As Igrejas diante do nazismo de Hitler na Alemanha

 

 

Odilon Massolar Chaves

    

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Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro de 1998. 

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Livros publicados pelo autor: 620

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Tradutor: Google

Toda gloria a Deus!

Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

Declaração de direitos autorais: Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.[1]

Rio de Janeiro – Brasil

 

   

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 “A Igreja ficou em silêncio quando deveria ter gritado, porque o sangue dos inocentes clamava aos céus”.[2]

 

(Dietrich Bonhoeffer)

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Índice

 

·       Introdução

·       A Igreja Nacional do Reich

·       O apoio de bispos metodistas à Hitler

·       A jornalista metodista que denunciou Hitler

·       A cumplicidade católica com Hitler

·       Igreja Evangélica Alemã e seu apoio a Hitler

·       A perseguição de Hitler às Testemunhas de Jeová

·       Apoio a Hitler dos Adventistas do Sétimo Dia

·       A resistência da Igreja Confessante

·       Dietrich Bonhoeffer, mártir da resistência à Hitler

 

 

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Introdução

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“As Igrejas diante do nazismo  de Hitler na Alemanha” é um livro de 62 páginas que trata da relação das Igrejas cristãs, na Alemanha, sob o governo de Adolf Hitler. 

Houve aliança, apoio ou submissão a Hitler por parte de algumas Igrejas.

Foi por interesse, desejo de sobrevivência, ignorância, proteção à Igreja Metodista, ideologia ou por medo, mas houve apoio de dois bispos metodistas.

Por outro lado, a jornalista metodista norte-americana Dorothy Thompson fez toda a diferença. Ela marcou uma entrevista com Hitler, quando ele ainda não havia assumido o poder na Alemanha. Dorothy revelou a verdadeira imagem de Hitler que queria passar uma imagem boa para o mundo. Dorothy descreveu e publicou a imagem que ela teve dele: "Ele é sem forma, quase sem rosto, um homem cujo semblante é uma caricatura, um homem cuja estrutura parece cartilaginosa, sem ossos. Ele é inconsequente e volúvel, mal posicionado e inseguro. Ele é o protótipo do homenzinho”.

Ela denunciou o perigo dele assumir o poder e foi expulsa da Alemanha.

Por não jurarem lealdade a Hitler, as Testemunhas de Jeová foram perseguidas, extintas como denominação e quase todos os seus membros foram mortos por eles não se submeterem ao nazismo.

A Igreja Confessante surgiu em oposição ao nazismo e foi composta especialmente por luteranos que discordaram da política, interferência e perseguição de Hitler.

Após a segunda guerra, a maior parte dessas Igrejas reconheceu o erro de terem apoiado ou sido omissas diante do nazismo. Outras levaram anos para admitirem seus pecados.

Foi inadmissível e irreconhecível a atuação das Igrejas na Alemanha diante dos horrores causados por Hitler, especialmente na perseguição aos judeus.

Um sobrevivente desse tempo disse: “Eu vivi na Alemanha durante o holocausto nazista. Eu me considerava um cristão. Ouvimos histórias do que estava acontecendo com os judeus, mas tentamos nos distanciar disso, porque o que alguém poderia fazer para impedi-lo?”.[3]

O fato é que os membros das Igrejas votaram, em grande parte, em Hitler e o colocaram no poder, em 1933.

Faltou coragem profética, união das Igrejas para reagirem, comprometimento com o Evangelho de Cristo e a percepção das reais intenções de Hitler.

Os líderes das Igrejas agiram por medo de Hitler, concordância com algumas ideias do nazismo (combate à pornografia, prostituição e bebidas alcóolicas, etc) interesse em proteger suas próprias Igrejas e a falta de verdadeiro cristianismo.

A Igreja Confessante teve líderes que se tornaram mártires e deixaram um grande legado, como Diethich Bonhoeffer.

As Testemunhas de Jeová foram massacradas e a denominação extinta na Alemanha.

Este é um livro que precisa ser lido com atenção e meditação para não repetirmos os erros do passado.

 

O Autor

 

 

 

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A Igreja Nacional do Reich

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Quando Hitler subiu ao poder, os protestantes eram a maioria na Alemanha. “Um censo em maio de 1939, seis anos após a era nazista e após a anexação da Áustria católica e principalmente da Tchecoslováquia católica na Alemanha, indica que 54% da população se considerava protestante, 40% se considerava católica, 3,5% auto-identificada como Gottgläubig (iluminada. "acreditando em Deus"), e 1,5% como "ateu".  Os protestantes votaram no partido nazista substancialmente mais do que os católicos.”[4] 

Houve resistência alemã ao nazismo. Embora não tenha sido reconhecida como um movimento coletivo. Eram pequenos grupos isolados. 

Isso “incluiu a oposição de indivíduos e grupos na Alemanha ao regime nazista entre 1933 e 1945, a maioria dos quais se envolveram em resistência ativa, incluindo tentativas de remover Adolf Hitler do poder por assassinato ou derrubando seu regime estabelecido”.[5] 

Cerca de 77 mil alemães foram mortos pelos nazistas de uma ou outra forma. 

Quando assumiu o poder, Hitler procurou fundar a Igreja Nacional do Reich utilizando os deuses pagãos de seus antepassados (que não tinha influência judaica na sua origem) e o símbolo do nazismo nos púlpitos. 

Havia uma crescente consciência nacional sobre a Igreja Nacional da Alemanha. “Nazistas universitários em Keil escreveram em 1935: "Nós, alemães, somos pagãos e não queremos mais religião judaica em nossa Alemanha. Não acreditamos mais no Espírito Santo; acreditamos no Sangue Santo”.[6] 

A partir das 28 igrejas protestantes existentes, Hitler quis criar a Igreja Nacional do Reich com o objetivo de erradicar as igrejas alemãs. “Ludwig Müller, um pró-nazista, foi instalado como o Bispo do Reich e os cristãos alemães, um grupo de pressão pró-nazista, ganharam o controle da nova igreja”.[7] 

Dentre os propósitos na criação da Igreja Nacional da Alemanha estavam: 

“7. A Igreja Nacional não tem escribas, pastores,   ou padres, mas oradores do Reich para falar em seu nome. 

13. A Igreja Nacional exige a imediata publicação da cessação e difusão da Bíblia na Alemanha. 

14. A Igreja Nacional declara que para ela, e consequentemente, para toda a nação alemã, ficou decidido que Minha Luta, do Führer, é o maior de todos os documentos. Ele (…) não somente contém a maior, mas incorpora a mais pura e verdadeira moral para a vida atual e futura de nossa nação. 

18. A Igreja Nacional retirará de seus altares todos os crucifixos, bíblias e santos. Sobre os altares não deve haver nada além de Minha luta (para a nação germânica e, portanto, para Deus o livro mais sagrado) e à esquerda do altar uma espada. 

30. No dia de sua fundação a cruz cristã deve ser removida de todas as igrejas, catedrais e capelas e deve ser substituída pelo único símbolo inconquistável – a suástica”. [8] 

Hitler era o Cristo dos nazistas.[9] 

Havia toda uma ideologia nazista que estava sendo impregnada na família alemã. 

“Os nazistas até proibiram os pais de dar nomes cristãos aos seus filhos e ordenaram que os bebês recebessem nomes como Dietrich, Otto ou Siegfried. O ensino do cristianismo pelos pais em casa era proibido. Igrejas não tinham permissão para arrecadar fundos para trabalhos de caridade. Os nazistas transferiram o clero católico para áreas protestantes e o clero protestante para áreas católicas. Nazistas mancharam excrementos em altares da igreja e portas da igreja, profanaram santuários (...)”.[10] 

Hanns Kerrl, Ministro da Religião do Terceiro Reichdisser em fevereiro de 1937 afirmou: "A questão da divindade de Cristo é ridícula e inessencial. Surgiu uma nova resposta sobre o que Cristo e o Cristianismo são: Adolph Hitler."[11] 

E Hitler conseguiu enganar às Igrejas, ter seu apoio e aliança. 

Enquanto Igrejas maiores tiveram que dar apoio ou fazer aliança, “alguns grupos religiosos minoritários tinham uma relação mais complicada com o novo Estado. Por exemplo, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias retirou seus missionários da Alemanha e da Tchecoslováquia em 1938, mas os ramos da igreja alemã LDS foram autorizados a continuar a operar durante toda a guerra. No entanto, eles foram forçados a fazer algumas mudanças em sua estrutura e ensinamentos”. [12] 

Igrejas minoritárias, como Testemunhas de Jeová e Exército da Salvação, desapareceram da Alemanha.  Os astrólogos, curandeiros, videntes, bruxaria foram banidos da Alemanha. Muitos acreditavam que Hitler pretendia eliminar todas as Igrejas da Alemanha após a sua vitória na guerra.

 

 

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O apoio de bispos metodistas a Hitler

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Foi por interesse, desejo de sobrevivência, ignorância, proteção à Igreja Metodista, ideologia ou por medo, mas o apoio de dois bispos metodistas aconteceu, segundo o historiador Roland Blaich,[13] no seu livro “História da Igreja”, no capítulo “Um Conto de Dois Líderes: Metodistas alemães e o Estado nazista”. 

Segundo Roland Bleich, “a política externa nazista foi dificultada desde o início por uma imprensa estrangeira hostil que carregava relatos alarmantes, não apenas de atrocidades e perseguições da oposição política e dos judeus, mas também de uma perseguição aos cristãos na Alemanha”. [14] 

Roland Blaich afirma ainda que as autoridades nazistas procuraram meios eficazes para influenciar a opinião pública estrangeira.  “Uma vez que os estrangeiros desconfiavam da mídia alemã, controlada como era pelo Ministério da Propaganda, foi de impacto limitado. Uma das formas mais promissoras foi moldar a opinião pública estrangeira de dentro de cada país. E foi assim que as autoridades nazistas descobriram que metodistas e batistas, embora insignificantemente pequenos na Alemanha, eram grandes denominações no mundo anglo-saxão e ofereceram a melhor chance de influência dos nazistas nesses países, desde que seus líderes alemães pudessem ser alistados na causa nazista”.[15] 

Hitler precisava de apoio no início de seu governo tanto na Alemanha como no exterior. Ele viu a possibilidade dos metodistas e batistas fazerem o papel de “garota propaganda” do regime no exterior já que nos EUA e Inglaterra essas Igrejas eram forte. “Para ganhar o apoio do povo alemão e consolidar o domínio nazista sobre a sociedade alemã, Hitler precisava de realizações na política externa e soluções para a crise econômica alemã. Ambos só eram possíveis com a indulgência de potências estrangeiras”.[16] 

Hitler, um ano após assumir o poder na Alemanha,  estava dizendo: "O cristianismo era incapaz de unir os alemães, e que apenas uma teoria mundial totalmente nova era capaz de fazê-lo."[17]   

A aprovação da Lei “Ato de Habilitação de 24 de Março de 1933”[18]  deu legalmente plenos poderes a Hitler e um grande passo para sua ditadura. 

Logo após a lei aprovada, as  autoridades nazistas entraram em contato com líderes metodistas alemães com o pedido de ajuda. O Ministro das Relações Exteriores Konstantin von Neurath e o Ministro da Propaganda Josef Goebbels se reuniram com o Bispo Nuelsen.[19] 

O teólogo[20] e bispo metodista  John Louis Nuelsen (1867-1946),[21] que nasceu e morava na Suíça, foi chamado pelos ministros de Hitler para colaborar com o regime. 

Ele foi convidado a visitar prisões e conversou com presos políticos. Depois enviou telegramas para o exterior protestando contra a imprensa britânica e americana por supostas denúncias de atrocidades.  Posteriormente, ele  “visitou os EUA em nome de Hitler para proteger sua igreja, mas em cartas privadas ele indicou que temia e odiava o nazismo, e ele eventualmente se aposentou e fugiu para a Suíça”.[22] 

O bispo F. H. Otto Melle (1875-1947)[23] sucedeu ao Bispo Nuelsen, em 1936. Bispo Nuelsen se estabeleceu na Suíça, onde já morava, como bispo da área não alemã até sua aposentadoria em 1940. 

“Nuelsen juntou-se ao Superintendente Geral Dibelius da Igreja Evangélica em uma transmissão de ondas curtas para a América assegurando ao mundo exterior que na Alemanha nazista a disciplina e a ordem reinavam sem derramamento de sangue”.[24] 

No final de 1933, o bispo Nuelsen passou vinte e quatro dias nos EUA. Ele deu “palestras e reuniões com bispos e vários órgãos da igreja, incluindo o Conselho Federal de Igrejas, e teve a oportunidade de explicar a situação alemã. Em 1935 Nuelsen fez uma palestra pela América, onde contrastou a notável nova era de Hitler com os anos sombrios da República de Weimar. Ele creditou Hitler, a quem descreveu como um homem de caráter inquestionável e intenções pacíficas, com salvar a Europa do bolchevismo”.[25] 

Nuelsen afirmava que em nenhum país europeu a Igreja Metodista gozava de maior liberdade do que na Alemanha.  

Durante a Primeira Guerra Mundial, Bispo Nuelsen também foi questionado pela Imprensa metodista norte-americana, quando ele passou a defender os alemães. “Ele amava os metodistas alemães e o povo alemão, e apressou-se a defendê-los nos primeiros anos da guerra. Quando os Estados Unidos entraram na guerra, no entanto, as coisas se tornaram ainda mais complicadas para ele. A acusação de ser "pró-alemão" foi séria na época na opinião de muitos americanos durante os dias altamente emocionais de 1917-18. Nuelsen foi atacado em alguns jornais da igreja americana”.[26] 

O bispo F. H. Otto Melle também visitou os EUA, em 1939, para fazer propaganda do nazismo como algo admirável. Jornais americanos descreveram Melle como um homem de grande admiração “por Hitler como o salvador da Alemanha.  "Muitas vezes me perguntam", citou o St. Louis Star-Times, "se algo realmente mudou na Alemanha. Minha resposta é que para mim muitas das coisas que aconteceram parecem um milagre. Economicamente, Hitler conseguiu reduzir o desemprego de cerca de 7.000.000 para 1.000.000. Socialmente, ele não só trouxe uma nova esperança aos jovens, mas tem purificado a vida pública em grande medida. Peças e filmes são puros agora, e um pai pode levar seu filho ao teatro sem medo. Nas bancas, revistas pornográficas desapareceram”. [27] 

Metodistas na América questionaram a política de Melle, e alguns foram bastante contundentes ao afirmar "que qualquer igreja que obtenha liberdade na Alemanha não é digna de ser uma igreja".  Em 1938, o Conselho de Missões Domiciliares e Extensão da Igreja Metodista Episcopal emitiu um comunicado protestando contra o que eles chamaram de "a mais flagrante exposição de intolerância e desdém pela personalidade humana" e "crimes contra a civilização". [28] 

“Melle estava ecumenicamente engajado, especialmente na Aliança Evangélica e na Federação Mundial Estudantil Cristã. Foi presidente da Associação de Igrejas Livres Evangélicas por vários anos. Em 1937, juntamente com o batista Paul Schmidt, ele foi o único delegado alemão da Conferência Mundial Ecumênica sobre Cristianismo Prático em Oxford. Lá, ele defendeu a política nacional-socialista em um discurso plenário”.[29] 

Segundo o historiador Roland Blaich, o Bispo Nuelsen não foi forçado a ajudar ao nazismo. Ele acreditava que o nazismo seria posteriormente mais moderado. “Nuelsen pensou que uma vez que o Estado nazista entrasse no que ele chamou de segunda etapa da revolução seus líderes sentiriam cada vez mais a dor do isolamento e da hostilidade internacional”.[30] 

“Em uma carta confidencial que escreveu em agosto de 1933 para seus colegas bispos na América, Nuelsen caracterizou a Alemanha de Hitler como uma "ditadura implacável e inescrupulosa" onde ‘exigiria apenas um golpe da caneta de Hitler’ para acabar com a Igreja Metodista Alemã. Ele viu ‘muito pouca chance de metodismo na Alemanha" se o governo nazista permanecesse no poder. ‘Daqui a 20 anos’, ele previu, ‘seus jovens terão sido desmamados e treinados como cem por cento nazistas.’ Muito angustiado, ele viu ‘todo o trabalho se esvaindo’, chamando-o de ‘a maior decepção da minha vida’. Logo percebeu que o nazismo ‘não pode ser compreendido se considerado meramente como um movimento político ou social’. Nuelsen descreveu o nazismo como uma religião mística, uma ‘religião racial’, completa com sua ‘teologia do hitlerismo’. Era "a religião oficial na Alemanha". [31] 

Em 1934, Nuelsen pensou em renunciar ao episcopado, mas ele entendeu que a Igreja Metodista na Alemanha precisava mais do que nunca dele e decidiu ficar até a Conferencia de 1936, quando foi substituído. 

Um grupo de pastores e leigos metodistas até tentaram “reestruturar e reformar a igreja de acordo com a visão nazista. Embora o Bispo Nuelsen tenha sido capaz de frustrar seu golpe, ele não conseguiu impedir que a Igreja Metodista Alemã se tornasse parcialmente nazificada”. [32] 

Muitos cristãos, inclusive metodistas, participaram do nazismo, frequentavam e eram membros da Igreja. 

Diferentemente de Nuelsen, “Bispo Melle não enfrentou nenhum dilema e não tinha intenção de abandoná-lo na parceria metodista alemã com o Estado nazista. Onde Nuelsen viu perigo, Melle ouviu o chamado da oportunidade. Enquanto sua nação estava à beira do abismo, ele e seus superintendentes viram a ‘mão de Deus’ no trabalho”.[33] 

Mas fora da Alemanha, as opiniões do Bispo Melle sobre Hitler foram rejeitadas pelos metodistas.[34] 

“A defesa do Bispo Nuelsen dos interesses alemães foi suportada por restrições morais e a esperança de que ele pudesse influenciar os oficiais nazistas a moderar suas políticas. Ele viu como a missão única do Metodismo testemunhar contra o nacionalismo que era desenfreado na Alemanha e em outros lugares da Europa. Ao contrário da maioria dos religiosos, ele claramente percebeu os perigos do nazismo, e logo se viu preso em um dilema, tendo que escolher entre integridade pessoal e seus deveres em relação à sua igreja. O Bispo Melle, por outro lado, parecia alheio ao perigo nazista, e parecia não enfrentar nenhum dilema moral. Ele procurou a colaboração para avançar os interesses de sua igreja, e porque ele via isso como um dever patriótico”.[35] 

“A primeira importante missão de propaganda de Melle depois que ele se tornou bispo foi na Grã-Bretanha na Conferência Mundial de Oxford sobre Igreja, Comunidade e Estado de Julho de 1937”. [36] 

Mundialmente, a posição metodista sempre foi contra o nazismo. Em 19 de novembro de 1938, o The New York Times, publicou: “Metodistas pedem ao Reich para acabar com a perseguição",  O Conselho de Missões Estrangeiras emitiu no mesmo ano uma forte declaração contra a perseguição aos judeus na Alemanha”.[37] 

“Após a guerra, alguns que trabalharam com ele durante o período nazista argumentaram que Melle havia reconhecido os perigos do nazismo no início e que ele havia usado seu considerável talento tático para evitar que a igreja se machucasse”.[38] 

Na Alemanha, muitos metodistas também foram perseguidos e perderam a liberdade. A Igreja era constantemente vigiada. 

O fato é que os espiões nazistas participaram de reuniões da igreja Metodista. Pastores metodistas foram algumas vezes arrastados pela Gestapo e interrogados. “Como seus colegas em outras igrejas, editores metodistas tinham que ser membros da guilda de editores nazistas, participar de sessões de treinamento ideológico e seguir diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Propaganda”.[39] 

Após a guerra,  bispo Melle afirmou que havia impossibilidade de um membro da igreja metodista defender ideias nazistas, mas Roland Blaich afirma que  na “realidade era diferente. Pastores, estudantes de seminários e membros leigos se juntaram a organizações nazistas, e a igreja se gabava de sua adesão. Os jornais da igreja promoveram a venda de livros nazistas”.[40] 

Miele, após a guerra, em 1945, “admitiu que havia julgado mal o nazismo, que havia errado "especialmente no que diz respeito ao tratamento [nazista] das igrejas", e que havia entrado em uma relação questionável com o Estado nazista. E Melle se desculpou especificamente por seu papel”.[41] 

Miele colaborou com o Estado demoníaco nazista para proteger a Igreja Metodista, mas enganou milhões de pessoas no exterior sobre a verdadeira intenção de Hitler. Por causa dessa posição, certamente milhões de pessoas deixaram de ser alertadas sobre o real objetivo do nazismo. 

Após a guerra, Miele escreveu ao pastor e teólogo  metodista Carl Wesley Gamer[42] uma carta "bastante contrita e humilde".

“O discurso de Melle na Conferência Central, de 7 a 11 de novembro de 1946, afirmou: "Nós nos humilhamos diante de Deus em profundo e sincero arrependimento por nossos próprios pecados e pelos pecados de nossa nação”.[43] 

Melle se aposentou em 1946. 

Os líderes metodistas quiseram salvar a Igreja Metodista, mas se perderam e a Igreja perdeu a sua identidade. “Embora a Igreja Metodista estivesse em posição de se salvar por meio do Terceiro Reich, ela seguiu em um caminho de declínio teológico, religioso e eclesiástico como resultado de seu fracasso moral, medo, oportunismo e falta de fé”.[44] 

De nada adiantou para as outras Igrejas Metodistas e demais Igrejas Evangélicas em outros países da Europa, como na Dinamarca, Lithuânia, Estônia, Finlândia, Letônia, Bulgária, Polônia, Sérvia, Tchecoslováquia, Itália, etc. 

Muitos foram mortos, jogados no campo de concentração, as propriedades da Igreja foram confiscadas e templos transformados até em estábulo para cavalos.

 

 

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A jornalista metodista que denunciou Hitler

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Nem todo metodista concordou e se submeteu à Hitler. Em todo o mundo, especialmente nos EUA e Inglaterra, houve reação da liderança metodista. 

Individualmente também. 

Dorothy Thompson (1893-1961) foi uma dessas pessoas que reagiu imensamente contra Hitler. 

Ela nasceu nos EUA e era filha de Margaret e Peter Thompson, um pastor metodista. Margaret morreu quando Dorothy tinha sete anos (em 1901). Seu pai se casou de novo. Ela amava ao pai, mas odiava sua madrasta. 

Dorothy  estudou na Universidade de Syracuse e Instituto de Tecnologia de Illinois. Logo, ela se tornou importante no movimento do sufrágio (direito a voto das mulheres) de Nova York como organizadora e palestrante. 

Jornalista na Alemanha 

Depois de se formar em jornalismo, ela se mudou para a Europa. 

No verão de 1925, ela foi transferida para Berlim.[45] 

O “New York Post nomeou seu chefe de seu escritório em Berlim na Alemanha.  Lá, ela testemunhou em primeira mão a ascensão do Partido Nacional Socialista ou Nazista”. [46] 

Seu trabalho mais significativo no exterior aconteceu na Alemanha no início do ano de 1930.  

“Enquanto trabalhava em Munique, Thompson conheceu e entrevistou Adolf Hitler pela primeira vez em 1931. Esta seria a base para seu livro subsequente, I Saw Hitler, no qual ela escreveu sobre os perigos de ele ganhar o poder na Alemanha”. [47] 

Dorothy  Thompson marcou uma entrevista com Hitler, que ainda não havia assumido o poder na Alemanha. Ela estava nervosa e Hitler se atrasou uma hora. Mas quando ele chegou, Dorothy o viu como uma pessoa insignificante. E o descreveu assim: "Ele é sem forma, quase sem rosto, um homem cujo semblante é uma caricatura, um homem cuja estrutura parece cartilaginosa, sem ossos. Ele é inconsequente e volúvel, mal posicionado e inseguro. Ele é o protótipo do homenzinho.”[48] 

Uma entrevista que desagradou aos nazistas e especialmente Hitler que desejava passar uma boa imagem para as potências no exterior para ter mais facilidade no seu propósito de governar o mundo. 

Dorothy procurou alertar os americanos sobre os perigos do fascismo. Embora sua previsão em 1932 era de que Hitler nunca governaria. Mas “prevendo uma guerra geral, ela frequentemente criticava os atos de neutralidade da América e as políticas de apaziguamento da Grã-Bretanha”.[49] 

Seu relato negativo sobre Hitler e dos nazistas levou à sua expulsão, três anos depois, em 1934. Ela se tornou a primeira correspondente dos EUA expulsa da Alemanha. 

Dorothy Thompson havia sido convidada para defender suas observações de Hitler ser um "homenzinho". Os nazistas consideraram o seu livro e seus artigos ofensivos e, em agosto de 1934, ela foi expulsa da Alemanha. 

E foi desse jeito: “Tendo acabado o café da manhã em seu quarto no Hotel Adlon de Berlim, ela foi visitada por um agente da Gestapo que lhe deu 24 horas para partir. Na Europa Ocidental, tais ordens eram sem precedentes, e quase todo o corpo de imprensa americano e britânico a viu sair”.[50] 

De volta à América 

Dorothy voltou para a América e passou a escrever em mais de 150 jornais e fazer comentários na Rádio BNC. 

Sua coluna On the Record era muito popular. Ela se casou com o vencedor do Prêmio Nobel, o romancista Sinclair Lewis, em 1928, e teve um filho. Depois se casou mais duas vezes. Escreveu alguns livros, dentre eles: “Eu vi Hitler”; “A coragem de ser feliz”. 

No final de sua vida, ela apoiou o desarmamento nuclear e retratou a Guerra Fria como uma batalha cultural e ideológica, e não como uma luta militar.[51]

 

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A cumplicidade católica com Hitler

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Antes de 1933,  alguns bispos católicos proibiram os fiéis de se “juntarem ao Partido Nazista. Esta proibição foi retirada após o discurso de Hitler em 23 de março de 1933 ao Reichstag no qual ele descreveu o cristianismo como a ‘base’ para os valores alemães”.[52] 

Mas foi apenas uma estratégia de Hitler do momento para abrir caminho para o nazismo. 

Após a vitória dos nazistas nas eleições de 14 de setembro de 1930, quando o partido nazista se tornou a segunda maior fração do parlamento alemão, alguns bispos católicos começaram a reconsiderar sua posição. 

“Eles acreditavam que seria melhor adotar um tom mais gentil em relação aos nazistas, que agora enfatizavam constantemente sua atitude positiva em relação ao cristianismo e pareciam buscar um acordo amigável". [53] 

Hitler perseguiu a Igreja Católica logo após o estabelecimento do nazismo. “O clero, freiras e líderes leigos eram os alvos, com milhares de prisões ao longo dos anos que se seguiram, muitas vezes com falsas acusações (...). As escolas católicas eram obrigadas a reduzir a educação religiosa e crucifixos foram retirados dos edifícios públicos.”[54] 

Mas a liderança da Igreja Católica também fez aliança com o nazismo e o fascismo. “Depois que Hitler subiu ao poder, associação com o partido Nazista não era mais proibida e a igreja católica ativamente procurou por oportunidades de trabalhar junto com o governo nazista”.[55] 

Posteriormente, o Papa Pio XI se arrependeu de ter assinado um acordo com Hitler, em 1933.[56] 

O Papa Pio XI, em julho de 1933, assinou com a Alemanha uma concordata. Hitler não interferiria na gestão da Igreja Católica, se a Igreja ficasse fora de assuntos políticos”.[57]  

“(...) Mas não tardou para que Hitler transformasse o acordo em letra morta; nenhum poder deveria competir com o do nazismo”.[58] 

“Talvez a Igreja Católica fosse mais propensa a sobreviver tendo negociado a Concordata, mas a igreja vendeu sua alma e tornou a resistência ao regime mais problemática para os católicos”.[59] 

Houve muitos casos individuais de resistência por parte de líderes católicos. “Um padre em Berlim ofereceu orações para os judeus nesta missa diária. Ele morreu no campo de Dachau.  Havia muitos outros padres católicos que foram executados ou morreram em campos de concentração tanto por posições morais corajosas quanto por ofensas triviais.”[60] 

Em 1936 houve campanha nazista contra os mosteiros e conventos. Propriedades foram confiscadas. 

Em março de 1937, a Santa Sé publicou a encíclica Mit Brenneder Sorge (“Com Ardente Preocupação”), que foi lida “aos fiéis nas igrejas alemãs. O documento criticava a idolatria de uma raça e de uma nação, mas não citava explicitamente o nazismo, nem a perseguição aos judeus — que já era política de Estado na Alemanha da época”.[61] 

No “início de 1937, a hierarquia da igreja na Alemanha, que inicialmente havia tentado cooperar, havia se tornado altamente desiludida. Em março, o Papa Pio XI emitiu a encíclica Mit brennender Sorge - acusando o Governo nazista de violações do Concordata de 1933”. [62] A encíclica ainda afirmava que o Governo semeava suspeita, discórdia, ódio, calúnia, uma hostilidade secreta e aberta a Cristo e a sua Igreja. 

Os bispos denunciaram o programa de eutanásia nazista e declararam seu apoio à liberdade e aos direitos humanos. Apesar de saberem do extermínio dos judeus, nada falaram. 

O Papa Pio XI morreu em 1939 antes de iniciar a Segunda Guerra Mundial.[63] 

Já o seu substituto, Papa Pio XII, foi criticado. Ele foi ainda mais diplomático do que o Papa Pio XI. Foi um “fracasso em protestar publicamente contra as atrocidades nazistas. Durante seu discurso de rádio de Natal de 1942 pediu uma conduta mais humana da guerra, mas ele nunca criticou diretamente Hitler”.[64] 

O cardeal Faulhaber de Munique, muitas vezes, foi apresentado como um ferrenho lutador da resistência aos nazistas. “Ele certamente sempre encontrou palavras muito francas e cortantes sempre que os nazistas invadiram os interesses imediatos da Igreja. Mesmo assim, ele sempre deixou de criticar o Führer, por quem tinha uma notável simpatia”.[65] 

Ele condenou publicamente a tentativa de assassinato de Hitler em 9 de novembro de 1939. 

A partir de 1941, as desapropriações das propriedades da Igreja aumentaram. 

“Em 22 de março de 1942, os bispos alemães emitiram uma carta pastoral sobre ‘A Luta contra o Cristianismo e a Igreja’.  A carta lançou uma defesa dos direitos humanos e do Estado de Direito e acusou o Governo do Reich de ‘opressão injusta e luta odiada contra o cristianismo e a Igreja’, apesar da lealdade dos católicos alemães à Pátria, e do bravo serviço dos soldados católicos”.[66] 

Após a segunda guerra, Igrejas católicas começaram a lidar com seus fracassos. “Confissões de culpa foram emitidas por igrejas católicas na França e na Alemanha, e a maioria das principais denominações protestantes”.[67] 

Setenta e cinco anos após o fim da segunda guerra, em 2020, bispos alemães admitiram cumplicidade com crimes nazistas: “(...) o ramo alemão da Igreja Católica admitiu que era cúmplice do Terceiro Reich. Os bispos alemães publicaram um documento de 23 páginas no início de maio descrevendo a conduta dos bispos de 1939 a 1945.”[68] 

Segundo o relatório dos bispos alemães, eles foram motivados pelas doutrinas católicas de guerra justa, nacionalismo e fervor anticomunista. 

 

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Igreja Evangélica Alemã e seu apoio a Hitler

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Na década de 1930, a Igreja Evangélica Alemã era a maior igreja protestante da Alemanha. Era “composta por 28 igrejas regionais ou Landeskirchen que incluíam as três principais tradições teológicas que haviam emergido da Reforma: Luterano, Reformado e Unido. A maioria dos 40 milhões de protestantes da Alemanha eram membros desta igreja, embora houvesse igrejas protestantes menores chamadas "livres", como igrejas metodistas e batistas”.[69] 

Quando assumiu o poder, Hitler obrigou as Igrejas Protestantes Luteranas, Reformadas e Unidas  a adotarem em “seus estatutos um parágrafo afirmando seu caráter ariano e superioridade alemã. Em resposta, em 29 de maio de 1934, o Sínodo dos Barmen adotou uma declaração proposta por um grupo, incluindo o teólogo Karl Barth. Este texto é apresentado como um ato de resistência exclusivamente religiosa, espiritual para a defesa da Igreja e a pureza de sua mensagem”.[70] 

Não faltaram protestos, críticas e pedidos de outras denominações da Europa e EUA à Igreja Evangélica Alemã para que assumisse seu papel profético e de Igreja cristã que deve seguir os princípios de Jesus: “Em 26 e 29 de maio de 1933, 1.200 clérigos americanos de 26 denominações cristãs diferentes patrocinaram um anúncio no The New York Times condenando atividades antijudaicas na Alemanha nazista. Líderes do Conselho Federal de Igrejas (um grupo protestante), localizado nos Estados Unidos, enviaram cartas furiosas em 1933 a seus colegas nas Igrejas Alemãs, exigindo declarações públicas denunciando políticas nazistas”.[71] 

Mas foi em vão. 

A Igreja Luterana se viu forçada a apoiar Hitler. Um telegrama do Conselho Eclesiástico da Igreja Evangélica (Luterana) da Alemanha enviado a Hitler em 30 de junho de 1941 revela o apoio a Hitler e coloca a Inglaterra e Rússia como inimigos: 

"Que Deus Todo-Poderoso ajude você e nossa nação a lutar contra o duplo inimigo [Inglaterra e Rússia]! Alcançaremos a vitória, que deve ser o principal objeto de nossas aspirações e ações (...). Em todas as suas orações [a Igreja] está com você e com nossos incomparáveis soldados que estão prestes a fazer a raiz desta praga desaparecer por grandes golpes."[72] 

Protestantes e católicos se uniram para comandar um campo de trabalhadores forcados em Berlim de 1943 a 1945. Foram 26 paróquias protestantes e duas católicas que “comandavam um campo de cem trabalhadores forçados em Berlim. A força de trabalho foi responsável pela reabilitação dos cemitérios”. [73] 

Houve uma “Declaração de Culpa de Stuttgart da Igreja Evangélica Alemã em agosto de 1945 (três meses após o fim da guerra na Europa)”. [74] 

O fato é que mesmo após o fim da segunda guerra, os luteranos, membros da Igreja Evangélica Alemã, têm dificuldades de tratar sobre o holocausto. Tem sido um processo doloroso, mas tem evoluído. 

O “(...) corpo da Igreja dá menos desculpas por seu comportamento durante a guerra do que em anos anteriores. Alguns sínodos da Igreja Luterana Evangélica têm tratado o Holocausto a sério. Alguns sínodos da Igreja também tratam das relações judaico-cristãs”.[75]

 

 

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A perseguição de Hitler às Testemunhas de Jeová

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As Testemunhas de Jeová foram submetidas à intensa perseguição sob o regime nazista. Os líderes nazistas atacaram as Testemunhas de Jeová porque não estavam dispostos a aceitar a autoridade do Estado, por causa de suas conexões internacionais, e porque eram fortemente contrários à guerra em nome de uma autoridade temporal e do governo organizado em questões de consciência.[76] 

Os membros da Testemunhas de Jeová declaravam que eram apolíticos e que suas ações não eram contra o nazismo. O conflito aumentou quando os nazistas introduziram o serviço militar obrigatório em 1935 e as Testemunhas de Jeová não participam do serviço militar. 

Cerca de 273 testemunhas de Jeová foram condenadas á morte por tribunais militares por não participarem do serviço militar. 

As Testemunhas de Jeová “eram um perigo terrível para a integridade do Terceiro Reich. Os valores desta organização ameaçaram os objetivos dos Nacional Socialistas na Alemanha. Sua recusa em manter a associação política, participar do processo político, ou mostrar sinais de patriotismo, violou o que os nazistas precisavam de seu povo para alcançar seus objetivos, que era, forçar a uniformidade esmagando a individualidade e a dissidência.”[77] 

Em 1 º de abril de 1935, o Reich e o Ministro do Interior prussiano ordenaram que os funcionários locais responsáveis dissolvessem a Sociedade da Torre de Vigia.[78]

 Importante lembrar que diversos membros das Testemunhas de Jeová foram perseguidos. “Estima-se que 10.000 foram presos por vários crimes, e 2.000 foram enviados para campos de concentração nazistas, onde aproximadamente 1.200 foram mortos”.[79] 

“As Testemunhas de Jeová encarceradas foram sustentadas pelo apoio que deram uns aos outros e por acreditarem que seu sofrimento fazia parte de seu trabalho por Deus”.[80] 

Um exemplo de fé das Testemunhas de Jeová foi Jonathan Stark, que tinha apenas 17 anos de idade, quando foi demitido de seu trabalho. Quando “ele foi recrutado para o serviço de trabalho reich em outubro de 1943, ele se recusou a fazer um juramento a Hitler, e ao Estado. Ele foi posteriormente preso, e enviado para a prisão de Stuttgart, onde foi repetidamente obrigado pelos guardas a fazer  o juramento, mas ele nunca vacilou em sua fé. Jonathan Stark foi transferido da prisão de Stuttgart para o campo de concentração juvenil de Moringen, e depois para Sachsenhausen, onde foi executado por enforcamento em 1º de novembro de 1944, aos 18 anos.”[81] 

Um artigo publicado em 2023 afirmou que: “existem 175.558 membros na Alemanha, o que significa que cerca de 1 em cada 500 alemães são Testemunhas de Jeová, de acordo com o site da denominação, que foi atualizado em janeiro. No total, há 2.003 congregações e 884 locais de adoração, chamados Salões do Reino das Testemunhas de Jeová”.[82]

 

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Apoio a Hitler dos Adventistas do Sétimo Dia

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Segundo Corrie Schroder, os adventistas acreditavam que Hitler era a favor da liberdade religiosa e que o Partido Nazista era contra.  

“Em 26 de novembro de 1933, o Estado nazista baniu as pequenas igrejas denominacionais. Entre os proibidos estavam os Adventistas do Sétimo Dia. Os Adventistas do Sétimo Dia decidiram procurar conselhos legais sobre o que fazer sobre a proibição e, em duas semanas, a proibição foi suspensa na denominação adventista”. [83] 

Foi entendido pelos adventistas que o cristianismo "positivo" que o nazismo apoiava significava apoio ao Estado nazista. 

E a Igreja, então, procurou demonstrar seu apoio aos nazistas. “Para mostrar seu apoio ao Estado nazista, os adventistas enviaram uma carta ao ‘Ministério do Interior nazista um memorando oficial sobre ensinamentos adventistas, organizações da igreja, atividades sociais e atitude com o governo".[84] 

Até em organizações nazistas os adventistas procuraram participar para não sofrerem perseguição. “Com a crescente pressão por uma maior colaboração, muitos adventistas de todas as faixas etárias se juntaram a organizações nazistas como a Juventude Hitlerista, a BDM (Associação das Meninas Alemãs), o Serviço do Trabalho e a Cruz Vermelha Alemã”.[85] 

A Igreja Adventista até expulsou adventistas da Igreja que tinham uma origem judaica. 

Mas as perseguições continuaram. “Em 1935, os privilégios desfrutados pelos adventistas, como manter o sábado, vender literatura religiosa, transferências de dinheiro necessárias para o trabalho missionário, e certas publicações foram proibidas”. [86] 

Apesar das perseguições e atrocidades, os adventistas na Alemanha continuaram a acreditar em Hitler e seu regime. O pior é que acreditaram que Deus estava nessa história. “As publicações no final da década de 1930 eram sobre como Hitler estava fortalecendo a Alemanha e retomando as terras que antes pertenciam à Alemanha. Eles acreditavam que Deus, ele mesmo, estava liderando esta guerra e os leitores dos diários adventistas poderiam se confortar com isso”. [87] 

Os adventistas apoiaram a política externa de Hitler. “Quando a Áustria foi incorporada ao Reich, os adventistas alemães ‘compartilharam a felicidade sobre os austríacos voltarem para casa na pátria’. Eles acreditavam que, pela ajuda de Deus e através da ‘ajuda de Deus, nosso capaz Führer Adolf Hitler tornou-se o libertador da Áustria’. Após a liquidação da Tchecoslováquia em 16 de março de 1939, os adventistas ainda não levantaram objeções”. [88] 

Havia sempre uma justificativa por parte dos adventistas para justificarem as ações cruéis dos nazistas. 

“Depois veio o ataque à Polônia que toda a Europa reconheceu como um ato de agressão. No entanto, em um editorial que Sinz poderia escrever que, tendo em vista as ‘torturas desumanas que nossos Volkskomrads sofreram entre esse povo estrangeiro’, o ataque alemão provavelmente foi justificado”. [89] 

Não disseram nada contra os assassinatos de judeus. 

Esse apoio não impediu que a Igreja Adventista do Sétimo Dia fosse banida, em 1941. “(...) mas apenas em certos distritos no leste.  Estes distritos eram Silésia, Danzig e Baixa Silésia. Isso causou algum alarme dentro das comunidades adventistas, mas não havia nada a ser feito para rescindir a proibição”. [90]

Os adventistas da Alemanha continuaram a apoiar Hitler até o fim da Segunda Guerra Mundial. 

Depois da Guerra, “os adventistas alemães continuaram a acreditar que tinham feito a coisa certa comprometendo-se com o governo nazista. A sobrevivência da igreja era o que era importante para os líderes adventistas alemães, e para sobreviver eles precisavam se comprometer. Somente em maio de 1948, a Conferência Geral deu uma olhada mais de perto nas ações dos adventistas alemães durante o regime nazista”. [91]

Mas os adventistas alemães não gostaram do fato de serem classificados como culpados.

Em 2005, Igrejas Adventistas do Sétimo Dia da Alemanha e Áustria, depois de sessenta anos, após o fim da segunda guerra mundial pediram desculpas pelas suas ações e omissões junto ao nazismo.

No “(...) vigésimo aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, líderes da igreja adventista do sétimo dia na Alemanha e na Áustria divulgaram uma declaração dizendo que "lamentam profundamente" qualquer participação ou apoio às atividades nazistas durante a guerra. Os corpos da igreja "confessam honestamente" um fracasso "em seguir nosso Senhor" por não proteger judeus, e outros, do genocídio daquela época, amplamente conhecido como Holocausto. Milhões de pessoas morreram de atrocidades de guerra, incluindo mais de 6 milhões de judeus que foram exterminados em perseguições nazistas durante o período de 12 anos de 1933 a 1945.”[92]

Houve um reconhecimento de que erraram. "Não só ficamos em silêncio, mas também publicamos coisas que nunca deveríamos ter publicado. Publicamos ideias antissemitas que, do nosso ponto de vista, não eram realmente necessárias".[93]

Já os adventistas europeus tomaram posições corajosas para proteger os judeus, suas famílias e igrejas.

John Graz, diretor de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa da sede mundial adventista, disse: "Para aqueles que acreditam no amor de Deus por cada membro da família humana, contra qualquer tipo de discriminação baseada em raça, religião ou gênero, esta declaração escrita por uma geração que não tinha responsabilidade no Holocausto e na guerra, mas endossa a responsabilidade de seus pais, será um marco positivo e um grande incentivo."[94]

 

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A resistência da Igreja Confessante

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Em 1933, quando o nazismo forçou as Igrejas Protestantes a entrarem para a Igreja Nacional do Reich e apoiar a ideologia Nazista, surgiu a Igreja Confessante. 

O documento fundador da Igreja Confessante foi a  Confissão de Fé dos Barmen, que “declarou que a lealdade da Igreja era a Deus e às escrituras, não um Führer mundal.  “O Bekennende Kirche— a "Igreja Confessante" - emergiu em oposição aos ‘cristãos alemães’.Tanto a Igreja Confessante quanto os "cristãos alemães" permaneceram parte da Igreja Evangélica Alemã, e o resultado foi um Kirchenkampf, ou ‘luta da igreja’ dentro do protestantismo alemão - um debate contínuo e luta pelo controle entre aqueles que buscavam uma igreja "nazificada", aqueles que se opunham a ela, e os chamados líderes da igreja "neutros" cuja prioridade era evitar tanto o cisma da igreja quanto qualquer tipo de conflito com o Estado nazista”.[95] 

Ela “foi criada em setembro do mesmo ano como um grupo clandestino da resistência alemã. Em 1934, a Declaração Teológica de Barmen, escrita primariamente por Karl Barth com o apoio de outros pastores e congregações da Igreja Confessante, foi ratificada no Sínodo de Barmen, reafirmando que a Igreja Protestante Alemã não era um órgão do Estado, com o propósito de reforçar o Nazismo, mas um grupo sujeito apenas a Jesus Cristo e seu Evangelho. No mesmo ano o Pastor luterano Martin Niemöller tornou-se líder da Igreja Confessante”.[96] 

A Igreja Confessante, composta por luteranos, participou da resistência e se opôs ao nazismo. Seus membros foram perseguidos e mais de 700 líderes foram presos. Diversos foram mortos. 

Havia alemão luterano que pertencia ao partido nazista, mas era membro também da Igreja Confessante. 

“O reverendo Martin Niemöller foi preso em 1937, acusado de "uso indevido do púlpito para difamar o Estado e o Partido e atacar a autoridade do Governo".  Um assassinato fracassado na vida de Hitler em 1943 por membros do exército e membros do movimento de resistência alemã, ao qual Dietrich Bonhoeffer e outros do movimento da Igreja Confessante pertenciam, Hitler ordenou a prisão do clero protestante, principalmente luterano”.[97] 

A Igreja Confessante foi vitoriosa e deixou para as gerações seguintes um grande legado.

 

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Dietrich Bonhoeffer, mártir da resistência a Hitler

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Dietrich Bonhoeffer, foi pastor luterano, professor universitário, um pioneiro do movimento ecumênico, escritor, poeta e um dos criadores da Igreja Confessante.   

Bonhoeffer nasceu em Breslau, Alemanha,  em 4 de Fevereiro 1906. Seu pai era um psiquiatra de classe média alta. 

Após um dos seus irmãos morrer na primeira guerra mundial, ele decidiu ser pastor. 

Bonhoeffer “fez os primeiros estudos de teologia na Universidade de Tübingen, mas, em 1924, mudou-se para Berlin onde, em 1927, doutorou-se em teologia na Universidade de Berlim, onde apresentou uma dissertação sobre a ‘Comunidade de Santos".[98] 

Em 1928, foi enviado para Barcelona, onde se tornou pastor numa paróquia Luterana alemã. 

Voltando à Alemanha concluiu sua tese de doutorado. Com a ascensão de Hitler, em 1933, passou a haver na Igreja Luterana uma disputa. Em 1º de fevereiro de 1933, num programa de rádio, criticou aos que estavam se deificando. A transmissão foi interrompida. 

Em 31 de maio de 1934, nasceu a chamada Igreja Confessante e Bonhoeffer passou a ser um dos lideres. Era “formada por dissidentes da Igreja Evangélica Alemã, que adotou a Declaração de Barmen, escrita em oposição ao nazismo”.[99] 

Em 1939, ele passou a participar de um grupo de resistência e conspiração contra Hitler. 

No início de 1943, Bonhoeffer ficou noivo de Maria von Wedemeyer. 

“Em abril de 1943, foi preso em decorrência de sua ajuda para a fuga de um grupo de judeus da Alemanha. Durante os dois anos de prisão que precederam a sua morte, nas cartas ao amigo Eberhard Bethge, explorou o significado da fé cristã em um ‘mundo que se tornou adulto’, perguntando-se: "Quem é Cristo para nós hoje?".[100] 

Quando a Igreja Confessante foi colocada na ilegalidade, em 1940, ele foi proibido de falar. Em 1941 foi proibido de escrever e em 1943 foi preso. Em 9 de abril de 1945, aos 39 anos, Bonhoeffer foi enforcado por ordem de Hitler.[101] 

Dietrich Bonhoeffer deixou um grande legado.“(...) além de um dos teólogos mais importantes do século XX, foi um homem que teve essa consciência, que ele chamou de ‘teologia do concreto’ e que levou às últimas consequências: morrer por tentar salvar o restante.”[102] 

Dentre seus livros, estão: 

- Ética;

- Discipulado;

- Orando com os Salmos;

- Vida em comunhão;

- A comunhão dos santos;

- Criação e Queda;

- Cartas e papeis da prisão, etc. 

Esses e outros livros são encontrados na Editora Amazon. 

Dentre suas afirmações, estão: 

- “Não somos Cristo, mas se quisermos ser cristãos, tal importaria que participássemos da amplitude do coração de Cristo em ação responsável, que em liberdade apanha a hora exata e enfrenta o perigo e se dispõe a um comparecer autêntico, que não é ditado pelo medo, mas brota do amor libertador e redentor de Cristo para com todos os que sofrem.“[103] 

- “A graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja. A nossa luta trava-se hoje em torno da graça preciosa que é um tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende tudo que tem (...)”.[104] 

- “Segundo Bonhoeffer,, quando o ser humano está em sintonia como ‘Adão’, o homem vive em uma condição de “coração voltado para si mesmo” e que a única solução para essa crise seria entrar em sintonia com Jesus Cristo”.[105] 

No seu livro Ética, Dietrich Bonhoeffer, afirmou que “a Igreja ficou em silêncio quando deveria ter gritado, porque o sangue dos inocentes clamava aos céus”. [106] 

Seus últimos momentos revelam um homem de Deus consciente de ter cumprido a sua missão. “O médico do campo que o acompanhou em suas últimas horas afirmou que viu o pastor ‘ajoelhado e rezando fervorosamente a Deus’. Acrescentou que, novamente, no local da execução, pronunciou uma breve oração, antes de subir os últimos degraus ‘corajoso e sereno”.[107] 

As suas últimas palavras que passaram à história foram: “Isso não é o fim para mim; é o começo da vida”. 

O filme sobre sua vida: “Bonhoeffer – o agente da graça” relata a sua heroica resistência.

 

 

 

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[1] https://www.studylight.org/commentaries/eng/wen/ephesians-1.html

[2]www.ihu.unisinos.br/78-noticias/585863-o-teologo-que-tentou-matar-hitler. Bonhoeffer, pastor luterano e um dos fundadores da da Igreja Confessante, morto por ordem de Hitler.

[3] https://www.anglican-mainstream.org.za/2012/11/the-church-and-nazi-germany-revisited/

[5] https://en.wikipedia.org/wiki/German_resistance_to_Nazism

[6] https://www.americanthinker.com/articles/2007/11/the_nazis_and_christianity.html

[7]https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha_Nazi

[8] https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Nacional_do_Reich

[9] https://www.americanthinker.com/articles/2007/11/the_nazis_and_christianity.html

[10] https://www.americanthinker.com/articles/2007/11/the_nazis_and_christianity.html

[11] Idem.

[12] https://en.wikipedia.org/wiki/Hitler_and_the_Church

[13] Blaich é bacharel em artes e mestre em artes pela California State College. Ele obteve seu doutorado na Universidade Estadual de Washington. Em 1992, Blaich recebeu o Prêmio Burlington Northern de Excelência em Ensino.

[14] Um Conto de Dois Líderes: Metodistas alemães e o Estado nazista . História da Igreja, volume 70, ano 2001. Autoria de Roland Blaich, professor do departamento de história da Walla Walla College. Publicado online pela Cambridge University Press: 28 de julho de 2009,  https://www.thefreelibrary.com/A+Tale+of+Two+Leaders%3a+German+Methodists+and+the+Nazi+State.-a076751695

[16] https://www.thefreelibrary.com/A+Tale+of+Two+Leaders:+German+Methodist

[17] https://www.americanthinker.com/articles/2007/11/the_nazis_and_christianity.html

[18] “A Lei de Concessão de Plenos Poderes de 1933 ou Lei habilitante de 1933 (em alemão: Ermächtigungsgesetz) foi aprovada pelo Reichstag da Alemanha e assinada pelo Presidente Paul von Hindenburg em 23 de março de 1933. Foi o segundo grande passo, após o Decreto do Incêndio do Reichstag, através do qual o chanceler Adolf Hitler obteve legalmente plenos poderes, estabelecendo assim a sua ditadura.”. https://pt.wikidark.org/wiki/Lei_de_Concessão_de_Plenos_Poderes_de_1933

[19]https://www.wallawalla.edu/about-wwu/marketing-and-university-relations/publications/distinguished-faculty-lectures/roland-blaich/

[20] Bispo Nuelsen foi autor de diversos livros, dentre eles: Lutero, o lider; Algumas fases recentes da teologia alemã; John Wesley e o hino alemão: um estudo detalhado das traduções de John Wesley de trinta e três hinos alemães ; Reforma e Metodismo, etc. https://www.worldcat.org/identities/lccn-no99-028273/identity.html

[21] “João nasceu em Zurique, filho do Reverendo Heinrich e Rosalie (Mueller) Nuelsen. Heinrich nascido em NörtenHanôver,tornou-se um cidadão americano e foi ordenado para o ministério episcopal metodista. Ele passou um tempo na Alemanha como missionário, e mais tarde foi enviado para a Suíça para ajudar a estabelecer o metodismo lá. Serviu igrejas na Europa por 38 anos. A família era originária da Holanda. John foi batizado pelo Bispo Calvin Kingsley”. https://wiki2.org/en/John_Louis_Nuelsen

[23] “A partir de 1900 trabalhou como missionário na Hungria e mais tarde tornou-se superintendente em Viena. Em 1920 foi eleito diretor do seminário metodista em Frankfurt am Main. Em 1936, quando a Conferência Alemã da Igreja Metodista Episcopal, que anteriormente havia sido presidida pelo bispo norte-americano John Louis Nuelsen, havia sido anteriormente liderada pelo bispo americano John Louis Nuelsen, tinha sido dado o direito de eleger um bispo de suas próprias fileiras pela primeira vez, elegeu Melle, que continuou a officit em Frankfurt. Ele permaneceu neste escritório quando a Igreja Metodista Episcopal fundiu-se com a Igreja Protestante Metodista em 1939 para se tornar a Igreja Metodista. Aposentou-se em 1946.” https://de.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Heinrich_Otto_Melle

[26] https://en.wikipedia.org/wiki/John_Louis_Nuelsen

[29] https://de.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Heinrich_Otto_Melle

[32]https://www.wallawalla.edu/about-wwu/marketing-and-university-relations/publications/distinguished-faculty-lectures/roland-blaich/

[34] http://www.universe-galaxies-stars.com/Nazism_and_religion.html 

[35]Roland Blaich História da Igreja: Estudos em Cristianismo & Cultura. Vol. 70 Nº 2, junho de 2001. https://johndclare.net/Nazi_Germany2_Blaich.htm.

[36]https://www.wallawalla.edu/about-wwu/marketing-and-university-relations/publications/distinguished-faculty-lectures/roland-blaich/

[38] Idem

[39] Idem

[40] Idem

[41] Idem

[42] Carl Wesley Gamer nasceu em 1899, em Chicago, Illinois, EUA. Era filho de imigrantes alemães.  Estudou social gospel na Universidade de Boston, graduando-se em 1925. Era casado com Alice. Na década de 1930, ele começou a estudar para um phD em ciência política na Universidade de Illinois. Ele retornou à Alemanha em 1938 para pesquisar para sua dissertação estudando as igrejas livres sob o Nacional Socialismo. Gamer também ajudou alguns dos parentes judeus de sua esposa Alice com sua emigração da Áustria. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele serviu como capelão em Illinois. Depois se tornou professor de ciência política no Monmouth College. Seus documentos foram doados ao Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos em 2013. https:/portal.ehri-project.eu/units/us-005578-irn61760.

[43]https://www.cambridge.org/.../AD96BA6DE01DE476023C05030E07401F

[44] https://www.researchgate.net/publication/324974710_The_Methodist_Church_in_the_Third_Reich_Theses_on_the_path_to_a_Free_Church_under_National_Socialist_rule

[45] https://www.encyclopedia.com/women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/thompson-dorothy-1893-1961

[49]https://www.encyclopedia.com/women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/thompson-dorothy-1893-1961

[50]Idem.

[51] www.nndb.com/people/411/000048267/‎

    www.en.wikipedia.org/wiki/Dorothy_Thompson

    https://www.newworldencyclopedia.org/.../Dorothy

    www.biography.yourdictionary.com/dorothy-thompson

    www.en.metapedia.org/wiki/Dorothy_Thompson

   http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Dorothy_Thompson

[52] https://encyclopedia.ushmm.org/content/en/article/the-german-churches-and-the-nazi-state

[53] http://www.concordatwatch.eu/kb-36941.934

[54] https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha_Nazi

[55] https://pt.wikipedia.org/wiki/Religião_na_Alemanha_Nazista

[56] https://oglobo.globo.com/sociedade/historia/o-pastor-nazista-7654043

[57] https://www.bbc.co.uk/bitesize/guides/zp3p82p/revision/4

[58] www.intrinseca.com.br/blog/2017/05/mussolini-da-alianca-com-pio-xi-aos-bracos-de-hitler.

[59] https://www.seekingvirtueandwisdom.com/christians-under-hitlers-german-nazi-regime/

[60] Idem.

[61] Idem.

[62] https://en.wikipedia.org/wiki/Nazi_persecution_of_the_Catholic_Church_in_Germany

[63]www.intrinseca.com.br/blog/2017/05/mussolini-da-alianca-com-pio-xi-aos-bracos-de-hitler.

[64]https://www.seekingvirtueandwisdom.com/christians-under-hitlers-german-nazi-regime/

[65] http://www.concordatwatch.eu/kb-36941.934

[66] https://en.wikipedia.org/wiki/Nazi_persecution_of_the_Catholic_Church_in_Germany

[67] https://www.adl.org/news/op-ed/role-of-churches-nazi-germany

[68] https://www.thetrumpet.com/22407-german-bishops-admit-complicity-with-nazi-crimes

[69] https://encyclopedia.ushmm.org/content/en/article/the-german-churches-and-the-nazi-state

[71] https://www.adl.org/news/op-ed/role-of-churches-nazi-germany

[72]http://jehovah-actu.wifeo.com/comportement-de-leglise-evangelique-envers-le-regime-nazi.php

[73]http://jehovah-actu.wifeo.com/comportement-de-leglise-evangelique-envers-le-regime-nazi.php

[74] https://www.adl.org/news/op-ed/role-of-churches-nazi-germany

[75] http://geoffrobinson.net/lutheran.html

[77]http://genocide.leadr.msu.edu/jehovahs-witnesses-before-and-during-nazi-germany/

[78]https://encyclopedia.ushmm.org/content/en/article/nazi-persecution-of-jehovahs-witnesses

[80]https://encyclopedia.ushmm.org/content/en/article/nazi-persecution-of-jehovahs-witnesses

[81]http://genocide.leadr.msu.edu/jehovahs-witnesses-before-and-during-nazi-germany/

[82]https://www.reuters.com/ world/europe/jehovahs-witnesses-some-facts-about-their-history-community-germany-2023-03-10/

[84] Idem.

[85] http://www.adventistas.com/janeiro2003/iasd_hitler_liberty.htm

[87]   Idem.

[88] http://www.adventistas.com/janeiro2003/iasd_hitler_liberty.htm

[89] Idem.

[95] https://encyclopedia.ushmm.org/content/en/article/the-german-churches-and-the-nazi-state

[96] pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Confessante

[97]https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Nacional_do_Reich

[98]https://pt.wikipedia.org/wiki/Dietrich_Bonhoeffer

[99] Idem.

[100] Idem.

[101] pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Confessante

[102] www.ihu.unisinos.br/78-noticias/585863-o-teologo-que-tentou-matar-hitler

[103] Fonte: https://citacoes.in/autores/dietrich-bonhoeffer/

[104] https://pt.wikipedia.org/wiki/Dietrich_Bonhoeffer

[105] Idem.

[106] www.ihu.unisinos.br/78-noticias/585863-o-teologo-que-tentou-matar-hitler

[107] Idem.

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