A oração e a fé que abrem portas

 

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

 

 

 

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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia

 

 

Índice

 

 

·       Introdução 

·       O pássaro de asa quebrada pode voar 

·       A fé que proporciona vitória 

·       O deserto pode se tornar um manancial 

·       As chaves que abrem as portas espirituais 

·       Orações sobrenaturais que mudaram o rumo da história 


 

Introdução

 

Nada mais urgente para a Igreja, nos dias, atuais do que buscar em Deus a capacidade para edificar o Corpo de Cristo e testemunhar diante do mundo.

Os dias são difíceis, os desafios são imensos e as oportunidades também são muitas para a Igreja. Precisamos utilizar os recursos da fé e da oração.

Individualmente, passamos por lutas e temos sonhos para alcançar, mas somente em Deus podemos ter esses recursos para concretizá-los.

Este livro tem o objetivo de estimular os cristãos na prática da fé e oração. São exemplos bíblicos práticos de como agir em determinadas situações e de como proceder espiritualmente para receber as bênçãos de Deus e vermos concretizado o que pedimos.

Em nossa igreja local tem havido a chamada Semana de Oração pelas causas Impossíveis. Toda primeira semana de cada mês nos reunimos para momentos de louvor e pregação.

Temos cinco momentos de oração: vamos individualmente ao altar; oramos uns pelos outros; profetizamos marchando dentro do templo; clamamos por um problema especifico e repreendemos as forças das trevas.

Wesley afirmou que Deus nada faz, senão em resposta às nossas orações.

 Odilon Massolar Chaves

 

O pássaro de asa quebrada pode voar

 

Algumas pessoas nascem com a asa quebrada e não podem voar. Nascem com problemas sérios. Outras na estrada da vida estão sujeitas a ficarem pelo caminho ou a serem devoradas pelos lobos.

Sim, também há pessoas que nascem em um ambiente tão negativo nos levando a pensar que o seu futuro será sombrio. Outras até acreditam  terem um carma, um destino ruim traçado por Deus onde só um milagre poderia mudar o rumo de suas vidas.

Pode um pássaro de asa quebrada voar?

Pode uma oração nos renovar e mudar radicalmente a nossa vida?

Sim, orar é entrar em contato com as possibilidades infinitas que há  em Deus. Jesus disse que tudo que pedirmos com fé Deus nos atenderá. Ele afimou "tudo". Então é possível voar! Com Deus é possível ir além dos nossos limites humanos.

A história de Jabez nos mostra essa verdade. Ele nasceu marcado pelo seu nome que significa "dor" ou "que causou dores". Ele nasceu com a asa quebrada. A Bíblia afirma: "(...) sua mãe chamou-lhe Jabez, dizendo: Porque com dores o dei à luz" (1 Cr 4.9). O nome significava o que a pessoa era, como  seria o seu futuro, a sua vida.

Uma pessoa marcada pela dor é o que Jabez seria. Na sua vida sentimental ele teria decepções. Na vida profissional nada daria certo por mais que se esforçasse. Assim ele visualizava o seu futuro.

Certamente, por causa disso, muitos evitaram entrar em contato com Jabez. As pessoas tinham receio de pegar o mal que nele havia. Afinal, estar em contato com uma pessoa assim é se arriscar a sofrer também. Sentimentos de rejeição e baixa auto-estima deveriam estar no coração de Jabez.

Por outro lado, ele poderia ter desenvolvido um ressentimento contra a sua mãe e o próprio Deus. Afinal, ela escolheu o nome nele e Deus teria permitido isso acontecer.

"-Ah! Senhor, porque permitistes acontecer isso comigo?"

Não é assim que muitos procedem?

Jabez, porém, tomou uma atitude que mudaria sua vida: buscou a Deus. Diz a Bíblia: "Jabez invocou o Deus de Israel" (1Cr 4.10).

O que o teria motivado a desejar uma resposta de Deus?

O seu desespero ou inconformismo?

Será que foi uma palavra de esperança que ouviu em algum lugar, uma mensagem bíblica ou a palavra de uma pessoa amiga?

Garrincha foi um pássaro que nasceu com a asa quebrada. Ele tinha as pernas tortas e se transformou um fenômeno no  mundo do futebol. Ele foi bi-campeão mundial. Alguém um dia resolveu lhe dar uma chance e ele foi um vencedor. Garrincha voou.

Uma palavra de esperança na hora mais difícil pode apontar um novo rumo para aquele que está em desespero e dar um suporte ao fraco para ele levantar voo. Uma palavra de estímulo pode ajudar uma pessoa a sair de sua situação e ser vitoriosa.

Li a história de Luanne que nasceu com paralisia cerebral. Ela só conseguia mexer um dedão de um pé. Podemos dizer que Luanne estava marcada para ser uma inútil. Contudo, seus pais, pessoas religiosas e carinhosas, lhe ensinaram sobre verdade, confiança, fé e amor. Luanne aprendeu digitação utilizando apenas o dedão do pé e escreveu o livro "Pássaro de asa quebrada". Na verdade, ela nasceu com as duas asas quebradas, mas escreveu com seu único recurso sobre como transformar os problemas em triunfo e a tragédia em vitória.

Jabez fez uma oração que mudou radicalmente sua vida. Nela estão quatro pedidos registrados em 1 Crônicas 4.10:

1. "que me abençoes

2. e me alargues as fronteiras,

3. que seja comigo a tua mão

4. e me preserves do mal de modo que não me sobrevenha aflição!"

Por ter um traço negativo desde o nascimento Jabez sabia que só seria vitorioso, se anulasse com a graça de Deus esse mal. Então pediu primeiro a benção. Ele usou de sabedoria. São pedidos feitos a Deus com a direção do Espírito Santo. Às vezes, nem sabemos como orar e, por isso, deixamos de ser abençoados.

Ele demonstrou que queria ir além da mesmice das pessoas do seu tempo ao pedir que "me alargues as fronteiras". Deus age na medida da nossa fé. "Seja feito segundo a sua fé". Foram palavras de Jesus para alguém que lhe pediu cura.

Jabez pediu o que de mais precioso podemos ter: a presença de Deus: "que seja comigo a tua mão". Ter o Senhor ao nosso lado é a garantia da paz, amor e vitória.

Por fim, ele pediu livramento: "e me preserves do mal de modo que não me sobrevenha aflição". Com essa oração as dores pré-determinadas para a sua vida foram anuladas.

A Bíblia diz: "E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido". Uma oração simples, mas feita do fundo do coração. Uma oração feita ao chegar no limite de sua resistência e da sua capacidade.

O texto sobre Jabez começa dizendo que ele foi "mais ilustre do que seus irmãos" (1Cr 4.9). Ele teve mais sucesso e foi mais além.

Qual o motivo?

É provável que seus irmãos se conformaram com a vida que levavam ou confiaram apenas em seus próprios méritos. É possível que tivessem nomes inadequados falta de e tenham aceitado isso como um destino de Deus para suas vidas. De qualquer maneira eles tinham a asa quebrada e não souberam como voar.

A oração de Jabez nos ensina que o rumo sombrio de nossa história pode ser mudado, se confiarmos no ilimitado poder de Deus e o buscarmos de todo o coração. Como diz a Bíblia, os que confiam no Senhor sobem com asas como águia. 

  

 

A fé que proporciona vitória

 

 

Quase sempre se apresentam diante de nós desafios e ideais. Naturalmente, fazemos planos e desejamos ser felizes na área financeira, profissional, familiar e espiritual. Muitas pessoas trazem bloqueios imensos em seu coração  impedindo o desenvolvimento e realização em algum aspecto da vida. A própria fé pode estar bloqueada. 

Experiências negativas com nosso pai ou mãe podem nos levar a transferir essa imagem para Deus. Um pai agressivo pode passar uma imagem de um Deus agressivo, punitivo e nos tornar distante dele. 

Outras pessoas aprendem sobre uma religiosidade passiva,  entendem que Deus sabe todas as coisas e acham que não precisam pedir nada ao Pai. Apenas choram suas dores e não são determinadas para conseguir algo com Deus. 

Apenas repetem situações da infância quando esperavam que a mãe e o pai viessem atender suas necessidades. Mas com Deus não funciona assim. Sem fé é impossível agradar a Deus. 

A história da mulher Cananéia, registrada na Bíblia, tem muito a ensinar nos dias de hoje. Ela  contém pistas para alcançarmos vitórias diante das nossas dificuldades emocionais e do nosso viver diário. 

Para alcançar a vitória a mulher Cananéia teve que superar algumas barreiras: 

O silêncio do Senhor 

A primeira dificuldade foi experimentar o silêncio do próprio Senhor: Quando ela clamou, pedindo socorro, Jesus “não lhe respondeu palavra" (Mt 15.23). Quantas vezes parece que Deus está sendo indiferente ao nosso problema. Parece que Ele não ouve as nossas orações. Até pensamos que Deus não nos ama ou que Ele não existe. 

Mas Deus pode estar dizendo simplesmente para esperarmos. Nosso tempo não é o tempo de Deus. No momento certo, Ele nos abençoará. Através do silencio, Ele pode estar dizendo que o nosso pedido é para nosso bem.   Como também podemos estar pedindo sem fé e sem fé é impossível agradar a Deus. 

O fato é que a sua perseverança levaria o Senhor a lhe dar uma resposta. 

A oposição dos discípulos 

Outra dificuldade que a mulher Cananéia enfrentou foi algo muito duro: a oposição dos próprios discípulos, aqueles que deveriam encaminhá-la para o encontro com o Senhor: "...aproximando-se dele, lhe rogaram: despede-a, pois vem gritando atrás de nós"(Mt 15.23). 

Às vezes, membros da própria Igreja podem colocar obstáculos através do preconceito ou criticas. Pode ser com um olhar de reprovação ou por estarem presos a tradições estéreis. 

O posicionamento dos discípulos aconteceu pelo fato da mulher gritar, implorar por socorro. Provavelmente, eles ficaram envergonhados ou até tiveram preconceito por ela ser Cananéia. 

Nenhum desses obstáculos, porém, foi suficiente para desanimá-la. Ela era determinada, perseverante, revelou ter um grande amor pela filha e também a certeza de que Jesus poderia curá-la. 

O teste da fé 

Mesmo Jesus tendo dito que havia vindo para atender as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 15.24), ela não desanimou. Ao contrário: "A mulher chegou, e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me"(Mt 15.25). 

Um exemplo maravilhoso para nós. Adorar ao Senhor em todas as circunstâncias e não só quando tudo está dando certo. 

Por fim, ela venceu mais um obstáculo. Como que testando a sua fé, Jesus lhe disse que Ele não poderia pegar o pão dos filhos e lançá-lo a estranhos (Mt 15.26). 

E mais uma vez ela perseverou. Para ela, o que viesse do Senhor seria maravilhoso. Sua atitude é um exemplo e deve nos estimular a fazer o mesmo. Não devemos desanimar diante dos obstáculos. Podemos perder uma batalha, mas não a guerra, pois em todas as coisas somos mais do que vencedores, por meio de Jesus. 

Agindo como filha de Deus 

Sua atitude mostra que a mulher Cananéia não agiu como uma estranha, mas sim como uma filha de Deus, que tem direitos diante de um Pai misericordioso, que deseja o melhor para os seus filhos e filhas. 

Muitos vivem um complexo ou sentimento de rejeição. Agem como se não fossem nada na vida, mas se começarem a usar a fé alcançarão a cura emocional. 

Essa história nos ensina que a oração e a atitude perseverante devem andar juntas. Nossa atitude revelará o tamanho de nossa fé. 

Diante de toda sua perseverança, Jesus realçou a grandeza de sua fé. E por causa disso a sua filha foi curada (Mt 15.28). 

A fé tem tamanho. Deus honra a nossa fé. Ele é fiel, é Pai de amor e sempre dará o melhor para os seus filhos e filhas. 

Se agirmos como a mulher Cananéia, teremos vitórias na nossa vida diária. 

A fé é exercida, principalmente, quando chegamos aos nossos limites. Quando entregamos as nossas dificuldades para Deus, quando deixarmos ele assumir o controle e guiar  os nossos passos ai, sim ele,  nos dá a vitória. 

João Wesley, avivalista do século 18, na Inglaterra, disse  que até sua experiência com Deus, em 24 de maio de 1738, ele agia não como um filho, mas como um escravo que não tem direitos. 

A sua fé não era de um filho. Somente depois de experimentar o amor de Deus a sua fé mudou e ele obteve grandes vitórias em sua vida sendo instrumento de restauração. 

 


O deserto pode se tornar um manancial

 

Pode um deserto se tornar um manancial?

Pode uma pessoa viver num deserto e depois ver rios de águas vivas fluírem em sua vida?

A história de Ana, em 1 Samuel 1.1-19, mostra que sim. Ela não tinha filhos. Era estéril e por isso vivia num deserto e sem nenhum prazer de viver.

Por causa da esterilidade de Ana, seu marido Elcana se casou com uma outra mulher chamada Penina para ter descendentes.

Onde Ana errou?

 Não era culpa de Ana por não ter filhos e nem os seus pais. Seu nome não foi amaldiçoado, ao contrário, ele significa "graça", e em outras palavras, benção de Deus.

São diversas as causas de uma pessoa não poder ter filhos. Uma delas pode ser um problema físico e um bom ginecologista poderá ajudar, pois existem bons tratamentos hoje.

Algumas causas são emocionais. Conheci um jovem que não conseguia engravidar sua esposa por causa do sentimento de culpa.Seu irmãozinho havia morrido quando pequeno num acidente e esse medo e culpa foram passados para todos da família já que o próprio pai o havia atropelado .

O próprio estresse pode também afetar a fertilidade da mulher.

Portanto, Ana devia ter dificuldade de engravidar por causa de um problema físico ou emocional, mas naquela época se atribuía tudo a Deus e Ana não se sentia abençoada. O papel da mulher naquela época era quase exclusivamente em dar continuidade a família.

Em meio a crise que vivia era natural que Ana cometesse também alguns erros e ela quase se perdeu por pensar exclusivamente em seu problema.

Não olhe para o problema e nem para as agressões do inimigo

Ana cometeu outro erro em sua vida: deixou-se levar pelas provocações de Penina que a irritava por ela não ter filhos.A Bíblia diz: "pelo que chorava e não comia".

Ana vivia em ansiedade e muita aflição. Ela deveria desde cedo ter tomado a atitude de olhar somente para o Senhor que cura e restaura vidas.

Decida não querer viver mais no deserto

Apesar da esterilidade, Elcana amava Ana e sempre lhe dava em dobro o que podia  "porque a amava, ainda mesmo que o Senhor a houvesse deixado estéril".

Ele revelou não ter preconceito quanto a  esterilidade de Ana, e pelo contrário, procurou dar-lhe carinho e supri-la em suas necessidades.

Para ele, porém, Ana não precisava mais ter filhos, pois bastava seu amor por ela. Um dia Elcana perguntou a Ana: "não te sou eu melhor do que dez filhos?"

Mas não era fácil viver bem numa época em que havia a cultura de que a mulher havia nascido basicamente para gerar filhos e educá-los. A mulher era considerada amaldiçoada por não ter filhos. Isso só trouxe baixa auto-estima em Ana.

Por essa razão Ana decidiu sair do deserto. Ter somente o amor do seu marido não bastava porque queria se realizar como mãe.

Que atitudes nos conduzem para fora do deserto hoje?

Desabafe com o Senhor. Ponha para fora o que oprime o seu coração. Ana decidiu colocar o seu drama diante do Senhor e chorou abundantemente. Fez uma catarse e pôs para fora o lixo que estava em seu coração e que lhe prejudicava muito.

Coloque o seu sonho de uma forma objetiva diante do Senhor. Ana falou claramente com o Senhor o que desejava: ela queria um filho varão.

Retire de seu coração qualquer forma de egoísmo. Ana fez uma aliança com o Senhor. Ela daria o seu filho para servi-lo   durante toda sua vida. Ana utilizou um princípio bíblico fundamental: "é dando que se recebe". Com essa chave, ela abriu as portas do mundo espiritual.

Não deixe nada desviar você do seu objetivo. Ana foi confundida pelo sacerdote como estando embriagada: 
"até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti esse vinho!" Mas ela não se deixou abater e respondeu:" venho derramando minha alma perante o Senhor".

 Ana perseverou. Em sua oração posteriormente, ela exalta ao Senhor e diz: "a minha boca se ri dos meus inimigos".

Receba de coração a benção para a tua vida. O sacerdote abençoou Ana dizendo: "Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste". Ana tomou posse da sua benção.

Descanse e adore ao Senhor. Ana parou de chorar e  de ficar aflita. Tomou a atitude certa: passou a louvar  e adorar ao Senhor: "Levantaram-se de madrugada, e adoraram ao Senhor". A adoração significa reconhecer a soberania e poder de Deus em nossas vidas. A verdadeira entrega.

Passe a agir de uma forma prática dando vida  aos seus sonhos. Ana não mais evitou seu marido. "Elcana coabitou com Ana, sua mulher, e, lembrou-se dela o Senhor."

Pode um deserto se transformar em manancial?

A história de Ana mostra que sim. "Passado o devido tempo, teve um filho, a que chamou Samuel, pois dizia: do Senhor o pedi.".

Depois que Ana levou Samuel para a Casa do Senhor para o servir. Ana cumpriu a aliança que havia feito com o Senhor e apresentou Samuel para servi-lo. Deus abençoou a Ana e lhe deu cinco vezes mais do que ela havia entregue ao Senhor. Ela teve três filhos e duas filhas.

Conheci uma jovem casada com um pastor chamada Sandra. A convite do seu marido estava pregando em sua igreja. Um dia, em sua casa, ela disse que gostaria de conversar comigo. Ela não tinha filhos, mas acreditava que iria ter esse filho. Os médicos diziam ser impossível por causa da obstrução das trompas. Orei com ela, como certamente, outros oraram.

Passados três anos encontrei seu esposo em um encontro de pastores e pastoras. Ele me abraçou muito feliz e disse: ”Sandra esta bem e o neném também”. Vi o retrato do menino muito bonito. Foi emocionante, mas eu havia visto que Sandra tinha fé.

O Senhor pode transformar nosso deserto em manancial desde que tenhamos o procedimento bíblico certo, como Ana o fez.

 

 

As chaves que abrem as portas espirituais

 

 

A história da cura de Naamã, em 2 Reis 5.1-15, traz alguns princípios que podemos aplicar hoje em nossa vida diária para sermos bem-sucedidos. São chaves ou princípios para abrirem as portas espirituais.

Entre estes princípios, estão:

1.    O ser humano tem limites e sempre encontrará uma porta fechada diante de si, mas se ele usar a chave da fé, na porta certa, ela se abrirá .

Naamã era um grande herói na Síria, mas seus deuses não haviam lhe ajudado a vencer outro inimigo: a lepra. Sua força física e sua capacidade não foram suficientes para ajudar em sua cura. Ele não tinha a chave certa para a entrar na porta da benção. Naamã vivia dentro de um quadrado sem esperança de sair dessa situação.

Assim vivem muitas pessoas hoje. Têm dinheiro e nome, mas vivem infelizes porque seus deuses não lhe ajudam na solução dos problemas. Muitos não têm um sentido na vida. Vivem uma vida infeliz com um grande vazio em sua alma.

Os cristãos têm em Jesus a chave da fé que abre portas e os torna vencedores. A Bíblia diz que não podemos nem imaginar o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

2.    A coragem de testemunhar sobre o poder de Deus pode encaminhar uma pessoa aflita para uma porta que trará uma saída para o seu problema (5.3).

Uma jovem levada cativa pelos sírios foi trabalhar na casa do comandante leproso. Vendo a situação do herói sírio disse: “Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o curaria da sua lepra (5.3). O testemunho dessa jovem ajudou Naamã  a encontrar a direção da porta que iria trazer saída para seu problema..

Quando temos coragem de testemunhar estamos ajudando pessoas a encontrar a porta da benção. Quando nós testemunhamos, ao contar nossas experiências, lançamos luzes na mente das pessoas que têm problemas e assim  motivamos a se abrirem para o Deus das causas impossíveis.

3.    As pessoas que andam na luz têm as portas abertas com mais facilidade (5.4-5).

Naamã tinha um bom conceito diante do seu rei. Ele o ajudaria a buscar resposta para sua necessidade. Uma pessoa incrédula tem as portas espirituais fechadas para si, mas um coração aberto para Deus agir tem as portas espirituais abertas com mais facilidade. Esse é um princípio que aprendemos na história de Naamã.

Muitas trevas podem entrar na vida das pessoas para prejudicá-las em sua caminhada. Uma pessoa cheia de luz tem os seus caminhos espirituais abertos. Uma pessoa em trevas com atitudes insensatas, maus pensamentos, falar torpe etc tem seus caminhos bloqueados. Porque Deus é luz e onde Ele habita não há espaço para escuridão.  Nós colhemos o que plantamos

Jesus diz que quem perdoa é perdoado por Deus. Isso é andar na luz e colher o que plantou.

Devemos investir no caráter, nas boas ações, nas atitudes justas e honestas, pois as portas espirituais serão abertas para nós com mais facilidade.

4.    O medo é uma tranca que bloqueia nosso entendimento e nos impede de abrirmos as portas (5.6-7).

O rei de Israel demonstrou ser um grande medroso, pois achou que a carta enviada elo rei da Síria era, na verdade, um pretexto para romper as ralações e entrar em guerra com ele. Com este pensamento mal quase prejudicou a cura de Naamã.

Muitas pessoas não realizam seus sonhos e impedem outros de alcançá-los por causa do medo que carregam dentro de si. Alguns pequenos problemas são transformados em gigantes por causa do medo neurótico.

5.    Uma pessoa sem preconceitos ou medo está mais apta a ajudar qualquer pessoa a ter as portas abertas para a solução dos seus problemas (5.8).

Preconceito quer dizer prejuízo. O preconceito fecha as portas, exclui as pessoas e traz prejuízos. Eliseu demonstrou estar pronto para servir e ajudar as pessoas. Ele não carregava trancas em sua mão, mas sim chaves.Tendo o coração aberto ele se colocou à disposição para solucionar o problema de Naamã. Ele disse: “Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel” (5.8).

Eliseu viu ainda nesse episódio uma grande oportunidade de testemunhar o poder de Deus

6.    A visão espiritual limitada e o racionalismo são trancas que nos impedem de abrir as portas da benção  (5.11-12).

Naamã era um herói, de bom conceito, mas tinha bloqueios que quase lhe impediram de ser abençoado.

Primeiro, ele apresentava uma visão espiritual limitada: “pensava eu que ele sairia a ter comigo, por-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso” (5.11). Segundo, era muito racional e bairrista: “Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo?” (5.11)

O que impede a nossa benção pode estar em nosso próprio coração. Veja que Naamã ainda saiu indignado. Existem pessoas que não querem conhecer o novo e se fecham achando que sua verdade é a melhor.

7.    Uma palavra sábia na hora certa poderá ser a chave que moverá o coração mais racional para caminhar em direção a porta da benção (5.13).

Como cristãos somos chamados a ser porta-vozes de Deus, das bênçãos e promessas que Ele tem para nós.

Foi uma palavra sábia dos oficiais de Naamã que moveu seu coração e abriu o seu entendimento: “Meu pai, se te houvesse  dito o profeta alguma coisa difícil, acaso não a farias? Quanto  mais, já que apenas te disse: lava-te e ficarás limpo”.

Veja que os oficiais tiveram o maior cuidado com as palavras. Se houvesse ali os chamados "puxa-sacos" ou interesseiros, certamente, iriam apoiá-lo incondicionalmente e desejariam até explodir uma bomba em cima de Eliseu.O bom-senso ajudou na cura de Naamã.

8.    A humildade e a fé são as chaves certas para as portas das bençãos serem abertas (5.14).

Quando Naamã, humilde e confiante, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a Palavra do homem de Deus, ele ficou curado. Ele só foi abençoado quando agiu conforme a Palavra profética e não mais conforme seus conceitos soberbos e preconceituosos.

Muitos precisam descer do pedestal em que estão e, com o coração dependente de Deus, mergulhar em suas promessas. A vitória virá para aqueles que se entregarem ao Senhor.

Se utilizarmos as chaves espirituais, as portas serão abertas.

  

 

 

Orações sobrenaturais que mudaram o rumo da história

 

A Bíblia está cheia de histórias e orientações sobre como devemos orar. O próprio Jesus nos ensinou sobre o Pai Nosso (Mateus 6.9-13) e sobre a necessidade de pedir ao Pai: “Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á” (Mateus 7.7-8)

O livro de Atos dos Apóstolos amplia essa orientação ao nos mostrar práticas de orações da Igreja Primitiva que deram certo. 

A seguir apresento algumas atitudes que precisamos tomar h para sermos vitoriosos:

1. Fique ativo na sala de espera

Essa forma de orar que eu chamo "fique ativo na sala de espera" está registrada em Atos 1.14 quando os discípulos perseveravam unânimes em oração, no cenáculo. A concordância precisa existir.

Eles esperavam a vinda do Espírito Santo. No evangelho de Lucas 24.49 Jesus disse para eles esperarem até que fossem revestidos de poder do alto. Atos 1.8 confirma que eles receberiam o poder.

Nessa oração esperar não é ter que implorar, rogar ao Senhor. Isso seria uma falta de confiança no que Jesus prometeu. Temos apenas que esperar, mas em sintonia com Deus. Temos que estar receptivos. Nada deve desviar a nossa atenção e fazer com que percamos a visita tão esperada. Se você discernir que o inimigo procura impedir a sua benção, lute e persevere em oração como fez Daniel (Daniel 10.11-13).

Essa promessa veio diretamente de Jesus depois de sua ressurreição. Nos dias atuais ela pode vir de diferentes maneiras. Pode ser a espera de uma promessa bíblica ou de um pedido feito a Deus bem como de uma promessa feita através de profecias.

Só temos que esperar confiantes através de uma espera ativa, como diz o Salmo 40.1: "Esperei confiantemente pelo Senhor".

2. Leve o filme para revelar

Esta oração que eu chamo de "leve o filme para revelar" está registrada em Atos 1.24. Tirar só a foto não adianta nada. Se desejarmos saber como ficou a fotografia,  é preciso levar para revelar. Algumas vezes não sabemos que decisão tomar. Mas a direção do Senhor é a melhor orientação porque Ele sabe de todas as coisas e pode nos apontar o caminho. Pode nos revelar a sua vontade.

Com a morte de Judas, a Igreja Primitiva sentiu necessidade de ter um novo apóstolo para completar os doze.

Eles oraram: "Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido".

Essa oração tem três aspectos. Primeiro, a incerteza. Eles não sabiam qual dos dois indicados – José e Matias - deveria ser o novo apóstolo. Por isso, recorreram ao Senhor. Somente Deus conhecia o coração. Em segundo lugar, havia a certeza de que Deus poderia revelar para eles.

Em terceiro lugar, essa  oração traz consigo a necessidade de acontecer um sinal.Com Gideão houve a prova da lã (Juizes 6.36-40). Ele duvidava se seria vencedor contra os medianitas e pediu que, ao amanhecer, o orvalho caísse e estivesse só na lã e a terra estivesse seca. O sinal veio. Para confirmar ele propôs o inverso e Deus enviou o sinal novamente.

Nossa mente racional hoje não aceita ou não percebe os sinais. Mas existem exemplos claros na Bíblia sobre essa prática.

3.Pegue explosivos no arsenal

Essa oração está registrada em Atos 4.29-31. Eu a chamo de "pegue explosivos no arsenal". Nem todos têm a coragem de entrar num arsenal, mas em alguns momentos da vida é preciso fazer isso. 

O que motivou essa oração foi a ameaça que os judeus faziam aos cristãos. Eles estavam se sentindo impotentes para testemunhar: "Olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda intrepidez a tua palavra" (Atos 4.29).Eles se sentiam fracos diante do poderio do inimigo. Exatamente como acontece, em determinados momentos, com os policiais em confronto com os traficantes.

Quando oraram, tremeu o lugar e eles ficaram cheios de poder espiritual, cheios do Espírito Santo.

Foi uma explosão espiritual como uma bomba que faz tremer o meio onde é jogada. Foi um sinal da presença de Deus.

Em Êxodo está registrado: "Todo o monte fumegava porque o Senhor descera sobre ele em fogo; a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente" (Ex 19.18).

Esta oração mostra que, em determinados momentos, o sobrenatural pode acontecer quando oramos. O mais importante foi que os discípulos passaram a pregar com coragem.

4.Receba a restituição

Esta oração abençoa o justo e restitui o que ele tem por direito. Eu a chamo de ''receba a restituição" assim como acontece com o Imposto de Renda. Está  registrada em Atos 9.40. Na Igreja Primitiva havia uma mulher chamada Dorcas ou Tabita. Ela era "notável pelas boas obras e esmolas que fazia". (Atos 9.36). Por isso, era muito amada pelas irmãs. Havia uma comoção pela sua morte. Todas as viúvas chorando cercaram Pedro e mostraram-lhe as túnicas e vestidos que Dorcas havia feito. Pedro ficou comovido.

Ele fez todas saírem do local onde estava o corpo de Dorcas, orou de joelhos e depois olhando para o corpo disse: "Tabita, levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, sentou-se" (Atos 9.40). Por causa disso muitos creram no Senhor.

Essa oração foi motivada pelo amor e reconhecimento da importância de Dorcas continuar viva. O rei Ezequias igualmente fez uma oração ao Senhor quando o profeta disse que ele iria morrer.

Ezequias lembrou ao Senhor que era fiel e pediu para continuar vivendo: "Lembra-te, Senhor, peço-te de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo" (1 Reis 20.3).

A resposta do Senhor foi: "Ouvi a tua oração e vi as tuas lagrimas; eis que eu te curarei" (1 Reis 20.5).

Você que tem sido justo e anda no caminho do Senhor, como Ezequias e Dorcas, pode chegar diante de Deus e pedir a restituição de algo que é  precioso para sua vida.

5.Use o cartão de crédito

Essa forma de orar eu chamo de "use o cartão de crédito". O cartão possibilita que façamos compras mesmo não tendo dinheiro no momento. Na Bíblia esse crédito é adquirido pelo nosso caráter, ou seja, pela nossa semelhança com Jesus. No mundo espiritual ele tem grande valor.

A Bíblia diz que "muito pode, por sua eficácia, a suplica do justo" (Tiago5.16). Esta oração está registrada em Atos 10.1-2 e aconteceu na vida de Cornélio: que "era piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de continuo, orava a Deus".

Essa é a oração feita com o coração humilde e misericordioso. Aberto inteiramente em amor para o próximo e Deus. Esta é a prática dos Atos de Piedade (oração) e Atos de Misericórdia (solidariedade com os pobres) descritos por João Wesley.

Uma das grandes dificuldades para sermos abençoados é  que existem bloqueios dentro de nossos corações. Nem sempre há uma plena entrega e nem sempre nos doamos de coração ao próximo.

O segredo do crédito divino é ter um coração aberto e doador. O anjo disse:" As tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus" (Atos10.4).

Essa oração produz intervenção divina. Um anjo foi enviado a ele, pois Deus queria abençoar Cornélio.

Simultaneamente, Pedro teve uma visão para quebrar os seus preconceitos em relação aos gentios. Somente assim ele poderia ministrar, posteriormente, nos familiares de Cornélio.

O resultado foi que o Espírito Santo foi derramado sobre toda a família de Cornélio (Atos 10.44-45). Pedro só começou a pregar e o Espírito foi derramado. Havia um livre curso para a ação do Espírito.

Não havia barreira na família de Cornélio. O texto diz: "Ainda Pedro falava essas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos que ouviam a palavra" (Atos 10.44). Havia um livre fluir da graça de Deus.

Uma vida de fé e um coração aberto foram e são hoje ingredientes necessários para o livre fluir da benção de Deus em nossas vidas.

6. Disque para a operação resgate

A oração que eu chamo de "disque para a operação resgate" está em Atos 12.5 num momento dramático que viveu a Igreja Primitiva.O apóstolo Tiago havia sido morto por Herodes (Atos 12.1) e Pedro estava preso e seria também sacrificado diante do povo.

Não havia muito o que fazer. Um advogado não adiantaria e nem se fazer uma pressão diante das autoridades. Os cristãos, em minoria, estavam sendo ameaçados e corriam risco de vida.

A Igreja só tinha o recurso de orar, discar para a operação resgate, pois "Pedro estava guardado no cárcere, mas havia oração incessante a Deus por parte da Igreja a favor dele". Essa oração moveu o mundo espiritual e Deus enviou um anjo para resgatar Pedro de uma forma sobrenatural. Ele acordou Pedro e disse: "Levanta-te depressa! Então as cadeias caíram-lhe das mãos" (Atos 12.7).

Essa oração deve acontecer quando sabemos ou sentimos que alguém esta preso em cadeias espirituais ou quando  algemado injustamente.

7. Golpeie o adversário espiritual

Essa oração que eu chamo "golpeie o adversário espiritual" está registrada em Atos 16.25-26. Nem todos gostam de boxe por causa do uso da violência. Mas aqui estamos nos referindo o golpear espiritual. Paulo e Silas estavam presos porque haviam expulsado o espírito de adivinhação de uma jovem e seus senhores não gostaram porque perderam o lucro (Atos 16.19).

Eles estavam presos porque haviam lutado contra as trevas. Aparentemente, o inimigo estava ganhando. Paulo e Silas estavam sofridos e corriam o risco de mofarem na prisão.

Eles poderiam ter murmurado e até se revoltarem contra Deus. Afinal de contas, porque o Senhor havia permitido tal coisa?

Com o inimigo temos que saber utilizar as armas certas. Se a principio as trevas haviam vencido e reinavam naquele ambiente, mas os apóstolos decidiram glorificar e entronizar ao Senhor naquele lugar: "Paulo e Silas oravam e  cantavam louvores a Deus" (Atos 16.15).

Deus habita no meio dos louvores. As orações repreendem ao inimigo e exalta o Senhor. O fato é que a ordem espiritual foi restaurada naquele lugar.

Como conseqüência, houve um terremoto que sacudiu os alicerces da prisão, as portas se abriram e as cadeias se soltaram. O carcereiro temeu pela vida e pensou em suicídio, mas a salvação chegou em sua casa.

Onde Deus habita reina a paz e a alegria. O carcereiro convidou Paulo e Silas para irem em sua casa onde os recebeu com grande alegria (Atos 16.34).

Temos que aprender a restaurar o reinado do Senhor onde habitamos ou estamos. A Bíblia registra que quando Jesus expulsava um demônio, o Reino de Deus chegava naquele lugar.

Pela oração e glorificação do Senhor o Reino de Deus ocupa seu espaço onde estamos e o ambiente fica cheio de paz e alegria.

 

                                                                

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