Almir dos Santos e seu Ministério Revolucionário

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

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Toda gloria a Deus!

Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

Declaração de direitos autorais: Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.[1]

Rio de Janeiro – Brasil

 

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“A Igreja precisa pregar um cristianismo totalitário e revolucionário (...).

A hora é das classes operárias”.[2]

 

(Almir dos Santos)

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Índice

 

 

·       Introdução

·       Nasce um profeta

·       Professor da Faculdade de Teologia

·       Sua visão sobre a Ação Social

·       Redator do Expositor Cristão

·       Secretário do Departamento de Ação Cívica

·       Presidente da Conferência do Nordeste

·       Sua visão sobre o Ecumenismo

·       Sua visão sobre o Movimento Carismático

·       Seu amor ao trabalho missionário

·       Um Profeta Maior

·       Cuidando da sua afilhada

 

 

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Introdução

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O livro “Almir dos Santos e seu Ministério Revolucionário”[3] é um livro de 54 páginas que procura honrar à memória dos antigos pastores e bispos e trazer ao conhecimento das novas gerações um ministério destemido como um referencial para nossos dias.

 

Almir foi revolucionário na sua visão sobre a participação da Igreja junto aos problemas da comunidade; foi revolucionário na sua visão sobre a ação social da Igreja; sobre o apoio aos operários; sobre a evangelização; sobre o ecumenismo; sobre o Movimento Carismático, etc.

 

Ele ficou bem conhecido por ter sido o presidente da Conferência do Nordeste, em 1962, com o tema “Cristo e o processo revolucionário brasileiro”. A palestra inicial foi sua e ele abordou o tema geral da Conferência.

 

Uma história de dedicação e coragem diante dos graves problemas sociais e políticos do Brasil das décadas de quarenta à setenta.

 

Almir ocupou com excelência diversos ministérios da Igreja: pastor, professor da Faculdade de Teologia, redator do Expositor Cristão, Secretário da Junta Geral de Ação Social e bispo. Em 1977 ele se aposentou. Teve um infarto.

 

Almir dos Santos deixou um grande legado com sua vida. Era um homem respeitado. O nome de Almir Maia, que foi reitor da UNIMEP, foi em homenagem ao Bispo Almir. 

O professor metodista Omir Wesley Andrade[4] em sua dissertação sobre o bispo Almir, disse: “Numa tentativa de atualizar esta discussão, torna-se necessária uma revisão do compromisso profético da Igreja com a promoção da vida. Neste sentido, se os valores do reino de Deus e o compromisso com a vida constituem o alvo mobilizador da ação missionária/social da Igreja, é preciso perguntar: onde estão, hoje, os “profetas” de Deus, capazes de denunciar corajosamente os males sociais que ainda afligem a sociedade brasileira, lutando para que a vida sobreviva e permaneça?”[5]

 

Uma pergunta é deixada para refletir: “Será que, no contexto da ‘religião de mercado’, é possível o aparecimento de verdadeiros profetas de Deus como o Bispo Almir dos Santos?”[6]

 

O ministério do Bispo Almir foi tão atuante que ele é visto por muitos como o “Último profeta” no metodismo brasileiro.

 

O Autor

 

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Nasce um profeta

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“(...) se isto que vemos em nossa Pátria é democracia, então eu não sei o que é democracia. O que voltou para a nossa Pátria não foi a democracia; foi antes a politicalha infame e inescrupulosa, alimentada pela sede do poder e pelo desejo desmedido do mando”.[7]

 

(Almir dos Santos, 1947)

 

Almir dos Santos era de uma família de pastores. Seus irmãos Firmino dos Santos e Nadir dos Santos foram pastores metodistas. Sua irmã Benilda foi casada com o bispo Richard Canfield.

 

Almir era filho do pastor metodista Manoel Custódio dos Santos, nascido em Cabo Frio, RJ.

 

Rev. Custódio era homem bom de coração e muito estimado e distinguido por todos. “Pastoreou o Rev. Custódio diversas paróquias e quase todas rurais; sofreu perseguições por causa do Evangelho; desbravou sertões e conheceu densas matas. Foi incansável na realização de seu abençoado mistério e fiel no cumprimento de seus deveres.”[8]

 

Dentre os ministérios que Almir exerceu estão: pastor, professor da Faculdade de Teologia em Rudge Ramos; redator do Expositor Cristão; Secretário da Junta Geral de Ação Social e bispo da Igreja Metodista na 4ª e 1ª Regiões Eclesiásticas.

 

Durante sua história em terra brasileira, a Igreja Metodista teve alguns profetas e profetizas que agiram profeticamente.

 

Almir dos Santos foi um deles. Na década de quarenta encontramos alguns artigos no jornal oficial da Igreja, o Expositor Cristão, em momentos difíceis da nação e da Igreja.

 

Em 1945, escreveu sobre “Necessidades inadiáveis: evangelismo e santificação”. Ele afirmou que o momento era para afirmar o evangelismo e a santificação: “temos no evangelismo a pedra de toque do trabalho da Igreja”.[9] No mesmo artigo, Almir criticou também a secularização, o comodismo e o conformismo dos pastores. Ele chamou a essas três tendências de “desgraça do ministério atual”.[10]

 

Em 1947, Almir dos Santos escreveu sobre “A Visão de Deus” e apontou a impureza do coração humano como impedimento para se ter a visão de Deus. Essa impureza se manifestava na sociedade de várias maneiras: na falta de escrúpulo no comércio, na falta de escrúpulo na política, na falta de escrúpulo na vida familiar.[11]

 

Neste mesmo artigo, no ano em que o General Dutra sucedeu a Getúlio encerrando o período ditatorial, Almir dos Santos reagiu contra a afirmação de que a democracia havia voltado em 1947: “... se isto que vemos em nossa Pátria é democracia, então eu não sei o que é democracia. O que voltou para a nossa Pátria não foi a democracia; foi antes a politicalha infame e inescrupulosa, alimentada pela sede do poder e pelo desejo desmedido do mando”.[12]

 

Palavras fortes, corajosas e verdadeiras de quem age como profeta.

 

Quase 20 anos mais tarde, Almir revela uma visão maior ao escrever em 1963 sobre a tarefa total da Igreja: “Evangelização, Educação e Ação Social”.[13]

 

Almir nesse tempo havia deixado de ser professor na Faculdade de Teologia, depois de 17 anos.

 

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Professor da Faculdade de Teologia

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“A Igreja é responsável, não somente pelos indivíduos a ela filiados, mas também perante a comunidade da qual os indivíduos fazem parte”.

 

(Almir dos Santos, 1955)

 

 

“O Reverendo Almir dos Santos, professor da Faculdade de Teologia na década de 60, dizia a seus alunos, diante do altar: Gravem aqui a frase ‘Quão temível é este lugar!”. [14]

 

Ele foi professor da cadeira de Teologia Pastoral na Faculdade de Teologia. Por 17 anos foi professor em Rudge Ramos, São Bernardo do Campo, SP.

 

Segundo o professor metodista Omir Wesley Andrade,[15] “ao lado de outros sociólogos da religião, teólogos e estudiosos ligados ao Protestantismo Histórico, já nas décadas de 1950 e 1960 o Bispo Almir dos Santos trabalhava a partir do método dialético que hoje conhecemos pelo trinômio “ver – julgar – agir”.[16]

 

Em fevereiro de 1955, em sua aula “Igreja e a comunidade”, na Faculdade de Teologia, ele ensinou que: (...) a Igreja é uma instituição social, e como tal não pode ignorar sua relação com a comunidade. Ela deve ajudar os indivíduos a encontrarem o sentido da vida, e reconhece a comunidade como uma força plasmador[17] do caráter e personalidade humana”. [18]

 

Conclusões:

 

1. A Igreja é responsável, não somente pelos indivíduos a ela filiados, mas também perante a comunidade da qual os indivíduos fazem parte.

 

2.A Igreja de expressar a vontade de Deus na comunidade”.

 

Como expressão da vontade de Deus, a Igreja deve ser:

 

A) Ser a campeão no espírito de cooperação da comunidade;

B)   Ser a consciência moral da comunidade.

C)  Suplementar as atividades da demais agência na vida da comunidade.

D)  Ser vanguardeira de todas as boas causas.

E)   Formar líderes para as posições de responsabilidade;

F)    Ser um santuário para todos os membros da comunidade;

G)  Ser uma colônia do Reino de Deus na comunidade.

 

Em outras aulas, foi enfatizado que “Cristo foi um operário”.

 

Foi falado do “comunismo da Igreja Primitiva”.

 

O pai do Evangelho Social, Walter Rauschenbusch (1861–1918) foi citado, etc.[19]

 

Anos mais tarde, como bispo, o Instituto Metodista Teológico João Ramos Júnior da 4ª Região Eclesiástica iniciou suas atividades em 3 de março de 1969 com a aula inaugural proferida pelo Bispo Almir dos Santos.[20]

 

 

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 Sua visão sobre o Ação Social

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“A ação social cristã fundamenta-se, em última análise, nos postulados básicos da fé cristã, que afirmam, em primeiro lugar, a paternidade de Deus (Deus é Criador, Deus é Redentor, Deus é Amor) e, em seguida, a necessidade da fraternidade entre os seres humanos e a dignidade essencial da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus”. [21]

 

(Almir do Santos)

 

 

O pastor metodista Omir Wesley Andrade, na sua dissertação para o 10º Congresso de Pós-Graduação com o tema “A contribuição do bispo Almir dos Santos à educação teológica e ao pensamento social do metodismo brasileiro entre 1950 e 1970”, disse:

 

“Em seus constantes estudos sobre os problemas sociais e a ação social da Igreja, no período analisado, o Rev. Almir dos Santos chegará à conclusão de que o processo de marginalização social da grande maioria do povo brasileiro constitui-se num círculo vicioso pecaminoso. Tal círculo vicioso também pode ser ilustrado graficamente”.[22]

 

Segundo Omir Wesley, o bispo Almir dos Santos encontrou grandes dificuldades em educar e mobilizar os membros da Igreja para uma efetiva participação nas transformações sociais.

 

“O Rev. Almir dos Santos encontrou, nas duas décadas estudadas, grandes dificuldades para educar e mobilizar a membresia da Igreja Metodista no sentido da sua efetiva participação nas transformações sociais que estavam ocorrendo na sociedade brasileira. Ele, no entanto, jamais desistiu da luta e oferecia sugestões pedagógicas práticas para motivar e incentivar os membros das igrejas locais neste sentido”. [23]

 

Para Almir dos Santos, “a ação social cristã fundamenta-se, em última análise, nos postulados básicos da fé cristã, que afirmam, em primeiro lugar, a paternidade de Deus (Deus é Criador, Deus é Redentor, Deus é Amor) e, em seguida, a necessidade da fraternidade entre os seres humanos e a dignidade essencial da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus”.[24]

 

Ele disse mais: “A ação social da Igreja se exerce por meio da tomada de consciência (conscientização), da presença (superando a alienação) e da participação (engajamento) de seus membros e de suas instituições. Neste sentido, a ação social da Igreja deve ser autêntica e orgânica, com o comprometimento de todos os crentes. Os métodos ou meios de atuação efetiva da Igreja incluem a assistência social (socorro de emergência) e o serviço social (promoção humana). Mas o conceito de ação social é muito mais amplo, pois inclui a luta pela mudança das estruturas injustas da sociedade, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais humana. Entendo que, nesta luta, como afirmou Jesus, os pobres são os procuradores de Deus (Mt 25.45)”.[25]

 

Almir vai muito além do conceito da Igreja, neste período.

 

 Ele disse que “o conceito de ação social é muito mais amplo, pois inclui a luta pela mudança das estruturas injustas da sociedade, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais humana”.[26]

 

Almir tinha conceitos muito além do seu tempo.

 

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Redator do Expositor Cristão

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“(...) A revolução social é uma consequência lógica da aplicação dos princípios do evangelho de Cristo à via econômica da sociedade (...). O que até aqui temos feito não passa daquilo que, em matéria de serviço social, e chama de paliativo (...). A Igreja precisa pregar um cristianismo totalitário e revolucionário(...). A hora é das classes operárias”.[27]

 

(Almir dos Santos, editorial, 1956)

 

 

Almir dos Santos foi redator do Expositor Cristão e acreditava que a Igreja chegaria aos 100 mil membros na final da década de cinquenta, mas a Igreja alcançou apenas 48.387 membros no total.

 

No seu editorial, ele falou de uma necessidade inadiável:

 

“Há necessidade inadiável de um estudo sério de nossa metodologia evangelizante. Estamos trabalhando, não se pode negar. Mas quem sabe estejamos lançando as redes na direção errada?”.[28]

 

Desde 1955, como redator do Expositor Cristão, Almir dos Santos, saiu em defesa da classe operária publicando vários artigos.

 

Dentre eles, estão: “O desafio da nossa época: trazer a relevância do Cristo aos problemas do operário”; “Falta cuidado pastoral pelos operários”; “Reforma agrária”; “Seu templo é um centro social?”; “A Igreja disposta a atacar o problema do operário”, etc.

 

No Expositor Cristão, em 1956, no editorial “A hora das classes operárias”, ele disse: “(...) A revolução social é uma consequência lógica da aplicação dos princípios do evangelho de Cristo à via econômica da sociedade (...). O que até aqui temos feito não passa daquilo que, em matéria de serviço social, e chama de paliativo (...). A Igreja precisa pregar um cristianismo totalitário e revolucionário(...). A hora é das classes operárias”.[29]

 

 Como redator do Expositor Cristão, Almir dos Santos incentivou muito para o crescimento da Igreja colocando em editoriais ou na primeira página textos para despertar para a evangelização, como: “Por que evangelizar?”; “Doutrinação e Evangelização”; Evangelizar ou morrer”; Expansão Missionária do Metodismo Brasileiro”; “Vós não tendes nada mais a fazer, senão salvar almas”.

 

Escreveu ainda sobre “Mudemos: do binômio para trinômio: Oração, doutrinação, evangelização”. “Ganhando os nossos”; “Evangelização ao ar livre”; “Avanço lento, mas seguro”; “Evangelização”; “Dobremos o número de metodistas em um ano,” etc.

 

Antes e ser redator do jornal oficial a Igreja, já escrevia fazendo questionamento. Em 1947, questionou as series de conferência.

 

Segundo ele, “ultimamente tem havido grande desapontamento no seio das Igrejas evangélicas, em favor das series de conferências”.[30]

 

Havia um número muito reduzido dos que se filiavam à igreja como resultado das séries.

   

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 Secretário do Departamento de Ação Cívica

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“(...) o fato de deixar a cátedra de professor, depois de 17 anos, significa realmente a importância que estou dando a este novo trabalho. Especialmente em face da conjuntura político-social que o país está vivendo e a possibilidade que vejo da Igreja, através desse Departamento, de fazer uma contribuição positiva e eficiente para uma solução cristã dos problemas que nos afligem”. [31]

(Almir dos Santos, 1962)

 

Em 1962, foi criado o Departamento da Ação Cívica pela Igreja Metodista do Brasil em Brasília.

 

O Almir dos Santos foi designado como seu primeiro secretário. Ele era pastor e professor da Faculdade de Teologia.[32]

 

A criação de um Departamento da Ação Cívica antecipou a chamada Conferência do Nordeste, ocorrida entre 22 e 29 de julho de 1962.

 

“Ela marcou o ápice da articulação cívica e cultural, socioeconômica e política das igrejas integrantes da antiga Confederação Evangélica do Brasil antes da ditadura; foi vista como a mais importante articulação panprotestante do século 20”. [33]

 

Esa criação foi vista como um ato revolucionário. “Embora fosse um departamento da Igreja, com deveres e direitos definidos e uma vinculação esclarecida com os seus demais órgãos administrativos, esse departamento sinalizava uma visibilidade diferenciada do poder eclesiástico junto aos órgãos públicos.” [34]

 

Almir dos Santos iria visitar sistematicamente senadores, deputados, ouvidorias oficiais etc.

 

Perguntado ao Dr. Roberto Davis, Secretário Geral de Ação Social, “como havia surgido a ideia para a criação de tal Departamento. Ele responde-nos: Da necessidade que, de certo tempo pra cá, temos sentido de a Igreja entrar mais profundamente na realidade brasileira. Isto tornou-se patente nos últimos Concílios Regionais e ainda mais visível na Consulta Latino-Americana da Igreja Metodista, em Buenos Aires”. [35]

 

“O Gabinete Geral estudou o plano que lhe apresentamos sobre a criação do Departamento e aprovou. E na sua última reunião, em maio, a Junta Geral criou o Departamento e escolheu o seu primeiro secretário executivo”. [36]

 

Os critérios para a escolha do Rev. Almir dos Santos como secretário executivo do novo departamento foram: “Ser brasileiro; ter vivo interesse pela política; não ter posição ideológica extremada, nem política partidária cega; ter qualidade para analisar os problemas econômicos, sociais e políticos, através das melhores técnicas científicas existentes; possuir uma sólida base de teologia e ética cristã; ser otimista e realista; conhecer a técnica de relações humanas; apoiar e ser apoiado pela Igreja e suas autoridades; não ser demasiadamente jovem, nem demasiadamente velho; poder trabalhar em equipe”.[37]

 

Almir dos Santos foi perguntado como se sentia deixando a sua cadeira de Teologia Pastoral na Faculdade de Teologia para assumir este novo cargo. Ele disse: “Sabendo que estava realizando um trabalho importante em nosso seminário, o fato de deixar a cátedra de professor, depois de 17 anos, significa realmente a importância que estou dando a este novo trabalho. Especialmente em face da conjuntura político-social que o país está vivendo e a possibilidade que vejo da Igreja, através desse Departamento, de fazer uma contribuição positiva e eficiente para uma solução cristã dos problemas que nos afligem”. [38]

 

Segundo Dr. Davis, o Departamento visava “estabelecer contato entre a Igreja Metodista do Brasil e a liderança da nação brasileira, para fazer-lhe sentir o nosso pensamento social-cristão. Ao mesmo tempo, este Departamento irá às igrejas com suas preocupações sociais, para despertar o metodismo brasileiro à sua missão em relação à Pátria. Isto se fará por intermédio de contatos diretos, por meio de institutos, para pastores, seminaristas e leigos, bem como nos congressos especializados para operários, estudantes, etc”. [39]

 

Rev. Almir iria fazer contatos com deputados e senadores federais e outros líderes públicos através de cartas e visitas pessoais; participará Institutos Ministeriais de 3 a 8 de julho em Itapina, ES (IV Região), de 2 a 8 de agosto em Santa Maria, RS (II Região).

 

Rev. Almir também iria fazer o planejamento para a “visita ao Brasil do Rev. Manoel Vieira Bernal, ex-secretário de Ação Social da Igreja Metodista em Cuba, durante o mês de agosto e, nesse mesmo mês, participará da 11ª Conferência Internacional de Serviço Social, em Petrópolis de 19 a 25 de agosto, como delegado oficial da Igreja”. [40]

 

A Confederação Evangélica do Brasil o havia também escolhido como Presidente do Setor de Responsabilidade Social da Igreja, Presidente da Junta Latino-Americana de Igreja e Sociedade.

 

Dr. Roberto Davis disse: “Tenho pra mim que o Brasil está numa encruzilhada como nação. Sei que esta observação nada possui de novidade, pois os acontecimentos na casa nacional e internacional nos chamam atenção a isto diariamente. Grupos poderosos de várias posições ideológicas estão traçando os seus planos e programas a fim de melhor defender os seus interesses na situação fluida e indefinida pela qual o Brasil passa”. [41]

 

Disse mais: “É trágico que a Igreja que teve na história universal um papel de relevância no sensibilizar da consciência humana e no despertar das massas injustiçadas, está hoje confusa e até recuada perante a situação que ela mesma ajudou a criar, pregando seus princípios de amor.” [42]

 

Disse também: “(...) não temos acompanhado as mudanças sociais em nosso programa de ação social porque um razoável número de membros pastores acha que qualquer participação mais discreta da igreja na vida do país foge à missão da Igreja. Fica comprovado o erro básico desta posição quando reconhecemos a inter-relação entre a forma de sociedade e a justiça social que ela proporciona”.[43]

 

Segundo Roberto Davis,  o primeiro passo para levar a Igreja a uma descoberta de sua responsabilidade em relação ao Brasil e aos brasileiros estava na criação de um Departamento de Ação Cívica, com “um secretário executivo de tempo integral, para estabelecer contato entre a Igreja e a liderança da nação brasileira; visitar sistematicamente as reuniões da Igreja a fim de fazer chegar essas preocupações a seus menores núcleos, promover institutos para pastores e leigos a fim de prepará-los melhor para sua atuação cristã no Brasil contemporâneo.” [44]

 

O Gabinete Geral aprovou o plano do “Departamento de Ação Cívica” e o Rev. Almir dos Santos foi eleito na reunião da Junta.[45]

 

 

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Presidente da Conferência do Nordeste

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“A Igreja deve estar disposta, inclusive, a mudar as suas estruturas eclesiásticas, se necessário for, para melhor cumprir a sua missão no mundo atual.”[46]

 

(Almir dos Santos, 1962)

 

Diante das rápidas transformações sociais do Brasil, aconteceu a II Consulta sobre a responsabilidade social da Igreja. Foi realizada em Campinas com o tema “A Igreja e as rápidas transformações sociais do Brasil”. A III Consulta teve como tema “A presença da Igreja na evolução da nacionalidade”, em 1960. A presidência foi de Waldo César.

 

“A Confederação Evangélica do Brasil (CEB) promoveu quatro consultas nacionais entre 1955 e 1962, que expressavam uma linha de compromisso social que crescia na medida em que se agravava a crise nacional”.[47]

 

Em 1962, numa mudança do eixo Rio-São Paulo para o Nordeste, o tema foi “Cristo e o processo revolucionário brasileiro”.

 

A Conferência do Nordeste, em 1962, na cidade de Recife, foi outro evento marcante para o protestantismo brasileiro. A Conferência teve como tema “Cristo e o processo revolucionário brasileiro”. Almir dos Santos foi presidente do encontro e afirmou sobre sua importância:

 

 “A Conferência do Nordeste foi uma tentativa para encontrar novas formas de ação da Igreja na situação revolucionária que vive o povo brasileiro na hora presente (...). A Igreja deve estar disposta, inclusive, a mudar as suas estruturas eclesiásticas, se necessário for, para melhor cumprir a sua missão no mundo atual.”[48]

 

Almir dos Santos foi presidente da Conferência do Nordeste “e o secretário foi o sociólogo da Igreja Presbiteriana do Brasil Waldo César. Outro presbiteriano de destaque no evento foi o pastor (senador da República nos anos 90) Joaquim Beato, que palestrou sobre “Os profetas em épocas de transformações políticas e sociais”. [49]

Sua palestra na Conferência

 

No dia 7 de julho de 1962, começou a Conferência do Nordeste com o rev. Almir dos Santos sendo o orador da tarde fazendo a abertura com o tema “Cristo e o processo revolucionário brasileiro".

 

Ele citou Lucas 4.18-19, que segundo Almir dos Santos, oferece as bases para uma reconstrução total da sociedade.

 

O presidente do Setor de Responsabilidade Social da Igreja fez comentários gerais sobre a sociedade brasileira e disse:

 

Que é que caracteriza o processo revolucionário que atravessamos?

 

E respondeu: “É uma revolta generalizada contra a situação atual e a luta para sair do subdesenvolvimento. Certas expressões aparecem quando se levanta esse problema: autodeterminação, nacionalismo, revolução social”. [50]

 

Na sua palestra, o preletor fez várias perguntas.

Inicialmente, perguntou: Que significa a afirmação de Jesus de que veio para evangelizar os pobres?

 

Para Almir dos Santos, “os pobres são os economicamente deserdados. Que seriam as boas-novas para os pobres? Torná-los contentes com a sua pobreza?

 

Se assim fosse, valeria a acusação de que a religião é um ópio. Que seria, então? Oferecer-lhes recompensa no outro mundo?

 

Nesse caso, a religião não seria operante nas relações humanas neste mundo. As únicas boas-novas eficazes seriam as de que não haveria mais pobres. A pobreza pode e deve ser abolida. Proclamar libertação aos cativos, isto é, aos deserdados social e politicamente. Há muitos cativeiros hoje — disse o preletor”. [51]

 

Almir dos Santos afirmou que “o homem explora o homem e usa-o para os seus próprios fins. O manifesto de Jesus anuncia o fim a toda exploração e põe o homem no seu verdadeiro lugar, considerando-o filho de Deus. Restauração da vista aos cegos. Os fisicamente deserdados. A doença não é da vontade de Deus. Jesus não pediu que os homens a suportassem como sendo a vontade inexorável de Deus. Ele veio para que os homens tenham vida abundante”. [52]

 

O preletor da tarde de abertura da Conferência do Nordeste afirmou que o pecado, o erro, a doença e a morte são inimigos da vida.

 

Almir dos Santos colocou Jesus como solução.

 

Ele disse: “Jesus curou as doenças não para demonstrar seu poder divino, mas porque os homens precisam ser curados. Era parte do plano redentor de Deus. Pôr em liberdade os oprimidos. Os deserdados, moral e espiritualmente. Os três itens anteriores se referem às necessidades físicas e sociais dos homens, o quarto se refere às suas necessidades morais e espirituais. O mundo é um mundo de consequências morais. Somente o perdão de Deus pode levantar os oprimidos. Dê-se ao homem tudo o que ele necessita econômica, social, política e fisicamente, e, contudo, não estará em si, se não estiver curado na alma.”[53]

 

Ele disse que “o novo nascimento oferece essa cura. Apregoar o ano aceitável do Senhor. O ano aceitável do Senhor era o ano judaico do jubileu, conforme se lê em Levítico 25.10. Mediante o jubileu se conserva certo equilíbrio econômico, evitando o latifúndio e acumulação de riquezas por uns, enquanto outros ficavam totalmente sem posses. Jesus tomou a ideia desse texto e universalizou-a”.[54]

 

Almir lembrou a importância do programa e planos. Ele disse “que há dois perigos na confrontação de nossa fé com a situação social: aceitar um programa de ação, mas negar a dinâmica do Espírito, o poder de Deus. Isto é humanismo. Ou então aceitar essa dinâmica, mas negar um programa de ação. O plano sem o poder é mera ficção; o poder sem plano é simples nulidade. Ambos, o programa e o plano, aliados, criam um novo mundo”.[55]

 

De acordo com a dinâmica de sua palestra, “o orador terminou com uma pergunta, depois de ler o texto citado por Jesus (Isaías 61.1,2) onde se acrescenta à expressão ano aceitável do Senhor, esta outra: e o dia da vingança, do nosso Deus. A vingança do Senhor é a sanção da justiça divina sobre as injustiças humanas (Salmo 82. 2-4).

 

 Com que ficamos?

 

O ano aceitável do Senhor ou o dia da vingança?”[56]

 

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Sua visão sobre o Ecumenismo

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“Devemos confessar que do lado protestante há também muitas restrições e suspeitas com relação ao diálogo entre ROMA e GENEBRA, como dizem alguns (expressão que já por si só revela um trabalho das cúpulas e não do povo).[57]

 

(Almir dos Santos, 1975)

 

 

Entre 1962-1965, foi realizado o Concílio Vaticano II que trouxe mudanças na liturgia e abertura ao diálogo ecumênico.

 

O Concílio Geral da Igreja Metodista de 1960 aprovou um item no Credo Social sobre o ecumenismo dizendo que a Igreja Metodista sempre se caracterizou pelo espírito ecumênico.

 

O Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil criou ainda a “Comissão de Atividades Ecumênicas” sob a presidência de Duncan Reily. O objetivo era diálogo ecumênico entre os evangélicos. Posteriormente, as Igrejas Congregacional, Episcopal, Metodista Livre, Evangélica de Confissão Luterana, Presbiteriana do Brasil, Presbiteriana Independente, Assembleia de Deus e Batista foram convidadas para um encontro. Só a Igreja Episcopal viria.

 

Em 1964, a Comissão mudou o nome para “Comissão Inter Eclesiástica” sob a presidência de Almir dos Santos. Oficialmente, não foi estabelecido diálogo com a Igreja Católica, neste período. Com os Evangélicos durou pouco.

 

O Órgão oficial da Igreja Metodista procurou mostrar o lado positivo do ecumenismo com a Igreja Católica. Entre 1961-1964, publicou diversos artigos, entre eles: “Padres fazem autocrítica em debate público”; “Sacerdote católico romano elogia o protestantismo”; “Capelão evangélico convidado a participar de retiro católico”. Na primeira página viriam algumas manchetes, entre elas: “A Bíblia promover ecumenismo na fronteira”; “A Revolução na Igreja Católica”; “Bispo católico recomenda a leitura de Bíblias Protestantes”.

 

A Igreja estava confusa e dividida sobre esse tema.

 

Na própria liderança havia questionamento. O Presidente do Colégio Episcopal, bispo Isaías Sucasas, em 1959, com a notícia da convocação do Concílio  Vaticano II, disse das condições da Igreja Metodista entrar no diálogo ecumênico: “Volta incondicional ao fundamento, que é Jesus Cristo, e à mensagem clara e profunda da paternidade de Deus, fundamentada na Bíblia. Exigimos a extinção de tudo que seja idolatria”.54

 

Em 1975, estava em formação o CONIC, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs.

 

“Logo no início de 1975, ano em que se iniciam os encontros de dirigentes para a fundação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, CONIC, o Expositor Cristão publica o artigo Ecumenismo e Unidade Cristã, do bispo Almir dos Santos (EC, 1ª quinz. 04. 1975, p. 17)”.[58]

 

“O bispo inicia seu texto lembrando que o movimento ecumênico nasceu “endereçado apenas às denominações protestantes, mesmo porque Roma se recusou terminantemente a participar das reuniões ecumênicas protestantes”.[59]

 

Almir dos Santos lembra que muitas nominações rejeitam o ecumenismo.

 

“E mesmo no âmbito protestante, muitas denominações o rejeitaram, ‘como continuam rejeitando até hoje, não só com relação à Igreja Romana, mas também com relação às Igrejas protestantes entre si, sob a alegação, entre outras, de que o divisionismo protestante estimula a competição entre as denominações, tornando-se, portanto, mais eficiente na obra de evangelização”. [60]

 

Almir dos Santos continuou abordando sobre as dificuldades do ecumenismo.

 

Ele “considera que a partir do Concílio Vaticano II houve certa abertura de alguns líderes católicos para o diálogo e, ainda assim, por grupos não oficiais da Igreja Católica (grifos do autor). “Devemos confessar que do lado protestante há também muitas restrições e suspeitas com relação ao diálogo entre ROMA e GENEBRA, como dizem alguns (expressão que já por si só revela um trabalho das cúpulas e não do povo)”. [61]

 

E fez uma afirmação muito real e forte: Para ele, “como está sendo praticado’, tem dividido mais que aproximado, mas não entra em detalhes acerca da forma como se pratica o ecumenismo. Diz não estar seguro se os leigos que participam das reuniões ecumênicas representam realmente as suas igrejas ‘ou o fazem por estarem fora das ou contra as suas igrejas”. [62]

 

Almir dos Santos afirmou que era a unidade cristã que buscavam: “Afirmando, ao mesmo tempo, uma postura pessoal ecumênica e claras convicções protestantes, ele defende que as diferenças doutrinárias – “as razões e os motivos que ainda nos separam” – devam ser debatidas. “No último Concílio Geral da Igreja Metodista no Brasil, evitamos em nosso documento oficial a palavra ecumenismo e usamos a expressão unidade cristã. E se é a unidade cristã que buscamos, o atual ecumenismo merece ser reexaminado”.[63]

 

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Sua visão sobre o Movimento Carismático

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“Pessoalmente, creio que este movimento, quando purificado de seus exageros, traz grande benefício às igrejas e aos crentes. Não há como negar o rebaixamento do nível de vida espiritual e moral de muitas das pessoas das nossas comunidades, transformadas em verdadeiros clubes.”[64]

 

(Almir dos Santos, Relatório do bispo ao Conselho Regional a 1ª Região, 1978)

 

 

Na década de quarenta, o Provisionado – Suplente - Estudante Benedito de Paula Bittencourt era pastor em Vila Mazzei e Tucuruvi, São Paulo. Ele havia convidado o seminarista Mário Roberto Lindstron para ajudar nas duas paróquias. Nem sempre Bittencourt podia estar presente durante a semana.[65] Lindstron teve a liberdade nas igrejas. 

“No final de 1945 começou um grande descontentamento no seio da Igreja Metodista em Vila Mazzei devido ao comodismo e indiferença sobre os ensinamentos da Bíblia. A vaidade, o conformismo com o mundanismo aumentaram esse descontentamento. Isso fez que tivesse início de certo movimento de grande número de membros que começaram a buscar a santificação e poder através do batismo com o Espírito Santo.”[66] 

Havia uma Igreja dentro da própria igreja, pois cerca de 30 pessoas tinham suas próprias reuniões onde buscavam a santificação e o batismo do Espírito. Ficaram conhecidos com o “grupo do clamor”. Todos eles oravam com intensidade buscando a santidade e o poder do Espírito.[67] 

Um dos líderes do movimento era Taisuke Kinzo.  Em sua dissertação para o bacharel de teologia, Kinzo abordou o seguinte tema: A Segunda Benção, sua Comunicação e segredo de sua Conservação. Nela, Kinzo diz que “sem a segunda benção, dificilmente alguém produzirá obra duradoura de edificação espiritual cristã; pois é ela a geradora de energia para a ‘loucura da pregação”. Para ele, segunda benção é o mesmo que santificação. A primeira benção é a justificação. O catedrático de sua dissertação foi o profº Almir dos Santos. [68] 

Para resolver o problema nas duas igrejas, o pastor Benedito de Paula Bittencourt convidou “o profº Almir dos Santos para fazer uma visita àquelas igrejas e falar a elas sobre o assunto, o que foi feito, por dois ou três dias. Tucuruvi escolheu o método tradicional (de então) de ser metodista, e abandonou os rapazes, mas em Vila Mazzei perdemos metade da congregação que saiu com o Mário Roberto e, ato continuo, abandonou também o Seminário.”[69]  Criaram a Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico. 

Apesar dessa experiência negativa com movimentos espirituais dentro da Igreja. 

Mais tarde, bispo Almir dos Santos veria com bons olhos o surgimento do Movimento carismático dentro da Igreja Metodista. 

Almir dos Santos foi eleito bispo em 1965 para a 4ª Região. Em 1970, o bispo Natanael renunciou ao episcopado da 1ª Região e o bispo Almir foi nomeado para a 1ª Região sendo reeleito em 1971para a 1ª Região Eclesiástica. 

No seu relatório sobre o ano de 1975, ao Concílio da 1ª Região, o bispo Almir dos Santos disse que o Plano Quadrienal tinha um total desconhecimento dos membros das igrejas.[70] 

Disse mais: “Ainda para continuar sendo honesto, penso que a ênfase de muitas igrejas não esteve no Plano Quadrienal, mas em certos aspectos do movimento carismático que vem atuando em todas as igrejas cristãs no mundo de hoje, inclusive na Católica Romana. O Colégio Episcopal elaborou e publicou uma pastoral sobre o Movimento Carismático, e para ela temos endereçado os pastores e leigos interessados no despertamento espiritual da Igreja.”[71] 

Bispo Almir dos Santos ainda falou da necessidade de mudança na vida de algumas pessoas e do valor do movimento: “Pessoalmente, creio que este movimento, quando purificado de seus exageros, traz grande benefício às igrejas e aos crentes. Não há como negar o rebaixamento do nível de vida espiritual e moral de muitas das pessoas das nossas comunidades, transformadas em verdadeiros clubes.”[72] 

No metodismo brasileiro, o Movimento Carismático teve início, especialmente, na 1ª (Rio de Janeiro), 2ª (Rio Grande do Sul) e 6ª Regiões Eclesiásticas (Paraná e Santa Catariana). 

Diversas igrejas experimentavam um mover do Espírito. Alguns líderes passavam pela experiência do Batismo do Espírito. 

Dentre esses líderes, estão: Paulo Lockmann e Richard Canfield (que vieram a se tornar Bispos na Igreja Metodista), Erasmo Ungaretti e Moisés Cavalheiro, que pertenciam ao corpo docente do Seminário Metodista, em Porto Alegre.[73] 

Paulo Lockmann conta que sua experiência foi em 1974, em Porto Alegre. A experiência de Richard Canfield foi em Londrina, 1976. 

Nas duas ocasiões, o pastor metodista Moisés Cavalheiro estava ministrando. 

Recordando essa época, o músico e cantor Asaph Borba, que pertencia à Igreja Metodista, disse:” 'Começou a haver gente liberta e batizada com o Espírito Santo (...). Eu participei daquilo tudo, eu entrei naquele rio”.[74]

 

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Seu amor ao trabalho missionário

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“No dia 8 de novembro de 1966, despedi-me da família e viajei para Vitória da Conquista. Na cidade de Governador Valadares, aderi à caravana missionária composta por: Bispo Almir dos Santos; pastores Moacyr Louzada Machado, Firmino Lopes dos Santos, José Féo, Ferdinando Pereira Coelho e o mecânico, Sr. Adelci. Dirigimo-nos primeiramente para o campo missionário em Teófilo Otoni”.[75]

 

(Valdemar Trevenzoli, 1966)

 

 

Almir dos Santos sempre escreveu sobre a necessidade da evangelização. Procurou despertar à Igreja para a necessidade de evangelizar. Ficou frustrado quando a Igreja não atingiu os 100 mil membros, no final da década de cinquenta.

 

Como Bispo, continuou com o coração na obra missionária.

 

Rev. Valdemar Trevenzoli relatou sua experiência na abertura do metodismo em Vitória da Conquista, nomeado que foi pelo bispo Almir dos Santos, em 1966.

 

Ela relata sobre uma caravana composta por pastores, leigos e o bispo Almir, que passou antes no Campo Missionário de Teófilo Otoni.

 

“No dia 8 de novembro de 1966, despedi-me da família e viajei para Vitória da Conquista. Na cidade de Governador Valadares, aderi à caravana missionária composta por: Bispo Almir dos Santos; pastores Moacyr Louzada Machado, Firmino Lopes dos Santos, José Féo, Ferdinando Pereira Coelho e o mecânico, Sr. Adelci. Dirigimo-nos primeiramente para o campo missionário em Teófilo Otoni. Lá tivemos duas reuniões e na ocasião foi colocada a placa administrativa do campo missionário naquela cidade, que por sinal estava indo muito bem sob a condução do missionário Messias Manoel de Souza.

 

No dia seguinte, 9 de novembro, eles partiram às cinco horas da manhã rumo à Vitória da Conquista e depois de uma viagem abençoada chegaram às 13 horas.

 

Trevenzoli relata que “no dia 10 de novembro, em uma reunião, fizemos uma leitura bíblica seguida de reflexão no livro de Ezequiel 18.21-23. Fiquei entusiasmado e dando graças a Deus por tudo. Após o almoço visitamos a propriedade da missão. À noite, tivemos reunião dirigida pelo Bispo Almir no Hotel Novo Mundo, em memória ao Bispo César Dacorso Filho. Ajoelhamo-nos e oramos pelo novo campo missionário, na esperança de que Deus nos usaria para realizarmos proezas em seu nome. A comitiva seguiu para Salvador e eu continuei por mais três dias para conhecer melhor a cidade”.[76]

 

O metodismo em Vitória da Conquista teve seu início oficialmente no domingo, dia 03 de maio de 1967. “No dia 31 de dezembro de 1968 aconteceu a histórica e primeira edição do Concílio Local para organizar oficialmente a Igreja Metodista”, sob a liderança do pastor Waldemar Trevenzoli.[77]

 

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Cuidando da sua afilhada

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O Rev. Almir, responsável pela Alletta, chamou o Benjamim para saber das intenções dele com a “afilhada”. “As melhores, Rev. Almir”, garantiu o Benjamim, “as melhores”.

 

(Almir dos Santos)

 

 

Almir dos Santos tinha um coração amoroso e acolheu uma jovem durante um tempo em sua casa e a apoiou, como uma “afilhada, na hora que um rapaz se interessou por ela.

 

Seu nome: Alletta.

 

Alletta Lobo Cordeiro Monteiro Martins nasceu em 15 de outubro de 1926. Seus pais eram Laura e Oscar Carneiro Monteiro, membros ativos da Igreja Metodista de Vila Isabel.

 

Alletta era de uma família consagrada. Ela disse “Meu pai era apaixonado pelo Evangelho e buscava ser fiel a Deus e a Igreja Metodista, não medindo esforços para exercer seu ministério e cumprir suas responsabilidades. Levava muito a sério a prática do dízimo e a guardar o domingo como o Dia do Senhor. Dedicou-se, ele e minha mãe, ao ministério da visitação. Adoravam visitar, conversar e orar com as pessoas”.[78]

 

Alletta estava envolvida com a Igreja e casar com um pastor seria unir o útil ao agradável. E o rev. Almir dos Santos a ajudou nisso.

 

Ele era pastor na cidade de São Paulo e gostava de passar férias na casa de Oscar e Laura, no Rio de Janeiro.

 

Um dia Alletta terminou um noivado de 8 anos e foi passar uns dias na casa do Rev. Almir, em São Paulo, para superar a separação.

 

“Acabou ficando por lá de junho a dezembro daquele ano. Foi nesse tempo que conheceu o Benjamim, que além de aluno era também o goleiro do time de futebol da Faculdade. As pessoas brincavam: ‘Não falte aos jogos, Alletta, porque quando você vai, o Benjamim joga bem melhor.”[79]

 

Almir era também professor na Faculdade de Teologia e conhecia Benjamim como aluno. Como responsável pela Alletta, o professor Almir  dos Santos chamou o Benjamim para saber das intenções dele com a “afilhada”. “As melhores, Rev. Almir”, garantiu o Benjamim, “as melhores”.

 

Em novembro de 1952, Benjamim voltou para Piracicaba, onde moravam seus pais, e prometeu ir ao Rio de Janeiro, na casa de Alletta, em março do ano seguinte.

 

Mas no início do mês de janeiro do ano de 1953, “Alletta recebeu um telefonema de Benjamim: “Alletta, estou no aeroporto aqui do Rio. Alguém pode vir me buscar?” [80]

 

Alletta conta que ele já trouxe as alianças no bolso.

 

“Ficaram noivos naquele janeiro de 1953. Benjamim e Alletta casaram-se em 18 de dezembro de 1953.

 

Desse casamento nasceram os filhos Benjamim, Oscar, Oswaldo e Antônio.[81]

 

Benjamim foi pastor em diversas Igrejas, dentre elas, Paranavaí e Maristela, Concórdia, Ribeirão das Neves, Anta, Sapucaia, Campo Grande, Muriqui, Itaguaí, Inhoaiba, etc.

 

O cuidado do professor Almir dos Santos não foi em vão. Alletta foi feliz no casamento com Benjamim.

 


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Um Profeta Maior

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“Será que, no contexto da ‘religião de mercado’, é possível o aparecimento de verdadeiros profetas de Deus como o Bispo Almir dos Santos?”[82]

 

(Omir Wesley Andrade)

 

 

Na década de sessenta havia uma verdadeira revolução na sociedade brasileira. Almir dos Santos foi uma das pessoas do metodismo que defendeu o envolvimento da Igreja na solução dos problemas sociais.

 

“O envolvimento da Igreja Metodista do Brasil nos problemas que afligiam a sociedade brasileira era defendido em dois importantes setores da Igreja: na Junta Geral de Ação Social, onde se destacavam os reverendos Almir dos Santos e João Paraíba Daronch da Silva, e na Faculdade de Teologia”.[83]

 

Havia uma identificação da linha de ação da Junta Geral de Ação Social com o comunismo, mas não com o marxismo. Era uma “esquerda democrática”.

 

“A aproximação funcional com o Comunismo também pode ser exemplificada pela linha definida de atuação da Junta Geral de Ação Social da Igreja no início da década de sessenta. Segundo estudos realizados por Almir dos Santos e Robert Davis ela seria definida como de esquerda. O motivo era o fato de que neste setor ideológico se encontravam ideais semelhantes aos do liberalismo metodista: Em 1962, Almir dos Santos é nomeado secretário geral da JUGAS e naquela ocasião adota uma linha que segundo estudo feito com Robert Davis se chamaria “Linha Democrática de Esquerda”.[84]

 

Em 1964, o pastor Almir dos Santos foi visitar Cuba. Após o golpe militar, Almir teve dificuldades de entrar novamente no país.

 

Omir Wesley Andrade na sua dissertação “A contribuição do bispo Almir dos Santos à educação teológica e ao pensamento social do metodismo brasileiro entre 1950 e 1970”, afirma:

 

Em sua dissertação, Omir Andrade fala da necessidade de uma revisão do compromisso profético da Igreja: “Numa tentativa de atualizar esta discussão, torna-se necessária uma revisão do compromisso profético da Igreja com a promoção da vida. Neste sentido, se os valores do reino de Deus e o compromisso com a vida constituem o alvo mobilizador da ação missionária/social da Igreja, é preciso perguntar: onde estão, hoje, os “profetas” de Deus, capazes de denunciar corajosamente os males sociais que ainda afligem a sociedade brasileira, lutando para que a vida sobreviva e permaneça?”[85]

 

Uma pergunta é deixada para refletir: “Será que, no contexto da ‘religião de mercado’, é possível o aparecimento de verdadeiros profetas de Deus como o Bispo Almir dos Santos?”[86]

 

Bispo Almir é visto por muitos como o “Último profeta” ou verdadeiro profeta de Deus.

 

Evidentemente, houve outros líderes do metodismo que levantaram a sua voz profética, especialmente nas décadas de setenta e oitenta, mas Almir dos Santos pode ser considerado um “Profeta Maior”, para lembrar os profetas maiores da Bíblia, como Jeremias, Isaias, Daniel e Ezequiel.

 

O fato é que continua a necessidade de uma revisão do compromisso profético da Igreja nos dias atuais.

 

 

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[1] https://www.studylight.org/commentaries/eng/wen/ephesians-1.html

[2] SANTOS, Almir dos. A hora das classes operárias. Expositor Cristão. São Paulo, 28 de junho de 1956, 71 ao, nº 26, p.3.

[3] Segundo o Dicionário, revolucionário se refere à inovação, originalidade e também a quem provoca revoluções; é favorável a transformações radicais. https://www.dicio.com.br/revolucionario

[4] Possui graduação em Jornalismo (1976) e em Teologia (1977) pela Universidade Metodista de São Paulo. Concluiu o Mestrado (2012) e o Doutorado (2017) em Educação pela UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba. Atua como Professor de Filosofia e Teologia e Cultura na UNIMEP - Campus Lins. Tem experiência na área de Teologia, Educação e Comunicação. https://www.escavador.com/sobre/6329729/omir-wesley-andrade

[5] https://unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/10mostra/7/561.pdf.

[6] Idem.

[7] SANTOS, Almir dos. “Necessidades inadiáveis: evangelismo e santificação”. Expositor cristão. São Paulo, 26 de abril de 1945. 60 ano, nº 17, p.4.

[8] ROCHA, Isnard. Pioneiros e Bandeiras do Metodismo no Brasil. São Paulo, Imprensa Metodista, 1967, p.242-245.

[9]SANTOS, Almir dos. “Necessidades inadiáveis: evangelismo e santificação”. Expositor cristão. São Paulo, 26 de abril de 1945. 60 ano, nº 17, p.4.

[10] Idem.

[11] Idem.

[12] Idem.

[13] SANTOS, Almir dos. “A tarefa total da Igreja Metodista do Brasil.”. Expositor cristão. São Paulo, 15 de agosto de 1963, Ano 78, nº 16, p.45

[14]https://metodista.br/faculdade-de-teologia/materiais-de-apoio/sermoes/arquivos/sermao_120anos.pdf

[15] Possui graduação em Jornalismo (1976) e em Teologia (1977) pela Universidade Metodista de São Paulo. Concluiu o Mestrado (2012) e o Doutorado (2017) em Educação pela UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba. Atua como Professor de Filosofia e Teologia e Cultura na UNIMEP - Campus Lins. Tem experiência na área de Teologia, Educação e Comunicação. https://www.escavador.com/sobre/6329729/omir-wesley-andrade

[16] https://unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/10mostra/5/466.pdf

[17] Plasmador é aquela pessoa que faz ou deseja fazer algo, modelar algo ou pessoa. https://www.dicionarioinformal.com.br/plasmador

[18] Anotações do então Provisionado, Adherico Ribeiro Chaves.

[19] Anotações do então Provisionado, Adherico Ribeiro Chaves.

[21] https://unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/10mostra/5/466.pdf. texto extraído das Fichas de Leitura do Bispo Almir dos Santos

[22] https://unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/10mostra/5/466.pdf. texto extraído das Fichas de Leitura do Bispo Almir dos Santos.

[23] Idem.

[24] https://unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/10mostra/5/466.pdf. texto extraído das Fichas de Leitura do Bispo Almir dos Santos

[25] Idem.

[26] Idem.

[27] SANTOS, Almir dos. A hora das classes operárias. Expositor Cristão. São Paulo, 28 de junho de 1956, 71 ao, nº 26, p.3.

[28] SANTOS, Almir dos. 48.387 – Diga e voz alta este número e depois leia o editorial. Expositor Cristão. São Paulo, 19 de maio de 1960, ano 75, nº 20, p.7.

[29] SANTOS, Almir dos. A hora das classes operárias. Expositor Cristão. São Paulo, 28 de junho de 1956, 71 ao, nº 26, p.3.

[30] SANTOS, Almir dos. Série de Conferências. Expositor Cristão. São Pauo, 28 de junho de 1947, 62 ao, nº 11, p.9. 

[31] Helmut Renders. “Teologia Pública há 50 anos: A criação do Departamento da Ação Cívica pela Igreja Metodista do Brasil em Brasília”,  Expositor Cristão, 1º de julho de 1962, páginas 1, 5 e 7. www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/Caminhando/article/viewFile/3390/3231.

[32] Idem.

[33] Idem.

[34] Idem.

[35] Idem.

[36] Idem.

[37] Idem.

[38] Idem.

[39] Idem.

[40]Helmut Renders. “Teologia Pública há 50 anos: A criação do Departamento da Ação Cívica pela Igreja Metodista do Brasil em Brasília”,  Expositor Cristão, 1º de julho de 1962, páginas 1, 5 e 7. www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/Caminhando/article/viewFile/3390/3231.

[42] Idem.

[43] Idem.

[44] Idem.

[45] Idem. 

[46] SANTOS, Almir dos. “Cristo e o processo revolucionário brasileiro” em Expositor Cristão. São Paulo, 15 de outubro de 1962, ano 77, nº 20, p.7.

[47]https://1library.org/article/a-confedera%C3%A7%C3%A3o-evang%C3%A9lica-do-brasil-s

[48] SANTOS, Almir dos. “Cristo e o processo revolucionário brasileiro” em Expositor Cristão. São Paulo, 15 de outubro de 1962, ano 77, nº 20, p.7.

[49]https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe/o-passado-nao-esta-morto-os-60-anos-da-profecia-

[51] Idem.

[52] Idem.

[53] Idem.

[54] Idem.

[55] Idem.

[56]https://metodistavilaisabel.org.br/docs/A-CONFERÊNCIA-DO-NORDESTE-livro1.pdf 

[57] Suzel Magalhães TUNES, “Ecumenismo no jornal Expositor Cristão”. o Expositor Cristão publica o artigo Ecumenismo e Unidade Cristã, do bispo Almir dos Santos (EC, 1ª quinz. 04. 1975, p. 17. Reportagem Suzel Magalhães Tunes. https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/

[57] Idem. 

[58] Suzel Magalhães TUNES, “Ecumenismo no jornal Expositor Cristão”. o Expositor Cristão publica o artigo Ecumenismo e Unidade Cristã, do bispo Almir dos Santos (EC, 1ª quinz. 04. 1975, p. 17. Reportagem Suzel Magalhães Tunes. https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/

[59] Idem.

[60] Idem.

[61] Idem.

[62]Reportagem de Suzel Magalhães Tunes. https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php

[63] Idem. 

[64] SANTOS, Almir dos. "Relatório do bispo Almir dos Santos ao Conselho Regional da Primeira Região Eclesiástica da Igreja Metodista" em Atas e Documentos. Rio de Janeiro,  [s. ed], 1978, p 39.

[65] Carta do  pastor Benedito de Paula Bittencourt, em 29 de julho de 1997.

[66] Entrevista de Ruth Fialho Dias, em maio de 1997, com Orestes Branchini, Angela Branchini e

 José de Oliveira e Silva, além do testemunho escrito de José de Oliveira e Silva, em 1997, sobre a

igreja Metodista de Vila Mazzei e o surgimento do movimento.  Informações de Air Sudário da Silva,

 em Belo Horizonte, durante o Concílio Geral, em fevereiro de 1997. Ele se converteu com as pregações

 da Igreja Evangélica do Avivamento Bíblico, no princípio.

[67] Idem

[68] Idem.

[69] Entrevista de Ruth Fialho Dias, em maio de 1997, com Orestes Branchini, op.cit.

[70] Plano Quadrienal se refere à Missão da Igreja com um tema por quatros anos aprovados em Concílio Geral. Os primeiro planos foram  os de 1974, 1978 e o PVMI de 1982.

[71] SANTOS, Almir dos. "Relatório do bispo Almir dos Santos ao Conselho Regional da Primeira Região Eclesiástica da Igreja Metodista" em Atas e Documentos. Rio de Janeiro,  [s. ed], 1978, p 39.

[72] Ibidem.

[73] GUTIERREZ, Washington. "Concílio da 2ª Região recebe pessoas importantes" em Expositor Cristão. 1ª quinzena de março de 1977, p.11

[74] BORBA, Asaph. “O embaixador da música evangélica” em  VINDE. Abril de 1997, p.40.

[75] https://pastortrevenzoli.com/2015/06/reminiscencias-da-missao-metodista-em.html

[77] Idem

[78] http://www.metodistavilaisabel.org.br/docs/HISTORIA_VIVA_OSCAR_CARNEIRO_MONTEIRO_LAURA_LOBO_CARN.pdf

[79] https://metodistavilaisabel.org.br/docs/Benjamim_Martins.pdf

[80] Idem

[81] Idem 

[82] https://unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/10mostra/7/561.pdf.

[83]ALMEIDA, Vasni. “Os metodistas e o golpe militar de 1964”. www.bibliotekevirtual.org/index.php/2013-02-07-03-02-35/2013-02-07-03-03-1library.org/article/comunismo-metodista-período-reação-conservadora-interpretado-rubem-alves.1y9w8jjz11/59…

[84]https://1library.org/article/comunismo-metodista-período-reação-conservadora-interpretado-rubem-alves.1y9w8jjz

[85] https://unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/10mostra/7/561.pdf.

[86] Idem.

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