Nossa
família e a família da fé
São 15 estudos sobre
a família atual e a família de Susanna Wesley, Carlos Wesley com orientações de
Wesley
Odilon Massolar Chaves
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Odilon Massolar Chaves
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Odilon Massolar Chaves é pastor
metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista
de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento
metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma
para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e
coordenador de Curso de Teologia
Sumário
Introdução
O
casal, a criação máxima de Deus
A
família a serviço de Deus
A
família da Fé
Família
do ponto de vista humano
Família
sob diversos pontos de vistas
Conciliando
a família, trabalho e Igreja
A
visão espiritual sobre o casamento
Escolhas
que influenciaram à família
A
importância da casa do Senhor
Pais
descartáveis e filhos órfãos
O
que é felicidade
Susanna Wesley, uma mãe
virtuosa
Susanna Wesley, esposa e
cristã exemplar
Carlos
Wesley, esposo e cristão exemplar
Princípios de Wesley sobre
o casamento
Introdução
O livro “Nossa família e a família da fé” aborda a importância da família constituída pelo casal e a imensa importância da família da fé constituída pelos que nasceram de novo e se tornaram filhos e filhas de Deus.
Como a família tem sido muito atacada nos últimos tempos, muitos procuram valorizá-la tanto que acabam desmerecendo à própria Igreja, que é a família da fé. Devemos dar valor a nossa família sem perder de vista a importância da família da fé.
Alguns estudiosos, por isso costumam colocar como prioridade para as nossas vidas: 1) Deus; 2) família; 3) trabalho; 4) Igreja; 5) ministério.
Mas esta orientação e classificação não encontramos na Bíblia.
Mas qual é o ponto de vista de Deus sobre a família?
Quais as prioridades que Deus coloca para a nossa vida?
Para conhecer o ponto de vista de Deus vamos à Bíblia, a Sua Palavra revelada.
E para você conhecer, basta estar de coração aberto.
A Igreja, a família, o trabalho e ministérios são importantes para a nossa vida. A questão é saber conciliar todos eles. É saber valorizar o que Deus vê como sendo prioridade. E Deus vê de uma forma bela e boa para todos nós.
Nos últimos estudos, abordamos exemplos da vida de Susanna Wesley, mãe, esposa e cristã exemplar. Abordamos também a vida de Carlos Wesley, esposo e cristão exemplar. O último estudo aponta fortes princípios de João Wesley sobre o casamento.
Participação especial de Eliede Castro Massolar.
Nossa oração é para que o Senhor possa dar
sabedoria a você para compreender essa profundidade da Palavra sobre a família.
O Autor
O casal, a criação máxima de Deus
Estudo 1 – Texto
Base: Gn 1.26-28 – Lição 1
Quando Deus criou o homem e
a mulher Ele viu que era bom. O casal foi feito à imagem e semelhança de Deus (Gênesis
1.26). Isto significa que o primeiro casal foi criado com capacidades de ir
muito além, com liberdade e podendo se desenvolver e crescer.
O Salmo 8.5 diz: “Pois pouco
menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste”.
Hoje vemos como o ser humano
tem ido muito além na criação de medicamentos, aviões, computadores etc. Mas
quando vemos um avião bem no alto, vemos que existe um infinito bem azul, que
não podemos dimensionar. Deus é imensamente superior ao ser humano. A
capacidade do ser humano foi colocada por Deus.
Quando Deus criou os
animais, as plantas, o mar, as estrelas, Ele viu que era bom. Mas quando criou
o ser humano, Ele os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos (Gn
1.28).
O ser humano teve a
responsabilidade de zelar, cuidar da criação de Deus: “E Adão pôs os nomes a
todo o gado, às aves dos céus e a todo animal do campo” (Gn 2.20).
Adão e Eva não precisaram
construir um templo para adorar a Deus. Ele estava presente com eles e a
adoração do primeiro casal era ao vivo.
O Senhor passeava sempre
pelo jardim do Éden (Gn 3.8) e sempre conversava com eles (Gn 3.9).
Algumas pessoas argumentam
que a família foi criada primeiro do que a Igreja, por isso ele deve ter
prioridade. Como na nova Jerusalém, o templo é o Senhor (Ap 21.22). Não era
preciso ter templo porque Deus é vivo e presente,
Nós temos limites. Nós temos
o livre arbítrio colocado por Deus. Temos a liberdade de decidir. E o ser
humano foi tentado pelo inimigo e não resistiu. Desobedeceu e por isso caiu (Gn
3.1-6).
Após o pecado, a família
passou a ser desestruturada. O pecado cega. O pecado engana. O pecado divide. O
pecado nos separa de Deus. Quando Adão e Eva ouviram a voz do Senhor, eles se
esconderam (Gn 3.8).
Desde o pecado do primeiro
casal, Deus iniciou uma busca para resgatá-los e salvá-los “E chamou o Senhor
Deus a Adão, e disse-lhes: Onde estás?” (Gn 3.9).Sentimentos negativos passaram
a estar com o ser humano após o pecado. Adão disse: “Ouvi a tua voz soar no
jardim e temi, porque estava nu, e escondi-me” (Gn 3.10).
O casal em pecado, sem ter
nascido de novo e se santificado, não se entende. Adão passou a acusar a Eva:
“A mulher que me deste como companheira, ela me deu da árvore, e comi” (Gn
3.12).
Quando Deus perguntou a Eva
porque ela fez isto, ela culpou a serpente: “A serpente me enganou e eu comi”
(Gn 3.13).
O pecado nos leva a não
assumir nossa culpa, nossa responsabilidade em nossos atos e passamos a jogar a
culpa em outros.
As consequências foram duras
para o primeiro casal (Gn 3.16-19). Dor e lutas passaram a vir sobre o primeiro
casal Adão e Eva.
O amor de Deus é grande por
aqueles que pecam. Para Adão e Eva o Senhor fez “Túnicas de peles e os vestiu”
(Gn 3.21). Contudo, eles não puderam mais conviver com Deus no jardim do Éden e
os lançou fora “para lavrar a terra” (Gn 3.23).
Desde então, os casais têm
dificuldades em seu relacionamento conjugal. Os filhos têm dificuldades entre
eles.
Ciúmes, inveja, ira e
agressividade foram sentimentos que passaram a existir no coração do ser
humano. Logo, Caim teve inveja de seu irmão Abel e o matou (Gn 4.5-8).
Caim saiu de diante da face
do Senhor ao ser expulso (Gn 4.14-16). Foi para outra região e se casou e teve
filhos (Gn 4.17-24). Desde então, a histórias dos casais é de lutas, dor,
crises e desentendimentos. Só no tempo do neto de Adão Enos, filho de Sete, é que se começou a invocar ao Senhor (Gn
4.25-26).
Adão e Eva não podem ser
vistos como modelo para os casais hoje. Eles são exemplos negativos de um casal
que desobedeceu a Deus trazendo consequências terríveis para o relacionamento
entre eles. Desde então, Deus em Sua infinita graça iniciou um plano para
salvar o ser humano culminando com a vinda de Jesus ao mundo (João 3.16).
A família a serviço de Deus
Estudo 2 – Texto Base: Gn 12.3 - Lição 2
Após a queda do ser humano, Adão
e Eva passaram a ter muitas dificuldades no relacionamento entre eles. Eles passaram
muito tempo sem invocar a Deus (Gn 4.26). Sem Deus não chegamos a lugar nenhum.
Será que eles ficaram
ressentidos com Deus? Será que não sabiam como falar com Deus novamente?
Após o pecado, a separação
do ser humano da comunhão e convivência com Deus foi notória. Sem Deus não
vamos longe e não temos a solução para os nossos conflitos e lutas.
Mas percebemos na Palavra de
Deus o Seu cuidado, misericórdia e propósito em relação ao casal, a família. Sim,
a família é alvo de Deus.
Podemos ver três princípios sobre
a família no ponto de vista de Deus:
Primeiro, a família é
chamada para abençoar
Deus chamou Abraão para
abençoar outras famílias: “Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra”
(Gn 12.3).
Os doze filhos de Jacó
constituíram famílias, que se tornaram o Povo de Deus, o Israel de Deus. Jesus
os chamava de “casa de Israel” (Mt 10.6).
Segundo, a família resgatada
deve servir ao Senhor
No meio de uma crise de
fidelidade a Deus, Josué disse: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js
24.15).
A família cristã deve estar
a serviço do Reino de Deus. Na carta aos Romanos, Paulo disse sobre Priscila e
Áquila: “Saudai também a Igreja que está em sua casa” (Rm 16.5).
Terceiro, o propósito máximo
de Deus é salvar toda a família
Foi o que Paulo disse para o
carcereiro de Filipos: “Crê no Senhor Jesus e será salvo tua e toda a tua casa”
(At 16.31).
Não existe outra prioridade
do Senhor a não ser salvar a humanidade, o ser humano, a família (João 3.16).
Jesus utilizou a estratégia
de alcançar as casas
Jesus tinha como missão
salvar primeiro as ovelhas perdidas da “casa de Israel” (Mt 10.6). Ele enviou
os apóstolos para pregarem que o Reino dos céus estava chegando (Mt 10.7).
Ele usou a estratégia de
alcançar as casas. Ele disse: “E quando entrardes nalguma casa, saudai-a; e, se
a casa for digna, desça sobre ela a paz” (Mt 10.13).
As casas eram abertas para
cultos e acolhimento
A família convertida, muitas
vezes, abria sua casa para ser um local de reuniões da Igreja e muitas casas se
tornavam a própria Igreja.
As casas de Lídia (Atos
16.15) e do carcereiro (Atos 16.34) receberam Paulo. A casa era local de apoio,
acolhimento e de cultos. Quando Paulo saiu da prisão em Filipos foi acolhido na
casa de Lídia (Atos 16.40).
Encontramos nas cartas de
Paulo expressões que revelam que eles se sentiam uma família espiritual:
- “Recomendo-vos, pois Febe,
nossa irmã” (Rm 16.1);
- “Saudai a Asíncrito (...) e
aos irmãos que se reúnem com eles” (Rm 16.14);
- “E rogo-vos, irmãos” (Rm
16.17);
- “Sauda-vos Erastro,
procurador da cidade, e também o irmão Quarto” (Rm 16.23).
“Irmãos” era um tratamento
entre os primeiros discípulos. Tiago disse: “Homens irmãos” (Atos 15.13).
Também se referindo a Judas e Silas foi dito que eram “homens distintos entre
os irmãos” (Atos 15.22).
Eram chamados de irmãos
porque passamos a ser uma família na fé através de Cristo. Somos filhos e
filhas de Deus pela fé em Jesus e irmãos uns dos outros (Gl 4.5-7).
Apóstolo João chega a
expressar grande alegria: “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que
fossemos chamados filhos de Deus” (1 João 3.1).
É importante lembrar que foi
na Casa de Cornélio (Atos 10.24-25) onde o Espírito Santo desceu pela primeira
vez aos gentios (Atos 10.44-45) quando Pedro pregava.
A família é alvo de Deus
para que ela se torne também uma agente da Missão, um local de adoração.
A família da Fé
Estudo 3 – Texto
Base: Efésios 2.19
Como era no jardim do Éden, Deus tem o
propósito de viver em comunhão com seus filhos e filhas que creem em Jesus. Na
Igreja Primitiva houve um momento que os discípulos já viveram assim: “Todos os
que creram estavam juntos e tinham tudo em comum” (Atos 2.44).
Diz mais: “Perseverando unânimes todos os
dias no templo e partindo o pão de casa em casa, comiam juntos com alegria e
singeleza de coração” (Atos 2.46).
É a família da fé!
A família que ainda está no mundo é alvo do
amor de Deus e isso será sempre. Deus tem o propósito de salvar a todos. Às vezes,
apenas um da família se salva. Às vezes, são os pais, outras vezes são os
filhos. Juntando um ou mais de cada família é constituída a família da fé.
Mas os olhos de Deus estão voltados e alegres
mais para a família da fé. Tanto que há uma alegria nos céus quando um pecador
se arrepende (Lc 15.7). Há tristeza no Senhor por aqueles que estão
escravizados e mortos em seu pecado.
A família da fé são os salvos. É a Igreja do
Senhor. È a noiva de Cristo.
Há diversos versículos bíblicos que dão
destaque à família da fé. Veremos alguns:
- Paulo disse: “Assim que já não sois
estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos céus e da família da Deus”
(Ef 2.19);
- Na cruz, Jesus disse para Maria se
referindo a João: “Mulher, eis aí o teu filho” (Jo 19.26). Depois disse para
João se referindo a Maria: “Eis aí tua mãe” (Jo 19.27).
Mãe e filho são palavras que nos levam à
família da fé. Da mesma forma quando Jesus nos ensinou a chamar a Deus de Pai:
“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso (...)” (Mt 6.9).
- Paulo afirmou: “Então, enquanto temos
tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente à família da fé” (Gl 6.10).
A Bíblia,
a Palavra de Deus, deixa claro que a família da fé deve ser priorizada. E Jesus
novamente revela a prioridade da família da fé. Quando lhe disseram que seus
irmãos e mãe queriam lhe falar, ele disse: “Quem é minha mãe e meus irmãos? E
estendendo a sua mão para os discípulos, disse: ‘Eis aqui minha mãe e meus
irmãos; Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus, este
é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12.47-50).
Evidente que devemos cuidar da nossa família,
pois é agradável a Deus (1Tm 5.4), se não fizermos isso, negaremos a nossa fé
(1Tm 5.8).
Paulo dá destaque à fé que a avó e a mãe de
Timóteo tinham, mas não cita mais ninguém da família que tivesse fé. Isso é um
indício que só elas eram convertidas (2Tm1.5). Se somente elas eram
convertidas, somente elas também pertenciam à família da fé.
Na epistola de João, a linguagem é chamar os
discípulos de filhos: “Não tenho maior gozo que este: o de ouvir que os meus
filhos andam na verdade” (3 João 4).
A família da fé é que estará com Cristo nos céus:
“Bem-aventurado aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham
direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas” (Ap 22.14).
A Igreja é a coluna e firmeza da verdade: “Mas,
se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a Igreja do
Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15).
Devemos amar nossa família de sangue e cuidar
dela, mas ela deve ser alvo de nossas orações para que toda a família seja
salva.
Família
do ponto de vista humano
Estudo 4 – Texto Base: 1 Pedro 2.9
Do ponto de vista humano, alguns estudiosos
costumam colocar como prioridade para as nossas vidas: 1) Deus; 2) família; 3)
trabalho; 4) Igreja; 5) ministério.
Esta é uma classificação da perspectiva
humana. Nós não vemos nenhuma orientação bíblica sobre essa ou outra
classificação. Isso pode ser até perigoso, pois desmerece a Igreja, a noiva de
Cristo.
Algumas pessoas costumam dizer que a família foi criada primeiro que a Igreja, por isso ela deve ter prioridade. Ora, se pensarmos assim, os macacos, as cobras, os elefantes também foram criados primeiro do que o casal, então, eles também devem ter a prioridade em nossas vidas. Além do mais, se formos pensar assim, Jesus Cristo veio depois da criação da família, então a família deve ter prioridade sobre Jesus também.
Às vezes, algumas pessoas são tendenciosas...
É só lembrarmos de que Deus estava constantemente com Adão e Eva. A adoração do primeiro casal era ao vivo. No Apocalipse isto fica muito claro: “E nela, não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro” (Ap 21.22).
A prioridade de Deus é salvar toda a família. Para ela fazer parte da família da fé, do povo de Deus: “Mas sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo de propriedade exclusiva de Deus, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9).
O tempo que vamos dar às diversas áreas da nossa vida vai depender de cada situação e de cada um. Há pessoas que trabalham muito e nem tem muito tempo para sua família. Não é que queiram, mas por necessidade. Como dizer para elas darem prioridade para a família? Se não trabalharem, vão deixar suas famílias em dificuldades.
Em casa, esta pessoa deve dar toda atenção a sua família.
Contudo, há opção profissional que pode prejudicar o tempo e a comunhão com a família e isso deve ser revisto, a não ser que a situação financeira não permita e seja por determinado tempo. Isso deve ser sempre em concordância com toda a família.
Mas e a Igreja?
A igreja, a família da fé, é essencial para dar sustento à família, ao seu trabalho e a sua vida. A família da fé apoia, cuida através de amor, visitação, oração etc.
Às vezes, casa e Igreja se misturavam: “Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia, a Ninfa e à Igreja que está em sua casa” (Cl 4.15).
O segredo é deixar o governo de Deus em nossa vida. Assim, em todo lugar, a prioridade será Deus governando nossa vida, nossa família, nosso trabalho.
Como diz aquele conhecido versículo: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Salmo 127.1).
Jesus chamou alguns que deixaram suas profissões para segui-lo (Mt 4.18-19). A prioridade aqui foi a família da fé, o Reino de Deus.
Outros quiseram primeiro se despedir de sua
família: “Senhor, permita-me que primeiramente vá sepultar meu pai. Jesus
disse: Segue-me e deixa os mortos sepultar os seus mortos” (Mt 8.21-22).
A prioridade é o Reino de Deus: “Buscai, pois, primeiro o seu Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
O governo de Deus deve estar sobre nossa vida. Em todo lugar vamos ser dirigidos pelo Senhor e seremos instrumentos de Seu poder. Somos peregrinos aqui na terra. Nossa pátria está nos céus.
Família
sob diversos pontos de vistas
Estudo 5 – Texto Base: Mt
7.24-27
Ponto de
vista significa “lugar onde fica o observador ou que pretende ver, enxergar
algo”.[1]
É um “modo
subjuntivo de entender um assunto ou problema”.[2]
É uma opinião, conceito, visão, etc.
Dependendo,
então do conceito, formação familiar, visão de vida, formação religiosa ou não,
formação intelectual ou experiência de vida, os conceitos podem mudar muito.
Podemos enxergar os fatos de maneiras diferentes.
No ponto
de vista da psicologia, “a família é vista como o primeiro espaço psicossocial,
protótipo das relações a serem estabelecidas com o mundo. É a matriz da
identidade pessoal e social”.[3]
A autora
Rosa Maria Macedo, coordenadora do Núcleo de família e comunidade da PUC-SP,
deixa uma interrogação no título deste estudo: “A família do ponto de vista
psicológico: lugar seguro para crescer?”. A PUC é uma instituição católica que
preza pelos valores da família tradicional.
Outro
ponto de vista afirma que “as famílias são consideradas grupos primários, nos
quais as relações entre os indivíduos são pautadas na subjetividade dos
sentimentos entre as pessoas, fato que justifica, muitas vezes o amor existente
entre pais e filhos adotivos, logo sem relação consanguínea”.[4]
A família
é ligada pelo afeto e afinidade.
A família
é definida também como o “conjunto de pessoas que possuem grau de parentesco
entre si e vivem na mesma casa formando um lar.”[5]
Mas hoje
existem outros conceitos de famílias que batem de frente com a visão bíblica de
família.
Mas o
conceito que destacamos é dos bispos na Pastoral da Família, que diz que “a
instituição da família está fundamentada na união do homem e da mulher
constituindo-se os dois uma só carne”.[6]
Os bispos
reconhecem a crise familiar e afirmam que “Como Igreja, o que nos cabe não é
retornar a um estilo tradicional, mas sim, analisar dentro da realidade atual,
a vivencia familiar e ajudar a família a viver, em todos os seus
relacionamentos, à luz dos valores e princípios do Reino de Deus”.[7]
Os bispos
ainda dizem que “o relacionamento entre o esposo e a esposa é visto, por ela, a
partir do relacionamento entre Cristo e sua Igreja”.[8]
“A família
precisa ser edificada sobre a Rocha”, dizem os bispos, “onde Cristo é a base, e
não sobre a areia, onde a vontade humana é o seu único sustento”[9]
(Mt 7.24-27).
A família
é considerada pela Bíblia como o centro de adoração, de formação e educação
religiosa, afirmam os bispos. Este é o ponto de vista que devemos considerar
para andarmos por caminhos dentro da visão de Deus.
Conciliando
família, trabalho e Igreja
Estudo 6 – Texto Base: Rm 16.
3-5
A grande
questão é como conciliar a vida profissional, familiar e espiritual.
Geralmente, não escolhemos o tempo para nos dedicar numa área por mais que queiramos.
O trabalho toma muito mais tempo, mas a família precisa de nossa convivência,
apoio e amor. Devemos respeito aos nossos pais. Os filhos precisam de cuidado,
disciplina e lazer. O casal precisa de convivência, amor e apoio.
Mas também
a Igreja é essencial ao equilíbrio, sustento e direção para a nossa vida
profissional e familiar. Temos que procurar ter esse equilíbrio. A Igreja, a
família da fé é que nos dá apoio e nos estrutura para vivermos de forma sadia,
equilibrada e firmada na fé.
Na Bíblia
encontramos o exemplo de um casal que era muito dedicado ao Reino de Deus. Seus
nomes: Priscila e Áquila. Eles foram exemplos de caráter e de dedicação ao Senhor. Eles tinham a mesma
profissão e o mesmo ministério de discipulado.
Quando
conheceram Apolo viram que ele “começou a falar corajosamente na sinagoga.
Quando Priscila e Áquila o ouviram, convidaram-no para ir à sua casa e lhe
explicaram com mais exatidão o caminho de Deus” (Atos 18. 26).
O que
Áquila e Priscila fizeram?
Eles deram
tempo para capacitar melhor o jovem Apolo que já exercia seu ministério da
Palavra de forma maravilhosa.
Eles
trabalham com confecção de tendas e serviam juntos ao Senhor. Eles estiveram
junto com Paulo: “E como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava;
pois tinham por ofício fazer tendas" (Atos 18.3).
Além da
vida profissional não impedir dos dois servirem intensamente ao Senhor, o que
aprendemos mais com eles?
Eles eram
de total consagração e vida de testemunho. Paulo disse: "Saudai Priscila e
Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida arriscaram
a sua própria cabeça; e isto lhes agradeço, não somente eu, mas também todas as
igrejas dos gentios; saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles
(...)" (Rm 16.3-5).
Perseguidos
pelo governo romano permaneceram totalmente firmes em Cristo. Priscila, casada
com Áquila, natural de Ponto. Outrora, moravam em Roma, até que o Imperador
Cláudio, por volta de 50 d.C., decidiu expulsar todos os judeus de Roma (At
18.1).
Tinham um
coração cheio de amor que acolhia totalmente os irmãos e irmãs em Cristo.
Acolheram Paulo em Atenas. Eles deixaram tudo e seguiram Paulo em viagem
missionária. Comprometidos com Cristo, Áquila e Priscila foram com Paulo para
Éfeso (Atos 18.18-21).
O casal
ficou em Éfeso e lançou o alicerce para a próxima visita do apóstolo. Viviam
tudo pelo Evangelho. Eram cooperadores em Cristo Jesus (Rm 16.3). Arriscaram
suas vidas por Paulo e impactaram todas as igrejas que passaram a ter grande
gratidão por eles (Rm 16.4).
Eles abriram
a sua casa para ministração do Evangelho onde a Igreja se reunia (Rm 16.3-5).
Se não tivermos
o governo do Senhor, não poderemos conciliar a vida profissional, familiar e
espiritual. Precisamos do governo de Deus em nossas vidas. Jesus disse: “Buscai
primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt 6.33).
Precisamos
amar totalmente ao Senhor: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o coração,
de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças” (Mc
12.30). A família e o trabalho não podem nos impedir de amar ao Senhor, pois
precisamos dele para nosso sustento.
Somos peregrinos aqui na terra. Somos chamados a anunciar a Palavra do Senhor. Fomos resgatados para pertencer à família da fé.
A visão
espiritual sobre o casamento
Estudo 7 –
Texto Base: 1Co 7.14
A Igreja não é o templo. Nós somos a Igreja.
A Igreja é a reunião de pessoas que aceitaram a Jesus Cristo como Senhor e
Salvador tendo sido batizadas e nascidas de novo.
A Igreja, então, é composta de pessoas
individuais que constituem o Corpo de Cristo, que é a cabeça da Igreja.
São poucas as orientações bíblicas sobre
o casal e a família. Conhecemos diversas histórias bíblicas especialmente de
Abrão e Sara; Isaque e Rebeca; Jacó e Raquel. Eles eram patriarcas, por isso, a
Bíblia relata suas histórias.
O livro de Cantares ou Cântico dos Cânticos
relata o relacionamento entre a Sunamita e Salomão. São diversos detalhes no
relacionamento dos dois com declarações de amor, mas não descreve a função e
papel de cada um e nem fala em Deus, Escrituras, família ou templo.
Paulo dá diversas orientações sobre o
casamento para a Igreja em Corinto dentro da sua perspectiva da volta de
Cristo, por isso ele diz: “Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é
bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor
casar do que abrasar-se” (1Co 7.8-9).
A visão de Deus sobre o relacionamento
entre marido e mulher visto através do que seu servo Paulo escreveu é
totalmente espiritual.
Paulo diz: “Porque o marido descrente é
santificado pela mulher, e a mulher descrente é santificada pelo marido, de
outra sorte os vossos filhos seriam imundos, mas agora são santos” (1Co 7.14).
Mais adiante, Deus usa Paulo para dizer:
“`Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? E de onde sabes, ó
marido, se salvarás tua mulher?” (1Co 7.16).
Na Sua Palavra, o Senhor tem cuidado de
que o casamento não atrapalhe a vida espiritual, a vida de comunhão na família
da fé.
O agradar ao Senhor é fundamental: “E
bem quisera eu que estivésseis sem preocupações. O solteiro cuida das coisas do
Senhor, em como há de agradar ao Senhor. Mas o que é casado cuida das coisas do
mundo, em como há de agradar à mulher” (1Co 7.32-33).
O mesmo Paulo escreve mostrando a
diferença entre a mulher casada e a solteira: “A solteira cuida das coisas do
Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém, a casada cuida
das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido” (1Co 7.34).
Portanto, a vida matrimonial não deve
atrapalhar a vida de santidade, o agradar ao Senhor.
Cuidar das coisas do casamento é visto
como cuidar das coisas do mundo. Para Paulo, a prioridade deve ser a vida
espiritual.
Mais a frente, Paulo orienta aos maridos
e as mulheres sobre o relacionamento conjugal colocando Cristo e a Igreja como
modelo para eles: “De sorte que, assim como a Igreja está sujeita a Cristo,
assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos” (Ef 5. 24).
Sobre os maridos, Paulo diz: “Vós maridos, amai vossas mulheres,
como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). O
amor entre os cônjuges deve ser profundo, pois é comparado ao amor de Cristo
pela Igreja.
Tudo deve ser colocado no seu devido
lugar sempre vendo o ponto de vista de Deus, que está registrado na Bíblia. Não
podemos desmerecer a Igreja para destacar a família e nem vice-versa. Contudo,
o que a Bíblia destaca é a vida espiritual, a família da fé.
Quando o gadareno quis ir com Jesus,
este “não lho permitiu, mas disse-lhe: vai para tua casa, para os teus e
anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de
ti” (Mc 5.19).
Só porque na libertação do gadareno
Jesus disse para ele ir ter com a família, não podemos dizer que o texto
confirma que a família é mais importante do que a Igreja. A ênfase aqui é na
salvação da família e para que também sua família tivesse a mesma misericórdia
para com ele.
É importante saber que era Jesus quem
chamava para ser seu discípulo: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos
escolhi” (João 15.16; Mc 2.14; Mt 4.19).
E Jesus também disse: “Quem ama o pai ou
a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais
do que a mim não é digno de mim” (Mt 10.37).
O segredo é ter Jesus como Senhor governando nossa vida, nossa família, nossa vida profissional. Aqui na terra devemos entender que somos um missionário do Senhor em terra estranha.
Um dos cânticos do Hinário Evangélico diz: “Sou
forasteiro aqui. Em terra estranha estou”.
Escolhas
que influenciaram à família
Estudo 8 – Texto Base: Gn 22.6-12
Desde o inicio da criação o ser humano teve que escolher entre o que é espiritual e do mundo. É assim ainda hoje na nossa vida.
Vamos analisar as escolhas de Adão e Eva, Esaú e Abraão.
1.A decisão carnal de Adão e Eva
Para Adão e Eva o Senhor deu tudo. Eles tinham
todo o Jardim do Éden para desfrutar sem nenhuma concorrência. Desfrutavam de toda
liberdade. Mas Deus deu um limite: “De toda a árvore do jardim comerás
livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás”
(Gn 2.16-17).
Limite significa obedecer ao
Senhor.
Mas Eva foi tentada (Gn
3.1-4). A mulher viu que a árvore era agradável e boa para se comer. Era
desejável para dar conhecimento (Gn 3.6). Ela comeu e deu ao seu marido.
Como consequência, eles
pecaram e foram expulsos do jardim e da presença de Deus. O pecado traz
consequências ruins para quem peca e para outras pessoas. O pecado deles
atingiu toda humanidade.
O casal errou. Deu
prioridade aos prazeres da carne. Se tivessem ouvido e seguido ao Senhor teriam
uma vida de paz e harmonia e seus filhos não teriam sofrido graves
consequências. Abel foi morto e Caim castigado e banido por Deus para uma terra
distante (Gn 4.8-16).
2. O profano Esaú
Esaú tinha o direito de
primogenitura por ter sido o filho que primeiro nasceu (Gn 25.24-27).
O primogênito herdava o
direito de ser chefe da família, quando o pai morria. Recebia porção dobrada da
herança. Era o responsável de cuidar da mãe e dos irmãos.
Esaú trocou o espiritual
pelo carnal. O livro de Hebreus o chama de profano e diz que “por uma refeição
vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb 12.16).
Judas fez o mesmo, vendeu
Jesus por trinta moedas de prata e perdeu a vida e a salvação.
Mais uma vez, neste caso de
Esaú vemos o prazer momentâneo sendo priorizado e dando lugar à carne. O
espiritual foi desprezado e Esaú perdeu a sua bênção.
3. A decisão sábia de Abraão
Abraão é chamado de pai da
fé. Um homem abençoado por Deus e chamado para abençoar as famílias da terra:
“Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).
Mas o filho que demorou a
chegar, pelo menos na visão de Abraão e Sara, finalmente chegou e recebeu o
nome de Isaque (Gn 21.1-8). Depois, Deus colocou Abraão à prova e pediu para
sacrificar ao seu filho (Gn 22.1-2). Não sabemos se ele foi colocado à prova
porque o filho passou a representar tudo para Abraão.
Não sabemos se Abraão
decidiu dar mais tempo para Isaque do que para Deus como muitos fazem quando
nasce o primeiro filho. São apenas hipóteses sem nenhum texto bíblico para
confirmar.
O fato é que quando teve que
decidir entre o filho e a sua submissão à vontade de Deus, Abraão foi obediente
e obedeceu ao Senhor (Gn 22.6-12).
A palavra do Senhor foi:
“agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único filho”
(Gn 22.12).
A prioridade foi Deus, a
vida espiritual.
Diariamente somos chamados a
decidir entre priorizar Deus ou o mundo. Eu prefiro Deus.
O Reino de Deus deve estar
em primeiro lugar porque assim as demais coisas serão acrescentadas em minha
vida. E mesmo que não fossem acrescentadas, Deus deve ser priorizado porque Ele
é a vida e todo poder está em Suas mãos.
A
importância da casa do Senhor
Estudo 9 – Texto Base: Ageu 1.1-11
Ciro, rei da Pérsia,
publicou um Edito determinando ao povo que estava cativo para voltar às suas
terras de origem. O povo de Deus voltou e cada um foi reconstruir sua casa. Uma
atitude normal para quem precisa reunir a família debaixo de um teto para se
aconchegar e se proteger. É importante ter um ambiente próprio e saudável para
a família. Hoje muitas famílias moram mal. Muitas nem têm casa própria.
Contudo, naquele tempo, a casa
do Senhor estava em ruinas e as pessoas se esqueceram de reconstruí-la para se reunirem, adorarem e
cultuarem ao Senhor. O templo era importante para a unidade do povo de Deus.
Era importante pensar na coletividade e não na individualidade.
Havia sempre uma desculpa e
a casa do Senhor era deixada em segundo plano. As pessoas diziam: “Não veio
ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada” (Ageu 1.2).
Mas Deus não pensava assim. Neste
período, o Senhor levantou o profeta Ageu para falar ao povo e o advertir (Ageu
1.3). A palavra do Senhor foi dura: “Porventura é para vós tempo de habitardes
nas vossas casas forradas, enquanto esta casa está deserta?” (Ageu 1.4). Ageu
questiona especialmente os ricos que fizeram suas casas com fino acabamento
enquanto a casa do Senhor estava em ruínas.
Ageu foi usado para lembrar
de que a vida deles não ia bem porque o Senhor não estava em primeiro lugar. A
prioridade era reconstruir a casa do Senhor e não as suas casas. Como
consequência, eles não progrediam: “Considerai os vossos caminhos. Semeais
muito e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos
saciais; vesti-vos, porem ninguém se aquece, e o que recebe salário, recebe-o
num saco furado” (Ageu 1.5-6).
O empobrecimento era devido
ao egoísmo. Foi um alerta! Um puxão de orelhas do Senhor!
E o Senhor determinou que
apanhassem madeira para edificar a casa do Senhor: “Subi ao monte, trazei
madeira e edificai a casa (...)” (Ageu 1.6-8).
O Senhor lembrou que eles
esperavam muito, mas sempre recebiam pouco porque a “minha casa, que está
deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa” (Ageu 1.9).
Por causa disso, “retém os
céus sobre vós o orvalho e a terra detêm os seus frutos” (Ageu 1.10). Veio a
seca como consequência (Ageu 1.11).
Isso é um alerta, um puxão
de orelhas para nós também hoje!
Devemos cuidar de nossa
família, da nossa casa, mas não podemos nos esquecer ou desprezar a casa do
Senhor. Ninguém está dizendo que você deve deixar de construir sua casa para
construir um templo. Mas não podemos ser egoístas e deixar de valorizar a casa
de Deus.
A casa do Senhor sempre foi
valorizada na Bíblia. Davi na sua fé dizia: “habitarei na casa do Senhor por
longos dias” (Salmos 23.6).
Ir à casa do Senhor sempre
foi visto como motivo de alegria: Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa
do Senhor (Salmos 122.1).
Cativos na Babilônia, os
israelitas tinham saudades e lembravam de Sião e de como caminhavam para irem à
casa do Senhor: “Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma;
pois eu havia ido com a multidão; fui com eles á casa de Deus, com voz de
alegria e louvor, com a multidão que festejava” (Salmos 42.4).
Na Igreja Primitiva, os
discípulos perseveravam unânimes “todos os dias no templo e partindo o pão em
casa” (Atos 2.46). Jesus ensinava “nas suas sinagogas e por todos era louvado”
(Lc 4.15). Era “seu costume entrar na sinagoga” onde leu o livro do profeta
Isaías (Lc 4.16-17).
Pedro e João na hora nona iam
ao templo para orar (Atos 3.1). Num desses dias, houve a cura de um aleijado.
Tudo isso e muito mais revela o valor da casa de Deus. Como família da fé nos reunimos para cultuar a Deus com louvores e orações. Na casa do Pai, aperfeiçoamos nossa comunhão e ministramos uns aos outros.
O livro de hebreus exorta dizendo: “Não deixemos de nos congregar” (Hb 10.25).
Pais
descartáveis e filhos órfãos
Estudo 10 – Texto Base: Lucas 2.52
Cada vez mais é difícil educar os filhos no caminho do Senhor. As atrações e tentações são muito maiores e fogem em muito à compreensão e ao “controle” dos pais.
Os pais passam muito mais tempo fora de casa. Em pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, a estatística é de que cada pessoa passa cerca de duas horas e vinte minutos só para ir e voltar do trabalho. São cerca de 2,8 milhões de trabalhadores só no Rio de Janeiro. Em São Paulo são 5,5 milhões que gastam duas horas e doze minutos para ir e voltar do trabalho.[10]
Pesquisa publicada no Jornal “Estadão” indica que o trabalhador brasileiro passa mais tempo no emprego do que em casa.[11]
A ausência dos pais pode comprometer a saúde emocional dos filhos, que precisam da referencia dos pais.
No artigo “A geração dos pais descartáveis e órfãos de seus filhos”, Eduardo Aquino afirma que a média diária do diálogo dos pais com os filhos é cerca de oito minutos, que nem se pode chamar de diálogo.[12]
Para ele, os filhos foram adotados pelos eletrônicos e seduzidos pela internet. O mundo dos filhos é uma tela de computador, vídeo games etc.
Os bispos reconhecem essa situação e dizem que os “filhos também têm deixado de lado as orientações bíblicas que norteiam o seu relacionamento com os pais e demais membros da família”.[13]
A Bíblia mostra que Jesus crescia “em sabedoria, em estatura e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52). Um crescimento de forma saudável: corpo, alma e espírito. E mais: havia um relacionamento com Deus e com as pessoas.
O relacionamento de Jesus com Maria e José era normal. O relacionamento de Jesus com Seu Pai celeste era de excelência. Deus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17).
Neste caso, a Igreja tem um papel importantíssimo. É necessário envolver-se com a Palavra de Deus e ouvir a Sua voz para os nossos dias. É necessário criar espaços na Igreja para a participação das crianças e da juventude com pastores e leigos dedicados com a visão bíblica da educação familiar.
É necessário criar espaço para terapia dos casais proporcionando perdão, restauração e aperfeiçoamento do relacionamento conjugal.
Vivemos uma geração de órfãos de pais, que se separaram ou simplesmente abandonaram seus filhos. Muitos filhos nem sabem quem são seus pais. Isto é um grande problema para a criança e se torna um desafio maior para a Igreja em sua missão, pois a criança e a juventude crescem carentes sem um referencial de pai, o que dificulta o entendimento e o relacionamento com o Pai celeste.
As células da Igreja são de grande importância onde os adolescentes e jovens podem ser integrados a comunhão da Igreja onde se sintam acolhidos, aceitos e valorizados.
Também os ministérios de música, dança e teatro são necessários e importantes para a integração e desenvolvimento da criança e da juventude.
Nossa família é sempre nossa família. Mas é gostoso viver em casa quando há harmonia, amor e respeito. Mas quando há violência e falta de afeto as relações ficam doentia e negativa a formação da criança. Jesus disse que nos últimos dias “até pelos pais, irmãos, parentes e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós” (Lc 21.16). A Igreja é o porto seguro até porque Jesus disse que as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18). E Jesus é a Cabeça da Igreja (Ef 5.23).
A família é fundamental na formação e educação da criança, mas no mundo de hoje sem o apoio e convivência na Igreja fica muito difícil alcançar este objetivo. Cristo é a Cabeça da Igreja e a nutre constantemente com Seu conhecimento, amor e graça.
O que é felicidade
Estudo 11 – Texto Base: João 3.31-36
Você é feliz? Você se sente feliz? O que é felicidade para você?
É ter casa própria? É ter uma família? É ter um carro? É ter eletrônicos de última geração?
E mais ainda: É ter muitos amigos e jogar bola? É dar presente para seus filhos? É fazer uma faculdade? É ganhar muito bem?
Isso são fatores externos e não eternos. Não são “tesouros nos céus”.
Jesus é o maior exemplo de uma pessoa que não considera a felicidade baseada em fatores externos. Deixou os céus e, gloria e majestade e veio a este mundo cheio de dificuldades. Ele nasceu em uma família pobre, viveu em um lugar humilde. Foi carpinteiro e trabalhou muito para sobreviver.
Você acha que Jesus foi infeliz?
Não! Jesus viveu muito feliz e realizou o propósito do Pai.
Vejamos um pouco do que Jesus vivia e ensinava:
- Paz e amor
Jesus vivia em paz fazendo o bem às pessoas e por isso vivia bem consigo mesmo, com o Pai e o próximo. Ele disse: “minha paz vos dou” (Jo 14.27). Ele amava e ensinou a amar: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15.12). Ser feliz é ter paz e amar como Jesus.
- Humildade
Jesus era humilde. Ele não julgou ser maior do que Deus e assumiu a forma de servo (Fp 2.5-11). Ele disse: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e achareis descanso para vossas almas” (Mt 11.28-30). Ser feliz é ser manso e humilde como Jesus foi.
- Sensibilidade e misericórdia
Somos frios, calorosos ou indiferentes? Onde está a nossa sensibilidade?
Jesus teve misericórdia das pessoas aflitas e as curava, perdoava e acolhia (Mc 2.11-12; Mc 3.1-6; João 5.5-9; Mt 14.14-21). A parábola do Bom Samaritano revela o ensino de Jesus sobre a importância da misericórdia (Lc 10.25-37).
No Sermão do Monte, Jesus nos ensinou sobre a felicidade (Mt 5.1-13). Os humildes, os mansos, os pacificadores, os puros de coração, os que choram são felizes. Ser feliz é ser como Jesus.
- Santidade
O segredo é não nos contaminar com as coisas do mundo.
Em sua oração sacerdotal, Jesus pediu ao Pai: “ Não peço que os tire do mundo e sim os guardes do mal. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.15-17). Ser feliz é viver em santidade como Jesus.
Homens orem em todo lugar levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade (1Tm 2.8). Mulheres “Da mesma forma, que as mulheres em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso” (1Tm 2.9); Jovens honrem ao teu e a tua mãe. Lembrem-se do Teu Criador nos dias da tua mocidade (Ec 12.1). Jesus obedecia ao Pai (Lc 22.42).
Ame-se. Desenvolva a sua afinidade com Deus. Peça ajuda ao Espírito Santo para crescer interiormente e ter assim uma mente saudável. Faça a vontade do Pai e você era feliz como Jesus: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22.42).
Um hino antigo e conhecido diz num verso:
“Se paz, a mais doce, me deres gozar,
Se dor, a mais forte, sofrer
Oh! Seja o que for, tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou!”
Estudo de Eliede Castro Massolar
Susanna Wesley, uma mãe virtuosa
Estudo 12 – Texto Base: Provérbios 31.10-31
Susanna Wesley foi exemplar mesmo sendo mãe de dezenove filhos e filhas.
Passou por lutas iguais às da família de hoje. Na verdade, muito mais. Duas
vezes, sua casa pegou fogo. E foi incêndio criminoso por causa de perseguição.
Seu marido Samuel foi preso por causa de dívida e ela teve que manter sozinha sua casa por um período. Naquele tempo, enquanto não pagasse a dívida, a pessoa permanecia presa.
Sofreu a dor da perda. Nove de seus filhos morreram ainda bebes. Uma empregada sufocou acidentalmente um dos seus filhos. E ela foi mãe exemplar a ponto de haver diversos livros sobre sua educação e cuidado com seus filhos e filhas. Mas ela era uma mulher determinada e com uma visão a frente de seu tempo.
Quando seus filhos e filhas aprendiam a falar, ela ensinava
primeiramente a oração do Pai Nosso. Ela foi a primeira professora de seus
filhos e filhas. E quando aprendia a ler, ensinava primeiramente os primeiros
versículos da Bíblia. Reservava cada dia para um dos seus filhos e filhas para
conversar e saber de suas dificuldades e desenvolvimento.
Foi muito metódica. Dois de seus filhos revolucionaram a vida espiritual na Inglaterra, no século XVIII. Eles se chamavam João e Carlos Wesley.
João Wesley foi grande organizador, administrador. Pregava de forma maravilhosa e foi extremamente dedicado na busca da santidade. Restaurou as doutrinas do Espírito Santo e da Perfeição Cristã que estavam esquecidas em sua época.
Carlos Wesley foi pregador e compôs cerca de nove mil hinos, que o povo metodista cantava com entusiasmo.
Susanna foi pregadora da Palavra em uma época em que as mulheres não pregavam. Seu lar foi transformado em local de culto. Com a prisão de seu esposo, ela abriu as portas de sua casa e ministrava a Palavra para cerca de 200 pessoas.
Susanna foi conselheira de Wesley. Depois da morte de seu marido Samuel, em 1735, ela foi morar com João Wesley na chamada Fundição, que era o “Quartel General” do metodismo.
Em diversas ocasiões, orientou seus filhos e filhas por carta e pessoalmente. Quando um leigo do grupo chamado metodista começou a pregar nas ruas, Wesley pensou em impedir, mas sua mãe o aconselhou primeiro a ouvi-lo.
Não era costume pregar nas ruas. Wesley foi ouvi-lo e aprovou a nova estratégia. Ele mesmo constantemente pregou nas ruas. Quando foi impedido de pregar nos templos anglicanos, Wesley disse: “O mundo é a minha paróquia”.
Veja algumas práticas de Susanna com seus filhos e filhas:
- Seus filhos eram ensinados sobre a importância da confissão. Quando eles faziam algo errado e confessavam, ela não os punia, mas louvava suas atitudes.
- Ela sempre recomendava a obediência.
- Quando era necessário disciplinar, ela era gentil e moderada.
- O respeito pelos outros era uma obrigação.
- Nenhuma das crianças podia invadir a privacidade de um irmão ou irmã por mais insignificante que fosse.
Susanna teve os mesmos problemas da família atual ou muito mais. Mas foi
uma vencedora e hoje é vista como uma mãe modelo, uma mãe virtuosa.
Sejam um pai e uma mãe exemplares para que seus filhos e filhas sigam o mesmo caninho,
No próximo estudo concluímos este tema sobre Susanna Wesley.
Susanna Wesley, esposa
e cristã exemplar
Estudo 13 – Texto Base: Provérbios 31.10-31
João Wesley disse algo impactante sobre sua mãe Susanna Wesley: “Aprendi mais sobre o cristianismo com minha mãe do que com todos os teólogos da Inglaterra”.[14]
Afinal, como era a vida espiritual de sua mãe?
Sua casa era uma “Igreja doméstica”. E foi nesta Igreja que ela lançou as primeiras sementes do metodismo e a manteve viva por meio de seu cuidado vigilante.[15]
Ela separava duas por dia para o momento devocional.[16] Ela ensinava as crianças que quando estivesse com um avental na casa não deveria ser importunada, pois estava em oração. Ela aprendeu com seu pai a ler a Bíblia constantemente.
Ela fazia tudo isso e cuidada de todas as crianças. E ainda tinha a horta para cuidar e as vacas para ordenhar. Ela não tinha isso como um peso.
Susanna havia prometido ao Senhor na sua juventude que cada hora que tivesse para entretenimento ela daria uma hora para oração e leitura da Bíblia. Ela tinha ainda sua casa a “Escola doméstica”. Ela ministrou aulas para seus filhos e filhas durante seis horas por dia durante vinte anos.[17]
Criou seus filhos e filhas, muitas vezes, sozinha. Seu marido não era bom administrador. Gastava mais do que devia. As duas vezes que a casa pastoral pegou fogo foram colocadas pelos seus paroquianos que não gostavam de seus sermões.
Apesar da rigidez em sua casa e disciplina, era comum ouvir risos e brincadeiras durante o dia na casa. Disciplina e alegria devem caminhar juntas.
Além das outras dificuldades na criação das crianças, uma filha ficou deformada para sempre por descuido da empregada. Um dos seus filhos só aprendeu a falar aos seis anos de idade.
Susanna tinha muitos motivos para orar constantemente. Havia falta de
alimento em casa. Muitas vezes, ela ficou doente. Uma de suas filhas teve um
bebe fora do casamento e o rapaz nunca assumiu a paternidade, o que deixou
Susanna muito triste.[18]
Mas foi com oração, firmeza, disciplina e muito amor que Susanna criou seus filhos e filhas.
As regras da casa eram diversas, dentre elas estão:
- Comer entre as refeições não era permitido;
- Deveriam tomar remédio sem reclamar;
- Todos deveriam ficar em silencio durante a adoração familiar;
- Não dava nada para os filhos e filhas, se pedissem chorando;
- Nunca permitia que um pecado ficasse impune;
- Elogiava e recompensava o bom comportamento, etc.[19]
Exercícios religiosos eram dados às crianças. A oração do Pai Nosso era repetida de manhã e à noite. As crianças liam as Escrituras em voz alta toda noite. Orações com a família eram realizadas todas as manhãs.
“Susanna Wesley foi a mãe do metodismo no sentido moral e religioso. Sua
coragem, sua submissão à autoridade, a firmeza, a independência e o controle de
sua mente, o fervor de seus sentimentos devocionais e a direção prática dada a
seus filhos brotaram e se repetiram muito visivelmente no caráter e na conduta
de seu filho John.”[20]
Carlos Wesley,
esposo e cristão exemplar
Estudo 14 – Texto Base: Josué 24.15
Carlos Wesley (1707-1788) foi filho de Susanna e Samuel Wesley, um pastor anglicano. Foi irmão de João Wesley. Susanna foi uma mãe exemplar que lhe ensinou desde cedo o Evangelho e a vida de disciplina.
Carlos teve atuação espiritual marcante. Ele criou o Clube Santo para buscar a santidade. Foi como missionário com Wesley para a Geórgia, América, e escreveu cerca de 9 mil hinos.
Foi pregador itinerante do metodismo. Viajou milhares de quilômetros para pregar na Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales.
Em 1747, Carlos conheceu Sarah Gwynne (1726-1822) também conhecida como Sally, que tinha 19 anos. Parece que foi amor à primeira vista. Era filha de uma família rica, no País de Gales.
Seu pai Marmaduke Gwynne oferecia acomodações para viajantes evangélicos e por cinco dias ofereceu um lugar para Carlos e John Wesley.
Carlos retornou doente ao País de Gales, em março de 1748 e foi hospedado na casa de Marmaduke Gwynne. Sally cuidou dele.
Foi assim, em 3 de abril de 1748, que ele parece ter proposto casamento para ela.
Em seu Diário, ele observou: "À noite a minha mais querida Sally, como meu anjo da guarda, me acompanhou ... perguntei-lhe se ela poderia confiar em mim mesmo para a vida e com uma simplicidade nobre ela prontamente me respondeu que poderia."[21]
Carlos lhe propôs o casamento. A mãe de Sarah estava feliz em ver Carlos se tornar seu genro.
Para expressar seu amor, Carlos freqüentemente escrevia hinos. Nos “Hinos e Poemas Sagrados” (1749), estão cinquenta e cinco hinos com o título "Para amigos cristãos".
Embora sejam todos aplicáveis a amigos cristãos em geral, foram escritos inspirados pela sua amizade com Sally.[22]
A diferença de idade entre Sally e Carlos era de quase vinte anos, mas ambos foram atraídos um pelo outro. O pai dela e a mãe de Sally estavam preocupados por Carlos não ter renda fixa.
Carlos falou com o irmão sobre isso, e aparentemente em uma carta à mãe de Sally, ele indicou que o dinheiro poderia ser fornecido a partir da venda de seus livros.[23]
Wesley garantiu a seu irmão uma renda de £100 por ano das vendas de livros para tranqüilizar a posição financeira da família Gwynne. Carlos e Sally se casaram em 1749 por John Wesley.[24]
Seguiu-se uma lua de mel de duas semanas, mas podemos levantar algumas perguntas sobre isso, pois Carlos pregou todos os dias da lua de mel![25]
Eles tiveram oito filhos. Somente sobreviveram: Samuel, Charles e Sarah. Dos seus três filhos sobreviventes, dois foram músicos muito talentosos.[26] Sally ficou com o coração partido pelas mortes de seus filhos.
Em viagem, Carlos escrevia diversas cartas na tentativa de consolar sua esposa.[27] As crianças sobreviventes foram Charles Wesley Junior, Samuel Wesley e Sarah Senior. Os dois filhos foram dotados musicalmente.
Sua mãe era conhecida por suas habilidades musicais e incluindo sua voz de canto que ela ainda usava para entreter em sua velhice.
Sarah Senior tocava para o rei George III.[28]
Em 1756, Carlos Wesley revelou ser um marido apaixonado. Viajava na itinerância metodista e escrevia para sua esposa Sally.
Ele disse: “Meu coração está com você. Eu quero você todos os dias e horas. Eu deveria estar com você sempre (...), pois ninguém pode suprir o seu lugar".
Charles provou ser não só um marido amoroso, mas também um devotado pai, embora fosse rigoroso.
Ele diminuiu seu ministério itinerante, pois queria prestar atenção às suas responsabilidades familiares.
Uma série de
cartas para seus filhos sobrevivem, na qual ele revela sua preocupação
com seu bem-estar espiritual, bem como suas necessidades temporais.[29]
Aos 79 anos, Carlos Wesley já havia percorrido 365 mil quilômetros em seu ministério e havia participado de 46 mil cultos, cruzadas e reuniões evangelísticas.
Foi ele quem enviou, em 1786, os primeiros missionários metodistas para a Índia. Quase dois anos depois, Carlos Wesley faleceu, em 29 de março de 1788.[30]
Sally morreu em 28 de dezembro de 1818 e foi enterrada com seu marido na Igreja Paroquial St Marylebone.[31]
Princípios
de Wesley sobre o casamento
Estudo 15 – Texto Base: Efésios 5.22-27
João Wesley teve uma mãe exemplar, que lhe ensinou a viver em santidade e vida disciplinada.
Ele não foi feliz no casamento, mas sabia da importância da família ser santa.
Neste estudo conheceremos alguns dos principais princípios de Wesley sobre o casamento:
O casamento é santo e honrado
“Sendo o casamento santo e honrado não pode ser usado como uma pretensão em dar largas aos nossos desejos”.[32]
Largas é o mesmo que ampliar, expandir.
A prioridade de um marido em sua casa
“A pessoa que exige as suas primeiras atenções na sua casa é, sem dúvida, a sua
esposa, visto que o senhor tem de amá-la como Cristo amou a sua Igreja”.[33]
O pai deve treinar os filhos para a santidade
“Em segundo lugar vem os filhos – espíritos imortais que Deus confiou ao seu cuidado, por algum tempo, para que possa treiná-los em toda santidade e prepará-los para a alegria de Deus na eternidade”.[34]
O objetivo maior é ser santo
Ao discernir entre o casamento e uma vida única, Wesley oferece o seguinte sábio conselho: "Em qual desses estados posso ser muito santo e fazer o melhor?”.[35]
Um marido pronto a perdoar
Palavras de Wesley para sua esposa: “Talvez seja uma bênção indizível que tendes por marido, um que vos conhece o gênio e pode aturá-lo; o qual, depois de lhe terdes cansado por modos enumeráveis acusando-o de causas que ele não sabia, roubando-o, traindo-lhe a confiança, revelando os seus segredos, dando-lhe mil feridas traiçoeiras (...)”.[36]
Wesley continua: “(...) digo eu, depois de todas essas provocações, está ainda pronto a perdoar-vos tudo, a esquecer-se do passado como se nunca houvesse, e receber-vos de braços abertos; exceto enquanto tiverdes a espada na mão".[37]
O dom de ser solteiro
“Encontrei-me com os solteiros da Sociedade de Londres, e lhes mostrei por quantas razões seria bem para aqueles (os solteiros), tendo recebido este dom de Deus, continuar solteiros por amor do reino dos céus, a não ser onde um caso excepcional constituísse uma isenção da regra".[38]
A família deve adotar a resolução de Josué
“Inculquei fortemente a religião familiar, o grande “desideratum (aquilo que se deseja) entre os metodistas. Muitos se envergonharam perante Deus e afinal adotaram a resolução de Josué: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”.[39]
O esforço maior é para toda família cultuar ao Senhor
“O Senhor determinou andar neste caminho, a esforçar-se por todos os meios possíveis para que o sr. e a sua casa sirvam ao Senhor, a fim de todos os membros da sua família possam cultuá-lo”.[40]
A real riqueza para os filhos
“Se fordes portanto, sábios, não procurareis riquezas para vossos filhos através do seu casamento. Sejam os vossos filhos simples também nisto: buscai simplesmente a glória de Deus e a felicidade real dos vossos filhos no tempo e na eternidade”.[41]
Estes são princípios sábios de João Wesley para todas as gerações.
[1] www.dicio.com.br
[2]
www.dicionarioinformal.com.br
[3] www.fcc.org.br
[4]
www.brasilescola.uol.com.br
[5] www.significados.com.br
[6] Bispos da Igreja Metodista.
Pastoral da Família.www.remne.metodista.org.br
[7] Idem,
[8] Idem.
[9] Idem.
[10]
https;//noticias.uol.com.br
[11] Brasileiro fica mais
tempo no emprego.www.economia.estadao.com.br
[12] AQUINO, Eduardo. “A
geração dos pais descartáveis e órfãos de seus filhos”. www.otempo.com.br
[13] Pastoral dos Bispos.
Op.cit.
[14] Um pouco de história. Uma
mãe de oração. www.amensagem.org.
[15] Idem.
[16]
https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/susanna-wesley/
[17] www.revistaimpacto.org.i
[18] www.amensagem.org.i.
[19] Idem.
[20]
https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/susanna-wesley/
[21]
http://www.emanuel.ro/wp-content/uploads/2014/06/P-7.2-2009-Michael-A.-G.-Haykin-My-Sister-Dearest-Friend.pdf
[22]
http://media.sermonaudio.com/mediapdf/11108932252.pdf
[23] Idem.
[24]
https://en.wikipedia.org/wiki/Sarah_Wesley
[25]
http://www.emanuel.ro/wp-content/uploads/2014/06/P-7.2-2009-Michael-A.-G.-Haykin-My-Sister-Dearest-Friend.pdf
[27]
http://media.sermonaudio.com/mediapdf/11108932252.pdf
[28]
https://en.wikipedia.org/wiki/Sarah_Wesley
[31]
https://en.wikipedia.org/wiki/Sarah_Wesley
[32] BURTNER, Robert W.;
CHILES, Robert E. Coletânea da Teologia de João Wesley. JGEC. São Paulo:
Imprensa Metodista, 1960, p.244.
[33] Idem.
[34] Op. cit, p.245.
[35]
http://www.umc.org/what-we-believe/marriage-or-the-single-life-advice-from-john-wesley
[36]
http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=1777
[37] Idem.
[38] Idem.
[39] BURTNER, Robert W.;
CHILES, Robert E. Coletânea da Teologia de João Wesley. JGEC. São Paulo:
Imprensa Metodista, 1960, p.243.
[40] Op.cit. p. 245.
[41] Idem.
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