e ele teve que empurrá-la. Amós Anibal sempre teve boa saúde. No dia seguinte, levou seus filhos para a escola às 7 horas da manhã e foi para o gabinete pastoral onde, disciplinado que era, colocou tudo em ordem. Ali ele teve um derrame cerebral fulminante. Antes das 12 horas do dia 07 de outubro de 1950 ele entrou em coma e por volta das 18 horas os sinos da Igreja matriz da cidade de Resende anunciaram o seu falecimento. [54] 

             O Comandante da Academia das Agulhas Negras enviaria um grupo de cadetes para levarem o caixão numa ambulância até a igreja Metodista de Vila Isabel e ali permaneceriam até o final do ofício fúnebre, no domingo da manhã do dia 08, celebrado pelo Rev. Antonio de Campos Gonçalves. 

              Em 195l, faleceu também o presbítero Mário Mendes e sua filhinha Valma num choque de trens entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete. Morreu no exercício do seu ministério. Somente ele e sua filha morreram no desastre. O trem estava parado na estação e sua filha estava dormindo no trem. Quando Mário viu que vinha outro trem e haveria uma batia, ele entrou no trem para salvá-la e morreu junto com ela. 

               Ele havia sido provisionado em 1941. Faleceu aos quarenta anos de idade. Antonio Bágio assim se expressou sobre ele: "Legou à família um nome honrado, à Igreja dignificaste exemplo de consagração, aos colegas de ministério afeição fraterna e à pátria amor e respeito às leis".[55] 

             Este fato levou muita gente a considerar que a morte dos dois foi obra de Deus porque eles “queriam dividir a igreja”. Contudo, toda prática de Amós Aníbal, suas experiências e o testemunho dos membros das igrejas e colegas, que estão abertos à obra do avivamento, mostra exatamente o contrário. Amós era um homem de Deus. 

            No período em que Amós Aníbal foi pastor em Irajá (1941-1944) o guia-leigo era Nelson Arcanjo Duarte Rocha. Eram vizinhos e muito amigos. Nelson era militar e deixaria tudo para ser pastor. Em 1942, Nelson Rocha foi provisionado. Entre as igrejas que pastoreou, estão: Campo grande, Nilópolis, Laranjais, Anta, Sapucaia, Muriaé. 

              Nelson gostava muito da Assembleia de Deus, especialmente do Pastor Emílio Conde, mas era muito isolado e agia sozinho. [56] 

           Em 1952, Nelson Arcanjo Duarte Rocha foi excluído da Igreja Metodista e criou um trabalho de oração em Mato Grosso. Ele voltou a Igreja e foi readmitido em 1953 para ficar em experiência dois períodos eclesiásticos. Mas logo depois sairia novamente criando um trabalho de oração em Petrópolis[57]. 

              Para completar, em 1953, faleceu Guaracy Silveira de ataque cardíaco sem completar 60 anos e sem ver muito dos seus sonhos se realizarem na Igreja. 

             Guaracy foi redator do Expositor Cristão duas vezes. Foi deputado à Constituinte duas vezes  (1933 e 1946). Começou seu pastorado como ajudante na Central de São Paulo, em 1918. Em 1921 foi consagrado presbítero. Lutou muito pela Igreja. Foi um dos pastores que mais fez pela Igreja. Não pertenceu ao grupo de Amós Aníbal, mas questionou muito o rumo da Igreja na década de quarenta e lutou para que ela voltasse às raízes wesleyanas. 

              Não foi ainda naquele momento que se realizaria o sonho de ver o metodismo alcançar o mesmo vigor dos tempos de Wesley. 

            Criou-se muita especulação sobre o movimento, Amós Aníbal e os participantes. Deram diversas interpretações sobre os acontecimentos. A verdade é que ele e seus companheiros amavam a Igreja Metodista e sonharam em vê-la atuante.    

           Isnard Rocha no livro Pioneiros e Bandeirantes do Metodismo no Brasil fez grandes elogios a capacidade intelectual, vida espiritual e caráter de Amós Aníbal. Disse: "Que exemplo feliz para nós e sua querida família! Como pedra preciosa, Amós foi engastado na coroa de Cristo"[58]. 

               Líderes tradicionais, como Antônio Bágio e Antônio de Campos Gonçalves, escreveram no Expositor Cristão exaltando suas qualidades. Sua última igreja - Resende - durante muito tempo foi conhecida oficialmente como "Igreja Amós Aníbal". Algumas igrejas colocaram o nome de sua classe de “Classe Amós Aníbal”. 

        O fato de alguém falecer repentinamente não significa que houve o peso da mão de Deus. A história tem registrado desde o início a morte prematura de muitos líderes no metodismo brasileiro. Além de Amós Aníbal, com 32 anos, Mário Mendes, 40 anos, também há o registro do falecimento de Cynthia Kidder, esposa do missionário Daniel Kidder, que faleceu com 22 anos, que o fez a voltar aos EUA.  Annie Newman, esposa do missionário J.J.Ranson também faleceria com 24 anos. Ainda há o registro do falecimento prematuro dos seguintes pastores:  Irineu Mendes Vieira, com 29 anos; Jenuino E. Caetano, com 31 anos. João Gonçalves da Costa, com 35 anos e Lair Gomes de Oliveira, com 37 anos, etc.[59] 

         A história nos ensina ainda que o mover do Espírito no nosso meio influenciou muitas pessoas e igrejas. Muitos idealizaram uma nova Igreja nos moldes do tempo de Wesley, como Amós Aníbal, Eduardo Mena Barreto Jayme, H. I. Lehman e Guaracy Silveira. Uma Igreja sem burocracia, sem "donos", mas com dons, cheia do Espírito, para transformação do ser humano e da sociedade. 

O avivamento bíblico 

           A Igreja Metodista de Vila Mazzei, SP, foi organizada em 1932 e teve como primeiro pastor Teodorico José Ferreira Franco, que construiu o templo. Era músico e muito dedicado. Ficou seis anos na Igreja e faleceu. 

          O Provisionado - Suplente- Estudante Benedito de Paula Bittencourt era pastor em Vila Mazzei e Tucuruvi. Ele havia convidado o seminarista Mário Roberto Lindstron para ajudar nas duas paróquias. Nem sempre Bittencourt podia estar presente durante a semana.[60] Lindstron teve a liberdade nas igrejas. 

           Após os EUA jogarem a bomba atômica sobre o Japão, a 2ª Guerra Mundial chegou ao seu final. Menos o pavor que o poder de destruição da bomba atômica deixaria em diversas pessoas. Muitos viam a urgente necessidade de uma maior santificação e de clamar por misericórdia ao Senhor. Foi dentro deste contexto, influenciado por dois japoneses, que alguns membros das igrejas metodistas de Vila Mazzei e de Tucuruvi participaram de um movimento de santificação. Eles “viraram as igrejas no avesso”, segundo Bittencourt.[61] 

             “No final de 1945 começou um grande descontentamento no seio da Igreja Metodista em Vila Mazzei devido ao comodismo e indiferença sobre os ensinamentos da Bíblia. A vaidade, o conformismo com o mundanismo aumentaram esse descontentamento. Isso fez que tivesse início de certo movimento de grande número de membros que começaram a buscar a santificação e poder através do batismo com o Espírito Santo.”[62] 

                Segundo o pastor Bittencourt, o movimento foi realizado “com práticas que nem eram do avivamento.”[63]Ele e sua esposa Elisa se sentiram “exprimidos por algo que nunca havíamos visto e que representava para nós algo estranho, especialmente o modo de orar aos gritos e com gemidos prolongados (...)”[64] 

            Havia uma Igreja dentro da própria igreja, pois cerca de 30 pessoas tinham suas próprias reuniões onde buscavam a santificação e o batismo do Espírito. Ficaram conhecidos com o “grupo do clamor”. Todos eles oravam com intensidade buscando a santidade e o poder do Espírito[65]. 

          O movimento teve início na Faculdade de Teologia, em Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo. Havia dois seminaristas japoneses que pertenciam a Igreja Metodista Livre: Taisuke Sákuma e Kinzo Uchida. Eles influenciaram o jovem Mário Roberto Lindstron, que acabava de chegar a Faculdade, em 1945. Os jovens japoneses ensinavam a necessidade de buscar a experiência de santificação ou santidade. Mário foi batizado pelo Espírito. Passou a ser ajudante em Vila Mazzei e Tucuruvi. O avivamento foi levado para as duas igrejas pelo Mário, Taisuke e Kinzo, que tiveram várias reuniões nas casas com os membros. 

         Um dos líderes do movimento, Taisuke Kinzo,  havia nascido no Japão, em 1915, e teve o sonho de conhecer e morar no Brasil chegando aqui em 1933. No dia 17 de maio de 1935 ele teve um encontro com Jesus. Em 21 de setembro de 1937 passou pela experiência da “segunda benção”. Após ter ficado doente por vários anos, sentiu o chamado de Deus para o ministério pastoral, em 29 de abril de 1940, ingressando na Faculdade de Teologia, em Rudge Ramos, em 1943 [66]. 

         Em sua dissertação para o bacharel de teologia, em 1947, Kinzo abordou o seguinte tema: A Segunda Benção, sua Comunicação e segredo de sua Conservação. Nela, Kinzo  diz que “sem a segunda benção, dificilmente alguém produzirá obra duradoura de edificação espiritual cristã; pois é ela a geradora de energia para a ‘loucura da pregação”. Para ele, segunda benção é o mesmo que santificação. A primeira benção é a justificação. O catedrático de sua dissertação foi o profº Almir dos Santos. [67] 

            O aluno Claúdio Cadorna de Moraes, da Região do Sul, atual 2ª Região, também participou do grupo de oração, mas se formou antes, em 1945. Sua dissertação teve o seguinte tema: Santificação. [68] 

               No ano de 1946, foram para a Faculdade os jovens Alírio Flora Agostinho e Oswaldo Fuentes, que na chegada decidiram orar com Mário para agradecer a viagem e experimentaram o batismo com o Espírito.            

               O grupo respeitava o pastor e só orava do modo tradicional em sua presença. Bittencourt diz: “sempre que eu chegava nas reuniões de oração que eles estavam dirigindo, cessavam a metodologia empregada do ‘clamor’e voltavam a orar pacificamente como até então se praticava. Não precisava que eu dissesse qualquer coisa para que a atitude fosse mudada e, depois de encerrada a reunião, vinham me pedir desculpas.”[69]             

             Para resolver o problema, o pastor local convidou “o profº Almir dos Santos para fazer uma visita àquelas igrejas e falar a elas sobre o assunto, o que foi feito, por dois ou três dias. Tucuruvi escolheu o método tradicional (de então) de ser metodista, e abandonou os rapazes, mas em Vila Mazzei perdemos metade da congregação que saiu com o Mário Roberto e, ato continuo, abandonou também o Seminário.”[70]         

               No Dia da Autonomia da Igreja Metodista, 2 de setembro de 1946, o líder da mocidade Orestes Branchini foi excluído da Igreja. Depois cerca de 40 outros “barulhentos”, como eram chamados, foram excluídos, segundo Orestes Branchini.                          

              No Manual da Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico para o quinquênio 1982-1987 há o seguinte relato: “De modo oficial, podemos dizer que o Avivamento Bíblico nasceu a 7 de setembro de 1946, em meio aos eucaliptos que havia no pátio, aos fundos da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista do Brasil, em Rudge Ramos, Município de São Bernardo do Campo, em São Paulo.”[71] 

           Neste dia, estavam presentes os seminaristas japoneses (Taisuke e Kinzo), Mário Lindstron, Alírio Flora Agostinho, Oswaldo Fuentes e diversos membros das igrejas de Tucuruvi e Vila Mazzei. A sugestão do nome da Igreja veio de Orestes Branchini.              

              Os dois grandes incentivadores do movimento foram Cícero Faustino Inojosa (Presidente da Sociedade de Homens) e Orestes Branchini (Presidente da Mocidade), que depois se tornaria pastor. A esposa de Cícero - Otilia Inojosa - nunca se afastou da igreja Metodista de Vila Mazzei. 

               O primeiro líder escolhido, porém, foi Tertuliano Antunes, um jovem professor e crente novo. Sua esposa era aleijada e tinha dificuldades de andar. Ele liderou a Igreja até a chegada de Mário Lindrston, em 1947, quando ele foi excluído da Faculdade de Teologia. Oswaldo Fuentes e Alírio Flora Agostinho ainda permaneceram na Faculdade em 1947, quando então sairam . Oswaldo Fuendes foi para advocacia e Alírio para outro canto.[72] 

              Este assunto foi discutido no Concílio Regional do Centro, em janeiro de 1948, após o relatório do pastor Irineu Monteiro de Pinho,  e chegou à cúpula da Igreja: “Atendendo ao pedido de Alvaro Alves de Souza no pedido que fez sobre os ex-seminaristas da Faculdade de Teologia (Alírio Flora Agostinho e Oswaldo Fuentes), Augusto Schwab informa que eles estão fora da Igreja Metodista.”[73] 

              Tertuliano Antunes voltou para a Igreja Metodista de Vila Mazzei com a chegada de Mário Lindrston, pois estava desempregado e não resistiu a proposta de emprego do pastor metodista José Guerra. A notícia foi publicada no Expositor Cristão de 11 de setembro de 1947: “Novos membros - Recebemos por batismo e profissão de fé: Turfa Asaf e Pedro da Silva; a pedido: Tertuliano Antunes e Maria Barbosa (...)”[74]

              A Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico passou a utilizar a Harpa Cristã e a se reunir na casa de Edmundo Branchini (que anos depois iria para a Congregação Cristã) e depois na casa humilde de Lázaro Sansão, em Jaçanã. Logo uma intensa evangelização seria realizada nas praças, feiras, nos bairros vizinhos (Tremendé e Jardim Tremendé) e na cidade de Mairiporã. No dia 15 de junho de 1947, nas águas do rio Cabuçú, entre São Paulo e Guarulhos, seria realizado o batismo de 47 avivalistas, entre eles, Mário Lindrston. Em agosto seria realizada a primeira assembléia da Igreja, organizada a primeira diretoria e consagrado Mário Lindriston como pastor. O batismo e a assembléia foram presididos pelo missionário Henry Jeffery.[75] 

             O jovem pastor metodista e jornalista Irineu Monteiro de Pinho foi nomeado para Vila Mazzei, em 1947, e procurou restaurar a vida interna da igreja. Algumas notícias enviadas para o “Expositor” revelam essa tentativa: “O pastor tem procurado entrar em contato com os crentes a fim de estreitar os laços fraternos.”[76] No mês de março de 1947, ele daria para a igreja os seguintes estudos: “As provações dos crentes”; “Os altos caminhos de Deus”; “Armaduras do soldado cristão”. 

              Outra notícia fala da Semana Santa. O noticiarista entusiasmado diz: “O estado geral da paróquia é animador; todos visam o engrandecimento do Reino de Deus e planejam novas avançadas.”[77] 

            O próprio pastor realizou série de pregações abordando o sofrimento de Jesus. Cerca de 50 pessoas da igreja realizaram uma alvorada às 3:30 da manhã indo a diversos bairros. Foram distribuídos 3 mil folhetos. Foram realizados cultos ao ar livre e passeatas pelos bairros ao som de cânticos. O coro estava sob a direção de Juliano Branchini. No Concílio Paroquial, os relatórios foram “animadores”. 

       Em 1948, Alírio Flora Agostinho foi consagrado pastor da Igreja Evangélica Avivamento Bíblico, com a idade de 20 anos, e iria pastorear a segunda igreja organizada, em Sorocaba. O primeiro templo também seria construído neste ano em Jaçanã, na Av. Henri Janor. No sub-solo foi construído um lugar só para oração. 

             A nova Igreja continuou crescendo. Foi organizada ainda em Santo André, em 1954 chegando em Belo Horizonte, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Osasco, Santana, Atibaia, etc. 

             Oswaldo Fuentes foi consagrado pastor, em 1955, para pastorear a igreja em Santo André. Em 1954, o pastor metodista Abrahão de Oliveira saiu da Igreja Metodista, liderou um grupo e organizou as congregações da Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico de Vila Nair, no alto do Ypiranga, e também em São Caetano do Sul. 

            Mário Lindrston passou a usar a “tenda da salvação” realizando curas. Em Londrina, no ano de 1955, com o uso da tenda, muitas pessoas se converteram. Logo 73 pessoas foram batizadas. Depois Mário iria para Cornélio Procópio e diversas outras cidades. A Igreja chegou a Curitiba. No final de 1959 já havia mais de 20 congregações no Estado do Paraná. Chegou ainda ao Uruguai, Paraguai, Portugal, África e Índia. 

             Mário Lindrston deixou a Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico em fevereiro de 1972. Houve uma tentativa de fusão com a Igreja Metodista Wesleyana, mas nem todos concordaram. Posteriormente, aconteceu uma divisão na Igreja em Jaçanã e a maioria dos membros o acompanhou sendo organizada a Igreja Metodista Wesleyana sob a liderança de Mário Lindriston. O pastor Jonas Ferreira da Cruz assumiu a Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico, em Jaçanã. Posteriormente, no Paraná, também houve uma divisão e muitos membros saíram.                         

              Alírio Flora Agostinho passou a ser o líder da Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico. Em 1997, a Igreja havia alcançado cerca de 25 mil membros.

 

 

===============================

3. O Movimento de Renovação Espiritual

     ===============================

 

 

           O desejo de renovação espiritual sempre existiu entre as principais Igrejas históricas. Muitas delas foram resultados de avivamentos nos países de origem, especialmente, os EUA. Não havia no metodismo brasileiro, nas décadas de quarenta e cinqüenta a ênfase nos dons espirituais, mas as expressões "avivamento" e, algumas vezes, “segunda benção” são citadas. Nos Concílios Regionais, geralmente, a Comissão do Estado da Igreja recomendava, entre outras coisas, a ênfase no reavivamento. 

              A própria Confederação Evangélica do Brasil, da qual o metodismo fazia parte, elaborou um plano de “Renovação Espiritual”, em 1935. O “Expositor” daria grande destaque na primeira página. Foi uma renovação nos moldes das Igrejas tradicionais. Haveria preocupação com a evangelização, ação social e educação. 

               A Comissão do Estado Geral da Igreja Metodista relatou ao 24º Concílio Regional do Centro, em 1954, sobre o pouco crescimento da Igreja e recomendaria o avivamento: "6) Observamos que um avivamento está se fazendo sentir em o nosso meio, expresso no desejo da maioria dos crentes de ser melhor do que  tem sido. 7) Notamos que há certa prevenção por parte de pastores e leigos, com referência ao avivamento, por causa de certos movimentos reavivalistas extremados"[78]. 

                  Alguns nomes se destacaram no movimento de renovação espiritual no mundo na década de quarenta, entre eles: Oral Roberts e T.L. Osbourne. Eles atraíram grandes multidões com o ministério da cura. Oral Roberts recebeu o batismo do Espírito em 1936, mas foi a partir de 1947 que ele teve uma visão clara do poder do Espírito em sua vida. Neste mesmo ano, ele escreveria o livro Se você precisa de CURA DIVINA faça estas coisas. A primeira edição em português teve 100 mil exemplares. Mais tarde, ele se filiaria a Igreja Metodista. 

             A partir de  1948, houve uma restauração dos dons espirituais à Igreja. No Canadá, houve uma profecia que disse:  "os dons do Espírito serão restaurados à minha Igreja"[79]. De fato, isso aconteceu. No metodismo levaria vários anos para se tornar uma realidade. 

               A Igreja Metodista no Brasil, dependente ainda da "Igreja mãe", apesar da Autonomia, seguiu ainda os mesmos planos da Igreja Metodista nos EUA. Após a união dos três grandes ramos do metodismo norte-americano, em 1939 (Igreja Metodista Protestante, Igreja Metodista Episcopal do Sul, Igreja Metodista Episcopal), foi elaborada a "Cruzada por Cristo" e depois "O Avante por Cristo e Sua Igreja". Na década de quarenta e cinqüenta, o metodismo brasileiro enfatizou os mesmos temas. Era o desejo de uma renovação e dinamismo na Igreja. 

            Uma das pessoas que influenciou às diversas denominações impulsionando-as para o avivamento foi Billy Graham através de suas campanhas evangelísticas, muitas vezes, em lonas que cabiam milhares de pessoas. Foi assim na campanha evangelística de 25 de setembro a 20 de novembro de 1949, em Los Angeles, EUA. Durante oito semanas cerca de 350 mil pessoas participaram dos cultos, 3 mil pessoas tomaram a decisão por Jesus. A lona cabia 9 mil pessoas sentadas. Em uma noite, 15 mil pessoas participaram do culto, enquanto outras 6 mil ficaram do lado de fora.[80] 

               Um dos seus sermões pregado na campanha foi sobre “A Plenitude do Espírito e como obtê-la”. Billy Graham disse que deveríamos pagar um preço para ser cheio do Espírito e dar alguns passos: 1) purificação do pecado de omissão e comissão; 2) consagração. Saberemos que estamos cheios do Espírito porque temos coragem para testemunhar, temos fruto do Espírito e Cristo ocupa o primeiro lugar em nossa mente. Ele termina o sermão dizendo: “Que aconteceria na cidade de Los Angeles, se vós que aqui estais esta noite pudésseis conhecer algo da plenitude e do poder do Espírito de Deus? Quereis pagar o preço? O reavivamento virá quando o povo de Deus estiver pronto para pagar o preço!”[81] 

                A partir da década de cinquenta, David Du Plessis, um sul africano e pentecostal, teve também um papel importante na introdução do avivamento nas Igrejas tradicionais. Ele visitou o Concílio Mundial de Igrejas, em 1951, e o Papa, pois acreditava que, se os católicos passassem a ler a Bíblia, o Espírito vivificador iria transformar suas vidas. Era chamado “Senhor Pentecostes”. Chegou a perder, por isso, as credenciais na Igreja Assembleia de Deus, que em 1987 voltaria a reconhecer o seu ministério. 

               Em 1946, Harold Williams, missionário da Igreja do Evangelho Quadrangular, na Bolívia, teve o desejo de organizar a Igreja no Brasil. Depois de aprender a língua portuguesa, abriu trabalho em Água Branca, zona oeste de São Paulo, mas os resultados não foram os esperados. 

               Em 1953, um pentecostal independente, Raymond Boatright,  iniciou uma cruzada no templo da 1ª Igreja Presbiteriana Independente, em Cambuci, SP. Harold Williams se juntaria a Boatright, pois eram conhecidos, e a cruzada atrairia milhares de pessoas. Milagres e batismo com o Espírito Santo eram as ênfases. 

               Como a cruzada teve grande repercussão, inclusive, nos jornais, atraindo mais de 15 mil pessoas nos cultos, um grupo de americanos doou uma tenda, que cabia cerca de 3 mil pessoas. Foi a primeira tenda   utilizada no Brasil em trabalho de evangelização. Eles deram início a Cruzada Nacional de Evangelização. Boatright ao pregar na Igreja Presbiteriana Independente proporcionou a origem de outros movimentos.[82] 

            A repercussão nas Igrejas tradicionais foi grande, especialmente em São Paulo. "Os pioneiros das reuniões nas tendas calculam que 85% dos pastores da Cruzada Nacional de Evangelização, nos primeiros cinco anos, eram provenientes da Igreja Metodista do Brasil".[83] 

          Um dos pastores que saiu foi Daniel Soares Bonfim. Mais tarde, ele voltaria para a Igreja Metodista, mas depois sairia novamente, em 1967. 

          De uma forma bíblica e muito equilibrada, Harold Williams publicou o livro O Espírito Santo na década de cinqüenta. Suas palavras iniciais revelam o estado das Igrejas, na época: “Falar sobre reavivamento espiritual, evangelização, ou cura divina, sem falar sobre a pessoa do Espírito Santo, foi difícil. O ensino da Palavra de Deus não foi completo. Apesar de ser uma doutrina desconhecida pela maioria dos cristãos da atualidade, é, contudo, a mais importante da Bíblia sagrada”.[84] 

               A ADHONEP (Associação de Homens de Negócio do Evangelho Pleno) foi criada em 1952 por Demos Shekarian com o apoio do pastor Oral Roberts. A ADHONEP procura alcançar os homens de negócios, incluindo em sua ênfase o batismo do Espírito. Ela teve grande influência no surgimento do Movimento Carismático, pois alcançou muitas pessoas nas Igrejas tradicionais abrindo as portas para o mover do Espírito. 

             Alguns líderes pentecostais mundiais vieram ao Brasil, como Oswald Smith e Roy Hession, que através das pregações e literaturas deixaram a semente do avivamento em muitos corações. Um dos livros de Oswald Smith foi Paixão pelas almas, publicado em 1950. Como evangelista pregou em diversos países. Pastoreou a Igreja dos Povos, em Toronto, Canadá.  

               No início da década de cinquenta, o Movimento das Cruzadas era forte, principalmente, em São Paulo.  Diante desta situação, na abertura do Concílio Regional do Centro, no dia 23 de janeiro de 1953, Guaracy Silveira propõe a eleição de uma Comissão Especial para "estudar a situação da Igreja Metodista do Brasil em face do pentecostalismo e avivamento de João Wesley".[85] 

                A Comissão ficou constituída de Afonso Romano Filho, Guaracy Silveira, Francisco Gonçalves Noceti, Joviniano Ferreira e Natanael Bizarro Rosa. Ela fez observações profundas: "Devemos nos alegrar com o trabalho dos pentecostais, e dar graças a Deus porque, aquilo que há neles, que nos parecem erros de prática cristã, não tenha sido obstáculo a que eles estejam alcançando milhares de almas (...)”.[86] 

               Para a Comissão, o metodismo tinha armas dadas por Deus, através de João Wesley, por isso não precisavam de armas de outras comunidades para vencerem as lutas. 

               Mas a Comissão é franca e diz: "Devemos, portanto, nós, ministros e leigos, numa vigorosa e honesta autocrítica, examinar nossas vidas e verificar onde estão nossas falhas, para que, removidas, tornemos mais eficiente nossa vida no serviço do Mestre".[87] 

         Entre as outras recomendações dadas, percebe-se o dedo de Guaracy Silveira, que na década de quarenta já havia falado sobre a mesma coisa: a volta às práticas antigas do metodismo, e restauração dos planos que foram abandonados e que haviam sido meios de graça e de salvação, etc. 

               Foram dadas ainda várias recomendações, desde a prática do jejum até o reconhecimento dos dons das pessoas que têm frutos no trabalho, mesmo sendo de pouco preparo teológico. A Igreja deveria prepará-los. 

             No mundo pós-guerra, não havia somente uma efervescência espiritual entre os evangélicos. As religiões orientais também começaram a invadir o Brasil, especialmente, chegando a São Paulo. Foi assim com a Seicho-no-iê, em 1952; com a Igreja Messiânica Mundial, em 1955, e com a Perfect Libert, em 1958.  

            Alguns líderes de Igrejas históricas passaram a experimentar o batismo do Espírito. O líder batista José Rego do Nascimento, em 1954, foi batizado pelo Espírito Santo. Após um culto no Seminário Batista do Sul, no Rio de Janeiro, ele foi convidado por alguns alunos do Grêmio estudantil para participar de uma vigília. Apesar de exausto, Rego foi. Ele e os seminaristas que participaram da reunião foram batizados pelo Espírito. “O que aconteceu naquela noite delineou a história do ramo batista pentecostal no país.”[88] 

             Em São Paulo, a partir de 1955, O Brasil para Cristo, teve início com o Missionário Manoel de Melo, que inicialmente participou na Cruzada Nacional de Evangelização, após deixar a Assembleia de Deus. Ele atraiu milhares de pessoas nas cruzadas para cura. Seu programa de Rádio influenciou muitas pessoas. Ele deixou a Assembleia de Deus para se tornar pastor na Cruzada Nacional de Evangelização. Depois organizou sua própria Igreja. 

            O congregacional Jonathas Thomaz de Aquino, pastor em Cascadura, publicou, na década de cinquenta, uma série de revistas chamadas Reavivamento. A publicação foi mensal e teve como objetivo o  despertamento espiritual do Brasil. Entre 1956 e 1958, a revista citou exemplos de diversos avivamentos e publicou artigos de avivalistas, entre eles, James   Stewart, James H. McConkey, M. Erdman, Dr. S.Witmer, F. B. Meyer, Oswald Smith, Wesley Duewel, Rosalee M. Appbleby, Andrew Murray etc. Vários artigos foram retirados do The Revival Movement. Foi publicado através da Imprensa Metodista, na Av. Liberdade, 659, São Paulo. 

                 Em 1956, houve uma pequena divisão na Igreja Metodista Central de Volta Redonda. Um grupo teve desentendimento com o pastor local por causa do coral. Eles se juntariam a um grupo congregacional que também freqüentava a igreja Metodista Central. Saíram e organizaram a Igreja Evangélica Congregacional de Volta Redonda. Posteriormente, seus líderes passaram pela experiência do batismo do Espírito Santo e se tornaram uma nova denominação, que seguiu o modelo das igrejas pentecostais nos costumes e doutrinas. Ela posteriormente teria como pastor José Moura. Esta Igreja organizou mais de 50 novas igrejas em diversos lugares, inclusive, no exterior.[89] 

               Perto de celebrar o seu centenário, na Igreja Presbiteriana do Brasil, em 1957, aconteceu uma divisão e surgiu a Igreja Presbiteriana Fundamentalista. 

                Na Igreja Metodista passaram a acontecer despertamentos espirituais isolados. Em Petrópolis, sob o pastorado de Nadir Pedro dos Santos (1955-1958),  foi realizado um trabalho especial com Francisco Teodoro Batista e Epaminondas Moura, em 1958. A igreja encheu muito e houve diversas conversões. Até a estrutura do templo foi abalada. Esse trabalho especial abriu uma nova página no ministério do pastor Nadir. Ele "sentiu o que era a benção".[90] 

               Nesta época, a batista norte-americana Rosalee Appleby, teve uma grande parcela de influência em muitas vidas, especialmente, através de seus escritos sobre "Vida Vitoriosa". Ela defendia que os membros das Igrejas tradicionais deveriam permanecer dentro de sua denominação para "aquecer" os membros da igreja local. 

             Entre seus livretos estão: O Preparo Espiritual de Grandes Cristãos; Como Abrir as Portas para um Avivamento no Brasil; Intercessores que Revolucionaram o Mundo; Charles G. Finney, Ministro da Multiforme Graça de Deus”. 

           Este último livreto foi oferecido por  Rosalee  “Aos pastores evangélicos do Brasil, dispenseiros da multiforme graça de Deus, ministros para a ‘brecha’ desta Época crítica, esperança de uma renovação espiritual na Terra Brasileira”[91]. 

         Como vimos, Rosalee deu origem a expressão “Renovação Espiritual”. Sobre o avivamento, ela disse: “É aquela manifestação do poder e glória de Deus na vida dos salvos. É a água da vida jorrando e transbordando de corações remidos e mitigando a sede das multidões ao redor”.[92] 

            Ela sentiu a responsabilidade de um avivamento que viesse incendiar as Igrejas históricas. Entre suas orientações, estavam: “Gastai dias e noites, se necessário for, em purificação, santificação e oração, até que o Espírito desça sobre vós e sintais que tendes poder com Deus; então TEREIS PODER COM OS HOMENS”.[93] 

             Em 1958, Enéas Tognini foi batizado também pelo Espírito depois de ouvir as mensagens de Rosalee Appleby e José Rego do Nascimento. 

              Enéas Tognini sempre foi opositor dos avivalistas. Chegou a escrever um livro contrário ao batismo do Espírito - o Espírito Santo - em 1946. Mas no dia 16 de agosto de 1958, às cinco da manhã, a sua vida mudaria, quando ele entrou em seu escritório para orar. Ele era pastor em Perdizes e diretor do Colégio Batista de São Paulo. 

           Naquele dia, ele orou cerca de uma hora e meia, mas os céus pareciam de bronze. Foi, então, tomar café e voltou. Mais duas horas em vão. Não havia nenhuma resposta, o que lhe trouxe aflição e desespero. Foi nessa hora que ele ouviu nitidamente a voz de Deus dizendo: Entrega. Ele perguntou o quê, Senhor? O Senhor foi enumerando: a Biblioteca (4 mil volumes); a direção do Colégio; o pastorado da igreja em Perdizes e a família. Ele diz: “Ao entregar o último ídolo, veio sobre mim, um PODER tal, como nunca experimentara em minha vida. Um gozo profundo no meu coração! Uma paz maravilhosa. Banhei com lágrimas a minha mesa de estudos. Fui revestido pelo poder do alto(...)”.[94] 

          Rosalee Appleby, José Rego do Nascimento e Enéas Tognini passaram a ser os grandes líderes da Renovação Espiritual. Em 1960, Rosalee se aposentadoria e voltaria aos EUA. 

         Os meios de comunicação passaram a ser utilizados pelos dois líderes para propagar a Renovação Espiritual. Um dos programas foi realizado pela Rádio Guarani de Belo Horizonte todos os sábados. A propaganda falava da mensagem de desafio e despertamento para o coração evangélico do Brasil pelo pastor José Rego do Nascimento. Em São Paulo, Enéas Tognini, realizaria um programa de Renovação Espiritual pela Rádio América, aos domingos. Havia um outro programa de Renovação Espiritual na Rádio Inconfidência, em Belo Horizonte. 

            O livro O Reavivamento de que Precisamos de Oswald Smith, publicado em 1958, trouxe grande influência na obra de Renovação Espiritual. Ele cita diversas afirmações de Wesley e dos metodistas na Inglaterra o que alimentaria o desejo de renovação entre os metodistas. 

            José Rêgo do Nascimento, em 1959, publicou o livro Renovação Espiritual contendo mensagens pregadas no programa na rádio Guarani. Em uma das mensagens, ele fala sobre o homem espiritual: “Foi regenerado por Jesus, e permanece em Cristo, vivendo no poder do Espírito. Não somente tem o Espírito, deixou-se por Ele e Nele anda. Discerne todas as coisas até aquelas profundas de Deus. Vive em poder, diante de Deus e dos homens (...)”[95] 

            José Rêgo do Nascimento, em 1960, publicou o folheto “Pentecoste se repete?” mostrando que repete sim: “Pentecoste se repete na experiência da benção que o dia histórico inaugurou”. 

            Em 1960, eles escreveram um manifesto dirigido aos pastores Batistas do Brasil chamandos-os à oração. Disseram: "Cada pastor deve organizar em sua igreja o Movimento de Renovação Espiritual e colocar-se à frente dele. Buscará a face do Senhor (2Cr 7.14), purificará sua vida e não descansará seu coração enquanto não receber a benção prometida em Lucas 24.49".[96] 

                   Diante de uma sociedade em constantes mudanças, surgiram Igrejas com radicalismo em termos de costumes. Em 1957 já havia surgido a Igreja Presbiteriana Fundamentalista. Agora, através do pastor Elmir Guimarães Maia, foi organizada a Igreja da Restauração, no princípio da década de sessenta. De origem Batista, ele se baseou em At 3.21 e retirou alguns membros especialmente das Igrejas Batistas, Presbiterianas e Congregacionais, no Rio de Janeiro. 

            No dia 3 de junho de 1962, o Missionário David Miranda organizou a Igreja Deus é Amor com costumes rígidos e práticas pentecostais. 

                   Era um período em que as pessoas eram a favor ou contra. Não havia meio termo. A “Guerra Fria” havia dividido o mundo entre o bloco capitalista e o bloco comunista. Os evangélicos estavam se dividindo entre os que eram a favor ou contra a Renovação Espiritual. Enéas Tognini, então, escreveu o livro  Batismo no Espírito Santo, em 1960, para mostrar sua posição diante  do Movimento de Renovação Espiritual. José Rego do Nascimento também publicaria, em 1960, o livro Calvário e Pentecoste onde não colocava o dom de línguas com evidência do batismo do Espírito Santo, mas enfatizava os dons do Espírito. 

           O Jornal Minas Batista, cujo diretor era José Rego do Nascimento, foi um dos grandes propagadores do Movimento de Renovação. 

            Em 14 de abril de 1962, Enéas Tognini escreveu uma carta aos “Amados Colegas de Ministério”, na qual dizia que “muitas foram as portas abertas para Renovação Espiritual através do Brasil, em gloriosas oportunidades tanto a mim quanto ao pastor Rêgo do Nascimento. Podemos dizer com o Senhor Jesus (Luc.12:49); ‘Vim lançar fogo à terra, e que mais quero, se ele já está aceso?” O Senhor acendeu o fogo do avivamento aqui, ali, acolá. Deus está operando(...)”[97] 

                  Nesta carta, Enéas Tognini comenta sobre os problemas da época no Brasil : a ciência espetacular a desafiar a Deus; o Comunismo, ateu e tirano, a esmagar as liberdades, a escravizar consciências, e a interpretar tudo em termos de economia; o capitalismo materialista e desumano a semear a injustiça, a descrença, a desconfiança, a desarmonia, as agitações, as revoltas, as greves, o próprio comunismo; o Modernismo odioso, a retalhar a Bíblia, a negá-la nos seus fundamentos, na sua divina inspiração, nas suas maravilhosas afirmações a respeito do nascimento virginal do Senhor Jesus, da sua absoluta divindade, da sua morte expiatória, da sua ressurreição, da sua volta; o mundanismo enganador, dentro de muitas igrejas, nas suas manifestações desafiantes, na tolerância de certos vícios, no exagero das modas femininas, nas pinturas excessivas, nas festas sociais, no apoio ao cinema corrompido, ao teatro imoral, nos obscenos programas de rádio e TV, nas partidas de futebol dentro das igrejas etc.[98] 

                Ele convocaria os Ministros a oração e jejum. Sugere que cada pastor organize um grupo de oração para um avivamento no Brasil. 

                   Estes e outros fatos levaram a 44ª Convenção Batista Brasileira, em 1962, a nomear a “Comissão dos 13”, para “estudar a doutrina do Espírito Santo à luz do que entendemos por doutrina batista”[99] 

            Em 10 de outubro de 1963, sob a presidência do pastor Rubens Lopes, a Comissão dos 13, entre outras coisas, concluiu que a “A crença do batismo no Espírito Santo como uma segunda etapa na vida cristã, ou seja, ainda, como uma nova experiência posterior à conversão, não encontra base nas Escrituras”.[100] 

           Mas José Rêgo do Nascimento no seu livro Regeneração e Poder, publicado em junho de 1963, portanto depois do parecer da “Comissão dos treze”, disse: “E a experiência volta a repetir-se, indefinidamente, na vida do servo submisso e fiel”. [101] Ele disse ainda “(...) a manifestação espiritual quase sempre é feita por meio do dom de línguas, profecia ou cântico espiritual”. [102] 

          Entre as recomendações da Comissão dos 13 estão: que as igrejas sejam intransigentes no repúdio ao mundanismo e se esforcem no cultivo espiritual; que os pastores, Escolas Dominicais realizem estudos sobre a doutrina do  Espírito Santo; que as igrejas e os pastores que se tenham afastado das doutrinas batistas e se aproximado das doutrinas pentecostais sejam convidados com todo amor a um reestudo de sua posição à luz do parecer ora apresentado. Caso persistam em manter pontos de vista contrários à posição doutrinária sustentada pela Convenção Batista Brasileira, sintam-se à vontade para uma retirada pacífica e honrosa, em benefício da paz na causa de Deus”.[103] 

           Este assunto teria grande repercussão na Igreja Batista. A proposta de expulsão da Igreja Batista de Lagoinha, MG, e das igrejas Batistas de Monte Carmelo e Monte Gerezim, do Estado da Guanabara, foi feita na 46ª Convenção por 16 pessoas encabeçadas por Nilson Dimárzio. Por 445 votos a 13 a proposta não passou, mas deixou feridas. Posteriormente, Enéas Tognini, José Rego do Nascimento e outros foram excluídos da Convenção Batista Brasileira. 

                     Sob diferentes aspectos, a Renovação Espiritual chegou às Igrejas tradicionais. No final da década de cinqüenta, o provisionado metodista Joel Jorge de Melo, em São Paulo, realizaria reuniões de avivamento espiritual dos obreiros e obreiras para a evangelização. Organizaria a Igreja Metodista de Jabaquara e teria um conhecido programa na TV Excelsior, canal 9, chamado " Cânticos de minha fé". Ele compraria a Rádio Cometa para os evangélicos, mas faleceria repentinamente em 1963 com apenas 49 anos de idade. Mais um grande líder espiritual que partiria cedo. 

                Na década de sessenta viria do Canadá para ficar definitivamente (havia vindo em 1955 e 1958 ao Brasil para pregar em diversos lugares) o Pastor Robert MacAlister, que fundaria a Igreja Pentecostal de Nova Vida. Em 1960, ele começaria um programa na Rádio Copacabana e na Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro. Anualmente, realizaria concentração no Maracanãzinho. Influenciaria a muitos membros das Igrejas tradicionais.[104] 

                    Em 1963, Manoel de Melo foi a Niterói pregar na Igreja Congregacional durante uma semana e despertou muitas pessoas, especialmente, os congregacionais, que passaram a crer nos dons espirituais. Um dos convertidos foi Bernardo Monteiro da Silva Junior.   Em 1963, em Niterói, sob sua liderança foi realizado um retiro espiritual no sítio George Muller, no bairro Caramujo onde muitos foram visitados pelo Espírito Santo. Logo depois, a Primeira Igreja Congregacional de Niterói tomaria a decisão de excluir vinte e seis pessoas, que aceitavam o batismo do Espírito, entre eles Bernardo, que com outras vinte e uma pessoas fundaram a Igreja Evangélica Congregacional Independente de Niterói, em 09 de junho de 1963. O primeiro pastor interino foi Amâncio de Campos Cardoso.  Depois Bernardo Monteiro da Silva Junior foi consagrado pastor local.[105]            

              Logo outras congregações e igrejas foram organizadas: Igreja de Portão do Rosa (1965); congregação de Rio Bonito (1965); congregação em Belém, SP (1966); congregação de Mutuapira, Itaboraí (1967); igreja do Novo México (1967); congregação em Itaipu (1968); em Saquarema (1968); congregação em Pendotiba (1968), congregação de Rio Bonito (1968) etc. Logo as congregações se tornam igrejas.[106] 

                    As Igrejas congregacionais que se organizaram por causa da obra de Renovação Espiritual passaram a constituir a Aliança de Igrejas Evangélicas Congregacionais no Nordeste e a Aliança de Igrejas Evangélicas Congregacionais Independentes no Sudeste. 

                      Diversos membros das Igrejas tradicionais passaram pela experiência do Espírito Santo. Uma delas, Maria de Souza Koslovsky, era membro da Igreja Batista de Icarai, Niterói. Ela passou a freqüentar a Igreja Congregacional Independente. Seu esposo, Eithel Koslovsky foi curado de tuberculose. Era conhecido do Dr.  Paulo Acyoli, médico presbiteriano no Rio de Janeiro. Eles ficaram impressionados com a sua cura, ao ser visitado por Eithel, que pediu para realizar um culto na casa do Dr. Acyoli e Alzira. 

           Eles, posteriormente, procuraram a casa da Dra. Carmem Marins, em Niterói, apesar de não conhecê-la. Participaram diversas vezes do culto de oração, até que no dia 04/10/1963 Acyoli teve a experiência com o batismo do Espírito.  Durante muito tempo, ele freqüentou as reuniões de oração às quartas feiras, em Niterói, que depois foram transferidas para a casa de  Acyoli Brito, no Rio Cumprido. Essas reuniões dariam origem a Associação Missionária Evangélica Maranata, na década de setenta.[107]                         

               As pessoas que eram renovadas passavam a chama do avivamento para a outra.  Foi assim com o pastor metodista Nadir Pedro dos Santos.  Ele foi a Belo Horizonte, em 1964, e teve um encontro com José Rego do Nascimento, que lhe explicou sobre a “segunda benção”.[108] 

                   O pastor Metodista Gessé Teixeira de Carvalho sempre foi um homem de oração. Sempre orou pelos enfermos. Quando foi pastor na Igreja Central de Volta Redonda (1961-1964), ele criou um coral do avivamento e o boletim Avivamento em Marcha. Nas cruzadas do Brasil para Cristo, em Volta Redonda, acabou tesoureiro das cruzadas por um certo período. Quando havia problema de possessão, Gessé procurava expulsar os demônios. Não foi necessariamente o Movimento de Renovação Espiritual que o influenciou, mas ele já tinha o desejo de avivamento.[109] 

           A Convenção Batista Brasileira realizada no Recife, em 1964, determinou que as Igrejas decidissem se desejavam continuar na Convenção como Batistas ou se a deixariam como pentecostais.                      

          Entre 21 a 26 de julho de 1964, aconteceria o I Encontro de Renovação Espiritual, em Belo Horizonte, na Igreja Batista da Floresta, sob a liderança do Pastor José  Rego do Nascimento. Foi um encontro marcante com a presença de pessoas de diversas partes do Brasil. Nadir Pedro dos Santos e Gessé Teixeira de Carvalho estiveram presentes. Enéas Tognini foi um dos líderes do Encontro.[110] 

                   A propaganda do encontro dizia: “Haverá grande oportunidades para estudos, oração, mensagem e inspiração. 

            Apelamos aos irmãos de nosso Estado para que não faltem a esse trabalho. 

            Comunicamos a todos aqueles que estão interessados na obra de Renovação Espiritual que ofereceremos hospedagem gratuita. 

            Na parte da manhã o programa constará de oração e mensagem. 

            À tarde, mesa redonda sobre R.E., em caráter informal. 

            À noite, grande culto de poder e de graça, quando falará aos servos do Senhor o Pastor Enéas Tognini. Oremos desde já, pelo I Encontro”.[111]     

         Para o Encontro de Renovação Espiritual viria do Nordeste o pastor Rosivaldo Araújo com um cântico - Obra Santa - que se tornaria o hino de guerra do Movimento de Renovação. Uma parte do hino diz:

 

"Obra santa do Espírito,

esta causa é do Senhor.

Como vento impetuoso,

como fogo abrasador.

Estamos sobre terra santa,

Reverência e muito amor.

Esta hora é decisiva, vigilância e destemor!

 

Ninguém detém! É obra santa! (bis)

Nem Satã ou o mundo todo,

Hão de apagar este ardor!

Ninguém detém! É obra santa!

Esta causa é do Senhor."

 

          O I Encontro fez uma Declaração de Princípios de Renovação Espiritual. Entre as declarações, estão: “1)Renovação Espiritual será somente uma mensagem, numa uma denominação particular nem um movimento em torno de determinado homem...; 2) As igrejas, alcançadas pela mensagem, procurem se conservar dentro de sua herança denominacional...; 3) Que se procure levar as igrejas a se ajustarem à orientação do apóstolo Paulo em I COR. 12 e 14, na ordem e decência dos cultos...; 4) Que se procure evitar pregação ou literatura de caráter ofensivo ou pessoal...; 5) Que se promovam encontros,  nacionais e regionais, para pregações de inspiração e exercício do culto apostólico(...)”[112] 

          Veio depois o “II Encontro Nacional de Avivamento Espiritual”, em 1965, e o III Encontro, que foi realizado em Lagoinha, Belo Horizonte, entre 24 a 31 de julho de 1966. O tema  foi “Prontos para o avivamento?” 

          Na contracapa do livreto de cânticos foi feita uma convocação aos participantes. Foi falado da necessidade de interceder pela Nação, caso contrário, ela foi destruída: “Deus está contemplando a Nação Brasileira. Viu que a maldade do homem se multiplicou nesta terra (...) Deus quer livrar a Pátria Brasileira (...)A hora é urgente. Não temos tempo a perder. Rompamos com tudo que entristece o Santo Espírito (...) soou a hora da Nação Brasileira! Deus quer visitar a nossa Pátria com um poderoso Avivamento”.[113] 

          Os cânticos do encontro revelam a ênfase teológica do movimento:

 

Prepara, povo meu

 

“Prepara, hoje, povo meu!

Disse o Senhor a Moisés:

Vai ao povo e o santifica

Hoje e amanhã santifica

Lavem todas suas vestiduras

Convém buscar-me assim

Com fé, temor e santidade.

Ouve a voz do Senhor (...)

 

           Outros cânticos tinham os seguintes nomes: “Sonda-me ó Deus”; “Quão grande és Tu”; “Fica conosco, Senhor”; “O amor de Deus”; “ Vencendo vem Jesus”; “Hoje sou feliz”; “ É isto que me faz  cantar”; “Cada dia”; “A paz do céu”; “Obra Santa”; “Avivamento”; “Visita-nos, Senhor” etc. 

          Nenhuma Igreja histórica ficou imune às influências do Movimento de Renovação Espiritual. O professor do Seminário Congregacional em Pedra de Guaratiba, RJ, Manoel da Silveira Porto Filho, escreveu algumas lições para a Escola Dominical, no 2º trimestre de 1965, sobre os dons do Espírito. Entre suas afirmações que abalaram os mais conservadores, estão: “Por que se negligencia ou receia o estudo sobre o batismo do Espírito Santo?  É uma expressão inteiramente bíblica. É um termo que Jesus usou. Portanto, é legítimo o seu uso e, mais do que legítimo, é necessário.”[114] Diversos pastores não deixaram a revista circular em suas igrejas.          

          Apesar de estar nos EUA, Rosalee Appleby publicou em 1966 o livro Sarça Ardente pela “Edições Enéas Tognini”. Na capa e contracapa há citações do evangelista metodista Stanley Jones sobre o avivamento. 

          No mesmo ano, em 1966, o Pastor Antônio Elias, da Igreja Presbiteriana de Niterói, daria o mesmo nome do livro de Rosalee a uma Associação para promover a oração e avivamento entre os líderes evangélicos. Ela se chamaria Associação Evangelística Sarça Ardente,  que teria a participação também de diversos pastores, entre eles, os metodistas Francisco Teodoro Batista, Daniel Soares Bonfim e Nadir Pedro dos Santos.[115] Essa Associação avivalista com suas reuniões sustentou espiritualmente aos obreiros e obreiras que não tinham espaço em suas denominações para buscar o poder do Espírito. 

           Boa parte da liderança presbiteriana sempre olhou com desconfiança a ênfase no Espírito Santo de Antônio Elias. Foi pessoa “non grata” em díversos sínodos, entre eles, o Sínodo Paulistano, em São Paulo, bem como no Rio de Janeiro. Mas ele nunca foi chamado perante um concílio. Havia indiretas e diziam até que ele estava na “marca do penalty”. Ele continuou agindo naturalmente.[116] 

          Antônio Elias escreveu o folheto “Que quer dizer isto?” pela Associação Evangelística Sarça Ardente, que revela a efervescência espiritual da década de sessenta, quando ele diz que “há pessoas de todas as denominações que estão buscando incessantemente essa experiência. Há pastores inquietos. Concílios se movimentando para cortar, acabar com tais manifestações’. Há pessoas e grupos passando para outras igrejas onde tais manifestações são livres. Há outros, inclusive pastores, pensando em organizar uma denominação dentro das mesmas características eclesiásticas e doutrinárias a que pertencem, porém, com ‘liberdade ao Espírito”.[117] 

             Ele falava do que via nas próprias reuniões da “Sarça Ardente”, pois alguns pastores metodistas revelavam a oposição e insatisfação com o Bispo, que queria impedir o Movimento de Renovação Espiritual na Igreja. Antônio Elias aconselharia para eles não deixarem a Igreja. 

             Para Antônio Elias,  Batismo do Espírito é ter “uma nova linguagem espiritual capaz de falar somente o que honra e glorifica o Senhor; é libertação de constrangimentos, inibições, medo, receios, frieza, dúvida; é impulso para testemunhar; é sincera e intensa comunhão entre os salvos; é espírito de louvor; é resistência nas crises e adversidades; é grande amor e exaltação a Cristo; é vida abundante”. [118] 

          Apesar de sua experiência com o Espírito Santo, Antônio Elias permaneceu fiel à Igreja Presbiteriana. 

           No Rio Cumprido, RJ, Dr.Acioly Brito passou a promover reuniões de oração, que trouxeram edificação espiritual através do mover do Espírito. Entre as pessoas que participavam estavam Nadir Pedro dos Santos, Waldemar Figueiredo e Daniel Soares Bonfim, que até pregava. Paulo César Brito no órgão trazia edificação.[119]  Posteriormente, foi criada a Associação Evangélica Maranata sob a liderança do Dr. Acyoli Brito. 

            Alguns pastores batistas passaram a frequentar as reuniões de oração na casa de Zenilda e Dr. Acyoli, no Rio Cumprido, entre eles, Joel Ferreira, Manoel Silva, Barbosa Lima. Eles foram batizados pelo Espírito e Joel Ferreira e outros pastores organizaram a Igreja Batista Peniel. Posteriormente, com a ida do pastor Barbosa Lima para os EUA, Manoel Ferreira saiu da Igreja Batista Peniel e organizou a Igreja Batista Nova Jerusalém.[120] 

                  A Igreja Batista do Fonseca, em Niterói, também foi alcançada pela Renovação Espiritual. Em 1963, a Mocidade Batista Fluminense havia convidado Eneás Tognini para ser o palestrante na Primeira Igreja Batista de Niterói. O pastor local pediria aos jovens para mudar o orador, pois ele não pregaria no púlpito da Primeira Igreja Batista de Niterói. O Congresso foi transferido para a Igreja Batista do Fonseca, cujo pastor Samuel Chagas acabava de assumir o pastorado. O Congresso teve uma grande freqüência e derramar do Espírito de Deus.[121] 

         Samuel Figueiredo Chagas mais tarde foi excluído da Igreja pela decisão da Comissão dos Treze. O pastor Samuel, então, organizou a Igreja Batista do Calvário, em Niterói, em 1967, que inicialmente, se reuniu no templo da Igreja Evangélica Congregacional Independente. 

            Em 1963, a Convenção Batista Mineira excluiu a Igreja Batista da Lagoinha e mais 28 Igrejas Batistas, que se organizaram em Convenção Estadual, a ala “renovada”.[122] 

            Em janeiro de 1965 foi realizada a Convenção Batista Brasileira, em Niterói, no estádio Caio Martins. Foram expulsas da Convenção 14 igrejas Batistas. No final do ano o número chegaria a 52 igrejas.[123] 

             Eneás Tognini, em 1967, com os Batistas renovados fundaram a Convenção Batista Nacional inicialmente com 60 igrejas, entre elas e as Igrejas que se filiariam nos anos seguintes, estão: Igreja Batista do Calvário, Igreja Batista Nova Jerusalém, Igreja Batista El-Shadai, Igreja Batista Nacional, Igreja Batista Renovada, Igreja Batista da Paz, Igreja Batista Monte Sião, Igreja Batista  Ebenezér, Igreja Batista do Povo, Igreja Batista Peniel,  Igreja Batista Shalow, Igreja Batista El-Shadday etc.[124] 

          No metodismo a divisão foi em 1967 com a organização da Igreja Metodista Wesleyana. Não foi possível permanecer na denominação, pois a pressão era grande sobre os renovados. 

          O Movimento de Renovação Espiritual continuava a realizar Encontros, entre eles: 

          -  VI Encontro Nacional de Renovação Espiritual, em Vitória, entre os dias 21 a 27 de julho de 1969; 

          -  VII Encontro Nacional de Renovação Espiritual, em Belo Horizonte, em julho de 1970; 

          -  VIII Encontro Nacional de Renovação Espiritual, em Recife, em 1971; 

          -   IX Encontro Nacional de Renovação Espiritual e I Encontro Latino-Americano, em Porto Alegre, em janeiro de 1973. 

          Os Encontros à nível geral, regional e também em pequenas reuniões renovavam, pois havia um grande mover do Espírito. Mas nem todos podiam mais permanecer dentro das velhas estruturas. Alguns foram excluídos. Na Igreja Presbiteriana Independente e na Igreja Presbiteriana do Brasil a divisão foi na década de setenta. 

           Um dos primeiros a experimentar a renovação espiritual foi Geremias de Mattos Fontes, ex-Governador do Estado do Rio de Janeiro. Diácono da Igreja Presbiteriana em São Gonçalo, Geremias teve sua vida guardada por Deus num acidente de helicóptero 29 de janeiro de 1970, quando ainda era Governador. Sua esposa, Nilda, passou a frequentar um grupo de oração liderada por Eithel Koslovsky, de origem polenesa e congregacional. Neste período, um dos filhos de Geremias e Nilda estava envolvido com drogas, bem como um sobrinho. Nilda passou a trazer fitas dos cultos, mas Geremias tinha resistência aos grupos pentecostais.[125] 

          No dia 05 de dezembro de 1970, eles aceitaram o convite para participar de uma vigília promovida pelo grupo, em Teresópolis. Neste dia, eles foram renovados pelo Espírito e suas vidas mudaram completamente. Passaram a realizar culto doméstico em sua casa. Um dos filhos do casal falaria com o pai sobre os diversos jovens que viviam drogados. Geremias pediu a lista dos nomes para orar por eles. A lista continha 101 nomes. Durante cerca de nove meses, entre 24 e 01 hora da manhã, houve intercessão constante para os viciados em drogas. 

            Um dia, um desses rapazes desejou vir a reunião de oração. Na semana seguinte, ele trouxe 4 colegas. Posteriormente, trouxe 15, depois 45 e assim sucessivamente. Além da Palavra, louvor e oração havia também jogo de vôlei nos encontros. 

           Para não criar problema para o pastor presbiteriano de São Gonçalo, Geremias e Nilda  se transferiram para a Igreja Presbiteriana de Mesquita pastoreada por Isaías Maciel. Eles não desejavam sair da Igreja Presbiteriana. Procuraram até o Presidente do Supremo Concílio, que nunca lhes deu uma resposta. No mês de setembro de 1971 foi oficializada a existência da obra, que não era uma Igreja. 

           O nome ficou sendo Comunidade S8. O nome veio de uma visão que um jovem teve sobre o S e o 8. Eles entenderam que o S significava salvação e santificação, bem como aliança. O 8 significa infinito.[126] 

          Mais tarde, Geremias aceitou o convite e pastoreou a Igreja Batista do Calvário (1986-1992) localizada na Alameda São Boaventura, em Niterói. Na década de setenta, Geremias incentivou os núcleos de atendimento a se tornarem autônomos e Igrejas, quando crescessem bastante. Assim, surgiria a Comunidade da Aliança e a Comunidade Cristã S8. [127] 

          Mas na década de setenta houve rompimentos sérios na Igreja Presbiteriana. No ano de 1972, o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana Independente tomou uma posição firme contra o movimento carismático. O documento da Mesa Administrativa diria que os “profetas e profetizas”, “unção com óleo”, “uso de línguas estranhas”, “atividades de cura divina” são identificações das Igrejas pentecostais, concorrentes com a tradição Presbiteriana. O Supremo Concílio decidiria manter a tradição da Igreja. A Mesa Administrativa poderia advertir, disciplinar e tomar todas as medidas necessárias para manter a ordem fidelidade a IPI.[128] 

                 As medidas proporcionaram a saída de um grupo que formou a Igreja Presbiteriana Independente Renovada. Posteriormente, o grupo se uniu a outro grupo que havia saído da IPB e formaram a Igreja Presbiteriana Renovada. 

           As divisões na Igreja Presbiteriana aconteceriam em diversos lugares. Havia uma determinação do Supremo Concílio que as pessoas que não estivessem de acordo com as orientações, deveriam sair da Igreja para se defender.  

         Em Vitória, ES, um grupo saiu da Igreja Presbiteriana e organizou a Cristã Maranata. Entre os líderes estava o juiz Gedaías. No Paraná surgiria um grupo independente. Um dos líderes foi o pastor Jonatham Santos que se uniria aos Presbiterianos Independentes Renovados. Com o passar dos tempos, por causa da rigidez nos costumes, Jonatham saiu do grupo e, mais tarde, criou a Missão Antioquia.[129] 

          Eneás Tognini, em 1975, falou desse momento com tristeza, pois os líderes sempre pregaram que Renovação Espiritual era apenas uma mensagem no poder do Espírito para sacudir as Igrejas que estavam acomodadas e inativas: “(...) e nem nós pudemos perceber a manobra do diabo que usava nossos irmãos contra nós. Ficamos tristes, abatidos e até com algumas reações não muito de amor. O diabo conseguiu dividir a unidade batista, o mesmo acontecendo depois com outras denominações históricas, fomos obrigados pelas circunstâncias, a organizar a Convenção Batista Nacional, a Igreja Metodista Wesleyana, a Cristã Presbiteriana, a Aliança Congregacional, a Presbiteriana Independente Renovada”.[130] 

          Também em 1972 foi organizada a Associação Missionária Evangélica Maranata.  Acyoli Brito e sua esposa Zenilda S. Brito tiveram a experiência com o Espírito, em 1963. Passaram a realizar cultos em sua residência, na Av. Paulo de Frontim, 322, no Rio Cumprido. Como o trabalho cresceu muito, eles passaram a realizar os cultos no templo da Igreja Episcopal, na Tijuca, Rua Haddock Lobo. O trabalho cresceu também tendo a presença de mais de 200 pessoas. Um dia, o Bispo episcopal lhes disse que eles não poderiam mais continuar ali, pois o novo pastor não era favorável ao movimento carismático. Eles, então, foram procurar na ABI, que lhes pediu o CGC. Foi necessário, então, ser pessoa jurídica. Em 1972, eles se organizaram como Igreja.[131]    

             Posteriormente, o nome foi mudado de “Associação” para “Igreja”: Igreja Evangélica Missionária Maranata. Paulo César Brito se tornou o presidente.        

            Em 1980, o pastor Batista Olavo Silveira Pereira organizou a Igreja Evangélica de Vila Mariana depois de uma grande campanha de evangelização com o Pastor Eneás Tognini. Em 17 de janeiro de 1981, Eneás Tognini organizou a Igreja Batista do Povo, em Vila Mariana, São Paulo.[132] 

            Em 1983, Eneás Tognini foi eleito Presidente da Convenção Batista Nacional. Em 1984 já chegavam a cerca de 500 igrejas e 400 congregações que haviam saído da Convenção Batista Brasileira. 

            Eneás Tognini continuou a sustentar o Movimento de Renovação Espiritual com literatura. Desde 1963,  ele convocou o povo evangélico para Jejum e Oração pela Pátria no dia 15  de novembro.  Na década de setenta houve diversas motivações para o jejum  e orações em favor do Brasil: 

           . 1973: Oração e jejum contra o diabo, prostituição, jogos, drogas, crime, bebidas alcoólicas, fome, mentira, materialismo etc. 

          . 1976/80: Oração e jejum contra cachaça, tabaco, sexo, furto, entorpecentes, comunismo, ganância, jogos, crimes etc. 

          . 1981/90: As orações e jejum foi para a vitória sobre a macumba, idolatria, cachaça, enfermidades, prostituição, crimes, usuras etc. 

         . 1992: Enéas Tognini escreveu sobre o Estado agonizante: miséria gritante, fome, milhões sem teto, milhares de menores abandonados, povo católico que freqüenta macumbaria, milhares de desempregados etc. 

         . 1995: As orações e jejum foram em favor do Brasil, governantes, fim da violência, fim da corrupção, fim da imoralidade, fim do império das drogas, tabaco, jogo etc. [133]          

          O líder do Movimento de Renovação Espiritual, Eneás Tognini, continuou na ativa. Em 1997, ele foi eleito o 2º vice-presidente da Sociedade Bíblica do Brasil. Mas Tognini também reconheceria que na década de noventa a Igreja entrou em crise espiritual: “Precisamos ter uma nova experiência no poder do Espírito. Quando o brasileiro não está ardendo, as brasas vão se apagando, ficam recobertas de cinza (...). As denominações, mesmo as pentecostais, receberam grande poder no princípio, não há dúvida. Hoje algumas ainda continuam. Outras já estão precisando de um reavivamento”.[134]

 

 

===============================

4. Avivamentos e movimentos das décadas de 60 e 70

 ===============================

 

O Movimento Chuva Serôdia

       Este movimento surgiu em 1948, em North Battleford, Canadá, principalmente com George Hawtin, que foi a peça chave em sua origem. Era um período pós-guerra e de deserto espiritual nas Igrejas. Foi na Escola Bíblica Sharon que aconteceu o derramamento do Espírito sobre os alunos e professores restaurando os dons espirituais na vida da Igreja. O avivamento foi levado a outros lugares dos EUA e Canadá. 

        O movimento Chuva Serôdia foi contra o denominacionalismo e restaurou a ênfase na Igreja como Corpo de Cristo. Restaurou a ênfase na adoração e no espírito.[135] 

           Algumas pessoas do movimento cometeram erros: a supervalorização dos dons e a falta de ênfase na cruz de Cristo. Outro erro foi a doutrina da manifestação dos filhos de Deus, que alcançariam a redenção dos seus corpos (livres de maldição, pecado e doenças) acabou criando uma elite e desvalorizou a Igreja. Houve também desequilíbrio e heresia de uma das alas do movimento na década de setenta, através dos seus líderes Bill Britton  (falecido em 1985)  e John Robert Stevens  (ex-pastor da Assembleia de Deus falecido em 1983).[136] 

          Harold Williams e Adiel Almeida de Oliveira (ex-pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular no Brasil) publicaram escritos destes líderes e trouxeram Bill Britton ao Brasil. Anualmente, era realizado em Ribeirão Preto, SP, encontros chamados "Festa de Tabernáculos",[137] que eram muito esperados, principalmente, pelos jovens. Geralmente, os encontros eram realizados em julho no Teatro Municipal. 

          George Hawtin, no Canadá, percebeu que as pessoas estavam fazendo uma seleção das Igrejas da Chuva Serôdia excluindo as Igrejas tradicionais. Ele se opôs e declarou que isso era hipocrisia. Hawtin se posicionou contra os rótulos e o denominacionalismo: "Não haverá seitas ou denominações, mas os lavados no sangue de Jesus de todas as nações e línguas batizados por um Espírito em um Corpo(...)”[138] 

      Alguns levaram essas afirmações ao extremo e pregaram que deveríamos retirar as placas da igreja. O fato é que o movimento trouxe influência na formação das Comunidades. 

      Outro líder que influenciou na formação das Comunidades foi John Walker e seus filhos, que vieram dos EUA e fixaram residência em Rubiataba, Goiás, e exerceram principalmente o ministério de publicação de literatura. Foi John Walker quem criou a Comunidade Evangélica de Goiânia, em 1974. 

           Adiel Almeida de Oliveira, um dos líderes do movimento chuva Serôdia, ordenou Robson Rodovalho como pastor da Comunidade Evangélica. Em 1994, Rodovalho organizou a Comunidade Evangélica Sara a nossa terra.[139] 

       Diversas outras pessoas, pessoalmente ou com seus escritos, influenciaram na formação das Comunidades, entre eles, o pastor argentino Orvile Swindol, que escreveu em 1981 o livro Tiempos de Restauracion. Os livros de Warchman Nee também influenciaram no surgimento e desenvolvimento das Comunidades.  

              As Comunidades trabalham na restauração da Igreja. São diversas as Comunidades espalhadas pelo Brasil, que são autônomas, mas dão cobertura uma às outras:        

          - Comunidade Cristã de Goiânia. O líder principal é o pastor César Augusto Machado.  

          - Comunidade de Porto Alegre. O líder principal é o pastor Moisés Cavalheiro. Outro líder reconhecido no ministério do louvor é Asaph Borba. 

         - Comunidade de Rubiataba, Goiás, organizada pelo pastor John Walker e seus filhos; 

             -   Comunidade das Nações, em Bauru, SP. O líder principal é o pastor Abílio Pinheiro Chagas;  

          - Comunidade Evangélica do Fundamento Apostólico, SP. O fundador foi o Pastor Olavo Pereira. 

        -  Comunidade da Graça, São Paulo. O líder principal é o pastor Carlos Alberto Bezerra. Um outro pastor, Ademar de Barros, é reconhecido ministro do louvor.   

            -  Comunidade Shalow, Uberlândia, MG. O principal líder é o pastor Harry Scates. 

          - Ministério Internacional Comunidade Evangélica, na Zona Sul, Rio de Janeiro. O líder principal é o pastor Marco Antônio Rodrigues Peixoto. 

          No Rio de Janeiro existem outras Comunidades conhecidas: Honório Gurgel, Vila da Penha, Nilópolis, etc.[140] 

  O Movimento de Discipulado 

      Outra pessoa que trouxe grande influência na formação das Comunidades foi Juan Carlos Ortiz com o discipulado, um movimento que surgiu na década de setenta nos EUA e Argentina. 

          O movimento surgiu no Fort Lauderdale, Flórida, em 1968, onde mestres na Palavra se reuniram, entre eles, Bob Mumford, Derek Prince, Dopn Basham, Charles Simpson e Ern Baxter, e criaram a revista New Wine  (Vinho Novo). 

            As pessoas precisavam de uma disciplina pessoal. Precisavam pertencer a alguma coisa. "A partir da necessidade de disciplina veio a idéia de líderes discipuladores que se responsabilizaram pelo crescimento espiritual dos seus seguidores".[141] 

           O movimento veio suprir uma falta do movimento carismático: ensino da Palavra. Juan Carlos Ortiz teve grande influência na Argentina, EUA e Brasil, especialmente nos carismáticos metodistas brasileiros. Um dos seus livros mais lidos foi O discípulo. 

          A expressão “discipulado” logo se tornou comum. Em 1970, o CIEMAL convocou o povo metodista para o discipulado cristão e construção de uma sociedade melhor. O Colégio Episcopal, em 1971, falou da necessidade de fazer discípulos pelo batismo e ensino. 

           A própria Igreja Luterana (IECLB) adotaria o discipulado em pleno Concílio Geral, em 1974. O tema foi “Catecumenato Permanente - Discipulado Permanente”.                                

         A própria liderança da Igreja lançou uma grande campanha evangelística do Metodismo Mundial, em 1978, com o livro do metodista Donald English chamado Discipulado Cristão, um estudo sobre o Evangelho de Marcos. 

       Na primeira página do Expositor Cristão, em janeiro/80, um dos títulos afirmou: “Discipulado: o Caminho difícil”. 

              O bispo Paulo Ayres Mattos, no seu relatório ao XXIII Concílio Regional da Primeira Região, fez a seguinte observação sobre o biênio 81/82: “Podemos sentir, também, através da obra do discipulado, maior preocupação com a preparação dos novos crentes e com a nutrição e capacitação do povo de nossas igrejas.”[142]  

               A revista New Wine e o movimento do discipulado acabariam em 1986, nos EUA, mas o termo “discipulado” permaneceria, bem como a prática. 

              O pastor da Coréia do Sul e da Assembléia de Deus Paul Choo (depois David Choo), nas décadas de sessenta e setenta, passou a dar a ênfase nos grupos familiares ou células. Seu grande sucesso influenciou evangélicos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Sai igreja local tem cerca de 800 mil membros. 

O Movimento de Despertamento Wesleyano                  

             Havia um mover do Espírito no mundo. Em 1965, houve um derramar do Espírito numa Igreja Presbiteriana, na Indonésia. O Senhor fez grandes milagres alcançando todas as Igrejas. Em 1966, o mover do Espírito foi em Kwa Sizabantu, na Àfrica. No Brasil, o Movimento de Renovação Espiritual foi mais forte a partir de 1965. 

         Segundo Gessé Teixeira de Carvalho, “na década de 1960 um avivamento começou a despertar a Igreja Metodista na área de evangelização e de uma vida mais santificada o que ocorreu também em muitas outras denominações”.[143] 

               Mas no metodismo havia resistência ao avivamento. Em 1963, o avivalista Batista pastor Eneás Tognini foi convidado para fazer um estudo sobre o Batismo no Espírito Santo num encontro da I Região, no Instituto Central do Povo. Quando Eneás deixou as pessoas fazerem perguntas, 4 pessoas dos 51 presentes começaram a fazer diversas perguntas e questionar o palestrante durante 50 minutos. Foi grande a crítica. Até lhe perguntaram se ele dava Ceia aos metodistas. Ele nada falou, até que o bispo Amaral lhe deu razão e ele continuou a ministrar sobre “Quebrantamento”. Um dos pastores presentes se levantou e disse que a mensagem tinha lhe falado, pois recentemente ele havia brigado com um colega e não havia ainda lhe pedido perdão. Em público, ele pediu perdão ao colega e houve grande quebrantamento. Deus derramou Seu poder.[144] 

             Mas foi inútil a resistência, pois o mover do Espírito alcançou as Igrejas tradicionais. Especialmente na Primeira Região, surgiu espontaneamente um Movimento de Despertamento Espiritual dentro da Igreja. Havia alguns líderes: Idelmício Cabral dos Santos, José Moreira da Silva, Gessé Fernandes de Carvalho, Waldemar Figueiredo, Francisco Teodoro Batista, Nadir Pedro dos Santos, Daniel Soares Bonfim etc. Algumas igrejas foram alcançadas parcial ou totalmente pelo despertamento espiritual, entre elas: Petrópolis, Cascatinha, Magé, Cabo Frio, Catete, Manguinhos, Niterói etc. 

          Enéas Tognini foi também a Porto Alegre ministrar para os metodistas, em 1966. Uma das igrejas havia programado uma campanha evangelística. Seu nome foi escolhido com o apoio do bispo Pinheiro. 

          Durante 15 dias Eneás pregou para os metodistas. Todas as manhãs havia reuniões de oração. Ele pregou para os alunos do IPA. Trouxe um estudo sobre o batismo do Espírito Santo na Igreja Metodista Central de Porto Alegre. Foram 4 noites de bênçãos. No sábado e domingo, ele pregou na Igreja Metodista de Mãos Postas. Muitos se converteram. 

          A partir desta data, os evangélicos de Porto Alegre passaram a manter uma reunião de oração aos sábados. Em 1967, Eneás voltou para realizar uma campanha evangelística com todas as denominações. Como resultado, os evangélicos adquiririam a Rádio União e a chácara Ebenézer para retiro dos pastores. Em 1973, os evangélicos de Porto Alegre hospedaria o 9º Encontro Nacional de Renovação Espiritual, que contou com a participação de quase toda a América Latina.[145] 

           Especialmente, no Estado do Rio de Janeiro, o movimento procuraria adquirir roupagem wesleyana.O movimento desejava uma volta às raízes wesleyanas. O boletim da Igreja Metodista Central de Niterói, em 09/10/1966, colocaria a notícia sobre uma vigília e afirmaria: "Atualmente muitas igrejas estão revivendo a prática wesleyana".[146] 

        O movimento enfatizava também a vida de santificação e o evangelismo. A Igreja começava a dar sinais de declínio na década de sessenta. A questão da santidade foi entendida mais em afastamento do mundo. Era época de aquisição de aparelhos eletrônicos, como rádio e TV. Era época dos Beatles, mine-saia, cabelos compridos dos rapazes. Era época da Jovem Guarda, cujo líder maior, Roberto Carlos, cantava:

 

"Eu quero que você me aqueça nesse inverno

E que tudo mais vá pro inferno!" 

           Os jovens foram influenciados, o que trouxe grande preocupação a todos. Aqueles que buscavam a santificação faziam um paralelo: "Minissaia, mini blusa, mine-pudor, mine-moral, mine-fé, minipoder".[147] 

        Mas o Movimento de Despertamento Wesleyano queria mais.  Acreditava nos dons espirituais e desejava liberdade nos cultos para o Espírito agir. Idelmício era um dos grandes avivalistas do movimento. Um convite para participar da reunião de oração na igreja metodista Central de Niterói, em 1966, dizia: " Durante este mês, cada terça feira, recebemos a visita do Rev. Idelmício da igreja de Petrópolis. Ele tem promovido reuniões de despertamento espiritual e tem ajudado a muitos com as suas orações".[148] 

              O grupo realizava vigílias nas igrejas locais. Uma delas marcada para o mês de outubro de 1966 em Niterói teve a seguinte propaganda do pastor Nadir Pedro dos Santos: "Marcamos para o dia 21 deste uma vigília de oração em nossa igreja. Para que, heim? 

1. Necessitamos de mais consagração;

2. Muitos anseiam alcançar uma benção maior;

3. Os enfraquecidos devem renovar seus votos. 

          Vamos ter entre nós metodistas despertados - que nos ajudarão - Catete - Petrópolis - Cascatinha - Magé. Somente metodistas da linha wesleyana.        

          Venha cantar conosco o hino nº 288 "Mais de Cristo eu quero ter". É isto mesmo. Quem tem Cristo quer muito mais. E o slogan metodista é:  Mais de Cristo na vida, Mais vidas para Cristo".[149] 

         Os Bispos da Igreja Metodista - João Augusto do Amaral, José Pedro Pinheiro, Almir dos Santos, Natanael Inocêncio do Nascimento, Wilbur K. Smith e Oswaldo Dias da Silva - publicaram a Pastoral sobre o Despertamento Religioso, em 31 de agosto de 1966. 

Nesta Pastoral, os Bispos demostraram claramente uma preocupação e até oposição aos dons do Espírito, quando dizem: “O despertamento religioso chamado metodismo não enfatiza nenhum outro dom do Espírito porque em nenhum texto das Sagradas Escrituras se afirma a existência de outro dom universal do Espírito, indispensável a cada alma (...); O despertamento religioso chamado metodismo não enfatiza os demais dons do Espírito porque as interpretações e expressões individuais do seu derramamento nas almas estão sujeitas a exageros, a distorções e a interpretações errôneas que perturbam e abastardam a sua operação para a edificação da comunidade dos fiéis”.[150] 

       Os Bispos foram claros: “O Despertamento religioso chamado metodismo enfatiza, sim, o fruto do Espírito”.[151] 

        Após enfatizar sobre o “Ministério de Oração”, em um capítulo, os Bispos abrem um novo capítulo sobre a “Ordem no Culto” e são diretos: “Apelamos a todos os Pastores à pontualidade, quer para começar que para terminar o culto”. Os Bispos dizem ainda “(...) nenhum Pastor se poderá desculpar de subir ao púlpito sem um programa devidamente preparado com hinos e leituras bíblicas já escolhidos”.[152] 

         A Pastoral dos Bispos enfatizou ainda a importância das vigílias que Jesus fazia sozinho em lugares desertos. Ainda dizia que havia uma benção toda especial para quem se coloca a sós com Deus.[153] A orientação tinha endereço certo. Mas mesmo assim, o grupo renovado da 1ª Região, em novembro de 1966, realizou uma vigília em Suruí, com o apoio do pastor local, João Caixeiro Filho, que também pastoreava Magé e Piabetá. Para essa vigília foi um ônibus especial. O pastor Idelmício liderava. Diversos líderes estavam presentes. Houve liberdade para o Espírito agir. As pessoas davam glória a Deus e pediam o “fogo dos céus”. Houve um momento de tumulto, quando um metodista líder da comunidade local, Sr.Diron, questionando aquela vigília, deu tiros para o alto.[154] 

             A partir desta vigília, a reação do bispo Nathanael foi mais forte, pois ele já havia falado no Concílio Regional de 1966 contra o emocionalismo nos cultos. Gessé Teixeira de Carvalho relata: "Em 1966 o gabinete episcopal enviou carta aos pastores, declarando que não era prática do povo Metodista orar com imposição de mãos, expulsar demônios, cantar corinhos e fazer vigílias constantes. Ao final da distinta carta, nos foram colocadas as seguintes alternativas: 'Ou nós nos submeteríamos às normas da Igreja Metodista do Brasil ou deveríamos deixar as suas fileiras e que Deus assim nos conduzisse por caminhos mais excelentes".[155] 

             A divisão foi inevitável. Ela se concretizou em 5 de janeiro de 1967, durante o Concílio Regional realizado em Nova Friburgo. "Às 14:00 horas da supramencionada data realizou-se a reunião que ficou sendo chamada de 'reunião da ponte' em virtude da mesma ter sido realizada sobre uma ponte no pátio da Fundação Getúlio Vargas".[156] 

                  Na “reunião da ponte” participaram 13 pessoas: Idelmício Cabral dos Santos, Waldemar Gomes de Figueiredo, José Moreira da Silva, Francisco Teodoro da Silva, Gessé Teixeira de Carvalho, Coró da Silva Pereira, José Mendes da Silva, Zeny da Silva Pereira, Dinah Batista Rubim, Ariosto Mendes, Wilson da Silva Mendes, Jacir Vieira e Antonio Faleiro Sobrinho.[157] 

           Nesta mesma ocasião foi eleito o primeiro Conselho Geral:       

        Superintendente Geral: Waldemar Gomes de Figueiredo;

        Secretário Geral: Gessé Teixeira de Carvalho;

        Tesoureiro Geral: Idelmício Cabral dos Santos. 

        Nos dias 16 a 19 de fevereiro de 1967 foi realizado o Primeiro Concílio Geral ou Constituinte, em Petrópolis. 

        No final de 1967, a Igreja contabilizava os seguintes números: "30 igrejas, 07 ministros, 21 evangelistas e 2.424 membros".[158] 

            Trinta anos depois, no princípio de 1997, a Igreja havia alcançado os seguintes números: 

         . Igrejas: 338

         . Congregações: 418

         . Ponto de Pregação: 509

         . Escolas Bíblicas Dominicais: 568

         . Alunos: 32.109

         . Pastores: 31

         . Ministros: 262

         . Bispos: 4

         . Missionárias: 31

         . Membros: 52.400        

         Em 1991, a Igreja tinha 37.780 membros. Em 1996, alcançaria 42.400 membros. O grande problema na Igreja Wesleyana é a exclusão. No quinquênio (1992-1996) foram excluídos 26.335 membros. A recepção foi de 40.292 membros. O percentual de crescimento em 1996 foi de 18%.[159]  

         Os Bispos, em suas respectivas Regiões, em 1997, foram: 

         1ª - Onaldo Rodrigues Pereira;

         2ª - Nilson de Paula Carneiro;

         3ª - Elisário Alves dos Santos;

         4ª - Sebastião Calegari;

         Portugal - Silmar Corrêa Coelho. 

         Presidente do Colégio Episcopal, Gessé Teixeira de Carvalho; Presidente do Conselho Geral, Elisário Alves dos Santos.  

 

 

===============================

5 - O Movimento Carismático

===============================

  

A sua origem

 

          Em 1959 foi realizada a “Revolução Cubana”. Neste mesmo ano, com as armas da oração, começaria uma grande revolução nas Igrejas Evangélicas. O pastor episcopal Dennis Bennett, em 1959, na Califórnia, viu o alto grau de espiritualidade de alguns membros e buscou resposta na Bíblia e em alguns livros. Decidiu buscar o Batismo do Espírito. Com mais três pessoas, em casa, foi batizado pelo Espírito e falou em línguas. Logo diversos membros também passaram pela experiência. A pressão contrária da liderança o levou a sair de sua paróquia. Ele foi para o interior de Washington e teve o apoio do Bispo local. Sua igreja se tornaria o centro da busca do Batismo do Espírito. 

           O fato foi noticiado na revista Time, pois havia o barulho dos grupos pentecostais. Segundo dados realizados dez anos depois, 10% dos clérigos e mais de um milhão de leigos das Igrejas tradicionais Metodista, Presbiteriana, Batista, Episcopal etc) foram alcançados pela experiência do Batismo do Espírito. 

        O Movimento Carismático Católico começou na Universidade de Duquesne, em Pittsburg, Califórnia, em 1967, através de dois professores leigos - Ralph Kiefer e Bill Storey - que leram o livro A Cruz e o Punhal de David de Wilkerson e passaram a procurar uma pessoa batizada pelo Espírito para ajudá-los. Encontraram um pastor episcopal qe os levou a um culto presbiteriano e ali eles foram batizados pelo Espírito. 

             Marcaram a primeira reunião de oração pentecostal católica da história para os dias 17 a 19 de fevereiro de 1967. Todos deveriam primeiramente ler os quatro capítulos iniciais de Atos e o livro A Cruz e o Punhal. Muitos foram batizados pelo Espírito. O movimento se espalhou logo por todo o país. Teve aceitação posterior da liderança da Igreja que não viu heresia no movimento. Em 1974, eles mudaram o nome de "pentecostal" para 'carismático".[160] 

              A década de setenta foi um período em que diversos líderes metodistas tiveram a experiência com o Espírito Santo. 

              Diante da crise no ministério pastoral e na Igreja, em 1973, na  1ª Região alguns pastores passaram a se reunir para troca de experiências, orações, estudos e vigílias. Entre os pastores estavam: Paulo Lockmann, Jonas Faleiro, David Ponciano Dias, Paulo Vieira, Nézio Tavares, Messias Manoel dos Santos, Moacyr Correa etc. Eles se reuniram em diversos lugares regularmente: Penha, Realengo, Nilópolis, Itaperuna etc.    

             O fato é que, a partir de 1974, um mover do Espírito começou a acontecer na vida dos pastores e igrejas. Entre os pastores estavam: Moisés Cavalheiro, Erasmo Ungaretti, Paulo Lockmann, Carlos Alberto Tavares Alves, Richard Canfield, etc.  Diversas igrejas foram grandemente influenciadas, como as igrejas Wesley e Institucional em Porto Alegre; Londrina, Maringá, e Curitiba, no Paraná; Jardim Botânico, Macaé, Cabo Frio e Campo Grande no Rio de Janeiro etc. 

             Uma das únicas alternativas para os metodistas, na época, era a experiência com o mover do Espírito que acontecia no Sul com os pastores Moisés e Erasmo. Eles eram convidados ou os líderes iam até Porto Alegre ver o que estava acontecendo. 

             Juan Carlos Ortiz através dos seus livros O Discípulo e Ser e Fazer Discípulos influenciou grandemente também os líderes carismáticos metodistas. 

             Em 1975, o Movimento Carismático Católico teria seu I Encontro Mundial em Roma, com cerca de 10 mil participantes.            

             Não foi possível mais fechar os olhos para a realidade do Movimento nas igrejas metodistas. No seu relatório sobre o ano de 1975 ao Concílio da Primeira Região, o bispo Almir dos Santos usou de honestidade e disse que o Plano Quadrienal  tinha um total desconhecimento dos membros das igrejas. Disse mais: " Ainda para continuar sendo honesto, penso que a ênfase de muitas igrejas não esteve no Plano Quadrienal, mas em certos aspectos do movimento carismático que vem atuando em todas as igrejas cristãs no mundo de hoje, inclusive na Católica Romana. O Colégio Episcopal elaborou e publicou uma pastoral sobre o Movimento Carismático, e para ela temos endereçado os pastores e leigos interessados no despertamento espiritual da Igreja."[161] 

           Bispo Almir ainda disse: "Pessoalmente, creio que este movimento, quando purificado de seus exageros, traz grande benefício às igrejas e aos crentes. Não há como negar o rebaixamento do nível de vida espiritual e moral de muitas das pessoas das nossas comunidades, transformadas em verdadeiros clubes".[162]143 

            A Primeira Região, em dez anos, tinha tido um crescimento irrisório . A Igreja tinha o seguinte número de membros:  

. 1965: 14.097

. 1975: 15.254 

           O Movimento Carismático foi mais bem aceito do que o Movimento de Renovação Espiritual, pois sua preocupação moralista era menor. Era diferente também do Movimento de Despertamento Wesleyano, na década de sessenta. A questão de costumes não passou a ser o grande enfoque, mas sim os dons espirituais. Além do mais, houve amadurecimento sobre a participação na vida política e social brasileira. 

           As notícias dos movimentos espirituais no exterior chegavam ao Brasil trazendo motivação. Em 1977, em Kansas City, EUA, o Movimento Carismático na América alcançaria seu ponto máximo com a realização de uma conferência carismática envolvendo os pentecostais clássicos, os protestantes neo-pentecostais e os católicos carismáticos. Foi um grande encontro, que teve como tema "Jesus é Senhor". 

            Nesta época havia cerca de 2,5 milhões de carismáticos católicos e 2,5 milhões de carismáticos protestantes nos EUA, segundo o Jornal The New York Times. 

          Alguns programas de TV traziam as imagens dos cultos de Rex Humbard e Oral Roberts nos EUA. O bispo Robert MacAlister da Igreja Nova Vida através da TV e da revista Voz de Nova Vida trazia a visão sobre uma Igreja sob a direção do Espírito. 

            Dentro do contexto do chamado Neopentecostalismo, em 1977, foi organizada a Igreja Universal do Reino de Deus com algumas práticas nada comum às chamadas Igreja históricas: expulsão de demônios, correntes de oração, ênfase na doação de ofertas e dízimos, etc. Sob a liderança do bispo Edir Macedo, em breve a Igreja se tornou o maior fenômeno de crescimento mundial. Em 30 anos de organização, em 1997, chegou a cerca de 8 milhões de fiéis no Brasil tendo chegado a 170 países. Através da aquisição de diversos meios de comunicação, ela teria grande sucesso. A conhecida TV Record foi uma de suas aquisições. O seu jornal A Folha Universal tem mais de um milhão de exemplares. Sua influência foi grande e muitas Igrejas adotariam as correntes de oração e a expulsão de demônios. 

           Na Consulta Nacional sobre Evangelização promovida pelo CEDI, em 1980, foi dito: “Constatamos que o movimento de renovação nas Igrejas, como o movimento carismático, está assumindo proporções significativas no Brasil e no mundo.”[163] 

Os carismáticos se organizam 

           De uma forma ainda um tanto tímida, eram realizadas vigílias, encontro de casais e discipulado no metodismo brasileiro. Alguns procuravam apoio em organismos mais abertos ao mover do Espírito, como a SEPAL. Alguns líderes, especialmente na Primeira Região se encontravam para orarem e trocarem experiências. 

           Para alcançar as lideranças locais e manter acesa a chama do avivamento, os carismáticos criaram na Primeira Região na década de oitenta um encontro mensal chamado "Uma tarde com Cristo". 

            O primeiro encontro foi realizado na Igreja Metodista do Catete, no dia 13 de setembro de 1984, liderado por Ivone Mendes da Rocha, Presidente do Departamento de Missões e Evangelização. Já sob a liderança dos “carismáticos”, no mês seguinte a “Tarde com Cristo” foi em Niterói, depois em Vital Brazil e assim sucessivamente. 

            No encontro havia muito louvor, ministração da Palavra por um dos pastores, oração para cura de enfermidades, liberdade para os dons etc. Vinham caravanas das igrejas locais. 

           Se no início houve infantilidade e exageros, com o passar do tempo houve um amadurecido e equilíbrio, na maior parte dos líderes. 

            Na 4ª Região, foi criado o "Ministério de Oração Aquecido", em 1986, num sítio de Caratinga, MG, com a presença de oito pastores, entre eles, José Pontes Sobrinho, Lauro Cruz Reis, Antônio Lutero, Edésio Rocha etc. O objetivo foi para orar pela vida e ministério pastoral que não estaria correspondendo ao padrão bíblico.[164] 

           Mais tarde, passou a haver o Encontro Nacional de Avivamento e Santificação. O primeiro foi realizado entre os dias 21 e 23 de abril de 1989 no Acampamento Betel, São Paulo. Houve a presença de três Bispos, que participaram do encontro. O segundo encontro, no Rio de Janeiro, já contou com a presença de mais leigos. O terceiro encontro foi em Belo Horizonte, em 1992, e teve como palestrante principal a missionária Valnice Milhomens e ainda Odilon Massolar Chaves, que abordou sobre a Cura Interior. 

As Igrejas diante dos carismáticos 

         Como vimos, o Movimento Carismático começou nas Igrejas históricas, em 1960, na Igreja Episcopal em Van Nuys, Califórnia sob a liderança do Pastor Dennis Bennet. Na Igreja Católica começou em 1967, na Universidade de Duquesne, Califórnia. 

      Uma das primeiras denominações históricas a darem apoio ao Movimento Carismático, nos EUA, foi a Igreja Presbiteriana Unida, em 1970. Ela mostrou sua aprovação através do documento A Obra do Espírito. Logo depois a Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos também daria sua aprovação ao movimento em outro documento chamado A pessoa e a obra do Espírito Santo - Com referência especial ao batismo do Espírito Santo.[165] 

        Em 1972, a Assembleia de Deus, nos EUA, se posicionou sobre o Movimento Carismático no periódico Advance, em novembro. Reconhecia o que Deus fazia ao redor do mundo dizendo: “Os ventos do Espírito Santo estão soprando livremente fora do corpo pentecostal”.[166]147 As Igrejas pentecostais não eram mais o único lugar da manifestação dos dons espirituais, mas elas advertiam: “As Assembleias de Deus não aprovam nenhuma doutrina ou conduta manifestadamente antibíblica. Tampouco condenam categoricamente qualquer coisa que não se conforme aos seus padrões”.[167]      

          Em 1977, na Assembleia Geral, em Oklahoma, EUA, a Assembleia de Deus reafirmou o desejo de estender às mãos aos carismáticos. 

          Na Igreja Ortodoxa o Movimento Carismático surgiria em 1971. Já em 1973 foi realizada a primeira Conferência Carismática Ortodoxa, em Ann Arbor, Michigan, EUA.[168] 

        No metodismo brasileiro era forte o Movimento Carismático, especialmente na 1ª, 2ª e 6ª Regiões. Diversas igrejas experimentavam um mover do Espírito. Alguns líderes passavam pela experiência do Batismo do Espírito. 

          Diante de pressões no sul, os líderes Moisés Cavalheiro e Erasmo Ungaretti pediram licença para tratarem de assuntos particulares. Em 1977 organizaram as Comunidades em Porto Alegre. As igrejas Metodistas Wesley e Institucional perderam diversos membros, entre eles, Asaph Borba.          

          Nos EUA, a Igreja Metodista Unida, em 1976, aprovou as "Normas de Orientações para os membros em relação ao Movimento Carismático". A Conferência Geral assim reconhecia o movimento. 

          Em 1978, o Concílio Geral elegeu um bispo considerado - Richard dos Santos Canfield - de uma Região considerada carismática. Com esta atitude reconhecia o Movimento Carismático no metodismo brasileiro. O tema aprovado revela essa tendência: "Unidos pelo Espírito, Metodistas Evangelizam".                           

          De uma forma contrária, no ano de 1977, a Convenção Batista Sul, nos EUA, expulsou da Convenção as Igrejas que permitiram os cultos carismáticos. 

              Seguindo os passos da Igreja Metodista Unida, o Colégio Episcopal, em 1980, publicaria a Pastoral sobre a doutrina do Espírito Santo e o Movimento Carismático. 

          A Igreja Metodista Ortodoxa convidaria Moisés Cavalheiro, em 1982, para ministrar no Concílio Geral realizado em Maricá, RJ. Alguns pastores foram conscientizados da importância do mover do Espírito. Moisés voltaria outras vezes. Alguns dos seus líderes, como o Pastor Hélio Brum, foram também nas Comunidades em Porto Alegre para ampliação da visão. 

           No mesmo ano, a Igreja Metodista Ortodoxa, em Honório Gurgel, RJ, tomaria a posição de retirar a placa da Igreja. Não queriam ter um rótulo e nem outra denominação. Adotaram o nome de "Comunidade", apesar de pertencer a Igreja Metodista Ortodoxa. Em 1997, a Comunidade Evangélica de Honório Gurgel, sob a liderança do Pastor Hélio Brum, alcançava cerca de 500 membros.[169] 

                   As decisões do Instituto Internacional para Evangelização Mundial do Conselho Mundial Metodista, realizada em 1984, na Geórgia, EUA, revelaram tendências da Igreja e ajudaram na abertura ao mover do Espírito. O Instituto enviou uma mensagem a Igreja: "À medida que nossos corações se abriram um ao outro e ao Espírito Santo, tivemos uma visão mais ampla de evangelização e descobrimos novos meios de oferecer a fé cristã ao mundo. Confessamos nossos fracassos do passado e as limitações da nossa vida interior, chamamos os cristãos em toda a parte para pactuar conosco em uma nova dedicação à tarefa da evangelização mundial".[170] 

          A mensagem disse ainda que "o segredo do crescimento da Igreja se encontra em células de oração, estudos bíblicos e amor e preocupação um pelo outro".[171] Disse ainda que “uma nova abertura e obediência à direção e ao poder do Espírito Santo fazem-se necessárias".[172] 

              Na Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro, durante o ano de 1987, havou uma tensão no Movimento Carismático por causa da saída voluntária do Bispo Paulo Ayres e a necessidade de eleição de um novo bispo. Foi indicado pela Região e eleito como bispo no Concílio Geral de 1987 o pastor carismático Paulo Lockmann. O Concílio mudou a estrutura da Igreja de cargos para a estrutura de dons e ministérios, o que facilitou o mover do Espírito na Igreja. 

                 Em 1989, o Colégio Episcopal já amadurecido publicou Orientações Pastorais sobre o uso dos dons do Espírito e outras práticas. A linguagem utilizada reconhecia diversas expressões que no passado foram rejeitadas. Os Bispos disseram: "Muitas pessoas estão experimentando algo novo, em suas vidas cristãs. Uma nova efusão do Espírito que provoca profundas mudanças de vida. A experiência do Espírito, que pode ser chamada de 'batismo do Espírito', 'derramamento do Espírito', 'plenitude do Espírito' ou 'segunda benção' e outros, sempre provoca mudanças na vida das pessoas".[173] 

                          Outras denominações passariam também a se reunir para estudar sobre os dons espirituais e dar uma definição a Igreja. A União das Igrejas Evangélicas  Congregacionais do Brasil realizou um Fórum para definição doutrinária, em março de 1994, em Itatiaia, SP. Foi debatido sobre os dons de curar, dom de profecia, de de variedade de línguas, visão ou revelação, unção com óleo, expulsão de demônio ou exorcismo, quebra de maldição, sinais e prodígios, segunda benção, cura interior, o jejum. 

                Entre as decisões do Fórum, estão: que não se use a expressão "óleo ungido"; a doutrina de cura interior encontra respaldo bíblico; a maldição hereditária deve ser rejeitada;   línguas estranhas não é evidência obrigatória da experiência do batismo com o Espírito Santo.[174]

                        Apesar destas restrições, foi eleito presidente da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil o Pastor Paulo Leite, que juntamente com outros pastores, a partir de 1997, passou a buscar o avivamento e a pedir perdão a Deus pelos erros do passado. Um dos locais preferidos para a busca da renovação espiritual foi a Associação Evangelística Sarça Ardente, em Niterói, sob a liderança do pastor presbiteriano Antônio Elias e apoio da congregacional Independente Dra. Carmen Marins. Pastores de outras denominações também participaram. 

            Em 1994, também a CNBB aprovaria um documento para os carismáticos católicos "rogando a Maria, Mãe da Igreja,"[175] para que as Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica possam contribuir para o crescimento da comunhão e ardor missionário. O Documento, contudo, limitou a ação do Espírito e o exercício dos ministérios. 

        Dentro das orientações é pedido que não se incentive a chamada oração em línguas; que o exorcismo feito por conta própria seja afastado; que se evite a prática do chamado "repouso no Espírito" e que não for sacerdote não deve fazer uso do óleo da benção.[176] 

        Este Documento da CNBB traz também orientações equilibradas e bíblicas para o Movimento Carismático Católico. 

            Entre os líderes que se destacaram na década de noventa está o norte-americano Dr. Morris Cerullo considerado um profeta do século XX. Além de pregar em diversas partes do mundo, Cerullo criou a “Força de Ataque Global de Oração”. Segundo ele, Deus lhe pediu para levantar milhões de intercessores em todo o mundo para orar pela volta de Jesus. Cerullo partia da afirmação de D.L.Moddy, no final do século XIX, que acreditava que o Evangelho chegaria a todos os lugares até o final do ano 2000.[177] 

           Nas pesquisas de Cerullo, somente 1% de cristãos oravam pela volta de Jesus. Ele procuraria estabelecer um milhão de ECO (Centro de Comando de Oração) em escolas, igrejas, casas etc, mobilizando os cristãos para derrubar as fortalezas satânicas ao redor da Índia, África, Europa, Brasil, Oriente Médio, Ásia, Rússia, etc. Para ele, Jesus só voltaria depois que todos os cristãos orassem. Cerullo dizia que cada um era a chave para a realização desta visão até o final do ano 2000.[178]

 

          

===============================

6. Novos movimentos neopentecostais

==============================

 

 

           Três grandes movimentos neopentecostais se destacaram no meio evangélico na América Latina perto da chegada do século XXI, Igreja Internacional da Graça de Deus (1980); o chamado G12 ou Igrejas em Células (1983) e a Igreja Mundial do poder de Deus (1998). 

Igreja Internacional da Graça de Deus 

               A Igreja Internacional da Graça de Deus foi fundada pelo Missionário Romildo Ribeiro Soares, o Missionário R.R. Soares, em 1980, no Município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. R.R. Soares fundou a sua própria denominação logo após se separar de seu cunhado, o então pastor Edir Macedo. 

                Em 2009, a Igreja tem um programa de TV denominado Show da Fé, transmitido em horário nobre na Rede Bandeirantes e nas tardes e madrugadas da RedeTV!. A Igreja Internacional da Graça de Deus possui uma rede de emissoras de televisão denominada RIT (Rede Internacional de Televisão). 

Tem cerca de dois mil templos em diversos países.

Igreja em Células, o G12

              Um dos movimentos que influenciou grandemente as Igreja evangélicas chegando a dividir algumas foi o chamado G12. “O movimento G12 foi criado pelo pastor colombiano César Castellanos Domínguez, da Missão Carismática Internacional (MCI).

              Castellanos iniciou seu movimento em 1983, inspirado no modelo de igreja em células do pastor sul-coreano David (Paul) Yonggi Cho da "Igreja do Evangelho Pleno".

               Com esse projeto deu-se início ao MCI. Castellanos afirma, então, ter recebido uma revelação profética diretamente de Deus, em 1991, em resposta à sua oração em prol do crescimento de sua igreja, devido o movimento inicial não ter obtido o êxito esperado”.[179]

             O chamado G12 muda a estrutura da Igreja. “De acordo com a visão de Castellanos, a igreja deve ser subdividida em grupos, denominados células. As células se reunem nas casas dos próprios fiéis, onde se realizam reuniões de estudo bíblico e oração, sob a coordenação de um líder. O objetivo da célula é o crescimento e a multiplicação. Assim que a célula atinge a meta de 24 membros é dividida em duas células de 12 membros, e assim por diante”.[180]

           Muitas denominações passaram a aderir o G12, no todo ou em parte, mas muitas rejeitaram também a ênfase no G12.

           As Igrejas que mais crescem no Brasil rejeitaram o G12: Universal do Reino de Deus; Internacional da Graça de Deus; Igreja Mundial do Poder de Deus e Assembléia de Deus.

            Na Igreja Metodista, com destaque para o Estado do Rio de Janeiro  (1ª Região) a ênfase nos pequenos grupos é permanente. É o foco do metodismo, no momento. Os pastores e pastoras são treinados e estimulados a enfatizar nas igrejas locais o discipulado como prioridade.

             Entre os estudos publicados estão: Curso de Capacitação para Líderes (2003). Na apresentação, bispo Paulo Lockmann disse: “Os presentes estudos para liderança visam a iniciar uma série de materiais de capacitação, especialmente dos líderes dos grupos pequenos de discipulado”. [181]

             Em 2007, o Colégio Episcopal da Igreja Metodista publicou Testemunhar a graça e fazer discípulos e discípulas. Os bispos falam em discipulado comprometido com a totalidade dos ensinos de Jesus.

Igreja Mundial do poder de Deus

             A Igreja Mundial do Poder de Deus tem atraído milhares de pessoas. “É uma igreja evangélica de tendência neopentecostal, dissidente da Igreja Universal do Reino de Deus. Foi fundada na cidade de Sorocaba em 9 de março de 1998 pelo apóstolo Valdemiro Santiago, (ex-bispo da IURD). Sua sede, o Grande Templo dos Milagres, funciona no galpão de uma antiga fábrica que tem 43 mil metros quadrados de área construída, localizada na Rua Carneiro Leão, no Brás, em São Paulo. Seu enfoque principal é a cura pela e a manifestação de milagres”. [182]

          A sua grande ênfase são os milagres visualizados pelas pessoas através da TV. “Graças ao vasto trabalho pelo rádio e pela TV conta com forte apoio, principalmente entre as camadas mais populares e de baixa renda. [183]

 

         Em onze anos de fundação, a Igreja já tinha mais de 2000 templos e contabilizava mais de dois milhões de adeptos.

 

 

===============================

Avivamento, uma eterna necessidade

===============================

                                         

        Centenas de avivamentos e movimentos têm surgido constantemente no meio evangélico brasileiro. E essa tendência tem aumentando grandemente nos últimos tempos. 

         Impossível impedí-los. Eles são mesmo necessários. A oração do profeta Habacuque – “Aviva a Tua Obra, ó Senhor”, revela isso. 

        Certamente, daqui a um tempo teremos que ampliar esse capítulo com uma ou mais denominações que surgiram e estão crescendo grandemente e que  só, mais tarde, iremos poder visualizá-las, especialmente, se elas utilizarem os meios de comunicação de massa dando ênfase ao sobrenatural. 

         Movimentos sempre surgirão visando o crescimento, o bem-estar social, a santidade ou o avivamento. Mas outros movimentos ainda, certamente, aparecerão por interesses, por partidarismo ou outro motivo nada digno ao Reino de Deus. 

         O Espírito Santo também moverá corações visando derpertar para o avivamento, que será sempre necessário porque povo de Deus, muitas vezes, esmorece e deixa de ser fiel ao Senhor. A história registra essa tendência. 

       Se os avivamentos forem bem liderados e fundamentados na Bíblia, certamente trarão grandes frutos e beneficiarão o Reino de Deus, Igreja e sociedade.

           

 



[1] https://www.studylight.org/commentaries/eng/wen/ephesians-1.html

[2] LUCCOK, Halford. Linha de Esplendor sem fim. JGEC, Imprensa Metodista, p.47.

[3] FISCHER, Harold A. Avivamentos que avivam. Livros Evangélicos, 1961, p.166.

[4] Igreja do Nazareno. Manual. Casa Nazarena de Publicações, Kansas City, EUA, 1989, p.17

[5] Idem.

[6] Idem, p.17 a 20.

[7] ÁRIAS, Mortimer. “A mediação norte-americana da herança metodista na América Latina”em Luta pela Vida e evangelização. Edições Paulinas -Editora UNIMEP, 1985,p.100

[8] BUYERS, Paul. “O Poder lá do Alto” em Expositor Cristão. 09 de abril de 1935, p.1, retirado do livro Os Fundadores do Metodismo, p.430-432.

[9] BARTLEMAN, Frank. Compilado por John Walker em 1962. A História do Avivamento Azuza, 1925, p.3.   

[10] RIDOUT, George W. tradução de Carlos Godinho. O poder do Espírito Santo. Imprensa Metodista, 1973, p.58.

[11] HORTON, Stanley M. O Avivamento Pentecostal. CPAD, 1997, p.47

[12] Idem, p.48.

[13] REILY, Alexander Duncan. História Documental do Protestantismo no Brasil.      ASTE, 1984, p.82.

[14] JAIME, Eduardo Mena Barreto. História do Metodismo no Rio Grande do Sul, 1963, p.81.

[15] LEE, W. B. “O Metodismo Brasileiro” em Expositor Cristão. 12 de julho de 1922, p.1.

[16] TOGNINI, Enéas. Para onde vai a Renovação Espiritual ? Folheto apresentado na Semana de Atualização Teológica do Seminário Teológico Evangélico do Brasil, Belo Horizonte, 1975, p.1.

[17] RIDOUT, George W., idem., p.3

[18] ROCHA, Isnard. Pioneiros e Bandeirantes do Metodismo no Brasil. Imprensa Metodista, 1967, p.355.

[19] SANTOS, Messias Amaral dos. O Cavaleiro do Evangelho. 1982, p.130.

[20] Folheto “Avivamento Espiritual” do Pastor Messias Cesário dos Santos.

[21] Idem.

[22] Idem.

[23] Idem.

[24] Idem.

[25] Comissão sobre o Estado Geral da Igreja. "Concílio Geral" em Expositor Cristão, 07 de fevereiro de 1934, p.5.

[26] JAIME, Eduardo Mena Barreto. Avivamento e Evangelismo. Editora Metrópole, p.11

[27] Idem, p.47.

[28] SILVEIRA, Guaracy. " A realidade metodista brasileira"em Expositor Cristão. 30 de abril de 1940, p. 3 e 4. 

[29] Testemunho do pastor Antonio Elias, em 28 de novembro de 1997.

[30] SOUSA, Theodomiro R. “O mundo agitado”em Expositor Cristão. 15 de maio de 1957, p. 8.

[31] Palestra apresentada aos acadêmicos da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista do Brasil pelo profº Dorival Soares Ramos e condensada pelo acadêmico Mário da Silva Lavoura. Publicado no Expositor Cristão na edição de 2 e 9 de outubro de 1947, p.8.

[32] Palestra apresentada pelo Rev. Pfarrer Harold Niedner aos acadêmicos da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista do Brasil e condensada por Mário da Silva Lavoura. Publicado no Expositor Cristão de 3 de julho de 1947, p.7.

[33] Idem

[34] Reportagem do Expositor Cristão sobre o “Instituto Geral do Ministério da Igreja Metodista do Brasil”. Publicado em 28 de agosto de 1947, p.1.

[35] Idem.

[36] ALMEIDA, José Rui de. “Os frutos do Instituto” em Expositor Cristão. 28 de agosto a 4 de setembro de 1947, p. 14-15.

[37] Idem, p.15

[38] Declaração de Neuza Aníbal, esposa de Amós Aníbal, em 21/04/1997, e carta de Neuza Aníbal endereçada a mim e entregue pelo seu filho Carlos Wesley, em 11/01/1998.

[39] Declaração do Pastor Waldemar de Figueiredo, em 23/07/97.

[40] ANÍBAL, Amós. “Avivamento Espiritual” em Expositor Cristão. 15 de maio de 1947, p. 7.

[41] Idem. Publicado em 17 de abril de 1947, p.2.

[42] Idem.

[43] Idem. 24 de abril de 1947, p.3.

[44] Idem. 12 de junho de 1947, p.4.

[45] Idem. 26 de junho de 1947, p.2.

[46] Idem. 24 de julho de 1947, p.2.

[47] Idem.

[48] Idem.

[49] Idem

[50] Idem.

[51] Idem

[52] Informação do Pastor Ermil Corrêa, no dia 10/01/1998.

[53] Informação de Neuza Aníbal, em 21/04/1997.

[54] BÁGIO, Antônio. "Rev. Mário Mendes"em Atas e Documentos do 22º Concílio, Regional do Norte.Belo Horizonte, 12 a 17 de fevereiro de 1952, p.15.

[55] Informação de Waldemar Figueiredo em 23/07/1947.

[56] Idem.

[57] Idem 

[58]ROCHA, Isnard. "Amós Aníbal” em Pioneiros e Bandeirantes do Metodismo no Brasil. Imprensa Metodista, 1967, p.188.

[59] Idem,p.23-362.

[60] Carta do  pastor Benedito de Paula Bittencourt, em 29 de julho de 1997.

[61] Idem

[62] Entrevista de Ruth Fialho Dias, em maio de 1997, com Orestes Branchini, Angela Branchini e

 José de Oliveira e Silva, além do testemunho escrito de José de Oliveira e Silva, em 1997, sobre a

igreja Metodista de Vila Mazzei e o surgimento do movimento.  Informações de Air Sudário da Silva,

 em Belo Horizonte, durante o Concílio Geral, em fevereiro de 1997. Ele se converteu com as pregações

 da Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico, no princípio. 

[64] Informações do pastor Benedito de Paula Bittencourt, em carta de 29 de julho de 1997.                

[65] Idem

[66] Autobiografia de Kinzo Uchida publicada no Expositor Cristão em 11 de dezembro de 1947, p.3.

[67] Idem.

[68].Informações do pastor  Nadir Pedro dos Santos e Bispo Moacyr Louzada, em 1997.

[69] Informações do pastor Benedito de Paula Bittencourt, carta de 29 de julho de 1997.

[70] Entrevista de Ruth Fialho Dias, em maio de 1997, com Orestes Branchini, op.cit.

[71] Manual da Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico para o quinquênio 1982-1987

[72] Idem

[73] Atas e Documentos do Concílio Regional do Centro. 27 de janeiro a 2 de fevereiro de 1948, p.44.

[74] Notícia publicada no Expositor Cristão, em 11 de setembro de 1947, com o título “Em Vila Mazzei todas as organizações cooperam na arrancada pró Cruzada”, p.3.

[75] Entrevista de Ruth Fialho Dias, op.cit.

[76] Notícia publicada em 10 de abril de 1947 no Expositor Cristão, p.14, com o título “Vila Mazzei continua prosperando”.

[77] Notícia publicada no Expositor Cristão, em 15 de maio de 1947, com o título “Como aproveitou a Semana Santa a paróquia de Vila Mazzei”, p.13. 

[78] QUINTANILHA, Benedito Natal, presidente. "Relatório da 'Comissão do Estado Geral da Igreja', apresentado ao 24º Concílio Regional do Centro, reunido em Piracicaba" em Atas e Documentos do 24º Concílio Regional do Centro, 1954, p.62.

[79] CORDEIRO, Elenir Eller. "O Movimento chuva Serôdia"em Restauração da Igreja no século XX. Jundiaí, São Paulo, 1990, p.9.

[80] .“Uma Palavra de Explicação” de Enéas Tognini na apresentação do livro A Plenitude do Espírito e como obtê-la, de Billy Graham, 1961, p.6.

[81] Idem, p.24.

[82] “As Verdadeiras tendas de milagres” em VINDE, agosto/97, p.68-70.

[83] READ, William R.Fermento Religioso nas Massas do Brasil. 1967, p.170.

[84] WILLIAMS, Harold. O Espírito Santo. São Paulo, 1958.

[85] FILHO, Afonso Romano e outros. "Extrato das Atas das sessões do 23º Concílio Regional" em  Atas e Documentos. 21 a 25 de Janeiro de 1953, Piracicaba, p.14.

[86] Atas e Documentos do 23º Concílio Regional do Centro, 1953, "Suplemento 4", P.18.

[87] Idem.

[88] CORDEIRO, Elenir Eller. "O Movimento chuva Serôdia"em Restauração da Igreja no século XX. Jundiaí, São Paulo, 1990, p.9.

[89] Reportagem de Marcelo Dutra para a Revista VINDE com o título “Saga de fé e democracia”, novembro de 1997, p. 25.

70.Informações do Pastor Paulo Leite, na época, Presidente da União das Igrejas Congregacionais do Brasil, em 31 de agosto de 1997, e Eloé Souza Cruz, em 18 de setembro de 1997

[90] Informações do Pastor Nadir Pedro dos Santos, em 14 de maio de 1997.

[91] APPLEBY,  Rosalee. Como abrir as portas para um avivamento no Brasil ? Literatura Vida Vitoriosa. Belo Horizonte, p.3.

[92] APPLEBY, Rosalee. Gharles G. Finney. Ministro da Multiforme Graça de Deus. Literatura Vida Vitoriosa. Belo Horizonte.

[93] APPLEBY, Rosalee. Como abrir as portas para um avivamento no Brasil ? Idem, p.9.

[94] TOGNINI, Enéas. Batismo no Espírito Santo. 1960, p.44.

[95] NASCIMENTO, José Rêgo do. Renovação Espiritual. Minas Gerais, 1959, p.2.

[96] NASCIMENTO, José Rêgo do - TOGNINI, Enéas. Chamada à Oração . Manisfesto dirigido aos Pastores Batistas do Brasil.

[97]Carta de Enéas Tognini enviada ao “Amado colega de Ministério”, em 14/04/1962.

[98]Idem.

[99]LOPES, Rubens, presidente.“Declaração final da Comissão dos treze”, datado de 10 de outubro de 1964, e publicado no Jornal Minas Batista, Janeiro-abril de 1964, p.4.

[100] Idem

[101]NASCIMENTO, José Rêgo do. Regeneração e Poder. 1963, p.35.

[102]Idem., p.36.

[103]LOPES, Rubens, presidente, op.cit, p.4.

[104]READ, William R.,op.cit., p. 164.

[105]Declaração de Carmen Marins, em 1997, membro da Igreja Evangélica Congregacional Independente de Niterói e participante das reuniões da Associação Evangelística  Sarça Ardente. Publicado também no Jornal do Jubileu de Prata da igreja Evangélica Congregacional Independente de Niterói, em 1988.

[106] Idem.

[107] Informações de Zenilda de Souza Brito, em 11 de setembro de 1997.

[108] Informações do pastor Nadir Pedro dos Santos, em 14/05/1997.

[109] Informações do Bispo Gessé Teixeira de Carvalho, em 16 de dezembro de 1997.

[110] Informações do Pastor Nadir Pedro dos Santos, em 14/05/1997.

[111] Publicado no livreto de cânticos para o III Encontro Nacional de Avivamento Espiritual, 1966. 

[112] Publicado no Jornal Minas Batista, janeiro-abril de 1964, p.5.

[113] Notícia publicada no Jornal Minas Batista, p. 7, em janeiro-abril de 1964 com o título “I Encontro de Renovação Espiritual”. 

[114] FILHO, Manoel da Silveira Porto. Revista de Escolas Dominicais da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais  e Cristãs do Brasil. 2º trimestre de 1965, p.50.

[115] Informações do Pastor Antônio Elias, em  18/04/1997.

[116] Informações do pastor Antônio Elias, em 28 de novembro de 1997

[117] Folheto do pastor Antônio Elias com o título “Que quer isto dizer ?”. Publicado pela Associação Evangelística Sarça Ardente, em Niterói, RJ.

[118] Idem.

[119] Informações de Zenilda Souza Brito, em 11 de setembro de 1997.

[120] Idem.

[121] TONIGNI, Enéas. Renovação Espiritual no Brasil, 1984, p.49.

[122] Idem, p.63.

[123] Reportagem de Jorge Antônio Barros para a Revista VINDE com o título “Precisamos de um reavivamento”, novembro de 1997, p.14.

[124] Agenda da  Convenção Batista Nacional, 1997. 

[125] Informações do pastor Geremias de Mattos Fontes, em 02 de dezembro de 1997.

[126] Informações de Elem F. Fontes, em 01 de dezembro de 1997.

[127] Informações do pastor Geremias de Mattos Fontes, em 2 de dezembro de 1997.

[128] REILY, Duncan. A  História Documental do Protestantismo no  Brasil, ASTE, 1984, p. 349.

[129] Informações do pastor Antônio Elias, em 28 de novembro de 1997.

[130] TOGNINI, Eneás. Para onde vai a Renovação Espiritual. Julho de 1975, Belo Horizonte,p.2.

[131] Informações de Zenilda Souza Brito, em 07/09/1997.

[132] TOGNINI, Eneás. Renovação Espiritual no Brasil. 1984, p. 6.

[133] Folhetos do Pastor Enéas Tognini com diversos títulos a partir de 1963 : Em Favor do Brasil, O Arauto,  Jejum e Oração. Publicado em São Paulo.

[134] Reportagem de Jorge Antônio Barros para a Revista VINDE, op.cit., 14.

[135] CORDEIRO, Elenir  Eller. "O Movimento Chuva Serôdia" em Restauração da Igreja no século XX. Jundiaí, São Paulo, 1990, p.7-32

[136] Idem.

[137] Idem.

[138] Idem, p.17.

[139] Informações do cantor Kléber Lucas, em 27/04/1997, que pertence a Comunidade Evangélica de Brasília, durante ministração  na Igreja Metodista Central de Niterói.

[140] BRUM, Hélio Maurício. Movimento das Comunidades Evangélicas. Apostila, 23 de maio de 1997, p.5-9

[141] WALKER, John. " O Movimento de Discipulado nos EUA" em Restauração da Igreja no século XX, Jundiaí, São Paulo, 1992, p.3.

[142] MATTOS, Paulo Ayres. “Relatório Episcopal ao XXIII Concílio Regional da Primeira Região Eclesiástica da Igreja Metodista” em Atas e Documentos, 4 a 8 e 22 e 23 de Janeiro de 1983, p.73.

[143] CARVALHO, Gessé Fernandes. "Como surgiu a Igreja Metodista Wesleyana" em Explicando as Escrituras.Centro de publicações, 2º trimestre-1997, p.20.

[144] TOGNINI, Enéas. Renovação Espiritual no Brasil. 1984, p.54-55.

[145] Idem

[146] Boletim da Igreja Metodista Central de Niterói. " Vigília de Oração".  09/10/1966.

[147] Pregação do Rev. Adherico Ribeiro Chaves no seu sermão "Imitadores de Deus" citando o que lhe disse um amigo e pregado em 9/3/1969, em Nova Friburgo.

[148] Boletim da Igreja Metodista Central de Niterói, 16/10/1966, p.2.

[149] Op.cit., p.3.

[150] Colégio Episcopal. Pastoral dos Bispos da Igreja Metodista do Brasil. 31 de agosto de 1966, p.7-8.

[151] Idem. P.8.

[152] Idem. P.24.

[153] Idem. P.18-19.

[154] Informações de Dironice Cruz Paiva dos Santos, em 02/05/1997. Ela é filha do Sr. Diron e participou da vigília de novembro em Surui.

[155] CARVALHO, Gessé Fernandes, idem, p.21.

[156] Idem.

[157] MAGALHÃES, Luiz Carlos do N., Comentarista do trimestre. "Como surgiu a Igreja Metodista Wesleyana" em Explicando as Escrituras, idem, p.21.

[158] CARVALHO, Gessé Teixeira. A Vida Espiritual da Minha Igreja. Edições Centro de Publicações, 4ª edição, 1996, p.14.

[159] Relatório do Pastor Samuel Gonçalves de Souza, Presidente da Comissão Geral de Estatística. Publicado na Voz Wesleyana com o título “Relatório Quinquenal - Estatísticas - Comissão Geral 1992-1996, setembro/97, nº 9, p.4. 

[160] CORDEIRO, Elenir Eller. "O Movimento Carismático Católico"em Restauração da Igreja no século XX. Jundiaí, São Paulo, 1991, p.6 a 12. 

[161] SANTOS, Almir dos. "Relatório do bispo Almir dos Santos ao Conselho Regional da Primeira Região Eclesiástica da Igreja Metodista" em Atas e Documentos. Rio de Janeiro,  1978, p 39.

[162] Idem. 

[163] CEDI. Missão e Evangelização. Tempo e Presença, p.24

[164] Informações de José Pontes Sobrinho e Lauro Cruz durante o Concílio Geral em Belo Horizonte, em 1997.

[165] WILLIAMS, J. Rodman. O Movimento Carismático e a Teologia Reformada. Carapicuíba, SP, 1980, p.5 e 6.

[166] HORTON, Stanley M. O Avivamento Pentecostal. CPAD, 2997, p.66.

[167] Idem

[168] WILLIAMS, J. Rodman. Op.cit., p. 9 e 38.

[169] Informações do Pastor Hélio Brum, em 13/05/1997. 

[170] Instituto Internacional para evangelização mundial do Conselho Mundial Metodista realizado entre os dias 16 de julho a 2 de agosto de 1984. Expositor Cristão. 2º quinzena de outubro de 1984, p.11.

[171] Idem.

[172] Idem.

[173] .Colégio Episcopal. Orientações Pastorais sobre o uso dos Dons do Espírito e outras práticas, 1989, p.8.

[174] União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil. Relatório do Fórum Nacional para definição doutrinária.Abril de 1994, p.41.

[175] CNBB. Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica. Paulinas, 1994, p.6.

[176] Idem, p.28 a 30.

[177] Levado ao ar na TV Manchete, canal 6, Rio de Janeiro,  através do programa “Escola Bíblica na TV” de Valnice Milhomens, em 29 de novembro de 1997.

[178] Idem.    

[180] Idem

[181] FERNANDO Barros da Silva, Paulo. Curso de Capacitação para Líderes. RJ, 2003, p.5

[183] Idem

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog