O coração aquecido de Nelson Mandela

 

Odilon Massolar Chaves

 

 

 

 


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Toda gloria a Deus!

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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia  

 



“Se não fosse pela Igreja Metodista Unida, eu ainda estaria na minha aldeia.”[1]


(Nelson Mandela)

 

 


                            Índice

 

·       Introdução

·       Sua formação metodista

·       Na universidade e Congresso Nacional Africano

·       Participação metodista na luta contra o apartheid

·       Mandela, o Metodista

·       Gratidão à Igreja Metodista

·       Prêmio Mundial Metodista da Paz

·       Frases de Mandela

·       Símbolo de liberdade, justiça e paz



Introdução

 

      “O coração aquecido de Nelson Mandela” é um livro que trata quase exclusivamente sobre Mandela e seu relacionamento com a Igreja Metodista.

          Desde pequeno Mandela foi levado por sua mãe, que era metodista, para a Escola Dominical da Igreja Metodista. Seus estudos foram em grande parte em escolas e na Universidade Metodista, na África do Sul.

           O ofício fúnebre foi também numa Igreja Metodista oficializado por líderes metodistas.

           Em diversas ocasiões este livro mostra Mandela declarando sua gratidão à Igreja Metodista e falando de “nossa Igreja”.

         Sua última esposa, Grace Machel, era uma metodista filha de pastor metodista.

          São muitos os aprendizados neste livro sobre sua vida, que tinha uma Missão dada por Deus: semear a justiça, a liberdade, o perdão, a paz e a igualdade entre todos. Mandela contribuiu muito para termos um mundo melhor, especialmente na África do Sul.

O Autor


Sua formação metodista

 

           Mandela nasceu em 18 de julho de 1918, em Mvezo, no Cabo Oriental, e se formou em Healdtown, um internato iniciado por missionários metodistas em 1845

          Mandela afirmou que seus pais eram “religiosos, mas enquanto seu pai acreditava em Qamata, o grande espírito do povo Xhosa, sua mãe era cristã e o batizou na Igreja Metodista. Ele foi a primeira pessoa em sua família a ter uma educação formal e foi para a Escola Missionária Wesleyana local perto de Qunu”.[2]

            O Rev. Seth Mokitimi era o capelão da escola. Um renomado pregador e educador metodista que teve uma influência poderosa sobre Mandela.

            Mandela gostava de dizer que em seu tempo a criança era educada pelo método de sentar, aquietar-se e apenas ouvir as conversas dos mais velhos.

         O pai de Nelson Mandela, Henry Gadla, tinha quatro esposas e treze filhos. Ele era descendente de Thembu, chefe de um clã dos Xhosas (pronuncia-se Kôza), um dos muitos povos locais da África do Sul. A formação de Mandela, dentro dos valores de respeito às tradições e autoridades fez com que ele adquirisse os hábitos de nobreza, educação formal e, acima de tudo, de profundo entendimento da “alma” sul-africana[3].

             Nelson Mandela era o filho da terceira esposa, Noqaphi Nosekeni. Era uma das treze crianças e tinha três irmãos mais velhos. A mãe de Mandela era uma metodista, e Nelson, seguindo seus passos, estudou numa escola Missionária Metodista[4].

            A educação de Mandela era permeada de formação cristã por influência de sua mãe[5].

             Ele foi batizado na Igreja Metodista[6].             

             Quando tinha nove anos, seu pai morreu e o regente da tribo Thembu, Jongintaba Dalindyebo, se ofereceu para ser seu guardião. Jongintaba e sua esposa eram cristãos devotos e arranjaram para que Nelson frequentasse a Escola Clarkesbury, a missão wesleyana mais antiga em Thembuland. Mais tarde, ele foi para Healdstown, uma faculdade metodista em Fort Beaufort.[7]

             Na idade de 21, Nelson foi para a Universidade de Fort Hare onde se tornou membro da Sociedade Bíblica e dava aulas bíblicas aos moradores locais aos domingos, junto com outro metodista Oliver Tambo. Ele morava no dormitório da Wesley House.[8]

          Anos depois, Mandela confirmou sua filiação à Igreja Metodista quando falou numa Conferencia Metodista.  Ele perguntou ao Bispo Dandala como se filiar à Igreja. “O Dr. Dandala o lembrou do requisito de que um membro da MCSA deveria comparecer ao sacramento da Sagrada Comunhão pelo menos uma vez a cada três meses para manter a adesão formal. Compreendendo como seria difícil para alguém com sua popularidade e estatura cumprir esse requisito específico, o Dr. Dandala o deixou de lado e perguntou ao Sr. Mandela onde ele gostaria que sua filiação fosse realizada, ao que o Sr. Mandela respondeu Mqhekezweni circuito (que era o circuito no qual foi batizado). Ele foi devidamente registrado como membro desse circuito pelo Bispo do Distrito e pelo Dr. Dandala. Como tal, o Dr. Dandala lembra que o Sr. Mandela e a Sra. Machel eram casados como membros de pleno direito, em boa posição, da Igreja Metodista em seu 80º aniversário”.[9]

          Mandela manteve uma conexão com a Igreja Metodista ao longo de sua vida.


Na universidade e Congresso Nacional Africano

 

            Em 1939, Mandela foi um dos 50 negros que entraram na Universidade de Fort Hare, uma instituição missionária Metodista.

            O envolvimento dele com política estudantil foi sempre tentando se desvencilhar dos seus colegas radicais, como alguns, que, em plena Segunda Guerra Mundial, achava a Inglaterra tão opressora quanto à Alemanha (...).[10]

                Ele completou os estudos pelo correio, em 1942, auxiliado pelo amigo, Sisulu que também o ajuda a empregar-se num escritório.

                Mandela se casou com a enfermeira Evelyn em 1944.[11]            

               Em 1943, ele entrou para o ANC (Congresso Nacional Africano), o partido nacionalista que foi criado em 1912.

                No ANC, Nelson Mandela, Madiba para os íntimos, ajudou a fundar a liga jovem. Foi eleito em 1947 para o comitê executivo da província Transvaal do partido. Em maio de 1948, o Partido Nacional (dos brancos) chegou ao poder pelo voto (só para brancos) e por lá permaneceu 46 anos!

             Em 1950, já na Executiva Nacional do ANC, Mandela começa a organizar e, às vezes liderar, protestos, greves e desobediência civil contra as leis racistas do Apartheid.

               A década de 50 houve várias detenções de Mandela, além de seu confinamento em Johanesburgo durante um período. Como nada surtisse efeito sobre o governo, Mandela e o ANC, se envolveram com atos terroristas, e algumas sabotagens começam a acontecer. Em 1960, o ANC cai na clandestinidade, Mandela queima seu passe, com a presença da imprensa e é novamente detido. Foi preso por 27 anos e seis meses. [12]

            “Como líder em uma campanha contra o sistema de apartheid, Mandela foi condenado à prisão perpétua na Ilha Robben em 1963. O reverendo Peter Storey, um pastor metodista, serviu como capelão de Mandela e outros prisioneiros”.[13]  

 


Participação metodista na luta contra o apartheid


 

            O Congresso Nacional Africano (CNA) em 1952 articula a resistência ao Apartheid com a Campanha do Desafio. Nesse perí­odo o CNA era presidido pelo pastor metodista, o zulu Albert John Luthuli, que mais tarde ganharia o Prêmio Nobel da Paz.

            Em 1964, Mandela e toda diretoria do CNA foram presos.  Em 1989 assumiu o poder Frederik de Klerk que iniciou um processo de fim do Apartheid e libertou Nelson Mandela, em 1991. Ganhou, em 1993, junto com Mandela, o Prêmio Nobel da Paz.[14]

            Em 1986, o Bispo metodista Lawi Imathiu, do Kênia, tornou-se o primeiro africano a estar à frente do Movimento Mundial Metodista. Na Conferência Mundial Metodista, em Nairobi, o Concílio Mundial Metodista clamou pelo fim do Apartheid e pelos grilhões que escravizavam o povo na África do Sul.

            Autorizado pelo Concílio Mundial, Lawi Imathiu liderou a delegação na visita ao Presidente Botha na África do Sul. Imathiu abertamente clamou ao Presidente Botha para que libertasse Nelson Mandela da prisão e removesse as algemas do povo.

             Uma segunda delegação do Concílio Mundial Metodista encontrou-se com o Presidente de Klerk oferecendo novamente o desafio consistente e a solicitação para libertar Mandela, um metodista, e pela República da África do Sul, para que extinguisse o sistema opressor do Apartheid.

             Liderado pelo corajoso Bispo Metodista Imathiu a mudança, por fim, aconteceu na África do Sul e em fevereiro de 1990 Mandela foi liberto.[15]

           No dia 27 de abril de 1994, aconteceram as primeiras eleições gerais multirraciais na África do Sul. O CNA obteve 58% dos votos, elegendo Mandela, o primeiro presidente negro da República Sul-Africana.[16]

 


Mandela, o Metodista

 

“Antes de ser ativista ou lutador

pela liberdade,

prisioneiro da esperança e presidente,

 Nelson Rolihlahla Mandela era metodista”

 

                “Mandela, o Metodista” é uma expressão do Rev. Kelvin Sauls, pastor sênior da Igreja Metodista Unida Holman em Los Angeles, CA. Ele nasceu e foi criado em Joanesburgo, África do Sul.

               Para ele, Mandela tinha uma missão a desempenhar: “Sua missão foi informada e moldada por suas raízes culturais e religiosas. Antes de ser ativista ou lutador pela liberdade, prisioneiro da esperança e presidente, Nelson Rolihlahla Mandela era metodista”.[17]

              Primero, ele era metodista. Sua mãe era metodista e Mandela seguiu seus passos.

              Ele frequentou uma escola missionária metodista “onde era conhecido pelo nome de Nelson em seu primeiro dia na escola. Esta missão - informada por um movimento para restaurar a dignidade e igualdade para todos, e o Ubuntu em todo o país - infectou e afetou minha vida de maneiras inesperadas e inexplicáveis”. [18]

             Preso de 1964 a 1990, ele disse quando saiu da prisão: "Lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Acalmei o ideal de uma sociedade democrática e livre em que todas as pessoas viverão juntas em harmonia com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual espero viver e ver realizado. Mas, meu Senhor, se necessário, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer”.[19]

            “Mandela, o Metodista”, disse o Rev. Kelvin Sauls: "(...) reivindicou sua missão dada por Deus ao resistir à bárbara e má manifestação da supremacia em todas as suas formas institucionalizadas e internalizadas - manifestações que fornecem raízes e sustento para a desigualdade.  A igualdade para todos foi um aspecto integrante da missão de Nelson Mandela na vida”.[20]

              Dentro de sua missão, com responsabilidade com dignidade, reconciliação com a verdade, “Mandela promoveu o perdão e a bondade como caminhos que levam à restauração da beleza interior e exterior”.[21]

Discurso na Conferência Anual da Igreja Metodista

“O papel que a Igreja Metodista

desempenhou em minha própria vida”

 

              Mandela revela ser “o Metodista” no discurso que fez na Conferência Anual da Igreja Metodista, em 18 de setembro de 1994. Em diversos momentos do discurso, ele fez questão de falar de suas raízes, exaltar a ação da Igreja Metodista e expressar sua gratidão.

              No discurso, ele fala em “volta ao lar pessoal tanto físico como espiritual” e afirma que “não posso enfatizar demais o papel que a Igreja Metodista desempenhou em minha própria vida”.

               Ele começou o discurso dizendo: “Permita-me expressar minha profunda gratidão pelo convite para estar com vocês esta noite. É realmente uma grande honra para mim trazer minhas saudações pessoais a uma das comunidades cristãs mais significativas em nosso país.

            Minha alegria por estar nesta conferência é multiplicada muitas vezes pelo fato de que esta é também para mim uma volta ao lar pessoal, tanto no sentido físico quanto espiritual. Os arredores de Umtata não são apenas minhas origens humildes. Foi aqui que minha associação espiritual com esta grande Igreja começou. E não posso enfatizar demais o papel que a Igreja Metodista desempenhou em minha própria vida”.[22]

              Mandela reconhece que a Igreja Metodista tem feito uma grande contribuição ao país na formação do caráter das pessoas: “Sua Igreja tem um histórico orgulhoso de compromisso com o desenvolvimento dos filhos e filhas da África em mais de uma área. As grandes instituições de ensino que se espalharam a partir da "Cadeia de Estações Missionárias" do Reverendo William Shaw nesta região moldaram as mentes e o caráter de gerações de nosso povo, bem como de muitos de nossos líderes atuais”.[23]

            Embora o apartheid tenha procurado fazer desaparecer muitas dessas instituições, Mandela disse que “o impacto de seus ensinamentos acadêmicos e morais não pôde ser pisoteado. Nós, que por eles passamos, não esqueceremos os excelentes padrões de ensino e os valores espirituais que nos foram transmitidos”.[24]

            Para ele, é encorajador saber que o “Metodismo está retornando a esta grande tradição com a reabilitação de Healdtown, sua nova Escola John Wesley em Pinetown, o uso de Indaleni para o desenvolvimento da comunidade, o retorno a Kilnerton e as centenas de pré-escolas que você estabeleceu.”[25]

 

“Os líderes metodistas eram proeminentes

entre os profetas que se recusaram

a se curvar ao falso deus do apartheid”

 

             Diante do apartheid, Mandela disse que os metodistas foram os profetas mais proeminentes: “os líderes metodistas eram proeminentes entre os profetas que se recusaram a se curvar ao falso deus do apartheid. Seus ministros também nos visitaram na prisão e cuidaram de nossas famílias. Alguns de vocês foram banidos. O próprio seu Bispo Presidente compartilhou prisão conosco por alguns anos na Ilha Robben. Você fez isso, não como estranhos à causa da democracia, mas como parte da sociedade e profetas eminentes dos ensinamentos de sua fé”[26].

 

“A Igreja Metodista foi a única Igreja

 a ser declarada uma organização ilegal sob o apartheid”

 

             E exaltou a Igreja Metodista diante do apartheid: “A Igreja Metodista foi a única Igreja a ser declarada uma organização ilegal sob o apartheid, e por dez longos anos você foi proibido de operar no bantustão de Transkei. É nesta mesma Câmara que esta ordem de proibição foi promulgada”.[27]

               E, ao concluir seu discurso, Mandela afirmou: “Estou confiante de que, com o apoio da Igreja Metodista e da fraternidade religiosa como um todo, nossa nação alcançará o topo das montanhas de seus desejos coletivos.

 

“Nosso Hino Nacional foi

cantado pela primeira vez há

muito tempo na Ordenação de um

ministro metodista

 

             Estou ciente de que o grande hino que agora faz parte do nosso Hino Nacional foi cantado pela primeira vez há muito tempo na Ordenação de um ministro metodista. Eu me uno a vocês nessa humilde oração: Nkosi Sikelela i'Afrika!”.[28]

            Mandela aqui lembra do hino “Deus abençoe a África” composto pelo professor metodista Enoch Sontonga que foi cantado pela primeira vez na ordenação de um pastor metodista e que se tornou o Hino Nacional da África do Sul.

 

Gratidão à Igreja Metodista

 

             Depois que saiu da prisão, Mandela se divorciou e se casou com Graça Machel, membro da Igreja Metodista Unida e viúva do ex-presidente de Moçambique Samora Machel. O casamento foi realizado por Mvuve Dandala, bispo metodista da África do Sul.

             Segundo Machel, um missionário americano chamado Mabel lhe deu todo apoio. Vendo algo de bom nela, teve confiança e fez tudo para que pudesse encontrar e ter uma boa educação. Machel disse que sua educação é algo “que eu devo à igreja Metodista e especialmente a Mabel.”[29]

            Em 1975, Machel foi nomeada como ministra de Educação para Moçambique, primeira mulher a ocupar esse cargo.

          Mandela, ex-presidente da África do Sul e um símbolo internacional dos direitos humanos, e sua esposa, ex-ministra de instrução de Moçambique Machel, surpreenderam os bispos com sua presença num jantar no domingo de 5 de novembro de 2006. Machel é também a viúva do presidente Samora Machel de Moçambique.

           Mandela e Machel têm raízes Metodistas profundas. Mandela foi educado em uma escola Metodista, na África do Sul. Machel é da Metodista Unida e leciona em uma escola Metodista, em Moçambique[30].

          Ainda como Presidente da África do Sul, Mandela visitou a congregação Metodista em Langa, em 14 de fevereiro de 1999, e reconheceu a importância da Igreja Metodista, a qual chama de “minha Igreja” e declarou:

“Rev.Nkomonde
Membros da Congregação

Amigos,

          Como presidente, eu tive o privilégio de assistir a várias conferências de grupos religiosos, incluindo no ano passado a conferência da Igreja Metodista. Aquela é sempre uma experiência inspiradora e incentivadora. Mas é mais assim quando se pode compartilhar de um momento como este com uma congregação. É uma honra especial e eu lhe agradeço do fundo de meu coração por uma vez mais ser convidado a estar com você.

          Estando aqui, na comunidade, onde os homens e as mulheres vivem sua fé em suas vidas diárias, nós podemos compreender como uma religião poderosa dá força em nossa sociedade, e sustenta os valores espirituais e morais que nos unem em toda nossa diversidade (...).

           Durante todas as gerações da opressão e discriminação, a religião deu ao povo incontável determinação e o compromisso para resistir à desumanidade. Muitos extraíram da religião a coragem para sobreviver à dor (...).

           Nós recordamos como os corpos religiosos foram responsáveis para a instrução dos milhões de africanos do sul quando o governo nos negou. Nós recordamos como durante nossos anos na prisão a nossa igreja e outras comunidades religiosas nos atenderam, trazendo o cuidado e o incentivo espirituais através dos capelães que nos visitaram; e importando-se com nossas famílias quando nós não poderíamos fazer assim (...).”[31]

  


Prêmio Mundial Metodista da Paz

 

 

            Em 1993, Mandela recebeu o Nobel da Paz. Ele foi “responsável por mudanças contra as leis de discriminação racial e social, que mantinham os negros e outros grupos sociais na marginalidade social.”[32]

             A liderança inteira do Conselho Mundial Metodista esteve presente na cerimônia. “No dia 21 de setembro, na catedral Metodista da Cidade do cabo, em cerimônia significativa e de impacto evangélico e político internacional, mobilizando a África do Sul e a Igreja Metodista, foi entregue ao ex-presidente da África do Sul, Dr. Nelson Mandela, o Prêmio Mundial Metodista da Paz, ano 2000”.

           Após a entrega do prêmio, Mandela disse: “Já recebi muitos prêmios, inclusive o Nobel da Paz, mas este é muito especial para mim, é o prêmio concedido pela minha Igreja Metodista”[33]. 

            “Mandela se aposentou como presidente da África do Sul em 1999, após cumprir um mandato, mas continuado a ter uma influência global e no continente africano. Em 18 de julho de 2009, seu aniversário foi declarado Dia Internacional de Mandela e se tornou um evento anual de serviço prestado”.[34]

           “O casal Nelson Mandela e sua esposa Graça Machel “fez uma aparição surpresa perante o Conselho Metodista Unido de Bispos durante uma reunião de novembro de 2006 em Maputo, Moçambique, a Bispa Janice Huie, então presidente do conselho, pessoa que o grupo era "abençoado" por tê-los em sua presença “Temos estado na companhia dos santos e sabemos disso e somos gratos”, disse ela”.[35]

            Nelson Mandela faleceu  no  dia 5  de dezembro de 2013. 

            “(...) clero da Igreja Metodista da África do Sul (MCSA) presidiu o serviço memorial público no Estádio FNB em 10 de dezembro de 2013,3 o serviço funeral oficial do estado em Qunu em 15 de dezembro de 2013,4 e também ofereceu cuidado pastoral em particular aos membros da família Mandela e aos membros e lideranças do Congresso Nacional Africano.5 O presidente Jacob Zuma escolheu fazer seu primeiro discurso público formal sobre o falecimento do Sr. Mandela na Igreja Metodista de Bryanston no domingo, 8 de dezembro de 2013”.[36]

 


Frases de Mandela

 

          “Se não fosse pela Igreja Metodista Unida, eu ainda estaria na minha aldeia.”[37] 

         "Depois de escalar uma montanha muito alta, descobrimos que há muitas outras montanhas por escalar."

          "Sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."

           "Eu faço tudo isso em nome dos princípios morais, segundo os quais não podemos abandonar aqueles que nos ajudaram nos momentos mais sombrios da história do nosso país."

             "Se existem sonhos sobre uma bela África do Sul, há também estradas que levam a este objetivo. Duas destas estradas podem ser chamadas Bondade e Clemência. "

              "Cultivo minha própria liberdade carinhosamente, mas cuido ainda mais da nossa liberdade. Tantos têm morrido desde que deixei a prisão. Tantos têm sofrido pelo amor à liberdade. Devo isso às suas viúvas, aos seus órfãos, às suas mães e aos seus pais, que enlutaram e sofreram por eles."

             "Isso foi uma das coisas que me preocuparam - ter ascendido à posição de semideus - pois daí em diante você não é mais um ser humano. Eu queria ser conhecido como Mandela, um homem com fraquezas, algumas das quais são fundamentais, e um homem que é engajado."

 

            "Uma boa cabeça e um bom coração são sempre uma formidável combinação." "Como eu tenho dito, a primeira coisa é ser honesto consigo mesmo. Você não pode nunca ter um impacto sobre a sociedade se não mudou a si próprio... Os grandes pacificadores são todas pessoas íntegras, honestas, exceto humildes."[38]

            “Nós recordamos como durante nossos anos na prisão a nossa igreja (Metodista) e outras comunidades religiosas nos atenderam, trazendo o cuidado e o incentivo espirituais através dos capelães que nos visitaram; e importando-se com nossas famílias quando nós não poderíamos fazer assim (...).”[39]

 

 

Símbolo de liberdade, justiça e paz


 

“Muitas pessoas respondem com compreensão a boa nova da Igreja Metodista Unida. Alguns que respondem têm um impacto em uma família… uma vila… uma nação. Alguns, como Nelson Mandela, têm um impacto no mundo”[40] 

            O Conselho Mundial Metodista assim se referiu sobre Mandela:

             “Ao longo de sua vida, Nelson Mandela teve muitas conexões com o metodismo. Formado em um internato metodista, o campeão antiapartheid foi orientado por pregadores e educadores metodistas e formou um vínculo com um capelão metodista enquanto estava na prisão. Como presidente da África do Sul, ele trabalhou com líderes da igreja na formação de uma nova nação e eventualmente casou-se com Graça Machel, uma Metodista Unida”.[41]

          O Conselho Metodista Mundial reconheceu Mandela como um "símbolo de liberdade, justiça e paz" ao presenteá-lo com seu prêmio de paz de 2000”.[42]

           Mandela foi um cidadão do mundo amado por todos que lutam pela liberdade, justiça e paz.

            Mas o que proporcionou a Mandela ter um caráter admirável foi sua formação religiosa. E isso se deve ao ensino e e apoio da Igreja Metodista. 

           Bom lembrar que “antes de ser ativista ou lutador pela liberdade, prisioneiro da esperança e presidente, Nelson Rolihlahla Mandela era metodista”.[43]

 

 



[4] www.africanhistory.about.com/od/mandelanelson/a/bio_mandela.htm

[6] www.findarticles.com/p/articles/mi_m1077/is_n10_v49/ai_15687222

[8] Idem.

[9] http://www.scielo.org.za/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1017-04992014000200007

[10] https://www.estudarfora.org.br/mandela-day-universidades/

[11] https://www.terra.com.br/noticias/mundo/africa/nelson-mandela/exclusivo-bairro-onde-mandela-morou-vive-descaso-do-governo-ha-70-anos,1f0126d88b8e2410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html

[13] https://www.umnews.org/en/news/mandelas-methodist-ties

[14] http://danissincrasia.blogspot.com/2005_09_01_archive.html

[15] http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaobiografias.asp?Numero=575

[16] Idem.

[18] Idem.

[19] Idem.

[20] Idem.

[21] Idem

[22] http://www.mandela.gov.za/mandela_speeches/1994/940918_methodist.htm

[23] Idem.

[24] Idem.

[25] Idem.

[26] Idem.

[27] Idem.

[28] Idem.

[29] www.homepage.mac.com/larryhol/iblog/C1482802393/E20061117144452/index.html

[30] Idem.

[32] Bispo Paulo Lockmann,”Mandela recebe Prêmio Mundial Metodista da Paz” em  Expositor Cristão, novembro de 2000, Editora Cedro, p.13.

[33] Idem.

[34] https://www.umnews.org/en/news/mandelas-methodist-ties

[35] https://www.umnews.org/en/news/mandelas-methodist-ties

[36] http://www.scielo.org.za/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1017-04992014000200007 -- Dion Forster,  Mandela e os metodistas: fé, falácia e fato,

[38] http://www.frasesfamosas.com.br/

[40] www.umcgiving.org/content/confbenevolences.asp

[41] https://www.umnews.org/en/news/nelson-mandela-and-methodism

[42] Idem.

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