Uma história construída com fé e lágrimas
Primeiros fatos e decisões dos missionários e
das Conferências Anuais do metodismo brasileiro
Odilon Massolar Chaves
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Todos os direitos reservados ao autor.
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Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro
de 1998.
Livros publicados na Biblioteca Digital Wesleyana: 495
Livros publicados pelo autor: 585
Livretos: 3
Tradutor: Google
Toda gloria a Deus!
Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia
e História pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século
XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de
Teologia.
Declaração de direitos autorais:
Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica
que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.
Rio de Janeiro – Brasil
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“Foi referida á Conferencia a nova lei sobre
as mulheres exercerem na egreja os direitos de leigos. Essa resolução foi
approvada por unanimidade”. [1]
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Índice
Introdução
No tempo dos primeiros missionários:
· Primeiro missionário metodista no Brasil
· Primeira Escola Dominical Metodista no Brasil
· Primeira congregação metodista
· Família Walker, primeiros membros conhecidos
no Brasil
·
Primeiros
professores metodistas
· Primeiro falecimento no metodismo brasileiro
·
Primeira perseguição aos metodistas
·
Primeira Igreja Metodista no Brasil
·
Primeiros membros metodistas no Brasil
·
Primeiras escolas de metodistas no Brasil
·
Primeiras escolas metodistas no Brasil
·
Primeira Igreja e escola no Rio Grande no Sul
·
Primeiros casamentos de metodistas no Brasil
·
Primeira
negra recebida como membro
·
Primeiro templo metodista no Brasil
·
Primeiros jornais metodistas no Brasil
·
Primeiro bispo metodista no Brasil
No tempo das Conferências Anuais:
· Primeira Conferência Anual Brasileira
· Primeiras nomeações realizadas no metodismo
brasileiro
· Primeiro clérigo a presidir uma Conferência
Anual Brasileira
· Primeiro batismo por imersão
· Primeira Conferência Distrital do Metodismo
Brasileiro
· Primeiros delegados leigos eleitos à
Conferencia Annual
· Primeiro curso para pregadores
· Primeiro diácono e primeiro clérigo eleito
presbítero
· Primeiros brasileiros aceitos no ministério
· Primeira missionária falecida em viagem para
o Brasil
· Primeira ordenação de diáconos
· Primeiro Seminário
· Primeira versão de Bíblia recomendada aos
pastores
· Primeiro pastor metodista brasileiro falecido
· Primeira referência sobre o Expositor Cristão
· Primeira vez que a Conferência Anual se
reuniu no palácio do Congresso Estadual Fluminense
· Falecimento de metodistas
· Primeira propriedade imobiliária
· Primeira esposa de pastor falecida após o
início do metodismo no Brasil
· Primeiro pastor metodista a publicar uma
revista evangélica
· Primeira referência a tradução de um livro
para o português
· Primeiras revistas para a Escola Dominical
· Primeiro Tenente-Coronel delegado à
Conferência Anual
· Primeira repreensão a um pastor metodista
· Primeira entrega de credenciais
· Criação do primeiro Instituto de Ação Social do metodismo
· Primeiro pastor metodista jubilado
· Primeiro vagão de trem utilizado
gratuitamente pela Conferência Anual
· Primeira vez que a Conferência Anual se
refere ao Guia Leigo
· Pela primeira vez é tratado na Conferência
Anual sobre casamento misto
· Primeiro brasileiro a dirigir a Conferência
Anual
· Pela primeira vez, as mulheres passam a ter o
mesmo direito dos leigos
· Igreja comemora centenário da Independia do
Brasil
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Introdução
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“Uma história construída com fé e lágrimas” é um livro de 50 págianas
que relata os fatos dos ministérios dos missionários Fountain E. Pitts, Justin
Spaulding, Junius Newman, Martha Watts e J.J.Ransom (1835-1886) e das Conferências
Anuais (1886-1930), sob a presidência de um bispo.
Os primeiros e principais fatos e decisões aqui publicados foram
retirados do livro “Cinquenta anos do metodismo o Brasil,” publicado em 1928,
por J.L.Kennedy, que fez um resumo das Atas das Conferências Anuais.
É edificante perceber a construção de uma história pelos primeiros
metodistas em terra brasileira.
Decisões e fatos que revelam toda uma consagração, abnegação e propósito
de expandir o metodismo.
O Autor
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No tempo dos primeiros missionários
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Primeiro missionário metodista no Brasil
O missionário metodista norte-americano Fountain Elliott Pitts (1808-1874)
estabeleceu missões metodistas no Brasil e Argentina entre 1835-1836.
Recomendou a abertura da Igreja Metodista no Brasil.
“Encetou
logo seus trabalhos ministeriaes naquella grande cidade, pregando em algumas
casas particulares. Assim foi iniciada a prégação do Evangelho pelo primeiro
ministro methodista que implantou o Reino de Deus naquella região do Novo
Mundo. Ahi organizou uma Sociedade Methodista”.[2]
Primeira Escola Dominical Metodista no Brasil
O missionário metodista Justin Spaulding saiu de Nova York e chegou ao
Brasil em 29 e abril de 1836 após 37 dias de viagem de navio. Veio iniciar o
metodismo no Brasil.
Ele havia alugado um local, mas depois teve que procurar um salão maior.
A assistência havia aumentado de 30 para 40 pessoas. Havia uma reunião de
oração semanal e uma Escola Dominical “Mais de 40 crianças se mostraram
interessadas”.[3]
A Escola Dominical estava “dividida em oito classes com quatro
professores e quatro professoras”.[4]
A reunião era às 16:30h da tarde.
E os negros participavam. Spaulding disse: “Temos duas classes de
pretos, uma fala inglês, a outra português. Atualmente parecem muito
interessados e ansiosos por aprender”.[5]
Justin Spaulding ficou no Brasil até o ano de 1841, quando voltou para
sua terra. Dificuldades com a questão da escravidão nos EUA, que dividiu a
Igreja, foi uma das razões do encerramento da missão no Brasil.
Primeira congregação metodista
“O Rev. R. Justin Spaulding, da Conferência Annual New Englan d, que se
offerecera para a "Mis são Oregon" dos E.U. A., foi nomeado para o
Brasil e partiu de Nova York, em Março de 1836, para a cidade do Rio de
Janeiro. Dentro de pouco tempo Mr. Spaulding organizou no Rio de Janeiro, entre
os estrangeiros, uma congregação de umas 40 pessoas”.[6]
Família Walker, primeiros membros conhecidos no
Brasil
“Mrs. Martha Walker, membro da egreja organizada pelo rev. Spaulding e
que continuou a ser membro da nossa Egreja, vinte e cinco annos depois da
chegada do rev. Ransom”.[7]
O missionário J.L.Kennedy disse que
ela foi “elo vivo e pessoal que ligou aquelle trabalho com o movimento
moderno do Methodismo, e este élo foi a familia Walker que pertencia á egreja
de então e que passou a pertencer á actual Egreja Methodista no Brasil”.[8]
Primeiros professores
metodistas
“Em novembro de 1837, o rev.
Daniel P.Kidder, novo missionário, e Mr. R.M.Murdy e esposa, na qualidade de professores,
partiram de Boston para o Rio de Janeiro com o fim de reforçar o trabalho já
começado por Mr. Spaulding”.[9]
Primeiro falecimento no metodismo brasileiro
Cynthia Kidder foi a primeira mártir do metodismo
brasileiro. Era esposa do missionário metodista Daniel P. Kidder. Morreu
de febre amarela em 1840.
“O missionário metodista Daniel Parish Kidder (1815-1891) veio ao Brasil
em 1837 incumbido pela Sociedade Bíblica Americana de observar o território
brasileiro a fim de verificar a possibilidade de espalhar as Sagradas
Escrituras pela vastidão do Império do Brasil”.[10]
Primeira perseguição aos metodistas
A atuação dos metodistas liderado pelo
missionário Justin Spaulding logo provocou oposição. Em 1838, o padre Luís
Gonçalves dos Santos (1767-1844) publicou um tratado chamado “O católico e o
metodista: refutação das doutrinas heréticas e falsas que os intitulados
missionários do Rio de Janeiro, metodistas de New York, têm vulgarizado nesta
Corte do Império do Brasil”.[11]
Ele se opôs que os metodistas realizassem
cultos, pois a religião oficial era a Católica. Os metodistas só poderiam
realizar cultos dentro de casa e não evangelizar e distribuir Bíblias ao povo.
Ele também se confrontou com o Pe. Diogo
Feijó, que anos depois, “ocupou os cargos de Ministro da Justiça (1831-1832) e
Regente (1835-1837)”.[12]
Sua cruzada contra os metodistas e a ofensiva
protestante no Rio de Janeiro só pararam em 1844 com sua morte.
Primeira Igreja Metodista no Brasil
O missionário metodista Junius Newman veio para o Brasil em 1867.
“Em 1866,
um número considerável de sulistas, que tinham sofrido prejuízos enormes em
consequência dessa conflagração, resolveu emigrar para o Brasil. O Rev. Junius
E. Newman, que antes era homem de certa fortuna, tendo perdido tudo que
possuía, durante essa guerra, precisava de alguma forma restabelecer os seus
haveres. Vendo muitos dos seus amigos e patrícios partirem para uma terra
longínqua e estrangeira, resolveu acompanhá-los, especialmente animado pela
esperança de poder auxiliar na
propaganda do Evangelho.”[13]
Newman chegou ao Rio de Janeiro em agosto de 1867. Ele, primeiramente, fixou residência em Niterói e depois se mudou para uma colônia de norte-americanos em Saltinho.
“Desde 1869, pregou aos/às colonos/as, e, dois anos mais tarde, no terceiro domingo de agosto, organizou o ‘Circuito de Santa Bárbara”.[14]
Em 17 de agosto de 1871 organizou a primeira
Igreja Metodista com nove norte-americanos, em Saltinho, SP.
Primeiros membros metodistas no Brasil
Foram recebidas nove pessoas: Rev. J. E. Newman e esposa, Mary A. Newman; A. I. Smith e esposa, Sarah J. Smith; Richard Carlton e esposa, Cinthia Carlton; T. D. Smith e esposa; e Miss Leonor Smith.
“O
circuito organizado por Mr. Newman durante esses primeiros annos de labor teve
alguns 50 membros. A sua filha, Mrs . Mar y Newman Carr , informou -nos sobre o
trabalho de seu pae, nas seguintes palavras: "O primeiro logar de culto
foi uma sala de alguns 14 pés quadrados, não assoalhada e coberta de sapé. A
mesma sala tinha servido de venda onde se negociava em licores alcoolicos. O
Senhor abençou esse pequeno começo que logo resultou em uma sociedade de 50
commungantes e o caracteristico mais notavel dessa egreja nascente era a sua
espiritualidade".[15]
Primeiras escolas de metodistas no Brasil
O
missionário Junius Newman desejava abrir uma escola em Piracicaba.
O
missionário J.J. Ransom apoiou o projeto e, mais do que isso, fez um apelo para
a Associação Executiva Geral da Sociedade Missionária da Mulher da Igreja
Metodista Episcopal do Sul, que se reuniria em Louisville em 16 de maio-17 de
1879, “que, em resposta, havia prometido US $ 500 para a "escola de Miss
Newman". No ano seguinte, a Woman's Missionary Society alocou US $ 1.000
para "fins escolares" no Brasil.[16]
Em
maio de 1879, o missionário Junius Newman fixou residência em Piracicaba onde
suas filhas Mary e Annie abriram um internato e externato começando com dez
alunos e no final do ano chegou a 40 alunos. É chamado o “precursor do
Piracicabano”, Colégio metodista em Piracicaba.
O historiador José Gonçalves Salvador disse: “(...) por esse tempo, julho de 1879, que o Colégio Newman abre as portas em Piracicaba, acolhendo 10 alunos e finalizando o ano com a matrícula de 40”.[17] Annie Newman era a diretora.
Quando o Colégio Newman ou a “escola de Miss Newman" foi fundado em 1879, em Piracicaba, havia 4 professores. Annie era a diretora. A escola funcionava sob o regime de internato e externato. “Annie Ayres Newman possuía boa instrução e sabias o português tanto quanto o inglês. Muitas famílias da Provincia já a conheciam, porquanto lecionara no Colégio Internacional, de 1872 a 1875, e a seguir no Colégio do dr. Rangel pestana, em São Paulo”.[18]
O missionário J.L.Kennedy afirmou que Junius Newman, “Em Maio de 1879, fixou residência na cidade de Piracicaba , onde, no mez de Junho, as suas duas filhas, senhorinhas Mary e Annie, abriram um internato e externato, o qual começou com 10 alumnos, e encerrou o anno com 40. Em Janeiro de 1880, tendo terminado as ferias, o collegio reabriu-se com um futuro promissor, apesar de já sentir a falta de sua directora, Miss Annie, que havia contrahido matrimônio com o Rev. Ransom , em Dezembro de 1879 . Depois, com a alteração da saude de sua irmã Miss Mary, tornou -se difficil conservar as aulas abertas e por isso fecharam-se”.[19]
Em 1887, o “Rev. Tucker
abriu, na Côrte, um collegio particular, porém de todo evangelico, cujos
alumnos, quasi todos, assistiam a Escola Dominical”.[20]
Primeiras escolas metodistas
no Brasil
A missionária Martha Watts fundou em 13 de setembro de 1881 a primeira escola metodista no Brasil, em Piracicaba, o Colégio Piracicabano, inicialmente com uma só aluna.
O
missionário metodista Justus Nelson foi nomeado para o Pará como um missionário
autossustentável. Pelo seu próprio trabalho, Justus Nelson se sustentou não
dependendo financeiramente da Igreja. Para seu sustento; ele logo começou a
ministrar aulas de inglês.
“A
partir de 27 de junho de 1880, iniciaram cultos em língua inglesa para
alguns estrangeiros residentes na cidade, e também abriram o Colégio Americano,
uma escola de ensino para as crianças
brasileiras, em janeiro de 1881, tendo a Bíblia como livro de leitura”.[21]
Os
cultos iniciais foram num armazém subalugado.[22]
O
Colégio Americano, porém, fechou em 1882. “Missionários adicionais eram
necessários para ajudar em seu ensino. William Taylor enviou os irmãos de
Justus, John & Willet, a noiva de Willet - Hattie Batchelder (Nelson) e a
Srta. Clare Blunt. Pouco depois, o prédio da escola pegou fogo e dois membros
do grupo, John Nelson e Hattie Batchelder) morreram de febre amarela. Fannie
adoeceu com febre amarela, mas sobreviveu. Esta dupla tragédia fez com que a
escola fosse fechada”.[23]
Primeira Igreja e escola no Rio Grande no Sul
Em Porto Alegre, no dia 27 de setembro de 1885, foi organizada a primeira Igreja Metodista no Rio Grande do Sul pelo pastor metodista João Correia (...) com a colaboração da professora Carmem Chaccon, fundou também o Colégio Americano, em 19 de outubro de 1885”.[24]
Primeiros casamentos de metodistas no Brasil
Annie
Newman era filha do missionário metodista Junius Newman. No dia do seu
aniversário, 25 de dezembro de 1879, Annie Newman se casou com o missionário
J.J. Ransom.
O
missionário J.J.Ransom foi morar com Annie no Rio de Janeiro onde em março de
1880 ela faleceu de febre amarela.
O
segundo casamento registrado foi do missionário Junius Newman, pai de Annie. “Em
1880. Mr. Newman contrahiu segundas nupcias, casandose com Mrs. Lydia E. Barr.[25]
O
missionário J.L.Kennedy se casou com Jennie Wallace em 16 de maio de 1883.
O
missionário H.C.Tucker, criador do Instituto Central do Povo também se casou
nesse período. “Em 1891 Dr. Tucker casou-se com Elvira Granbery (Nome
verdadeiro Ella Granbery), filha de John Cowper Granbery”,[26]
que foi o primeiro bispo metodista no Brasil.
Primeira negra recebida como membro
Martha Watts comprou e logo alforriou Flora Maria Blumer Toledo. Ela foi recebida como membro na Igreja Metodista de Piracicaba em 1881.
O propósito de Martha Watts com a escrava Flora Maria Blumer de Toledo foi “apenas para, em seguida, dar-lhe a carta de alforria e empregá-la como cozinheira no colégio (REILY, 2003)”.[27]
No livro de rol permanente da Igreja Metodista de
Piracicaba há o registro da primeira negra recebida como membro da Igreja no
metodismo brasileiro no dia 21 de janeiro 1883.[28]
Primeiro templo metodista no Brasil
Quando chegou ao Brasil, o missionário metodista John James Ransom alugou
uma casa na Rua do Catete, onde morou e realizou
seus primeiros cultos.
“A sede da Missão Brasileira da Igreja Metodista Episcopal do Sul foi
fixada no Rio de Janeiro, no início do ano de 1878, tendo como Superintendente
da Missão o Rev. John James Ransom, que alugou uma casa na Rua do Catete nº
175, onde instalou uma igreja, e posteriormente trabalhos na Rua Sta.Cristina
(Glória/St.Teresa) e Rua São Clemente no bairro de Botafogo”.[29]
Em 1882, J.J.Ransom construiu no Catete a primeira
capela da Igreja Metodista Episcopal Sul.
“Tendo sido adquirido um terreno no Largo do Catete (hoje Praça José de Alencar) às margens do Rio Carioca, foi construído no local o primeiro templo metodista do Brasil em alvenaria e a primeira igreja desde a instalação da Missão Metodista no país. A inauguração aconteceu em setembro de 1882 pelo Rev. J. J. Ransom e o Rev. J. L. Kennedy. A igreja contava com 71 membros. Este templo constitui hoje a Capela Histórica”.[30]
Ao lado da capela, foi construído o templo e inaugurado no dia 5 de setembro de 1886, no pastorado do Rev. James L. Kennedy com a pregação do Bispo Granbery.
Primeiros jornais metodistas no Brasil
No dia 1º de janeiro de 1886 o missionário J.J.Ransom publicou a
primeira edição do jornal Metodista
Católico, que depois teve o nome mudado para Expositor Cristão.
Justus
Nelson foi nomeado para o Pará. Ele foi professor de inglês, francês, alemão,
português, editor e escritor do “O Apologista Christão Brazileiro”, lançado em
4 de janeiro de 1890.
Traduziu
muitos sermões de Wesley e escreveu artigos para “O Apologista Christão
Brazileiro”.
O
seu lema era: "Saibamos e pratiquemos a verdade custe o que custar." [31]
A
publicação no jornal incluía lições da Escola Dominical, artigos religiosos,
etc. Justus lutou contra a idolatria, jogos de azar, álcool, tabaco, etc.
O
Apologista Christão Brazileiro” defendeu a democracia, república e a separação
entre Igreja e Estado. Sua ousadia provocou perseguições.[32]
“Em uma das primeiras edições, ele imprimiu itens que incitaram as autoridades católicas locais. Esses funcionários tinham controle suficiente sobre o governo local para prendê-lo. Ele foi julgado e condenado a quatro semanas, mas cumpriu quatro meses. Enquanto ele estava preso, sua esposa Fannie fazia suas refeições com medo de que ele fosse envenenado”.[33]
O jornal era inicialmente semanal. Depois passou a ser quinzenal e, por
fim, mensal. “Por suas críticas à Igreja Católica e a seus dogmas, com artigos
que foram considerados ofensivos, Nelson foi preso durante quatro meses,
em 1893. O jornal foi editado até o ano de partida da família
Nelson”, em 1925.[34]
Primeiro bispo metodista no Brasil
Bispo John C. Granbery foi o primeiro Bispo Metodista a visitar o Brasil
e presidir o metodismo brasileiro. Ele presidiu as sessões da Conferencia
Annual em 1886, 1888, 1890 e 1895.
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No tempo das Conferências Anuais
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Primeira Conferência Anual Brasileira
A Conferência Annual Brasileira foi organizada no dia “16 de Setembro de
1886, na capella methodista, Largo do Cattete, Rio de Janeiro, o bispo Granbery
plenamente autorizado pela Conferência Geral, organizou a Conferencia Annual
Brasileira da Egreja Methodista Episcopal do Sul — a primeira na história da
nossa querida Egreja Brasileira! Dia memorável!”.
Três pastores metodistas norte-americanos participaram: J.L.Kennedy, J.W.Tarboux
e H.C.Tucker sob a presidência do bispo J.C.
Granbery.[35]
Primeiras nomeações realizadas no metodismo
brasileiro
Rev.J.W. Koger, que era o superintendente da missão metodista
brasileira, antes do bispo Granbery chegar, havia convocado “uma reunião de
todos os missionários, de ambos os sexos, para a cidade de Piracicaba”, onde
fez as primeiras nomeações.
A Primeira sessão da Conferência Anual Brasileira foi realizada no dia
16 de Setembro de 1886, na capela metodista, Largo do Catete, Rio de Janeiro, sob
a presidência do bispo J.C. Granbery.
O bispo fez as nomeações. “As nomeações feitas nesta Conferencia foram
as mesmas feitas, havia dois mezes, em Piracicaba, menos a do sr. Ludgero de
Miranda, que foi mudado de Mar de Hespanha para o Circuito de Palmeiras, E. F.
D. Pedro II, hoje Central”.[36]
Primeiro clérigo a presidir uma Conferência
Anual Brasileira
A segunda sessão da Conferencia Annual Brasileira foi realizada na
cidade do Rio de Janeiro, a 14 de julho de 1887, no novo Templo do
"Catete".
Na chamada “Segunda sessão” da Conferência, em 1887, houve acréscimo de
mais um missionário.
“Responderam à chamada os membros Srs. J.L. Kennedy, J. W. Tarboux, H.
C. Tucker, e o novo missionario J.W.Wolling, recentemente transferido da
Conferencia Annual de Carolina do Sul, EUA.”
Como não estava presente o Bispo, a “Conferencia, segundo ordena a nossa
Disciplina, elegeu para presidente J.W. Wolling, o qual dirigiu as sessões com
perícia”. [37]
Primeiro batismo por imersão
“No dia 8 de Novembro de 1882, a egreja de Piracicaba teve a felicidade
de ter no seu meio o obreiro leigo, e irmão experimentado, o Sr. Samuel Elliot,
escocez de nascimento, criado na fé dos presbyterianos. Um incidente curioso e
mui interessante na vida religiosa do irmão Sr. Elliot, é que, passando para a
nossa egreja, elle insistiu em ser baptizado outra vez, e tambem que o baptismo
fosse feito por immersão. Embora a Egreja Methodista, em regra, baptize por
aspersão, acceita e pratica comtudo occasionalmente outros modos de baptismo:
derramamento ou immersão, comtanto que seja feito solennemente em nome do Pae,
do Filho e do Espirito Santo. O Rev. Ransom, pois, segundo o ritual methodista,
baptizou o Sr. Samuel Elliot por immersão, no rio Piracicaba, satisfazendo
assim os escrupulos do irmão Sr. Elliot que prestou, por uns bons annos,
serviço fiel a Deus em nossa Egreja, como esplendido colportor e bom exhortador
e prégador local”.[38]
Primeira Conferência Distrital do Metodismo
Brasileiro
Na Ata da Conferência Anual foi registrado: “Na quarta-feira, 18 de Maio
de 1887, reuniu-se na cidade de Juiz de Fóra, bairro Mariano Procópio, na nova
egreja methodista, a primeira Conferencia Districtal do Methodismo Brasileiro”.[39]
Primeiros delegados leigos eleitos à
Conferencia Annual
Em 1886, na Ata da Conferência Anual está registrado: “Pela primeira vez
na história da Egreja Methodista Episcopal do Sul no Brasil, foram eleitos
delegados leigos à Conferencia Annual, e esses foram os Srs. Dr. S. D. Rambo e
Thomaz Duxbery”.
"Só poderá ser eleito membro da Conferencia Annual quem tiver vinte
e cinco annos de idade e for membro da Egreja há seis annos antes da sua
eleição".[40]
Dr. S. D. Rambo e Thomaz Duxbery não puderam participar.
Primeiro
curso para pregadores
E a Igreja procurou capacitar seus pregados.
Em 1888, “foi organizado um bom curso de estudos para os nossos
prégadores brasileiros, sendo o primeiro curso officialmente feito e aceito”.
Primeiro diácono e primeiro clérigo eleito
presbítero
Foi “ordenado diacono local, pelo bispo Granbery, Miguel Dickie e de
tarde na Egreja Presbyteriana, após um edificante sermão pelo bispo, este
ordenou presbytero a E.A. Tilly”.[41]
Primeiros brasileiros aceitos no ministério
Na Ata da Conferência Anual está registrado: “As forças nacionaes foram
augmentadas, entrando em experiência os Srs. J.R. Carvalho, F.R. de Carvalho e
Bernardo de Miranda e, como pregador local, o irmão Manoel de Arruda Camargo,
suplente”.
A segunda sessão da Conferencia Annual Brasileira foi realizada na
cidade do Rio de Janeiro, a 14 de julho de 1887, no novo Templo do
"Catete". [42]
Na ausência do bispo
Granbery, J.W.Wolling foi eleito para presidir a Conferência Anual..
Primeira missionária falecida em viagem para
o Brasil
Uma nota triste foi o registro do falecimento de Miss Anna Clara
Christman. Ela foi “victima do Jonhstown Flood - inundação de águas.” [43]
Ela estava a caminho do Brasil como missionária quando houve a inundação
e o trem que estava foi atingido.
“O Dilúvio de Johnstown (localmente, a Grande Inundação
de 1889) ocorreu na sexta-feira, 31 de maio de 1889, após a catastrófica falha da Represa
South Fork,
localizada na bifurcação sul do rio Little Conemaugh, a 23 km a montante da cidade de Johnstown, Pensilvânia, Estados Unidos. A barragem se rompeu após vários dias de chuvas
extremamente fortes, liberando 14,55 milhões de metros cúbicos de
água. Com uma taxa de fluxo volumoso que temporariamente igualou a
taxa média de fluxo do rio Mississipi, a inundação matou 2.209 pessoas e
representou US$ 17 milhões de danos (cerca de US $ 534 milhões em 2022
dinheiro)”.[44]
Foi uma tragédia.
Primeira ordenação de diáconos
Aconteceu a primeira ordenação de diáconos na Igreja Metodista
Brasileira. “Foi eleito e ordenado presbytero, M. Dickie, e foram eleitos e
ordenados diaconos os irmãos: James Harwell, Ludgero de Miranda, Bernardo de
Miranda, J.R. de Carvalho, F.R. de Carvalho, Christopher B.McFarland, Manoel de
Camargo”.
Foi na Quinta sessão da Conferencia Annual que se reuniu “sob a
presidencia do Revmo bispo J.C. Granbery, no salão de cultos da Egreja
Methodista de Juiz de Fóra, a 13 de agosto de 1890. H.C. Tucker foi eleito
secretario”. [45]
Primeiro Seminário
Em 1889, Bispo Granbery procurou criar uma escola metodista em Juiz de Fora, que em 1890 recebeu o nome de Colégio Americano Granbery. Posteriormente, Instituto Granbery da Igreja Metodista.
Inicialmente, o Granbery ofereceu três cursos: primário, ginásio e a repartição teológica.[46]
Granbery havia levado a ideia ao “Board of Mission” nos Estados Unidos, que foi imediatamente aprovada.
Vieram os “pastores John MaCPhearson Lander e James William Wolling para iniciarem o projeto, que inaugura com apenas dois alunos: Ludgero de Miranda e Felipe R. de Carvalho.”[47]
“O colégio tornou-se um seminário teológico e, em 1928, ganhou status de Faculdade de Teologia, permanecendo até 1939, quando foi transferida para São Bernardo do Campo - SP, no bairro Rudge Ramos”.[48]
Primeira versão de Bíblia recomendada aos
pastores
“Foi recommendado pela Conferencia o uso da Biblia, versão de Almeida,
pelos pastores”.
Presidida pelo Rev. Tucker, devido à ausência do bispo, a Sexta sessão
da Conferencia Anual reuniu-se na Igreja Metodista de Piracicaba, no dia 13 de
julho de 1891.[49]
Primeiro pastor metodista brasileiro falecido
Foi registrada, na Conferência Anual, com pesar, a morte do Rev.
Bernardo de Miranda, em 1891.[50]
Era irmão do Rev. Ludgero de Miranda.
Primeira
referência sobre o Expositor Cristão
Houve grande aumento no número de assinantes
do "Expositor Cristão" e o seu rendimento quase triplicou, existindo
então um pequeno saldo a favor do nosso jornal. Também o produto da venda de
livros foi muito bom.
A sétima sessão da
Conferencia Annual da Missão Brasileira, reuniu- se em Juiz de Fora, Minas,
Em 11 de Agosto de 1892, ocorreu a sétima
sessão da Conferencia Annual da Missão Brasileira presidida pelo Revmo. bispo,
Dr. A. W. Wilson, em sua primeira visita ao Brasil.[51]
Primeira
vez que a Conferência Anual se reuniu no palácio do Congresso Estadual
Fluminense
J.L.Bruce foi eleito presidente da
Conferência Anual realizada no dia 4 de agosto de 1904, em Petrópolis. A sessão
foi realizada “nos salões do palácio do Congresso Estadual Fluminense, o qual
nos foi cedido pelo então Presidente do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Nilo
Peçanha”. [52]
Posteriormente, Nilo Peçanha se tornou
presidente da República. “Nascido em Campos de Goytacazes, RJ, em dois de
outubro de 1867, Nilo Peçanha é tido como o primeiro e único afrodescendente a
ter assumido a presidência do Brasil”. [53]
“O Palácio Rio Negro foi construído em estilo
eclético no ano de 1889 por encomenda do rico produtor de café Manoel Gomes de
Carvalho, o Barão de Rio Negro, que ocupou a propriedade até 1894. Em 1896, por
causa da Revolta da Armada, o governo fluminense é transferido para Petrópolis
e ocupa o Palácio até 1903, ano em que passa a pertencer ao Governo Federal,
transformando-se em residência oficial de veraneio dos presidentes da
República.”[54]
O Superintendente da Missão Metodista no
Brasil J.W.Koger faleceu em 1886 de febre amarela.
Falecimento
de metodistas
Em 1887 faleceu de febre amarela Mary Newman,
esposa do missionário Junius Newman.
Em 1890, faleceu de febre amarela Annie
Newman, filha de Junius Newman e esposa de J.J.Ransom.
Em 1891, faleceu de febre amarela o pastor
metodista Bernardo de Miranda.
Em 1892, faleceu de febre amarela o pastor
metodista Ludgero de Miranda.
Em 1892 faleceu Flora Maria Blumer Toledo,
primeira negra do metodismo brasileiro.
Primeira
propriedade imobiliária
Em 1993, “a nossa irmã D. Antonia Bueno de
Camargo foi a primeira brasileira a legar á Egreja Methodista um a importancia
vultosa (20 contos) em apolices da divida publica, a qual se empregou na compra
primeira propriedade immobiliaria que a Egreja possuiu em São Paulo, os prédios
geminados sob os números 12 e 14 do Largo do Arouche. Essa compra foi
effectuada nesse mesmo anno. O prédio nº 12 foi adaptado ao culto ao passo que
o de nº 14 servia como residência pastoral, e hospedagem de ministros em
transito”.[55]
Primeira
esposa de pastor falecida após o início do metodismo no Brasil
Foi lançada na ata um voto de pesar pela
infausta morte de Mrs. Lida Howell Dickson, cujo falecimento ocorreu em
Capivary.
Era esposa do Rev.Roberto Cooper Dickson
(novo missionário dos E.U.A.),
Nona sessão da Conferencia Anual realizada no
dia 26 de julho de 1894, no Largo do Catete, Rio de Janeiro com a presença de
18 membros clérigos e alguns leigos. [56]
Primeiro pastor metodista a publicar uma
revista evangélica
A Conferencia recomendou a “sympathia e acceitação dos nossos irmãos a
"Revista Popular'', publicação religiosa de propriedade de R.C. Dickson".
A Decima sessão da Conferencia Anual Brasileira foi realizada na capital
de São Paulo, no dia 25 de julho de 1895.
Foi uma “Conferencia muito notavel e attractiva e mais importante do que
commumente, pelo comparecimento e presidencia do Revmo Bispo Dr. John C.
Granbery, que foi o organizador da mesma, em 1886.[57]
Primeira referência a tradução de um livro
para o português
“A Conferencia felicitou o Dr. J.J. Taylor, pela traducção que estava
fazendo do livro: "Preparação e Prégação de Sermões", obra de real
importancia e muitissimo sympathica.
Por escrutínio, E.A. Tilly foi eleito presidente da Undecima sessão da
Conferencia Anual Brasileira realizada na cidade de Juiz de Fora em 23 de Julho de 1896, “completando vinte
annos do nosso semicentenário e dez da Conferencia Annual Brasileira”.[58]
Primeiras revistas para a Escola Dominical
“Em seu ano de estreia, 1886, o Expositor
Cristão trazia uma seção chamada "Nossa Gente Pequena", com
historinhas dedicadas especialmente às crianças. Ransom incorporava no jornal a
revista infantil que ele havia criado dois anos antes, em 1884, 21 anos antes
da histórica "Tico-Tico".
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A criação de Ransom seria a precursora de outra publicação pioneira: a revista Bem-te-vi, lançada em 1923 como uma publicação mensal voltada para o público infantil de todo o país”.[59] |
J.L. Kennedy continuou na redação da literatura da Escola Dominical,
“sendo que a Revista da Escola Dominical foi começada por ele em outubro de
1899 e o "Juvenil'' em Janeiro desse ano.
A Conferencia Annual de 1900 se reuniu em São Paulo no dia 26 de julho,
presidida pelo Rev. Wolling, na ausência do bispo a cargo.[60]
Primeiro Tenente-Coronel delegado à
Conferência Anual
A 17ª sessão da Conferência Anual da Missão Brasileira se reuniu dos
dias 24 a 28 de julho de 1902, em Juiz de Fora e foi presidida pelo Rev. E.A.
Tilly na ausência do bispo em cargo, e secretariada pelos Revs. Bento Braga de
Araujo e H.C. Tucker. O irmão A. Cardoso Fonseca foi eleito secretário de
estatística e J.M. Camargo redator do Anuário.
Os clérigos Tarboux, Vollmer e Terrell Joiner estiveram ausentes e todos
os demais membros clérigos estavam presentes.
“Estavam também presentes os seguintes membros leigos: Tenente Coronel
Quintino José de Medeiros, Joaquim Correa Dias, Francisco A. Deslandes, Augusto
Hohene, F.Crem, Dr. Lindenberg, João Alegria e o presbytero local A. J. Mello”.
[61]
Há uma linda história sobre o Tenente Coronel
Quintino José de Medeiros.
Em 1897 foi inaugurado o templo em Barra
Mansa: “Aos 26 do mesmo mês (março), na Fazenda do Sertão, Barra Mansa, foi
inaugurado o templo metodista, sendo pastor daquele circuito o irmão A. Cardoso da Fonseca. Foi nessa ocasião muito
solene em que assistiram a pregação do Evangelho mais de trezentas pessoas e
houve muita alegria. Essa fazenda era de propriedade do irmão major Quintino
José de Medeiros, o qual deu a Igreja o terreno em que foi edificado o templo.”[1] Este major era influente na região e
pertenceu à Câmara Municipal (1898-1901) como Major e depois na Câmara
Municipal (1901-1904) como Ten.Cel. Quintino José de Medeiros e Vereador
Distrital.[1]A história de sua conversão
foi bela e importante para os metodistas. “Ele era proprietário de uma fazenda
da Região. Converteu-se pelo testemunho de alguns colonos e pela pregação de J.
L. Kennedy, mas era impedido de ser batizado e tornar-se membro da Igreja
porque explorava a fabricação e comércio de Aguardente. Após ser instruído
sobre o assunto e na disciplina da Igreja Metodista, teria que fazer uma opção.
Ele a fez de surpresa, num dia de culto, chamou os irmãos e diante de todos,
ordenou a destruição dos barris de cachaça e ele, pessoalmente, ajudou a
quebrar as instalações do alambique. No mesmo dia, foi recebido à comunhão da
Igreja. Em 1897, o Major Quintino doou à Igreja um terreno para a construção de
um templo, o que foi feiro com a participação de todos. Este templo foi
inaugurado em 1898 num Culto que contou com a presença de mais de 300 pessoas
e, segundo os historiadores, media 200m”.[62]
Sua
ajuda a Igreja foi grande. Em 1899 foi realizada a Conferência Distrital do Rio
de Janeiro, na Igreja do Sertão, Barra Mansa: “os trabalhos das Conferências
foram muito animados, para o que contribuíram muito as exmas famílias do Cel.
Quintino J. de Medeiros e sr. Antonio Serra, e outras da vizinhança”.[63]
Primeira repreensão a um pastor metodista
Uma das cousas que mais excitaram os ânimos da Conferencia, foi o
julgamento do então pastor da Igreja Metodista do Catete, Rio de Janeiro, Rev.
J. M. de Camargo.
J.L.Kennedy explicou: “Este irmão foi convidado por um senhor, que
estava divorciado da sua mulher legítima, ainda viva, e a quem accusava de
deslealdade, a celebrar o seu casamento religioso com outra mulher. O p.p. do
districto, Rev. Kennedy e o Revmo. Bispo Wilson, então super intendente do
trabalho methodista no Brasil, consultados a esse respeito, foram de opinião
que tal casamento não podia ser feito, visto as leis do Brasil não o
permittirem. O Dr. Luiz Ferreira, ora fallecido e então pastor de uma egreja
intitula da evangélica, ainda que não reconhecida pela Allinça Evangélica no
Brasil, teve menos escrupulos e acceitou o convite para fazer o dito casamento
religioso sem o civil, e, infelizmente, nosso irmão Jovelino lhe em prestou o
nosso templo para nelle ser pratica o um acto illegal. Dahi resultou a sua
suspensão do ministério e o julgamento pelos seus pares na Conferencia Annual,
o qual foi feito nos seguintes termos: "Julgamento. - Considerando as
diversas accusações e especificações do processo contra o irmão Rev. Jovelino
Camargo, a commissão acha que o referido irmão procedeu imprudentemente em
emprestar a Egreja para a celebração do casamento e merece reprehensão”.
Petropolis, 6 de Agosto de 1904.
J.L. Bruce foi eleito presidente da Conferência Anual realizada no dia 4
de agosto de 1904, em Petrópolis.[64]
Primeira entrega de credenciais
“Os Revs. Dr.Elias Escobar Jr. e Antonio de Souza Pinto, por motivos que
julgaram imperiosos, em vista das difficuldades de subsistência, resignaram
suas credenciaes do ministério activo da nossa egreja. O irmão Elias Escobar
Jr., antecipando a Conferencia Annual, entregou o seu trabalho no meio do anno
e ipso jacto ficou cortado da itinerância”. [65]
Não tendo ainda chegado o Rev. bispo Hoss, foi eleito presidente adhoc o
Dr. J.W. Tarboux para presidir a 21ª sessão em Ribeirão Preto, nos dias 25 a 31
de julho de 1906.
Mas “Foi readmitido Elias Escobar Jr.” dois anos depois:
Rev. bispo E. E. Hoss presidiu a Conferencia de 1908, na Igreja de Juiz
de Fora, no dia 23 de Agosto de 1908. J.E. Tavares, H.C. Tucker e A. Cardoso da
Fonseca foram eleitos secretários.
Criação do primeiro Instituto de Ação Social
do metodismo
“Em 1906, os relatórios lidos na Conferência
Anual Brasileira apontaram um ano de progresso. “No dia 13 de Maio de 1906,
Domingo, às 17:00, nas dependências de um salão alugado, que ficava na Rua Acre
n.º 17, foi fundado o Instituto Central do Povo pelo Rev. Hugh Clarence Tucker.
Estiveram presentes cerca de 200 pessoas. Começavam assim as atividades da
Missão Central, este o primeiro nome pelo qual foi conhecido o ICP. Realizou-se
um típico culto protestante, com cânticos, orações, leitura da Bíblia e pregação
do Evangelho”.[66]
Primeiro pastor metodista jubilado
F.R. de Carvalho, nessa Conferencia, foi jubilado, sendo o primeiro
jubilado da nossa egreja methodista, bravo campeão que, mesmo doente e quasi
sem forças, cheio de amor pelos peccadores, vinha luctando com denodo, contra
as trevas do peccado.
Sob a presidência do Revmo. bispo Hoss, reuniu-se a Conferencia Annual
Brasileira, em sua 22ª sessão, no dia 25 de julho de 1907, na Egreja do Catete
com a presença de 22 membros do clero e seis delegados.
Mais tarde, “F.R. de Carvalho, que tinha sido jubilado, voltou às
fileiras da itinerância regular.”
Sob a presidência do bispo Rev. W.R. Lambuth, no dia 28 de julho de
1910, foi iniciada a 25ª sessão da Conferencia Annual Brasileira, que se reuniu
na Egreja Metodista de Ribeirão Preto.[67]
Primeiro vagão de trem utilizado gratuitamente
pela Conferência Anual
“Mais uma vez os conferencistas ficaram summamente penhorados. pela
fidalga hospedagem que os irmãos de Ribeirão Preto lhes dispensaram e outra vez
desvanecidos manifestaram a sua real gratidão para com o dignissimo inspector
da E.F.Mogyana, Dr. José Pereira Rebouças, pela concessão grátis do carro
especial para a vinda e volta dos membros dessa Conferencia”.[68]
Sob a presidência do bispo Rev. W.R. Lambuth, no dia 28 de julho de
1910, foi iniciada a 25ª sessão da Conferencia Annual Brasileira, que se reuniu
na Egreja Metodista de Ribeirão Preto.
A Estrada de Ferro Mogiana foi inaugurada em 1º de junho de 1910.
Encerrou suas atividades em 1956.
“Antes da Mogiana adquirir a linha, existia A E. F. Vicinal de Ribeirão
Preto, que funcionou de 1898/99 até a venda para a Cia. Mogiana. O ramal de
Cravinhos - nome dado pela Mogiana, quando o comprou no final de 1909 - teve o
nome derivado do fato que o ramal estava situado todo ele dentro desse
município, na época de sua inauguração em 1910. Todas as estações do ramal
foram abertas pela Mogiana: A estação que a EFVRP tinha, Nogueira, terminal do
ramal, não foi aproveitada. Em 1914, o ramal foi prolongado até o distrito de
Serrinha - hoje município de Serrana - que se tornou o ponto final deste curto
ramal de bitola 60 cm. Da estação de Bifurcação, saía um ramal mais curto, de
quase 16 km, o ramal de Jandaia. O ramal de Cravinhos, já bastante deficitário então,
foi desativado em 1956 pela Mogiana e teve os trilhos arrancados logo depois,
principalmente pelo fato de seus trilhos estarem atrapalhando a construção da
via Anhanguera”. [69]
Primeira
vez que a Conferência Anual se refere ao Guia Leigo
Foi escolhido guia leigo conferencial o irmão
Ataliba de Oliveira Castro;
“Sob a direção do venerando bispo W. R.
Lambuth”, a Conferência Annual, na sua 28a sessão, foi realizada no dia 6 de agosto
de 1913.[70]
Pela
primeira vez é tratado na Conferência Anual sobre casamento misto
“Foi tratada nessa Conferencia a questão de
casamentos mixtos, sendo recommendado que todos pastores chamassem a attenção
dos paes de família para as inconveniências de taes casamntos”.
Foi eleito presidente o Rev. M. Dickie para presidir a Conferência Anual
Brasileira realizada no dia 2 de julho de 1914, no templo da Igreja Metodista
em Juiz de Fora, Minas Gerais. [71]
Primeiro brasileiro a dirigir a Conferência
Anual
Sob a presidência do irmão Dr. J.E. Tavares, no dia 12 de agosto de
1916, na cidade de Ribeirão Preto, reuniu-se a trigésima primeira sessão da
Conferencia Annual Brasileira.
“Foi esta a primeira vez que a nossa Conferencia Annual, nos 30 annos da
sua existência, foi presidida por ministro brasileiro e é digno de notar que o
Dr. Tavares a presidiu com toda a correção e a contento geral da Conferencia”. [72]
Pela primeira vez, as mulheres passam a ter o
mesmo direito dos leigos
“Foi referida á Conferencia a nova lei sobre as mulheres exercerem na
egreja os direitos de leigos. Essa resolução foi approvada por unanimidade”.
Sob a presidência do bispo J.M. Moore, reuniu-se no dia 15 de agosto de
1918, em Juiz de Fora, a 33ª sessão da
Conferencia Annual Brasileira. [73]
Igreja comemora centenário da Independia do
Brasil
Sob a presidência do bispo Moore, a pedido do bispo Dobbs, a Conferência
Anual Brasileira se reuniu em Belo Horizonte, no dia 8 de agosto de 1922, em
sua 37ª sessão.
Bispo Dobbs disse:
“Folgamos em saber que a Commissão de Cooperação tem planejado uma festa
commemorativa do Centenario da Independencia de nossa Patria, festa esta que
será realizada no dia 7 de Setembro p. f. ás 8 e meia horas da manhã, na
Capital Federal, constando de leitura da Palavra de Deus, hymnos e cânticos
espirituaes e acções de graças ao Pae Celestial, pelas bençams derramadas sobre
nosso Paiz e durante todo o primeiro século de nossa independência.
Recommendamos que em todas as Egrejas desta Conferencia os pastores e crentes
que não puderem comparecer a essa festividade religiosa, celebrem cultos
especiaes, commemorando nossa independência, no mesmo dia e hora se for
possível”. Bispo Hoyt M. Dobbs, superintendente das nossas tres Conferencias
Annuaes, pelo espaço de 1922 a 1926.[74]
===============================
[1] KENNEDY,
J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no
Brasil. São Paulo:Imprensa Metodista, 1928.
[2] KENNEDY, J.L. Cinquenta Anos de Metodismo no
Brasil. São Paulo:Imprensa Metodista, 1928, p.50-172
[3] Carta in Duncan A. Reily, História
Documental do Protestantismo no Brasil. SP, ASTE., 1984, p. 81-82
[4] Idem.
[5] Idem.
[6] KENNEDY,
James L. Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil. São Paulo, Imprensa
Metodista, 1928
[7] Idem.
[8]
Idem.
[9]
KENNEDY, James L. Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil. São Paulo, Imprensa
Metodista, 1928, p. 15
[10]
http://femissionaria.blogspot.com/2021/04/daniel-parish-kidder-um-missionario
[11]
https://archive.org/details/o-catolico-e-o-metodista-pe.-luiz-goncalves-dos-santos-1839
[12]
https://archive.org/details/o-catolico-e-o-metodista-pe.-luiz-goncalves-dos-santos-1839
[14]https://www.expositorcristao.com.br/
igreja-metodista-150-anos-no-brasil
[15] KENNEDY,
J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa Metodista, 1928,
[16] Idem.
[17]
SALVADOR. José Gonçalves. História do metodismo no Brasil. Centro Editorial
Metodista de Vila Isabel., p.39.
[18] Idem.
[19]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[20] Idem.
[21]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Justus_Henry_Nelson
[22]
http://www.hinologia.org/justus-henry-nelson/
[23]
https://wikimili.com/en/Justus_Henry_Nelson
[24] REILY,
Duncan A. História Documental do Protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE,
1984, p.93.
[25]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[26]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hugh_Clarence_Tucker
[27]
https://educapes.capes.gov.br/bitstreamcapes/584582/2/GERSONLINARESMACARIPROFHISTÓRIAUEM.pdf
[28]
http://projetoredomas.com/ preta-flora-na-negra-mesa-do-senhor/
[29]
http://distritodocatete.blogspot.com/2008/01/histria-da-igreja-metodista-do-catete.html
[30] Idem.
[31]
http://www.hinologia.org/justus-henry-nelson/
[32] Idem.
[33]
https://wikimili.com/en/Justus_Henry_Nelson
[34]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Justus_Henry_Nelson
[35]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[36]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[37] Idem.
[38]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[39] Idem.
[40]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[41]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[42] Idem.
[43] Idem.
[44]
https://en.wikipedia.org/wiki/Johnstown_Flood
[45]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[46] s
https://www.historia.uff.br/tricto/td/1707.pdf
[47] http://colegiometodista.g12.br/granbery/institucional/apresentacao/apresentacao
[48] Idem.
[49]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[50] Idem.
[51]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[53]
www.geledes.org.br/o-presidente-negro-nilo-pecanha/
[54]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[57]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[58] A
Conferência considerava o ano de 1876 com o missionário J.J.Ransom como o
início do metodismo no Brasil. KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no
Brasil. São Paulo:Imprensa Metodista, 1928.
[59]
https://www.metodista.org.br/ aniversario-do-expositor-775
[60]KENNEDY,
J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa Metodista, 1928.
[61]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[62] Site
da Igreja Metodista Central de Barra
Mansa. http://www.metodista-bmrj.org.br/historico.htm
[63] Idem.
[64]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[65] Idem
[66]
http://members.tripod.com/~ICP_RJ/Historico.html
[67]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[68] https://estacoesferroviarias.com.br/a/alvarenga.htm;
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[69] http://www.estacoesferroviarias.com.br ›
bifurcacao
[70] Não
houve referencia por parte do autor do livro sobre os 50 anos do metodismo no
Brasil sobre o local da Conferencia Anual de 1913. KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos
de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa Metodista, 1928.
[71]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[72] Idem.
[73]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
[74]
KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa
Metodista, 1928.
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