O discípulo amado por Jesus
Com comentários de Wesley
Odilon Massolar Chaves
Copyright © 2024,
Odilon Massolar Chaves
Todos
os direitos reservados ao autor.
É
permitido ler, copiar e compartilhar gratuitamente
Art.
184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro de 1998.
Livros
publicados na Biblioteca Wesleyana: 180
Endereço: https://bibliotecawesleyana.blogspot.com
Tradutor: Google
-----------------
Odilon Massolar Chaves é pastor
metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista
de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento
metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma
para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e
coordenador de Curso de Teologia.
É escritor, poeta e youtuber.
Toda glória seja dada ao Senhor
“Reclinado sobre o
peito de Jesus um de seus discípulos,
aquele a
quem Jesus amava”.
(João 13. 23)
Índice
·
Introdução
·
João, cheio de graça
·
De filho de trovão a discípulo amado
·
João, amado e aperfeiçoado em amor
·
O amor segundo o apóstolo João
·
João, o fleumático
Introdução
“O discípulo amado por Jesus” trata da vida e
ministério do apóstolo João chamado também de apóstolo do amor.
O livro trata da questão de João ser o único
a ser chamado de discípulo amado.
Afinal, Jesus teve preferências?
João viveu e exalou amor. Foi o escritor
bíblico que mais falou sobre amor. João percebia os atos de amor de Jesus,
inclusive por si mesmo.
Ele foi muito próximo de Jesus.
O seu temperamento ajudou nessa proximidade
além da sua experiência de transformação de filho de trovão para discípulo
amado.
Um livro exclusivamente bíblico com alguns
comentários de João Wesley.
João foi o mais jovem discípulo e o último
também dos 12 apóstolos a morrer.
Que o Espírito Santo ilumine a sua mente na
leitura deste livro.
O Autor
João, cheio de graça
João foi agraciado por Deus. Seu nome traz a marca da
graça de Deus em sua vida e tem origem no “hebraico Yehokhanan, Iohanan,
composto pela união dos elementos Yah, que significa Javé, Jeová,
Deus”, e hannah, que quer dizer ‘graça’. Significa ‘Deus é
gracioso, agraciado por Deus, a graça e misericórdia de Deus, Deus perdoa”.[1]
Antes de ser intitulado discípulo amado, cheio da graça
e do amor de Deus, João tinha marcas fortes da carne em sua vida. Jesus deu a
“Tiago e João o título de Boanerges ou ‘filhos
do trovão’. Porque eles perguntaram a Jesus se deveriam invocar fogo do
céu sobre uma aldeia de samaritanos que O havia rejeitado (ver Lucas 9.51–56), esse apelido pode sugerir que eles eram impetuosos
ou pelo menos tinham personalidade forte”.[2]
É considerado o mais jovem dos 12 apóstolos.
João era filho de Zebedeu. Era irmão de Tiago, ambos
eram pescadores. “Possivelmente Tiago era mais velho do que João, visto que ele
sempre é citado primeiro (Mateus 10:2-4). O apóstolo João era pescador de
profissão. Seu pai foi um homem próspero no ramo da pesca, pois tinha alguns empregados (Marcos 1:20)”.[3]
“Sendo solteiro,
vivia com os seus pais em Betsaida; era pescador e trabalhava com o seu irmão
Tiago, em sociedade com André e Pedro”.[4]
João era bem
próximo de Jesus. Havia muito amor em João vindo do amor de Jesus pelos
discípulos. “
No evangelho de João, o discípulo amado surge como um amigo íntimo e pessoal do Senhor.
Sua posição na mesa ao lado de Jesus durante a Última Ceia refletia honra e proximidade. É bom lembrar também que João, Pedro e Tiago eram uma espécie de auxiliares pessoais de Jesus.
Por causa de sua
proximidade e amor por Jesus, ele sempre esteve próximo dos acontecimentos mais
importantes da vida de Jesus como junto a cruz.
A tradição
cristã acredita que ele teria sobrevivido às perseguições e teria sido o único
a não sofrer o martírio. [5]
O discípulo amado
segue Jesus
A Bíblia diz: “Pedro
voltou-se e viu que o discípulo a quem Jesus amava os seguia. (Este era o que
estivera ao lado de Jesus durante a ceia e perguntara: "Senhor, quem te
irá trair?" (João 21.20).
Wesley comentou:
Pedro, voltando-se, viu que seguia o discípulo que Jesus amava; o qual
também se apoiou em seu peito para a ceia, e disse: Senhor, quem é aquele que
te trai?
Pedro se virando - como ele estava caminhando após Cristo.
Vê o discípulo a quem Jesus amava o seguindo - Há um espírito peculiar e
ternura nesta passagem simples. Cristo ordena a São Pedro que o siga em sinal
de sua prontidão para ser crucificado em sua causa. St. John não fica para a
chamada; ele se levanta e o segue também; mas não diz uma palavra de seu
próprio amor ou zelo. Ele escolheu que a ação apenas falasse isso; e mesmo
quando ele registra a circunstância, ele nos diz não o que aquela ação
significava, mas com grande simplicidade relata apenas o fato. Se aqui e ali um
coração generoso o vê e emula, que assim seja; mas ele não deseja que os homens
o admirem. Foi endereçado ao seu amado Mestre, e bastou que ele o entendesse.[6]
O discípulo amado encostado no peito de Jesus
Agora estava encostado no peito de Jesus um de seus
discípulos, a quem Jesus amava (João 13.23).
Lá estava deitado no seio de Jesus - Ou seja,
sentado ao lado dele à mesa. Essa frase expressa apenas a postura então
costumeira nas refeições, onde todos os convidados se encostavam de lado nos sofás
(...).
Um dos discípulos que Jesus amava - São João evita
com muito cuidado nomear-se expressamente. Talvez nosso Senhor agora lhe deu a
primeira prova de seu amor peculiar, revelando este segredo para ele.[7]
João era extraordinário em seu caráter e fé. “As
heranças deixadas nos escritos de João, demonstram uma personalidade
extraordinária. De acordo com as descrições ele seria imaginativo nas suas
comparações, pensativo e introspectivo nas suas dissertações e pouco falador
como discípulo. É notório o seu amadurecimento na fé através da evolução da sua
escrita”.[8]
Foi o apóstolo do amor.
A tradição cristã atribui a João a autoria do
Evangelho de João, o livro de Apocalipse e as três epístolas de João.
Jesus tinha um relacionamento mais particular com
três discípulos: Pedro, Tiago e João. Eles foram as únicas testemunhas da
ressurreição da filha de Jairo. Os três foram também as testemunhas da Transfiguração e da Agonia no
Horto.
Pedro e João, estiveram ainda mais perto e foram
preparados por Jesus para liderar a Sua Igreja. Somente João e Pedro foram
enviados por Jesus a Jerusalém para os preparativos finais para a ceia pascal.
Depois da Ascensão e do Pentecostes, João e Pedro tiveram um papel fundamental no
direcionamento da igreja cristã que havia surgido.[9]
“Nos seus escritos, as três palavras que João mais
falou foram: Verdade – 45 vezes, Amor – 80 vezes e Testemunho – 70
vezes”. [10]
Amor, verdade e testemunho são marcas de quem tem
Cristo em sua vida.
Seu irmão Tiago foi o primeiro apóstolo a morrer
(Atos 12.1). João foi o último apóstolo a morrer.
De filho de trovão a discípulo amado
João é chamado ou se autodenomina de “discipulado amado” ou o
discipulado que Jesus amava (João 21.20).
No original grego, "discípulo amado" ὁ μαθητὴς ὃν ἠγάπα ὁ Ἰησοῦς; romaniz.: o mathētēs on ēgapa o Iēsous”.[11]
Seu evangelho destaca muito o amor de Jesus e de Deus.
É o único que diz: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho
unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna” (João 3.16).
É o único que diz que seremos reconhecidos como discípulos de Jesus, se
amarmos uns aos outros (João 13.35). Destaca ainda Jesus falando que deveríamos
amá-lo para sermos amados pelo Pai (João 14.21).
João destaca muito as referências de Jesus sobre o amor (João 14.15;
João 14.23; João 15.9). Ele destaca Jesus afirmando que deveríamos permanecer
em Seu amor (João 15.9). Destaca Jesus
dizendo: “O que eu vos mando a vocês é isto: amem uns aos outros” (João 15.17).
João, como filho de trovão
Mas João não foi sempre assim. Quando chamou os 12 apostolo, ele deu o
apelido de “Filhos de trovão” aos irmãos Tiago e João (Mc 3.17). Estudiosos
afirmam que era por causa de sua impetuosidade.
João já teve antes sentimento de ódio, discriminação e vingança. Os
irmãos João e André, certa vez, queriam pedir fogo dos céus para destruir os
samaritanos que não receberam Jesus em suas terras (Lc 9.51-56).
João já teve antes atitude de superioridade. Além da vida rude que
levavam por serem pescadores, Tiago e João tinham ainda uma mãe que queria
privilégios para eles. Queria que, quando Jesus se tornasse rei, concedesse aos
seus filhos o privilégio de um se sentar à direita e o outro à sua esquerda (Mt
20.20-22).
Interessante que Jesus se dirigiu aos dois filhos dela – João e Tiago,
como sendo eles que estavam por trás desse pedido: “Jesus disse aos dois filhos
dela: Vocês não sabem o que estão pedindo” (Mt 20. 22). Marcos diz que foram
eles que pediram (Mc 10.35-45). Tanto que os outros discípulos ficaram zangados
com os dois irmãos (Mt 20.24).
O amor de Jesus mudou João
“Tiago e João, ambos, possuíam temperamento semelhante.
Eram rudes, vigorosos, intolerantes, ambiciosos, zelosos e explosivos. No
entanto, três anos com Jesus começaram a transformar um fanático egocêntrico
como João, numa pessoa madura e equilibrada. Três anos com Jesus colocaram esse
outro filho do trovão no caminho certo para tornar-se o Apóstolo do Amor. João
foi transformado de um cabeça quente intolerante em um líder amoroso e devoto
para a igreja primitiva”.[12]
A convivência com Jesus recebendo a ministração da Palavra e vendo suas
atitudes de amor; o desejo de se tornar amoroso e manso como o Mestre trouxe
mudança radical na vida de João.
Ele foi um dos únicos que permaneceu junto a Jesus na crucificação (João
19.26). E foi a João que Jesus deixou a responsabilidade de cuidar de sua mãe.
João a levou para morar com ele (João 19.27).
Por isso, em suas epistolas, João disse: “Vejam como é grande o amor do
Pai por nós! O seu amor é tão grande que somos chamados de filhos de Deus e
somos, de fato, filhos de Deus” (1Jo 3.1).
João, amado e aperfeiçoado em amor
“Reclinado
sobre o peito de Jesus um de seus discípulos,
aquele
a quem Jesus amava”.
(João 13. 23)
O amor que João conheceu e escreveu era um
amor puro, profundo, abnegado, de doação, sacrificial. Foi esse mesmo amor
levou Jesus a se entregar na cruz.
João se considerava muito amado por Jesus.
Tanto que ele escreveu no Evangelho, ao se referir a si mesmo, como o “discípulo
amado” ou o discípulo que Jesus amava (João 13.23).
Ele utiliza especialmente a palavra grega
ágape para falar sobre o amor (João 5.42; 13.35; 15.9; 15.10; 15.13; 17.26,
etc).
Por estar cheio do amor de Deus, João destaca
mais do que os outros três evangelhos sobre o amor de Jesus e de Deus. É o
único que diz: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João
3.16).
É o único que diz que seremos reconhecidos
como discípulos de Jesus, se amarmos uns aos outros (João 13.35). Destaca ainda
Jesus falando que deveríamos amá-lo para sermos amados pelo Pai (João 14.21).
João guardou e registrou muitas afirmações de
Jesus sobre o amor (João 14.15; 14.23). Ele cita Jesus afirmando que deveríamos
permanecer em Seu amor (João 15.9) e dizendo “o que eu vos mando a vocês é
isto: amem uns aos outros” (João 15.17).
Mas João não foi sempre assim. Quando Jesus
chamou os 12 apóstolos, deu o apelido de “filhos de trovão” aos irmãos Tiago e
João (Mc 3.17). Estudiosos afirmam que era por causa da impetuosidade de João e
Tiago.
João já teve antes sentimento de ódio,
discriminação e vingança. Os irmãos João e André, certa vez, queriam pedir fogo
dos céus para destruir os samaritanos que não receberam Jesus em suas terras
(Lc 9.51-56). “Os irmãos, quando levados ao limite, tornavam-se selvagens e
barulhentos, o que os fazia se defender como uma tempestade”.[13]
João já teve também antes atitude de
superioridade. Além da vida rude que levavam por serem pescadores, Tiago e João
tinham ainda uma mãe que queria privilégios para eles. Queria que, quando Jesus
se tornasse Rei, concedesse aos seus filhos o privilégio de um se sentar à
direita e o outro à sua esquerda (Mt 20.20-22).
O amor de Jesus mudou João
A convivência com Jesus recebendo a Palavra e
vendo suas atitudes de amor; o desejo de se tornar amoroso e manso como o
Mestre trouxe mudança radical na vida de João.
Ele foi um dos únicos que permaneceu junto a
Jesus na crucificação (João 19.26). E foi a João que Jesus deixou a
responsabilidade de cuidar de sua mãe. João a levou para morar com ele (João
19.27).
Por isso, em suas epistolas, João disse:
“Vejam como é grande o amor do Pai por nós! O seu amor é tão grande que somos
chamados de filhos de Deus e somos, de fato, filhos de Deus” (1Jo 3.1).
Para João Wesley, o apóstolo João alcançou a
perfeição cristã. Respondendo à pergunta: “Há nas Escrituras algum exemplo de
pessoas que tenham alcançado este estado (santidade)?” Wesley respondeu: “Sim.
O apóstolo João e todos aqueles de quem ele diz: ‘Nisto é em nós aperfeiçoado o
amor (...)”.[14]
O Deus que é Amor
João diz que “aquele que não ama (αγάπη) não conhece a Deus,
porque Deus é amor (αγάπη)” (1 João 4.8). João utiliza especialmente a palavra
grega ágape para falar sobre o amor (João 5.42; 13.35; 15.9; 15.10;
15.13;17.26, etc). Deus não ama simplesmente. Ele é amor em sua
essência. Tudo o que Deus faz flui do Seu amor.[15]
Ele é muito forte nas
afirmações: “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele
que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4.7).
João experimentou
pessoalmente o amor transformador de Jesus e o seu temperamento vingativo e
explosivo foi transformado em um temperamento manso, amigo, perdoador, doador e
pacificador. Esse amor o fez se tornar o discípulo mais próximo de Jesus.
Seu amor por Jesus o levou a
ser preso (Atos 4.3; 5.18) e a ser exilado na Ilha de Patmos (Ap 1.9-11). Foi o
último apóstolo a morrer.
O amor segundo o apóstolo João
A vida do apóstolo João exalava amor. Seu Evangelho
está impregnado de amor. É o único que escreveu sobre o amor de Deus pelo mundo
entregando Jesus na cruz por nós (João 3.16) e o único também que escreveu que
seremos reconhecidos como discípulos, se amarmos uns aos outros (João 13.35).
Ele foi o apóstolo mais incisivo sobre a necessidade do
amor na vida do cristão. Ele utiliza o termo ágape para se referir ao
verdadeiro amor.
Ele declarou:
“Aquele que não ama
(αγάπη) não conhece a Deus, porque Deus é amor (αγάπη)” (1 João 4.8).
Então, Deus não
ama simplesmente. Ele é o amor em
sua essência. Tudo o que Deus faz flui do
Seu amor.[16]
João utiliza especialmente ágape para falar sobre o
amor (João 5.42; João 13.35; João 15.9; João 15.10; João 15.13; João 17.26,
etc).
Ele afirma que o amor é necessário para a nossa
salvação: “Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos
irmãos. Quem não ama permanece na morte” (1 João 3.14).
Nas suas epístolas, João orienta sobre o amor. É o
principal destaque.
João é muito forte nas afirmações: “Amados, amemos uns
aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e
conhece a Deus” (1Jo 4.7).
Ele também é muito forte quando diz: “Se alguém
afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama
seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 João 4.19-20).
A obediência é a essência do amor a Deus, segundo João.
Foi desse modo que ele definiu a essência do amor: “Porque nisto consiste o
amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são
pesados” (1 João 5.3).
João é profundo quando fala do amor de Deus: “Nisto
consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou
e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1 João 4.9-10).
E orienta para a necessidade de permanecermos no amor.
Só assim permaneceremos em Deus. Só dessa forma também o amor é em nós
aperfeiçoado: “Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse
amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus
nele. Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que no dia do juízo
tenhamos confiança, porque neste mundo somos como ele. No amor não há medo; ao
contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele
que tem medo não está aperfeiçoado no amor” (1 João 4.16-18).
O apóstolo João afirma que no amor ágape não há medo
(1Jo 4.18).
Na epístola, João ainda destaca a prática do amor pelos
outros: “Esta é a mensagem que vocês ouviram desde o princípio: que nos amemos
uns aos outros” (1 João 3.11):
E deixa muito claro que é o amor que nos garante a vida
eterna. Sem amor só há a morte: “Sabemos que já passamos da morte para a vida
porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte” (1 João 3.14).
Mais uma vez, o apóstolo João explicou o que é o amor citando
o exemplo de Jesus na cruz para nos salvar: “Nisto conhecemos o que é o amor:
Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos
irmãos. Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade,
não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos,
não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade” (1 João 3.16-18).
1 João 3.1 descreve sobre um grande amor de Deus por
nós: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai” (3.1). A palavra grega para
grande (potapós) é sempre utilizada em contexto onde o maravilhar-se está
presente, de forma que a expressão em si tem um ar de magnitude. Dessa forma,
notamos que o amor que Deus tem é imenso”. [17]
João registrou no Evangelho que Jesus orientou aos seus
discípulos sobre a importância de permanecermos e praticarmos o amor:
"Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se vocês
obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho
obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço” (João 15.9-10).
Em João 17.24, Jesus fala do amor ágape que permanece
ativo e que é eterno: “(...) porque tu me amaste antes da fundação do mundo”.
Por causa deste amor ágape, Deus enviou seu Filho para salvar o mundo (João 3.16; João 3.35). É com este amor ágape que Jesus Cristo nos ama (João 13.1). É com este amor que Deus nos ama e é com ele que devemos amar uns aos outros (João 13.25).[18]
E na sua célebre orientação sobre a prática do amor,
Jesus disse aos seus discípulos: “Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes (agapáte) uns aos outros” (João 13.35). (...) No texto original,
vemos que Jesus está falando do amor ágape. É o amor da decisão, que depende da
livre escolha, determinação e princípios, e não de sentimentos ou condições. É
o amor de Deus”.[19]
Estes textos acima descrevem apenas uma parte do que é
o grandioso amor de Deus. Estes textos descrevem ainda a profundidade e beleza
do amor ágape, que é essencial para nossas vidas.
O perfeito amor lança fora o medo
“No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor
expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está
aperfeiçoado no amor” (1 João 4.18).
O perfeito amor é possível!
Amor perfeito é sinônimo de perfeição cristã ou
santidade.
É o que o apóstolo João ensinou.
João Wesley comentou:
Não há medo no amor; mas o amor perfeito lança
fora o medo: porque o medo traz tormento. Aquele que teme não é perfeito
no amor.
Não há medo no amor -
Nenhum medo servil pode estar onde o amor reina. Mas o amor adulto
perfeito lança fora o medo servil: porque tal medo traz tormento - E assim é
inconsistente com a felicidade do amor. Um homem natural não tem medo nem
amor; aquele que está desperto, medo sem amor; um bebê em Cristo,
amor e medo; um pai em Cristo, amor sem medo.[20]
Santificar na verdade
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a
verdade”
(João 17.17).
João Wesley comentou:
Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
Santificar - Consagra-os pela unção do teu Espírito ao seu ofício, e aperfeiçoa-os em santidade, por meio da tua palavra.[21]
João, o fleumático
Jesus
amava mais a João do que aos outros discípulos?
É
evidente que não!
Jesus
amou a todos!
Qual
o motivo então do Evangelho de João afirmar que apóstolo João era o discípulo a
quem Jesus amava?
O
apóstolo João é o único que fala do “discípulo amado” no Evangelhos. Os seus
olhos e pensamento eram de amor. Ele via amor sempre em Jesus.
Ele
foi o único evangelista também que citou sobre o amor de Jesus por Lázaro:
“Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que
tu amas” (João 11.3).
Também o jovem rico foi amado por Jesus: “Ele, porém, respondendo, lhe
disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade. E Jesus, olhando para
ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens,
e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me” (Mc 10.21).
Talvez,
por humildade, João não citou seu nome. Preferiu dizer “discipulado amado”,
pois era assim que sentia e via as atitudes de Jesus por ele.
Tanto
que, em outra ocasião, João disse: “Este é o discípulo que dá testemunho a
respeito destas coisas e as escreveu (...)” (João 21.24).
Os
escritores bíblicos afirmam de um modo geral que esse discípulo amado por Jesus
era João.
Jesus
amava a todos!
O
fato é que João demonstrava muito proximidade e contato com Jesus. Estava
sempre perto dele.
O
temperamento de João influenciou muito nessa proximidade e amor.
João
era do temperamento fleumático, que tem um forte laço familiar e atos de amor e
carinho.
Certamente
foi essa uma razão de Jesus ter dito na cruz: “Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e
que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis
aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora
o discípulo a recebeu em sua casa” (João 19.26-27).
Jesus
conhecia os princípios, o coração e o amor que havia em João. Teve toda
confiança de deixar sua mãe aos cuidados dele.
Além
de sua experiência transformadora de filho de trovão para filho de Deus, seu temperamento
influenciou em muito estar sempre junto de Jesus.
O
que é fleumático?
Vem
de fleuma, que significa falta de emoção: tendência a não se emocionar com
facilidade, nem se mover com rapidez, e sim com moderação e persistência.
Mas
quais as características de um temperamento fleumático?
Fleumático
é, portanto, a pessoa que tem paciência excessiva; muito calmo; carinhoso, impassível, imperturbável,
tranquilo. É o contrário de
acelerado, tempestuoso.[22]
Esse
temperamento se baseia em princípios. Vamos ver alguns fatos bíblicos
relacionados ao apóstolo João, que era fleumático, e destacar os suas
principais características:
Costuma
ser lento nas decisões, indecisa, temerosa
Certa
vez, Pedro e o discípulo a quem Jesus amava (João) foram ao sepulcro. Apesar de
João ter chegado primeiro, ele não teve a coragem de entrar no sepulcro. Deixou
essa tarefa para Pedro: “(...) abaixando-se viu os lençóis de linho; todavia,
não entrou. Então, Simão Pedro, seguindo-o, chegou e entrou no sepulcro” (Jo
20.5-6).
A
um pedido, costuma dizer “não”. Está sempre se contendo. Decide com
dificuldade.
Não
é muito de falar, nem de liderar, por ser introvertido
“Pedro,
fitando-o, juntamente com João, disse: olha para nós (...)” (At 3.4).
Apesar
de estar junto com Pedro, João não falava quase em público: “Apegando-se ele a
Pedro e a João, todo o povo correu atônito para junto deles... À vista disto,
Pedro se dirigiu ao povo (...)” (At 3.11-12).
Por
isso, é mais ligado aos coléricos, que são mais ativos e mais faladores, bem
como aos sanguíneos (At 8.14).
Às
vezes, fica dependente.
Gosta
muito da família, de pessoas amorosas, em especial do sexo feminino, por serem
mais sensíveis e amorosas
Por
isso, Jesus deixou sua mãe com João:
“Vendo
Jesus sua mãe, e junto a ela o discípulo amado, disse ao discípulo: Eis aí a
tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa” (Jo 19.26-27).
É
calmo, manso, tem palavras amáveis e é conselheiro
Tem
mais sensibilidade para os problemas das pessoas. Por isso, sabe ouvir e
aconselhar.
João
escreveu: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e,
se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1 João 2.1).
Como
é introvertido, sensível, de falar pouco, tem tendência para ser escritor,
poeta
João
disse: “Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e as
escreveu (...)” (Jo 21.24).
Às
vezes, sofre calado e prefere passar para o papel o que sente.
É
digno de confiança por falar pouco, por mostrar serenidade e constância nas
atitudes
João
estava junto de Jesus. Pedro fez sinal para que João perguntasse a Jesus quem
era o traidor: “Então aquele discípulo reclinando-se sobre o peito de Jesus,
perguntou-lhe: Senhor, quem é? Respondeu Jesus: É aquele a quem eu der o pedaço
de pão molhado (...)” (Jo 13.25-26).
Ele
passa confiança para as pessoas.
Costuma
ser bom pai, boa esposa, bom marido, boa
mãe,
bom filho, bom irmão
Sempre
esteve junto do irmão Tiago: “Tiago e João perguntaram (...)” (Lc 9.54); “Então
se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, com seus filhos (Tiago e
João)” (Mt 20.20).
Por
isso, também é caseiro.
11.
É constante e fiel
Esteve
com Jesus no “Monte”: “(...) tomando consigo a Pedro, João e Tiago,
subiu ao monte com o propósito de ora” (Lc 9.28).
Esteve
no Gstsêman: “(...) levando consigo a Pedro e aos dois filhos de
Zebedeu” (Mt 26.37).
Esteve
junto a cruz: “E junto a cruz... o discípulo amado...” (Jo
19.26).
Esteve
no sepulcro: “Saiu, pois, Pedro e o outro discípulo (João), e
foram ao sepulcro.” (Jo 20.3).
Seguiu
Jesus: “(...) viu que também o ia seguindo o discípulo a
quem Jesus amava...” (Jo 21.20).
Durante
o reinado do imperador romano Domiciano (81-96 d.C.), o apóstolo João foi banido para a Ilha de Patmos
onde ele recebeu as revelações do Apocalipse. Com a chegada ao poder do imperador Marco Nerva,
(96-98 d.C.), o apóstolo João foi liberado para retornar a Éfeso.[23]
João sobreviveu às perseguições dos imperadores e dos
judeus e sua morte foi natural, em Éfeso, depois de 98 d.C, provavelmente no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos”.[24]
[1] https://www.dicionariodenomesproprios.com.br/joao/
[2] https://www.churchofjesuschrist.org/study/liahona/2019/01/john-the-disciple-whom-jesus-loved?lang=por
[3] https://estiloadoracao.com/apostolo-joao/
[4] https://bigbluebook.org/pt/139/4/
[5] https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o,_o_Ap%C3%B3stolo
[6] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=43&c=2
[7]
ttps://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=43&c=13
[8] https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o,_o_Evangelista
[9] https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o,_o_Ap%C3%B3stolo
[10] http://blog.adai.com.br/joao-o-apostolo-do-amor/
[11] https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o,_o_Ap%C3%B3stolo
[12] http://blog.adai.com.br/joao-o-apostolo-do-amor/
[13]
https://pt.wikipedia.org/wiki/João,_o_Apóstolo
[14] WESLEY, João. Explicação clara da perfeição
cristã. São Paulo, Imprensa Metodista, 1984, p.47.
[15]
http://www.cinthiahiett.com/conversations-with-cinthia/2016/8/22/notes-loving-the-unlovable-and-agape-love
[16]http://www.cinthiahiett.com/conversations-with-cinthia/2016/8/22/notes-loving-the-unlovable-and-agape-love
[19]
http://www.thetransformedsoul.com/additional-studies/spiritual-life-studies/the-essence-of-loving-god
[20] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=62&c=4
[21] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=43&c=17
[22] https://www.dicio.com.br/fleumatico/
[23] https://estiloadoracao.com/apostolo-joao/
[24] https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o,_o_Evangelista
Comentários
Postar um comentário