Metodista Raiz

 

Baseado nos textos de Wesley

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

 

 

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Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro de 1998. 

Autor das notas: João Wesley

Editor deste texto e autor do livro: Odilon Massolar Chaves

Livros publicados na Biblioteca Digital Wesleyana: 354

Livros publicados pelo autor: 464

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Tradutor: Google

Toda glória a Deus!

Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

Declaração de direitos autorais: Esses arquivos são de domínio público e são derivados de uma edição eletrônica que está disponível no site da Biblioteca Etérea dos Clássicos Cristãos.[1]

 

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Índice

 

·       Introdução

·       A formação da Identidade Metodista

·       A herança doutrinária

·       A Dispensação Extraordinária da Providência de Deus

·       O metodismo e o cristianismo primitivo

·       A raiz do metodismo

·       Santidade, o DNA metodista

·       Banda, marca da raiz metodista

·       Citações

 

 

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Introdução

 

Metodista Raiz” é um livro fundamentado nos ensinos de João Wesley.

É uma coletânea de textos de minha autoria publicado em outros livros com adaptações para o tempo atual. Uma boa parte está baseada na tese de doutorado sobre o avivamento de Wesley na Inglaterra.

Vivemos um tempo em que é necessário voltar às raízes wesleyanas de uma forma urgente. Tempos de personalismo, individualismo, extremismo, modismo, insubmissão e interesses pessoais, na maior parte, que fogem aos princípios bíblicos e wesleyanos.

“Metodista raíz” é aquele e aquela que mantêm a originalidade da doutrina e prática wesleyana que vêm de Wesley acreditando firmemente que Deus levantou o povo metodista para reformar a Igreja e espalhar a santidade bíblica por toda a terra.

Santidade entendida como uma vida plena de amor a Deus e ao próximo e livre do domínio do pecado.

Homens e mulheres que se deram tanto pelo Evangelho e pelas ideias do metodismo. Homens e mulheres que foram destemidos e cheios de amor.

O “Metodista raíz” está sempre também aberto ao novo de Deus visando utilizar os diversos meios disponíveis para transmitir a mensagem salvadora de Jesus baseada nos Evangelhos.

Existe uma beleza na história e propósito do metodismo que temos que retomar e ensinar.

Um livro para reflexão para retomada à raiz do metodismo.

 

O Autor

 

 

A formação da Identidade Metodista

 

   

“Olhai ao vosso redor, não podeis ser admitidos na Igreja ou Sociedade dos Presbiterianos, Anabatistas, se não aceitardes as mesmas opiniões deles, e vos conformardes com a  mesma adoração. Só os Metodistas é que não insistem em que tenhais as mesmas opiniões, mas pensam e deixam pensar.” [1]

 

                                          (João Wesley)

 

Este capítulo pretende mostrar as raízes da formação da identidade metodista,[2] as doutrinas que moveram Wesley e os principais líderes do movimento que influenciou a classe operária inglesa e a vida religiosa na Inglaterra. Este capítulo é o coração da tese, onde estão expostos algumas das ideias, conceitos e doutrinas que levaram o metodismo a ser um forte movimento espiritual no século XVIII, especialmente na Grã-Bretanha e na América do Norte.

São diversas as heranças doutrinárias que influenciaram na formação do metodismo. Wesley herdou desde  sua formação familiar o paradigma da santidade ou perfeição[3]. Sua visão tendia sempre para este lado. Em seu Diário, em 1765,  ele cita as leituras dos livros Santo viver e morrer,  do Bispo Taylor, em 1725, e Perfeição Cristã, de Law, em 1927, quando ele tomou a decisão de ser inteiramente devotado a Deus.[4]

Wesley encontrou, especialmente no Pietismo, Puritanismo e Arminianismo uma forte base para sustentar suas pregações e práticas visando a santificação.

Wesley não teve a intenção de criar a Igreja Metodista[5]. Nada foi programado para se criar uma nova Igreja na Inglaterra do século XVIII, nem Wesley se rebelou contra a Igreja Anglicana.[6] Em seu diário, ele escreveu sobre a posição doutrinária metodista, referindo-se ao diálogo com um clérigo anglicano:

 “Um clérigo sério desejava saber em que pontos nós (os Metodistas) nos diferenciávamos da Igreja Anglicana? Respondi: ´que eu saiba, em nada; as doutrinas, que nós pregamos, são as doutrinas da Igreja Anglicana; deveras, as doutrinas fundamentais da Igreja se encontram tanto nas orações como nos artigos e homilias.”[7]

Para alguns estudiosos do metodismo,[8] foi o Espírito Santo quem moveu corações e abriu as portas para o surgimento do Movimento ou Avivamento Metodista. No centro do avivamento está a vida:

 “(...) avivar significa trazer-se novamente à vida. Ilustrativamente significa fazer uma pessoa morta a massagem cardiológica necessária para voltarem os batimentos do coração (...) É algo semelhante ao narrado em Ezequiel 37.1-14. A ação do Espírito divino no vale de ossos secos, simbólico ao povo de Israel.” [9]

 Mas o que foi o avivamento metodista?

Segundo Gonzalo Baez Camargo, o movimento metodista foi, antes de tudo, um avivamento evangelístico:

“O quer dizer isto? Simplesmente um retorno à experiência e doutrina da salvação pela graça livre e universal de Deus, em Cristo Jesus e ao gênero (tipo) de vida e obras cristãs que procedem dessa experiência.”[10]

Wesley interpretava teologicamente esse mover do Espírito como tendo objetivos claros. Em 1762, ele escreveu:

 “O dia de Pentecostes não chegou ainda na sua plenitude; mas não duvido que venha; e então você verá tantas pessoas santificadas como justificadas.”[11]

O Avivamento Metodista ocorreu dentro de uma grave crise social, na Inglaterra, com a Revolução Industrial[12] e não foi um movimento isolado. Havia também um mover do Espírito[13] em diversas partes, como em Gales e na Escócia, na década de 1730. [14]

As experiências de santificação no meio do povo metodista[15] confirmavam e motivavam Wesley a prosseguir na caminhada  de transformar a sociedade, Igreja e espalhar a santidade bíblica. Em 1757, ele registrou em seu Diário um dos casos em que alguém alcançou a perfeição cristã:  “Conta, peço-te, dize a todos que a perfeição é conseguível, e exorta a todos que a busquem (...)”.[16]

 Por mais que tenha havido uma participação ampla, muito se deve ao gênio organizador de Wesley.[17]

Essa visão messiânica e prática de Wesley o levaram a experimentar diversos avivamentos no meio do povo chamado metodista, que teve como consequência um compromisso social com o povo inglês dentro da revolução industrial que ocorria na Inglaterra. As chamadas Obras de Misericórdia ensinada por Wesley eram praticadas por aqueles que tinham fé.[18]

 Dentro da compreensão de Wesley, todos os que eram justificados pela fé deveriam ser zelosos de boas obras[19] e para haver santificação, o que creu deveria praticar boas obras. E as obras necessárias à santificação deveriam ser as Obras de Piedade e Obras de Misericórdia.[20]

 Toda essa dinâmica é obra do Espírito Santo: “O Espírito lhes ensina a amar a Deus e ao próximo com um amor que é semelhante a uma ‘fonte que jorra para a vida eterna”. [21]

A herança doutrinária colocou um firme alicerce no movimento metodista do século XVIII. Wesley soube reter o que era bom dos diversos movimentos e grupos.

Mas quais foram os movimentos espirituais que deram ao metodismo suas principais ênfases doutrinárias?

 

A herança doutrinária

 

João Wesley foi influenciado em sua prática espiritual pelo Arminianismo,[22] Puritanismo, Moravianos e Pietismo, que enfatizavam mais o aspecto emocional, o moralismo e a vida devocional com Deus. Dentro das contribuições da época para a formação da identidade metodista estes grupos tiveram uma parcela importante na vida dos primeiros líderes.

.“A busca de Wesley, durante esse período, de uma compreensão mais significativa das exigências do viver cristão, o levou finalmente a englobar o perfeccionismo dos pietistas, o moralismo dos puritanos e a devoção dos místicos, numa abordagem pragmática que ele sentia poder operar dentro da estrutura e da doutrina da Igreja da Inglaterra.”[23]

Mas também foi grande a influência  do anglicanismo na vida de Wesley e dos primeiros metodistas. No amadurecimento do movimento, as Conferências Anuais foram importantes na formação e estruturação das ideias.

 

A herança Arminiana

 

A expressão arminianismo vem de Jacob Armínius  (1560-1609). Ele  nasceu nos Países Baixos (Holanda) num contexto de tradição  calvinista.[24] Estudou Teologia, Filosofia, Hebraico, Literatura e outras disciplinas. Pastoreou uma igreja em Amsterdã.[25] Ao ser chamado para defender o calvinismo extremado criticado pelo rico negociante Koornher, Armínius acabou criticando a doutrina da predestinação trazendo uma grande polêmica e criando inimigos, como Franz Gomarus,[26] que dava ênfase na soberania de Deus e negava o valor da fé do ser humano.

No conceito de Armínius:    “(...) a predestinação ia de encontro à natureza de Deus e a do homem,  gerava desespero, tirava o estímulo para uma vida de santidade e diminuía a importância do Evangelho.”[27]

Entre as  declarações de fé do calvinismo, na Confissão de Westminster,[28] estava a doutrina da predestinação:

“Pelo decreto de Deus, para a manifestação de sua glória, alguns homens e anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna. Ninguém é redimido por Cristo senão somente os eleitos. O resto da humanidade  aprouve a Deus (...) deixá-la de lado e ordená-la para a desonra e para a ira (...).”[29]

O fato é que o rigor do calvinismo havia produzido reações, especialmente na Holanda e com Jacob Armínius[30]  ela alcançou expressão plena.[31]

Depois da morte de Arminius, João Wtenbogaert (1557-1644) e Simão Episcopius (1583-1643) sistematizaram e desenvolveram opiniões arminianas e se opuseram à ênfase corrente sobre minúcias de doutrina, considerando o cristianismo primordialmente uma força para a transformação moral. Em 1610 eles e outros quarenta e um simpatizantes redigiram uma declaração de fé contrariando a doutrina calvinista da predestinação.[32]

 “Em oposição à doutrina calvinista da graça irresistível, ensinavam que a graça pode ser rechaçada, e, mostravam incerteza com referência ao ensino calvinista da perseverança dela, assegurando ser possível perder a graça uma vez recebida.”[33]  

O Sínodo de Dort[34] condenou os pontos de vista do arminianismo e adotou cânones com tom bem calvinista, que se tornou a base doutrinal da Igreja holandesa. Os remonstratenses foram banidos.[35]

Jacob Armínius não trouxe tanta influência na Holanda, mas sim na Inglaterra de Wesley.[36] Outras pessoas seguiram seus passos, entre elas, o Bispo Burnet:

 “O Bispo Burnet, em 1699, deu novo impulso às tendências arminianas, quando publicou suas obras Exposição dos Trinta e Nove Artigos, dedicadas ao rei Guilherme III. Nela, ao interpretar o Artigo XVIII, que tratava da Predestinação, deu-lhe sentido arminiano e lhe atribuiu igual validez ao calvinista.”[37]

O bispo George Bull, em 1699, defendeu e escreveu sobre as ideias de Armínio e teve grande aceitação, especialmente através de sua obra Exposição dos Trinta  e Nove Artigos, dedicada ao Rei Guilherme III:   “Nela, ao interpretar o Artigo XVII, que trata da Predestinação, deu-lhe sentido arminiano e lhe atribuiu igual validez do calvinismo. Quer dizer que tanto importava um quanto o outro. Ambos podiam ser aceitos. Havia lugar na Igreja para as duas posições.”[38]

Os avós de Wesley[39]  participaram da Igreja dissidente, mas seus pais se filiaram à Igreja Anglicana. Samuel e Susana Wesley inculcaram em João Wesley ideias da  Harmonia Apostólica[40] do bispo Bull, que teve grande aceitação na Inglaterra.

“A teologia de Bull generalizou-se, pois no seio da Igreja Oficial e para termos  noção da mesma, daremos, a seguir, breve apanhado: Jesus Cristo, por Sua obra expiatória, é o Salvador dos homens, mas cada qual tem a sua parte a fazer, procurando ativamente reformar a própria vida. Se cada um agir desse modo, tornar-se-á capaz de receber méritos da expiação. Fé e obra são identificadas numa só finalidade. A justificação é pela fé e pelas obras. São dois aspectos de uma só realidade. Nem Paulo se opõe a Tiago e nem Tiago a Paulo. No conceito do bispo Bull, a fé inclui todas as obras da piedade cristã. A fé não se limita só a aceitar como válidos os ensinos do Evangelho: envolve, também,  desejo de ser bom e de fazer o bem. Noutras palavras: a fé passa a ser ato do próprio homem” (...)..A justificação exige, igualmente, a copartipação do homem. Deus considera ao transgressor como justo, livre da pena, desde que este assim queira”.[41]

Os irmãos Wesley seguiram muito de perto diversos conceitos teológicos do arminianismo,[42] entre eles, o livre arbítrio[43] e a graça preveniente.[44]

Seguindo o arminianismo, para Wesley a doutrina da predestinação é contrária ao espírito da Bíblia e destrói os atributos de justiça, misericórdia e verdade de Deus e o coloca pior do que o demônio. Segundo ele: “A predestinação representa o mais santo Deus como pior do que o demônio, mais falso, mais cruel e mais injusto.”[45]

Sobre o livre arbítrio, o 8º Artigo de Religião explica: “A condição do homem, depois da queda de Adão, é tal que ele não pode converter-se e preparar-se pelo seu próprio poder e obras, para a fé e invocação de Deus; portanto, não temos forças para fazer boas obras agradáveis e aceitáveis a Deus sem a sua graça por Cristo, predispondo-nos para que tenhamos boa vontade e operando em nós quando temos essa boa vontade.” [46]

Dentro da compreensão de Wesley, o livre arbítrio é fundamental para que ocorra avivamento e compromisso social.

O livre arbítrio dentro da identidade metodista leva o ser humano a uma dependência da graça de Deus, o incentiva a sair de sua situação pecaminosa, crescer espiritualmente e a alcançar a perfeição cristã. O livre arbítrio motiva o ser humano a buscar mais a Deus e a amar ao próximo.  Ao contrário de levar a resignação,  ele é motivado a lutar. Wesley afirma: “Lutemos constantemente por desembaraçarmos-nos de todas as coisas inúteis que nos rodeiam. Deus geralmente suprime das nossas almas as superficialidades na mesma proporção que nós a eliminamos do nosso corpo. A melhor maneira de resistir ao diabo é destruir qualquer coisa do mundo que permanece em nós (...).[47]

Dentro do tema da tese – avivamento e compromisso social – o livre arbítrio motiva a buscar o Espírito Santo e a ser solidário com os que sofrem.

Segundo Wesley, os frutos imediatos do Espírito na vida do cristão, são: “amor, alegria, paz, coração misericordioso, humildade de espírito, mansidão, doçura, longanimidade. Es os frutos exteriores são: fazer o bem a todos os homens, não fazer mal a ninguém e andar na luz, guardando uma obediência zelosa, uniforme, a todos os mandamentos de Deus.”[48]

O arminianismo influenciou tanto a Wesley que a partir de 1778 a sua revista passou a se chamar A Revista Arminiana.[49]

Para  ele, a graça é livre e alcança a todos. Não depende dos méritos humanos. O ser humano  decide aceitá-la ou não. Pela fé nos apropriamos dos méritos de Jesus.[50] A fé é a única condição necessária para a salvação. Mas esta fé não é obra humana. Provém da graça de Deus.

Ele completa: “(...) a graça de Deus da qual nos vem a salvação é gratuita em tudo e para todos.”[51]

           

A influência Anglicana

        

Se João Wesley e os primeiros metodistas discordavam, em parte, da Igreja Anglicana e criam que Deus os havia levantado, inclusive, para mudar esta Igreja, ela deixou uma grande influência na  estrutura e na base doutrinária do metodismo.

A Igreja Anglicana surgiu em 1534 por vontade do rei Henrique VIII, que se separou da Igreja Católica para obter o divórcio e  se casar de novo para ter um herdeiro. Ele havia se casado secretamente em 25 de janeiro de 1533 com Ana Bolena. O Papa Clemente VII preparara uma bula ameaçando o rei de excomunhão em 11 de julho de 1533.[52]

“A resposta do rei foi uma série de leis obtidas em 1534 do parlamento. Por elas foram proibidos quaisquer pagamentos ao papa; todos os bispos seriam eleitos por indicação do rei; todos os juramentos de obediência ao papa, licenças romanas e outros reconhecimentos da autoridade papal eram nulos.”[53]

O Parlamento inglês aprovou o "Ato de Supremacia"  reconhecendo  o rei como o único cabeça da Igreja na Inglaterra e não  mais o papa. O rei elaborou dez artigos de religião, uma espécie de credo, mas quando ele morreu a Inglaterra ainda tinha muito do catolicismo.[54]

Os antepassados de João e Carlos Wesley foram anglicanos. O pai, Samuel Wesley, foi pastor na Igreja da Inglaterra. Wesley foi ordenado sacerdote e serviu em Epworth durante três anos, ajudando  seu pai. Por isso, também  havia um respeito grande pela  Igreja de origem, tanto que João e Carlos Wesley lutaram contra a separação e morreram anglicanos.

Dos 39 Artigos de Religião da Igreja oficial, os metodistas deixaram 25 como parte da base doutrinária. Entre algumas dessas ênfases doutrinárias, resumidamente citamos: 

Nos 25 Artigos de Religião, que formam basicamente a herança doutrinária que o metodismo herdou do anglicanismo, estão: (1) Da fé na Santa Trindade; (2) Do Verbo ou Filho de Deus que se fez verdadeiro Homem; (3) Da ressurreição de Cristo; (4) Do Espírito Santo;[55] (5) Da suficiência das Santas Escrituras para a salvação; (6) Do Antigo Testamento; (7) Do pecado original;[56] (8) Do livre arbítrio; (9) Da justificação do homem; (10) Das boas obras; (11) Das obras de superrogação;[57] (12) Do pecado depois da justificação; (13) Da Igreja; (14) Do purgatório;[58] (15) Do falar na congregação em língua desconhecida; (16) Dos Sacramentos; (17) Do batismo; (18) Da Ceia do Senhor; (19) De ambas as espécies; (20) Da ablação única de Cristo sobre a cruz; (21) Do casamento dos ministros; (22) Dos ritos e cerimônias da Igreja; (23) Dos deveres civis dos cristãos; (24) Dos bens dos cristãos; (25) Do juramento do cristão. [59]

As chamadas Fontes do Conhecimento Espiritual [60]  como critério para a compreensão da verdade espiritual tiveram como ponto de partida o anglicanismo:  “À típica trilogia anglicana de autoridade (Escritura, tradição cristã, razão) ele acrescentou a experiência humana direta da realidade divina como um critério importante para a compreensão da verdade divina.”[61]

Segundo Manfred Marquardt: “Escritura, razão e experiência tornaram-se, cada vez  mais, o lema de Wesley para a autoridade na fé.”[62]

Sobre a importância da experiência, que Wesley  chamava também de Testemunho do Espírito, [63]ele escreveu:  “Supõe-se geralmente que a evidência tradicional se enfraquece com o passar do tempo visto que ela tem necessariamente de passar por muitas mãos numa contínua sucessão de épocas. Mas nenhuma extensão de tempo pode possivelmente afetar a força da evidência interna. Ela é igualmente forte e nova através do curso.”[64]

Para Wesley religião e razão devem caminhar juntas,[65] mas para ele a razão não pode dar  fé, esperança, amor ou produzir virtudes.[66]

“Somente ele pode dar aquela fé que é a ‘evidência’ e a convicção ‘das coisas não vistas’. Somente ele pode fazer-nos gozar a esperança viva de uma herança eterna nos céus, e só ele pode ‘derramar o seu amor no vosso coração pelo Espírito Santo que vos é dado.”[67]

A justificação ocupou lugar central na pregação metodista.  Este tema provinha dos escritos dos reformadores e indiretamente da Igreja Anglicana. [68]

No 9º Artigo de Religião dos Metodistas, que foi retirado dos 39 Artigos de Religião da igreja Anglicana, a justificação é assim definida:  “Somos reputados justos perante Deus somente pelos merecimentos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, por fé e não por obras ou merecimentos nossos; portanto, a doutrina de que somos justificados somente pela fé é mui sã e cheia de conforto”. [69]

Para Wesley, a justificação é o mesmo que perdão e libertação da culpa e do castigo.

  “Esta é, pois, a salvação pela fé, mesmo no mundo presente; salvação do pecado e das consequências do pecado, expressas com frequência pela palavra justificação, a qual, tomada em sentido mais lato, implica na libertação da culpa e do castigo, pela propiciação de Cristo atualmente aplicada à alma do pecador (...).[70]

Entre essas ênfases está a justificação, que leva ao novo nascimento e inicia o processo de santificação[71]. E entre os sinais do novo nascimento está o amor, que é derramado em nossos corações pelo Santo Espírito.[72] Ao próximo deve ser ministrado esse amor, que proporciona ao cristão compromisso social.

 Segundo Wesley: “Os frutos necessários desse amor de Deus são o amor a nosso próximo – a toda alma que Deus criou, não excetuando nossos inimigos (...)”.[73]

Após a justificação, a dinâmica das Obras de Misericórdia, bem como as Obras de Piedade, são também necessárias para que haja santificação. Wesley diz:

“E cabe a todos os que são justificados serem zelosos de boas obras. Estas são tão necessárias que se o homem voluntariamente as negligenciar, não poderá razoavelmente esperar que jamais seja santificado (...)”. [74]

Só após a morte de João Wesley é que oficialmente o metodismo se separou do anglicanismo.[75]

 “Os metodistas wesleyanos separaram-se da Igreja Estabelecida aos poucos e, por fim, somente após a morte de John Wesley (1791), que desejava que seus seguidores evitassem a separação.”[76]

Em 1784 dois importantes passos foram dados para o rompimento: “Em 28 de fevereiro Wesley, por um ‘Ato de Declaração’, cuidou da continuação do movimento após a sua morte, nomeando uma ‘Conferência’ de cem membros para zelar pelas propriedades e assumir a direção do movimento. Foi um passo avante no autogoverno do metodismo.

Em 1º de fevereiro Wesley juntou-se a outros presbíteros da Igreja da Inglaterra para ordenar presbíteros e um superintendente para a América. Na verdade, isto foi um rompimento com a igreja da Inglaterra, ainda que Wesley não o considerasse como tal.”[77]       Em 1795, através do “Plano de Pacificação”,[78] o metodismo tentou resolver as tensões através da aprovação de um documento.[79] Ele permitia que o sacramento fosse ministrado aonde a liderança local aprovasse. O Plano foi um reconhecimento da separação eclesiástica entre metodistas e anglicanos, o controle da Conferência sobre o metodismo.[80]

 

A herança Pietista

 

O Pietismo foi um rompimento com as tendências escolásticas do luteranismo alemão, que havia assumido uma interpretação dogmática, exata e rígida. Foi uma afirmação da primazia do sentimento na experiência cristã.[81]

O Pietismo foi uma tentativa de renovar a Igreja Luterana na Alemanha, reinstalando diversos temas da Reforma tradicional.[82] Philipp Jacob Spener (1635-1705) foi a figura predominante do reavivamento pietista.[83]

Nessa época, no Luteranismo, era enfatizada a pura doutrina e a prática dos sacramentos como os elementos suficientes para a vida cristã. Isto tornava a religião sem influência na sociedade, além de não cooperar para a vida abundante dos cristãos.[84]

O papel do leigo era passivo na Igreja. Ele, simplesmente, ouvia os sermões do pastor, participava dos sacramentos e das ordenanças. A vida cristã era vista como aceitar unicamente os dogmas da Igreja.[85]

Mais alguns fatores contribuíram para o surgimento do Pietismo, entre eles, a Guerra dos 30 Anos (1618-1648),[86] envolvendo toda a Europa Ocidental. Nesta guerra, a Alemanha ficou arrasada, proporcionando uma onda de misticismo.

Philipp Jacó Spener, versado em exegese bíblica, foi influenciado pelo livro Verdadeiro Cristianismo do Místico Johann Arndt (1555-1621), publicado entre 1605-1609. Spener foi influenciado também pelos escritos puritanos de Lewis Bayly, especialmente pelo livro A Prática da Piedade.[87]

Spener era pastor em Frankfurt e sentia-se embaraçado por toda a autoridade estar nas mãos do governo. Em 1670,  chamou um pequeno grupo de pessoas de ideias semelhantes para estudarem a Bíblia, orar e meditar sobre o sermão pregado no Domingo.[88] Tudo isto com o objetivo de aprofundamento na vida espiritual. 

No ano de 1675,  publicou a Pia Desideria, onde mostrava a interferência do governo na Igreja, o mau exemplo dos clérigos, as controvérsias religiosas existentes, as bebedices e imoralidades e a ambição dos leigos. Para Spener estes eram os principais males da época.[89]

Na Pia Desideria, Spener atacou os líderes políticos:       “Enquanto isso, muitas pessoas revestidas de autoridade civil procuram tirar proveito de suas situações. Pela maneira como vivem, pode-se concluir que poucos sabem o significado do verdadeiro cristianismo.”[90]

Sobre os pastores, Spener afirmou: “Eles buscam promoção, pulam de paróquia a paróquia e envolvem-se em todo tipo de conchavos.”[91]

Spener pretendia empreender uma reforma moral e espiritual e propôs um coração reto e a conversão. Propunha ainda a formação de círculos nas congregações para a leitura da Bíblia, vigilância mútua e auxílio.

Ele elaborou propostas para a situação da Igreja, entre elas, incentivou o uso mais extensivo das Escrituras; o exercitamento do sacerdócio universal; prática e conhecimento do cristianismo; a reforma das escolas e universidades, etc.[92]

“O plano de renovação de Spener foi realizado através de pequenos grupos conhecidos como collegia-pietatis - escolas de piedade.”[93]

No programa de reforma de escolas e universidades, Spener orientou os professores de teologia para que os alunos tivessem uma vida de piedade. Entre os livros que  sugeriu para que os alunos lessem estava A Imitação de Cristo, de Thomas Kempis,[94] que mais tarde influenciou Wesley. Spener teve várias oposições e foi considerado herege.[95]  Depois da morte de Spener, outras pessoas contribuíram na liderança do Pietismo como Augusto Hermann Francke (1663-1727).[96]

 “Francke era dotado de imensa energia e gênio organizador. Sua paróquia de Glaucha era um modelo de fidelidade pastoral. Suas conferências na universidade foram exegéticas e experimentais; e sua combinação de cátedra e pratica pastoral foi altamente benéfica para seus alunos.”[97]

Wesley incorporou ao Metodismo algumas ênfases do Pietismo, como a experiência pessoal e uma maior participação do leigo na vida da Igreja.[98]

Na América, em 1737, Wesley publicou uma Coleção de Salmos e Hinos onde diversas expressões revelam a teologia e a prática Pietista de Wesley: “Esses textos, muitos traduzidos do alemão, expressam o coração de um pietismo baseado nas Escrituras e elucidam os temas que eram a preocupação espiritual mais importante para Wesley – completa dependência da graça, centralidade do amor e o desejo de fogo genuíno para inflamar seu coração frio.”[99]

O Pietismo deu impulso na busca da comunhão com Deus, que leva ao avivamento, e a solidariedade aos oprimidos.

O Pietismo é a religião do coração. O arrependimento, o perdão, o novo nascimento, a vida eterna e a cruz foram algumas marcas do Pietismo. Vários hinos revelam esta marca, como o hino escrito pelo missionário metodista J. J. Ranson:

        

“Por meus delitos expirou

Jesus a vida e luz.

O meu castigo ele esgotou

Na ensanguentada cruz.”[100]

 

  Outro missionário metodista, Justus H. Nelson, que esteve  em Belém, Pará, entre 1882-1925, traduziu diversos hinos, dos quais nove se encontram no Hinário Evangélico. [101]

Um deles diz: 

 

“Achei um bom amigo

Jesus, o Salvador

O escolhido dos milhares

para mim;

Dos vales é o Lírio;

É o forte mediador,

Que me purifica e guarda para si;

Consolador Amado,

Meu protetor do mal,

Solicitude minha toma a si (...).”[102]

 

O Pietismo trouxe sua contribuição ao metodismo ao dar ênfase ao novo nascimento[103] e,  consequentemente, a santificação e perfeição cristã, que para Wesley é perfeito amor.[104] Ele explica que amor é este:

 “É amar o Senhor nosso Deus de todo coração, mente e alma e força e amar ao próximo como a nós mesmos, como a nossa própria alma”.[105]

O Pietismo foi um movimento necessário, na época, diante de uma religião muito mais voltada para os debates teológicos, esquecendo-se de enfatizar a comunhão pessoal com Deus.

 “O Pietismo foi um rompimento com tais tendências escolásticas.”[106]

Uma das críticas que se faz ao Pietismo é que ele rompeu com a ortodoxia confessional, mas não trouxe líderes religiosos que tomassem o lugar dos velhos teólogos dogmáticos.[107]

  “A teologia pietista alemã, como é vista nos escritores como Spener, August Hermenn Francke, e particularmente Nicholas Ludwing von Zinzendorf (patrono dos morávios), seria caracterizada como ‘teologia do coração.”[108] 

Wesley deve ao Pietismo uma contribuição valiosa a sua fé. Contudo, além da comunhão com Deus, ele também teve sensibilidade com os sofrimentos [109] da classe operária inglesa.

O equilíbrio de Wesley  determinou o amadurecimento do metodismo. Ele falava da necessidade do cristão praticar as obras de Piedade[110]  (oração, leitura da Bíblia, jejum, participação na ceia e cultos, etc.), aspectos nos quais mostra a influência pietista sobre Wesley, contudo, enfatizava também a necessidade da prática dos atos de Misericórdia[111] (alimentação aos famintos, vestir os nus, visitar os presos e enfermos, etc). 

  “Wesley partilha os pressupostos de Zinzendorf; os cristãos são santificados unicamente pela fé, e em Cristo; mas Wesley tem, além disso, a convicção que o poder santificador da graça de Deus entra  eficientemente na vida dos homens e os capacita para o perfeito amor a Deus e aos Homens, seus semelhantes”.[112]

 

A contribuição dos Moravianos

 

Os moravianos sofreram na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648)[113] e fugiram das perseguições. Eles pertenciam a diversos grupos: “(...) seguidores de Huss, Lutero, Calvino e outros reformadores, fugindo das perseguições mortíferas daquela época, acharam asilo em Herrnhut, no patrimônio de um fidalgo abastado, o Conde Zinzendorf.” [114]

Os morávios de língua alemã buscaram refúgio na Sexônia. Posteriormente, em 1722, o Conde Zinzendorf deu-lhes permissão de fundar uma aldeia em Berthelsdorf, a qual denominaram Herrnhurt. A eles se juntaram muitos pietistas germânicos.[115]

A partir de 1727, eles fizeram uma Aliança Fraternal a fim de procurar e enfatizar os pontos em que concordavam e não salientar as suas diferenças. O amor fraternal e a unidade em Cristo seriam  o que ligariam uns aos outros e se comprometeram a obedecerem aos estatutos da aliança. Seriam verdadeiro seguidores de Cristo.[116]

No dia 13 de agosto de 1727, numa reunião onde se celebrava a Ceia do Senhor, os moravianos tiveram uma experiência carismática, como hoje interpreta Casiano Floristán,[117] e caíram no chão. Eles se entregaram às orações e nos quatro anos seguintes experimentaram tempos de avivamento constantes. Ascendeu um desejo ardente de levar a salvação de Cristo aos pagãos. O avivamento produziu um movimento missionário.[118]

Eles saíram como missionários pelo mundo. Foi assim que Wesley teve, em 1736, um encontro com um  grupo de morávios no navio em que viajava para a América: 

 “Os missionários moravos mostravam extraordinária devoção. Alguns como Dover, um oleiro, que para pregar aos escravos na Ilha de S.Tomás (Índias Ocidentais) ofereceu-se como escravo, para melhor atingir o seu fim, pois os proprietários de escravos não lhes consentiram que  pregasse aos seus serviçais. Outros ofereciam-se voluntariamente para a Groelândia. Em 1734 abriram uma missão entre os Peles Vermelhas, no estado de New York e na Pensilvânia.”[119]

Na América, Wesley teve um contato mais intenso com os moravianos e conviveu com eles.

 “O líder morávio apresentou a Wesley as diferenças entre os dois grupos de alemães pietistas representados na Geórgia. De um lado, os Salzburgers, estalecidos em New Ebenezer, seguiam os ensinamentos de August Hermann Francke e Samuel Urlperger, firmados na tradição de Phillipp Jacob Spener e da Universidade de Halle. De outro lado, os morávios, estabelecidos em Savannah, seguiam os ensinamentos de Spangenberg e Nicholas Ludwig von Zinzendorf.”[120]

Os morávios influenciaram mais a vida espiritual de Wesley, quando ele esteve na América, especialmente, em relação a fé:

 “(...) os pietistas alemães haviam tomado o lugar central na sua busca de uma fé significativa. As imagens e os ensinamentos centrais da ‘teologia do coração’ dos morávios, ficaram claramente impressos em sua mente e espírito quando esteve na Geórgia.”[121]

Quando viajava para sua missão na América, João Wesley observou cuidadosamente as atitudes dos moravianos no navio. Entre suas observações, estão: Eram meigos e nenhuma injúria  os ofendia; Eram isentos de espírito de medo; Não tinham espírito de ira, orgulho e vingança; Consideravam o Sermão da Montanha  como lâmpada para os pés; O servir a Deus era considerado o único motivo de suas vidas, Tinham uma fé viva.[122]       

Wesley se referia ao moraviano como:     “(...) o adocicado morávio (...)” .[123]

O episódio da tempestade a bordo[124] levou Wesley a observar a vida dos moravianos e a ter mais submissão a Deus:  “Submissão à sábia, santa e graciosa vontade de Deus; a também abrir seus olhos para a profundidade da fé dos morávios alemães que estavam a bordo.”[125]

Em Londres, ele se encontrou com o líder Peter Bohler durante uns quatro meses para aprender mais sobre a fé.[126] Esse contato proporcionou a Wesley paradigmas para a renovação espiritual e o desenvolvimento organizacional do metodismo.[127]. Em um sermão publicado em 1765 – O meio bíblico de salvação – Wesley explica sobre a fé:

“Mas qual é a fé pela qual somos santificados; salvos do pecado e aperfeiçoados em amor? ‘É uma divina evidência ou convicção, primeiro de que Deus o prometeu nas Santas Escrituras (...). Em segundo lugar, uma divina evidência ou convicção de que Deus é capaz de cumprir o que prometeu (...). E, em terceiro lugar, uma evidência, ou convicção de que Deus pode e quer faze-lo agora.” [128]

Pedro Bohler organizou no dia 1º de maio de 1738 (antes da experiência de Wesley) a Sociedade de Fetter Lane, que veio a ser o terceiro surgimento do metodismo.[129]

João Wesley e John Hutton participaram da organização da sociedade.[130] As regras tinham o objetivo de proporcionar saúde espiritual. Quando Bohler foi para Londres deixou Wesley na liderança da sociedade.

Em que sentido os moravianos contribuíram para a vida de Wesley e, consequentemente, com o metodismo?

Os morávios estão ligados historicamente a experiência do “coração aquecido” de Wesley. Ele foi a uma Sociedade Moravia, em 24 de maio de 1738, quando teve sua experiência. Alguns estudiosos chegam a falar de sua “conversão Moravia”.[131]

Após sua experiência, Wesley foi até a Alemanha passar um período com eles. Através dos moravianos, Wesley aprendeu sobre a dedicação total ao senhor. João Wesley partilhou de alguns pressupostos teológicos do conde Zinzendorf, especialmente a fé::

“Os cristãos são santificados unicamente pela fé, em Cristo; mas Wesley tem, além disto, a convicção que o poder santificador da graça de Deus entra eficientemente na vida dos homens e os capacita para o perfeito amor a Deus e os homens.”[132]

Evidentemente, por ser uma pessoa prática, houve  afirmações teológicas que Wesley teve que deixar de lado. [133] Ele reteve o que considerou bom.

 “Wesley também prestou muita atenção à organização morávia. A divisão de Herrnhut em grupos de vizinhança, chamados “coros” , fornecia a base para onze ‘classes’ baseadas na localização geográfica. Além dessas havia dez classes, determinadas pelo sexo e idade, que formavam a base para a supervisão espiritual diária para conversações religiosas regulares.”[134]

Em 1739, Wesley começou a questionar algumas posições de líderes morávios, entre elas a quietude,[135] que consistia em afirmar que os cristãos deveriam abster-se dos meios de graça, especialmente a Ceia do Senhor,  e ficar quietos na presença do Senhor em espera. Isso cancelava as obras de misericórdia e os atos de piedade, o que Wesley não concordou:[136]

“Vós subestimais as boas obras, (especialmente as obras exteriores de misericórdia), nunca insistindo de público na necessidade delas, nem proclamando seu valor excelência.” [137]

Wesley se opôs também a ideia morávia de que o pecado não permanece naquele que é nascido de Deus. Em seu sermão “Sobre o pecado nos  crentes”, ele afirma: “Dos seguidores de Zinzendorf, nestes vinte anos, muitos de nossos compatriotas herdaram a mesma opinião, afirmando que a corrupção da natureza não mais existe no que crê em Cristo”.[138]

Wesley afirmava que Cristo pode estar no mesmo coração em que habita o pecado, caso contrário, ele não poderia ser salvo do pecado. Para ele,  onde há doença há necessidade de médico.[139] Por isso, Wesley exortava os crentes à contínua vigilância contra a carne, o mundo e o diabo[140]. Ele criticou abertamente essa doutrina morávia: “Já se observou que a doutrina oposta – que não há pecado nos crentes – é bastante nova na Igreja de Cristo: dela não se ouviu falar durante dezessete séculos, nem antes que fosse descobertas pelo Conde Zinzendorf”.[141]

Os moravianos foram importantes para despertar em Wesley uma fé viva. Contudo, ele teve que evitar, especialmente o “quietismo” dos moravianos: “(...) no outono de 1739, em uma das frequentes viagens de Wesley a Londres, ele descobriu que Philip Henry Molther, recentemente chegado da Alemanha, havia convencido muitas pessoas da Sociedade que elas não possuíam a verdadeira religião, e deviam, portanto, descontinuar todos os meios de graça e todas as obras de piedade e, em vez disso, deviam permanecer ‘quietos’ diante do Senhor”.[142]

A partir da  Conferência Anual de 1745, Wesley se dedicou mais a escrever. Ele estava preocupado com a influência morávia que contaminava[143] as sociedades. Por isso, escreveu “Uma breve apresentação da diferença entre os Irmãos Morávios...e o Reverendo Sr. João e Carlos Wesley” [144] e ainda  “Um diálogo entre um antinomiano e seu amigo”.[145]

 “Wesley expurgou os escritos de Zinzendorf de ´três grandes erros´ que encontrou: salvação universal, antinomianismo e quietismo.”[146]

Sobre o antinomianismo, Wesley explica: “Guardai-vos do antinomianismo, quero dizer, de anular a lei ou alguma parte dela pela fé (...). Digamos: ´Amo os teus mandamentos mais do que ouro, mais do que ouro refinado. Amo a tua lei. Medito nela todo dia.”[147]

Quais foram as principais divergências com os moravianos?

A salvação universal, quietismo e antinominianismo[148] foram as principais divergências doutrinárias com os Moravianos. Wesley chegou a escrever uma carta à Igreja Moravia, na Inglaterra, questionando essas ênfases doutrinárias e pressionando-os a mudarem na doutrina, disciplina e prática.[149] Ele fez a demarcação e continuou firme em seu propósito trazendo identidade e unidade ao metodismo.

Por outro lado, a fé e a organização morávia foram aceitas, em parte,  por Wesley e contribuíram na formação da identidade metodista.

 

A influência dos Puritanos

 

Segundo Duncan Reily, o Puritanismo[150] surgiu na Inglaterra no reinado da Rainha Isabel (Elizabeth I), na segunda metade do século XVI:  “Foi um movimento para `purificar` o culto anglicano dos vestígios romanos ou, de uma outra ótica, calvinizar a Igreja na Inglaterra.”[151]

.M.Lloyd-Jones coloca o Puritanismo como tendo começado a manifestar-se com William Tyndale por volta de 1524.

“Por que dizer isso? Porque o puritanismo, como espero demonstrar, é um tipo de mentalidade. É uma atitude, é um espírito, e é evidente que duas das grandes características do puritanismo começaram a mostrar-se em Tyndale. Ele tinha um ardente desejo de que o povo comum pudesse ler as Escrituras. Mas havia grandes obstáculos em seu caminho; e é o modo como ele enfrentou e venceu os obstáculos que mostra que Tyndale era um puritano. Ele lançou uma tradução da Bíblia sem o endosso e sanção dos bispos (...). Essas duas ações eram típicas do que sempre foi a atitude dos puritanos para com as autoridades.”[152]

D.M.Lloyd-Jones, dentro dessa linha de pensamento, coloca John Knox como o fundador do puritanismo inglês: [153]

“(...) era costume receber a Ceia de joelhos. Esta é uma prática anglicana. John Knox foi o primeiro a ensinar as pessoas – e não somente a ensiná-las, porém a pô-lo em prática – a tomar a Ceia assentadas. Isso é puritanismo na prática.”[154]

Os protestantes que não estavam vinculados à Igreja do Estado, eram conhecidos como dissidentes ou não-conformistas, depois como Igrejas Livres.

Por causa das perseguições da Rainha Maria Túdor, entre 1553 e 1558,[155] diversas pessoas se exilaram em Genebra, Zurique e Frankfurt. Especialmente em Genebra:“Ali entraram em contato direto com movimentos protestantes que tinham ido muito mais longe em suas reformas do que a Igreja da Inglaterra.”[156]

Essas pessoas sofreram influências e voltaram com um protestantismo radical.[157] Passaram a ter a Bíblia como autoridade por excelência superando toda pretensão da Igreja de ser a intérprete ou ter a sua custódia. Sua ênfase sempre foi na doutrina da graça, na teologia pastoral e na Igreja pura.[158]

Como tivessem o desejo de purificar a Igreja, passaram a ser chamados de “puritanos”.  Os Puritanos se tornaram um partido com forte influência política.

“Queriam banir dos ofícios o que criam ser um remanescente de superstição romanista e desejavam para cada paróquia um pregador zeloso, espiritual. Em particular, eram contrários às vestes clericais (...) opunham-se ao ajoelhar para receber a Ceia do Senhor, dizendo que tal atitude implicava adoração da presença física de Cristo; combatiam o uso de alianças no casamento, tendo-o como continuação do conceito do matrimônio como um sacramento; fazer o sinal da cruz no batismo, como superstição.”[159]

Essas pessoas queriam introduzir a disciplina e as práticas puritanas e esperar as reformas do governo. Alguns não quiseram esperar tal mudança. Eram os separatistas, dentro os quais se encontravam os adeptos da política congregacional.[160]

“Os separatistas insistiam em que os ministros deviam ser eleitos pela congregação de seus fiéis e pagos por contribuições voluntárias destes (...). Defendiam a tolerância para todas as seitas protestantes, repelindo a censura eclesiástica e todas as formas de jurisdição eclesiástica, em favor de uma disciplina interna às congregações, sem o aval de nenhuma sanção coercitiva (...). O seu programa implicaria em destruir a Igreja nacional, deixando a cada congregação a responsabilidade de seus negócios e havendo apenas um tênue contato entre as diversas congregações (...).”[161]

Surgiram, posteriormente os chamados não-conformistas, dissidentes ou Igrejas-Livres.  Estes incluem os Congregacionalistas ou Independentes, os Batistas e os Presbiterianos, por um lado, com os Quacres e os Unitários por outro lado.[162]  Os Puritanos tinham uma forte influência pietista.

 “Os puritanos frequentemente portavam uma preocupação tipicamente calvinista, a promoção da piedade individual, a qual se tornou, então, característica de muitos não-conformistas.”[163]

Antônio Gouvêa Mendonça afirma que tanto o Pietismo como o Puritanismo faziam parte da teologia de Wesley:

Os metodistas continuaram enfatizando o conflito penitencial (arrependimento), a convicção de pecado e a experiência pessoal de regeneração. Em seus pontos principais, a teologia de Wesley é Reformada e Puritana, especialmente na ênfase moral.”[164]

Max Weber compara o metodismo do século XVIII com o ascetismo monástico[165] da idade média:

 “O poderoso revival do Metodismo, que, em fins do século XVIII, procedeu o florescimento da indústria inglesa pode ser comparado com uma dessas reformas monásticas.”[166]

As Sociedades foram utilizadas por Wesley  e tiveram influência na organização do movimento metodista. Elas foram criadas em 1670 por Anthony Horneck com objetivos puritano.

  “(...) eram também formadas de pequenos grupos de leigos, que representavam uma fusão quase espontânea de moralismo e devoção de promoverem a real santidade no coração e na vida.”[167]

A renovação da aliança introduzida por Wesley no Natal de 1747 tinha uma conotação reformada-puritana.[168]

 “A ideia de aliança teve, desde o início, na tradição metodista, uma grande significação. Tanto em sua pregação, como na ordenação da vida comunitária eclesiástica, João Wesley – influenciado pela teologia reformada – reservou uma posição significativa para a ideia de aliança.”[169]

Em que consistia a renovação da aliança?

 A ideia é de que Deus age por meio da aliança e através de sua graça.[170] Na aliança, os parceiros são exortados a viverem em obediência[171] a Deus, que sempre mantém sua fidelidade.[172] Os participantes são chamados a uma nova conversão de suas vidas a Deus.[173]

“A primeira liturgia de renovação da aliança de que Wesley nos informa, se realizou em agosto de 1755, em Spitalfields. Os cultos de renovação da aliança eram preparados com oração e jejum, e para eles foi estabelecida, como data regular, o primeiro domingo do ano novo. O ponto alto desses cultos era constituído pela entrega renovada dos membros da comunidade ao Deus da aliança. Wesley se sentia feliz por ter estabelecido para os metodistas um meio de graça, que quase por toda parte tinha caído em desuso, do qual eles recebiam ricas bênçãos.”[174]

Apesar dos pais de João e Carlos Wesley terem aderido à Igreja e ao partido político oficial, Wesley teve toda uma herança Puritana, pois os seus antepassados  foram não – conformistas:

 “Samuel e Susanna vieram de um background não-conformista. Como já vimos, o pai de Samuel (John Wesley) tinha sido destituído de sua paróquia pelo bispo de Bristol no século dezessete. Susanna era filha de Samuel Annesley, um conhecido ministro não-conformista de Londres no final do século dezessete.” [175]

Que os Wesley  tinham consciência do passado puritano de sua família fica evidente no seguinte episódio relato por Mateo Lelièvre. Ele cita uma carta de Samuel, irmão de João e Carlos Wesley, endereçada à Susana, em 20 de maio de 1739, por ela estar dando apoio a Wesley. Em sua carta ele se mostra preocupado com a mãe e pede a Deus para livra-la de cair em nova heresia:   “(...) assim como desgraçadamente já se achou envolta em outra heresia (...).”[176]

A “heresia” aqui citada foi pelo fato de Susana Wesley ter sido Puritana em sua juventude.[177]

Em carta a Wesley, em 23 de fevereiro de 1725, Susana deixa claro a sua orientação  Puritana e Pietista aos filhos e filhas:

“(...) Meu querido Joãozinho: A transformação operada em sua  alma me tem dado muito o que pensar (...). Peço-lhe encaricidamente que faça um exame rigoroso de sua consciência a fim de saber se tem uma esperança bem fundamentada da salvação e descobrir se possui a fé e o arrependimento que são, conforme você bem sabe, as condições indispensáveis para entrarmos em uma aliança com Deus.”[178]

Foi inevitável Wesley sofrer influências do Puritanismo  num contexto muito puritano e com o background que recebeu de seus antepassados.[179] Como vimos, pouca foi a contribuição do Puritanismo no Avivamento e Compromisso Social dos metodistas. A influência foi, especialmente, na utilização das Sociedades, a idéia da Aliança e a ênfase moral das Regras Gerais.[180]

 

A Dispensação Extraordinária da Providência de Deus

 

“(...) em quase todos os lugares os Metodistas são ainda gente pobre, desprezada e trabalha sob o opróbrio e que muitas inconveniências (....”)[181]

 

(João Wesley)

 

João Wesley considerava que o movimento metodista era uma Dispensação Extraordinária da Providência de Deus: “Wesley aceitou os argumentos de um ´chamado extraordinário, reconhecendo que não apenas a pregação leiga, mas também ´todo o trabalho de Deus chamado Metodista´ era uma ´dispensação extraordinária.” [182] 

Para Wesley, a Dispensação extraordinária da Providência de Deus compreendia a doutrina da Perfeição Cristã[183], o Ministério Feminino[184] e o surgimento do próprio metodismo.[185]

Duncan Reily afirmou: “João Wesley teve a consciência de estar envolvido em algo extraordinário que Deus fazia no mundo.”[186]

 Wesley acreditava ter sido o metodismo levantado por Deus para mudar a situação vigente, ou seja, para: “(...) reformar a nação e, particularmente, a Igreja (...) e espalhar a santidade bíblica sobre a terra.”[187]

João Wesley considerava que o movimento metodista era uma Dispensação Extraordinária da Providência de Deus:  “Wesley aceitou os argumentos de um ´chamado extraordinário, reconhecendo que não apenas a pregação leiga, mas também ´todo o trabalho de Deus chamado Metodista´ era uma ´dispensação extraordinária.” [188]

O metodismo restaurou as doutrinas da santidade e do Espírito Santo.

Para ele, “a perfeição cristã, cria Wesley, era o “depositum” que Deus havia entregue aos metodistas como sua responsabilidade especial.”[189]

Os leigos e as mulheres tiveram grande espaço no metodismo o que na época estava fora de cogitação em qualquer Igreja. Inicialmente, Wesley não tinha pastores no Movimento Metodista e sim pregadores.

Para Wesley, a Dispensação extraordinária da Providência de Deus compreendia a doutrina da Perfeição Cristã,[190] o Ministério Feminino[191] e o surgimento do próprio metodismo.[192]     

Em 1771, numa carta para Mary Bosanquet Fletcher, João Wesley disse:

“É claro para mim que toda a obra de Deus chamada Metodismo é uma dispensação extraordinária de Sua providência. Portanto, não me pergunto se várias coisas ocorrem nele que não se enquadram nas regras normais de disciplina.” [193]

Para Wesley algumas mulheres possuíam "chamada extraordinária" de Deus que as isentava das regras normais de disciplina.[194] Aqui Wesley escrevia uma carta à Maria Bosanquet sobre Sarah Crosby (1729-1804), que foi a primeira mulher metodista autorizada por Wesley para pregar.[195]

Muitas outras pregaram. “Em 1787, apesar da oposição de alguns pregadores do sexo masculino, Wesley autorizou Sarah Mallet a pregar também, contanto que ela concordasse em manter a doutrina e disciplina metodistas”.[196]

Wesley afirmou:  “Não creio que todas as mulheres são chamadas para falarem em público, nem que todos os homens o são para serem pregadores metodistas; porém, algumas têm um chamado extraordinário para isso, e ai daquela que não o obedece" (documents, 4:171). Wesley aceitou o argumento de um "chamado extraordinário" reconhecendo que não apenas a pregação leiga, mas também 'todo o trabalho de Deus chamado metodismo, era uma 'dispensação extraordinária da providência de Deus.” [197]

Todo o trabalho de Deus chamado metodismo era uma “dispensação extraordinária da providência de Deus”. Os ministérios de Susanna, João e Carlos Wesley estavam dentro do chamado de Deus.

 

O metodismo e o cristianismo primitivo

 

“A verdadeira identidade do metodismo é um movimento para recuperar o cristianismo primitivo”

 

O bispo metodista aposentado Timothy Whitake escreveu: “A Seleção dos Pais da Igreja de John Wesley e a Identidade do Metodismo”.[2]

“Em um sermão em 1777, ‘Sobre o lançamento da fundação da nova capela, perto da City-Road, Londres’, o Sr. Wesley reiterou seu louvor ao cristianismo primitivo e também enfatizou uma afirmação que ele vinha fazendo ao longo de sua carreira como líder do metodismo, a saber, a alegação de que a verdadeira identidade do metodismo é um movimento para recuperar o cristianismo primitivo”.[3] 

 

“O metodismo, assim chamado, é a antiga religião, a religião da Bíblia, a religião da Igreja primitiva, a religião da Igreja da Inglaterra”.

 

Para Wesley: “O metodismo, assim chamado, é a antiga religião, a religião da Bíblia, a religião da Igreja primitiva, a religião da Igreja da Inglaterra. Ele continua explicando essa ‘velha religião’ citando seu tratado, ‘Apelo Sincero aos Homens de Razão e Religião’, como sendo ‘nada mais do que o amor, o amor de Deus e de toda a humanidade".[4] 

“Eles viviam ‘abençoando, amando e louvando a Deus, seu Salvador” 

“Em 1751, Wesley encontrou ‘as sociedades de Yorkshire, principalmente sob os cuidados de John Nelson, ... todos vivos, fortes e vigorosos de alma... e aumentou em número de 1.800 para mais de 3.000”.[5]

Eles viviam “abençoando, amando e louvando a Deus, seu Salvador... Desde o início, eles haviam aprendido tanto a lei quanto o evangelho. "Deus te ama; por isso, ame-o e obedeça-o. Cristo morreu por vós; portanto, morra para o pecado. Cristo ressuscitou; por isso, levantai-vos à imagem de Deus. Cristo vive para sempre; vivei, pois, para Deus, até que vivais com Ele na glória", assim pregamos; e assim você acreditou. Este é o caminho bíblico, o caminho metodista, o verdadeiro caminho. Deus nos conceda que nunca nos voltemos dela, para a direita ou para a esquerda”. 8

Essas são marcas do cristianismo primitivo experimentadas pelas sociedades metodistas. 

“Descrevi a diferença real entre o que é geralmente chamado de Cristianismo e o verdadeiro e antigo Cristianismo, que, sob o novo nome de Metodismo” 

No domingo, 16 de setembro de 1739, Wesley pregou “em Moorfields para cerca de dez mil, e em Kennington Common para, creio, quase vinte mil, sobre aquelas palavras dos judeus mais calmos a São Paulo: ‘Desejamos ouvir de ti o que pensas: pois quanto a esta seita, sabemos que em toda parte se fala contra ela” [Atos 28:22]. Em ambos os lugares descrevi a diferença real entre o que é geralmente chamado de Cristianismo e o verdadeiro e antigo Cristianismo, que, sob o novo nome de Metodismo, é agora também criticado em toda parte”.[6]

 

Metodismo, a religião simples

 

Na segunda-feira, 15 de outubro de 1739, Wesley no País de Gales disse: “Senti em mim uma forte aversão à pregação aqui. No entanto, fui ao Sr. W--- (a pessoa em cujo terreno o Sr. Whitefield pregou) para desejar o uso dela. Ele disse, com todo o seu coração - se o ministro não estava disposto a me deixar ter o uso da igreja: após cuja recusa (pois eu escrevi uma linha para ele imediatamente), ele me convidou para sua casa. Cerca de mil pessoas ficaram pacientemente (embora a geada estivesse afiada, sendo depois do pôr do sol), enquanto, a partir de Atos 28:22, eu simplesmente descrevi a religião simples e antiga da Igreja da Inglaterra, que agora é falada em quase toda parte contra, sob o novo nome de metodismo”.[7] 

 

Desígnio original dos metodistas

 

“Expliquei-lhes em geral o desígnio original dos metodistas”.

 

Em 12 de abril de 1788, em Dublin, Wesley disse: “(Sendo o dia de Páscoa) tivemos de fato uma assembleia solene; muitas centenas de comunicantes pela manhã, e à tarde muito mais ouvintes do que a nossa sala conteria, embora agora esteja consideravelmente ampliada. Mais tarde, encontrei-me com a sociedade e expliquei-lhes em geral o desígnio original dos metodistas, a saber, não ser um partido distinto, mas incitar todos os partidos, cristãos ou pagãos, a adorar a Deus em espírito e em verdade; mas a Igreja da Inglaterra em particular, à qual pertenciam desde o início. Com esse ponto de vista, tenho continuado uniformemente por cinquenta anos, nunca variando da doutrina da Igreja; nem de sua disciplina, de escolha, mas de necessidade; assim, em um curso de anos, a necessidade foi colocada sobre mim (como eu provei em outro lugar) 1) para pregar ao ar livre; 2) orar extemporânea; 3) formar sociedades; 4) aceitar a assistência de pregadores leigos; e, em alguns outros casos, usar os meios que ocorreram, para prevenir ou remover males que sentimos ou temíamos”. [8] 

 

 

Santidade, o DNA metodista

 

Um metodista do antigo carimbo, negando a si mesmo, tomando sua cruz e resolvendo ser ‘totalmente cristão"

 

No sábado, 21 de julho de 1773, Wesley cavalgou até Bilbrook, perto de Wolverhampton, e pregou entre duas e três horas. “Daí seguimos para Madeley, uma aldeia extremamente agradável, rodeada de árvores e colinas. Foi um grande conforto para mim conversar mais uma vez com um metodista do antigo carimbo, negando a si mesmo, tomando sua cruz e resolvendo ser ‘totalmente cristão",[30] disse Wesley.

Portanto, um real metodista nega a si mesmo, toma a sua cruz e decide ser totalmente cristão.

Um exemplo foi Thomas Vasey (1745-1826) era órfão e foi deserdado por um tio rico por causa de sua associação com os metodistas.Vasey foi batizado em 25 de agosto de 1745 e se tornou um pregador metodista itinerante, em 1776. [31]

“Em 1784, John Wesley ordenou-o diácono e presbítero, juntamente com Richard Whatcoat, e enviou-os para a América com Thomas Coke para estabelecer a Igreja Metodista Episcopal.” [32]

De volta à Inglaterra, em 1789 “retomou o trabalho itinerante, e continuou nele até 1811, quando foi nomeado para realizar os serviços litúrgicos na Capela da Estrada da Cidade”.[33]

 

Um estilo de vida simples

 

“A mão é muito bonita”

 

“Certa vez, quando Wesley e um de seus pregadores itinerantes estavam almoçando em uma casa rica, ocorreu um incidente que mostrou o tato do grande homem. A filha da casa, uma bela menina, ficou muito impressionada com a pregação do Sr. Wesley. Enquanto conversava com a jovem, o itinerante de Wesley notou que ela estava usando vários anéis; Erguendo a mão dela para o Sr. Wesley ver, ele disse: ‘O que você acha deste senhor, para a mão de um metodista?’ (A aversão de Wesley pelo uso de joias era bem conhecida.) A menina corou e, sem dúvida, sentiu-se mal à vontade, mas com o equilíbrio característico Wesley apenas sorriu e disse: ‘A mão é muito bonita’. A moça apareceu no culto seguinte sem suas joias e tornou-se uma cristã devota”.[34]

 

Amor e paz, vestígios da religião interior

 

“Encontrei apenas um”

 

Na quinta-feira, 3 de janeiro de 1740, Wesley disse: “Saí de Londres e na noite seguinte vim para Oxford, onde passei os dois dias seguintes a examinar as cartas que tinha recebido para os dezesseis ou dezoito anos passados. Quão poucos vestígios de religião interior estão aqui! Encontrei apenas um entre todos os meus correspondentes que declararam (o que bem me lembro, naquela época eu não sabia como entender), que Deus havia ‘derramado seu amor em seu coração’ e lhe dera a ‘paz que excede todo o entendimento’. Mas quem acreditou em seu relatório? Devo esconder uma triste verdade ou declará-la para o benefício dos outros? Ele foi expulso de sua sociedade como um louco; e, sendo renegado por seus amigos e desprezado e abandonado de todos os homens, viveu obscuro e desconhecido por alguns meses, e depois foi para Aquele a quem sua alma amava”.[35]

 

Volta às primeiras obras

 

“O povo não virá, ou, pelo menos, não no inverno”

Na segunda-feira, 5 de abril de 1784, Wesley teve uma grande surpresa: “Fiquei surpreso quando cheguei a Chester e descobri que também a pregação matinal foi bastante deixada de lado, por esta razão digna: ‘Porque o povo não virá, ou, pelo menos, não no inverno’. Se assim for, os metodistas são um povo caído. Aqui está a prova. Eles ‘perderam seu primeiro amor’, e nunca o recuperarão ou poderão recuperá-lo até que ‘façam as primeiras obras".[36]

 

Influência de metodistas

 

“Desde que os metodistas vieram até aqui!”

 

Na terça-feira, 2 de junho de 1772, Wesley escreveu: “Fomos para New Orygan em Teesdale. O povo estava profundamente atento; mas, penso eu, não profundamente afetado. Do topo da próxima montanha enorme, tivemos uma vista de Weardale. É uma perspectiva adorável. Os prados e campos verdes que se erguiam suavemente em ambos os lados do pequeno rio, claros como cristal, foram polvilhados com inúmeras casinhas; três em cada quatro dos quais (se não nove. em dez) surgiram desde que os metodistas vieram até aqui. Desde aquela época, as bestas são transformadas em homens, e o deserto em um campo frutífero”.[37]

 

Só os metodistas não terão nada a ver com isso

 

“Tanto quanto sempre”

 

No sábado, 17 de agosto de 1776, Wesley escreveu: “Encontramos o Sr. Hoskins, em Cubert (Cornualha), vivo, mas apenas cambaleando sobre o túmulo. Eu preguei à noite em II Coríntios 5:1-4, provavelmente o último sermão que ele ouvirá de mim. Mais tarde, perguntei se aquele escândalo da Cornualha, a pilhagem de navios naufragados, ainda subsistia. Ele disse: Tanto quanto sempre; só os metodistas não terão nada a ver com isso. Mas três meses desde que um navio naufragou na costa sul, e os tinners apreenderam todas as mercadorias e até quebraram em pedaços um novo ônibus que estava a bordo e levou cada sucata dele embora. Mas não há como evitar essa vergonhosa violação de todas as leis, tanto da religião quanto da humanidade?” [38]

 

Um povo de pé

 

“Mas eles não diminuem em número; eles aumentam continuamente. Portanto, eles não são um povo caído”

 

No dia 5 de agosto de 1777, Wesley disse: “Na maioria dos lugares, os metodistas ainda são um povo pobre e desprezado, trabalhando sob reprovação e muitos inconvenientes; portanto, onde quer que o poder de Deus não esteja, eles diminuem. Com isso, então você pode formar um julgamento seguro. Os metodistas em geral diminuem em número? Então eles diminuem em graça; eles são um povo caído, ou, pelo menos, um povo caindo. Mas eles não diminuem em número; eles aumentam continuamente. Portanto, eles não são um povo caído”.[39]

 

Importância do ensino

 

“Meninos e meninas, selecionados de nossas escolas dominicais e ensinados com precisão”

 

No sábado, 19 de abril de 1787, “seguimos para Bolton, onde preguei à noite em uma das casas mais elegantes do reino, e para uma das congregações mais animadas”, disse Wesley. “E isso eu devo confessar, não há tal conjunto de cantores em nenhuma das congregações metodistas nos três reinos. Não pode haver; pois temos quase uma centena desses agudos, meninos e meninas, selecionados de nossas escolas dominicais e ensinados com precisão, como não são encontrados juntos em nenhuma capela, catedral ou sala de música dentro dos quatro mares. Além disso, o espírito com que todos cantam e a beleza de muitos deles se adequam tanto à melodia que eu desafio qualquer um a excedê-la, exceto o canto dos anjos na casa de nosso Pai”.[40] 

 

Banda, marca da raiz metodista

 

“Na banda, era preciso tomar consciência da possibilidade da perfeição cristã e aprender as disciplinas teológicas de sua busca”.[56]

 

Wesley acreditava que o cristianismo primitivo poderia ser restaurado pela renovação da doutrina, liturgia, disciplina e prática devocional precisas da igreja primitiva”.[57]

Parte da organização dos metodistas tinha como modelo a prática da Igreja Primitiva. 

Havia um propósito de Wesley em restaurar a doutrina e prática da Igreja Primitiva.

O objetivo principal dos pequenos grupos era reunir “pessoas interessadas em buscar seriamente o estudo de um viver santo”.[58]

As Bandas em especial proporcionavam comunhão e a busca do perfeito amor.

As Classes estimulavam com uma disciplina espiritual, a confissão, o desenvolvimento da salvação e da santificação. Havia uma responsabilidade de uns com os outros.

Função central da banda 

Band (banda) foi um meio para tornar os discípulos alcançar o perfeito amor. Foi o local ideal para se buscar a santidade do coração.[59] 

Uma função da banda era o que Wesley chamou de "conversa próxima".[60] 

Bands eram pequenos grupos criadas para levar os metodistas ao perfeito amor. 

Bands foram importantes no processo de formação da organização metodista.[61] 

“Além das reuniões da Sociedade e da Classe, bandas de cerca de cinco pessoas do mesmo sexo e estado civil se reuniram para confessar pecados e lutas específicas uns aos outros. Estima-se que cerca de 1 em cada 4 metodistas participavam regularmente de uma banda”.[62]

As principais atividades dos bands “eram a confissão e a oração; o alvo deles era o crescimento espiritual. Os bands eram homogêneos, de acordo com o modelo morávio; havia band de mulheres, de homens e mesmo de rapazes (...).”[63] 

As bandas eram grupos comprometidos um com o outro e para a vida santa. Eles se reuniam para ajudar uns aos outros no caminho da perfeição cristã. Estes eram grupos "mais profundos da vida" e apenas cerca de um terço da típica sociedade metodista entrou, ou foi convidado a integrar os bands de onde eles compartilharam suas jornadas espirituais "sem reservas e sem disfarce." 

John Wesley chamou isso de "conversa íntima". Ele sentia que o metodismo foi mais próximo do ideal do Novo Testamento nas reuniões de bands.[64] 

Wesley escreveu cinco questões iniciais a serem utilizadas em cada reunião de bands:

1. Que pecados conhecidos você cometeu desde nosso último encontro?

2.Que tentações você sofreu? 

3. Como você cedeu a tentação? 

4. O que você pensou, disse ou fez, do que você dúvida se é pecado ou não?

5. Não tem nada que você deseja manter em segredo?[65] 

Propósito e crescimento dos pequenos grupos 

Para Wesley a disciplina era fundamental nos pequenos grupos. Para ele, “a alma e o corpo fazem um homem, o espírito e a disciplina fazem um cristão”[66]

Veja um exemplo do propósito dos pequenos grupos em “Regras de Wesley para a Band-Sociedades” elaborado 25 de dezembro de 1738. 

O desígnio do nosso encontro é para obedecer a essa ordem de Deus, "Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados...” 

Para este fim, havia o seguinte propósito: 

1. “Para se reunir uma vez por semana, pelo menos.

2. Para chegar pontualmente na hora marcada, sem alguma razão extraordinária.

3. Para começar exatamente na hora, com canto ou oração.

4. Para cada um de nós falar em ordem, livre e claramente, o verdadeiro estado das nossas almas, com as falhas que cometemos em pensamento, palavra ou ação, e as tentações que nós sentimos, desde nosso último encontro.

5. Para terminar cada reunião com uma oração, adequada para o estado de cada pessoa presente.

6.Designar uma pessoa entre nós para falar do seu próprio estado em primeiro lugar, e depois pedir ao restante, em ordem, para falar sobre questões relativas ao seu estado, pecados e tentações”.[67] 

Um exemplo desse propósito pode ser visto em 1746, numa sociedade em Londres. 

“Em 1742, em uma sociedade em Londres havia 426 membros, divididos em 65 classes. Dezoito meses mais tarde essa mesma sociedade tinha 2200 membros, os quais estavam em classes. Toda semana cada aluno era esperado para falar abertamente e honestamente sobre o verdadeiro estado de sua alma.”[68] 

Quais eram as marcas principais das bandas? 

“A franqueza e a transparência foram consideradas mais fortes na banda. No que diz respeito ao desenvolvimento teológico, na aula um estava em busca de se convencer de que era realmente e um filho de Deus. Na banda, era preciso tomar consciência da possibilidade da perfeição cristã e aprender as disciplinas teológicas de sua busca”.[69] 

 

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Citações

 

[2] https://www.unitedmethodistbishops.org/person-detail/2464107

[3] https://juicyecumenism.com/2021/08/20/john-wesley-church-fathers-identity-of-methodism/

[4] Idem.

[5] https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=2033

[6] A Revista de  John Wesley, Editado por  Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit.

[7] Idem.

[8] A Revista de  John Wesley, Editado por  Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit.

[30] https://www.visionofbritain.org.uk//travellers/J_Wesley/16

[31] https://www.biblicalcyclopedia.com/V/vasey-thomas-(1).html

[32] https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=2828

[33] https://www.biblicalcyclopedia.com/V/vasey-thomas-(1).html

[34] A Revista de  John Wesley, Editado por  Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit. 

[35] A Revista de  John Wesley, Editado por  Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit.

[36] https://www.visionofbritain.org.uk/travellers/J_Wesley/19

[37] A Revista de  John Wesley, Editado por  Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit.

[38] Idem. 

[39] A Revista de  John Wesley, Editado por  Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit. 

[40] A Revista de  John Wesley, Editado por  Percy Livingstone Parker, Chicagomoody Press, 1951, op.cit. 

[56] https://scholar.smu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1009&context=theology_ministry_etds

[57] https://www.jstor.org/stable/41179847 · Arquivo PDF

[58] Ibidem, p.108.

[59]https://academic.oup.com/book/27734/chapter-abstract/197911662?redirectedFrom=fulltext

[60]https://belonggsumc.com/john-wesleys-small-groups-models-of-christian-community/

[61] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley, Sua vida e obra. Editora Vida, 1997, p.118.

[62]https://www.umc.org/en/content/the-method-of-methodism-expands-societies-and-the-new-room

[63] Existiam diversas sociedades na Inglaterra. Wesley e outros líderes do Clube Santo lideravam algumas, mas não necessariamente elas eram consideradas metodistas (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.103).

[64] http://blogs.nazarene.org/rev4/2011/04/02/the-bands.

[65] Idem.

[66]Obras-de Wesley, vol. 2, pg. 2, pág. 204. 204: www.goforthall.org/articles/jw_dscplshp.html.

[67] http://housechurch.org/miscellaneous/wesley_band-societies.html

[68] http://coregroups.org/threestrandmodel.html

[69] https://scholar.smu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1009&context=theology_ministry_etds 

[70] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html

[71] Idem.

[72] Idem.

[73] Idem.

[74] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html

[75] Idem. 

[76] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html

[77] Idem. 

[78] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html

[79] Idem. 

[80] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html

[81] Idem. 

[82] https://imeldemirandopolis.blogspot.com/2009/11/as-marcas-de-um-metodista.html

[83] Idem.

 

 



[1] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley, Ibidem, p.210.

[2] Na parte introdutória, já abordamos sobre  o conceito de identidade. Relembramos a afirmação de Magali do Nascimento Cunha  no livro Forjando uma Nova Igreja: ”Nunca se falou tanto em identidade na Igreja Metodista (...). Falar de identidade e tentar reafirmá-la é próprio dos momentos de crise, seja individual ou coletiva (...). identidade não se preserva; identidade é um processo incessante de construção: (...). Significa reler o passado com os olhos num processo de construção identificando o que foi criado no passado (os traços de identidade que ficam e os que foram abandonados), o que está sendo criado no presente (frente aos desafios da realidade) e somar tudo isso ao projeto futuro (como o que ainda não é que desafia o presente e o passado” (cf. CASTRO, Clovis Pinto de - CUNHA, Magali do Nascimento. Forjando uma Nova Igreja, São Paulo, Editeo, 2001, p.63-5). O Colégio Episcopal reafirmou no Concílio Geral, em julho de 2001, a importância da nossa identidade:“(...) somos desafiados/as a fortalecer a configuração da nossa identidade e o sentido de nossa finalidade – a vocação para a qual fomos chamados” (COLÉGIO ESPISCOPAL. “O futuro do metodismo no Brasil” em Avante, Rio de Janeiro, Fé&Nexo, agosto 2001, p.3).

[3] Em seu livro Explicação Clara da Perfeição Cristã, publicado pela Imprensa Metodista, 1984, Wesley afirma: “Convém observar que este sermão foi o primeiro de todos os meus trabalhos a ser publicado. Este era o conceito de religião que tinha e não hesito em chamá-la pelo termo Perfeição” (Ibidem, p.11).

[4] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.215.

[5] No seu diário, em 2 de janeiro de 1787, Wesley comenta sobre um fato em Depford:” (...) A maioria dos homens de influência na Sociedade se achava zangada porque queria separar-se da Igreja. Esforcei-me para raciocinar com eles, mas em vão; não tinha bom senso nem até boas maneiras. Finalmente, depois duma reunião de toda a Sociedade, eu lhes disse: ’Se vós estais resolvidos, podereis ter culto nas horas da Igreja; mas ficai sabendo que dessa hora e m diante, não vereis mais a minha face’. Esta expressão feriu profundamente; também daquela hora em diante não se ouviu mais acerca da separação da Igreja” (WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley. Ibidem, p.208).

[6] Mateo Lilièvre, em seu livro João Wesley - sua Vida e Obra, p.349, cita diversos autores que realçam o caráter de Wesley. Uma de suas citações é de Lecky,  historiador inglês, séc. XVIII, onde ele diz que "nada mais injusto do que atribuir a Wesley a ambição do cismático ou os instintos subversivos do revolucionário" (England Intre Eighthenth Century, tomo II, p.632).

[7] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley, Ibidem, p.36.

[8]Na Introdução citamos opiniões de diversos historiadores e teólogos sobre o revival, o reavivamento ou avivamento metodista no século XVIII.

[9]LEITE, Nelson Luiz Campos. Como alcançar o genuíno avivamento. Exodus Editora, 1997, p.19. Báez Camargo afirma que “o metodismo não foi outra coisa, senão a expressão do ímpeto de constante renovação espiritual (...) O avivamento evangélico do século XVIII; tal é a expressão de que se servem os historiadores para designar o metodismo” (Gênio e Espírito do Metodismo Wesleyano. São Paulo: Imprensa Metodista, 1986, p.17). Welliston Walker fala em “Reavivamento  na Igreja Católica” e “Reavivamento Evangélico na Grã-Bretanha” (História da Igreja Cristã. 2 v. ibidem, p.102 e 201). A expressão “aviva” e depois “reaviva”  foi retirada de Habacuque 3.2: “ Aviva a Tua obra, ó Senhor”.

[10] CAMARGO, Gonzalo Baez. O desafio de João Wesley aos metodistas de hoje. São Paulo:Setor Gráfico do I.M.S., Terceira Região Eclesiástica, maio de 1986, p.4.

[11] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.130.

[12] No Contexto Político, Contexto Social  e Contexto Religioso, no Capítulo 2, abordamos em que ambiente ocorreu o avivamento metodista.

[13]FLORISTÁN,Casiano; TAMAYOS, Juan José.Conceptos fundamentales del cristianismo. Ibidem, p.485). Dentro da experiência carismática, os estudiosos afirmam: “(...). Nesse sentido interpreta a teologia de tais experiências como experiências de revelação através das quais Deus têm conduzido a humanidade a um melhor conhecimento de sua existência, sua vontade e seu desígnio para com os homens” (Ibidem., p.487).

[14]Desde 1670, as sociedades religiosas haviam feito sérias tentativas de ter um reavivamento espiritual. O reavivamento de Gales começou em meados da década de 1730  e um reavivamento procedeu Wesley  tanto em Cornwall como na Escócia (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.97).

[15] Wesley cita em seu diário vários exemplos de pessoas que haviam alcançado a perfeição cristã, entre elas, miss Berresford.  Ela é citada como modelo de  piedade e de atividade. Sua palavra: “Conta, peço-te, dize a todos que a perfeição é conseguível (...) Manda dizer ao Sr. W. que sinto não ter crido mais cedo na doutrina da perfeição cristã (Ibidem, p.125-6)”.

[16] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.125.

[17] O mesmo Mateo Lelièvre diz que "Wesley era ainda mais organizador que pregador, e tão grandioso nesse sentido que nenhuma outra pessoa de seu século se iguala a ele" (Ibidem, p.354). Richard Heitzenhater afirma que Wesley tinha a habilidade de prosperar em períodos de crise e confusão (Wesley  e o Povo Chamado Metodista, Ibidem.p.48).

[18] WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2 v., ibidem, p.352.

[19] Ibidem, p.352.

[20] Ibidem, p.354. Obras de Piedade consistiam em oração, participar da Ceia do Senhor, estudar as Sagradas escrituras, jejuar, etc. As Obras de Misericórdia consistiam em vestir os nus, alimentar os famintos, visitar aos presos, dar pousada ao peregrino, etc.

[21] WESLEY, João. Sermões de Wesley. 1 v., ibidem, p.163.

[22] SALVADOR, José Gonçalves. Arminianismo e Metodismo. São Paulo:Imprensa Metodista, JGEC, [s.d.], p. 19-28.

[23] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 31.

[24] WALKER, Welliston, Ibidem, p. 134. O primeiro a reagir ao rigor calvinista foi o erudito holandês Dirck Coornhert (1522-1590), entretanto essa reação alcançou expressão plena com Jacó ou Jacobus Arminius.

[25] SALVADOR.José Gonçalves. Arminianismo e Metodismo, Ibidem, p.22.

[26] Ibidem, p.28.

[27] Ibidem.

[28] A Confissão de Westminister foi redigida em 1643 pela Assembléia de Clérigos ao qual fora confiada a tarefa de organizar o New Establishment (BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo: Imprensa Metodista, ASTE, 1967, p.278).

[29]BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo: Imprensa Metodista, ASTE, 1967, p. 278-9.

[30] Também chamado de Jacobus Arminius (BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã, Ibidem, p. 305).

[31] WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã.  2 v. São Paulo: ASTE, 1967, p. 15.

[32] Ibidem, p.135.

[33] Ibidem.

[34] O Sínodo de Dort, 1618, condenou os pontos de vista dos arminianos, que foram obrigados a deixar a Igreja Reformada. Nos “Cinco Artigos” condenados  pelo Sínodo está dito: I. Que Deus, por um eterno e imutável plano em Jesus Cristo, seu Filho, antes que fossem postos os fundamentos do mundo, determinou salvar, de entre a raça humana que tinha caído no pecado – em Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo (...). II. Que, em concordância com isto, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, morreu por todos (...). III. Que o homem não possui por si mesmo a graça salvadora (...) mas que é necessário que por Deus em Cristo e através de seu  Santo espírito seja gerado de novo e renovado em entendimento, afeições e vontade (...). IV. Que esta graça de Deus é o começo, a continuação e o fim de todo o bem; de modo que nem mesmo o homem regenerado pode pensar, querer ou praticar qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação para o mal sem a graça precedente (ou preveniente) que desperta, assiste e coopera (...). V. Que aqueles que são enxertados em Cristo por uma verdadeira fé, e que assim foram feitos participantes de seu vivificante Espírito, são abundantemente dotados de poder para lutar contra Satã, o pecado, o mundo e sua própria carne, e de ganhar a vitória (...). (BETTENSON, Henry, Ibidem, 305-6).

[35] WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã.  2 v. São Paulo: ASTE 1967, p. 136.

[36] Ibidem.

[37] SALVADOR, José  Gonçalves. Arminianismo e Metodismo. São Paulo: Igreja Metodista do Brasil, [s.d], p. 51.

[38] Ibidem.

[39] Ibidem, p.63.

[40] Ibidem., p.61-2.

[41] Ibidem., p.62.

[42] WALKER, John. A História do Avivamento Morávio. Goiás: [s.ed.]. 1978, p. 2.

[43]“Armínio discordava tanto de Agostinho como de Calvino, quando negava ter o homem ficado reduzido pelo pecado à inatividade. Houve algo que o homem não perdeu. Ainda lhe resta a capacidade de responder à graça de Deus e aceitá-la ou recusá-la. Noutras palavras: ainda possui liberdade e volição e, assim, é responsável pela sua decisão” (SALVADOR, José Gonçalves, Ibidem, p.41).

[44] No IV artigo de Jacobus Arminius, condenado pelo Sínodo de Dort, está dito:” Que esta graça de Deus é o começo, a continuação e o fim de todo o bem; de modo que nem mesmo o homem regenerado pode pensar, querer ou praticar qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação para o mal sem a graça precedente (ou preveniente) que desperta, assiste e coopera (...).  Que aqueles que são enxertados em Cristo por uma verdadeira fé, e que assim foram feitos participantes de seu vivificante Espírito, são abundantemente dotados de poder para lutar contra Satã, o pecado, o mundo e sua própria carne, e de ganhar a vitória (...)”.

[45] BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E. Coletânea da Teologia de João Wesley. Ibidem, p. 54.

[46] CÂNONES da Igreja Metodista, Ibidem, p.36.

[47] WESLEY, João. Explicação clara da Perfeição Cristã, ibidem, p.125.

[48] ______. Sermões de Wesley. 1 v., ibidem, p.213.

[49] “A revista wesleyana passou a denominar-se, desde 1778, ‘A Revista Arminiana’ (The Arminian Magazine). É digno de nota que o primeiro artigo publico no volume de 1792 é a tradução do escrito de Armínio, intitulado ‘O julgamento de Armínius acerca dos decretos divinos’ (SALVADOR, José Gonçalves, Ibidem, p.77)”.

[50] BURTNER, Robert W. ; CHILES, Robert E.,Ibidem, p. 160.

[51] Ibidem, p. 147.

[52] WALKER, Welliston, Ibidem, p.83.

[53] Ibidem.

[54] Ibidem, p. 84.

[55] Este artigo 4º afirma: “O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, é da mesma substância, majestade e glória com o Pai e com Filho, verdadeiro e eterno Deus” (CÂNONES da Igreja Metodista, Ibidem, p.34).

[56] Este artigo diz : “O pecado original não está em imitar Adão, como erradamente dizem os Pelagianos, mas é a corrupção da natureza de todo descendente de Adão, pela qual o homem está muito longe da retidão original e é de sua própria natureza inclinado ao mal e isto continuamente” (CÂNONES da Igreja Metodista, Ibidem, p.36). “Pelágio era um monge inglês, possivelmente, de origem irlandesa. Em 400 veio a Roma e ficou chocado com o baixo nível da península itálica. Achando que havia necessidade de um esforço moral mais acentuado, chocou-se com a oração de Santo Agostinho: ‘Concede-me, Senhor, o que tu exiges, e manda o que for de teu agrado. ’Sua doutrina, parece não Ter provocado distúrbios antes de sua ida `a África após o saque de Roma” (BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã, ibidem, p.87).Ele acredita que o homem podia permanecer sem pecado. Com isso, ele dizia glorificar a Deus “já que reconhecemos que dEle nos vem esta dádiva e este poder” (BETTENSON, Henry, Ibidem, p.88).

[57] Obras de superrogação significa: “As obras voluntárias que não se achem compreendidas nos mandamentos de Deus, as quais se chamam de obras de superrogação, não se podem ensinar sem arrogância e impiedade; pois, por elas, declaram os homens que não só rendem a Deus tudo quanto  lhe é devido, mas também de sua parte fazem ainda mais do que devem, embora Cristo claramente diga: ´Quando tiverdes feito tudo o que se vos manda, dizeis: Somos servos inúteis” (CÂNONES da Igreja Metodista. Ibidem, p.37).

[58] Este 14º artigo afirma: “A doutrina romana do purgatório, das indulgências, veneração e adoração, tanto de imagens de relíquias, bem como a invocação dos santos, é uma invenção fútil, sem base em nenhum testemunho das Escrituras e até repugnantes à Palavra de Deus  (CÂNONES da Igreja Metodista. São Paulo: Associação Religiosa Imprensa da Fé, 1998, p. 38)

[59] CÂNONES da Igreja Metodista. Ibidem, p.33-43.

[60] Além da Tradição Cristã, Razão, Escritura e Experiência Espiritual, a Criação Natural também estava incluída nas Cinco Fontes do Conhecimento Espiritual. Para Wesley, “Toda Escritura é inspirada por Deus” (BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E., Ibidem, p.20). Sobre a importância da razão, ele diz:  “o Filho de Deus começa a sua obras no homem capacitando-nos a crer nele. Ele abre e alumia os olhos de nosso entendimento” (Ibidem,p.23). Segundo Wesley,  o Testemunho do Espírito, a Experiência Espiritual é “a evidência mais forte da verdade do cristianismo” (Ibidem, p.30). Sobre a importância da tradição cristã, ele diz: “ (...) Clemente Romanus, Inácio, Policarpo, Justino Mártir, Irineu, Origenes, Clemente Alexandrinus, Cipriano, aos quais eu acrescentaria Macarius e Efraim Syrus (...). Reverencio muito estes cristãos com todas as suas falhas porque vejo tão poucos cristãos atualmente; porque leio tão pouco nos escritos dos últimos tempos e ouço tão pouco de cristianismo genuíno, e porque a maioria dos cristãos modernos (assim chamados) não contentes com o serem totalmente ignorantes a respeito do cristianismo têm profundos preconceitos contra ele chamando-o ‘entusiasmo’ e não sei mais o que” (BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert, Ibidem, p.35-6). Sobre a Criação Natural, Wesley diz: “Assim todas as partes da natureza nos conduzem ao Deus da natureza” (Ibidem, p.37).

[61] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 320.

[62] MARQUARDT, Manfred. Redescobrindo o Sagrado. São Paulo: Editeo, 2000, p.18.

[63] BURTNER Robert; CHILES, RobertIbidem, p.29.

[64]Ibidem, p. 31.

[65] Ibidem, p.25.

[66] Ibidem, p.27.

[67] Ibidem.

[68] KLAIBER Walter; MARQUARDT, Manfred, Ibidem, p.270.

[69] CÂNONES da Igreja Metodista, Ibidem, p.37.

[70] WESLEY, João. Sermões de Wesley. Tradutor Nicodemus Nunes. v 1. São Paulo: Imprensa Metodista, 1953, p.36.

[71] Ibidem, p.112.

[72] WESLEY, João. Sermões de Wesley. 1 v., ibidem, p.376.

[73] Ibidem, p.377.

[74] WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2 v., ibidem, p.252.

[75] WALKER, Welliston,.Ibidem, p.214.

[76] Ibidem.

[77] Ibidem.

[78] O Plano de Pacificação determinava: “O sacramento da ceia do Senhor não será administrado em qualquer capela a não ser que o permitam a maioria dos depositários desta capela, dos ecônomos e líderes dela (sendo eles os mais qualificados para darem a opinião do povo). Contudo, em todos os casos se deverá obter primeiramente o consentimento da Conferência... Previsto que, em todas as capelas em que a ceia do Senhor já tem sido pacificamente administrada a sua administração continuará para o futuro... Concordamos em que a Ceia do Senhor seja administrada entre nós somente nos domingos à tarde, exceto lá onde a maioria dos ecônomos e líderes desejarem que seja, nos horários eclesiásticos... Contudo, nunca será administrada naqueles domingos em que é administrada na igreja paroquial. A ceia do Senhor deverá sempre será administrada na Inglaterra segundo a forma da Igreja estabelecida; mas a pessoa que a administra terá a liberdade de anunciar hinos, usar a exortação e a oração extemporânea. Onde quer que na Inglaterra o serviço divino é celebrado no dia do Senhor, em horários eclesiásticos, o pregador oficiante deve ou ler o ritual da Igreja – a abreviação feita por nosso venerável pai – ou pelo menos as leituras marcadas pelo calendário. Portanto, recomendamos quer o serviço plenos quer a abreviação. A nomeação dos pregadores mencionados no título arrolado, e seus sucessores, são as únicas pessoas legais que constituem a Conferência. E pensamos que os irmãos mais jovens não têm razão em objetar a essa proposição, visto que são regularmente eleitos segundo a idade” ( BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã, ibidem, p. 293).

[79]WALKER, Welliston, Ibidem.

[80] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.318.

[81] WALKER, Welliston, Ibidem, p.190.

[82] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.19.

[83]WALKER, Welliston, Ibidem, p.190.

[84] Ibidem.

[85] Ibidem.

[86] A Guerra dos trinta anos foi entre católicos e protestantes, na Europa, e começou na Boêmia. WALKER, Welliston, ibidem, p.125.

[87] Ibidem, p. 191.

[88] Ibidem.

[89] Ibidem.

[90]SPENER. Philipp Jacob. Pia Desideria. Imprensa Metodista, Ciências da Religião, 1985, p.25.

[91] Ibidem, p.27.

[92] Ibidem, p.56-80.

[93] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 20.

[94] SPENER, Philipp Jacob. Pia Desideria. Ibidem, p.73.

[95]Spener foi acusado de heresia. “Falsamente, como demonstrando afastamento intencional dos padrões luteranos; mas com verdade no sentido de que seu espírito e ideais eram inteiramente distintos da ortodoxia luterana da hora” (WALKER, Welliston, Ibidem, p.192).

[96] Ibidem. p.192.

[97] Ibidem, p.194.

[98] BURTNER, Robert W. ; CHILES, Robert E. Ibidem, p.28-3.

[99] HEITZENHATER, Richard, Ibidem, p. 69.

[100] HIÁRIO Evangélico, hino 413, Imprensa Metodista, 1985, p. 246.

[101]Hinário Evangélico é uma coleção de hinos publicados e utilizados pela Igreja Metodista.

[102] Ibidem, hino 226, p. 166.

[103] WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2 v., ibidem, p.348.

[104] Ibidem, p.348.

[105] WESLEY, João. Explicação clara da perfeição cristã. Ibidem, p.88.

[106] WALKER, Welliston, Ibidem, p. 190.

[107] Ibidem, p. 233.

[108] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.19.

[109] No quinto capítulo abordaremos o compromisso social dos metodistas.

[110] WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2 v., p,.354.

[111] A ênfase de Wesley nos Atos de Misericórdia remonta às Sociedades religiosas que “também estimulavam algumas causas de caridade” (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.23). Heitzenhater afirma que “trabalhando com os pobres, as sociedades pretendiam, não tanto melhorar seu nível de vida num sentido econômico, mas melhorar suas vidas num sentido moral e espiritual” (Ibidem, p.23). Samuel Wesley, pai de Wesley, foi influenciado pela SPCK (Sociedade para a propagação do Evangelho) e tentou organizar uma sociedade em Epworth (Ibidem, p.27). Cinco das catorze regras que ele escreveu se referem à caridade (Ibidem, p.29).

[112] KLAIBER Walter; MARQUARDT, Manfred, Ibidem, p.302.

[113] Só a Alemanha teve um decréscimo de mais de 10 milhões de pessoas. Os campos foram desvastados e as indústrias destruídas ( WALKER, Welliston, Ibidem, p. 130).

[114] WALKER, John. Sangue e Fogo, A História do Avivamento Morávio. Rubiataba,  Goias:[s.ed],1978, p.1.

[115] WALKER, Welliston, Ibidem, p. 198.

[116] WALKER, John. Sangue e Fogo, Ibidem, p. 2

[117]Casiano Floristán  afirma que a experiência mística é interior, imediata, simples, passiva e frutífera, que têm lugar em nível de consciência. Já a experiência carismática inclui fenômenos como  visões, audições (Conceptos Fundamentales del Cristianismo, Ibidem, p. 486-8).

[118] WALKER, John. Ibidem, p. 3-4.

[119] TUCKER, John T. Compêndio de História de Missões. Lisboa: [s.ed.], 1954, p.170.

[120] HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p.60.

[121] Ibidem, p.73.

[122] WALKER, John, Ibidem, p. 6.

[123] WESLEY, João. Sermões de Wesley. 2 v, p,.445.

[124] Wesley temia o mar e nunca havia estado em um navio. Diante da tempestade, ”A nua realidade da morte iminente mostrou a fragilidade do senso de segurança de Wesley (...) A terceira e pior tempestade, apenas uma semana antes de avistarem a terra, levou Wesley à ‘submissão à sábia, santa e graciosa vontade de Deus’; e também abriu seus olhos para a profundidade da fé dos moravianos alemães que estavam a  bordo” (HEITZENHATER, Richard  P.,Ibidem, p.58-9).

[125]  HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p. 59.

[126] Ibidem,  p. 76.

[127] Ibidem.

[128] WESLEY, João. Sermões de Wesley. v 2, ibidem, p.355-6.

[129]HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem., p.78.

[130] Ibidem, p.79;

[131] RUMBLE, L. “Os Metodistas” em Vozes em defesa da fé. Petrópolis:Editora Vozes Limitada, 1959, p.30.

[132] KLAIBER, Walter; MARQUARDT, Manfred, Ibidem,  p. 302.

[133] Em 1739, com tendências morávias, Philip Henry Molther, passou a ensinar nas sociedades de Londres que não haviam meios de graça e sim Cristo. Eles deveriam permanecer "quietos", diante do Senhor. Essa "teologia sublime" era contrária "a tudo em que Wesley há muito tempo cria e praticava". Wesley exortou as sociedades a esperarem no Senhor em todas as sua ordenanças (HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p.106).

[134] Ibidem, p. 84.

[135] HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p.106.

[136] Ibidem, p. 106.

[137] WESLEY, João. Sermões de Wesley. v.2, ibidem, p.174.

[138] _______._______. 1 v., p.258. Por pecado, Wesley entende como “toda tendência pecaminosa, paixão ou afeição, tais como orgulho, obstinação, amor ao mundo, de qualquer espécie ou grau; cobiça, ira, impertinência; qualquer disposição contrária à mente que havia em Cristo” (Ibidem, p.258-9.)

[139] WESLEY, João. Sermões de Wesley. v.1, ibidem, p.262.

[140] Ibidem, p.270.

[141] Ibidem,  p.262.

[142]HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p.106.

[143] Ibidem, p.154.

[144] Nesta publicação, ele “responde à acusação de Church de que Wesley compartilhava de muitos dos mesmos problemas que havia colocado aos pés dos moravianos no Journal, tais como negar qualquer valor às boas obras (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.154)”.

[145] Apesar de Wesley apreciar a profunda piedade dos moravianos, ele se preocupava com seu antinomianismo, ou seja, ética que dispensa a lei (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.154).

[146] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 155.

[147] WESLEY, João. Explicação clara da Perfeição Cristã, Ibidem, p.112.

[148] ______. Sermões de Wesley. 2 v., p,.445.

[149]HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p. 143.

[150] No Capítulo 2, no Contexto Religioso, o Puritanismo é também citado.

[151] REILY, Duncan Alexander. “O culto do Protestantismo Puritano-Pietista” em  O culto Protestante no Brasil., Estudos de Religião 2, São Paulo: Imprensa Metodista,1985,  p. 91.

[152] JONES, D.M.Lloyde. Os Puritanos. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1993, p.249-0.

[153] Ibidem, p.282.

[154] Ibidem, p.277.

[155] LILIÉVRE, Mateo, Ibidem, p.8. O rei Henrique VIII havia mudado a Inglaterra do catolicismo para o anglicanismo . Seu filho Eduardo VI, a reforma religiosa prosseguiu, mas quando Maria Túdor assumiu o poder, iniciou uma perseguição aos protestantes (Ibid, p.8). Maria perseguiu ao Arcebispo Cranmer, por ele ter declarado sem valor o casamento de sua mãe (WALKER, Welliston, Ibidem, p.91).

[156] MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O Celeste Porvir, Ibidem, p. 35.

[157] JONES, D.M.Lloyde, Ibidem, p. 251.

[158] Ibidem, p.267.

[159] WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã. 2 v. Ibidem, p. 139.

[160] Ibidem, p. 141.

[161] HILL, Christopher, Ibidem, p. 52-3.

[162] VIDLER, Alec R, Ibidem, p. 137.

[163] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 17.

[164] MENDONÇA, Antônio Gouvêa, Ibidem, p. 41.

[165] “Antão, o fundador do monaquismo cristão, nasceu em Koma, no Egito central, por volta de 250, de cêpa nativa (copta).Impressionado pelas palavras de Cristo, ao moço rico, desfez-se de suas posses e, por volta de 270, encetou vida de ascese em sua vila natal. Quinze anos mais tarde, dedicou-se à vida solitária, tornando-se eremita. (...) Jejuava, praticava a mais severa abnegação e orava constantemente, Cria que vencendo a carne, se aproximaria cada vez mais de Deus. Antão em breve teve muitos imitadores (....).O primeiro grande aperfeiçoador do monaquismo foi Pacômio. (...) fundou o primeiro mosteiro cristão, em Tabenísi, no Sul do Egito, por volta de 315-320” (WELLISTON, Walker. História da Igreja Cristã. v 1, Ibidem, p.182-3).

[166]  WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Ibidem, p. 125.

[167] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 21.

[168] KLAIBER, Walter;  MARQUARDT, Manfred, Ibidem,  p.150.

[169] Ibidem.

[170] Ibidem, p.151.

[171] Ibidem.

[172] Ibidem, p.152.

[173] Ibidem, p.153.

[174] KLAIBER, Walter; MARQUARDT, Manfred, Ibidem,  p.153.

[175] Ibidem, p. 26.

[176] LILIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.84.

[177] Ibidem.

[178] Ibidem, p.33.

[179] “Samuel e Susanna vieram de um background não-conformista. Como já vimos, o pai de Samuel (John Wesley) tinha sido destituído de sua paróquia pelo bispo de Bristol no século dezessete. Susanna era filha de Samuel Annesley, um conhecido ministro não-conformista” (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.26).

[180] BURTNER, Robert; CHILES, Robert. Coletânea da Teologia de João Wesley, ibidem,p.264-6.

[181] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley,  Ibidem, p.115.

[182] HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p.248.

[183] REILY, Duncan Alexander. Fundamentos doutrinários do Metodismo brasileiro. Ibidem, p.61.

[184] HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p. 248.

[185] Ibidem, p. 230.

[186] REILY, Duncan Alexander. Fundamentos doutrinários do Metodismo brasileiro. Ibidem, p.47.

[187] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 230.

[188] Ibidem, p.248.

[189] REILY, Duncan Alexander. Wesley e sua Bíblia. São Paulo: Editeo, 1997, p.39.

[190] REILY, Duncan Alexander. Fundamentos doutrinários do Metodismo brasileiro. Ibidem, p.61.

[191] HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p. 248.

[192] Ibidem, p. 230.

[193] https://hannahadairbonner.com/tag/john-wesley/

[196] https://www.seedbed.com/key-leaders-of-the-wesleyan-movement/

[197]HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 248.248.

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