Os quase discípulos

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

 

 


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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia

 


“Através deste testemunho todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros.” 

(João 13.35).



Índice

 

 

·       Introdução

·       Os discípulos do Mestre Jesus

·       Quase um cristão

·       Quase discípulo

·       De discípulos de João Batista a discípulos de Jesus

·       O discípulo se apropria das riquezas em Cristo

·       Os sonhos de Deus na vida dos discípulos

·       O discípulo precisa do Espírito Santo

·       A vida digna do discípulo

·       O andar do discípulo

·       O discípulo promove a paz

·       Um exemplo de discípulo

·       O discípulo pratica a Palavra

 

 


Introdução

 

 

“Os quase discípulos” é um livro para estimular a sermos plenamente discípulos ou discípulas de Jesus. 

Pode ser utilizado nos Pequenos Grupos ou Células - reuniões para aprofundamento da Palavra, nos lares, igreja e em outros lugares. 

O sermão de Wesley “Os quase cristãos” nos inspirou a dar o título ao livro. 

Colocamos parte de seu sermão no primeiro estudo deste livro. 

Entre os passos fundamentais para ser discípulo, estão: seguir a Jesus, estudar a Palavra, estar comprometido com a santificação e, acima de tudo, andar em amor. 

Ser membro da Igreja não significa necessariamente ser discípulo do Senhor. Devemos ser as duas coisas. Isso acontecerá, se formos realmente um servo, uma serva de Jesus. 

Vivemos um tempo difícil na chamada “sociedade líquida” onde é afirmado de que nada é permanente. Tudo passa... 

Vivemos, sim, tempo de superficialidade. Tempo de radicalismo, de ideologias reinando, de mundanismo, de pecado, de infidelidade a Deus. 

Seguimos líderes e não seguimos a Jesus. Semeamos o ódio e não o amor. Este livro quer estimular a todos praticarem o amor. 

Nossa oração é para que o Espírito Santo lhe capacite mais e mais e a cada dia você possa estar mais convicto da necessidade ser realmente um discípulo ou discípula do Senhor.  

O Autor

 


Os discípulos do Mestre Jesus 

 

 

Ser chamado de discípulo na Palestina, no tempo de Jesus, era uma honra. A palavra talmidim tem origem hebraica e significa discípulos, aprendizes.[1] 

“Na Galiléia do tempo de Jesus, os meninos em Israel iniciavam seus estudos da Torah aos 6 anos de idade. Aos 10 anos já tinham a Torah decorada. Terminado esse primeiro estágio na escola primária (Beit Sefer), a maioria dos meninos se dedicava a aprender o ofício da família. Os que se destacavam seguiam estudando na escola secundária (Beit Talmud) e mergulhavam no restante das Escrituras e na tradição oral dos rabinos e suas muitas interpretações e aplicações da Lei de Moisés. Aos 14 e 15 anos, somente os melhores entre os melhores estavam estudando, geralmente aos pés de um rabino famoso e respeitado. Esses pouquíssimos meninos da elite intelectual de Israel eram chamados talmidim (trad. discípulos)”[2]. 

Nessa fase, o adolescente escolhia um rabino e lhe dizia que queria se tornar um dos seus discípulos (talmidim). A partir daí havia um verdadeiro vestibular num processo de seleção sendo investigada sua vida e seu conhecimento bíblico pelo rabino para ver se o candidato poderia ser alguém com o mesmo potencial dele. O processo era rigoroso e muitos voltavam para casa. 

Quem era aprovado ouvia do rabino a frase: “Vem e segue-me”. O adolescente passava a ser um talmidim, que era algo de grande honra e privilégio. 

O rabino tinha um alvo: fazer os discípulos se tornarem como ele, por isso, deveriam estar sempre juntos [3]. 

Jesus disse a frase para Simão e Tiago que todo adolescente gostaria de ouvir: “Vem e segue-me”. Foi assim: “Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu Simão e seu irmão André lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: Vem e segue-me e eu os farei pescadores de homens. No mesmo instante eles deixaram suas redes e o seguiram” (Mc 1.16-18). 

Os talmidim consideravam seus rabinos como tendo maior autoridade do que seus pais. Os talmidim entendiam que os pais os trouxeram ao mundo, mas os rabinos os levariam aos céus. 

Era um relacionamento como de um servo e mestre e também como de um pai e filho. Algumas escolas rabínicas eram chamadas de “Casas.”[4] 

Jesus dizia: “Vem e segue-me”. Era a frase chave para seguir o Mestre e ser um discípulo deixando tudo para trás passando a conviver com Ele em tempo integral. Os discípulos seguiram os passos de Jesus e conviveram com ele. 

A palavra grega ακολουθεω usada aqui significa “sigo, acompanho, torno-me discípulo, conformo-me a exemplo de alguém na vida ou morte.”[5] 

Os discípulos deveriam seguir Jesus de perto e conviver com ele para aprender e depois fazerem seus próprios discípulos quando estivessem com o discipulado completo.  Foi o que mais Jesus fez durante três ano. Ele viveu o Evangelho diariamente com os discípulos. Ele ensinou e mostrou na prática.  E deu o exemplo: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (João 13.14). 

Jesus ensinava princípios éticos, como no Sermão da Montanha, quando destacou a humildade; os que choram; os mansos; os que têm fome e sede de justiça; os misericordiosos; os limpos de coração; os pacificadores (Mt 5.1-12). 

Jesus procurou levar os talmidim (discípulos) especialmente a prática da verdade, justiça, humildade e misericórdia muito diferente da religiosidade de sem tempo. Ele disse os discípulos: “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos Céus" (Mt. 5.20). 

Jesus ensinou sobre a prática do amor a Deus e ao próximo. Ensinou sobre a retidão. O propósito era levar os talmidim (discípulos) a serem perfeitos (Mt 5.48). 

Jesus sempre se dirigiu aos seus discípulos (Mt 9.37) e lhes deu instruções (Mt 11.1).  Fez refeição com eles (Mt 26.20) e levou alguns para orarem com Ele (Mt 26.36-37). Ele caminhou com os seus discípulos (Mt 20.17) e enviou alguns com uma determinada tarefa (Mt 21.1), etc. 

Jesus esteve muito próximo e foi amigo dos discípulos: “Tenho vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer” (Jo 15.15). 

Jesus confiou nos discípulos e lhes deu autoridade: "Chamou os doze discípulos e deu-lhes autoridade de expulsar os espíritos imundos e de curar toda a sorte de males e enfermidades" (Mt 10.1). 

Chamava a pessoa pelo nome: foi assim com Zaqueu (Lc 19.5); Marta (Lc 10.42); Simão (Lc 7.40); Maria (Jo 20.16). Assim, Jesus mostrava ser amigo e ter interesse pela pessoa. 

Todas essas atitudes eram ensinamentos para os discípulos que deveriam agir da mesma forma. 

Ser discípulo implicava em renúncia e seguir Jesus literalmente: “Vendo grandes multidões ao seu redor, Jesus mandou passar para a outra margem. Então um doutor da Lei se aproximou e disse: Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça. Outro, que era discípulo, disse a Jesus: Senhor, deixa primeiro que eu vá sepultar meu pai. Mas Jesus lhe respondeu: Siga-me, e deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos” (Mt 8.18-22). 

Quando viu que os discípulos estavam preparados, Jesus lhes deu a seguinte missão: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (Mt 28.19-20). 

Agindo assim somos realmente discípulos e discípulas de Jesus. 

 


Quase um cristão

 

 

Agripa ou Herodes Agripa I é lembrado por muitos cristãos por causa de uma pergunta a Paulo: Agripa perguntou: “Você acha que em tão pouco tempo pode convencer-me a tornar-me cristão?” (Atos 26.28). 

Quem foi Agripa? 

“Herodes Agripa I (c.10 a.C. – Cesareia, 44 d.C.) foi rei da Judeia de 41 até 44 a.C. Era neto de Herodes, o Grande”. [6] 

Paulo se defendia das acusações contando suas experiencias espirituais a Agripa: “Acreditais, ó rei Agripa, nos profetas? Sei que credes!”  Então, o rei Agripa ponderou: “Crês tu que em tão pouco tempo podes persuadir-me a converter-me em um cristão?”  Diante do que Paulo declarou: “Seja em pouco ou muito tempo, suplico a Deus que não somente tu, ó rei, mas todas as pessoas que hoje me ouvem se tornem como eu, todavia, livres dessas algemas!” (Atos 26.27-29). 

Agripa quase se tornou um cristão. Talvez o fato de ser rei da Judéia ou ter o sobrenome Herodes ele tenha sido impedido de tomar essa decisão. 

João Wesley comenta esse trecho do diálogo entre Paulo e Agripa: “Rei Agripa, acredite em vocês profetas - Aquele que acredita nisso, acredita Paulo, sim, e Cristo. O apóstolo agora se aproxima de seu coração. O que Agrippa sentiu quando ouviu isso eu sei que tu acredita! (...). Então Agrippa disse a Paulo: Quase tu me convences a ser cristão! - Veja aqui, Festus completamente um pagão, Paulo ao mesmo tempo um cristão, Agripa parando entre ambos. Pobre Agripa! Mas quase persuadido! Tão perto da marca, e ainda assim ficar aquém! Mais um passo, e tu arte dentro do véu. Leitor, não pare com Agrippa; mas continue com Paulo”.[7] 

Quase tu me convences a ser cristão! 

Wesley o chama de “pobre”, pois esteve tão perto da benção de ser um discípulo de Cristo. 

Wesley recomenda que o leitor não pare com Agripa, mas continue com Paulo. 

Como Agripa, há tantos que têm a oportunidade de serem discípulos de Cristo e desfrutarem do privilégio de fazerem parte do Reino de Deus, mas têm dificuldades de tomar essa decisão. Ficam só como “quase discípulos” ou “quase cristãos”.



Quase discípulo 

 

Ser um frequentador assíduo da Igreja e participante das células pode nos tornar um discípulo ou discípula de Jesus. Mas só frequentar a igreja e participar das células não significa que já somos discípulos. 

Neste caso, estamos no caminho para sermos discípulos ou discípulas, se houver em nosso coração esse desejo sincero. 

Ser batizado pela fé em Jesus é fundamental para quem deseja ser discípulo e ser salvo. Mas é o nascer de novo que dá início ao crescimento espiritual até que um dia tenhamos o caráter de Cristo. Isso nos torna discípulo ou discípula. 

Discípulo não significa necessariamente ter já uma vida de santidade, pois o discípulo e discípula estão em processo de crescimento. Discípulo é ser aluno ou aluna. 

É seguir a Jesus. 

Um dos hinos que mais expressam essa verdade é: “Seguirei ao meu bom Mestre”:

 

Se eu tiver Jesus ao lado e por ele auxiliado

Se por ele eu for mandado a qualquer lugar irei

 

Seguirei ao meu bom mestre

Seguirei ao meu bom mestre

Seguirei ao meu bom mestre

Onde quer que for irei

 

Males poderão cercar-me, ou perigos assustar-me

Mas se Cristo segurar-me, a qualquer lugar irei

Seja meu caminho duro, espinhoso ou inseguro

Em seus braços bem seguro, onde quer que for irei

Quando terminar a lida, finda aqui a minha vida

Tenho a glória prometida, onde quer que for irei. 

 

Saber a Bíblia e ser uma pessoa sensata ou sábia com boas intenções é louvável, mas não nos credencia a dizer que já somos discípulos ou discípulas. 

Neste caso, podemos ser quase discípulos ou discípulas. 

Certa vez, Jesus disse para um jovem: “E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada” (Marcos 12.34). 

Muitos também não estão longe de se tornarem discípulos ou discípulas. 

Jesus foi muito claro com os discípulos quando disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13.35). 

Jesus colocou a renúncia e o tomar a cruz como condições para ser seu discípulo e discipula: “Ora, iam com ele grandes multidões; e, voltando-se, disse-lhes: Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo (...). Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.25;26;27 e 33). 

Cada rabi, na Palestina, tinha sua marca ou ênfase. Jesus sempre enfatizou que os seus discípulos praticassem o amor. 

Isso é o que nos torna realmente discípulos e discípulas de Jesus. 

Não é pela roupa, ministério, temperamento ou Igreja que frequentamos, mas sim pela prática do amor. 

Certa vez, João Wesley foi muito forte, direto e bíblico em Santa Maria, Oxford, perante a Universidade, em 25 de julho de 1741 quando pregou “Os quase cristãos”. 

Ele citou o texto: “Com pouco me persuades a fazer-me cristão” (Atos 26.28). 

Em seu sermão, ele questiona aos ouvintes se eram realmente cristãos e relaciona as marcas de um cristão: 

“Tens óleo em tua lâmpada, graça no coração? Amas “ao senhor teu Deus de todo teu coração, e de toda tua mente, e de toda tua alma, e de todas as tuas forças?” Há em ti aquela mente que havia também em Cristo Jesus? És na verdade cristão, isto é, uma nova criatura? O que era velho passou e agora se fizeram novas todas as coisas?

8. “És participante da natureza divina?” Não sabes que “Cristo está em ti, a não ser que sejas reprovado?” Não sabes que Deus “habita em ti e tu em Deus, pelo Espírito que ele te concedeu”? Não sabes que “teu corpo é templo do Espírito Santo, que tu tens mediante comunicação da parte de Deus?” Tens o testemunho em ti mesmo — penhor de tua herança? “Recebeste o Espírito Santo” ou te surpreendes com a pergunta, nem sabendo “sequer que haja um Espírito Santo”?

9. Se te ofendes, estejas descansado: tu nem és cristão, nem desejas sê-lo. Até mesmo tuas orações se volvem em pecado, e tens solenemente zombado de Deus neste dia, suplicando a inspiração de seu Espírito Santo, quando nem crês que haja uma tal coisa a ser comunicada!”.[8] 

O amor é fundamental. 

Verdade ainda que podemos ser um cristão nominal e não um discípulo ou discípula de Cristo. Por isso, Wesley perguntou na Universidade: “Amas“ ao Senhor teu Deus de todo teu coração, e de  toda tua mente, e de toda tua alma, e de todas as tuas forças?” 

Marcas de quem realmente é um cristão. Marcas de quem é um discípulo ou discípula de Jesus.

 


De discípulos de João Batista a discípulos de Jesus 

 

Em Éfeso, Paulo se encontrou com alguns discípulos de João Batista (Atos 19.1). 

E Paulo logo lhes fez perguntas para saber da vida espiritual deles: “Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.


Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João” (Atos 19.2-3).
 

Eram discípulos fieis de João Batista, mas não de Jesus. 

E Paulo lhes explicou a diferença entre o batismo de João Batista e o batismo em nome de Jesus: “Certamente João batizou com o batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam. E estes eram, ao todo, uns doze homens” (Atos 19.1-7). 

Foram batizados em nome de Jesus e receberam o Espírito Santo. Paulo procurou discipulá-los. 

Eles procuraram acompanhar Paulo, que foi falar numa sinagoga, mas alguns judeus endureceram seus corações e passaram a falar mal do Caminho e Paulo, sabiamente, os retirou da sinagoga: (...) retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos” (Atos 19.9-10). 

Paulo os levou para um lugar mais adequado e investiu tempo no discipulado. Eles foram discipulados durante dois anos, em Éfeso. 

Provavelmente, eles fizeram parte da Igreja de Éfeso, posteriormente. Paulo disse que eles eram gentios na carne (Ef 2.11), mas que agora não eram mais forasteiros nem estrangeiros, mas concidadãos dos santos e família de Deus (Ef.2.19). 

Éfeso se tornou uma forte Igreja, nesse período, com grandes líderes. Quando escreve sua epístola aos efésios, disse no início: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus: A vós graça, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo! Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Efésios 1.1-3). 

Paulo disse “aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus” (Efésios 1.1). 

Paulo disse que eles estavam em Cristo e relembra o dia em que receberam o Espírito Santo: “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Efésios 1.13). 

Eles agora estavam em Cristo (Ef 2.13). Eles foram de discípulos de João Batista a discípulos de Jesus.  


Um exemplo de discípulo 

 

Houve um homem, na Igreja Primitiva, que se chamava José, mas por causa de suas atitudes, por revelar o caráter de Cristo, passou a se chamar Barnabé. Ele é citado 34 vezes no Novo Testamento. 

A Bíblia diz que ele de “homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11.24). Barnabé quer dizer encorajador, filho da consolação, aquele que edifica, constrói, ajuda. Entre as práticas de Barnabé estão: 

Ele amava ao Senhor de todo coração (At 4.37); ele dava oportunidade às pessoas que precisavam mostrar seu valor, como Paulo que havia se convertido (At 9.6-27). 

Barnabé se entusiasmava e se dedicava à obra de Deus: ele vibrava (Atos 11.23); dava tempo para seu ministério (At 11.25-26) e realizava a obra do Senhor com dedicação (Atos 15.35). 

Barnabé era submisso à liderança e estava pronto para servir: Jerusalém enviou Barnabé (Atos 11.22); Antioquia enviou Barnabé e Paulo à Judéia para levarem suprimentos aos cristãos (Atos 11.30). 

Ele vivia em comunhão com a igreja e foi chamado pelo Espírito para a obra missionária (Atos 13.1-2); ele tinha ousadia na Palavra e não temia tomar decisões radicais (Atos 13.43-52). 

Ele foi decisivo na preservação da ênfase da graça do Senhor na Igreja (Atos 15.1-5): “Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios” (Atos 15.12). 

Barnabé dava nova oportunidade ao que errou pensando em sua restauração. Foi assim com Marcos (At 15.36-41). 

O Senhor continua precisando de "Barnabés" que encorajem, apoiem e sirvam ao Senhor de todo coração. 

 

 

O discípulo se apropria das riquezas em Cristo

 

 

A história do jovem rico, que observava todos os mandamentos, mas preferiu as riquezas do mundo em vez de seguir a Jesus como discípulo (Mateus 19.16-23), tem muito que nos ensinar. 

O jovem perguntou a Jesus o que deveria fazer para herdar a vida eterna: “E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?” (Mateus 19.16). 

A resposta de Jesus não o agradou. Não bastava guardar os mandamentos...Era preciso muito mais: “Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades” (Mateus 19.21-22). 

Jesus disse “se queres ser perfeito”. Jesus percebeu que o jovem precisa ir muito mais além. E o jovem sabia que precisava também de algo maior, caso contrário, não perguntaria a Jesus, pois ele já guardava os mandamentos, mas não tinha a certeza da vida eterna. 

Guardar os mandamentos não era o suficiente para a certeza da salvação do jovem, mas ele não aceitou a orientação de Jesus. 

O jovem quase foi um discípulo de Jesus.

Jesus tem riquezas maiores a oferecer aos discípulos e discipulas. 

Convido você a penetrar no livro de Efésios e descobrir um tesouro para nossa vida hoje. 

Em Efésios 1.19, Paulo diz: “Iluminados os olhos do vosso coração para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória de sua herança nos santos”. 

Pelo menos 44 vezes, o apóstolo Paulo fala da importância de estarmos em Cristo, de sermos de Jesus Cristo, no livro de Efésios. Ele fala também das insondáveis riquezas de Cristo (Ef 3.9) e do poder que opera em nós (Ef 3.20). 

Há um grande poder de Jesus Cristo que opera em nós. Pela Palavra ministrada, o poder de Cristo é liberado (Ef 3.8). Pela oração, as portas são abertas (Ef 3.14). 

Pelo amor de Cristo, vidas são curadas, transformadas (Ef 3.19). Pela fé em Jesus Cristo, milagres acontecem (Ef 3.12). 

Pela autoridade espiritual, em nome de Jesus Cristo, as trevas são destruídas (Ef 6.11). Pelo poder do Espírito, somos capacitados e fortalecidos (Ef 3.16). 

Veja aqui ingredientes necessários para sermos discípulos: prática da Palavra, busca do poder espiritual, vida de oração, buscar o amor de Cristo, fé em Jesus. 

Sim, devemos, como discípulos, tomar posse das riquezas de Jesus Cristo, pois o Senhor realiza em nós infinitamente mais do que pedimos ou pensamos (Ef 3.20).                                                           

As Escrituras falam de Jesus. Ler, meditar e se aprofundar na Bíblia vai sempre nos fortalecer e capacitar para viver dignamente como um filho e filha de Deus. 

O livro de Efésios aponta para o tesouro que é Jesus. 

Como discípulos e discípulas, devemos seguir a Palavra de Deus e nos apropriarmos de sua riqueza.   


Os sonhos de Deus na vida dos discípulos 

 

É muito comum jovens que vão para as universidades deixarem o primeiro amor, a vida de comunhão com Deus e com a Igreja. 

Deixam de ser discípulos de Jesus para seguirem outros líderes, outras ideologias. Passam a ser seguidores de outros mestres. 

O sonho de alcançar grandes coisas fazem com que muitos deixem o Senhor de lado. 

Se você tem sonhos, Deus tem também sonhos para a vida dos seus discípulos. Entre eles, estão: Deus sonha que tenhamos qualidade de vida: “Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou, ricamente a nós que estávamos mortos pelas nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo - é pela graça que vocês estão salvos” (Ef 2.4-5). 

Deus sonha em elevar o discípulo à postura de príncipe e princesa: Ele nos fez assentar nos lugares celestiais. Isto é, reinar (Ef 2.6): “com ele nos ressuscitou e nos sentou nos altos céus, em Cristo”. 

Deus sonha em dar a todos o presente a salvação: Deus quer nos dar a eternidade: “Pois é pela graça de Deus que vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é presente dado por Deus. A salvação não é resultado dos esforços de vocês mesmos, e por isso ninguém deve se orgulhar" (Ef 2.8-9). 

Deus sonha que os discípulos sejam seus parceiros na transmissão de Sua misericórdia: Deus nos vê com tendo capacidade de sermos seus parceiros na transformação do mundo: (Ef 2.10): “Porque nós fomos feitos por ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos”. 

Deus sonha que o coração do discípulo seja seu lar: Deus habitou no Tabernáculo onde o ser humano encontrava-se com a Divindade. Mas essa visão mudou. A Bíblia declara que nossas vidas são "juntamente edificadas para morada de Deus no Espírito" (Ef 2.22). Paulo orou para que "Cristo habite pela fé nos vossos corações" (Ef 3.17). 

É muito bom saber que Deus sonha o melhor para nós. Seus sonhos não são sonhos egoístas que retiram de nós a liberdade. 

Como discípulo de Jesus você deve se apropriar das bênçãos de Deus para sua vida. 

 


O discípulo precisa do Espírito Santo

 

 

Muitas pessoas acabam priorizando outras atividades em suas vidas e deixam de cultivar a vida devocional com oração e leitura da Palavra de Deus. 

Muitos acabam enfrentando toda espécie de dificuldades sem o poder do Espírito Santo e, por isso, não conseguem ir muito longe. Deixam assim o primeiro amor. 

Alguns estavam tão perto de deixarem de ser apenas membros da Igreja para serem reais discípulos e discipulas de Jesus. 

Não podemos ir muito longe sem o Espírito Santo. 

Jesus disse aos seus discípulos: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1.8). 

A partir do Pentecostes o Senhor concedeu aos discípulos o Seu poder que se manifesta de diversas maneiras e capacita, especialmente para o serviço ao Senhor e na formação do caráter. 

O primeiro poder foi a capacidade de falar a língua dos povos ali reunidos (At 2.4.13) mesmo os discípulos não tendo feito nenhum curso de línguas; 

O segundo poder foi a capacidade de ministrar a Palavra de Deus com unção e autoridade (At 2.43-47); 

O terceiro poder foi a capacidade de perseverar na oposição e na bonança (At 2.42). Eles  permaneceram firmes e inabaláveis; 

O quarto poder foi a capacidade de viver como corpo de Cristo, como família da fé (At 2.43-47); 

O quinto poder foi a capacidade de ser instrumento de restauração de vidas através da cura, libertação, pela fé em Jesus (At 3.6); 

O sexto poder foi a capacidade de se submeter, ser humilde, ser o menor entre todos (At 4.36-37, At 6.3); 

O sétimo poder foi a capacidade de chegar ao ponto de sofrer por amor a Cristo e ainda permanecer fiel (At 5.41). 

O oitavo poder foi a capacidade de servir vivendo como servo e serva (At 6.1-6). 

Poderíamos ainda enumerar diversas manifestações do poder de Deus, pois ele é ilimitado e está a disposição para servimos ao Reino de Deus. 

 


A vida digna do discípulo

 

 

Vivemos um tempo de superficialidade na chamada “sociedade líquida”. Um tempo de rápidas mudanças, vazio, radicalismo, preconceito, violência, etc. Há muitos vivendo de aparência, sem ser uma testemunha real de Jesus na sociedade. 

Foi assim no tempo de Jesus que chegou a chamar os fariseus de “sepulcro caído” (Mt 23.27-32), belos por fora, podres por dentro... 

Jesus disse que devemos ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16). 

Como discípulos de Jesus, somos chamados a viver vida digna: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo” (Fp 1.27). 

Digno é ser honrado, capaz.    

Dignidade é ter respeitabilidade, nobreza, moral, autoridade. 

O pecado tirou nossa dignidade ao nos levar a viver sem sintonia com Deus com baixa alta-estima ou com espírito de grandeza; um estado de vida sofrível (vazia, depressiva, medrosa) pela ausência do caráter de Deus em nossa vida. 

A graça de Deus (Seu amor) nos alcançou em Jesus, o Espírito moldou nosso ser (fruto do Espírito) para readquirirmos o caráter de Deus em nossa vida e assim vivermos vida de amor, paz e alegria, uma vida justa capaz de agir como instrumento de mudança. 

Como viver a pessoa que alcançou esse estado de vida digna, segundo Fp 1.1-30: 

Mesmo nas crises (Paulo estava preso), ele dá graça a Deus e, com alegria, tem motivos de recordar fatos agradáveis em sua vida proporcionado por outras pessoas (Fp 1.3-5). 

Tem uma convicção inabalável da ação contínua de Deus na vida das pessoas (Fp 1.6). 

É uma pessoa justa, tem sensibilidade e entende que outros também são merecedores da graça de Deus; tem saudades dos irmãos e percebe a terna misericórdia de Cristo (Fp 1.7-8); 

Seu foco de atenção está no próximo desejando sempre o melhor para ele, especialmente, nas coisas espirituais (Fp 1.9-11); 

Vê a vida com os olhos positivos, mesmo nas grandes dificuldades (Fp 1.13-18); 

Crê na intervenção divina para trazer livramento (Fp 1.19); 

A esperança o move e isso sempre o encoraja nas dificuldades (Fp 1.20); 

Quem tem Cristo tem o sentido na vida, a ponto de desejar partir para estar com ele, mas como está consciente de sua missão, então fica para servir e ajudar outros no crescimento (Fp 1.21-26). 

Viver desanimado, depressivo, com ira, etc significa não ter alcançado o estado de dignidade em Jesus Cristo. Paulo chega a dizer para não vivermos intimidados (Fp 1.28). Temos, inclusive, a graça de padecer por Cristo (Fp 1.19). 

Somos chamados para nos apropriarmos e passarmos a viver nesse estado de vida – um modo de viver - com dignidade, cabeça erguida, como filhos e filhas de Deus. 

O discípulo e discípula devem ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13-14).

 

O andar do discípulo 

 

No passado era dito que se conhecia um cristão pelo andar... 

Outros diziam que o cristão era aquele que não fumava, não bebia e nem dançava. 

Mas no tempo de Jesus os cristãos eram conhecidos como aqueles que estão no caminho. 

Hoje tem havido falta de comportamento adequado de diversos “crentes” na sociedade em termos éticos. Nem sempre nosso andar é visto como admirável pelo mundo em termos de justiça, solidariedade e amor. 

Vivemos tempos de corrupção, “jeitinho brasileiro” por causa de influência das redes sociais em termos negativos. Muitos estão se conformando com o mundo. 

Você tem andado no caminho de Cristo? 

Está provado que neste caminho só existe a verdade, a vida e que nele andando seremos vitoriosos. 

Mas o que a Bíblia fala do andar dos discípulos e discípulas? 

Segundo Paulo, dentre as marcas do andar cristão, estão: 

Andar de modo digno – Ef  4.1

Conforme a vocação que fostes chamados: com humildade, mansidão, longanimidade ,suportando-vos uns aos outros etc. 

Andar em amor – Ef  5.2 

Nosso caminho como cristãos é o aperfeiçoamento no amor para termos qualidade de vida e sermos testemunhas de Jesus. 

“Amais uns aos outros e sereis reconhecidos como meus discípulos...” 

Andar como filhos da Luz – Ef  5.8

 O fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade. Não sendo cúmplices das obras das trevas. Em 1Co 5.11, Paulo aborda com mais detalhes esse tema. 

Andar como sábios – Ef  5.15 

Devemos saber utilizar o tempo que temos. Não vivendo na mesmice, na mediocridade com picuinhas. Não se tornar insensatos, mas procurar saber qual a vontade do Senhor. 

Andar de modo digno, em amor, como filhos da luz e como sábios é ser um discípulo de Cristo. 

Quem é discípulo de Jesus anda e permanece junto dele, segue sua Palavra e por isso dá muito fruto[o1] . 

 


O discípulo promove a paz  

 

Jesus ensinou aos discípulos: “E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa.E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós” (Lucas 10.5-6). 

Vivemos em tempos de conflitos, dissenções, ódio, radicalismo, preconceitos, mentiras, etc. 

O que fazer para vivermos sempre em paz? 

Melhor ainda: o que fazer para contribuir para termos um mundo melhor? 

Para encontrarem a paz, alguns vão para longe da cidade, outros ficam enclausurados. Mas a questão da paz está dentro de nós. 

Em Filipenses, Paulo nos orienta a ter os seguintes procedimentos: 

Permanecer firmes no Senhor – Fp 4.1 

Permanecer é ter constância que traz serenidade, segurança. 

Firmes – É não vacilar, sem duvidar. 

No Senhor – Só em Jesus tudo subsiste e temos equilíbrio. “Ele é a nossa paz” (Ef 2.14). 

Pensar concordemente no Senhor – Fp 4.2 

Veja que a palavra “concordemente” quer dizer concórdia que é o mesmo que paz. Devemos pensar sempre no bem e não no mal da pessoa. 

Auxiliar as pessoas que estão em conflitos – Fp 4.3 

Os pacificadores são os que promovem a paz.... Resolvendo conflitos haverá paz... 

Buscar a alegria que vem do Senhor – Fp 4.4 

A alegria traz paz... 

Viver moderadamente – Fp 4.5 

Devemos procurar sempre o equilíbrio que traz paz...A paixão é carne que traz conflitos. Só podemos viver moderadamente andando no Espírito. O domínio próprio é fruto do Espírito. 

Deixar nas mãos de Deus – Fp 4.6-7 

As preocupações devem ser lançadas diante do Senhor vencendo assim a ansiedade. 

A ansiedade perturba. Só colocando tudo nas mãos de Deus é que a paz inundará  nosso coração. Isso é fé, confiança nas promessas e  no amor de Deus. 

Procurar ter a mente de Cristo – Fp 4.8 

Só deve existir em nossa mente as virtudes de Cristo...Nada de sentimento de culpa, ressentimento, ira...Para isso, precisamos da santificação. 

Praticar a Palavra – Fp 4.9 

O segredo da vida cristã é praticar a Palavra. Se fizermos isso, o Deus da paz será conosco... 

Somos chamados a promover a paz 

Jesus disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9). 

Quando João e seu irmão Tiago quiseram pedir fogo dos céus para acabar com os Samaritanos, Jesus os repreendeu dizendo: “Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia” (Lucas 9.55-56). 

João e André ainda estavam no processo de santificação e de aprendizado para serem de farto discípulos de Jesus. 

Estavam mais para “filhos do trovão” do que para discípulos do amor, como depois João foi chamado. 

Só pode promover a paz quem que tem a paz de Jesus. Ele disse: “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo" (João 14.27). 

E Paulo roga: “Que o Deus que dá esperança vos encha de toda a alegria e paz por meio da vossa confiança nele, para que transbordem de esperança pelo poder do Espírito Santo.” (Rm 15.13).  


O discípulo pratica a Palavra  

 

Passamos muitas horas com o celular, internet e outros meios de comunicação e acabamos deixando pouco ou quase nada para nossa vida espiritual. 

Quem não lê e nem pratica a Palavra não tem condições de ser discípulo e discipula de Jesus. 

Quem não ora constantemente ao Senhor não tem condições de andar em Seus caminhos e nem ter força para vencer às adversidades. 

Podem no máximo ser quase discípulos. 

O segredo da vitória é praticar a Palavra. Primeiro é preciso conhecer a Palavra. Depois é necessário praticá-la. 

Escrevendo para a Igreja em Filipos, Paulo fala de sua fé viva, quando ele estava na prisão. 

Ele disse: “Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação,segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte” (Filipenses 1.19-20). 

Paulo disse que estava “certo”. 

“Estou certo”: é ter certeza, é ter fé (Hb 11.1), é ter plena confiança em Deus de que Ele é poderoso para fazer infinitamente mais (Ef 3.20). 

O termo “certeza” utilizado em Hebreus tem no original a palavra “hypóstasis” que quer dizer garantia. É ter a escritura do terreno. Esse termo era utilizado antigamente para dizer que a pessoa já tem a garantia da posse. É isso que é fé. 

Pela vossa súplica: O discípulo pede com seus lábios. Ele humildemente insiste no seu clamor para Deus abrir as portas (Cl  4.3). 

Wesley chegou a dizer que Deus nada faz senão em resposta às nossas orações. 

Pela provisão do Espírito:  É necessário a participação sobrenatural do Espírito que intercede por nós em momentos difíceis (Rm 8.26). 

Muitas vezes, não sabemos como colocar nossos pedidos diante de Deus, mas o Espírito sabe e intercede por nós. 

Ele ainda dá a estratégia certa para agirmos, capacita com dons, fortalece e consola. 

Segundo minha ardente expectativa e esperança: O discípulo deve manter acesa a chama da fé enquanto a benção não vem. Jamais deve esmorecer diante das dificuldades. 

Veja que aqui há a participação humana e divina. Mas até para haver a participação divina precisa haver a participação humana. 

O discípulo e a discipula são chamados a praticarem a Palavra. Jesus disse aos seus discípulos: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (João 14.21).

 


 



[1] http://www.mundocristao.com.br/noticiasdet.asp?cod_not=341.

[2] http://edrenekivitz.com/blog/2011/01/talmidim/

[3] www.cgsaomateus.com.br/gcem/boletim-de-gcem/

[4] http://www.torahviva.org/index.php?p=5_90_Seguindo-o-Rabino-Yeshua

[5] TAYLOR, William Carey. Dicionário do Novo Testamento Grego. Casa Publicadora Batista, 1959, p.14.

[6] https://pt.wikipedia.org/wiki/Herodes_Agripa_I

[7] www.wesley.nnu.edu/john-wesley/john-wesleys-notes-on-the-bible/notes-on-the-acts-of-the-apostles/#Chapter+XXVI

https://[8] www.iconexao.org.br/post/john-wesley-sermao-02-os-quase-cristaos


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