Metodistas que impactaram o mundo

 

Odilon Massolar Chaves

 

 

 


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 Tradutor: Google

Revisão: Osmara Chaves Sias e Osny Massolar Chaves Vital

Apoio Teológico: Pastora Rute Kato

 

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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia



Índice

 

 

·      Introdução

·      O Impacto metodista na Inglaterra

·      Apóstolo do metodismo na América

·      Os jovens metodistas que impactaram o Caribe e Oceania

·      O apóstolo de Cristo na Índia

·      A metodista considerada a mulher ideal do século XIX

·      O missionário que estabeleceu o metodismo em diversas nações

·      A metodista que inspirou a criação do Dia das Mães

·      A missionária que revolucionou a educação em Piracicaba

·      O metodista que impactou o Rio de Janeiro

·      O metodista que impactou o mundo

·      A vocação metodista nos dias de hoje



Introdução

 

     Este livro tem o propósito de retomar a visão que Wesley tinha sobre a vocação do metodismo: reformar a nação, particularmente a Igreja e espalhar a santidade bíblica por toda a terra.

      Muitos levaram a sério essa visão e a executaram. O próprio Wesley e os primeiros metodistas acreditaram nela. O impacto na Inglaterra foi imenso. O mesmo aconteceu na América e depois em outros países.

      Neste livro, mostramos o exemplo de metodistas que foram instrumentos do Senhor no Caribe e na Oceania. Especialmente, escrevemos sobre a vida de metodistas que impactaram nações, estados e cidades.

      Nosso objetivo é despertar os metodistas e outros cristãos para a importância da Missão dada por Jesus – ir por todo o mundo, pregar e ensinar sobre a Boa Nova sendo testemunha de Jesus Cristo.

       É possível ainda hoje continuar com a linha de esplendor sem fim que vem desde Wesley. Cada um com o ministério concedido pelo Espírito Santo. É possível fazer a diferença e ser instrumento para promover a mudança no mundo sinalizando o Reino de Deus.

       A vocação metodista é impactar, desestruturar os alicerces das trevas e participar na instalação do Reino de Deus.      Diversos metodistas acreditaram nesta vocação e alcançaram

seus objetivos. Alguns nem chegaram a ver os frutos, mas foi possível cumprir esta vocação.

       Este é um sonho possível porque faz parte da vocação que Deus concedeu aos metodistas.

 

        O Autor

 

  

O impacto metodista na Inglaterra

 

            John Wesley acreditava que Deus havia levantado os metodistas, para “reformar a nação, particularmente a Igreja, e para espalhar a santidade bíblica por toda a terra”. Ele próprio acreditando nesse propósito foi usado imensamente, pelo Espírito Santo para impactar a Inglaterra e o restante da Grã-Bretanha. 

           Wesley nasceu no dia 17 de julho de 1703 e era filho de Susana e Samuel Wesley, pastor da Igreja Anglicana.  Sua mãe foi determinante na vida espiritual dos seus filhos e filhas. Chega a ser considerada a “mãe do metodismo”. 

            Em 1720, João Wesley foi para a Universidade, em Oxford, graças, mais uma vez, a uma bolsa concedida, agora, pela escola: 

         “Anualmente, a escola de Charterhouse enviava quatro de seus melhores estudantes para a Universidade com uma bolsa de quarenta libras, equivalente a 800 dólares.”[1] 

     Ele estudou no Christ Church College, um dos melhores estabelecimentos de cultura superior em todos os internatos que formavam a Universidade de Oxford.[2] A carreira de Wesley prosseguia brilhante. Em 1724, João Wesley se formou bacharel; no ano seguinte, foi ordenado diácono da Igreja Anglicana.[3] 

       Em março de 1726, recebeu sua toga de honra, do “Lincoln College”, da Universidade de Oxford. Esse título de “Fellow”, além do valor honorífico, dava-lhe uma posição de independência.[4] Entre os anos de 1727–1729,  Wesley atuou como coadjutor de seu pai. Foi ordenado presbítero no dia 22 de setembro de 1728.[5] 

    Seu irmão Carlos Wesley, em 1729, deu início a algumas atividades religiosas com alguns colegas da Universidade de Oxford, cujo grupo seria conhecido depois como Clube Santo e metodistas.[6] Logo depois, Wesley passou a participar do grupo e  assumiu a liderança. 

         João Wesley foi encaminhado à Geórgia como missionário voluntário, sem pagamento ou uma nomeação específica.[7]  Partiram no dia 14 de outubro de 1735[8] e, em 6 de fevereiro de 1736, os irmãos Wesley chegaram à Geórgia como missionários. Essa viagem foi um marco em sua espiritualidade, pois teve a oportunidade de encontrar-se com os morávios que tiveram grande influência sobre sua vida. 

      Mas Wesley voltou ao seu país. Ele saiu de Savannah, dia 27 de novembro de 1737, depois de se sentir fracassado, e chegou à Inglaterra no dia 1º de fevereiro de 1738.[9] 

       Wesley saiu da Geórgia com amargura e desapontamento. Como ponto positivo, passou a ser mais cauteloso. Havia aprendido a conhecer, com os moravianos, a direção paternal de Deus, como também a vencer seu medo do mar. Em acréscimo conheceu muitas pessoas que, como ele, buscava a santidade e desejam servir a Deus.[10]  A consciência de sua situação o levou a procurar ajuda e a se humilhar. Conheceu um moraviano chamado Pedro Bohler que lhe ensinou sobre a fé viva. Wesley disse: “(...) me surpreendeu mais e mais com a explicação que me deu a respeito dos frutos da fé viva, a santidade e a felicidade que ele afirmou acompanharem tal fé.”[11] 

             Os moravianos diziam que não existem graus de fé[12]. Ou você tem ou não tem fé[13]. Wesley não tinha a fé que os moravianos tinham, por isso, se julgava um incrédulo. Pedro Bohler lhe ensinou sobre a fé viva.[14] 

            A vida de Wesley começou a ter um novo rumo, quando ele foi sem vontade a uma reunião numa sociedade, no dia 24 de maio de 1738. No culto, alguém comentava sobre a mudança que Deus opera pela fé em Jesus.[15] Wesley assim descreveu a sua experiência, quando disse ter sentido seu coração aquecido: “(...) senti que eu agora confiava em Cristo, somente em Cristo, para salvação; e me foi dada a segurança de que Cristo havia perdoado os meus pecados, sim, os meus, e que eu estava salvo da lei do pecado e da morte.”[16] 

           Wesley comemorou a experiência[17] com um testemunho diante dos presentes.[18] Mais tarde,  continuou no quarto de Carlos Wesley com um hino.[19] Os ensinos de seus mentores morávios se tornaram uma confissão pública.[20] Essa experiência espiritual mudou a vida espiritual de João Wesley. Ele passou a viver a fé liberta do medo e da dúvida. Segundo Reily, ele realmente recebeu esta espécie de fé no dia 24 de maio de 1738.[21] 

           Após a experiência, Wesley passou a pregar com toda convicção. Em 1739 a pregação de Wesley e Whitefield resultou num reavivamento entre os mineiros de carvão em Kigswood. Este reavivamento continuou sob a liderança direta de Wesley durante mais de 50 anos.  Ele viajou cerca de 400.000km, por todas as partes da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda, pregando cerca de 40.000 sermões.  Sua influência, também, se estendeu à América do Norte. 

      Wesley viveu numa Inglaterra doente. Alguns autores chegam a afirmar que a Inglaterra estava à beira de uma revolução semelhante a que aconteceu na França em 1789,[22] ou seja, três anos antes de Wesley falecer. 

          “Foi um século, cuja poesia não tinha romance, cuja filosofia não tinha penetração, e cujos políticos não tinham caráter; século de luz sem amor, cujos próprios méritos eram da terra, terrenos.” [23] 

         A influência do Metodismo teria sido vital para mudar a situação vigente na Inglaterra. Wesley não foi um reformador de estruturas e nem via o indivíduo como agente de transformação social, mas sua contribuição, dentro da visão da época, foi fundamental para mudar a situação social. Alguns se entusiasmam tanto que chegam a colocar o metodismo até como o remédio para aquela época na Inglaterra: 

       “O evangelho de Wesley era o remédio para aquele século enfermo. Não somente abrasou corações, esclareceu inteligências, expulsou temores, acalmou os nervos, repreendeu pecados específicos e estimulou o amor ao próximo, mas expressou-se em atos de caridade.”[24]  

    Uma boa parte da liderança mundial dos evangélicos considera o metodismo de Wesley como paradigma para o avivamento e como modelo de Igreja para hoje. 

      Oswaldo Smith, avivalista internacional, chegou a afirmar: “Como resultado de minhas leituras, estou certo de que os metodistas primitivos estavam mais próximos da experiência apostólica do que qualquer outro grupo de pessoas que conheço.”[25] 

        No livro Identidad Pentecostal, uma publicação do Clai (Conselho Latino Americano de Igrejas), um pentecostal Gabriel O. Vaccaro inclui o metodismo dentro do que ele chama de “Movimento da fé apostólica”, ao dividir, em quatro períodos a história da Igreja:

 

“a) Estabelecimento da Igreja (Período Apostólico);

b) Apostasia da Igreja (até a idade média);

c) A reforma da Igreja (Lutero);

d) A Restauração da Igreja  (sob Wesley).”[26]

 

      Este autor pentecostal propõe ainda a seguinte periodização para o desenvolvimento da história da Igreja:

 

“a) Período que vai até Constantino;

b) Com os séculos de obscuridade (que para os historiadores pentecostais chega até Lutero);

c) A partir de Wesley, avivamento pentecostal, batismo do Espírito Santo e exercício dos Dons Espirituais na igreja.”[27] 

         Para ele, o metodismo é um divisor de águas na história da Igreja, especialmente, inaugurando a ação da Igreja numa perspectiva pentecostal. O bispo Roberto Mac Alister, fundador da Igreja Nova Vida, numa expressão de fé e dentro de uma idéia messiânica, chegou a falar que será um avivamento, semelhante ao do metodismo primitivo, que salvará o Brasil: “A única coisa que poderia salvar o Brasil seria um reavivamento espiritual, tal como se verificou na “Inglaterra do século 18, o que provocou uma substancial mudança na vida pública, quando uma consciência metodista mexeu com todas as camadas da sociedade, desde o padeiro até o parlamentar.”[28] 

          O metodismo na Inglaterra é visto por diversos autores como um modelo. Por mais que isso possa ser um triunfalismo dos metodistas, algo de extraordinário aconteceu na Inglaterra, para que David Y. Cho, pastor da Assembléia de Deus, a maior igreja local do mundo, na Coréia do Sul, chegasse a dizer: “A pregação dos irmãos Wesley salvou a Inglaterra de  mergulhar numa revolução, como a que a França experimentou no século XVIII.”[29] 

           O país vivia num caos. Era chamada a "nação selvagem". A revolução industrial trouxe progresso, mas também proporcionou desemprego.[30]  Para  Edward Thompson, o metodismo trouxe contribuição ao proletariado: “Não pode haver dúvida sobre a profunda devoção de muitas comunidades da classe operária (incluindo igualmente mineiros, tecelões, operários industriais, marinheiros, ceramistas e trabalhadores rurais à Igreja metodista).”[31] 

            Edward Thompson afirma: “(...) é-nos conhecido o argumento de que o metodismo foi indiretamente responsável por um aumento na autoconfiança e capacidade de organização do operariado.”[32]

            Elie Halévy afirmou: “A Inglaterra foi poupada da revolução, a que as contradições de sua política e economia poderiam ter conduzido, pela influência estabilizadora da religião evangélica, particularmente o metodismo.”[33] 

          Apesar de Wesley não atacar efetivamente as estruturas sociais, o avivamento metodista não foi alienante. Ele proporcionou uma ativa participação nas questões sociais, como ser solidário com os presos, escravos, meninos e meninas de rua, desempregados, viciados etc. 

          A influência de Wesley na Inglaterra é ainda reconhecida nos dias de hoje: 

          - “O grande avivalista John Wesley lutou pelas causas sociais na Inglaterra ao mesmo tempo que pregou sobre avivamento”.[34] 

           - “Quando perguntaram a John Wesley (um grande avivalista do século XVIII) o que era a perfeição cristã, o verdadeiro avivamento, ele respondeu: É amor ...” .[35] 

           - “Na Inglaterra, João Wesley foi o instrumento de Deus para mudar a história da  Inglaterra”.[36] 

            - “Foi ouvindo esta leitura que João Wesley entrega a sua vida a Deus e vem a se tornar o grande avivalista da história e fundador do Metodismo”.[37]



Apóstolo do metodismo na América

 

            O impacto do despertamento metodista foi imenso na América. No fim do século XVIII, “o Metodismo tinha saltado o Atlântico e quase 65 mil norte-americanos consideravam-se seguidores de Wesley. O crescimento do Metodismo nos Estados Unidos mostra a rapidez com que o movimento wesleyano avançava. Em 1773, havia 1.160 metodistas arrolados nos relatórios da conferência. Em 1784, o ano da histórica Conferência de Natal, em Baltimore, o número era 14.988. Seis anos depois, o recenseamento mostrava que esse número havia quase quadruplicado, chegando a 57.631. De 1773 a 1790, a população da América, aumentada pela imigração, havia crescido 75 por cento, enquanto o número de metodistas havia aumentado mais de 5.500 por cento”[38]

               Houve um metodista que fez a diferença: Francis Asbury.

                Francis Asbury (1745-1816) nasceu na Inglaterra. Era de uma família Anglicana e durante muito tempo foi aprendiz de ferreiro. Ele e sua mãe passaram a assistir às reuniões metodistas. A devoção de sua mãe à religião deu a Asbury uma nova dimensão espiritual. Aos sete anos, ele já lia a Bíblia. Seus pais abriram a casa para trabalhos religiosos envolvendo-o mais na vida espiritual.  O entusiasmo do Rev. Edward Stillingfleet o influenciou. Aos 18 anos, ele se transformou num pregador e viajou extensamente.[39]

              Em 1771, Wesley fez um convite aos pregadores metodistas para ir à América evangelizar e Asbury, voluntariamente, aceitou. Para viajar, foi preciso uma “coleta” de alguns amigos, pois Asbury não tinha dinheiro. Após a guerra da independência, em 1784, Wesley o nomeou, juntamente com Thomas Cock, como co-superitendentes do metodismo na América.

            Ele pregou cerca de 16.500 sermões e expandiu o metodismo para Tennessee e Kentucky. Era muito organizado. “Tinha uma espantosa capacidade prática, seu gênio de organização, sua consumidora devoção à extensão do evangelho, sua coragem e energia infindáveis - tudo contribuiu para esta realização”[40].

          Mais tarde, utilizou o termo “Bispo” para si. Organizou escolas, aos domingos, onde as crianças foram ensinadas na leitura, escrita e aritmética[41]. Asbury veio a ser a mais importante figura no metodismo americano. A devoção aos princípios e teologia Wesleyanos modelou o metodismo na América do Norte.

           Com a volta de Cooke à Inglaterra, Asbury assumiu as rédeas do metodismo. Ele “viajou extensamente através dos Estados Unidos, promovendo a causa metodista e liderou a organização oficial dessa denominação em 1784. Pelo fato de ter percorrido mais de 450 mil km, em grande parte à cavalo, ele conheceu o interior americano melhor que qualquer um dos seus contemporâneos e foi também o homem mais conhecido do seu tempo. Quando Asbury chegou aos Estados Unidos, em 1771, somente quatro missionários metodistas davam assistência à cerca de 300 pessoas. Quando ele faleceu, havia 2 mil pastores e mais de 200 mil metodistas no país”[42].

            Em 1800, teve início, com Francis Asbury, o primeiro pregador itinerante (circuit rider), no Kentucky, o período dos reavivamentos e “camp meetings” (reuniões campais)[43].

            Ele “ultrapassou o próprio João Wesley, viajando em quarenta e cinco anos, somente à cavalo ou andando, mais de quatrocentos e setenta mil quilômetros, a maior parte por caminhos desertos. Atravessou as Montanhas Alegânis mais de sessenta vezes”[44].

            Enfrentou toda sorte de adversidades e doenças, como febres, úlceras, reumatismo crônico, mas nunca desistiu. No final de sua vida, insistiu numa viagem a Baltimore, onde haveria uma conferência, mas não resistiu e faleceu sentado numa cadeira e reclinado num jovem pregador, que viajara com ele[45].

           Francis Asbury foi chamado de “Apóstolo do metodismo na América”. Como reconhecimento, em 1924 foi colocado sua estátua em Washington. O Presidente dos EUA disse que ele foi um dos construtores da Nação norte-americana. Faleceu aos 71 anos de idade,[46] após pregar cerca de 50 anos.

            Na estátua de Asbury está escrito: “Se você quiser ver os resultados de seus trabalhos, você os encontrará em nossa civilização cristã”[47].

           Veja em percentagem o grande crescimento nos EUA como fruto do trabalho de Francis Asbury e de outros metodistas[48]:

1776

 

1850

 

Congregacionais

20,4%

Metodistas

34,2%

Presbiterianos

19,0

Batistas

20,5

Batistas

16,9

Católicos romanos

13,9

Episcopais

15,7

Presbiterianos

11,6

Metodistas

2,5

Congregacionais

4,0

Católicos romanos

1,8

Episcopais

3,5

       

        O metodismo tem uma grande quantidade de membros nos EUA. A Igreja Metodista Unida tem cerca de 8,5 milhões. Em todos os estados norte-americanos o metodismo está nos três primeiros lugares entre os evangélicos. Na maior parte, está em segundo lugar. Veja a estatística em alguns estados norte-americanos:

          - Oklahoma: 32% (a maior denominação);

          - Virgínia Ocidental: 8% (a segunda denominação);

          - Arkansas: 9% (a segunda denominação);

           - Iowa: 14% (a segunda denominação);

           - Idaho: 10% (primeira, junto com a Igreja Batista);

           - Delaware: 21% (a segunda denominação);

           - Kansas: 14%  (primeira, junto com a Batista);

            - Pensilvânia: 10% (primeira, junto com a Batista),[49] etc. 

          Hoje, o metodismo é muito predominante no meio oeste. Uma “avaliação mostrou mais igrejas metodistas nos Estados Unidos do que agências dos correios”[50]. 

         No mundo, a família metodista de tradição wesleyana tem 70 milhões de membros em 130 países[51].

 

Os jovens metodistas que impactaram o Caribe e Oceania

 

1.O impacto no Caribe

 

         Há uma bela história do metodismo no Caribe. Tudo começou em Antigua, e depois se espalhou por outros lugares. Hoje, especialmente, nas Ilhas Virgens Britânicas, o metodismo é a maior Igreja. "A religião predominante é a protestante (em todas suas variantes, a mais frequente é a metodista)."[52]

        Em 1750, aproximadamente, Francis Guilbert se converteu na Inglaterra por meio de uma das pregações de João Wesley. Francis era um jovem “playboy”, filho de um rico colono. Seu pai possuía propriedades nas Ilhas Ocidentais, entre elas Antigua. Seu irmão Nathanael morava na Ilha e recebeu de Francis, livros de Wesley. Posteriormente, Nathanael foi à Inglaterra e se converteu juntamente com outros três escravos que havia levado consigo. Quando voltaram à Antígua, passaram a pregar o Evangelho aos outros escravos. Mais tarde, o pregador leigo metodista e marinheiro John Baxter chegaram à Ilha, que estava sem pastor. Com a morte de Nathanael, John passou a pastorear a Ilha e  construiu o primeiro templo metodista  em 1883.[53]

        54remmmmmmi“Hoje a Igreja Metodista do Caribe e nas Américas registra aproximadamente 8.000 membros em Barbados, 5.500 em Bahamas, 900 em Costa Rica, 3.700 na Guyana, 5.000 em Haití, 2.000 em Honduras, 18.000 na Jamaica, 15.000 em Leeward e Windward, 900 no Panamá e 7.000 no Curacao- St.Kitts - Tobago - Islas Vírgenes”[54].

       O metodismo está praticamente em todo Caribe. Nas Ilhas Virgens Britânicas tem cerca de 45% da população, de acordo com o último censo.

           Em percentagem, temos em outros países do Caribe:

Barbados: 12%

Jamaica: 2,7%

Bahamas: 6%

Anguilla: 33%

Saint Vincent e Grenadine: 28% [55]

2.O impacto na Oceania

          Eddie Fox conta que a influência metodista na Oceania foi assim: "Em 03 de julho de 1834 um milagre aconteceu em ‘Utui que teria um impacto em todo o Pacífico Sul. Um grupo de fiéis cristãos metodistas reuniu-se num campo perto da vila para jejuar e orar. Durante esta reunião de oração, as pessoas experimentaram uma visitação pentecostal. O Espírito Santo desceu sobre as pessoas com tal poder que toda a comunidade foi transformada. As pessoas sentiram-se abrasadas neste “Pentecostes Tonganiano” a espalhar o evangelho através de todo o Reino de Tonga. A igreja cresceu com uma rapidez impressionante. Novas congregações foram estabelecidas em todo o reino.

           Em 1835 tonganianos subiram em suas canoas marítimas, e o poder do Pentecostes os empurrou 800 quilômetros a oeste para compartilhar o evangelho com seus vizinhos nas ilhas Fiji. Um ano depois eles viajaram pelo mar 540 quilômetros ao norte até Samoa para testemunhar o evangelho com seus antigos e ferrenhos inimigos. Este é um dos mais notáveis fatos na história da atividade missionária". [56]

           Hoje, em Tonga, o metodismo representa cerca de 45% da população.

           Já em Samoa a Igreja Metodista tem 15%.

 

O apostolado de John Hunt


           Jonh Hunt (1812-1848) foi determinante no estabelecimento definitivo do metodismo nas Ilhas Fiji.   

            Sua vida, porém, não foi sempre devotada ao Senhor, apesar de acreditar no poder da oração.

            “Quando John Hunt era um rapaz, no início dos anos 1800, ele acreditava que Deus ouve as orações. He prayed for his protection against the things that made him fearful--dogs, gypsies, and thunder. Ele orava para se proteger de coisas que ele sentia medo: cães, ciganos e trovões. As he grew older, he drifted from faith. Quando ele ficou mais velho, desviou-se da sua fé. His clumsiness was mocked. Sua forma desajeitada era escarnecida. Handier farm boys taunted him as an idiot.Rapazes que trabalhavam na fazenda o tratavam como um idiota. He fell in with rough companions. Ele se juntou a companheiros grosseiros. At times he promised the Lord he would change, but did not keep his word. Às vezes, ele prometia ao Senhor que iria mudar, mas não mantinha sua palavra”[57].

            Then he got sick. John ficou doente. Death loomed before his eyes. A morte apareceu diante dos seus olhos. It was no use making the Lord more promises. Ele não estava mais fazendo promessas ao Senhor.He fell to his knees and vowed to serve God then and there. Ele caiu de joelhos e fez os votos de servir a Deus em qualquer lugar[58]. When he recovered, he repeated his promise to godly neighbors, making himself accountable for spiritual growth.

             Depois disso, ele freqüentou a Igreja Metodista, leu a Bíblia e livros religiosos no seu tempo livre. Friends encouraged him to preach, but he wasn't sure. Amigos o incentivaram para pregar, mas ele não estava certo disso.He prayed earnestly to know what God expected him to do, until his last doubt vanished. Ele orou, ardentemente, para saber o que Deus esperava que ele fizesse, até sua última dúvida desaparecer.

              Estudou no Wesleyan Theological Institution, em Hoxton, em1835. Embora sem nenhum treinamento, Deus o usou. He studied at night, so as not to neglect his farm duties. Estudou à noite, de modo a não se descuidar de suas funções na fazenda[59]. 

           Um reavivamento irrompeu em Londres. Ele começou a pensar no trabalho missionário. A África do Sul era o seu objetivo.

      However, an appeal was made for workers in Fiji.      Mas um apelo foi feito para a missão nas Ilhas Fiji. Os fijians haviam sido evangelizados pelos metodistas de Tonga, em 1835, e precisavam de apoio pastoral. Ainda havia muitos que precisavam ser evangelizados. Solicitado diretamente para irAsked pointblank to go, John returned home much troubled--not for himself, but for the girl he hoped to marry., John voltou para casa muito incomodado, não por ele, mas por causa da garota que ele esperava para casar.

             Sua preocupação tinha sentido. Hanna Summers, em más condições de saúde, teria de acompanhá-lo à África do Sul, onde uma medida de civilização prevalecia. But Fiji? Mas Fiji? The Fijians were cannibals and completely savage. Os Fijians eram canibais e completamente selvagens. Thieves and liars to a man, they killed their sick and old, treated women as beasts of burden, robbed graves for food, and strangled wives when their husbands died. Ladrões e mentirosos para o homem, eles matavam os seus doentes e velhos, as mulheres eram tratadas como bestas de carga, roubavam sepulturas para se alimentarem, e estrangulavam as esposas quando seus maridos morriam. But Hanna said she'd go. Mas Hanna disse que iria[60].

           O casal partiu da Inglaterra em 1838. Eles recusaram uma lucrativa oferta de permanecerem na Austrália e partiram para Fiji, onde chegaram no dia 22 de dezembro de 1838. Embora John fosse dominar o idioma em curto tempo, as conversões foram lentas. Um rei cruel os ameaçou com a morte, se fechassem as suas janelas para não sentirem o cheiro de corpos cozinhando, a uma curta distância da sua casa.[61] 

             John Hunt trabalhou em Rewa, Somosomo, Lakemba e Viwa (Vewa). Viajava sempre para visitar as Ilhas Fiji. 

             Ele trabalhou na tradução da Bíblia para a língua nativa, completando o Novo Testamento e iniciando a tradução do Antigo Testamento. Seu trabalho foi bem sucedido e ele foi fundamental na conversão do guerreiro Varani, em 1845. 

            “Em uma das menores ilhas, um reavivamento eclodiu. Many Fijian lives were transformed and faces shone with new hope. Muitas vidas foram transformadas em Fiji e rostos brilhavam com a nova esperança. John translated the New Testament into the native tongue for these converts.Ele foi um dos homens que não descansavam muito, enquanto havia trabalho para fazer. Little wonder that he sickened. Não se admira que ele tenha ficado doente. The Islanders prayed for his recovery, offering God to take ten of them rather than him. Os habitantes da ilha oraram por sua recuperação, oferecendo a Deus a vida de 10 deles, em troca da vida de John”[62]. 

           Mas John Hunt morreu aos 33 anos de disenteria, em1848, e foi enterrado em Viwa. Sua esposa e filhas sobreviveram, incluindo a sua filha mais velha, Eliza-Ann, bem como a sua segunda filha, Hannah, que casou com Lewis Richings. Ele havia trabalhado com zelo apostólico e, antes de morrer, fez fervorosamente a seguinte oração: "Deus, no amor de Cristo, abençoe Fiji, salve Fiji.[63]" 

            E, quando lhe perguntaram, o que ele via, John disse: "Não vejo nada, mas Jesus[64]”. 

            A sua oração já foi respondida. Venceu por Cristo. Todas as ilhas foram salvas. e são troféus do trabalho missionário wesleyano. Hoje são 3100 pregadores nativos sob os cuidados de nove missionários; são 1322 capelas e 43.339 membros e catecúmenos e mais de 42 mil alunos nas Escolas. Fiji era uma nação de canibais e tornou-se quase uma nação de metodistas.[65]

         John Hunt impactou as Ilhas Fiji. Em 50 anos, após o seu desembarque, não houve uma única pessoa nas ilhas que abertamente professasse a religião dos antigos[66].

        Hoje a Igreja Metodista de Fiji e Vanuatu é a maior denominação cristã nas Ilhas Fiji, com 36,2% do total da população (incluindo a 66,6% da etnia indígena), no censo de 1996. Das 280.628 pessoas, identificando-se como metodistas, 261.972 são etnias indígenas, 5.432 Indo-fijianos (1,6% de todos os índios étnicos), e 13.224 são provenientes de outras comunidades étnicas[67]. 


O apóstolo de Cristo na Índia

 

  Ele marcou a história das Missões

 

          Eli Stanley Jones (1884-1973) nasceu em Baltimore, Maryland, em 3 de janeiro de 1884 e faleceu aos 89 anos em 25 de janeiro de 1973, na Índia.

         Foi educado em escolas de Baltimore e estudou no colégio metodista Asbury College. Em1907 foi como missionário metodista para a Índia onde esteve por mais de 50 anos. Foi ainda missionário na China. 

         “E. Stanley Jones marcou a história de missões”[68]  e foi considerado o missionário extraordinário do século XX. Era casado com a metodista Mabel Lossing Jones, que trabalhou na Índia por mais de 50 anos e foi elogiada por Gandhi por seu método de ensino.

         Stanley Jones marcou gerações, sendo inclusive, amigo de Mahatma Gandhi. "Como amigo de Gandhi, escreveu sua biografia, a qual influenciou os métodos pacifistas de Martin Luther King Jr"[69]. O próprio Luther King fez esta declaração. O livro sobre Gandhi se chama "Ghandi".

         Gandhi desafiou Stanley Jones a influenciar os missionários para terem mais respeito pelo povo indiano.  Um dos hinos que Mahatma Gandhi gostava era "Quero estar aos pés da cruz".

         Stanley Jones procurava disseminar o entendimento e a paz entre as nações. Em 1941, foi um confidente constante de Franklin D. Roosevelt e dos líderes japoneses que tentaram evitar a guerra. Na África era chamado "O reconciliador".

         Em 1947, lançou a Cruzada para uma união federal das igrejas nos EUA.

       Mesmo quem tem uma posição diferente sobre a prática cristã reconhece seu valor e influência. Antonio Gouvêa de Mendonça, teólogo Presbiteriano Independente,  que o considerava um pregador do "revivals", disse sobre ele: “Stanley Jones, um dos seus melhores pregadores modernos”[70]

         Outros ainda falam de sua celebridade como escritor: “Rev. Stanley Jones,  missionário-evangelista da Igreja Metodista na Índia, autor dos livros célebres "The Christ of the Indian Road" e "The Christ of the Round Table"[71]

          E mesmo líderes de movimentos sociais e espiritualistas, reconhecem seu grande ministério. José de Paiva Netto, Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, disse: “Palavras do notável professor e missionário metodista Stanley Eli Jones”[72].  Por fim, ele é reconhecido como “um dos maiores pregadores evangélicos da história”[73].  

Stanley Jones ainda vive

         Demonstrando a sua atualidade, um escritor disse: "Stanley Jones tem uma frase interessantíssima para os dias atuais. Ele diz: “A preocupação é os juros antecipados que nós pagamos pelo dia de amanhã”[74].

         Seus livros estão expostos em livrarias, e no mundo virtual da Internet são encontradas centenas de citações de seus estudos e pregações.

      Um deles, bastante atual, fala sobre o convívio em um grupo cristão. Em tempos de discipulado,  nada melhor ver o que ele fala, de autoria de Bárbara Helen Burns:   

Regras para um bom Ashram 

          “Nesta edição, gostaria de falar sobre E. Stanley Jones, missionário metodista na Índia no século passado. Amigo  pessoal de Ghandi, Jones adotou a muito bem-sucedida estratégia missionária de grupos pequenos, chamados de ashrams. Por meio desses grupos, ele levava as pessoas hinduístas e os novos convertidos, à reflexão, ao conhecimento bíblico e à vida cristã em conjunto. No seu devocionário, Abundant Living (Vida abundante), Jones coloca dezenove pontos essenciais para o convívio de um grupo cristão: equipe missionária, igreja ou escola. Achei esses pontos especialmente relevantes para a nossa realidade no Brasil hoje e para a minha vida como membro de uma missão e uma escola de treinamento missionário. Vejamos:

1.  Não tentar dominar o grupo.

2.  Não usar o grupo para fins pessoais ou para seu engrandecimento (como líder, popular, amado ou capaz).

3.  Tentar se colocar no lugar do outro.

4. Determinar não guardar qualquer criticismo escondido do outro. Os membros do grupo precisam ter confiança uns nos outros e merecer confiança.

5.  Não esperar perfeição do outro.

6.  Olhar para os outros, não como são, mas como poderiam ser.

7.  Resolver diferenças assim que surgem – não deixar “para lá”.

8.  Não procurar sinais de “pouco caso” ou desprezo contra a sua pessoa.

9.  Não deixar que a mesquinhez domine; ter alvos grandes e de valor que fazem desaparecer as coisas sem importância.

10. Procurar servir aos outros em vez de ficar defendendo seus direitos.

11. Amar as pessoas; fazer as coisas para o bem delas.

12. Estar pronto para decidir com o grupo contra você mesmo e sua vontade, sempre disposto a dizer “desculpe” ou “você está certo”.

13. Se há injustiça no grupo, não colocar “panos quentes”; endireitar a injustiça.

14. Não tentar criar comunhão no grupo com seu esforço; trabalharam juntos para uma finalidade em comum e a comunhão virá.

15. Lembrar que somos membros uns dos outros.

16. Esperar o melhor dos outros, não o pior.

17. Ajudar as pessoas a se ajudarem a si mesmas. Não criar dependência ou sufocar os outros com seu excesso de cuidados e afeição.

18. Manter o poder do riso. Dar risadas de si mesmo e das coisas que acontecem.

19. Lembrar  que o grupo em si não é a finalidade, mas, sim, o reino de Deus.

Todos nós prestamos contas ao Rei.

            E. Stanley Jones marcou a história de missões com seu método de ashram, que destaca o valor do grupo, e com os muitos livros que escreveu sobre a intimidade com Deus, o poder e a vitória que Ele nos dá, mesmo nas situações mais diversas. Se há intrigas, emoções e opiniões escondidas, atrás de sorrisos e abraços, falta de tomar posição em relação às dificuldades que surgem, ou até fofocas destrutivas, estamos em apuros.

             Somos mais que um ashram. Somos o povo, a ekklesia de Deus. Somos servos exclusivamente do Senhor e, assim como Paulo, em Filipenses 2.1-11, devemos, com humildade, colocar o outro na frente, edificar o outro e amar o outro, a ponto de servi-lo com sacrifício de si mesmo"[75].

              Stanley Jones fundou o primeiro Asham, em 1930, e sabia do seu perigo, pois ele podia tornar-se uma seita, por seus membros se considerarem mais santos do que os outros. Mas ele estava atento a esse perigo.

Citações sobre suas obras e pregações

        Muitos autores, pregadores, leigos e diferentes líderes citam seus pensamentos e mensagens. Entre elas, destacamos apenas algumas retiradas do mundo virtual da Internet:

 Sobre o amor e a discriminação

        “Alguém disse que os homens podem ser levados a aceitar o evangelho muito mais facilmente, se tivermos uma postura de amor para com eles.  Stanley Jones, um dos maiores pregadores evangélicos da história ilustra esse conceito com um relato que o tocou, profundamente. Certa vez ele surpreendeu-se com a presença de um indu num de seus retiros espirituais.  Perguntou, então, o que o levara até o local.

  - Sabe por que vim? Há muitos anos quando eu era menino, nós atormentamos um missionário que estava distribuindo folhetos em um bazar. Jogamos tomates nele. O missionário enxugou do seu rosto o caldo dos tomates e então, convidou-nos para irmos a uma confeitaria, onde comprou-nos doces. Eu vi o amor de Cristo naquele dia. E por isto estou aqui”[76]. Stanley Jones disse: “A carga que conduzimos com amor sempre se torna leve[77].”

 

Sobre Jesus

 

        Jesus, o grande Amigo que não abandona o amigo no meio do caminho, ... pensava o notável professor e missionário metodista Eli Stanley Jones (1884-1973).[78]

 

  Sobre a Ética e moral

 

          "O Dr. E. Stanley Jones declara que o primeiro nome dos cristãos foi “aqueles que pertenciam ao Caminho” (Actos 9:2; 19:23; 24:22). É claro que a referência é ao caminho da salvação, mas Stanley Jones amplia a ideia, levando-a a significar o caminho de Deus, o modo certo para tudo – o modo de pensar, sentir e agir. É o modo que Deus escreveu na natureza de todas as coisas no Universo, de maneira que a vida se reduz a duas alternativas básicas: aquilo que é o Caminho e aquilo que não é o Caminho. E o caminho cristão sempre é o caminho certo, e o caminho não cristão, sempre é o caminho errado."[79]

 

 Sobre a religião e o Evangelho

 

          “Religião é a busca do homem a Deus, por isso há muitas religiões. Mas o Evangelho é Deus buscando o homem, por isso só há um Evangelho.” (Disse Stanley Jones)."[80]

 

 Sobre a Igreja

 

           “Isso me lembra uma palavra de Stanley Jones quando disse: “A Igreja está cheia de pessoas vazias.”[81]

 

 Sobre ser cristão

 

          “É maravilhoso ser cristão, mas não é maravilhoso ser apenas religioso. Stanley Jones." [82]

 

 Sobre a caridade

 

         “Não adianta fazer caridade, mitigar a fome e a sede físicas, se falharmos no aspecto fundamental do cristianismo, que é salvar vidas com o poder do céu e a água da vida, Jesus Cristo (Stanley Jones)." [83]

 

  Sobre a fé

 

            "Não tenho fé na minha fé; tenho fé em Cristo. E. Stanley Jones"[84]

           “Pequena fé levará a nossa alma ao céu; grande fé trará o Céu à nossa alma, Stanley Jones."[85]

 

 Sobre a Vitória

 

            "Por fim, cito as palavras de Stanley Jones: Nosso evangelho não termina num cadáver, mas num Conquistador; não numa tumba, mas numa vitória” (Colégio Presbiteriano Mackensie).[86]

 

Sobre a Disciplina

 

          "A disciplina não é algo que torna uma pessoa não natural ou atarraxada. Ela significa que as forças da vida são forças aparelhadas, dirigidas e com propósito definido. São dirigidas para os propósitos de Deus. São forças disciplinadas (Stanley Jones)". Ricardo Wesley M. Borges, ex-Secretário Geral da ABUB.[87]

 

 Sobre se render a Cristo

 

           "E. Stanley Jones disse: Se você não se rende a Cristo, se rende ao caos!.”[88]

 

   Sobre o Evangelho

 

         "Deus não se curvou à nossa pressa nervosa, nem adotou os métodos de nossa era ..... é Deus buscando o homem, por isso só há um Evangelho. (Stanley Jones)."[89]

 

 Sobre Gandhi

 

              "Ainda nos dias da Faculdade de Teologia, ouvi conferência do missionário metodista Stanley Jones, que atuou na Índia por vários anos. Ele conheceu Gandhi de perto, freqüentou o seu “Ashram” (lugar de retiro espiritual) e a todos surpreendeu quando afirmou ter ouvido do líder hindu a seguinte declaração: “Amo o vosso Cristo, mas desprezo o vosso cristianismo.”[90]

 

  Sobre o dom do Espírito

 

             "O dom do Espírito é para todos, mas os dons do Espírito, ele divide entre as pessoas, a cada uma, conforme lhe apraz – E. Stanley Jones."[91]

 

O Cavaleiro do Reino de Deus

 

             Um dos textos mais citados de Stanley Jones fala sobre a necessidade do Pentecostes:

             “Não vejo nada, absolutamente nada, que possa tirar a Igreja de trás das portas trancadas senão um Pentecoste. Podeis aumentar a beleza do seu ritual, melhorar a qualidade e a quantidade de sua educação religiosa; elevar o padrão e as qualificações do seu ministério ao mais alto grau; despejar dinheiro a mancheias nos seus gazofilácios, dar-lhe, enfim, tudo, tudo menos esta única coisa que o Pentecoste dá, e estareis apenas ornamentando um cadáver. Até que este fato sagrado se dê, a pregação é simples preleção, a oração é apenas repetição de fórmulas, os cultos deixam de ser culto, tudo não passa de atividade terrena, circunscrita, inadequada, morta"[92].

               Stanley Jones ainda vive e ainda fala hoje. Seu reconhecimento vem de toda parte. Uma vida que inspira a todos nós ainda hoje.

              Pelo menos, duas vezes, Stanley Jones esteve no Brasil, na década de 20 e 60. Em Campinas, "dia 13 de julho de 1928 o Curso teve o prazer de uma visita do Rev. Stanley Jones, missionário-evangelista da Igreja Metodista na Índia"[93].Na década de sessenta, esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo em um Ministerial da Igreja Metodista.

            Seu livro Jesus é Senhor é resultado das suas palestras no Brasil. Duncan A. Reily disse: " (...) onde efetuou extraordinários movimentos de evangelização e avivamento espiritual"[94].

              Stanley Jones pregou mais de 60 mil sermões e escreveu 28 livros, os mais conhecidos no Brasil  foram: "Jesus é Senhor"; "Cristo e o sofrimento humano"; "O Caminho"; "A Conversão"; "O Cristo de todos os caminhos"; "Quando a tristeza chega" etc.

               Seu último livro foi A Resposta Divina, escrito depois dele ter tido um derrame, aos 88 anos. Mesmo tendo tido seus movimentos, visão, voz e audição muito prejudicadas, ele ainda voltou à Índia e pregou mesmo assim, mais de 50 vezes.

               Amou tanto o trabalho missionário que, em 1928, foi eleito Bispo metodista, por 24 horas, em Kansas. Contudo, ele disse: "Minha alegria voltou quando renunciei, pois fui chamado por Deus para ser evangelista e missionário"[95].

               Foi considerado o "Billy Graham da Índia". Foi o fundador do movimento cristão do Ashram.

               No reconhecimento do seu valor chegou-se a colocar para ele um título: “Stanley Jones, o grande missionário protestante, conhecido como "o cavaleiro do Reino de Deus"[96].

              Ele também foi chamado do "Apóstolo de Cristo na Índia" e chegou a ser indicado, algumas vezes, para ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Ele foi, acima de tudo, um servo do Senhor que precisa ser conhecido pelas novas gerações.


A metodista considerada a mulher ideal do século XIX

 

           Lucy Ware Webb Hayes nasceu em Chillicothe, Ohio, em 23 de agosto de 1831 e marcou uma época na nação norte-americana.  Era filha de James Webb e Maria Cook Webb, e irmã mais velha de James e  Joseph.  O pai de Lucy era médico em  Lexington, Kentucky. Era uma família progressista, metodistas devotos.

         Ela e sua família eram altamente oponentes da escravidão. Após receber como herança 15 a 20 escravos de sua tia, Dr. Webb retornou à casa de sua família para libertá-los. Após libertar os escravos, ele trabalhou arduamente para cuidar dos escravos que estavam sofrendo de uma epidemia de cólera. Apesar dos seus esforços, Dr. Webb perdeu seus pais e um irmão, e ele próprio morreu de cólera. Lucy tinha dois anos de idade, quando ele morreu. Quando um amigo da família incentivou  Mrs. Webb a vender estes escravos, depois da morte do seu marido, ela estava forte em sua convicção de que ela poderia “absorver a lavagem” para sustentar sua família antes de vender os escravos. Então eles viveram perto de sua família em Chillicothe, Ohio[97].

Sua educação

         Lucy frequentou a escola elementar em Chillicothe. Em 1844, sua família mudou-se para Delaware, Ohio, para ficar perto de seus irmãos que frequentavam a recentemente formada Universidade Wesleyana de Ohio. Ambos se tornaram médicos. Embora às mulheres não era permitido estudar na Universidade Wesleyana, Lucy teve a permissão de freqüentar classes de um departamento preparatório, ganhando poucos créditos na divisão do colegiado.[98] Sua mãe se preocupava com que ela poderia ser forçada a casar com um novo ministro metodista. Então em 1847, ela inscreveu Lucy numa das poucas faculdades dos Estados Unidos que garantia graduação para mulheres – Faculdade Feminina Wesleyana de Cincinnati. Lucy tinha 16 anos.  Ela se sobressaiu,  tornando-se membro do altamente respeitado Liceu de Jovens Senhoras, durante seu último ano, graduando-se em 1850.[99]

A amada pelo povo norte-americano 

           Lucy casou-se em 30 de dezembro de 1852 com Rutherford Birchard Hayes[100] (1822 - 1893), um metodista, que veio a ser presidente dos EUA. Ele, inicialmente, estudou na Academia Metodista de Norwalk, OH[101].

           Ela foi a primeira esposa de presidente a ser chamada “primeira dama.” Ao contrário de suas predecessoras, era extremamente popular e amada pelo povo americano. Era inteligente e a primeira esposa presidencial a ter educação universitária[102]. O público americano amou-a pela sua maneira fácil de lidar com o povo. Como primeira dama, ela atuava com seu marido, compartilhando de seus interesses sobre política e sobre o povo. Um repórter disse com sarcasmo que quando ela fizesse uma viagem sem seu marido, o presidente Hayes seria o “presidente interino” em sua ausência.

           Lucy e Rutherford  tiveram oito filhos, sendo que três morreram na infância: Birchard Austin (1853-1926), Webb Cook (1856-1934), Rutherford Platt (1858-1927), Joseph Thompson (1861-1863), George Crook (1864-1866), Frances "Fanny" (1867-1950), Scott Russell (1871-1923), and Manning Force (1873-1874).[103]

          Lucy e Rutherford eram parceiros, respeitando os ideais e objetivos de cada um. Ao praticar a lei em Cincinnati, ele foi influenciado pelos sentimentos dela contra a escravidão e defendeu a fuga dos escravos que tinham cruzado o rio em Ohio. Quando a guerra civil eclodiu, o entusiasmo de Lucy incentivou Rutherford a alistar-se como um major na vigésima terceira infantaria voluntária de Ohio. Ele tinha quase 40 anos e os três filhos pequenos. O irmão Joe, de Lucy, se juntou também ao regimento de Ohio como cirurgião. Tão freqüente quanto era possível e seguro, Lucy visitava Rutherford no campo, acampando, às vezes, do lado de fora, com sua mãe e crianças, e ajudando seu irmão a cuidar dos doentes e feridos.

        Durante a guerra, Lucy encontrava tempo de visitar hospitais e de se corresponder com seu marido. “Ganhou o nome oficial de ‘mãe Lucy” dos homens da 23ª Infantaria Voluntária de Ohio que serviu sob o comando de seu marido na guerra”.[104]

           O interesse de Lucy na carreira do seu marido e a confiança em sua habilidade não somente incentivaram-no como um soldado, mas como um congressista, um governador de Ohio, e finalmente, como presidente dos Estados Unidos.

           Lucy acompanhava seu esposo, frequentemente, em visitas às prisões, em instituições de correção para meninos e meninas, e em hospitais para os doentes mentais, surdos e mudos. Ficou satisfeita, particularmente, em estabelecer uma casa para soldados órfãos sem nenhum sustento do estado. Finalmente, a casa tornou-se uma instituição do estado em 1870, com Lucy exercendo pressão sobre amigos do Senado para ter a casa aprovada durante a controvérsia.[105]

         Durante os dois períodos de governo de Rutherford, Lucy começou a desempenhar seu papel como anfitriã, entretendo e alojando amigos e visitantes políticos, em suas casas alugadas perto da capital. Em agosto de 1873, nasceu seu oitavo filho e último, semanas  antes de completar 47 anos. Infelizmente, este filho, como seus dois irmãos gerados durante a guerra, não sobreviveu, após dois anos de idade.[106]

            As esposas presidenciais não tiveram equipes de funcionários até então, mas Lucy convidou sobrinhas, primos e filhas dos amigos, para ajudá-la com deveres sociais.

             Durante seu tempo como primeira dama, de 1877 a 1881, foi amada por sua equipe de funcionários e visitantes, igualmente.

            Seu marido disse que ela “odiou” jantares formais do estado, e que se sentia confortável em recolhimentos informais. Embora muito provável em uma decisão comum, Lucy ganhou o nome infeliz de “Lucy limonada” conhecida pela sua decisão de não servir álcool na Casa Branca[107] (embora o apelido, aparentemente, não veio à tona até estarem fora da Casa Branca). Lucy modernizou a Casa Branca, ao introduzir o primeiro telefone.[108]

          Ela continuou a trabalhar em benefício dos veteranos, do bem-estar do americano nativo, da reabilitação do sul, e dos jovens enquanto esteve na Casa Branca. 

     Foi aclamada a mais conhecida e popular esposa de Presidente que o país já conheceu. 

A Metodista 

           Como membro da Igreja Metodista Episcopal[109], Lucy frequentou a Faculdade Feminina Wesleyana de Cincinnati e o Departamento preparatório da Universidade Wesleyana em Ohio[110] e, mais tarde, foi persuadida a servir como presidente nacional da recentemente formada Sociedade Missionária Casa das Mulheres da Igreja Metodista, onde trabalhou para melhorar a condição das mulheres pobres e desamparadas. Ela foi a primeira presidente.[111]

           Lucy morreu aos 58 anos, enquanto dormia, na manhã de 25 de junho de 1889, em Fremont, Ohio.[112] Pela sua morte, as bandeiras dos Estados Unidos foram abaixadas, à metade do mastro, em honra de: “a mulher mais adorada na América.”[113]  

         Seu esposo havia escrito para Lucy, quando tinha 48 anos: "Minha vida com você tem sido tão feliz—tão vitoriosa—tão além do que a razão pode prever, que eu penso em você com tanta amorosa gratidão que não sei como expressá-la”.[114]

       Seu filho Webb escreveu: "Minha mãe foi tudo o que uma mãe poderia ser e muito mais, ela foi a companheira mais alegre e louvável”. [115]

        Foi considerada a mulher ideal do 19º século.

 


A metodista que inspirou a criação do Dia das Mães

 

 Anna Maria Reeves Jarvis, a mãe

 Anna Maria Reeves Jarvis (1832-1905) viveu em Webster, Virgínia ocidental. Era uma metodista solidária com o próximo. Anna chegou em West Virginia, aos onze anos de idade. Na época, seu pai, reverendo Josiah W. Reeves, era um ministro da Igreja Metodista[116].

Sua visão social

Durante o ano de 1850, trabalhou para organizar diversos "clubes do trabalho do dia das mães". Ela organizou uma série de clubes de trabalho das mães em Webster, em Grafton, em Fetterman, em Pruntytown, e em Philipp, para melhorar a saúde e circunstâncias sanitárias, devido à elevada taxa de mortalidade infantil. Entre outros serviços, os clubes levantaram dinheiro para medicina, e contrataram mulheres a fim de trabalharem a serviço das famílias em que as mães sofriam de tuberculose[117].

Em 1860, médicos locais apoiaram a formação de clubes de outras cidades.[118] O espírito de solidariedade de Anna Jarvis era imenso e prático. “Durante a guerra civil americana, organizou mulheres para atender às necessidades dos feridos de ambos os lados”.[119]

Anna Jarvis segue a linha wesleyana de obras de misericórdia – visitar aos presos, alimentar aos famintos, vestis os nus etc. Ela antecipou-se ao Evangelho Social, que surgiu com força no final do século XIX, especialmente com Walter Rauschenbusch (1861-1918) e Washington Gladden (1836-1918). Eles se opuseram a idéia de que a Igreja deveria se concentrar somente nas questões espirituais.[120] Alguns dos aspectos institucionais do evangelho social são os serviços sociais, educativos, recreativos durante a  semana e centros sociais[121].

 Ela era uma pacifista e sua visão era auxiliar nas necessidades do próximo. Anna incentivou os clubes a declararem neutralidade na guerra civil norte-americana, e assim, todos ajudarem, tanto aos confederados, como aos soldados da União. No tempo da guerra civil, ela organizou clube de mães para ajudar aos soldados feridos, e os alimentava e vestia. Perto do fim da guerra, a família mudou-se para Grafton[122].

Após a guerra, Anna Jarvis procurou conciliar as famílias divididas pelo conflito[123].

Jarvis conseguiu preservar um elemento de paz em uma comunidade dilacerada por divergências políticas. Durante a guerra, trabalhou incansavelmente, não obstante o drama pessoal de perder quatro dos seus filhos com doenças. Ao todo, oito das suas 12 crianças morreram antes de completarem a vida adulta[124].

A vida de Anna Reeves Jarvis sempre foi em torno da Igreja Metodista. Sob a liderança de seu esposo, Granville, o templo da Igreja Metodista foi construído em Grafton e dedicado em 1873. Ela ensinou na Escola Dominical da igreja pelos 25 anos seguintes.[125]

Anna Maria Jarvis, a filha

A idealizadora do “Dia das Mães”, Anna M Jarvis (1864-1948), nasceu em Webster, West Virginia, nos E.U.A., no dia 1º de maio de 1864. Era filha de e Granville E. Jarvis Anna Reeves Jarvis[126].

 Anna Jarvis, a filha, recebeu educação primária em Grafton, West Virgínia e completou seus estudos secundários e superiores na Faculdade Feminina de Augusta, no estado de Virginia, em 1881. Fez, a seguir, uma série de estudos especiais que incluíram Literatura inglesa, Psicologia, Filosofia, Latim, Alemão, Matemática e Música. Após estes estudos, regressou a Grafton, onde foi nomeada professora da Escola Estadual, lecionando por sete anos seguidos[127]

   A concretização da ideia

       Em princípios de 1900, Anna Jarvis e sua família transferem residência para Filadélfia, onde sua mãe faleceu, a 09 de maio de 1905 e seu pai, a 31 de dezembro de 1905. Com a morte de sua mãe, tão próxima a do pai, Anna Jarvis sofreu muitíssimo, pois, desde menina, era conhecida como raro exemplo de amor filial.

          Anna Jarvis, aos doze anos, escutou uma singela oração de sua mãe, na conclusão da lição sobre “Mães da Bíblia”: “Eu espero que alguém, algum dia, irá encontrar o dia memorial das mães, homenageando-as pelos seus incomparáveis serviços que prestaram à humanidade, em cada campo da vida. Elas têm direito a ele.”[128]

          Foi no segundo domingo de maio de 1907, que se realizou a primeira celebração do “Dia das Mães”, em uma reunião privada, em homenagem à mãe de Anna Jarvis. Entretanto, a primeira celebração pública deu-se a 10 de maio de 1908, conforme consta da placa comemorativa, que se encontra na Igreja Metodista de Grafton, West Virgínia. Eis a inscrição ali existente: “Igreja Metodista Episcopal de Andrews – Igreja mãe do ‘Dia das Mães’ – Primeira celebração do ‘Dia das Mães’, 10 de maio de 1908 – Fundadora: Anna Jarvis – Ministro: Dr. H.C. Howard – Supte da Escola Dominical: L.L. Loar.”[129]

 Oficialização

             Em maio de 1910, o Governador do estado de West Virgínia, William E. Glasscock, decretou a primeira comemoração oficial do “Dia das Mães”, e em maio de 1914, por proposta do deputado Heflin, de Alabama, e do senador Sheppard, de Texas, o “Dia das Mães” foi incluído no calendário federal dos Estados Unidos. O decreto foi assinado pelo Presidente Woodrow Wilson, na presença de Anna Jarvis, do Secretário de Estado William Jennings Bryan e daqueles parlamentares[130].

              Entre outras resoluções, diz o decreto: “No segundo Domingo do mês de maio, a bandeira nacional deverá flutuar em todos os edifícios governamentais dos Estados Unidos e suas possessões”. O deputado Heflin disse, no ato: “Nunca uma bandeira nacional foi usada para festejar tão bela quanto sagrada comemoração, Mães da América.”[131] 

        Não passou muito tempo e a data foi aceita pela maioria dos povos cristãos, vindo a cumprir-se, dessa forma, o sonho de Anna Jarvis.  

Museu Anna Jarvis

         O museu do local de nascimento de Anna Jarvis fica situado quatro milhas ao sul de Grafton, em Webster, Virgínia ocidental[132].

  A oficialização no Brasil

            No Brasil, coube à Associação Cristã de Moços introduzir a comemoração do “Dia das Mães”. Em São Paulo, a data foi celebrada, também, por iniciativa da A.C.M. em maio de 1921[133].

         A oficialização do “Dia das Mães”, no Brasil, partiu da iniciativa da Sra. Alice de Toledo Tibiriçá, que na qualidade de presidente do 2º congresso internacional Feminista, em junho de 1931, se dirigiu ao então chefe do Governo Provisório, Sr. Getúlio Vargas, nos seguintes termos:

         “As mulheres do Brasil, reunidas por um alto ideal de confraternização feminina, para  trabalhar pelo progresso do país e da sociedade, desejam homenagear as mães brasileiras – o maior fator de nosso aperfeiçoamento moral – pedindo através desta mensagem a oficialização do “Dia das Mães”, no segundo Domingo mês de maio, a exemplo do que já se fez nos Estados Unidos da América do Norte.”

        Mais tarde, uma comissão do Congresso Feminista visitou o chefe do Governo Provisório, reforçando o pedido feito, através da mensagem transcrita[134].

        Atendendo àquela solicitação, o Governo Provisório promulgou o decreto n.º 21366, de 5 maio de 1932, instituindo oficialmente o “Dia das Mães”, no segundo Domingo de maio[135].  

Ampliam-se as comemorações

            Em 1947, por determinação do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime Câmara, o “Dia das Mães”, no segundo Domingo do mês de maio, foi incluído no calendário oficial da igreja Católica.[136]

            O gesto do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro foi recebido com viva simpatia pelos círculos religiosos e sociais do país. Daí para cá, vem intensificando-se as comemorações em torno do “Dia das Mães”, destacando-se, entre elas, as organizadas pela confederação das famílias Cristãs, Rotary Club, SESI, SESC e outros. Pouco a pouco foi germinando a semente lançada entre nós pela Associação Cristã de Moços. Hoje, graças à compreensão de todos os cristãos, acima de credos e divisões eclesiásticas, o “Dia das Mães” é uma realidade no Brasil[137].

   A tradição dos cravos

         Partiu de Anna Jarvis, também, a delicada idéia dos dois cravos: vermelho e branco.

          Ficou estabelecido que os filhos cujas mães estivessem vivas deveriam apresentar-se com um cravo vermelho na lapela e aqueles que fossem órfãos, um cravo branco.  A sugestão foi bem acolhida e generalizou-se imediatamente.[138]

  Objetivo do Dia das Mães

           Disse Anna Jarvis sobre o objetivo do Dia das Mães, em um telegrama enviado ao Sr. L. L. Loar: “(...) Para reavivar o dormente amor filial e a gratidão que devemos àquela que nos deu o nascimento. Para reunir os ausentes. Para anular as desavenças familiares. Para criar um vínculo de fraternidade através do uso de um crachá floral. Para nos tornar melhores crianças junto ao coração de nossas mães. Para iluminar a vida de boas mães. Para que elas saibam que nós as apreciamos, embora não mostremos tão frequentemente como deveríamos...

        O dia das mães é para lembrar nosso dever antes que seja tarde demais. A intenção desse dia é para que possamos fazer novas decisões para um pensamento mais ativo em relação às nossas queridas mães. 

        Pelas palavras, presentes, atos de afeto, e de todas as maneiras possíveis, dar-lhe prazer, e tornar seu coração feliz todos os dias, e manter constantemente na memória o dia das Mães; quando você tomou essa decisão não esqueça nem negligencie sua querida mãe, se ela estiver ausente de casa, escreva sempre para ela, diga para ela suas nobres e boas qualidades e como você a ama. O amor de mãe é novo todos os dias.”[139]

 


O missionário que estabeleceu o metodismo em diversas nações

 

         A família Lambuth teve um papel, excepcionalmente, importante, na história do metodismo, como ministros e missionários. Os metodistas de Mississippi têm um reconhecimento, muito especial, a essa família extraordinária, cuja influência foi sentida desde meados de 1800:

 

Rev. William Lambuth (1765-1837). Missionário em Kentucky e Tennessee.

 Rev. William Lambuth III, . Membro da Conferência de Kentucky.

 Rev. John Russell Lambuth (1801-1892). Missionário do Alabama e Louisiana, pastor em Mississippi.

 Rev. James William Lambuth (1830-1892). Missionário  na China e Japão.

 Mrs. J. W. Lambuth ( -1904). Missionário  na China e Japão.

 Rev. John Wesley Lambuth ( - 1882). Igreja de Pearl River.

 Rev. Robert Wilkins Lambuth ( -1867). Pastor, Conferência de Mississippi.

 Rev. Walter Russell Thornton Lambuth (1854-1921). Missionário  e Bispo

 Dr. William Hector Park ( - 1927). Medico Missionário  no Japão e China.

 Mrs. Nora Lambuth Park (1863-1949). Missionária .

 Mrs. Nettie Craig Lambuth Lewis (-1965) Missionária na China.

 Rev. Dwight Lamar Sherertz. Educador missionário na China.

 Mrs. Mary Margarita Park Sherertz (1889- ). Missionária na China.

 Rev. William Hector Sherertz. Membro da Conferência Metodista de Ohio [140].

       

           Nos arquivos da Igreja Metodista do Mississipi há um histórico da família Lambuth. Nele está registrado que "J.W. Lambuth (originalmente Lambeth) veio da Inglaterra à América e estabeleceu-se em Virgínia. William  realizou o ministério metodista servindo primeiramente em Virgínia, depois em Kentucky e em Tennessee como um missionário aos Indianos. Casou-se com Crenshaw, e estabeleceu-se em Fountainhead, Tennessee, até sua morte, em 1837, deixando três filhos e pelo menos uma filha. Um filho, John Russell Lambuth, transformou-se num ministro metodista, em Mississippi em 1821. Serviu em Louisiana e Alabama. John Russell casou-se com Nancy Kilpatrick no condado de Clarke, Alabama, indo para Mississippi em 1843 onde se estabeleceu com sua família, no condado de Madison, não longe de Natchez. Havia oito crianças na família: Alexander Drake, James William, John Wesley, Robert Wilkins, Mary Elizabeth, Jennie, Bascom e Nancy. Logo depois disso a mãe Nancy faleceu.

          O Rev. John R. Lambuth casou-se outra vez, dois anos mais tarde, com Laura Terry que era mãe de seis crianças: Califórnia, Florença, Henry, Clara, Laura e um menino.

       James William Lambuth, segundo filho, graduado na primeira classe na Universidade de Mississippi, em 1851, transformou-se em ministro metodista. Serviu um ano como pastor do circuito de Vernon, e se casou, em 10 de outubro de 1853, com Mary Isabella McClellan. Ofereceu-se, no mesmo ano, para ser missionário na China e Shanghai em 1854. J.W. e Mary serviram, durante quarenta anos, como missionários na China e no Japão. J.W. morreu em 1892 e foi enterrado em Kobe, Japão. A Sra. Lambuth viveu, diversos anos mais, e foi enterrada na China. J.W. e Mary eram pais de quatro crianças: Walter Russell, Nettie, Nora e Robert. Durante uma visita no retorno a Mississippi durante a guerra civil, a família permaneceu no condado de Madison por dois anos, atendendo à igreja do Rio da Pérola. A filha Nettie morreu durante esta estada e foi enterrada no cemitério do Rio da Pérola. A família retornou à China".[141]

 

 A história de Mary Lambuth

 

      A história de Mary Lambuth também é linda. Ela era uma professora que saiu de Nova York para Mississipi. A história é contada assim:

       "Há mais de cem anos, uma professora da escola de Mississippi foi movida profundamente por um sermão missionário. Pôs cinco dólares e uma nota na cesta. A nota dizia: “Eu dou cinco dólares e eu mesma.” Seu nome era Mary I. McClellan. Algum tempo mais tarde, em 20 de outubro de 1853, casou-se com o pastor metodista William James Lambuth"[142], e foi como missionária à China.

        Depois de uma viagem de seis meses, William e Mary chegaram à China. Dois meses depois, nasceu Walter Lambuth.

 

A formação e missão de Walter Lambuth

 

       "Walter Russell Lambuth  (10/11/1854 – 26/09/ 1921), filho de James William Lambuth e de Mary Isabella McClellan,  nasceu em Shanghai, China, e foi enviado a seus parentes em Tennessee e em Mississippi, para sua instrução. Graduou-se no Emory e Faculdade do Henry, em 1875, e em Teologia, e Medicina, na Universidade de Vanderbilt.  Ordenado em Tennessee, na Igreja Metodista, retornou à China, como um missionário médico" [143]

       "Na sua volta à China, em 1877, como missionário da Igreja Metodista Episcopal do Sul, uma das primeiras realizações do jovem médico foi a abertura de um refúgio do ópio em Changai, dando início ao combate contra a terrível desgraça do ópio"[144].

       No Japão, ele teve uma experiência forte com o Espírito Santo, num período de opressão em que a Igreja passava. “Dentro do território marcado, no princípio o Dr. Lambuth viajava quase incessantemente. Nós o encontramos em Hiroshima, agora em Kobe, numa série de conferências de avivamento, em Tadotsu, em Oita, cinco vezes durante o ano, e uma vez dirigindo uma série de conferências, agora em Uwajima, Matsuyama, Takushimi e Osaka. O modo de viajar não era o mesmo que nos Estados Unidos.

         Houve um avivamento religioso, todo especial, na cidade de Oita, em maio de 1890. O trabalho evangélico estava sendo perseguido fortemente, e corria o mesmo perigo que a Igreja Católica Romana correu anos atrás, quando foi exterminada. A perseguição humilhou os crentes e os obreiros. Entregaram-se à oração, buscando o poder lá do alto sobre eles e sua obra. Deus foi propício e derramou o seu Espírito Santo, abundantemente, sobre os seus serviços; mas não foi a primeira vez. Antes mesmo da chegada do Dr. Lambuth e dois dos seus colegas de trabalho, os Drs. Yoshioko e H. Nakamura, já o Espírito Santo se havia manifestado no meio da Igreja na cidade de Oita.

       O Dr. Wainright era o pregador no cargo e sentia a força da perseguição, e o Dr. Walter Lambuth, como superintendente da Missão, sentia uma grande responsabilidade em dirigir o trabalho. Nessas condições, ambos se entregaram à oração constantemente. Vamos deixar o Dr. Wainright contar o que se deu numa reunião de oração: “Não estamos bem certos se teria sido o último dia do ano ou dois ou três dias mais cedo. Na véspera de um culto que tinha sido anunciado à noite para a congregação, quatro de nós ajoelharam em oração no meu quarto, às 4 horas da tarde, a saber: W. R. Lambuth, Y. Yoshioka, H. Nakamura e eu. Depois de passarem algum tempo ajoelhados e enquanto o Dr. Lambuth estava orando, uma coisa estranha se deu. Enquanto orava deliberadamente, de repente a sua voz começou a enfraquecer gradualmente até que não se pode mais ouvir. Entendemos pela sua linguagem que sentia a presença de Deus de maneira excepcional. Ele rogava a Deus que fosse livre da opressão que as suas forças não mais podiam agüentar. O que o perturbou e o amedrontou foi a percepção de que Deus lhe estava perto e misteriosamente visível. A falta de suas forças, que nos poderia ter alarmado, não nos causou qualquer perturbação e ao mesmo tempo parecia que a sua vida estava desaparecendo. Quando a sua voz ficou fraca até ao ponto de desaparecer, ele começou a invocar o nome de Jesus, pedindo-lhe que ficasse entre ele e a presença real de Deus. Este apelo foi atendido, pois logo em seguida começou a voltar a si tendo uma visão clara da aproximação de Cristo. Foi nesse ponto que principiou a recuperar as forças e que uma onda espiritual passou pela sala. Os fardos que tinham pesado sobre nós por meses desapareceram. Os nossos espíritos ficaram libertos e a nossa alegria era tanta que não sabíamos se estávamos no corpo ou fora do corpo. O tempo ia passando e antes de levantar os nossos joelhos a empregada veio nos chamar para jantar. Se não me engano ninguém atendeu a chamada para o jantar. Essa nossa experiência foi tão viva e tão cheia de gozo que não nos lembrávamos de qualquer outra coisa. Todos os cenáculos não se acham somente em Jerusalém, mas lá naquele lugar distante,  Deus tinha derramado o seu Espírito sobre nós como fez sobre os apóstolos, no princípio.

          A reunião que logo em seguida se realizou no salão de cultos foi caracterizada pela manifestação do poder do Espírito Santo sobre o povo. Muitas pessoas se converteram nessa ocasião. Desse dia em diante a causa de Cristo prosperou na cidade de Oita. Foi uma grande vitória para a causa do Mestre"[145].

        Retornou à América na função de todo o trabalho missionário como Secretário da Sociedade Missionária, em 1904.  Lambuth foi eleito Bispo para o sul, em 1910 e designado ao Brasil.

        Serviu à causa ecumênica incluindo a participação na Conferência de Edimburgo, em 1910.

        Foi nomeado como bispo para o Brasil, onde chegou, em 1910. "Aqui realizou a Conferência Brasileira em Ribeirão Preto, em 28 de julho, e foi à primeira Conferência Anual presidida pelo Bispo Lambuth. Durante quatro anos não deixou de visitar o Brasil, de ano em ano. Os irmãos não podiam deixar de ficar impressionados com o espírito fraternal e abnegado que o caracterizava. Era tolerante e clemente, mas firme nas suas convicções. No gabinete as mesmas características se manifestavam. Aqui temos o testemunho de um membro do gabinete, a respeito do Dr. Lambuth. ‘Em muitos sentidos era o Bispo mais quieto que tenho conhecido, porém quando alguém procurava conseguir alguma coisa por subterfúgios, ele respondia com uma linguagem que queimava até os ossos. Duas vezes o testemunhei no gabinete. Feito isto, estava tudo acabado. Quando tinha refletido sobre um assunto e chegado a uma conclusão, ele a executava, mesmo quando isso gerava protestos” [146].

          Em 1910, quando ele era ainda secretário da Junta de Missões, tomou a seguinte resolução: “Que a Junta de Missões tome medidas o quanto antes de estabelecer uma missão na África”.

         Em 1911 viajou 4.100 milhas através do Congo belga e abriu a missão metodista na África central. "Quando foi eleito Bispo, nomearam-no para visitar a África a fim de estudar a questão. Em 1911, em companhia do Prof. John Wesley Gilbert, um homem negro (afro-descendente), e do Professor do Panis College em Augusta, na Geórgia, fez a primeira visita à África. Escolheram o Congo Belga, que fica quase no centro da África, como a região onde julgaram conveniente fundar a Missão. Nos princípios de 1912, depois de uma viagem perigosa e penosa, chegaram ao lugar que chama Wembo Niama, em meio da tribo mais forte que existia naquela área, que se chama Batelela. Conquistaram a confiança e amizade do chefe da tribo, Wembo Niama". A segunda visita foi em 1913, quando o Bispo levou consigo uma companhia de missionários. O chefe Wembo Niama os esperava e os recebeu com alegria"[147].

          Em 1919 iniciou o trabalho missionário com os russos e coreanos, na Sibéria e em Manchuria.

         Mais tarde, viajando à Europa estabeleceu o metodismo no sul da Bélgica, na Polônia e na Checoslováquia, supervisionando o trabalho do missionário, até sua morte, em 1921.  

         Morreu no Japão, e suas cinzas foram enterradas em Shanghai, China, ao lado de sua mãe.

 

Ministério em tempo da guerra

 

          Quando iniciou a “grande guerra mundial em 1914, o Bispo Lambuth tinha completado a fundação da missão na África e, devido aos favores que o governo da Bélgica lhe tinha feito, era natural que tivesse simpatia pelo povo Belga, neste período de aflições. Logo, depois, ele começou a apelar para o auxílio em prol dos que sofriam na guerra e por causa da guerra. E quando os Estados Unidos entraram na guerra, ele se ofereceu como capelão e fez o que pode para aumentar o número de capelas para servir aos soldados nos acampamentos, tanto na América, como na Europa. Quando a guerra terminou, foi, em grande parte, devido à influência dele que a nossa Igreja abriu trabalho na Bélgica e Tcheco-Eslováquia."[148]

 

 Reconhecimento e fruto de seu trabalho

 

         Entre as muitas honras e memoriais à família de Lambuth está a Universidade de Lambuth, em Jackson, Tennessee.

         A Universidade de Kwansei Gakuin, no Japão, teve origem em 1899, através da Igreja Episcopal Metodista do Sul dos Estados Unidos, cujo líder, no Japão era o Rev. Walter Russell Lambuth tendo começado apenas com duas escolas. A própria Universidade reconhece sua origem:  "A universidade de Kwansei Gakuin foi fundada, em 1889 por Reverend Walter Russell Lambuth, M.D., um missionário american,o emitido pela Igreja Episcopal Metodista do sul. O Dr. Lambuth era um homem cuja a visão incentivava milhares, porque estabeleceu escolas e hospitais através da China, da Coréia, e do Japão"[149].

           William Lambuth escreveu um livro intitulado Medical Missions. “Neste livro ele revela as condições de grandes zonas no mundo onde não se encontram médicos e hospitais; é triste saber-se o estado lastimável de milhões de pessoas que não têm conhecimento científico de doenças"[150].

          Um serviço memorial é realizado todos os anos na igreja em sua honra - dia do Rio da Pérola de Lambuth que começou em 1927 e é realizado a cada primeira quinta-feira de outubro. Em 9 de agosto de 1900 foi inaugurado o monumento de Lambuth que está na frente da Igreja Unveiled.


A missionária que revolucionou a educação em Piracicaba

 

 

          Martha Watts “nasceu em Bardstown, Kentucky, a 13 de fevereiro de 1845, filha de um distinto advogado. Terminou o Curso Normal e dedicou-se ao ensino. Durante um reavivamento converteu-se e consagrou a vida ao Senhor Jesus. Anos depois, em fevereiro de 1881, o bispo Keener a apontou como primeira missionária para o Brasil”[151]. 

          Martha foi contemporânea de Pedro Cartwright, pregador metodista itinerante, que durante 69 anos, ministrou em Kentucky. Quando ele faleceu, em 1872, Martha tinha 27 anos de idade. Pedro Cartwright viu e participou de grandes reavivamentos realizados nos acampamentos[152], que reuniam de 12 a 25 mil participantes que experimentaram o “fogo celestial”, conforme sua expressão. Uma hipótese é que Martha Watts tenha experimentado também essa chama do Espírito Santo, nessa época. Afinal, ela passou por um  reavivamento. 

         No dia 26 de março de 1881, com 36 anos, Martha e outros dois missionários “partiram de Nova York, via Europa, tendo como destino o nosso caro Brasil, os seguintes missionários: Rev.J.W.Koger, esposa, filhinho, a provecta educadora Miss Martha Watts e o rev. J.L.Kennedy, que ainda era solteiro”[153]. 

         Chegou a Piracicaba com os revds. J.W. Koger e J.L. Kennedy, em 1881. Aprendeu logo o português e organizou a primeira Escola Dominical em Piracicaba, antes mesmo da organização da Igreja. “A dedicada missionária, Miss Watts, já nos princípios de julho, desse ano, reunindo várias crianças, todos os domingos, antes do culto da manhã, assim organizou efetivamente e dirigiu com perícia uma pequena escola dominical”.[154] 

          Martha Watts fundou o Colégio Piracicabano, no dia 13 de fevereiro, iniciando as aulas com apenas uma aluna – Maria Escobar. No Brasil, foi a primeira escola metodista. A dedicação a uma só aluna impressionou a todos. 

          Marta Watts iria “convulsionar Piracicaba de maneira extraordinária – Lançando as bases para uma reforma educacional que serviria de modelo para o ensino no estado de São Paulo”[155]. Ela trouxe luz para a cidade, que passou a girar em torno do Colégio Piracicabano. [156] 

           O que a diferenciava? 

         A grande diferença estava na pedagogia.  “No prédio novo, usando métodos pedagógicos até então desconhecidos no Brasil, Miss Watts granjeou para a sua escola a fama da melhor da cidade, e com isto, as filhas e filhos das melhores famílias do lugar”. [157] 

         Na época, A Gazeta de Piracicaba fez uma reportagem sobre o exame no Colégio Piracicabano:“ O benefício do ensino  proporcionado por aquela instituição é real; todos os pais devem se convencer desta verdade e as suas filhas devem ser encaminhadas para receber uma educação sólida, baseada em princípios seguros, de acordo com o progresso dos tempos... Além de uma paciência invejável, Miss Watts possui um método que pode ser considerado original... Não exageramos quando dizemos que o estabelecimento, debaixo de sua direção, é o primeiro na província de São Paulo; e esperamos vê-lo procurado por aqueles pais que desejam dar às suas filhas uma verdadeira educação – aquela que vai além do eterno e universal ‘decorar, decorar, decorar’ (...).”[158] 

          O Colégio Piracicabano iria tornar-se numa causa célebre da luta pela educação liberal no Brasil. 

           O objetivo das missionárias era impactar, mudar os destinos da nação brasileira. “O sonho de um pequeno grupo de mulheres missionárias norte-americanas no Brasil foi de conquistar a elite e exercer influência sobre a reconstrução da cultura nacional. Dessa maneira, as mulheres metodistas optaram pela utilização da educação enquanto instrumento estratégico para conquistar uma posição que lhes permitisse influenciar a política pública do ensino e os destinos do país”[159]. 

         Foi perseguida pelas autoridades locais, mas os liberais saíram em defesa do Colégio. 

         O educandário foi a semente para a Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), criada em 1975. 

          Miss Marta Watts foi a primeira a alforriar escravos, em Piracicaba.[160] 

        “Em vários momentos, Martha Watts sofreu ao presenciar o suicídio de uma escrava no rio, com os filhos nos braços. Em outros, ela fala de sua determinação pelo trabalho missionário no Brasil e também se admira com o progresso na Noiva da Colina. Mas o fato é que em pouco menos de seis meses de permanência, Martha Watts se mostra encantada com a nova missão. ‘Agora, caras amigas, o que acham de ‘minha cidade’, como eu já a chamo? Já me sinto muito ligada a ela e pressinto que serei muito feliz aqui”.[161] 

          As escolas tinham a função de auxiliar na evangelização. Na Conferência Distrital do Rio de Janeiro, em 1892, foi dito que “(...) apreciamos os colégios como auxiliares fortes na evangelização pátria”.[162] 

           Neste sentido, há uma estatística sobre o Colégío Piracicabano, em 1891: 

Alunos matriculados....................................................................... 131

Número maior de assistência em qualquer tempo..............106

Pensionistas..........................................................................20

Alunos que assistem a Escola Dominical............................45

Alunos membros da Igreja...................................................17

Unidos à Igreja no correr do ano..........................................1.[163]

 

             Nos 15 anos em que viveu em Piracicaba, ela “promoveu um trabalho que ultrapassou os limites da evangelização, ao elaborar um registro de grande contribuição à história piracicabana. Martha Watts narrou, por meio de cartas, aspectos curiosos da cultura local, da culinária, os hábitos dos moradores e as tradições religiosas.”[164]

          Martha Watts foi a Petrópolis e lá instalou outra escola, em 1895, com o nome de Colégio Americano de Petrópolis. Nessa época, começava a construção da nova Capital do Estado das montanhas, e Martha Watts teve a sua atenção voltada para esse fato importante.[165]

          Ela participou ainda da organização do Instituto Metodista Izabela Hendrix fundado em 5 de outubro de 1904. Ela teve a missão de “criar uma escola para mulheres brasileiras, com recursos das mulheres americanas. O trabalho foi pioneiro em Minas Gerais, pois atuou na afirmação do direito das mulheres à plena capacitação para intervenção na vida social. Inicialmente voltado para a educação básica, o Colégio Metodista Izabela Hendrix, como outros colégios metodistas, sempre compatibilizou seus projetos educacionais às exigências da comunidade onde estava inserido”.[166] 

           Como sempre, o início foi difícil. Ela disse: "Recebemos hoje apenas cinco crianças. Esperávamos que fossem em maior número, mas estamos contentes assim mesmo, e tudo faremos para torná-las bons cidadãos e boas cidadãs deste País. Tudo o que fazemos é para a glória de Deus.". Um pouco depois, ela escreveu uma outra carta e disse: "Já não somos mais cinco, somos 18 crianças no Isabella."[167] 

          Sua missão no Brasil pode ser dividida assim: missão no Colégio Piracicabano (1881-1895), missão no Colégio Americano de Petrópolis (RJ) (1895-1900), missão no Colégio Mineiro de Juiz de Fora (1902-1904) e missão no Colégio Izabela Hendrix de Belo Horizonte (1904-1908).[168] 

          Rev. J.L. Kennedy, assim noticiou seu falecimento: “No dia 1º de janeiro de 1910, faleceu em Lousville, EUA, a venerada missionária Miss Martha H. Watts, pioneira cooperadora na obra do Senhor, em nossa Igreja no Brasil.”[169] 

           Hoje há na Unimep o Centro Cultural Marta Watts. 

          Um ex-aluno assim se expressou sobre Martha Watts: “Sempre que se oferecia ensejo de inocular princípios de virtude e regras de moral, era quando se mostrava admirável, comprovando a rara e excepcional competência de que fora dotada para exercer tão sublime missão. Eu bem me lembro que perto de Miss Watts ninguém era capaz de mentir ou dissimular; as traquinadas e travessuras, escondidas cautelosamente, eram-lhe fielmente narradas quando nos interpelava, tal o império que sobre nós sabia exercer, sem jamais usar para isso de outro meio que não a força do bem e o devotamento com que praticava seu sagrado sacerdócio. Muito lhe deve a sociedade piracicabana; muito lhe devem seus ex-alunos; muito lhe devo eu. 

         Os princípios salutares de moral que me ministrou, assim como os conselhos elevados que me dispensou com tanto carinho e solicitude durante minha infância, repercutem-me ainda na alma como uma voz amiga que me dirige os passos, e por isso, ao saber que ela já não mais vive na Terra, rendo-lhe este preito de homenagem, simples e singelo, porém sincero e verdadeiro, como que desfolhando sobre a campa da querida mestra umas pétalas humildes que em seguida o vento arrebatará, mas cujo tênue perfume chegará até ela, levando-lhe o penhor de minha gratidão pelo muito que de suas benfazejas mãos recebi."[170]


O metodista que impactou o Rio de Janeiro                  

 

             H.C. Tucker nasceu no dia 04 de outubro de 1857, nos EUA. Aos 28 anos saiu de Tennessee e veio como missionário ao Brasil.

             O missionário metodista K.L.Kennedy registrou assim sua chegada ao Brasil profetizando sobre seu ministério: “Recentemente chegou o Rev. Hugh C. Tucker, que tem dedicado os seus dias a pregar o Cristo crucificado aos contritos de coração e liberdade aos cativos.”[171]

             No dia 16 de setembro de 1886, Tucker, juntamente com James L. Kennedy e John Willian Tarboux, fundou a Conferência Anual Brasileira.

           No ano seguinte, com quase dois anos à frente de uma igreja onde se congregava a colônia norte-americana, no Rio de Janeiro, aceitou o convite e foi nomeado secretário da Sociedade Bíblica Americana, com escritório nesta cidade. Sua incumbência: divulgar a Bíblia Sagrada, pois, às vésperas da Proclamação da República, o campo, em breve, estaria aberto às missões protestantes.[172]

             H.C. Tucker abriu um Colégio particular na Corte, em 1887, “porém de todo evangélico, cujos alunos, quase todos, assistiam a Escola Dominical.”[173]        

Semeador da Palavra

            Mais tarde, “Dr. Tucker começou a procurar um outro trabalho. Encontrou-o, um ano mais tarde, quando se transformou no agente da Sociedade Bíblica Americana no Brasil. Aprendeu falar o português, e com um grupo dos entusiastas, gastou quatro anos distribuindo a Bíblia aos 15% de 14.000.000 da população do Brasil que poderiam então ler. Primeiramente, pregou em cidades junto às estradas de ferro. Onde os trilhos terminaram, o Dr. Tucker moveu-se pelos lugares a cavalo e em barcos pelos rios. Às vezes, lhe foram dadas boas-vindas; outras vezes, lhe foi dito para ir embora. Uma vez foi apedrejado. Mas o Dr. Tucker afirma que, desde que, foi ao Brasil distribuiu cerca de 2.500.000 Bíblias em português, italiano, alemão, polonês, inglês, árabe”[174].

            Em suas peregrinações, como semeador da Palavra, enfrentou dificuldades enormes. Viu suas Bíblias serem queimadas em praça pública e chegou a ser preso e ameaçado de morte. Em várias oportunidades, foi expulso dos hotéis e das próprias cidades que visitara. Nada, no entanto, o deteve, pois tinha clareza de seu chamado de criar condições para um despertamento espiritual e intelectual das massas.[175]

            Como a tradução da Bíblia para o português, feita nos Estados Unidos, não era de seu agrado, nomeou uma comissão revisora composta por quatro norte-americanos e três brasileiros (Eduardo Carlos Pereira, Antônio Trajano e Hypólito de Oliveira Campos). Perfeccionista, Tucker ainda contou com o apoio de Machado de Assis e de Rui Barbosa, pois, "havia alguns trechos que não estavam bem. Só mesmo um escritor seria capaz de dar vida àquelas palavras."[176]

            Aproveitou-se da admiração que "essa gente" nutria pelo modelo norte-americano para conquistar novos espaços. Conheceram vários e ilustres republicanos e gostava de repetir que se relacionava muito bem "com todos os presidentes da República. Fui amigo de Prudente de Moraes. Fui amigo de Saldanha Marinho, do Visconde Nogueira da Gama, do Barão Homem de Melo" (...). Gostava de afirmar, "o povo também é meu amigo. Os meus melhores e mais caros amigos são gente do povo".[177]

             Em 1892, alguns homens extraordinários reuniram-se com Tucker em seu escritório. Sentados em caixas de Bíblias, fundaram ali mesmo a Associação Cristã de Moços. Até 1934, ele percorreu várias vezes, praticamente todos os Estados.

Um Evangelho prático

            Do dia 25 a 28 de julho de 1903, teve lugar em São Paulo, a reunião constituinte da Aliança Evangélica Brasileira. Foram eleitos Hugh Clarence Tucker, missionário metodista, presidente, e F. P. Soren, batista, secretário.

           Servir ao próximo era sua preocupação primeira. Atuou como secretário Geral da Junta Geral de Ação Social, por 16 anos (quatro mandatos). No Rio de Janeiro, onde vivia, Tucker, com seu dinamismo e determinação, desenvolveu importantes atividades nessa área da Igreja Metodista.[178]

           O destaque fica por conta do Instituto Central do Povo, o primeiro centro social organizado no Brasil, em 1906, destinado a atender os habitantes da favela da Saúde e Gamboa. No local, funcionou primeiramente uma creche. Muito embora haja controvérsia sobre o assunto, nos arquivos do Instituto Central do Povo, consta ser esta a primeira creche popular existente no Estado do Rio[179].

            A história registrou assim: “Em 1906, os relatórios lidos na Conferência Anual Brasileira apontaram um ano de progresso. “No dia 13 de Maio de 1906, Domingo, às 17:00, nas dependências de um salão alugado, que ficava na Rua Acre n.º 17, foi fundado o Instituto Central do Povo pelo Rer. Hugh Clarence Tucker. Estiveram presentes cerca de 200 pessoas. Começavam assim as atividades da Missão Central, este o primeiro nome pelo qual foi conhecido o ICP. Realizou-se um típico culto protestante, com cânticos, orações, leitura da Bíblia e pregação do Evangelho”.[180]

 

             Em 1907, ocorreram dois fatos importantes: Em princípios de junho, ”foi estabelecido um Dispensário Medico na Missão Central, Rio de Janeiro, onde havia uma escola diária com 32 alunos”.[181] Era “amigo pessoal do Sanitarista Dr. Oswaldo Cruz, com a missão de ser pastor das pessoas de língua inglesa radicadas no Brasil. Levado pelo seu amigo Oswaldo Cruz a diversas áreas pobres, conheceu de perto a miséria e comoveu-se. Precisava fazer alguma coisa para ajudar aquela gente (...)”.[182]

 

             O pastor Tucker sentiu a necessidade de criar uma escola e instalar nela uma clínica infantil, com atendimento totalmente gratuito para as crianças pobres. Em 1906 fundou na Rua Rivadávia Corrêa – Gamboa, o colégio Instituto Central do Povo e a 1ª Clínica Infantil Grátis no Brasil, vizinhos ao Morro da Providência, tornando-se o embrião dos Postos de Saúde Pública, hoje existentes, somente criados em 1925. Daí, então, o atendimento gratuito às crianças daquele morro e adjacências, com médicos e dentistas, sem qualquer contribuição das autoridades estaduais, municipais ou federais, existente há cem anos, até os dias de hoje. Tudo custeado pelo Dr. Tucker e doações de amigos americanos que, mensalmente, contribuíam com as despesas de manutenção da clínica.[183]

           “A proposta do ICP era, realmente, ambiciosa e pioneira, ao concentrar em suas dependências, escola dominical e atividades cúlticas, consultório médico e dentário, farmácia e laboratório, cursos profissionalizantes, Departamentos de Surdos-Mudos, cujas classes eram dirigidas por professores ‘habilitadíssimos’, atendimento jurídico e muito mais. Pela forma de pensar e pela maneira decidida com que Tucker trabalhava a promoção humana integral, sugere que sua proposta não era assistencialista”.[184]

           Ele foi responsável pela introdução no Brasil do primeiro "playground" para crianças, na cidade do Rio de Janeiro, inaugurado em 1911.

          Na sua autobiografia, ele diz: “Comecei no dia 3 de julho de 1909 publicando no Jornal do Comércio um artigo sobre o valor dos parques de recreio modernos... artigos semelhantes em dezembro e fevereiro (..). Quando esteve no Rio em março de 1910 William Jennings Bryan visitou o Instituto Central do Povo e deu uma palestra sobre parques de recreio...e, a meu pedido, apelou à esposa do prefeito para influenciar no plano. O interesse cresceu entre círculos seletos, mas as autoridades não estão muito impressionadas.

        [A prefeitura doou um terreno para o parque e montou o equipamento doado pela “Light” e outras empresas.] A inauguração formal do primeiro “playground” moderno para crianças do Rio se deu a 12 de outubro de 1911, como parte do feriado nacional em comemoração à descoberta da América. O prefeito, o superintendente dos parques de recreio, e muitas pessoas preeminentes estiveram presentes. Houve banda, muitos discursos de parabéns, o pavilhão nacional foi erguido e as crianças cantaram o Hino Nacional. A Associação Cristã de Moços (ACM) cumpriu sua promessa de providenciar um diretor. O playground tem sido uma instituição aceita e apreciada desde aquela época.”[185]

             Com muita ousadia, em 1922, no 1º Congresso de Proteção à Infância, Tucker compareceu e falou sobre a importância da Educação Física na Pré-Escola. No 2º Congresso, voltou a ter uma participação ainda mais importante ao discorrer sobre um tema até hoje bastante complexo: a educação sexual[186].

            Conquanto estivesse sempre pronto a ultrapassar as barreiras do denominacionalismo, Tucker, com sua lealdade às causas metodistas, desempenhou papel importante no processo de autonomia da Igreja Metodista no Brasil.

             No dia 03 de setembro de 1930, foi chamado para presidir os trabalhos do I Concílio da Igreja Metodista do Brasil, realizado no templo da Igreja Metodista Central de São Paulo. Na oportunidade, J. W. Tarboux foi eleito bispo. Na noite do dia 13 de janeiro de 1934, Tucker e Kennedy foram convidados pelo bispo Tarboux para o auxiliarem no ofício religioso de consagração do bispo César Dacorso Filho.

              Em 1942, a Igreja Metodista aceita o convite que lhe foi formulado pelo Conselho Mundial de Igrejas. O secretário-executivo da Junta Geral de Ação Social, H. C. Tucker, assina o documento de aceitação do convite, juntamente com o bispo César Dacorso Filho[187]. 

Luta contra a febre amarela

              Amigo pessoal de Oswaldo Cruz, “teve uma participação importante na campanha contra a febre amarela. Entre 1903 e 1908, a febre amarela assolava o país. Tucker, sua esposa e seu primeiro filho, também foram atacados. Preocupado, juntamente com sua esposa, com essa verdadeira tragédia e tendo lido sobre o trabalho do dr. Walter Reed no saneamento de Cuba, Tucker pôs o dr. Oswaldo Cruz em contato com Reed e outros nos Estados Unidos, servindo de intermediário durante a campanha de saneamento que livrou o Rio de Janeiro desse flagelo.

             Mesmo após Oswaldo Cruz ter vencido a grande batalha, a luta da família Tucker contra a febre amarela continuava. Infelizmente, o primeiro e o único filho homem da família, não resistiu ao inimigo e morreu. Tudo indica que essa tragédia levou Tucker a se dedicar, de maneira incansável, para melhorar as condições sanitárias do Rio.

            Trabalhou em campanhas públicas contra a tuberculose, a lepra e doenças venéreas. Foi nomeado representante no Brasil da Missão Americana entre os leprosos. Ademais, participou da fundação do Hospital dos Estrangeiros e, depois do Hospital Evangélico, no Rio de Janeiro do qual foi presidente (1904-1908).”[188] 

         Na Conferência Anual Brasileira realizada em 26 de julho, em São Paulo, uma proposta aprovada do rev. H.C. Tucker revela o espírito dos metodistas nesse novo século quando se completava 25 anos de implantação do metodismo no Brasil: 

 “1) tornar-se um aniversário de ações de graças pelas muitas bênçãos que temos recebido do Pai;

2) que todos os membros de nossa Igreja alcancem o mais alto desenvolvimento espiritual;

3) que se convertam a Jesus muitos pecadores”.[189] 

Missões no Brasil 

            O missionário H. C. Tucker e os srs. Leopoldino da Costa e Antônio Marques divulgaram a Bíblia e o Evangelho com pleno vigor pelas cidades mineiras. No Expositor Cristão, Tucker relata que visitou vendendo livros e pregando o Evangelho em várias cidades e aldeias mineiras, como Ouro Preto, Mariana, Bento Rodrigues, Morro d'Água Quente, Santa Bárbara, Ponte dos Machados, Morro e Conceição. Tucker lembra ainda que, em Conceição, pregou para uma sala repleta de ouvintes (EC, 16/05/1891, p. 2.), seguindo seu itinerário, chegou a Serro-MG, Diamantina e Philadélfia (hoje, Teófilo Otoni), atravessando o interior de Minas, chegando à Bahia[190]. 

              A visita de H. C. Tucker e dos srs. Leopoldino da Costa e Antônio Marques às cidades do interior de Minas Gerais, ao que parece, começou partindo de Juiz de Fora para Ouro Preto, que era, até então, a capital de Minas Gerais. Aliás, os primeiros missionários metodistas que concorreram para aquela cidade, em abril de 1891, supunham realizar as primeiras pregações feitas por protestantes naquelas imediações. Ouro Preto era, naquela ocasião, a capital do Estado de Minas Gerais. Uma "novidade na abertura desta nova missão foi a presença do evangelista Henry M. Wright", conferencista internacional, que esteve na estréia do trabalho metodista em Ouro Preto, a convite dos missionários. [191] 

Homenagens 

             A Sociedade Bíblica Americana, em 1934, concedeu-lhe o título de "Secretário Emérito", por seus 47 anos de dedicação à causa bíblica no Brasil.

              “Depois de ter voltado a residir nos Estados Unidos, Tucker fez algumas visitas ao Brasil. Na última delas, em novembro de 1949, foi homenageado pela Sociedade Bíblica do Brasil, pelo Instituto Central do Povo, pelo Colégio Bennett e por outras instituições da cidade do Rio de Janeiro.

              A revista Time anunciou na segunda-feira, do dia 25 de outubro de 1943: 

              “Pela primeira vez, foi dada, esta semana, a um missionário protestante dos Estados Unidos a Ordem do Cruzeiro do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro. Receptor: O Rev. Dr. Hugh Clarence Tucker, 86 anos. O governo Brasileiro honrou o baixo e calvo ministro metodista pelos 57 anos de infatigável atividade no Brasil”[192]. 

             Das mãos de Oswaldo Aranha recebeu o distintivo Oficial da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. 

           Finalmente, no dia 5 de novembro de 1956, a Rádio Nacional, no "Repórter Esso", divulgava uma notícia lamentável: "Faleceu ontem (dia 4) nos Estados Unidos da América, o Rev. H. C. Tucker, um dos fundadores da Igreja Metodista do Brasil"[193]. 


O metodista que impactou o mundo

 

Muitas pessoas respondem com compreensão a boa nova da Igreja Metodista Unida. Alguns que respondem têm um impacto em uma família… uma vila… uma nação. Alguns, como Nelson Mandela, têm um impacto no mundo[194] 

            Nelson Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 em Mvezo, no Transkei um dos Estados da África do Sul, banhado pelo Oceano Índico. A região era agro-pastoril. Sobre a infância, Mandela gostava de dizer: “sou do tempo que a criança era educada pelo método de sentar, aquietar-se e apenas ouvir as conversas dos mais velhos (...).

             O pai de Nelson Mandela, Henry Gadla, tinha quatro esposas e treze filhos. Ele era descendente de Thembu, chefe de um clã dos Xhosas (pronuncia-se Kôza), um dos muitos povos locais da África do Sul. A formação de Mandela, dentro dos valores de respeito às tradições e autoridades fez com que ele adquirisse os hábitos de nobreza, educação formal e, acima de tudo, de profundo entendimento da “alma” sul-africana[195].

Sua mãe e formação metodista 

             Nelson Mandela era o filho da terceira esposa, Noqaphi Nosekeni. Era uma das treze crianças e tinha três irmãos mais velhos. A mãe de Mandela era uma metodista, e Nelson, seguindo seus passos, estudou numa escola Missionária Metodista[196].

            A educação de Mandela era permeada de formação cristã por influência de sua mãe[197].

             Foi batizado na Igreja Metodista, e quando tinha doze anos, seu pai morreu.[198]

  Na universidade

            Em 1939, Mandela foi um dos 50 negros que entraram na Universidade de Fort Hare, uma instituição missionária. No início, queria ser intérprete da corte, cargo fundamental, numa época em que muita gente não sabia falar, nem o africâner, nem o inglês, e precisava acompanhar longos processos judiciais. O envolvimento dele com política estudantil era sempre tentando se desvencilhar dos seus colegas radicais, como alguns, que, em plena Segunda Guerra Mundial, achava a Inglaterra tão opressora quanto à Alemanha (...).

                O jovem muda-se para Johanesburgo, na verdade Alexandra e depois Orlando, que fica no coração do famoso bairro de Soweto. Ele completa os estudos pelo correio, em 1942, auxiliado pelo amigo, Sisulu que também o ajuda a empregar-se num escritório. Casa-se com a enfermeira Evelyn em 1944. Lembrando aquele provérbio “Se queres uma estátua, olha em volta”, começa a tornar-se celebridade em seu bairro, combinando status profissional com modos e relacionamentos aristocráticos.

             Em 1943 entra para o ANC (Congresso Nacional Africano), o partido nacionalista que foi criado em 1912, e que, atualmente, reina absoluto na África do Sul desde que foi trazido ao poder, por Mandela na década de 90.
                No ANC, Nelson Mandela, Madiba para os íntimos, ajuda a fundar a liga jovem. Foi eleito em 1947 para o comitê executivo da província Transvaal do partido. Em maio de 1948, o Partido Nacional (dos brancos) chegou ao poder pelo voto (só para brancos) e por lá permaneceu 46 anos! Em 1950, já na Executiva Nacional do ANC, Mandela começa a organizar e, às vezes liderar, protestos, greves e desobediência civil (inspirada em Gandhi que, inclusive, viveu na África do Sul) contra as leis racistas do Apartheid como a necessidade de autorização para andar na rua (lei do passe), proibição de casamento inter-racial, entre outros absurdos.

               A década de 50 foi, então, marcada por inúmeros protestos, várias detenções de Mandela, além de seu confinamento em Johanesburgo durante um período. Como nada surtisse efeito sobre o governo branco, Mandela e o ANC, se envolveram com atos terroristas, e algumas sabotagens começam a acontecer, com o apoio (não explícito) do partido. Em 1960, com as novas regulamentações do Estado de Emergência, o ANC cai na clandestinidade, Mandela queima seu passe, com a presença da imprensa e é novamente detido. Na corte, ele se mostrou, por inteiro, antes de ser preso por 27 anos e seis meses. [199]

Participação metodista no fim do Apartheid

            O Congresso Nacional Africano (CNA) em 1952 articula a resistência ao Apartheid com a Campanha do Desafio. A entidade, criada em 1912, era formada por lideranças negras, entre elas - Nelson Rolihlahla Mandela. Mas, nesse perí­odo o CNA era presidido pelo pastor metodista, o zulu Albert John Luthuli. Em 1964, Mandela e toda diretoria do CNA são presos.  Em 1989 assumiu o poder Frederik de Klerk que iniciou um processo de fim do Apartheid e libertou Nelson Mandela, em 1991. Por esse esforço ganhou, em 1993, junto com o líder negro, o Prêmio Nobel da Paz.[200]

            Em 1986, o Bispo metodista Lawi Imathiu, do Kênia, tornou-se o primeiro africano a estar à frente do Movimento Mundial Metodista. “Na Conferência Mundial Metodista, em Nairobi, o Concílio Mundial Metodista clamou pelo fim do Apartheid e pelos grilhões que escravizavam o povo na África do Sul.

            Autorizado pelo Concílio Mundial, Lawi Imathiu liderou a delegação na visita ao Presidente Botha na África do Sul. De um africano para outro, Imathiu abertamente clamou ao Presidente Botha para que libertasse Nelson Mandela da prisão e removesse as algemas do povo. Com imensa habilidade, equilíbrio, graça, coragem e força, ele, criativamente, apresentou um claro desafio e solicitação ao Presidente Botha: "deixa meu povo ir". Uma segunda delegação do Concílio Mundial Metodista encontrou-se com o Presidente de Klerk oferecendo novamente o desafio consistente e a solicitação para libertar Mandela, um metodista, e pela República da África do Sul, para que extinguisse o sistema opressor do Apartheid.

             O impacto de todo o Movimento Mundial Metodista, liderado pelo corajoso Imathiu estava entre as vozes que contribuíram para a mudança e reconciliação da África. Isso foi dramaticamente demonstrado em fevereiro de 1990 com a libertação de Mandela e o movimento pela paz, justiça, democracia e reconciliação para todo o povo da África do Sul”[201].

           No dia 27 de abril de 1994, aconteceram as primeiras eleições gerais multirraciais. O CNA obteve 58% dos votos, elegendo Mandela, o primeiro presidente negro da República Sul-Africana.[202]

Frases de Mandela 

“Se não fosse pela Igreja Metodista Unida, eu ainda estaria na minha aldeia”[203]. 

"Depois de escalar uma montanha muito alta, descobrimos que há muitas outras montanhas por escalar."

"Sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."

"Eu faço tudo isso em nome dos princípios morais, segundo os quais não podemos abandonar aqueles que nos ajudaram nos momentos mais sombrios da história do nosso país."

"Se existem sonhos sobre uma bela África do Sul, há também estradas que levam a este objetivo. Duas destas estradas podem ser chamadas Bondade e Clemência. "

"Cultivo minha própria liberdade carinhosamente, mas cuido ainda mais da nossa liberdade. Tantos têm morrido desde que deixei a prisão. Tantos têm sofrido pelo amor à liberdade. Devo isso às suas viúvas, aos seus órfãos, às suas mães e aos seus pais, que enlutaram e sofreram por eles."

"Isso foi uma das coisas que me preocuparam - ter ascendido à posição de semideus - pois daí em diante você não é mais um ser humano. Eu queria ser conhecido como Mandela, um homem com fraquezas, algumas das quais são fundamentais, e um homem que é engajado."

"Uma boa cabeça e um bom coração são sempre uma formidável combinação." "Como eu tenho dito, a primeira coisa é ser honesto consigo mesmo. Você não pode nunca ter um impacto sobre a sociedade se não mudou a si próprio... Os grandes pacificadores são todas pessoas íntegras, honestas, exceto humildes."[204]

 “Nós recordamos como durante nossos anos na prisão a nossa igreja (Metodista) e outras comunidades religiosas nos atenderam, trazendo o cuidado e o incentivo espirituais através dos capelães que nos visitaram; e importando-se com nossas famílias quando nós não poderíamos fazer assim (...)”[205]

Gratidão à Igreja Metodista

             Depois que saiu da prisão, Mandela se divorciou e se casou com Machel, membro da Igreja Metodista Unida e viúva do ex-presidente de Moçambique Samora Macel. O casamento foi realizado por Mvuve Dandala, bispo metodista da África do Sul.

             Segundo Machel, um missionário americano chamado Mabel lhe deu todo apoio. Vendo algo de bom nela, teve confiança e fez tudo para que pudesse encontrar e ter uma boa educação. Machel disse que sua educação é algo “que eu devo à igreja Metodista e especialmente a Mabel.”[206]

            Em 1975, Machel foi nomeada como ministra de Educação para Moçambique, primeira mulher a ocupar esse cargo.

          Mandela, ex-presidente da África do Sul e um símbolo internacional dos direitos humanos, e sua esposa, ex-ministra de instrução de Moçambique Machel, surpreenderam os bispos com sua presença num jantar no domingo de 5 de novembro de 2006. Machel é também a viúva do presidente Samora Machel de Moçambique.
           Mandela e Machel têm raízes Metodistas profundas. Mandela foi educado em uma escola Metodista, na África do Sul. Machel é da Metodista Unida e leciona em uma escola Metodista, em Moçambique[207].
 

          Ainda como Presidente da África do Sul, Mandela visitou a congregação Metodista em Langa, em 14 de fevereiro de 1999, e reconheceu a importância da Igreja Metodista, a qual chama de “minha Igreja” e declarou:

“Rev.Nkomonde


Membros da Congregação

Amigos,

          Como presidente, eu tive o privilégio de assistir a várias conferências de grupos religiosos, incluindo no ano passado a conferência da Igreja Metodista. Aquela é sempre uma experiência inspiradora e incentivadora. Mas é mais assim quando se pode compartilhar de um momento como este com uma congregação. É uma honra especial e eu lhe agradeço do fundo de meu coração por uma vez mais ser convidado a estar com você.

          Estando aqui, na7 comunidade, onde os homens e as mulheres vivem sua fé em suas vidas diárias, nós podemos compreender como uma religião poderosa dá força em nossa sociedade, e sustenta os valores espirituais e morais que nos unem em toda nossa diversidade (...).

           Durante todas as gerações da opressão e discriminação, a religião deu ao povo incontável determinação e o compromisso para resistir à desumanidade. Muitos extraíram da religião a coragem para sobreviver à dor (...).

           Nós recordamos como os corpos religiosos foram responsáveis para a instrução dos milhões de africanos do sul quando o governo nos negou. Nós recordamos como durante nossos anos na prisão a nossa igreja e outras comunidades religiosas nos atenderam, trazendo o cuidado e o incentivo espirituais através dos capelães que nos visitaram; e importando-se com nossas famílias quando nós não poderíamos fazer assim (...)”[208]. 

Prêmio metodista 

            Em 1993, Mandela recebeu o Nobel da Paz. Ele foi “responsável por mudanças contra as leis de discriminação racial e social, que mantinham os negros e outros grupos sociais na marginalidade social”[209].

             A liderança inteira do Conselho Mundial Metodista esteve presente na cerimônia. “No dia 21 de setembro, na catedral Metodista da Cidade do cabo, em cerimônia significativa e de impacto evangélico e político internacional, mobilizando a África do Sul e a Igreja Metodista, foi entregue ao ex-presidente da África do Sul, Dr. Nelson Mandela, o Prêmio Mundial Metodista da Paz, ano 2000”.

           Após a entrega do prêmio, Mandela disse: “Já recebi muitos prêmios, inclusive o Nobel da Paz, mas este é muito especial para mim, é o prêmio concedido pela minha Igreja Metodista”[210]. 



A vocação metodista nos dias de hoje 

 

 

       O testemunho e trabalho missionário de Francis Asbury, no início do metodismo na América, nos inspira ainda nos dias de hoje. Lembra que temos uma vocação – ser instrumento de transformação do mundo.        

        Francis Guilbert e Nathanael, com grande ardor evangelístico na Antígua (Caribe), e John Hunt, nas Ilhas Fiji, mostram hoje, aos jovens, como é possível influenciar toda uma nação, através do poder do Espírito Santo, sendo testemunha de Cristo. 

         Homens como Stanley Jones, na Índia, e Walter Lambuth, na China, Brasil, Japão, África e Europa entenderam que o mundo é a nossa paróquia. Eles impactaram nações através do Evangelho de Jesus Cristo, e nos inspiram hoje e nos despertam para a necessidade da ação missionária. 

         Mulheres com testemunhos impactantes como os de  Lucy Ware Webb Hayes diante do povo norte-americano, e  o espírito de solidariedade de Anna Jarvis, que motivou e marcou mundialmente o Dia das Mães, nos mostram o valor do caráter e do testemunho cristão. 

         Mas o que aconteceu na Oceania, num grupo de pessoas, através do Pentecostes em Tonga e a conseqüente obra missionária em Fiji e Samoa revelam que podemos agir como comunidade missionária pelo poder do Espírito Santo. 

        A Bíblia relata sobre a vida de homens e mulheres que ficaram cheios do Espírito Santo e foram testemunhas marcantes. O metodismo, na Inglaterra, e depois nos EUA e por todo o mundo teve testemunhas impactantes. 

         Poderíamos ainda citar o bispo norte americano William Taylor que organizou  a Igreja em São Francisco, pregou no Brasil, organizou o metodismo em Angola e realizou avivamentos na Índia e em outras partes do mundo. 

        Ainda poderíamos citar, também, Lawi Imathiu, que foi o primeiro bispo da Igreja Metodista Unida do Kênia. Durante seu mandato no ministério, a Igreja Metodista experimentou um crescimento de 8.000 membros em janeiro de 1970, para mais de 225.000 em janeiro de 2000. [211]

         Ele foi presidente do Concílio Mundial Metodista, entre 1986 e 1991, lutou bravamente pela libertação de Nelson Mandela e ganhou o prêmio Mundial Metodista da Paz[212].

         Há ainda muitos que continuam crendo na vocação metodista de transformar nações.

        Nossa origem vem da experiência do coração aquecido pelo amor de Deus, que gerou uma voz profética, diante dos males sociais e solidariedade aos que sofrem, como também, compaixão pelos que estão longe de Deus. 

         O amor e fidelidade ao Senhor levaram Francis Asbury e Stanley Jones a ministrar e viajar, mesmo doentes e sem poderem andar. Outros, como João Wesley Gilbert e Walter Lambuth, foram ao Congo Belga, viajando mais de 4 mil kilômetros. Mas não foi em vão que eles se deram em prol do Reino de Deus. Hoje, a Igreja Metodista no Gongo tem mais de um milhão de membros. 

         Martha Watts, impulsionada pelo Espírito Santo, veio ao Brasil e impactou a cidade de Piracicaba, com um ensino diferencial. 

         H.C.  Tucker e Nelson Mandela lutaram por um mundo de justiça e paz. Com testemunho de vida, foram instrumentos de libertação e sinalizaram o Reino de Deus. 

         Somos chamados, hoje, a continuar essa linha de esplendor sem fim.        

         Esta vocação continua viva nos dias atuais.    

         Veja, a seguir, os exemplos da ação que essa visão pode proporcionar num bairro do Kênia, e no estado de Oklahoma, EUA. 

1. Impacto em Nakaru, Kênia 

        Nakaru é a capital da província de Rist-Valley e tem 266.510 habitantes, sendo a 3ª maior cidade do Kênia[213]. 

        A Igreja Metodista teve o começo muito humilde, em junho de 2003, quando algumas pessoas, conduzidas pelo Rev. Josam Kariuki, começaram a se encontrar sob uma árvore. Convencido que Deus lhe tinha dado uma visão, o Rev. Josam sabia que Deus faria a provisão.  Deus assim fez, e os membros são agora 250 pessoas. A igreja tem seu próprio prédio, que abriga, não somente o santuário, mas também, uma escola-creche para órfãos e crianças pobres, e o centro de aprendizado para as mulheres. O Rev. Josam descreve seu ministério como um ministério prático, alcançando, lá fora, a comunidade, e ao mesmo tempo, trazendo pessoas para Cristo[214].

             A igreja patrocina diversos projetos, e o Rev. Josam tem uma visão das maneiras de encontrar-se com outras necessidades críticas na comunidade. Dá boas-vindas a parcerias e a colaboração para servir em conjunto com a igreja Metodista Unida de Nakuru nos seguintes projetos: Clínica Médica Missão Wesley, Crianças de rua/Projeto escola, Internato para órfãos, Pré-escola da Igreja Metodista de Nakuru, Casa da Criança Esperança, Centro de habilitação das mulheres e  treinamento de computador para a juventude, Micro programa das finanças, Construção da igreja, Projeto  Cabra, Padrinhos para as  meninas órfãs etc.[215]. 

             Destacamos dois projetos: Projeto Cabra e Projeto Cadeira de Rodas: 

Projeto Cabra 

             Segundo Josam, o leite da cabra é recomendado para as pessoas  que vivem com HIV, AIDS, porque aumenta sua imunidade, mas o leite da cabra é muito difícil de se obter no  Kênia. Especialmente as cabras alemãs, são conhecidas por produzirem uma abundância de leite e por darem freqüentemente, o nascimento de gêmeos. Um centro de cabras produtoras está sendo estabelecido, no lote vago, ao lado da igreja. Este programa produzirá cabras para o Programa da Cabra e abrangerá, também, vender a cria para outros grupos. A igreja recebeu uma licença do governo, e o veterinário do governo ofereceu seus serviços grátis, para as cabras, em todo tempo[216]. 

            O projeto é baseado em dar, a cada família uma cabra para criar e produzindo o leite para seu próprio sustento; eles poderão ainda vender o leite excedente, para lhes trazer alguma renda, e o esterco poderá ser usado como fertilizante. 

Projeto Cadeira de rodas 

           Os povos com inabilidades do Kênia são os mais pobres dos pobres, os mais marginalizados dos marginais e os mais sem voz das vozes. Essas pessoas com inabilidades são quase 10% da população de 3 milhões e são mantidos ainda à margem da sociedade, devido a vários fatores culturais, ignorância e superstição. As pessoas com incapacidades são olhadas pela maior parte, como uma maldição ou uma punição de Deus, subumanas, e incapazes de participarem das principais fontes de atividades da sociedade. A maioria das famílias, com crianças com incapacidades, sente vergonha delas, tende a escondê-las, e não lhes oferece nenhuma oportunidade, para o desenvolvimento pessoal, tal como o acesso à instrução ou emprego, no negócio da família ou na terra[217]. 

            Para o Rev. Josam, a doação de cadeiras de rodas pode, simplesmente, resultar em dar um presente para mobilidade de alguém. Você pode fazer uma diferença, a uma pessoa desabilitada, com a doação de uma cadeira de rodas. Não nos importaríamos com cadeiras de rodas e com muletas médicas arranhadas etc.[218]. 

            Josam Kariuki afirma que a “Missão da Igreja é fazer discípulos de Jesus Cristo proclamando as boas novas da graça de Deus, e assim procurando o cumprimento do Reino de Deus e do seu Reino no mundo”.[219]   

        Sua igreja é simples, e muitos assistem ao culto do lado de fora sentado no gramado. Os seus projetos têm o objetivo de atender aos necessitados e assim trazê-los, através de um amor prático, até Jesus.  

 2.Impacto em Oklahoma, EUA        

             A população de Oklahoma é de 3 450 654 habitantes. São 85% de cristãos, dentre os quais 32% são metodistas[220]. É o estado norte-americano onde há mais metodistas.

             A Igreja Metodista Unida tem, neste estado, 549 igrejas.[221] Segundo o Bispo de Oklahoma, Robert E. Hayes Jr., são  quase 265.000 membros.[222] 

             Bispo Robert E. Hayes Jr. fala de duas prioridades: “Primeiramente, nós não devemos abandonar as igrejas menores, apesar dos desafios tremendos que muitas enfrentam. Nós devemos revitalizá-las. Segundo, nós devemos encontrar maneiras novas de começar novas igrejas para alcançar as pessoas que não têm nenhum relacionamento com Jesus Cristo”[223]. 

        O Bispo lembra algo importante. “As estatísticas mostram que aproximadamente 65% de todos os novos membros são ganhos com as novas igrejas. Algumas partes de Oklahoma não têm uma presença Metodista Unida. Em umas subdivisões mais novas, com o crescimento da cidade, e no estabelecimento da população em transição, nós não mantemos o ritmo com as mudanças dramáticas em nosso estado”[224]. 

        Mas ele faz uma advertência: “Eu não procuro meramente números maiores. Eu estou procurando discípulos!”.[225] 

           Sua definição de um discípulo é alguém que está constantemente em crescimento e em desenvolvimento, como um seguidor de Jesus, é conduzido a uma maneira de vida mais elevada e mais pura, e é consagrado a ajudar outros e a mudar o mundo em que ele/ela vive[226]. 

Planejamento estratégico 

           Bispo Robert E. Hayes Jr afirma que “por mais de um ano, eu fiz parte de um grupo de leigos e clérigos, equipe de funcionários da Conferência e líderes voluntários - reunião para desenvolver um Plano Estratégico para nossa Conferência. 

           Nestas sessões, nós estamos perguntando: 

           Que nós fazemos bem como uma Conferência Anual?

            Que nós podemos fazer melhor? 

           Como podemos maximizar nossa eficácia em fazer discípulos ao manter políticas fiscais fortes e uma estrutura administrativa contínua? 

         Nós temos os melhores programas no lugar, ou nós necessitamos criar novos ministérios que alcancem homens, mulheres, crianças, juventude, adultos e idosos? 

             Estamos nós prontos para empregar tecnologias novas para conectar pessoas dentro da Conferência de Oklahoma, e na comunidade global da Igreja Metodista Unida?”[227]. 

Os discípulos necessitam de ferramentas 

        O bispo Robert E. Hayes Jr afirma: “eu tenho considerado uma Conferência Ministerial em Oklahoma como a prioridade mais urgente”[228]. 

          “Relativo ao Plano Estratégico está a participação ativa de nossa Conferência em estabelecer a Escola de Teologia de Saint Paul na Universidade da Cidade de Oklahoma. 

            Esta abertura Metodista Unida no coração de nosso estado, dirigirá mudanças dramáticas em como as pessoas chamadas ao ministério são recrutadas, educadas, e desdobradas. O seminário fornecerá a instrução continuada para o clérigo e o leigo, e preparará indivíduos para o ministério em muitas áreas. Esta adição é uma das ações das mais significativas que esta Conferência Anual fez em 50 anos. 

          Também, os Superintendentes do Distrito e eu estamos desenvolvendo ferramentas relevantes da avaliação para as igrejas e os pastores que ajudarão a todos conseguir um padrão para a excelência ministerial (...).”[229] 

          Uma outra prioridade para o bispo: “as igrejas da Conferência de Oklahoma contribuírem inteiramente com100% das partilhas gerais da igreja em 2009 (...)”.[230] 

Uma eterna vocação 

            A Igreja Metodista Unida de Memphis, Tenneesse, EUA, tem cerca de 6 mil membros. A visão da Igreja é fazer e mobilizar discípulos de Jesus Cristo. Ao aceitar Jesus como Senhor e Salvador, a pessoa passa a integrar um grupo nos lares composto de 10 a 12 pessoas. Apoiando e incentivando mutuamente, o discípulo irá crescer e amadurecer. A visão é: “Você vai crescer, a influência da igreja vai crescer, nossa cidade e o nosso mundo vão ser mudados.”[231] 

          A Igreja Metodista Unida da Nigéria cresceu de 10.000 membros para 400.000, em 15 anos (1992-2007). No Congo já passou a marca de um milhão de membros e na Costa do Marfim já são 600.000[232]. 

          Nestes exemplos atuais vemos que a vocação do metodismo de reformar a nação, a Igreja e de espalhar a santidade bíblica por toda a terra, continua viva. Não é possível ser metodista genuíno, sem essa visão. 

         Somos chamados, hoje, a continuar essa linha de esplendor sem fim. Esta vocação continua viva nos dias atuais. 

        Cada um com seu ministério pode ser um instrumento do Senhor para transformar o mundo. Foi assim, inicialmente, com os discípulos. Talvez, não impactemos o mundo, mas podemos impactar nossa família, nosso local de trabalho, nossa igreja, nosso bairro, nossa cidade, nosso estado, nação ou nossa vila. 

         Na visão de Wesley isso é possível: 

         “Dê-me cem pregadores que não tenham medo de nada, a não ser do pecado, e que não deseje mais nada, a não ser Deus, e, não me importo se são clérigos ou leigos, eles sozinhos farão tremer os portões do inferno e estabelecerão o Reino dos céus aqui na terra”[233]. 

         Esta é a vocação metodista! 

 


Bibliografia 

 

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SALVADOR. José Gonçalves. História do metodismo No Brasil.Imprensa metodista, 1982. 

THOMPSON, Edward P. A Formação da Classe  Operária Inglesa. 1 v. Paz e terra, 1987. 

VACCARO, Gabriel O. Identidad Pentecostal. Clai, Quito, Equador, 1990. 

WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã. 2 v. São Paulo: Imprensa Metodista, ASTE, 1967.  

WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley. São Paulo, Imprensa Metodista, 1965.  

2. Jornais e Documentos  

BUYER, Paul. "O poder do alto" in Expositor Cristão. 9 de abril de 1935. 

KENNEDY, J.L. Methodista Catholico. Rio de Janeiro, 1 de agosto de 1886, v.15. 

LANDER, J.M. O Granbery. Expositor Christão. Rio de Janeiro, 27 de julho de 1899, v. XII. 

LOCKMANN, Paulo. “Mandela recebe Prêmio Mundial Metodista da Paz” em  Expositor Cristão, novembro de 2000, Editora Cedro. 

Missionários em Sessão. Expositor Christão. Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 1891, v. VI.  

3. Internet  

www.monergismo.com/textos/avivamento/avivamento_padrao.htm 

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www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html 

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http://revistapovos.com.br/BarbaraBurnsPV8.html.

http://www.edificai.com.br/detalhe.asp?Codigo=2214&title=Cristo%20e%20o%20sofrimento%20humano 

 

 

 



[1] JOY, James Richard. O despertamento religioso de João Wesley. Instituto Metodista Bennett, 1996, p.45-6.

[2] LILIÈVRE, Mateo, Sua Vida e Obra. São Paulo, Editora Vida, 1997, p. 32.

[3] Ibidem, p. 21, 31-7.

[4] Ibidem, p. 35.

[5] WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã. 2 v. São Paulo: Imprensa Metodista, ASTE, 1967. P. 206.

[6] HEITZENHATER, Richard. Wesley e o povo chamado metodista. Editeo-Pastoral Bennett, 1996, p. 41.

[7]A motivação básica de Wesley era a busca de sua salvação (REILY, Duncan Alexander. Metodismo brasileiro e wesleyano, Ibidem, p.85).

[8] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.52.

[9] JOY, James Richard . O despertamento religioso de João Wesley. São Paulo, Imprensa Metodista, 1963,  p.71.

[10] Ibidem, p. 72.

[11] Ibidem, p. 22.

[12] Para James Fowler a fé tem estágios: “Quando falamos do envolvimento de Deus no sentido de iniciar o relacionamento que chamamos fé, normalmente fazemo-lo – pelo menos na tradição bíblica – em termos das categorias de revelação e graça (...). Talvez a coisa mais importante que se pode dizer ao concluir este livro é que nosso estudo do desenvolvimento da fé, até agora, sublinha o fato de que nós, seres humanos, parecemos ter uma vocação genérica – um chamado universal – para nos relacionarmos com o Fundamento do Ser em um relacionamento de confiança e lealdade.” (Estágios da fé, Ibidem, p.247-8)

[13] James Fowler afirma que “a fé é interativa e social, requer comunidade, linguagem, ritual e alimentação. A fé também é moldada por iniciativas que vem de além de nós e de outras pessoas, iniciativas de espírito ou graça” (Ibidem, p.10).

[14] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.64.

[15] Ibidem, p. 24.

[16] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley. São Paulo, Imprensa Metodista, 1965, p.24.

[17] A “Experiência Mística”  de Wesley, segundo Casiano Floristán e  Juan José Tamayo,  se enquadra igualmente nas experiências de seus companheiros relatadas anteriormente (Conceptos  fundamentales del cristianismo,  Ibidem, p.487).

[18] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 80.

[19] Apesar de considerar o cristianismo superior às outras religiões (OTTO, Rudof. O Sagrado. Traduzido por Prócoro Velásquez Filho. São Paulo: Imprensa Metodista-Ciências da Religião, 1985, p. 7), Rudof Otto vê paralelo das experiências da graça e de regeneração em outras religiões (Ibidem, p.41). Rudof Otto afirma que “uma evidência hiperbólica faz-se sentir em todo verdadeiro sentimento de felicidade religiosa, mesmo onde ele se apresenta mesurado e contido. É o que corresponde claramente ao estudo das grandes experiências, nas quais a emoção religiosa aparece em sua pureza típica e na sua realidade suprema manifesta-se com clareza mais perceptível (...). (Ibidem, p.40).

[20] Ibidem.

[21] Ibidem, p.91.

[22] Edward P.Thompson afirma que o metodismo talvez tenha inibido a revolução (A Formação da Classe Operária Inglesa. 2 v. Ibidem, p.264). Já o historiador francês Elie Halévy (1870 -1938), no livro História do Povo Inglês no século XVIII, afirma que a Inglaterra têm uma dívida com o metodismo porque ele impediu a Revolução semelhante a da França, em 1789.

    [23]JOY, James Richard. O Despertamento Religioso de João Wesley, Ibidem, p. 96.

[24] Ibidem, p.97.

[25] SMITH, Oswald J. O Reavivamento de que Precisamos. [s.ed],1958, p.101. O autor aqui fala do metodismo wesleyano e não da nova denominação surgida, na Inglaterra, após a morte de Wesley.

[26] VACCARO, Gabriel O. Identidad Pentecostal. Clai, Quito, Equador, 1990, p. 51. O Secretário Geral do Clai, Felipe Adolf, afirma sobre Vaccaro: “el nos há permitido acercarnos a lo pentecostal desde uma perspectiva diferente, natural, auténtica” (Ibidem, p.7).

[27] Ibidem, p.252.

[28] MAC ALISTER, Robert. Boletim do bispo Roberto. [s.ed], dezembro de 1987.

[29] CHO, Paul Y. Oração, a chave do avivamento. Editora Betânia, 1986, p. 12.

[30]“A Revolução Industrial havia trazido consigo uma abominável exploração dos trabalhadores, que se amontoavam, em número crescente, em bairros em que a aglomeração e o abandono tornavam insalubres e moralmente corrompidos”  (CAMARGO, Gonzalo Baéz, Ibidem.p. 55).

[31] THOMPSON, Edward P. A Formação da Classe  Operária Inglesa. 1 v. Paz e terra, 1987, p.36.

[31] THOMPSON, Edward, Ibidem, 2 v. p. 232.

[32] THOMPSON, Edward P., Ibidem, 2 v. p.42.

[33]The Birth of Methodism in England” (Halévy pub Bonino, p.32).

[38] ENSLEY, Francis Gerald. João Wesley o Evangelista. São Paulo: Imprensa Metodista. 1960, p.8.

[39] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html

[40] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p.39.

[41] http://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury

[42] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit.,p.39.

[43] www.musicaeadoracao.com.br/livros/mus_adv_etern/mus_adv_etern1.htm

[44] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.

[45] www.victorshepherd.on.ca/Heritage/francis.htm

[46] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html -

[47] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.

[48] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html

[49] http://pt.wikipedia.org/

[50] http://findarticles.com/p/articles/mi_qn4188/is_20060708/ai_n16529217/pg_2.  Segundo o Rev. Steve Goodier da Igreja Metodista Unida de Salt Lake.

[51] www.worldmethodist.org

[52] http://monografias.interbusca.com/geografia/islas-virgenes-britanicas-204.html

[53]ETCHEGOYEN. Aldo M  La fascinante historia del metodismo caribeño. http://www.elinterprete.org. Buenos Aires, Argentina.

[54] Idem.

[55] http://pt.wikipedia.org/

[56]  FOX, Eddie - MORRIS, George - Anunciemos o Senhor. São Paulo, Imprensa Metodista, 1994, p. 184.

[57] www.chi.gospelcom.net/DAILYF/2001/12/daily-12-22-2001.shtml

[58] Idem.

[59] www.chi.gospelcom.net/DAILYF/2001/12/daily-12-22-2001.shtml

[60] Idem.

[61] Idem.

[62] Idem.

[63] www.crate.gotdns.com/.../d20/d21/d22/d23/d24/d25/d26/d27/d28/d29/d30/d31/d32/d33/d34/d35/d36/d37/d38/d39/78.html

[64] Christian History Institute. www.chi.gospelcom.net/DAILYF/2001/12/daily-12-22-2001.shtml

[65] www.crate.gotdns.com/.../d20/d21/d22/d23/d24/d25/d26/d27/d28/d29/d30/d31/d32/d33/d34/d35/d36/d37/d38/d39/78.html

[66] www.chi.gospelcom.net/DAILYF/2001/12/daily-12-22-2001.shtml

[71] http://jmc.org.br/culto70anos.htm

[78] www.paivanetto.com.br/interno/interno.php?ci=1&cs=3&sp=118182

[92] JONES, Stanley. O Cristo de todos os caminhos. São Paulo: Imprensa Metodista, 1968, p.44

[94] JONES, Stanley. Jesus é Senhor. São Paulo, Imprensa Metodista, 1969, p.5.

[95] JONES, Stanley. A Resposta Divina. Imprensa Metodista. No Cenáculo, 1995, p.115.

[97] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm

[98] www.ohiohistorycentral.org/entry.php?rec=187

[99] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm

[100] Rutherford foi também considerado por alguns como presbiteriano, apesar da  maioria o colocar como metodista, como a lista de “Famosos Metodistas” (cf. http://www.adherents.com/largecom/fam_meth.html).

[101] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm

[102] www.library.thinkquest.org/TQ0312172/flhayes.html

[103] www.russpickett.com/ushist/uslady2.htm

[104] www.whitehouse.gov/history/firstladies/lh19.html -

[105] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm

[106] Idem.

[107] www.simple.wikipedia.org/wiki/Lucy_Webb_Hayes -

[108] www.library.thinkquest.org/TQ0312172/flhayes.html

[109] www.histclo.com/pres/ind19/hayes.html

[110] www.russpickett.com/ushist/uslady2.htm

[111] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm

[112] www.clinton4.nara.gov/WH/glimpse/firstladies/html/lh19.html

[113]www. en.wikipedia.org/wiki/Lucy_Webb_Hayes

[114] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm -

[115] Idem.

[116] http://educaterra.terra.com.br/almanaque/diadasmaes/diadasmaes.htm

[117] http://www.wvculture.org/history/jarvis.html

[118] Idem

[119] http://pt.wikipedia.org/wiki/Associação_Cristã_de_Moços

[120] REILY, Ducan A. História Documental do Protestantismo no Brasil. ASTE, São Paulo, 1984, p.275.

[121] Idem, p.276.

[122] http://www.wvculture.org/history/jarvis.html

[123] www.christianitytoday.com/history/newsletter/2002/may10.html

[124] www.wvculture.org/hiStory/thisdayinwvhistory/0508.html

[125] Idem.

[127] http://www.adretiro.com.br/estudo_7a.htm

[129] http://www.adretiro.com.br/estudo_7a.htm

[130] http://womenshistory.about.com/od/mothersday/a/anna_jarvis.htm

[131]www.rootsweb.com/~wvtaylor/founder.htm

[132] Idem.

[133] http://educaterra.terra.com.br/almanaque/diadasmaes/diadasmaes.htm

[134] http://www.adretiro.com.br/estudo_7a.htm

[135] http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Barra_Escolha/A_DiaDasMaes.htm

[136] http://educaterra.terra.com.br/almanaque/diadasmaes/diadasmaes.htm

[137] http://www.adretiro.com.br/estudo_7a.htm

[138] Idem.

[139] www.rootsweb.com/~wvtaylor/founder.htm

 

[140] Site: Arquivo da Igreja Metodista de Mississipi

[141] Idem.

[142] Site da First United Methodist Church, Ellwood City, PA

[143] Site: Arquivo da Igreja Metodista de Mississipi

[144] LUCCOCK, Halford E. Linha da Esplendor Sem Fim. Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p.79. 

[145] BUYER, Paul. "O poder do alto" in Expositor Cristão. 9 de abril de 1935, p.1

[146] Ibid. Os fundadores do Metodismo. Imprensa Metodista, 1929.

[147] Idem.

[148] Idem.

[149] Site  Universidade de Kwansei Gakuin - www.kwansei.ac.jp

[150] BUYER, Paul. Os fundadores do Metodismo. Imprensa Metodista, 1929.

[151] SALVADOR. José Gonçalves. História do metodismo No Brasil. Imprensa metodista, 1982. p.113.

[152] LUCCOCK, Halford E.Linha de Esplendor sem fim,  Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p. 46, 52

[153] KENNEDY, J.L. Cincoenta annos de methodismo no Brasil. 1928,p. 22.

[154] Idem, p. 25.

[155] LUCCOCK, Halford E.Linha de Esplendor sem fim.  Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p.

[156] http://www.piracicabano.com.br/php/v8modcomunicin.php?codigo=4380&modulo=COLNOT&stscab=off

[157] Idem, p. 98

[158] REILY, Duncan A.História Documental do Protestantismo no Brasil. ASTE, 1984, p. 90-1.

[159] MESQUITA, Peri – TAVARES, Luciana. Mulheres Missionárias Metodistas e a Educação no Brasil, de 1880 a 1930: A Educação da Elite Republicana. www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=675&dd99=pdf

[161] http://www.piracicabano.com.br/php/v8modcomunicin.php?codigo=4380&modulo=COLNOT&stscab=off

[162] LANDER, J.M. O Granbery. Expositor Christão. Rio de Janeiro, 27 de julho de 1899, v. XII, nº30, p.8.

[163] Missionários em Sessão. Expositor Christão. Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 1891, v. VI, nº10, p.1.

[164] http://www.piracicabano.com.br/php/v8modcomunicin.php?codigo=4380&modulo=COLNOT&stscab=off

[165] Idem.

[167] http://www.almg.gov.br/dia/A_2004/11/L061104.htm.

[168] http://www.piracicabano.com.br/php/v8modcomunicin.php?codigo=4380&modulo=COLNOT&stscab=off

[169] KENNEDY, J.L. Cincoenta annos de methodismo no Brasil. 1928, p.138. Outras fontes indicam sua morte em 10 de janeiro.

[170] http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_4043.html

[171] Kennedy, J.L. Methodista Catholico. Rio de Janeiro, 1 de agosto de 1886, v.15, p.4

[172]  http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante, escrito por Joel Dias da Silva.

[173] Kennedy, J.L. Methodista Catholico. Rio de Janeiro, 1º de agosto de 1886, v.15, p.54.

[174] www.time.com/time/magazine/article/0,9171,796186,00.html?promoid=googlep -

[175]  http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante, escrito por Joel Dias da Silva.

[176] Entrevista concedida por Tucker para Diretrizes- Um Semanário a Serviço da Liberdade. Rio, 20/4/1944.

[177]  http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante, escrito por Joel Dias da Silva.

[178] Idem.

[179] Idem.

[180] http://members.tripod.com/~ICP_RJ/Historico.html

[181]  Kennedy,  James Lillbourne Cinqüenta anos de metodismo no Brasil. 1928, p.130.

[182] http://www.riototal.com.br/coojornal/arletereis010.htm

[183] Idem.

[184] http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante, escrito por Joel Dias da Silva.

[185] REILY, Ducan A. História Documental do Protestantismo no Brasil. ASTE, 1984, p.283.

[186] http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante, escrito por Joel Dias da Silva.

[187] Idem.

[188] Idem.

[189] Kennedy, James Lillbourne. Cinquenta anos de metodismo no Brasil. 1928, p.105.

[190] http://www.metodista4re.org.br/noticiasnew.asp?Id=173

[191]  Idem.

[192] www.time.com/time/magazine/article/0,9171,796186,00.html?promoid=googlep -

[193] http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante, escrito por Joel Dias da Silva.

[194] www.umcgiving.org/content/confbenevolences.asp

[196] www.africanhistory.about.com/od/mandelanelson/a/bio_mandela.htm

[198] www.findarticles.com/p/articles/mi_m1077/is_n10_v49/ai_15687222

[200] http://danissincrasia.blogspot.com/2005_09_01_archive.html

[201] http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaobiografias.asp?Numero=575

[202] Idem.

[204] http://www.frasesfamosas.com.br/

[206] www.homepage.mac.com/larryhol/iblog/C1482802393/E20061117144452/index.html

[207] Idem.

[209] Bispo Paulo Lockmann,”Mandela recebe Prêmio Mundial Metodista da Paz” em  Expositor Cristão, novembro de 2000, Editora Cedro, p.13.

[210] Idem.  

[211] http://www.weblexikon.de/Methodist_Church_in_Kenya.html

[212] http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaobiografias.asp?Numero=575

[213] www. en.wikipedia.org/wiki/Nakuru

[214] www.umckenya.org/ -

[215] Idem.

[216] Idem.

[217] Idem

[218] Idem.

[219] Idem.

[220] http://pt.wikipedia.org/wiki/Oklahoma

[221] http://www.okumc.org/page.asp?PKValue=881

[223] Idem.

[224] Idem.

[225] Idem.

[226] Idem.

[227] Idem.

[228] Idem.

[229] Idem.

[230] Idem

[233] HEITZENHATER, Richard P. Wesley e o povo chamado metodista. Editeo- Pastoral Bennett, 1996, p.266.

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