Baseado
nos textos de Wesley
Odilon Massolar Chaves
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Autor das notas: João Wesley
Editor deste texto e autor do livro: Odilon Massolar Chaves
Livros publicados na Biblioteca Digital Wesleyana: 354
Livros publicados pelo autor: 464
Livretos: 3
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Tradutor: Google
Toda glória
a Deus!
Odilon
Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História
pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua tese
tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua
contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi editor
do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.
Declaração de direitos autorais: Esses
arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que
está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.[1]
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Índice
·
Introdução
·
A formação da Identidade Metodista
·
A herança doutrinária
·
A Dispensação Extraordinária da
Providência de Deus
·
O metodismo e o cristianismo primitivo
·
A raiz do metodismo
·
Santidade, o DNA metodista
·
Banda, marca da raiz metodista
·
Citações
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Introdução
“Metodista Raiz” é um livro fundamentado nos ensinos
de João Wesley.
É
uma coletânea de textos de minha autoria publicado em outros livros com
adaptações para o tempo atual. Uma boa parte está baseada na tese de doutorado
sobre o avivamento de Wesley na Inglaterra.
Vivemos
um tempo em que é necessário voltar às raízes wesleyanas de uma forma urgente.
Tempos de personalismo, individualismo, extremismo, modismo, insubmissão e interesses
pessoais, na maior parte, que fogem aos princípios bíblicos e wesleyanos.
“Metodista
raíz” é aquele e aquela que mantêm a originalidade da doutrina e prática
wesleyana que vêm de Wesley acreditando firmemente que Deus levantou o povo
metodista para reformar a Igreja e espalhar a santidade bíblica por toda a
terra.
Santidade
entendida como uma vida plena de amor a Deus e ao próximo e livre do domínio do
pecado.
Homens
e mulheres que se deram tanto pelo Evangelho e pelas ideias do metodismo.
Homens e mulheres que foram destemidos e cheios de amor.
O
“Metodista raíz” está sempre também aberto ao novo de Deus visando utilizar os
diversos meios disponíveis para transmitir a mensagem salvadora de Jesus
baseada nos Evangelhos.
Existe
uma beleza na história e propósito do metodismo que temos que retomar e
ensinar.
Um
livro para reflexão para retomada à raiz do metodismo.
O
Autor
A
formação da Identidade Metodista
“Olhai
ao vosso redor, não podeis ser admitidos na Igreja ou Sociedade dos
Presbiterianos, Anabatistas, se não aceitardes as mesmas opiniões deles, e vos
conformardes com a mesma adoração. Só os
Metodistas é que não insistem em que tenhais as mesmas opiniões, mas pensam e
deixam pensar.” [1]
(João Wesley)
Este capítulo
pretende mostrar as raízes da formação da identidade metodista,[2]
as doutrinas que moveram Wesley e os principais líderes do movimento que
influenciou a classe operária inglesa e a vida religiosa na Inglaterra. Este
capítulo é o coração da tese, onde estão expostos algumas das ideias, conceitos
e doutrinas que levaram o metodismo a ser um forte movimento espiritual no
século XVIII, especialmente na Grã-Bretanha e na América do Norte.
São diversas as
heranças doutrinárias que influenciaram na formação do metodismo. Wesley herdou
desde sua formação familiar o paradigma
da santidade ou perfeição[3].
Sua visão tendia sempre para este lado. Em seu Diário, em 1765, ele cita as leituras dos livros Santo viver e
morrer, do Bispo Taylor, em 1725, e Perfeição
Cristã, de Law, em 1927, quando ele tomou a decisão de ser inteiramente
devotado a Deus.[4]
Wesley encontrou,
especialmente no Pietismo, Puritanismo e Arminianismo uma forte base para sustentar
suas pregações e práticas visando a santificação.
Wesley não teve a
intenção de criar a Igreja Metodista[5].
Nada foi programado para se criar uma nova Igreja na Inglaterra do século
XVIII, nem Wesley se rebelou contra a Igreja Anglicana.[6]
Em seu diário, ele escreveu sobre a posição doutrinária metodista, referindo-se
ao diálogo com um clérigo anglicano:
“Um clérigo sério desejava saber em que pontos
nós (os Metodistas) nos diferenciávamos da Igreja Anglicana? Respondi: ´que eu
saiba, em nada; as doutrinas, que nós pregamos, são as doutrinas da Igreja
Anglicana; deveras, as doutrinas fundamentais da Igreja se encontram tanto nas
orações como nos artigos e homilias.”[7]
Para alguns
estudiosos do metodismo,[8]
foi o Espírito Santo quem moveu corações e abriu as portas para o surgimento do
Movimento ou Avivamento Metodista. No centro do avivamento está a vida:
“(...) avivar significa trazer-se novamente à
vida. Ilustrativamente significa fazer uma pessoa morta a massagem cardiológica
necessária para voltarem os batimentos do coração (...) É algo semelhante ao
narrado em Ezequiel 37.1-14. A ação do Espírito divino no vale de ossos secos,
simbólico ao povo de Israel.” [9]
Mas o que foi o avivamento metodista?
Segundo Gonzalo
Baez Camargo, o movimento metodista foi, antes de tudo, um avivamento
evangelístico:
“O quer dizer
isto? Simplesmente um retorno à experiência e doutrina da salvação pela graça
livre e universal de Deus, em Cristo Jesus e ao gênero (tipo) de vida e obras
cristãs que procedem dessa experiência.”[10]
Wesley
interpretava teologicamente esse mover do Espírito como tendo objetivos claros.
Em 1762, ele escreveu:
“O dia de Pentecostes não chegou ainda na sua
plenitude; mas não duvido que venha; e então você verá tantas pessoas
santificadas como justificadas.”[11]
O Avivamento
Metodista ocorreu dentro de uma grave crise social, na Inglaterra, com a
Revolução Industrial[12]
e não foi um movimento isolado. Havia também um mover do Espírito[13] em
diversas partes, como em Gales e na Escócia, na década de 1730. [14]
As experiências de
santificação no meio do povo metodista[15] confirmavam
e motivavam Wesley a prosseguir na caminhada
de transformar a sociedade, Igreja e espalhar a santidade bíblica. Em
1757, ele registrou em seu Diário um dos casos em que alguém alcançou a
perfeição cristã: “Conta, peço-te, dize
a todos que a perfeição é conseguível, e exorta a todos que a busquem (...)”.[16]
Por mais que tenha havido uma participação
ampla, muito se deve ao gênio organizador de Wesley.[17]
Essa visão
messiânica e prática de Wesley o levaram a experimentar diversos avivamentos no
meio do povo chamado metodista, que teve como consequência um compromisso
social com o povo inglês dentro da revolução industrial que ocorria na
Inglaterra. As chamadas Obras de Misericórdia ensinada por Wesley eram
praticadas por aqueles que tinham fé.[18]
Dentro da compreensão de Wesley, todos os que
eram justificados pela fé deveriam ser zelosos de boas obras[19]
e para haver santificação, o que creu deveria praticar boas obras. E as obras
necessárias à santificação deveriam ser as Obras de Piedade e Obras de
Misericórdia.[20]
Toda essa dinâmica é obra do Espírito Santo: “O
Espírito lhes ensina a amar a Deus e ao próximo com um amor que é semelhante a
uma ‘fonte que jorra para a vida eterna”. [21]
A herança
doutrinária colocou um firme alicerce no movimento metodista do século XVIII.
Wesley soube reter o que era bom dos diversos movimentos e grupos.
Mas quais foram os
movimentos espirituais que deram ao metodismo suas principais ênfases
doutrinárias?
A
herança doutrinária
João Wesley foi influenciado
em sua prática espiritual pelo Arminianismo,[22]
Puritanismo, Moravianos e Pietismo, que enfatizavam mais o aspecto emocional, o
moralismo e a vida devocional com Deus. Dentro das contribuições da época para
a formação da identidade metodista estes grupos tiveram uma parcela importante
na vida dos primeiros líderes.
.“A busca de
Wesley, durante esse período, de uma compreensão mais significativa das
exigências do viver cristão, o levou finalmente a englobar o perfeccionismo dos
pietistas, o moralismo dos puritanos e a devoção dos místicos, numa abordagem
pragmática que ele sentia poder operar dentro da estrutura e da doutrina da
Igreja da Inglaterra.”[23]
Mas também foi
grande a influência do anglicanismo na
vida de Wesley e dos primeiros metodistas. No amadurecimento do movimento, as
Conferências Anuais foram importantes na formação e estruturação das ideias.
A herança
Arminiana
A expressão arminianismo
vem de Jacob Armínius (1560-1609).
Ele nasceu nos Países Baixos (Holanda)
num contexto de tradição calvinista.[24]
Estudou Teologia, Filosofia, Hebraico, Literatura e outras disciplinas.
Pastoreou uma igreja em Amsterdã.[25]
Ao ser chamado para defender o calvinismo extremado criticado pelo rico
negociante Koornher, Armínius acabou criticando a doutrina da predestinação
trazendo uma grande polêmica e criando inimigos, como Franz Gomarus,[26] que
dava ênfase na soberania de Deus e negava o valor da fé do ser humano.
No conceito de
Armínius: “(...) a predestinação ia de
encontro à natureza de Deus e a do homem,
gerava desespero, tirava o estímulo para uma vida de santidade e
diminuía a importância do Evangelho.”[27]
Entre as declarações de fé do calvinismo, na Confissão
de Westminster,[28]
estava a doutrina da predestinação:
“Pelo decreto de
Deus, para a manifestação de sua glória, alguns homens e anjos são
predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.
Ninguém é redimido por Cristo senão somente os eleitos. O resto da humanidade aprouve a Deus (...) deixá-la de lado e
ordená-la para a desonra e para a ira (...).”[29]
O fato é que o
rigor do calvinismo havia produzido reações, especialmente na Holanda e com
Jacob Armínius[30] ela alcançou expressão plena.[31]
Depois da morte de
Arminius, João Wtenbogaert (1557-1644) e Simão Episcopius (1583-1643)
sistematizaram e desenvolveram opiniões arminianas e se opuseram à ênfase
corrente sobre minúcias de doutrina, considerando o cristianismo
primordialmente uma força para a transformação moral. Em 1610 eles e outros
quarenta e um simpatizantes redigiram uma declaração de fé contrariando a
doutrina calvinista da predestinação.[32]
“Em oposição à doutrina calvinista da graça irresistível, ensinavam que a graça pode ser rechaçada, e, mostravam incerteza com referência ao ensino calvinista da perseverança dela, assegurando ser possível perder a graça uma vez recebida.”[33]
O Sínodo de Dort[34]
condenou os pontos de vista do arminianismo e adotou cânones com tom bem
calvinista, que se tornou a base doutrinal da Igreja holandesa. Os
remonstratenses foram banidos.[35]
Jacob Armínius não
trouxe tanta influência na Holanda, mas sim na Inglaterra de Wesley.[36] Outras
pessoas seguiram seus passos, entre elas, o Bispo Burnet:
“O Bispo Burnet, em 1699, deu novo impulso às
tendências arminianas, quando publicou suas obras Exposição dos Trinta e Nove Artigos,
dedicadas ao rei Guilherme III. Nela, ao interpretar o Artigo XVIII, que
tratava da Predestinação, deu-lhe sentido arminiano e lhe atribuiu igual
validez ao calvinista.”[37]
O bispo George
Bull, em 1699, defendeu e escreveu sobre as ideias de Armínio e teve grande
aceitação, especialmente através de sua obra Exposição dos Trinta e Nove Artigos, dedicada ao Rei Guilherme
III: “Nela, ao interpretar o Artigo
XVII, que trata da Predestinação, deu-lhe sentido arminiano e lhe atribuiu
igual validez do calvinismo. Quer dizer que tanto importava um quanto o outro.
Ambos podiam ser aceitos. Havia lugar na Igreja para as duas posições.”[38]
Os avós de Wesley[39] participaram da Igreja
dissidente, mas seus pais se filiaram à Igreja Anglicana. Samuel e Susana
Wesley inculcaram em João Wesley ideias da Harmonia Apostólica[40] do
bispo Bull, que teve grande aceitação na Inglaterra.
“A teologia de
Bull generalizou-se, pois no seio da Igreja Oficial e para termos noção da mesma, daremos, a seguir, breve
apanhado: Jesus Cristo, por Sua obra expiatória, é o Salvador dos homens, mas
cada qual tem a sua parte a fazer, procurando ativamente reformar a própria
vida. Se cada um agir desse modo, tornar-se-á capaz de receber méritos da
expiação. Fé e obra são identificadas numa só finalidade. A justificação é pela
fé e pelas obras. São dois aspectos de uma só realidade. Nem Paulo se opõe a
Tiago e nem Tiago a Paulo. No conceito do bispo Bull, a fé inclui todas as
obras da piedade cristã. A fé não se limita só a aceitar como válidos os
ensinos do Evangelho: envolve, também,
desejo de ser bom e de fazer o bem. Noutras palavras: a fé passa a ser
ato do próprio homem” (...)..A justificação exige, igualmente, a copartipação
do homem. Deus considera ao transgressor como justo, livre da pena, desde que
este assim queira”.[41]
Os irmãos Wesley
seguiram muito de perto diversos conceitos teológicos do arminianismo,[42] entre
eles, o livre arbítrio[43]
e a graça preveniente.[44]
Seguindo o
arminianismo, para Wesley a doutrina da predestinação é contrária ao espírito
da Bíblia e destrói os atributos de justiça, misericórdia e verdade de Deus e o
coloca pior do que o demônio. Segundo ele: “A predestinação representa o mais
santo Deus como pior do que o demônio, mais falso, mais cruel e mais injusto.”[45]
Sobre o livre
arbítrio, o 8º Artigo de Religião explica: “A condição do homem, depois da
queda de Adão, é tal que ele não pode converter-se e preparar-se pelo seu
próprio poder e obras, para a fé e invocação de Deus; portanto, não temos
forças para fazer boas obras agradáveis e aceitáveis a Deus sem a sua graça por
Cristo, predispondo-nos para que tenhamos boa vontade e operando em nós quando
temos essa boa vontade.” [46]
Dentro da
compreensão de Wesley, o livre arbítrio é fundamental para que ocorra
avivamento e compromisso social.
O livre arbítrio
dentro da identidade metodista leva o ser humano a uma dependência da graça de
Deus, o incentiva a sair de sua situação pecaminosa, crescer espiritualmente e
a alcançar a perfeição cristã. O livre arbítrio motiva o ser humano a buscar mais
a Deus e a amar ao próximo. Ao contrário
de levar a resignação, ele é motivado a
lutar. Wesley afirma: “Lutemos constantemente por desembaraçarmos-nos de todas
as coisas inúteis que nos rodeiam. Deus geralmente suprime das nossas almas as
superficialidades na mesma proporção que nós a eliminamos do nosso corpo. A
melhor maneira de resistir ao diabo é destruir qualquer coisa do mundo que
permanece em nós (...).[47]
Dentro do tema da
tese – avivamento e compromisso social – o livre arbítrio motiva a buscar o
Espírito Santo e a ser solidário com os que sofrem.
Segundo Wesley, os
frutos imediatos do Espírito na vida do cristão, são: “amor, alegria, paz,
coração misericordioso, humildade de espírito, mansidão, doçura, longanimidade.
Es os frutos exteriores são: fazer o bem a todos os homens, não fazer mal a
ninguém e andar na luz, guardando uma obediência zelosa, uniforme, a todos os
mandamentos de Deus.”[48]
O arminianismo
influenciou tanto a Wesley que a partir de 1778 a sua revista passou a se
chamar A Revista Arminiana.[49]
Para ele, a graça é livre e alcança a todos. Não
depende dos méritos humanos. O ser humano
decide aceitá-la ou não. Pela fé nos apropriamos dos méritos de Jesus.[50] A
fé é a única condição necessária para a salvação. Mas esta fé não é obra
humana. Provém da graça de Deus.
Ele completa:
“(...) a graça de Deus da qual nos vem a salvação é gratuita em tudo e para
todos.”[51]
A influência
Anglicana
Se João Wesley e
os primeiros metodistas discordavam, em parte, da Igreja Anglicana e criam que
Deus os havia levantado, inclusive, para mudar esta Igreja, ela deixou uma
grande influência na estrutura e na base
doutrinária do metodismo.
A Igreja Anglicana
surgiu em 1534 por vontade do rei Henrique VIII, que se separou da Igreja
Católica para obter o divórcio e se
casar de novo para ter um herdeiro. Ele havia se casado secretamente em 25 de
janeiro de 1533 com Ana Bolena. O Papa Clemente VII preparara uma bula
ameaçando o rei de excomunhão em 11 de julho de 1533.[52]
“A resposta do rei
foi uma série de leis obtidas em 1534 do parlamento. Por elas foram proibidos
quaisquer pagamentos ao papa; todos os bispos seriam eleitos por indicação do
rei; todos os juramentos de obediência ao papa, licenças romanas e outros
reconhecimentos da autoridade papal eram nulos.”[53]
O Parlamento
inglês aprovou o "Ato de Supremacia"
reconhecendo o rei como o único
cabeça da Igreja na Inglaterra e não
mais o papa. O rei elaborou dez artigos de religião, uma espécie de
credo, mas quando ele morreu a Inglaterra ainda tinha muito do catolicismo.[54]
Os antepassados de
João e Carlos Wesley foram anglicanos. O pai, Samuel Wesley, foi pastor na
Igreja da Inglaterra. Wesley foi ordenado sacerdote e serviu em Epworth durante
três anos, ajudando seu pai. Por isso,
também havia um respeito grande
pela Igreja de origem, tanto que João e
Carlos Wesley lutaram contra a separação e morreram anglicanos.
Dos 39 Artigos de
Religião da Igreja oficial, os metodistas deixaram 25 como parte da base
doutrinária. Entre algumas dessas ênfases doutrinárias, resumidamente
citamos:
Nos 25 Artigos de
Religião, que formam basicamente a herança doutrinária que o metodismo herdou
do anglicanismo, estão: (1) Da fé na Santa Trindade; (2) Do Verbo ou Filho de
Deus que se fez verdadeiro Homem; (3) Da ressurreição de Cristo; (4) Do
Espírito Santo;[55]
(5) Da suficiência das Santas Escrituras para a salvação; (6) Do Antigo
Testamento; (7) Do pecado original;[56]
(8) Do livre arbítrio; (9) Da justificação do homem; (10) Das boas obras; (11)
Das obras de superrogação;[57]
(12) Do pecado depois da justificação; (13) Da Igreja; (14) Do purgatório;[58]
(15) Do falar na congregação em língua desconhecida; (16) Dos Sacramentos; (17)
Do batismo; (18) Da Ceia do Senhor; (19) De ambas as espécies; (20) Da ablação
única de Cristo sobre a cruz; (21) Do casamento dos ministros; (22) Dos ritos e
cerimônias da Igreja; (23) Dos deveres civis dos cristãos; (24) Dos bens dos
cristãos; (25) Do juramento do cristão. [59]
As chamadas Fontes
do Conhecimento Espiritual [60] como critério para a compreensão da verdade
espiritual tiveram como ponto de partida o anglicanismo: “À típica trilogia anglicana de autoridade
(Escritura, tradição cristã, razão) ele acrescentou a experiência humana direta
da realidade divina como um critério importante para a compreensão da verdade
divina.”[61]
Segundo Manfred
Marquardt: “Escritura, razão e experiência tornaram-se, cada vez mais, o lema de Wesley para a autoridade na
fé.”[62]
Sobre a
importância da experiência, que Wesley
chamava também de Testemunho do Espírito, [63]ele
escreveu: “Supõe-se geralmente que a
evidência tradicional se enfraquece com o passar do tempo visto que ela tem
necessariamente de passar por muitas mãos numa contínua sucessão de épocas. Mas
nenhuma extensão de tempo pode possivelmente afetar a força da evidência
interna. Ela é igualmente forte e nova através do curso.”[64]
Para Wesley
religião e razão devem caminhar juntas,[65]
mas para ele a razão não pode dar fé,
esperança, amor ou produzir virtudes.[66]
“Somente ele pode
dar aquela fé que é a ‘evidência’ e a convicção ‘das coisas não vistas’.
Somente ele pode fazer-nos gozar a esperança viva de uma herança eterna nos
céus, e só ele pode ‘derramar o seu amor no vosso coração pelo Espírito Santo
que vos é dado.”[67]
A justificação
ocupou lugar central na pregação metodista.
Este tema provinha dos escritos dos reformadores e indiretamente da
Igreja Anglicana. [68]
No 9º Artigo de
Religião dos Metodistas, que foi retirado dos 39 Artigos de Religião da igreja
Anglicana, a justificação é assim definida:
“Somos reputados justos perante Deus somente pelos merecimentos de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo, por fé e não por obras ou merecimentos nossos;
portanto, a doutrina de que somos justificados somente pela fé é mui sã e cheia
de conforto”. [69]
Para Wesley, a
justificação é o mesmo que perdão e libertação da culpa e do castigo.
“Esta é, pois, a salvação pela fé, mesmo no
mundo presente; salvação do pecado e das consequências do pecado, expressas com
frequência pela palavra justificação, a qual, tomada em sentido mais lato,
implica na libertação da culpa e do castigo, pela propiciação de Cristo
atualmente aplicada à alma do pecador (...).[70]
Entre essas
ênfases está a justificação, que leva ao novo nascimento e inicia o processo de
santificação[71].
E entre os sinais do novo nascimento está o amor, que é derramado em nossos
corações pelo Santo Espírito.[72] Ao
próximo deve ser ministrado esse amor, que proporciona ao cristão compromisso
social.
Segundo Wesley: “Os frutos necessários desse
amor de Deus são o amor a nosso próximo – a toda alma que Deus criou, não
excetuando nossos inimigos (...)”.[73]
Após a
justificação, a dinâmica das Obras de Misericórdia, bem como as Obras de
Piedade, são também necessárias para que haja santificação. Wesley diz:
“E cabe a todos os
que são justificados serem zelosos de boas obras. Estas são tão necessárias que
se o homem voluntariamente as negligenciar, não poderá razoavelmente esperar
que jamais seja santificado (...)”. [74]
Só após a morte de
João Wesley é que oficialmente o metodismo se separou do anglicanismo.[75]
“Os metodistas wesleyanos separaram-se da
Igreja Estabelecida aos poucos e, por fim, somente após a morte de John Wesley
(1791), que desejava que seus seguidores evitassem a separação.”[76]
Em 1784 dois
importantes passos foram dados para o rompimento: “Em 28 de fevereiro Wesley,
por um ‘Ato de Declaração’, cuidou da continuação do movimento após a sua
morte, nomeando uma ‘Conferência’ de cem membros para zelar pelas propriedades
e assumir a direção do movimento. Foi um passo avante no autogoverno do
metodismo.
Em 1º de fevereiro
Wesley juntou-se a outros presbíteros da Igreja da Inglaterra para ordenar
presbíteros e um superintendente para a América. Na verdade, isto foi um
rompimento com a igreja da Inglaterra, ainda que Wesley não o considerasse como
tal.”[77] Em 1795, através do “Plano de
Pacificação”,[78]
o metodismo tentou resolver as tensões através da aprovação de um documento.[79]
Ele permitia que o sacramento fosse ministrado aonde a liderança local
aprovasse. O Plano foi um reconhecimento da separação eclesiástica entre
metodistas e anglicanos, o controle da Conferência sobre o metodismo.[80]
A herança Pietista
O Pietismo foi um
rompimento com as tendências escolásticas do luteranismo alemão, que havia
assumido uma interpretação dogmática, exata e rígida. Foi uma afirmação da
primazia do sentimento na experiência cristã.[81]
O Pietismo foi uma
tentativa de renovar a Igreja Luterana na Alemanha, reinstalando diversos temas
da Reforma tradicional.[82]
Philipp Jacob Spener (1635-1705) foi a figura predominante do reavivamento
pietista.[83]
Nessa época, no
Luteranismo, era enfatizada a pura doutrina e a prática dos sacramentos como os
elementos suficientes para a vida cristã. Isto tornava a religião sem
influência na sociedade, além de não cooperar para a vida abundante dos
cristãos.[84]
O papel do leigo
era passivo na Igreja. Ele, simplesmente, ouvia os sermões do pastor,
participava dos sacramentos e das ordenanças. A vida cristã era vista como
aceitar unicamente os dogmas da Igreja.[85]
Mais alguns
fatores contribuíram para o surgimento do Pietismo, entre eles, a Guerra dos 30
Anos (1618-1648),[86] envolvendo
toda a Europa Ocidental. Nesta guerra, a Alemanha ficou arrasada,
proporcionando uma onda de misticismo.
Philipp Jacó
Spener, versado em exegese bíblica, foi influenciado pelo livro Verdadeiro
Cristianismo do Místico Johann Arndt (1555-1621), publicado entre 1605-1609.
Spener foi influenciado também pelos escritos puritanos de Lewis Bayly,
especialmente pelo livro A Prática da Piedade.[87]
Spener era pastor
em Frankfurt e sentia-se embaraçado por toda a autoridade estar nas mãos do
governo. Em 1670, chamou um pequeno
grupo de pessoas de ideias semelhantes para estudarem a Bíblia, orar e meditar
sobre o sermão pregado no Domingo.[88]
Tudo isto com o objetivo de aprofundamento na vida espiritual.
No ano de
1675, publicou a Pia Desideria, onde
mostrava a interferência do governo na Igreja, o mau exemplo dos clérigos, as
controvérsias religiosas existentes, as bebedices e imoralidades e a ambição
dos leigos. Para Spener estes eram os principais males da época.[89]
Na Pia Desideria,
Spener atacou os líderes políticos:
“Enquanto isso, muitas pessoas revestidas de autoridade civil procuram
tirar proveito de suas situações. Pela maneira como vivem, pode-se concluir que
poucos sabem o significado do verdadeiro cristianismo.”[90]
Sobre os pastores,
Spener afirmou: “Eles buscam promoção, pulam de paróquia a paróquia e
envolvem-se em todo tipo de conchavos.”[91]
Spener pretendia
empreender uma reforma moral e espiritual e propôs um coração reto e a
conversão. Propunha ainda a formação de círculos nas congregações para a
leitura da Bíblia, vigilância mútua e auxílio.
Ele elaborou
propostas para a situação da Igreja, entre elas, incentivou o uso mais
extensivo das Escrituras; o exercitamento do sacerdócio universal; prática e
conhecimento do cristianismo; a reforma das escolas e universidades, etc.[92]
“O plano de
renovação de Spener foi realizado através de pequenos grupos conhecidos como collegia-pietatis
- escolas de piedade.”[93]
No programa de
reforma de escolas e universidades, Spener orientou os professores de teologia
para que os alunos tivessem uma vida de piedade. Entre os livros que sugeriu para que os alunos lessem estava A
Imitação de Cristo, de Thomas Kempis,[94]
que mais tarde influenciou Wesley. Spener teve várias oposições e foi
considerado herege.[95] Depois da morte de Spener, outras pessoas
contribuíram na liderança do Pietismo como Augusto Hermann Francke (1663-1727).[96]
“Francke era dotado de imensa energia e gênio
organizador. Sua paróquia de Glaucha era um modelo de fidelidade pastoral. Suas
conferências na universidade foram exegéticas e experimentais; e sua combinação
de cátedra e pratica pastoral foi altamente benéfica para seus alunos.”[97]
Wesley incorporou
ao Metodismo algumas ênfases do Pietismo, como a experiência pessoal e uma
maior participação do leigo na vida da Igreja.[98]
Na América, em
1737, Wesley publicou uma Coleção de Salmos e Hinos onde diversas expressões
revelam a teologia e a prática Pietista de Wesley: “Esses textos, muitos
traduzidos do alemão, expressam o coração de um pietismo baseado nas Escrituras
e elucidam os temas que eram a preocupação espiritual mais importante para Wesley
– completa dependência da graça, centralidade do amor e o desejo de fogo
genuíno para inflamar seu coração frio.”[99]
O Pietismo deu
impulso na busca da comunhão com Deus, que leva ao avivamento, e a
solidariedade aos oprimidos.
O Pietismo é a
religião do coração. O arrependimento, o perdão, o novo nascimento, a vida
eterna e a cruz foram algumas marcas do Pietismo. Vários hinos revelam esta
marca, como o hino escrito pelo missionário metodista J. J. Ranson:
“Por
meus delitos expirou
Jesus
a vida e luz.
O
meu castigo ele esgotou
Na
ensanguentada cruz.”[100]
Outro missionário metodista, Justus H.
Nelson, que esteve em Belém, Pará, entre
1882-1925, traduziu diversos hinos, dos quais nove se encontram no Hinário
Evangélico. [101]
Um deles diz:
“Achei
um bom amigo
Jesus,
o Salvador
O
escolhido dos milhares
para
mim;
Dos
vales é o Lírio;
É
o forte mediador,
Que
me purifica e guarda para si;
Consolador
Amado,
Meu
protetor do mal,
Solicitude
minha toma a si (...).”[102]
O Pietismo trouxe
sua contribuição ao metodismo ao dar ênfase ao novo nascimento[103]
e, consequentemente, a santificação e
perfeição cristã, que para Wesley é perfeito amor.[104]
Ele explica que amor é este:
“É amar o Senhor nosso Deus de todo coração,
mente e alma e força e amar ao próximo como a nós mesmos, como a nossa própria
alma”.[105]
O Pietismo foi um
movimento necessário, na época, diante de uma religião muito mais voltada para
os debates teológicos, esquecendo-se de enfatizar a comunhão pessoal com Deus.
“O Pietismo foi um rompimento com tais
tendências escolásticas.”[106]
Uma das críticas
que se faz ao Pietismo é que ele rompeu com a ortodoxia confessional, mas não
trouxe líderes religiosos que tomassem o lugar dos velhos teólogos dogmáticos.[107]
“A teologia pietista alemã, como é vista nos escritores como Spener, August Hermenn Francke, e particularmente Nicholas Ludwing von Zinzendorf (patrono dos morávios), seria caracterizada como ‘teologia do coração.”[108]
Wesley deve ao
Pietismo uma contribuição valiosa a sua fé. Contudo, além da comunhão com Deus,
ele também teve sensibilidade com os sofrimentos [109] da
classe operária inglesa.
O equilíbrio de
Wesley determinou o amadurecimento do
metodismo. Ele falava da necessidade do cristão praticar as obras de Piedade[110] (oração, leitura da Bíblia, jejum,
participação na ceia e cultos, etc.), aspectos nos quais mostra a influência
pietista sobre Wesley, contudo, enfatizava também a necessidade da prática dos atos
de Misericórdia[111]
(alimentação aos famintos, vestir os nus, visitar os presos e enfermos,
etc).
“Wesley partilha os pressupostos de
Zinzendorf; os cristãos são santificados unicamente pela fé, e em Cristo; mas
Wesley tem, além disso, a convicção que o poder santificador da graça de Deus
entra eficientemente na vida dos homens
e os capacita para o perfeito amor a Deus e aos Homens, seus semelhantes”.[112]
A contribuição dos
Moravianos
Os moravianos
sofreram na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648)[113]
e fugiram das perseguições. Eles pertenciam a diversos grupos: “(...)
seguidores de Huss, Lutero, Calvino e outros reformadores, fugindo das
perseguições mortíferas daquela época, acharam asilo em Herrnhut, no patrimônio
de um fidalgo abastado, o Conde Zinzendorf.” [114]
Os morávios de
língua alemã buscaram refúgio na Sexônia. Posteriormente, em 1722, o Conde
Zinzendorf deu-lhes permissão de fundar uma aldeia em Berthelsdorf, a qual
denominaram Herrnhurt. A eles se juntaram muitos pietistas germânicos.[115]
A partir de 1727,
eles fizeram uma Aliança Fraternal a fim de procurar e enfatizar os pontos em
que concordavam e não salientar as suas diferenças. O amor fraternal e a
unidade em Cristo seriam o que ligariam
uns aos outros e se comprometeram a obedecerem aos estatutos da aliança. Seriam
verdadeiro seguidores de Cristo.[116]
No dia 13 de
agosto de 1727, numa reunião onde se celebrava a Ceia do Senhor, os moravianos
tiveram uma experiência carismática, como hoje interpreta Casiano Floristán,[117]
e caíram no chão. Eles se entregaram às orações e nos quatro anos seguintes
experimentaram tempos de avivamento constantes. Ascendeu um desejo ardente de
levar a salvação de Cristo aos pagãos. O avivamento produziu um movimento
missionário.[118]
Eles saíram como
missionários pelo mundo. Foi assim que Wesley teve, em 1736, um encontro com
um grupo de morávios no navio em que
viajava para a América:
“Os missionários moravos mostravam
extraordinária devoção. Alguns como Dover, um oleiro, que para pregar aos
escravos na Ilha de S.Tomás (Índias Ocidentais) ofereceu-se como escravo, para
melhor atingir o seu fim, pois os proprietários de escravos não lhes
consentiram que pregasse aos seus
serviçais. Outros ofereciam-se voluntariamente para a Groelândia. Em 1734
abriram uma missão entre os Peles Vermelhas, no estado de New York e na
Pensilvânia.”[119]
Na América, Wesley
teve um contato mais intenso com os moravianos e conviveu com eles.
“O líder morávio apresentou a Wesley as
diferenças entre os dois grupos de alemães pietistas representados na Geórgia.
De um lado, os Salzburgers, estalecidos em New Ebenezer, seguiam os
ensinamentos de August Hermann Francke e Samuel Urlperger, firmados na tradição
de Phillipp Jacob Spener e da Universidade de Halle. De outro lado, os
morávios, estabelecidos em Savannah, seguiam os ensinamentos de Spangenberg e
Nicholas Ludwig von Zinzendorf.”[120]
Os morávios
influenciaram mais a vida espiritual de Wesley, quando ele esteve na América,
especialmente, em relação a fé:
“(...) os pietistas alemães haviam tomado o
lugar central na sua busca de uma fé significativa. As imagens e os
ensinamentos centrais da ‘teologia do coração’ dos morávios, ficaram claramente
impressos em sua mente e espírito quando esteve na Geórgia.”[121]
Quando viajava
para sua missão na América, João Wesley observou cuidadosamente as atitudes dos
moravianos no navio. Entre suas observações, estão: Eram meigos e nenhuma
injúria os ofendia; Eram isentos de
espírito de medo; Não tinham espírito de ira, orgulho e vingança; Consideravam
o Sermão da Montanha como lâmpada para
os pés; O servir a Deus era considerado o único motivo de suas vidas, Tinham
uma fé viva.[122]
Wesley se referia
ao moraviano como: “(...) o adocicado
morávio (...)” .[123]
O episódio da
tempestade a bordo[124]
levou Wesley a observar a vida dos moravianos e a ter mais submissão a
Deus: “Submissão à sábia, santa e
graciosa vontade de Deus; a também abrir seus olhos para a profundidade da fé
dos morávios alemães que estavam a bordo.”[125]
Em Londres, ele se
encontrou com o líder Peter Bohler durante uns quatro meses para aprender mais
sobre a fé.[126]
Esse contato proporcionou a Wesley paradigmas para a renovação espiritual e o
desenvolvimento organizacional do metodismo.[127].
Em um sermão publicado em 1765 – O meio bíblico de salvação – Wesley explica
sobre a fé:
“Mas qual é a fé
pela qual somos santificados; salvos do pecado e aperfeiçoados em amor? ‘É uma
divina evidência ou convicção, primeiro de que Deus o prometeu nas Santas
Escrituras (...). Em segundo lugar, uma divina evidência ou convicção de que
Deus é capaz de cumprir o que prometeu (...). E, em terceiro lugar, uma
evidência, ou convicção de que Deus pode e quer faze-lo agora.” [128]
Pedro Bohler
organizou no dia 1º de maio de 1738 (antes da experiência de Wesley) a
Sociedade de Fetter Lane, que veio a ser o terceiro surgimento do metodismo.[129]
João Wesley e John
Hutton participaram da organização da sociedade.[130]
As regras tinham o objetivo de proporcionar saúde espiritual. Quando Bohler foi
para Londres deixou Wesley na liderança da sociedade.
Em que sentido os
moravianos contribuíram para a vida de Wesley e, consequentemente, com o
metodismo?
Os morávios estão
ligados historicamente a experiência do “coração aquecido” de Wesley. Ele foi a
uma Sociedade Moravia, em 24 de maio de 1738, quando teve sua experiência.
Alguns estudiosos chegam a falar de sua “conversão Moravia”.[131]
Após sua
experiência, Wesley foi até a Alemanha passar um período com eles. Através dos
moravianos, Wesley aprendeu sobre a dedicação total ao senhor. João Wesley
partilhou de alguns pressupostos teológicos do conde Zinzendorf, especialmente
a fé::
“Os cristãos são
santificados unicamente pela fé, em Cristo; mas Wesley tem, além disto, a
convicção que o poder santificador da graça de Deus entra eficientemente na
vida dos homens e os capacita para o perfeito amor a Deus e os homens.”[132]
Evidentemente, por
ser uma pessoa prática, houve afirmações
teológicas que Wesley teve que deixar de lado. [133] Ele
reteve o que considerou bom.
“Wesley também prestou muita atenção à
organização morávia. A divisão de Herrnhut em grupos de vizinhança, chamados
“coros” , fornecia a base para onze ‘classes’ baseadas na localização
geográfica. Além dessas havia dez classes, determinadas pelo sexo e idade, que
formavam a base para a supervisão espiritual diária para conversações
religiosas regulares.”[134]
Em 1739, Wesley
começou a questionar algumas posições de líderes morávios, entre elas a
quietude,[135] que
consistia em afirmar que os cristãos deveriam abster-se dos meios de graça,
especialmente a Ceia do Senhor, e ficar
quietos na presença do Senhor em espera. Isso cancelava as obras de
misericórdia e os atos de piedade, o que Wesley não concordou:[136]
“Vós subestimais
as boas obras, (especialmente as obras exteriores de misericórdia), nunca
insistindo de público na necessidade delas, nem proclamando seu valor
excelência.” [137]
Wesley se opôs
também a ideia morávia de que o pecado não permanece naquele que é nascido de
Deus. Em seu sermão “Sobre o pecado nos
crentes”, ele afirma: “Dos seguidores de Zinzendorf, nestes vinte anos,
muitos de nossos compatriotas herdaram a mesma opinião, afirmando que a
corrupção da natureza não mais existe no que crê em Cristo”.[138]
Wesley afirmava
que Cristo pode estar no mesmo coração em que habita o pecado, caso contrário,
ele não poderia ser salvo do pecado. Para ele,
onde há doença há necessidade de médico.[139] Por
isso, Wesley exortava os crentes à contínua vigilância contra a carne, o mundo
e o diabo[140].
Ele criticou abertamente essa doutrina morávia: “Já se observou que a doutrina
oposta – que não há pecado nos crentes – é bastante nova na Igreja de Cristo:
dela não se ouviu falar durante dezessete séculos, nem antes que fosse
descobertas pelo Conde Zinzendorf”.[141]
Os moravianos
foram importantes para despertar em Wesley uma fé viva. Contudo, ele teve que
evitar, especialmente o “quietismo” dos moravianos: “(...) no outono de 1739,
em uma das frequentes viagens de Wesley a Londres, ele descobriu que Philip
Henry Molther, recentemente chegado da Alemanha, havia convencido muitas
pessoas da Sociedade que elas não possuíam a verdadeira religião, e deviam,
portanto, descontinuar todos os meios de graça e todas as obras de piedade e,
em vez disso, deviam permanecer ‘quietos’ diante do Senhor”.[142]
A partir da Conferência Anual de 1745, Wesley se dedicou
mais a escrever. Ele estava preocupado com a influência morávia que contaminava[143]
as sociedades. Por isso, escreveu “Uma breve apresentação da diferença entre os
Irmãos Morávios...e o Reverendo Sr. João e Carlos Wesley” [144] e
ainda “Um diálogo entre um antinomiano e
seu amigo”.[145]
“Wesley expurgou os escritos de Zinzendorf de
´três grandes erros´ que encontrou: salvação universal, antinomianismo e
quietismo.”[146]
Sobre o
antinomianismo, Wesley explica: “Guardai-vos do antinomianismo, quero dizer, de
anular a lei ou alguma parte dela pela fé (...). Digamos: ´Amo os teus
mandamentos mais do que ouro, mais do que ouro refinado. Amo a tua lei. Medito
nela todo dia.”[147]
Quais foram as
principais divergências com os moravianos?
A salvação
universal, quietismo e antinominianismo[148] foram
as principais divergências doutrinárias com os Moravianos. Wesley chegou a
escrever uma carta à Igreja Moravia, na Inglaterra, questionando essas ênfases
doutrinárias e pressionando-os a mudarem na doutrina, disciplina e prática.[149] Ele
fez a demarcação e continuou firme em seu propósito trazendo identidade e
unidade ao metodismo.
Por outro lado, a
fé e a organização morávia foram aceitas, em parte, por Wesley e contribuíram na formação da
identidade metodista.
A influência dos
Puritanos
Segundo Duncan
Reily, o Puritanismo[150]
surgiu
na Inglaterra no reinado da Rainha Isabel (Elizabeth I), na segunda metade do
século XVI: “Foi um movimento para
`purificar` o culto anglicano dos vestígios romanos ou, de uma outra ótica,
calvinizar a Igreja na Inglaterra.”[151]
.M.Lloyd-Jones
coloca o Puritanismo como tendo começado a manifestar-se com William Tyndale
por volta de 1524.
“Por que dizer
isso? Porque o puritanismo, como espero demonstrar, é um tipo de mentalidade. É
uma atitude, é um espírito, e é evidente que duas das grandes características
do puritanismo começaram a mostrar-se em Tyndale. Ele tinha um ardente desejo
de que o povo comum pudesse ler as Escrituras. Mas havia grandes obstáculos em
seu caminho; e é o modo como ele enfrentou e venceu os obstáculos que mostra
que Tyndale era um puritano. Ele lançou uma tradução da Bíblia sem o endosso e
sanção dos bispos (...). Essas duas ações eram típicas do que sempre foi a
atitude dos puritanos para com as autoridades.”[152]
D.M.Lloyd-Jones,
dentro dessa linha de pensamento, coloca John Knox como o fundador do
puritanismo inglês: [153]
“(...) era costume
receber a Ceia de joelhos. Esta é uma prática anglicana. John Knox foi o
primeiro a ensinar as pessoas – e não somente a ensiná-las, porém a pô-lo em
prática – a tomar a Ceia assentadas. Isso é puritanismo na prática.”[154]
Os protestantes
que não estavam vinculados à Igreja do Estado, eram conhecidos como dissidentes
ou não-conformistas, depois como Igrejas Livres.
Por causa das
perseguições da Rainha Maria Túdor, entre 1553 e 1558,[155]
diversas pessoas se exilaram em Genebra, Zurique e Frankfurt. Especialmente em
Genebra:“Ali entraram em contato direto com movimentos protestantes que tinham
ido muito mais longe em suas reformas do que a Igreja da Inglaterra.”[156]
Essas pessoas
sofreram influências e voltaram com um protestantismo radical.[157]
Passaram a ter a Bíblia como autoridade por excelência superando toda pretensão
da Igreja de ser a intérprete ou ter a sua custódia. Sua ênfase sempre foi na
doutrina da graça, na teologia pastoral e na Igreja pura.[158]
Como tivessem o
desejo de purificar a Igreja, passaram a ser chamados de “puritanos”. Os Puritanos se tornaram um partido com forte
influência política.
“Queriam banir dos
ofícios o que criam ser um remanescente de superstição romanista e desejavam
para cada paróquia um pregador zeloso, espiritual. Em particular, eram
contrários às vestes clericais (...) opunham-se ao ajoelhar para receber a Ceia
do Senhor, dizendo que tal atitude implicava adoração da presença física de
Cristo; combatiam o uso de alianças no casamento, tendo-o como continuação do
conceito do matrimônio como um sacramento; fazer o sinal da cruz no batismo,
como superstição.”[159]
Essas pessoas
queriam introduzir a disciplina e as práticas puritanas e esperar as reformas
do governo. Alguns não quiseram esperar tal mudança. Eram os separatistas,
dentro os quais se encontravam os adeptos da política congregacional.[160]
“Os separatistas
insistiam em que os ministros deviam ser eleitos pela congregação de seus fiéis
e pagos por contribuições voluntárias destes (...). Defendiam a tolerância para
todas as seitas protestantes, repelindo a censura eclesiástica e todas as
formas de jurisdição eclesiástica, em favor de uma disciplina interna às
congregações, sem o aval de nenhuma sanção coercitiva (...). O seu programa
implicaria em destruir a Igreja nacional, deixando a cada congregação a
responsabilidade de seus negócios e havendo apenas um tênue contato entre as
diversas congregações (...).”[161]
Surgiram,
posteriormente os chamados não-conformistas, dissidentes ou Igrejas-Livres. Estes incluem os Congregacionalistas ou
Independentes, os Batistas e os Presbiterianos, por um lado, com os Quacres e
os Unitários por outro lado.[162] Os Puritanos tinham uma forte influência
pietista.
“Os puritanos frequentemente portavam uma
preocupação tipicamente calvinista, a promoção da piedade individual, a qual se
tornou, então, característica de muitos não-conformistas.”[163]
Antônio Gouvêa
Mendonça afirma que tanto o Pietismo como o Puritanismo faziam parte da
teologia de Wesley:
Os metodistas continuaram
enfatizando o conflito penitencial (arrependimento), a convicção de pecado e a
experiência pessoal de regeneração. Em seus pontos principais, a teologia de
Wesley é Reformada e Puritana, especialmente na ênfase moral.”[164]
Max Weber compara
o metodismo do século XVIII com o ascetismo monástico[165] da
idade média:
“O poderoso revival do Metodismo, que, em fins
do século XVIII, procedeu o florescimento da indústria inglesa pode ser
comparado com uma dessas reformas monásticas.”[166]
As Sociedades
foram utilizadas por Wesley e tiveram
influência na organização do movimento metodista. Elas foram criadas em 1670
por Anthony Horneck com objetivos puritano.
“(...) eram também formadas de pequenos
grupos de leigos, que representavam uma fusão quase espontânea de moralismo e
devoção de promoverem a real santidade no coração e na vida.”[167]
A renovação da
aliança introduzida por Wesley no Natal de 1747 tinha uma conotação
reformada-puritana.[168]
“A ideia de aliança teve, desde o início, na
tradição metodista, uma grande significação. Tanto em sua pregação, como na
ordenação da vida comunitária eclesiástica, João Wesley – influenciado pela
teologia reformada – reservou uma posição significativa para a ideia de
aliança.”[169]
Em que consistia a
renovação da aliança?
A ideia é de que Deus age por meio da aliança
e através de sua graça.[170] Na
aliança, os parceiros são exortados a viverem em obediência[171] a
Deus, que sempre mantém sua fidelidade.[172]
Os participantes são chamados a uma nova conversão de suas vidas a Deus.[173]
“A primeira
liturgia de renovação da aliança de que Wesley nos informa, se realizou em
agosto de 1755, em Spitalfields. Os cultos de renovação da aliança eram
preparados com oração e jejum, e para eles foi estabelecida, como data regular,
o primeiro domingo do ano novo. O ponto alto desses cultos era constituído pela
entrega renovada dos membros da comunidade ao Deus da aliança. Wesley se sentia
feliz por ter estabelecido para os metodistas um meio de graça, que quase por
toda parte tinha caído em desuso, do qual eles recebiam ricas bênçãos.”[174]
Apesar dos pais de
João e Carlos Wesley terem aderido à Igreja e ao partido político oficial,
Wesley teve toda uma herança Puritana, pois os seus antepassados foram não – conformistas:
“Samuel e Susanna vieram de um background
não-conformista. Como já vimos, o pai de Samuel (John Wesley) tinha sido
destituído de sua paróquia pelo bispo de Bristol no século dezessete. Susanna
era filha de Samuel Annesley, um conhecido ministro não-conformista de Londres
no final do século dezessete.” [175]
Que os Wesley tinham consciência do passado puritano de sua
família fica evidente no seguinte episódio relato por Mateo Lelièvre. Ele cita
uma carta de Samuel, irmão de João e Carlos Wesley, endereçada à Susana, em 20
de maio de 1739, por ela estar dando apoio a Wesley. Em sua carta ele se mostra
preocupado com a mãe e pede a Deus para livra-la de cair em nova heresia: “(...) assim como desgraçadamente já se
achou envolta em outra heresia (...).”[176]
A “heresia” aqui
citada foi pelo fato de Susana Wesley ter sido Puritana em sua juventude.[177]
Em carta a Wesley,
em 23 de fevereiro de 1725, Susana deixa claro a sua orientação Puritana e Pietista aos filhos e filhas:
“(...) Meu querido
Joãozinho: A transformação operada em sua
alma me tem dado muito o que pensar (...). Peço-lhe encaricidamente que
faça um exame rigoroso de sua consciência a fim de saber se tem uma esperança
bem fundamentada da salvação e descobrir se possui a fé e o arrependimento que
são, conforme você bem sabe, as condições indispensáveis para entrarmos em uma
aliança com Deus.”[178]
Foi inevitável
Wesley sofrer influências do Puritanismo
num contexto muito puritano e com o background que recebeu de seus
antepassados.[179]
Como vimos, pouca foi a contribuição do Puritanismo no Avivamento e Compromisso
Social dos metodistas. A influência foi, especialmente, na utilização das
Sociedades, a idéia da Aliança e a ênfase moral das Regras Gerais.[180]
A
Dispensação Extraordinária da Providência de Deus
“(...)
em quase todos os lugares os Metodistas são ainda gente pobre, desprezada e trabalha
sob o opróbrio e que muitas inconveniências (....”)[181]
(João
Wesley)
João Wesley
considerava que o movimento metodista era uma Dispensação Extraordinária da
Providência de Deus: “Wesley aceitou os argumentos de um ´chamado
extraordinário, reconhecendo que não apenas a pregação leiga, mas também ´todo
o trabalho de Deus chamado Metodista´ era uma ´dispensação extraordinária.” [182]
Para Wesley, a
Dispensação extraordinária da Providência de Deus compreendia a doutrina da
Perfeição Cristã[183],
o Ministério Feminino[184]
e o surgimento do próprio metodismo.[185]
Duncan Reily afirmou:
“João Wesley teve a consciência de estar envolvido em algo extraordinário que
Deus fazia no mundo.”[186]
Wesley acreditava ter sido o metodismo
levantado por Deus para mudar a situação vigente, ou seja, para: “(...)
reformar a nação e, particularmente, a Igreja (...) e espalhar a santidade
bíblica sobre a terra.”[187]
João Wesley
considerava que o movimento metodista era uma Dispensação
Extraordinária da Providência de Deus: “Wesley aceitou os argumentos de um ´chamado
extraordinário, reconhecendo que não apenas a pregação leiga, mas também ´todo
o trabalho de Deus chamado Metodista´ era uma ´dispensação extraordinária.” [188]
O metodismo
restaurou as doutrinas da santidade e do Espírito Santo.
Para ele, “a
perfeição cristã, cria Wesley, era o “depositum” que Deus havia entregue aos
metodistas como sua responsabilidade especial.”[189]
Os leigos e as
mulheres tiveram grande espaço no metodismo o que na época estava fora de
cogitação em qualquer Igreja. Inicialmente, Wesley não tinha pastores no
Movimento Metodista e sim pregadores.
Para Wesley, a
Dispensação extraordinária da Providência de Deus compreendia a doutrina da
Perfeição Cristã,[190]
o Ministério Feminino[191] e
o surgimento do próprio metodismo.[192]
Em 1771, numa
carta para Mary Bosanquet Fletcher, João Wesley disse:
“É claro para mim
que toda a obra de Deus chamada Metodismo é uma dispensação extraordinária de
Sua providência. Portanto, não me pergunto se várias coisas ocorrem nele que
não se enquadram nas regras normais de disciplina.” [193]
Para Wesley
algumas mulheres possuíam "chamada extraordinária" de Deus que as
isentava das regras normais de disciplina.[194] Aqui Wesley
escrevia uma carta à Maria Bosanquet sobre Sarah Crosby (1729-1804), que foi a
primeira mulher metodista autorizada por Wesley para pregar.[195]
Muitas outras
pregaram. “Em 1787, apesar da oposição de alguns pregadores do sexo masculino,
Wesley autorizou Sarah Mallet a pregar também, contanto que ela concordasse em
manter a doutrina e disciplina metodistas”.[196]
Wesley afirmou: “Não creio que todas as mulheres são chamadas
para falarem em público, nem que todos os homens o são para serem pregadores
metodistas; porém, algumas têm um chamado extraordinário para isso, e ai
daquela que não o obedece" (documents, 4:171). Wesley aceitou o argumento
de um "chamado extraordinário" reconhecendo que não apenas a pregação
leiga, mas também 'todo o trabalho de Deus chamado metodismo, era uma
'dispensação extraordinária da providência de Deus.” [197]
Todo o trabalho de
Deus chamado metodismo era uma “dispensação extraordinária da providência de
Deus”. Os ministérios de Susanna, João e Carlos Wesley estavam dentro do
chamado de Deus.
O
metodismo e o cristianismo primitivo
“A
verdadeira identidade do metodismo é um movimento para recuperar o cristianismo
primitivo”
O bispo metodista
aposentado Timothy Whitake escreveu: “A
Seleção dos Pais da Igreja de John Wesley e a Identidade do Metodismo”.[2]
“Em um sermão em
1777, ‘Sobre o lançamento da fundação da nova capela, perto da City-Road,
Londres’, o Sr. Wesley reiterou seu louvor ao cristianismo primitivo e também
enfatizou uma afirmação que ele vinha fazendo ao longo de sua carreira como
líder do metodismo, a saber, a alegação de que a verdadeira identidade do
metodismo é um movimento para recuperar o cristianismo primitivo”.[3]
“O
metodismo, assim chamado, é a antiga religião, a religião da Bíblia, a religião
da Igreja primitiva, a religião da Igreja da Inglaterra”.
Para Wesley: “O metodismo, assim chamado, é a antiga religião, a religião da Bíblia, a religião da Igreja primitiva, a religião da Igreja da Inglaterra. Ele continua explicando essa ‘velha religião’ citando seu tratado, ‘Apelo Sincero aos Homens de Razão e Religião’, como sendo ‘nada mais do que o amor, o amor de Deus e de toda a humanidade".[4]
“Eles viviam ‘abençoando, amando e louvando a Deus, seu Salvador”
“Em 1751, Wesley
encontrou ‘as sociedades de Yorkshire, principalmente sob os cuidados de John
Nelson, ... todos vivos, fortes e vigorosos de alma... e aumentou em número de
1.800 para mais de 3.000”.[5]
Eles viviam
“abençoando, amando e louvando a Deus, seu Salvador... Desde o início, eles
haviam aprendido tanto a lei quanto o evangelho. "Deus te ama; por isso,
ame-o e obedeça-o. Cristo morreu por vós; portanto, morra para o pecado. Cristo
ressuscitou; por isso, levantai-vos à imagem de Deus. Cristo vive para sempre;
vivei, pois, para Deus, até que vivais com Ele na glória", assim pregamos;
e assim você acreditou. Este é o caminho bíblico, o caminho metodista, o
verdadeiro caminho. Deus nos conceda que nunca nos voltemos dela, para a
direita ou para a esquerda”. 8
Essas são marcas do cristianismo primitivo experimentadas pelas sociedades metodistas.
“Descrevi a diferença real entre o que é geralmente chamado de Cristianismo e o verdadeiro e antigo Cristianismo, que, sob o novo nome de Metodismo”
No domingo, 16 de
setembro de 1739, Wesley pregou “em Moorfields para cerca de dez mil, e em
Kennington Common para, creio, quase vinte mil, sobre aquelas palavras dos
judeus mais calmos a São Paulo: ‘Desejamos ouvir de ti o que pensas: pois
quanto a esta seita, sabemos que em toda parte se fala contra ela” [Atos
28:22]. Em ambos os lugares descrevi a diferença real entre o que é
geralmente chamado de Cristianismo e o verdadeiro e antigo Cristianismo, que,
sob o novo nome de Metodismo, é agora também criticado em toda parte”.[6]
Metodismo, a religião simples
Na segunda-feira,
15 de outubro de 1739, Wesley no País de Gales disse: “Senti em mim uma forte
aversão à pregação aqui. No entanto, fui ao Sr. W--- (a pessoa em cujo terreno
o Sr. Whitefield pregou) para desejar o uso dela. Ele disse, com todo o seu coração
- se o ministro não estava disposto a me deixar ter o uso da igreja: após cuja
recusa (pois eu escrevi uma linha para ele imediatamente), ele me convidou para
sua casa. Cerca de mil pessoas ficaram pacientemente (embora a geada estivesse
afiada, sendo depois do pôr do sol), enquanto, a partir de Atos 28:22, eu
simplesmente descrevi a religião simples e antiga da Igreja da Inglaterra, que
agora é falada em quase toda parte contra, sob o novo nome de metodismo”.[7]
Desígnio original
dos metodistas
“Expliquei-lhes
em geral o desígnio original dos metodistas”.
Em 12 de abril de
1788, em Dublin, Wesley disse: “(Sendo o dia de Páscoa) tivemos de fato uma
assembleia solene; muitas centenas de comunicantes pela manhã, e à tarde muito
mais ouvintes do que a nossa sala conteria, embora agora esteja
consideravelmente ampliada. Mais tarde, encontrei-me com a sociedade e
expliquei-lhes em geral o desígnio original dos metodistas, a saber, não ser um
partido distinto, mas incitar todos os partidos, cristãos ou pagãos, a adorar a
Deus em espírito e em verdade; mas a Igreja da Inglaterra em particular, à qual
pertenciam desde o início. Com esse ponto de vista, tenho continuado
uniformemente por cinquenta anos, nunca variando da doutrina da Igreja; nem de
sua disciplina, de escolha, mas de necessidade; assim, em um curso de anos, a
necessidade foi colocada sobre mim (como eu provei em outro lugar) 1) para
pregar ao ar livre; 2) orar extemporânea; 3) formar sociedades; 4) aceitar a
assistência de pregadores leigos; e, em alguns outros casos, usar os meios que
ocorreram, para prevenir ou remover males que sentimos ou temíamos”. [8]
Santidade,
o DNA metodista
Um
metodista do antigo carimbo, negando a si mesmo, tomando sua cruz e resolvendo
ser ‘totalmente cristão"
No sábado, 21 de
julho de 1773, Wesley cavalgou até Bilbrook, perto de Wolverhampton,
e pregou entre duas e três horas. “Daí seguimos para Madeley,
uma aldeia extremamente agradável, rodeada de árvores e colinas. Foi um grande
conforto para mim conversar mais uma vez com um metodista do antigo carimbo,
negando a si mesmo, tomando sua cruz e resolvendo ser ‘totalmente
cristão",[30] disse
Wesley.
Portanto, um real
metodista nega a si mesmo, toma a sua cruz e decide ser totalmente cristão.
Um exemplo foi
Thomas Vasey (1745-1826) era órfão e foi deserdado por um tio rico por causa de
sua associação com os metodistas.Vasey foi batizado em 25 de agosto de 1745 e
se tornou um pregador metodista itinerante, em 1776. [31]
“Em 1784, John
Wesley ordenou-o diácono e presbítero, juntamente com Richard Whatcoat, e enviou-os para a
América com Thomas Coke para estabelecer a
Igreja Metodista Episcopal.” [32]
De volta à
Inglaterra, em 1789 “retomou o trabalho itinerante, e continuou nele até 1811,
quando foi nomeado para realizar os serviços litúrgicos na Capela da Estrada da
Cidade”.[33]
Um estilo de vida
simples
“A
mão é muito bonita”
“Certa vez, quando
Wesley e um de seus pregadores itinerantes estavam almoçando em uma casa rica,
ocorreu um incidente que mostrou o tato do grande homem. A filha da casa, uma
bela menina, ficou muito impressionada com a pregação do Sr. Wesley. Enquanto conversava
com a jovem, o itinerante de Wesley notou que ela estava usando vários anéis;
Erguendo a mão dela para o Sr. Wesley ver, ele disse: ‘O que você acha deste
senhor, para a mão de um metodista?’ (A aversão de Wesley pelo uso de joias era
bem conhecida.) A menina corou e, sem dúvida, sentiu-se mal à vontade, mas com
o equilíbrio característico Wesley apenas sorriu e disse: ‘A mão é muito
bonita’. A moça apareceu no culto seguinte sem suas joias e tornou-se uma
cristã devota”.[34]
Amor e paz,
vestígios da religião interior
“Encontrei
apenas um”
Na quinta-feira, 3
de janeiro de 1740, Wesley disse: “Saí de Londres e na noite seguinte vim para
Oxford, onde passei os dois dias seguintes a examinar as cartas que tinha
recebido para os dezesseis ou dezoito anos passados. Quão poucos vestígios de
religião interior estão aqui! Encontrei apenas um entre todos os meus correspondentes
que declararam (o que bem me lembro, naquela época eu não sabia como entender),
que Deus havia ‘derramado seu amor em seu coração’ e lhe dera a ‘paz que excede
todo o entendimento’. Mas quem acreditou em seu relatório? Devo esconder uma
triste verdade ou declará-la para o benefício dos outros? Ele foi expulso de
sua sociedade como um louco; e, sendo renegado por seus amigos e desprezado e
abandonado de todos os homens, viveu obscuro e desconhecido por alguns meses, e
depois foi para Aquele a quem sua alma amava”.[35]
Volta às primeiras
obras
“O povo não virá,
ou, pelo menos, não no inverno”
Na segunda-feira,
5 de abril de 1784, Wesley teve uma grande surpresa: “Fiquei surpreso quando
cheguei a Chester e descobri que também a pregação matinal foi bastante deixada
de lado, por esta razão digna: ‘Porque o povo não virá, ou, pelo menos,
não no inverno’. Se assim for, os metodistas são um povo caído. Aqui está a
prova. Eles ‘perderam seu primeiro amor’, e nunca o recuperarão ou poderão
recuperá-lo até que ‘façam as primeiras obras".[36]
Influência de
metodistas
“Desde que os
metodistas vieram até aqui!”
Na terça-feira, 2
de junho de 1772, Wesley escreveu: “Fomos para New Orygan em Teesdale. O povo
estava profundamente atento; mas, penso eu, não profundamente afetado. Do topo
da próxima montanha enorme, tivemos uma vista de Weardale. É uma perspectiva adorável.
Os prados e campos verdes que se erguiam suavemente em ambos os lados do
pequeno rio, claros como cristal, foram polvilhados com inúmeras casinhas; três
em cada quatro dos quais (se não nove. em dez) surgiram desde que os metodistas
vieram até aqui. Desde aquela época, as bestas são transformadas em homens, e o
deserto em um campo frutífero”.[37]
Só os metodistas
não terão nada a ver com isso
“Tanto
quanto sempre”
No sábado, 17 de
agosto de 1776, Wesley escreveu: “Encontramos o Sr. Hoskins, em Cubert
(Cornualha), vivo, mas apenas cambaleando sobre o túmulo. Eu preguei à noite em
II Coríntios 5:1-4, provavelmente o último sermão que ele ouvirá de mim. Mais
tarde, perguntei se aquele escândalo da Cornualha, a pilhagem de navios
naufragados, ainda subsistia. Ele disse: Tanto quanto sempre; só os metodistas
não terão nada a ver com isso. Mas três meses desde que um navio naufragou na
costa sul, e os tinners apreenderam todas as mercadorias e até quebraram em
pedaços um novo ônibus que estava a bordo e levou cada sucata dele embora. Mas
não há como evitar essa vergonhosa violação de todas as leis, tanto da religião
quanto da humanidade?” [38]
Um povo de pé
“Mas eles não
diminuem em número; eles aumentam continuamente. Portanto, eles não são um povo
caído”
No dia 5 de agosto
de 1777, Wesley disse: “Na maioria dos lugares, os metodistas ainda são um povo
pobre e desprezado, trabalhando sob reprovação e muitos inconvenientes;
portanto, onde quer que o poder de Deus não esteja, eles diminuem. Com isso,
então você pode formar um julgamento seguro. Os metodistas em geral diminuem em
número? Então eles diminuem em graça; eles são um povo caído, ou, pelo menos,
um povo caindo. Mas eles não diminuem em número; eles aumentam continuamente.
Portanto, eles não são um povo caído”.[39]
Importância do
ensino
“Meninos
e meninas, selecionados de nossas escolas dominicais e ensinados com precisão”
No sábado, 19 de
abril de 1787, “seguimos para Bolton, onde preguei à noite em uma das casas
mais elegantes do reino, e para uma das congregações mais animadas”, disse
Wesley. “E isso eu devo confessar, não há tal conjunto de cantores em nenhuma
das congregações metodistas nos três reinos. Não pode haver; pois temos quase
uma centena desses agudos, meninos e meninas, selecionados de nossas
escolas dominicais e ensinados com precisão, como não são encontrados juntos em
nenhuma capela, catedral ou sala de música dentro dos quatro mares. Além disso,
o espírito com que todos cantam e a beleza de muitos deles se adequam tanto à
melodia que eu desafio qualquer um a excedê-la, exceto o canto dos anjos na
casa de nosso Pai”.[40]
Banda,
marca da raiz metodista
“Na
banda, era preciso tomar consciência da possibilidade da perfeição cristã e
aprender as disciplinas teológicas de sua busca”.[56]
Wesley acreditava
que o cristianismo primitivo poderia ser restaurado pela renovação da doutrina,
liturgia, disciplina e prática devocional precisas da igreja primitiva”.[57]
Parte da
organização dos metodistas tinha como modelo a prática da Igreja
Primitiva.
Havia um propósito
de Wesley em restaurar a doutrina e prática da Igreja Primitiva.
O objetivo
principal dos pequenos grupos era reunir “pessoas interessadas em buscar
seriamente o estudo de um viver santo”.[58]
As Bandas em
especial proporcionavam comunhão e a busca do perfeito amor.
As Classes
estimulavam com uma disciplina espiritual, a confissão, o desenvolvimento da
salvação e da santificação. Havia uma responsabilidade de uns com os outros.
Função central da
banda
Band (banda) foi
um meio para tornar os discípulos alcançar o perfeito amor. Foi o local ideal
para se buscar a santidade do coração.[59]
Uma função da
banda era o que Wesley chamou de "conversa próxima".[60]
Bands eram
pequenos grupos criadas para levar os metodistas ao perfeito amor.
Bands foram
importantes no processo de formação da organização metodista.[61]
“Além das reuniões
da Sociedade e da Classe, bandas de cerca de cinco pessoas do mesmo sexo e
estado civil se reuniram para confessar pecados e lutas específicas uns aos
outros. Estima-se que cerca de 1 em cada 4 metodistas participavam regularmente
de uma banda”.[62]
As principais
atividades dos bands “eram a confissão e a oração; o alvo deles era o
crescimento espiritual. Os bands eram homogêneos, de acordo com o modelo
morávio; havia band de mulheres, de homens e mesmo de rapazes (...).”[63]
As bandas eram
grupos comprometidos um com o outro e para a vida santa. Eles se reuniam para
ajudar uns aos outros no caminho da perfeição cristã. Estes eram grupos
"mais profundos da vida" e apenas cerca de um terço da típica
sociedade metodista entrou, ou foi convidado a integrar os bands de onde eles
compartilharam suas jornadas espirituais "sem reservas e sem
disfarce."
John Wesley chamou
isso de "conversa íntima". Ele sentia que o metodismo foi mais
próximo do ideal do Novo Testamento nas reuniões de bands.[64]
Wesley escreveu
cinco questões iniciais a serem utilizadas em cada reunião de bands:
1. Que pecados
conhecidos você cometeu desde nosso último encontro?
2.Que tentações
você sofreu?
3. Como você cedeu
a tentação?
4. O que você
pensou, disse ou fez, do que você dúvida se é pecado ou não?
5. Não tem nada
que você deseja manter em segredo?[65]
Propósito e
crescimento dos pequenos grupos
Para Wesley a
disciplina era fundamental nos pequenos grupos. Para ele, “a alma e o corpo
fazem um homem, o espírito e a disciplina fazem um cristão”[66].
Veja um exemplo do
propósito dos pequenos grupos em “Regras de Wesley para a Band-Sociedades”
elaborado 25 de dezembro de 1738.
O desígnio do
nosso encontro é para obedecer a essa ordem de Deus, "Confessai as vossas
culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados...”
Para este fim,
havia o seguinte propósito:
1. “Para se reunir
uma vez por semana, pelo menos.
2. Para chegar
pontualmente na hora marcada, sem alguma razão extraordinária.
3. Para começar
exatamente na hora, com canto ou oração.
4. Para cada um de
nós falar em ordem, livre e claramente, o verdadeiro estado das nossas almas,
com as falhas que cometemos em pensamento, palavra ou ação, e as tentações que
nós sentimos, desde nosso último encontro.
5. Para terminar
cada reunião com uma oração, adequada para o estado de cada pessoa presente.
6.Designar uma
pessoa entre nós para falar do seu próprio estado em primeiro lugar, e depois
pedir ao restante, em ordem, para falar sobre questões relativas ao seu estado,
pecados e tentações”.[67]
Um exemplo desse
propósito pode ser visto em 1746, numa sociedade em Londres.
“Em 1742, em uma
sociedade em Londres havia 426 membros, divididos em 65 classes. Dezoito meses
mais tarde essa mesma sociedade tinha 2200 membros, os quais estavam em
classes. Toda semana cada aluno era esperado para falar abertamente e
honestamente sobre o verdadeiro estado de sua alma.”[68]
Quais eram as
marcas principais das bandas?
“A franqueza e a
transparência foram consideradas mais fortes na banda. No que diz respeito ao
desenvolvimento teológico, na aula um estava em busca de se convencer de que
era realmente e um filho de Deus. Na banda, era preciso tomar consciência da
possibilidade da perfeição cristã e aprender as disciplinas teológicas de sua
busca”.[69]
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Citações
[2] https://www.unitedmethodistbishops.org/person-detail/2464107
[3] https://juicyecumenism.com/2021/08/20/john-wesley-church-fathers-identity-of-methodism/
[4] Idem.
[5] https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=2033
[6] A Revista de John Wesley, Editado
por Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit.
[7] Idem.
[8] A Revista de John Wesley, Editado
por Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit.
[30] https://www.visionofbritain.org.uk//travellers/J_Wesley/16
[31] https://www.biblicalcyclopedia.com/V/vasey-thomas-(1).html
[32] https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=2828
[33] https://www.biblicalcyclopedia.com/V/vasey-thomas-(1).html
[34] A Revista de John Wesley, Editado
por Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951,
op.cit.
[35] A Revista de John Wesley, Editado
por Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit.
[36] https://www.visionofbritain.org.uk/travellers/J_Wesley/19
[37] A Revista de John Wesley, Editado
por Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit.
[38] Idem.
[39] A Revista de John Wesley, Editado
por Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951,
op.cit.
[40] A Revista de John Wesley, Editado
por Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951,
op.cit.
[56] https://scholar.smu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1009&context=theology_ministry_etds
[57] https://www.jstor.org/stable/41179847 ·
Arquivo PDF
[58] Ibidem,
p.108.
[59]https://academic.oup.com/book/27734/chapter-abstract/197911662?redirectedFrom=fulltext
[60]https://belonggsumc.com/john-wesleys-small-groups-models-of-christian-community/
[61] LELIÈVRE,
Mateo. João Wesley, Sua vida e obra. Editora Vida, 1997, p.118.
[62]https://www.umc.org/en/content/the-method-of-methodism-expands-societies-and-the-new-room
[63] Existiam
diversas sociedades na Inglaterra. Wesley e outros líderes do Clube Santo
lideravam algumas, mas não necessariamente elas eram consideradas metodistas
(HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.103).
[64] http://blogs.nazarene.org/rev4/2011/04/02/the-bands.
[65] Idem.
[66]Obras-de
Wesley, vol. 2, pg. 2, pág. 204. 204:
www.goforthall.org/articles/jw_dscplshp.html.
[67] http://housechurch.org/miscellaneous/wesley_band-societies.html
[68] http://coregroups.org/threestrandmodel.html
[69] https://scholar.smu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1009&context=theology_ministry_etds
[70] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html
[71] Idem.
[72] Idem.
[73] Idem.
[74] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html
[75] Idem.
[76] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html
[77] Idem.
[78] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html
[79] Idem.
[80] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html
[81] Idem.
[82] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html
[83] Idem.
[1] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley, Ibidem, p.210.
[2] Na parte introdutória, já abordamos
sobre o conceito de identidade.
Relembramos a afirmação de Magali do Nascimento Cunha no livro Forjando uma Nova Igreja: ”Nunca se
falou tanto em identidade na Igreja Metodista (...). Falar de identidade e
tentar reafirmá-la é próprio dos momentos de crise, seja individual ou coletiva
(...). identidade não se preserva; identidade é um processo incessante de
construção: (...). Significa reler o passado com os olhos num processo de
construção identificando o que foi criado no passado (os traços de identidade
que ficam e os que foram abandonados), o que está sendo criado no presente
(frente aos desafios da realidade) e somar tudo isso ao projeto futuro (como o
que ainda não é que desafia o presente e o passado” (cf. CASTRO, Clovis Pinto
de - CUNHA, Magali do Nascimento. Forjando
uma Nova Igreja, São Paulo, Editeo, 2001, p.63-5). O Colégio Episcopal
reafirmou no Concílio Geral, em julho de 2001, a importância da nossa
identidade:“(...) somos desafiados/as a fortalecer a configuração da nossa
identidade e o sentido de nossa finalidade – a vocação para a qual fomos chamados”
(COLÉGIO ESPISCOPAL. “O futuro do metodismo no Brasil” em Avante, Rio de Janeiro, Fé&Nexo, agosto 2001, p.3).
[3]
Em seu livro Explicação Clara da
Perfeição Cristã, publicado pela Imprensa Metodista, 1984, Wesley afirma:
“Convém observar que este sermão foi o primeiro de todos os meus trabalhos a
ser publicado. Este era o conceito de religião que tinha e não hesito em
chamá-la pelo termo Perfeição” (Ibidem, p.11).
[4]
WESLEY, João. Trechos do diário de João
Wesley. Ibidem, p.215.
[5]
No seu diário, em 2 de janeiro de 1787, Wesley comenta sobre um fato em
Depford:” (...) A maioria dos homens de influência na Sociedade se achava
zangada porque queria separar-se da Igreja. Esforcei-me para raciocinar com
eles, mas em vão; não tinha bom senso nem até boas maneiras. Finalmente, depois
duma reunião de toda a Sociedade, eu lhes disse: ’Se vós estais resolvidos,
podereis ter culto nas horas da Igreja; mas ficai sabendo que dessa hora e m
diante, não vereis mais a minha face’. Esta expressão feriu profundamente; também daquela hora em
diante não se ouviu mais acerca da separação da Igreja” (WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley.
Ibidem, p.208).
[6] Mateo Lilièvre, em seu livro João Wesley - sua Vida e Obra, p.349,
cita diversos autores que realçam o caráter de Wesley. Uma de suas citações é
de Lecky, historiador inglês, séc.
XVIII, onde ele diz que "nada mais injusto do que atribuir a Wesley a
ambição do cismático ou os instintos subversivos do revolucionário"
(England Intre Eighthenth Century, tomo II, p.632).
[7] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley, Ibidem, p.36.
[8]Na Introdução citamos opiniões de
diversos historiadores e teólogos sobre o revival, o reavivamento ou avivamento
metodista no século XVIII.
[9]LEITE, Nelson Luiz Campos. Como alcançar o genuíno avivamento.
Exodus Editora, 1997, p.19. Báez Camargo afirma que “o metodismo não foi outra
coisa, senão a expressão do ímpeto de constante renovação espiritual (...) O
avivamento evangélico do século XVIII; tal é a expressão de que se servem os
historiadores para designar o metodismo” (Gênio
e Espírito do Metodismo Wesleyano.
São Paulo: Imprensa Metodista, 1986, p.17). Welliston Walker fala em
“Reavivamento na Igreja Católica” e
“Reavivamento Evangélico na Grã-Bretanha” (História da Igreja Cristã. 2 v.
ibidem, p.102 e 201). A expressão “aviva” e depois “reaviva” foi retirada de Habacuque 3.2: “ Aviva a Tua
obra, ó Senhor”.
[10] CAMARGO, Gonzalo Baez. O desafio de João Wesley aos metodistas
de hoje. São
Paulo:Setor Gráfico do I.M.S., Terceira Região Eclesiástica, maio de 1986, p.4.
[11] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.130.
[12] No Contexto
Político, Contexto Social e Contexto
Religioso, no Capítulo 2, abordamos em que ambiente ocorreu o avivamento
metodista.
[13]FLORISTÁN,Casiano; TAMAYOS, Juan
José.Conceptos fundamentales del
cristianismo. Ibidem, p.485). Dentro da experiência
carismática, os estudiosos afirmam: “(...). Nesse sentido interpreta a teologia
de tais experiências como experiências de revelação através das quais Deus têm
conduzido a humanidade a um melhor conhecimento de sua existência, sua vontade
e seu desígnio para com os homens” (Ibidem., p.487).
[14]Desde
1670, as sociedades religiosas haviam feito sérias tentativas de ter um
reavivamento espiritual. O reavivamento de Gales começou em meados da década de
1730 e um reavivamento procedeu Wesley tanto em Cornwall como na Escócia
(HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.97).
[15]
Wesley cita em seu diário vários exemplos de pessoas que haviam alcançado a
perfeição cristã, entre elas, miss Berresford.
Ela é citada como modelo de
piedade e de atividade. Sua palavra: “Conta, peço-te, dize a todos que a
perfeição é conseguível (...) Manda dizer ao Sr. W. que sinto não ter crido
mais cedo na doutrina da perfeição cristã (Ibidem, p.125-6)”.
[16]
WESLEY, João. Trechos do diário de João
Wesley. Ibidem, p.125.
[17] O mesmo Mateo Lelièvre diz que "Wesley
era ainda mais organizador que pregador, e tão grandioso nesse sentido que
nenhuma outra pessoa de seu século se iguala a ele" (Ibidem, p.354). Richard Heitzenhater
afirma que Wesley tinha a habilidade de prosperar em períodos de crise e
confusão (Wesley e o Povo Chamado Metodista, Ibidem.p.48).
[18]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2
v., ibidem, p.352.
[19]
Ibidem, p.352.
[20]
Ibidem, p.354. Obras de Piedade consistiam em oração, participar da Ceia do
Senhor, estudar as Sagradas escrituras, jejuar, etc. As Obras de Misericórdia
consistiam em vestir os nus, alimentar os famintos, visitar aos presos, dar
pousada ao peregrino, etc.
[21]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. 1
v., ibidem, p.163.
[22] SALVADOR, José Gonçalves. Arminianismo e Metodismo. São
Paulo:Imprensa Metodista, JGEC, [s.d.], p. 19-28.
[23] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p. 31.
[24] WALKER, Welliston, Ibidem, p. 134. O
primeiro a reagir ao rigor calvinista foi o erudito holandês Dirck Coornhert
(1522-1590), entretanto essa reação alcançou expressão plena com Jacó ou
Jacobus Arminius.
[25] SALVADOR.José Gonçalves. Arminianismo e Metodismo, Ibidem, p.22.
[26] Ibidem, p.28.
[27] Ibidem.
[28] A Confissão de Westminister foi
redigida em 1643 pela Assembléia de Clérigos ao qual fora confiada a tarefa de
organizar o New Establishment
(BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja
Cristã. São Paulo: Imprensa Metodista, ASTE, 1967, p.278).
[29]BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo: Imprensa Metodista, ASTE,
1967, p. 278-9.
[30] Também chamado de Jacobus Arminius
(BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja
Cristã, Ibidem, p. 305).
[31] WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã. 2 v. São Paulo: ASTE, 1967, p. 15.
[32] Ibidem, p.135.
[33] Ibidem.
[34] O Sínodo de Dort, 1618, condenou os
pontos de vista dos arminianos, que foram obrigados a deixar a Igreja
Reformada. Nos “Cinco Artigos” condenados
pelo Sínodo está dito: I. Que Deus, por um eterno e imutável plano em
Jesus Cristo, seu Filho, antes que fossem postos os fundamentos do mundo,
determinou salvar, de entre a raça humana que tinha caído no pecado – em
Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo (...). II. Que, em concordância
com isto, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, morreu por todos (...). III. Que o
homem não possui por si mesmo a graça salvadora (...) mas que é necessário que
por Deus em Cristo e através de seu
Santo espírito seja gerado de novo e renovado em entendimento, afeições
e vontade (...). IV. Que esta graça de Deus é o começo, a continuação e o fim
de todo o bem; de modo que nem mesmo o homem regenerado pode pensar, querer ou
praticar qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação para o mal sem a graça
precedente (ou preveniente) que desperta, assiste e coopera (...). V. Que
aqueles que são enxertados em Cristo por uma verdadeira fé, e que assim foram
feitos participantes de seu vivificante Espírito, são abundantemente dotados de
poder para lutar contra Satã, o pecado, o mundo e sua própria carne, e de
ganhar a vitória (...). (BETTENSON, Henry, Ibidem, 305-6).
[35] WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã. 2 v. São Paulo: ASTE 1967, p. 136.
[36] Ibidem.
[37] SALVADOR, José Gonçalves. Arminianismo e Metodismo. São Paulo: Igreja Metodista do Brasil,
[s.d], p. 51.
[38]
Ibidem.
[39]
Ibidem, p.63.
[40]
Ibidem., p.61-2.
[41]
Ibidem., p.62.
[42]
WALKER, John. A História do Avivamento
Morávio. Goiás: [s.ed.]. 1978, p. 2.
[43]“Armínio
discordava tanto de Agostinho como de Calvino, quando negava ter o homem ficado
reduzido pelo pecado à inatividade. Houve algo que o homem não perdeu. Ainda
lhe resta a capacidade de responder à graça de Deus e aceitá-la ou recusá-la.
Noutras palavras: ainda possui liberdade e volição e, assim, é responsável pela
sua decisão” (SALVADOR, José Gonçalves, Ibidem, p.41).
[44]
No IV artigo de Jacobus Arminius, condenado pelo Sínodo de Dort, está dito:”
Que esta graça de Deus é o começo, a continuação e o fim de todo o bem; de modo
que nem mesmo o homem regenerado pode pensar, querer ou praticar qualquer bem,
nem resistir a qualquer tentação para o mal sem a graça precedente (ou
preveniente) que desperta, assiste e coopera (...). Que aqueles que são enxertados em Cristo por
uma verdadeira fé, e que assim foram feitos participantes de seu vivificante
Espírito, são abundantemente dotados de poder para lutar contra Satã, o pecado,
o mundo e sua própria carne, e de ganhar a vitória (...)”.
[45] BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E. Coletânea da Teologia de João Wesley. Ibidem, p. 54.
[46]
CÂNONES da Igreja Metodista, Ibidem, p.36.
[47]
WESLEY, João. Explicação clara da
Perfeição Cristã, ibidem, p.125.
[48]
______. Sermões de Wesley. 1 v.,
ibidem, p.213.
[49]
“A revista wesleyana passou a denominar-se, desde 1778, ‘A Revista Arminiana’
(The Arminian Magazine). É digno de nota que o primeiro artigo publico no
volume de 1792 é a tradução do escrito de Armínio, intitulado ‘O julgamento de
Armínius acerca dos decretos divinos’ (SALVADOR, José Gonçalves, Ibidem,
p.77)”.
[50] BURTNER, Robert
W. ; CHILES, Robert E.,Ibidem, p. 160.
[51] Ibidem, p.
147.
[52] WALKER,
Welliston, Ibidem, p.83.
[53] Ibidem.
[54] Ibidem, p. 84.
[55] Este artigo 4º afirma: “O Espírito
Santo, que procede do Pai e do Filho, é da mesma substância, majestade e glória
com o Pai e com Filho, verdadeiro e eterno Deus” (CÂNONES da Igreja Metodista,
Ibidem, p.34).
[56] Este artigo diz : “O pecado original
não está em imitar Adão, como erradamente dizem os Pelagianos, mas é a
corrupção da natureza de todo descendente de Adão, pela qual o homem está muito
longe da retidão original e é de sua própria natureza inclinado ao mal e isto
continuamente” (CÂNONES da Igreja Metodista, Ibidem, p.36). “Pelágio era um
monge inglês, possivelmente, de origem irlandesa. Em 400 veio a Roma e ficou
chocado com o baixo nível da península itálica. Achando que havia necessidade
de um esforço moral mais acentuado, chocou-se com a oração de Santo Agostinho:
‘Concede-me, Senhor, o que tu exiges, e manda o que for de teu agrado. ’Sua
doutrina, parece não Ter provocado distúrbios antes de sua ida `a África após o
saque de Roma” (BETTENSON, Henry. Documentos
da Igreja Cristã, ibidem, p.87).Ele acredita que o homem podia permanecer
sem pecado. Com isso, ele dizia glorificar a Deus “já que reconhecemos que dEle
nos vem esta dádiva e este poder” (BETTENSON, Henry, Ibidem, p.88).
[57] Obras de superrogação significa: “As
obras voluntárias que não se achem compreendidas nos mandamentos de Deus, as
quais se chamam de obras de superrogação, não se podem ensinar sem arrogância e
impiedade; pois, por elas, declaram os homens que não só rendem a Deus tudo
quanto lhe é devido, mas também de sua
parte fazem ainda mais do que devem, embora Cristo claramente diga: ´Quando
tiverdes feito tudo o que se vos manda, dizeis: Somos servos inúteis” (CÂNONES
da Igreja Metodista. Ibidem, p.37).
[58] Este 14º artigo afirma: “A doutrina
romana do purgatório, das indulgências, veneração e adoração, tanto de imagens
de relíquias, bem como a invocação dos santos, é uma invenção fútil, sem base
em nenhum testemunho das Escrituras e até repugnantes à Palavra
de Deus (CÂNONES da Igreja Metodista.
São Paulo: Associação Religiosa Imprensa da Fé, 1998, p. 38)
[59]
CÂNONES da Igreja Metodista. Ibidem, p.33-43.
[60]
Além da Tradição Cristã, Razão, Escritura e Experiência Espiritual, a Criação
Natural também estava incluída nas Cinco Fontes do Conhecimento Espiritual.
Para Wesley, “Toda Escritura é inspirada por Deus” (BURTNER, Robert W.; CHILES,
Robert E., Ibidem, p.20). Sobre a importância da razão, ele diz: “o Filho de Deus começa a sua obras no homem
capacitando-nos a crer nele. Ele abre e alumia os olhos de nosso entendimento”
(Ibidem,p.23). Segundo Wesley, o
Testemunho do Espírito, a Experiência Espiritual é “a evidência mais forte da
verdade do cristianismo” (Ibidem, p.30). Sobre a importância da tradição
cristã, ele diz: “ (...) Clemente Romanus, Inácio, Policarpo, Justino Mártir,
Irineu, Origenes, Clemente Alexandrinus, Cipriano, aos quais eu acrescentaria Macarius
e Efraim Syrus (...). Reverencio muito estes cristãos com todas as suas falhas
porque vejo tão poucos cristãos atualmente; porque leio tão pouco nos escritos
dos últimos tempos e ouço tão pouco de cristianismo genuíno, e porque a maioria
dos cristãos modernos (assim chamados) não contentes com o serem totalmente
ignorantes a respeito do cristianismo têm profundos preconceitos contra ele
chamando-o ‘entusiasmo’ e não sei mais o que” (BURTNER, Robert W.; CHILES,
Robert, Ibidem, p.35-6). Sobre a Criação Natural, Wesley diz: “Assim todas as
partes da natureza nos conduzem ao Deus da natureza” (Ibidem, p.37).
[61] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p. 320.
[62]
MARQUARDT, Manfred. Redescobrindo o
Sagrado. São Paulo: Editeo, 2000, p.18.
[63] BURTNER Robert; CHILES, Robert, Ibidem, p.29.
[64]Ibidem,
p. 31.
[65]
Ibidem, p.25.
[66]
Ibidem, p.27.
[67]
Ibidem.
[68]
KLAIBER Walter; MARQUARDT, Manfred, Ibidem, p.270.
[69]
CÂNONES da Igreja Metodista, Ibidem, p.37.
[70]
WESLEY, João. Sermões de Wesley.
Tradutor Nicodemus Nunes. v 1. São Paulo: Imprensa Metodista, 1953, p.36.
[71]
Ibidem, p.112.
[72]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. 1
v., ibidem, p.376.
[73]
Ibidem, p.377.
[74]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2 v., ibidem, p.252.
[75] WALKER, Welliston,.Ibidem, p.214.
[76] Ibidem.
[77]
Ibidem.
[78]
O Plano de Pacificação determinava:
“O sacramento da ceia do Senhor não será administrado em qualquer capela a não
ser que o permitam a maioria dos depositários desta capela, dos ecônomos e
líderes dela (sendo eles os mais qualificados para darem a opinião do povo).
Contudo, em todos os casos se deverá
obter primeiramente o consentimento da Conferência... Previsto que, em todas as
capelas em que a ceia do Senhor já tem sido pacificamente administrada a sua
administração continuará para o futuro... Concordamos em que a Ceia do Senhor
seja administrada entre nós somente nos domingos à tarde, exceto lá onde a
maioria dos ecônomos e líderes desejarem que seja, nos horários
eclesiásticos... Contudo, nunca será administrada naqueles domingos em que é
administrada na igreja paroquial. A ceia do Senhor deverá sempre será
administrada na Inglaterra segundo a
forma da Igreja estabelecida; mas a pessoa que a administra terá a
liberdade de anunciar hinos, usar a exortação e a oração extemporânea. Onde
quer que na Inglaterra o serviço divino é celebrado no dia do Senhor, em
horários eclesiásticos, o pregador oficiante deve ou ler o ritual da Igreja – a
abreviação feita por nosso venerável pai – ou pelo menos as leituras marcadas
pelo calendário. Portanto, recomendamos quer o serviço plenos quer a
abreviação. A nomeação dos pregadores mencionados no título arrolado, e seus
sucessores, são as únicas pessoas legais que constituem a Conferência. E
pensamos que os irmãos mais jovens não têm razão em objetar a essa proposição,
visto que são regularmente eleitos segundo a idade” ( BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã, ibidem, p.
293).
[79]WALKER,
Welliston, Ibidem.
[80] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.318.
[81] WALKER,
Welliston, Ibidem, p.190.
[82] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p.19.
[83]WALKER,
Welliston, Ibidem, p.190.
[84] Ibidem.
[85] Ibidem.
[86] A Guerra dos trinta anos foi entre
católicos e protestantes, na Europa, e começou na Boêmia. WALKER,
Welliston, ibidem, p.125.
[87] Ibidem, p.
191.
[88] Ibidem.
[89] Ibidem.
[90]SPENER. Philipp
Jacob. Pia Desideria. Imprensa Metodista, Ciências da Religião, 1985, p.25.
[91] Ibidem, p.27.
[92] Ibidem, p.56-80.
[93] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p. 20.
[94] SPENER,
Philipp Jacob. Pia Desideria. Ibidem, p.73.
[95]Spener
foi acusado de heresia. “Falsamente, como demonstrando afastamento intencional
dos padrões luteranos; mas com verdade no sentido de que seu espírito e ideais
eram inteiramente distintos da ortodoxia luterana da hora” (WALKER, Welliston,
Ibidem, p.192).
[96] Ibidem. p.192.
[97] Ibidem, p.194.
[98] BURTNER, Robert W. ; CHILES, Robert E. Ibidem,
p.28-3.
[99]
HEITZENHATER, Richard, Ibidem, p. 69.
[100]
HIÁRIO Evangélico, hino 413, Imprensa
Metodista, 1985, p. 246.
[101]Hinário Evangélico
é uma coleção de hinos publicados e utilizados pela Igreja Metodista.
[102]
Ibidem, hino 226, p. 166.
[103]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2
v., ibidem, p.348.
[104]
Ibidem, p.348.
[105]
WESLEY, João. Explicação clara da
perfeição cristã. Ibidem, p.88.
[106] WALKER, Welliston, Ibidem, p. 190.
[107]
Ibidem, p. 233.
[108] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.19.
[109]
No quinto capítulo abordaremos o compromisso social dos metodistas.
[110]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2
v., p,.354.
[111]
A ênfase de Wesley nos Atos de Misericórdia remonta às Sociedades religiosas
que “também estimulavam algumas causas de caridade” (HEITZENHATER, Richard P.,
Ibidem, p.23). Heitzenhater afirma que “trabalhando com os pobres, as
sociedades pretendiam, não tanto melhorar seu nível de vida num sentido
econômico, mas melhorar suas vidas num sentido moral e espiritual” (Ibidem,
p.23). Samuel Wesley, pai de Wesley, foi influenciado pela SPCK (Sociedade para
a propagação do Evangelho) e tentou organizar uma sociedade em Epworth (Ibidem,
p.27). Cinco das catorze regras que ele escreveu se referem à caridade (Ibidem,
p.29).
[112]
KLAIBER Walter; MARQUARDT, Manfred, Ibidem, p.302.
[113] Só a Alemanha teve um decréscimo de
mais de 10 milhões de pessoas. Os campos foram desvastados e as indústrias
destruídas ( WALKER, Welliston, Ibidem, p. 130).
[114] WALKER, John. Sangue e Fogo, A História do Avivamento
Morávio. Rubiataba,
Goias:[s.ed],1978, p.1.
[115] WALKER,
Welliston, Ibidem, p. 198.
[116] WALKER, John. Sangue e Fogo, Ibidem, p. 2
[117]Casiano Floristán afirma que a experiência mística é interior,
imediata, simples, passiva e frutífera, que têm lugar em nível de consciência.
Já a experiência carismática inclui fenômenos como visões, audições (Conceptos Fundamentales del Cristianismo, Ibidem, p. 486-8).
[118] WALKER, John. Ibidem, p. 3-4.
[119] TUCKER, John T. Compêndio de História de Missões. Lisboa: [s.ed.], 1954, p.170.
[120] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p.60.
[121] Ibidem, p.73.
[122] WALKER, John,
Ibidem, p. 6.
[123]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2 v,
p,.445.
[124]
Wesley temia o mar e nunca havia estado em um navio. Diante da tempestade, ”A
nua realidade da morte iminente mostrou a fragilidade do senso de segurança de
Wesley (...) A terceira e pior tempestade, apenas uma semana antes de avistarem
a terra, levou Wesley à ‘submissão à sábia, santa e graciosa vontade de Deus’;
e também abriu seus olhos para a profundidade da fé dos moravianos alemães que
estavam a bordo” (HEITZENHATER,
Richard P.,Ibidem, p.58-9).
[125] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p. 59.
[126]
Ibidem, p. 76.
[127]
Ibidem.
[128]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. v 2,
ibidem, p.355-6.
[129]HEITZENHATER, Richard
P., Ibidem., p.78.
[130]
Ibidem, p.79;
[131]
RUMBLE, L. “Os Metodistas” em Vozes em
defesa da fé. Petrópolis:Editora Vozes Limitada, 1959, p.30.
[132] KLAIBER, Walter; MARQUARDT, Manfred,
Ibidem, p. 302.
[133] Em 1739, com tendências morávias,
Philip Henry Molther, passou a ensinar nas sociedades de Londres que não haviam
meios de graça e sim Cristo. Eles deveriam permanecer "quietos",
diante do Senhor. Essa "teologia sublime" era contrária "a tudo
em que Wesley há muito tempo cria e praticava". Wesley exortou as
sociedades a esperarem no Senhor em todas as sua ordenanças (HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p.106).
[134] Ibidem, p. 84.
[135] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p.106.
[136] Ibidem, p. 106.
[137] WESLEY, João. Sermões de Wesley. v.2, ibidem, p.174.
[138]
_______._______. 1 v., p.258. Por pecado, Wesley entende como “toda tendência
pecaminosa, paixão ou afeição, tais como orgulho, obstinação, amor ao mundo, de
qualquer espécie ou grau; cobiça, ira, impertinência; qualquer disposição
contrária à mente que havia em Cristo” (Ibidem, p.258-9.)
[139]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. v.1,
ibidem, p.262.
[140]
Ibidem, p.270.
[141]
Ibidem, p.262.
[142]HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p.106.
[143]
Ibidem, p.154.
[144]
Nesta publicação, ele “responde à acusação de Church de que Wesley
compartilhava de muitos dos mesmos problemas que havia colocado aos pés dos
moravianos no Journal, tais como
negar qualquer valor às boas obras (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.154)”.
[145]
Apesar de Wesley apreciar a profunda piedade dos moravianos, ele se preocupava
com seu antinomianismo, ou seja, ética que dispensa a lei (HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p.154).
[146] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 155.
[147]
WESLEY, João. Explicação clara da
Perfeição Cristã, Ibidem, p.112.
[148]
______. Sermões de Wesley. 2 v.,
p,.445.
[149]HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 143.
[150]
No Capítulo 2, no Contexto Religioso,
o Puritanismo é também citado.
[151] REILY, Duncan Alexander. “O culto do
Protestantismo Puritano-Pietista” em O culto Protestante no Brasil., Estudos de
Religião 2, São Paulo: Imprensa Metodista,1985,
p. 91.
[152] JONES, D.M.Lloyde. Os Puritanos. São Paulo: Publicações
Evangélicas Selecionadas, 1993, p.249-0.
[153] Ibidem, p.282.
[154] Ibidem, p.277.
[155] LILIÉVRE, Mateo, Ibidem, p.8. O rei
Henrique VIII havia mudado a Inglaterra do catolicismo para o anglicanismo .
Seu filho Eduardo VI, a reforma religiosa prosseguiu, mas quando Maria Túdor
assumiu o poder, iniciou uma perseguição aos protestantes (Ibid, p.8). Maria
perseguiu ao Arcebispo Cranmer, por ele ter declarado sem valor o casamento de
sua mãe (WALKER, Welliston, Ibidem, p.91).
[156] MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O Celeste Porvir, Ibidem, p. 35.
[157] JONES, D.M.Lloyde, Ibidem, p. 251.
[158] Ibidem, p.267.
[159]
WALKER, Welliston. História da Igreja
Cristã. 2 v. Ibidem, p. 139.
[160]
Ibidem, p. 141.
[161] HILL, Christopher, Ibidem, p. 52-3.
[162]
VIDLER, Alec R, Ibidem, p. 137.
[163]
HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 17.
[164] MENDONÇA, Antônio Gouvêa, Ibidem, p.
41.
[165] “Antão, o fundador do monaquismo
cristão, nasceu em Koma, no Egito central, por volta de 250, de cêpa nativa
(copta).Impressionado pelas palavras de Cristo, ao moço rico, desfez-se de suas
posses e, por volta de 270, encetou vida de ascese em sua vila natal. Quinze
anos mais tarde, dedicou-se à vida solitária, tornando-se eremita. (...)
Jejuava, praticava a mais severa abnegação e orava constantemente, Cria que
vencendo a carne, se aproximaria cada vez mais de Deus. Antão em breve teve
muitos imitadores (....).O primeiro grande aperfeiçoador do monaquismo foi
Pacômio. (...) fundou o primeiro mosteiro cristão, em Tabenísi, no Sul do
Egito, por volta de 315-320” (WELLISTON, Walker. História da Igreja Cristã. v 1, Ibidem, p.182-3).
[166]
WEBER, Max. A Ética Protestante e
o Espírito do Capitalismo, Ibidem, p. 125.
[167] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p. 21.
[168] KLAIBER, Walter; MARQUARDT, Manfred, Ibidem, p.150.
[169] Ibidem.
[170] Ibidem, p.151.
[171] Ibidem.
[172] Ibidem, p.152.
[173] Ibidem, p.153.
[174] KLAIBER, Walter; MARQUARDT, Manfred,
Ibidem, p.153.
[175] Ibidem, p. 26.
[176] LILIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.84.
[177] Ibidem.
[178] Ibidem, p.33.
[179] “Samuel e Susanna vieram de um
background não-conformista. Como já vimos, o pai de Samuel (John Wesley) tinha
sido destituído de sua paróquia pelo bispo de Bristol no século dezessete.
Susanna era filha de Samuel Annesley, um conhecido ministro não-conformista”
(HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.26).
[180]
BURTNER, Robert; CHILES, Robert. Coletânea
da Teologia de João Wesley, ibidem,p.264-6.
[181] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley, Ibidem, p.115.
[182] HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p.248.
[183]
REILY, Duncan Alexander. Fundamentos
doutrinários do Metodismo brasileiro. Ibidem, p.61.
[184]
HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p. 248.
[185]
Ibidem, p. 230.
[186]
REILY, Duncan Alexander. Fundamentos
doutrinários do Metodismo brasileiro. Ibidem, p.47.
[187] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.
230.
[188] Ibidem, p.248.
[189] REILY, Duncan Alexander. Wesley e sua
Bíblia. São Paulo: Editeo, 1997, p.39.
[190] REILY, Duncan Alexander. Fundamentos
doutrinários do Metodismo brasileiro. Ibidem, p.61.
[191] HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p.
248.
[192] Ibidem, p. 230.
[193]
https://hannahadairbonner.com/tag/john-wesley/
[196]
https://www.seedbed.com/key-leaders-of-the-wesleyan-movement/
[197]HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 248.248.
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