Metodistas que impactaram o mundo
Odilon Massolar Chaves
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Art. 184 do Código Penal e Lei
96710 de 19 de fevereiro de 1998.
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Revisão: Osmara Chaves Sias
e Osny Massolar Chaves Vital
Apoio Teológico: Pastora Rute Kato
-----------------
Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia
e História pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século
XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de
Teologia
Índice
·
Introdução
·
O Impacto
metodista na Inglaterra
·
Apóstolo
do metodismo na América
·
Os jovens
metodistas que impactaram o Caribe e Oceania
·
O
apóstolo de Cristo na Índia
·
A
metodista considerada a mulher ideal do século XIX
·
O
missionário que estabeleceu o metodismo em diversas nações
·
A
metodista que inspirou a criação do Dia das Mães
·
A
missionária que revolucionou a educação em Piracicaba
·
O
metodista que impactou o Rio de Janeiro
·
O
metodista que impactou o mundo
·
A vocação
metodista nos dias de hoje
Introdução
Este livro tem o propósito de retomar a visão que
Wesley tinha sobre a vocação do metodismo: reformar a nação, particularmente a
Igreja e espalhar a santidade bíblica por toda a terra.
Muitos
levaram a sério essa visão e a executaram. O próprio Wesley e os primeiros
metodistas acreditaram nela. O impacto na Inglaterra foi imenso. O mesmo
aconteceu na América e depois em outros países.
Neste
livro, mostramos o exemplo de metodistas que foram instrumentos do Senhor no
Caribe e na Oceania. Especialmente, escrevemos sobre a vida de metodistas que
impactaram nações, estados e cidades.
Nosso
objetivo é despertar os metodistas e outros cristãos para a importância da
Missão dada por Jesus – ir por todo o mundo, pregar e ensinar sobre a Boa Nova
sendo testemunha de Jesus Cristo.
É
possível ainda hoje continuar com a linha de esplendor sem fim que vem desde
Wesley. Cada um com o ministério concedido pelo Espírito Santo. É possível
fazer a diferença e ser instrumento para promover a mudança no mundo
sinalizando o Reino de Deus.
A
vocação metodista é impactar, desestruturar os alicerces das trevas e
participar na instalação do Reino de Deus.
Diversos metodistas acreditaram nesta vocação e alcançaram
seus objetivos. Alguns nem chegaram a ver os
frutos, mas foi possível cumprir esta vocação.
Este é
um sonho possível porque faz parte da vocação que Deus concedeu aos metodistas.
O
Autor
O impacto metodista na Inglaterra
John Wesley acreditava que Deus havia levantado os metodistas, para “reformar a nação, particularmente a Igreja, e para espalhar a santidade bíblica por toda a terra”. Ele próprio acreditando nesse propósito foi usado imensamente, pelo Espírito Santo para impactar a Inglaterra e o restante da Grã-Bretanha.
Wesley nasceu no dia 17 de julho de 1703 e era filho de Susana e Samuel Wesley, pastor da Igreja Anglicana. Sua mãe foi determinante na vida espiritual dos seus filhos e filhas. Chega a ser considerada a “mãe do metodismo”.
Em 1720, João Wesley foi para a Universidade, em Oxford, graças, mais uma vez, a uma bolsa concedida, agora, pela escola:
“Anualmente, a escola de Charterhouse enviava quatro de seus melhores estudantes para a Universidade com uma bolsa de quarenta libras, equivalente a 800 dólares.”[1]
Ele estudou no Christ Church College, um dos melhores estabelecimentos de cultura superior em todos os internatos que formavam a Universidade de Oxford.[2] A carreira de Wesley prosseguia brilhante. Em 1724, João Wesley se formou bacharel; no ano seguinte, foi ordenado diácono da Igreja Anglicana.[3]
Em março de 1726, recebeu sua toga de honra, do “Lincoln College”, da Universidade de Oxford. Esse título de “Fellow”, além do valor honorífico, dava-lhe uma posição de independência.[4] Entre os anos de 1727–1729, Wesley atuou como coadjutor de seu pai. Foi ordenado presbítero no dia 22 de setembro de 1728.[5]
Seu irmão Carlos Wesley, em 1729, deu início a algumas atividades religiosas com alguns colegas da Universidade de Oxford, cujo grupo seria conhecido depois como Clube Santo e metodistas.[6] Logo depois, Wesley passou a participar do grupo e assumiu a liderança.
João Wesley foi encaminhado à Geórgia como missionário voluntário, sem pagamento ou uma nomeação específica.[7] Partiram no dia 14 de outubro de 1735[8] e, em 6 de fevereiro de 1736, os irmãos Wesley chegaram à Geórgia como missionários. Essa viagem foi um marco em sua espiritualidade, pois teve a oportunidade de encontrar-se com os morávios que tiveram grande influência sobre sua vida.
Mas Wesley voltou ao seu país. Ele saiu de Savannah, dia 27 de novembro de 1737, depois de se sentir fracassado, e chegou à Inglaterra no dia 1º de fevereiro de 1738.[9]
Wesley saiu da Geórgia com amargura e desapontamento. Como ponto positivo, passou a ser mais cauteloso. Havia aprendido a conhecer, com os moravianos, a direção paternal de Deus, como também a vencer seu medo do mar. Em acréscimo conheceu muitas pessoas que, como ele, buscava a santidade e desejam servir a Deus.[10] A consciência de sua situação o levou a procurar ajuda e a se humilhar. Conheceu um moraviano chamado Pedro Bohler que lhe ensinou sobre a fé viva. Wesley disse: “(...) me surpreendeu mais e mais com a explicação que me deu a respeito dos frutos da fé viva, a santidade e a felicidade que ele afirmou acompanharem tal fé.”[11]
Os moravianos diziam que não existem graus de fé[12]. Ou você tem ou não tem fé[13]. Wesley não tinha a fé que os moravianos tinham, por isso, se julgava um incrédulo. Pedro Bohler lhe ensinou sobre a fé viva.[14]
A vida de Wesley começou a ter um novo rumo, quando ele foi sem vontade a uma reunião numa sociedade, no dia 24 de maio de 1738. No culto, alguém comentava sobre a mudança que Deus opera pela fé em Jesus.[15] Wesley assim descreveu a sua experiência, quando disse ter sentido seu coração aquecido: “(...) senti que eu agora confiava em Cristo, somente em Cristo, para salvação; e me foi dada a segurança de que Cristo havia perdoado os meus pecados, sim, os meus, e que eu estava salvo da lei do pecado e da morte.”[16]
Wesley comemorou a experiência[17] com um testemunho diante dos presentes.[18] Mais tarde, continuou no quarto de Carlos Wesley com um hino.[19] Os ensinos de seus mentores morávios se tornaram uma confissão pública.[20] Essa experiência espiritual mudou a vida espiritual de João Wesley. Ele passou a viver a fé liberta do medo e da dúvida. Segundo Reily, ele realmente recebeu esta espécie de fé no dia 24 de maio de 1738.[21]
Após a experiência, Wesley passou a pregar com toda convicção. Em 1739 a pregação de Wesley e Whitefield resultou num reavivamento entre os mineiros de carvão em Kigswood. Este reavivamento continuou sob a liderança direta de Wesley durante mais de 50 anos. Ele viajou cerca de 400.000km, por todas as partes da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda, pregando cerca de 40.000 sermões. Sua influência, também, se estendeu à América do Norte.
Wesley viveu numa Inglaterra doente. Alguns autores chegam a afirmar que a Inglaterra estava à beira de uma revolução semelhante a que aconteceu na França em 1789,[22] ou seja, três anos antes de Wesley falecer.
“Foi um século, cuja poesia não tinha romance, cuja filosofia não tinha penetração, e cujos políticos não tinham caráter; século de luz sem amor, cujos próprios méritos eram da terra, terrenos.” [23]
A influência do Metodismo teria sido vital para mudar a situação vigente na Inglaterra. Wesley não foi um reformador de estruturas e nem via o indivíduo como agente de transformação social, mas sua contribuição, dentro da visão da época, foi fundamental para mudar a situação social. Alguns se entusiasmam tanto que chegam a colocar o metodismo até como o remédio para aquela época na Inglaterra:
“O evangelho de Wesley era o remédio para aquele século enfermo. Não somente abrasou corações, esclareceu inteligências, expulsou temores, acalmou os nervos, repreendeu pecados específicos e estimulou o amor ao próximo, mas expressou-se em atos de caridade.”[24]
Uma boa parte da liderança mundial dos evangélicos considera o metodismo de Wesley como paradigma para o avivamento e como modelo de Igreja para hoje.
Oswaldo Smith, avivalista internacional, chegou a afirmar: “Como resultado de minhas leituras, estou certo de que os metodistas primitivos estavam mais próximos da experiência apostólica do que qualquer outro grupo de pessoas que conheço.”[25]
No livro Identidad Pentecostal, uma publicação do Clai (Conselho Latino
Americano de Igrejas), um pentecostal Gabriel O. Vaccaro inclui o metodismo
dentro do que ele chama de “Movimento da fé apostólica”, ao dividir, em quatro
períodos a história da Igreja:
“a)
Estabelecimento da Igreja (Período Apostólico);
b)
Apostasia da Igreja (até a idade média);
c) A
reforma da Igreja (Lutero);
d) A
Restauração da Igreja (sob Wesley).”[26]
Este autor pentecostal propõe ainda
a seguinte periodização para o desenvolvimento da história da Igreja:
“a)
Período que vai até Constantino;
b) Com os
séculos de obscuridade (que para os historiadores pentecostais chega até
Lutero);
c) A partir de Wesley, avivamento pentecostal, batismo do Espírito Santo e exercício dos Dons Espirituais na igreja.”[27]
Para ele, o metodismo é um divisor de águas na história da Igreja, especialmente, inaugurando a ação da Igreja numa perspectiva pentecostal. O bispo Roberto Mac Alister, fundador da Igreja Nova Vida, numa expressão de fé e dentro de uma idéia messiânica, chegou a falar que será um avivamento, semelhante ao do metodismo primitivo, que salvará o Brasil: “A única coisa que poderia salvar o Brasil seria um reavivamento espiritual, tal como se verificou na “Inglaterra do século 18, o que provocou uma substancial mudança na vida pública, quando uma consciência metodista mexeu com todas as camadas da sociedade, desde o padeiro até o parlamentar.”[28]
O metodismo na Inglaterra é visto por diversos autores como um modelo. Por mais que isso possa ser um triunfalismo dos metodistas, algo de extraordinário aconteceu na Inglaterra, para que David Y. Cho, pastor da Assembléia de Deus, a maior igreja local do mundo, na Coréia do Sul, chegasse a dizer: “A pregação dos irmãos Wesley salvou a Inglaterra de mergulhar numa revolução, como a que a França experimentou no século XVIII.”[29]
O país vivia num caos. Era chamada a "nação selvagem". A revolução industrial trouxe progresso, mas também proporcionou desemprego.[30] Para Edward Thompson, o metodismo trouxe contribuição ao proletariado: “Não pode haver dúvida sobre a profunda devoção de muitas comunidades da classe operária (incluindo igualmente mineiros, tecelões, operários industriais, marinheiros, ceramistas e trabalhadores rurais à Igreja metodista).”[31]
Edward Thompson afirma: “(...)
é-nos conhecido o argumento de que o metodismo foi indiretamente responsável
por um aumento na autoconfiança e capacidade de organização do operariado.”[32]
Elie Halévy afirmou: “A Inglaterra foi poupada da revolução, a que as contradições de sua política e economia poderiam ter conduzido, pela influência estabilizadora da religião evangélica, particularmente o metodismo.”[33]
Apesar de Wesley não atacar efetivamente as estruturas sociais, o avivamento metodista não foi alienante. Ele proporcionou uma ativa participação nas questões sociais, como ser solidário com os presos, escravos, meninos e meninas de rua, desempregados, viciados etc.
A influência de Wesley na Inglaterra é ainda reconhecida nos dias de hoje:
- “O grande avivalista John Wesley lutou pelas causas sociais na Inglaterra ao mesmo tempo que pregou sobre avivamento”.[34]
- “Quando perguntaram a John Wesley (um grande avivalista do século XVIII) o que era a perfeição cristã, o verdadeiro avivamento, ele respondeu: É amor ...” .[35]
- “Na Inglaterra, João Wesley foi o instrumento de Deus para mudar a história da Inglaterra”.[36]
- “Foi ouvindo esta leitura que
João Wesley entrega a sua vida a Deus e vem a se tornar o grande avivalista da
história e fundador do Metodismo”.[37]
Apóstolo
do metodismo na América
O
impacto do despertamento metodista foi imenso na América. No fim do século
XVIII, “o Metodismo tinha saltado o Atlântico e quase 65 mil norte-americanos
consideravam-se seguidores de Wesley. O crescimento do Metodismo nos Estados
Unidos mostra a rapidez com que o movimento wesleyano avançava. Em 1773, havia
1.160 metodistas arrolados nos relatórios da conferência. Em 1784, o ano da
histórica Conferência de Natal, em Baltimore, o número era 14.988. Seis anos
depois, o recenseamento mostrava que esse número havia quase quadruplicado,
chegando a 57.631. De 1773 a 1790, a população da América, aumentada pela
imigração, havia crescido 75 por cento, enquanto o número de metodistas havia
aumentado mais de 5.500 por cento”[38]
Houve um metodista que fez a diferença: Francis Asbury.
Francis Asbury (1745-1816) nasceu na Inglaterra. Era de uma família
Anglicana e durante muito tempo foi aprendiz de ferreiro. Ele e sua mãe
passaram a assistir às reuniões metodistas. A devoção de sua mãe à religião deu
a Asbury uma nova dimensão espiritual. Aos sete anos, ele já lia a Bíblia. Seus
pais abriram a casa para trabalhos religiosos envolvendo-o mais na vida
espiritual. O entusiasmo do Rev. Edward
Stillingfleet o influenciou. Aos 18 anos, ele se transformou num pregador e
viajou extensamente.[39]
Em 1771, Wesley fez um convite aos pregadores metodistas para ir à
América evangelizar e Asbury, voluntariamente, aceitou. Para viajar, foi
preciso uma “coleta” de alguns amigos, pois Asbury não tinha dinheiro. Após a
guerra da independência, em 1784, Wesley o nomeou, juntamente com Thomas Cock,
como co-superitendentes do metodismo na América.
Ele pregou cerca de 16.500 sermões e expandiu o metodismo para Tennessee
e Kentucky. Era muito organizado. “Tinha uma espantosa capacidade prática, seu
gênio de organização, sua consumidora devoção à extensão do evangelho, sua
coragem e energia infindáveis - tudo contribuiu para esta realização”[40].
Mais tarde, utilizou o termo “Bispo” para si. Organizou escolas, aos
domingos, onde as crianças foram ensinadas na leitura, escrita e aritmética[41].
Asbury veio a ser a mais importante figura no metodismo americano. A devoção
aos princípios e teologia Wesleyanos modelou o metodismo na América do Norte.
Com a volta de Cooke à Inglaterra, Asbury assumiu as rédeas do
metodismo. Ele “viajou extensamente através dos Estados Unidos, promovendo a
causa metodista e liderou a organização oficial dessa denominação em 1784. Pelo
fato de ter percorrido mais de 450 mil km, em grande parte à cavalo, ele
conheceu o interior americano melhor que qualquer um dos seus contemporâneos e
foi também o homem mais conhecido do seu tempo. Quando Asbury chegou aos
Estados Unidos, em 1771, somente quatro missionários metodistas davam
assistência à cerca de 300 pessoas. Quando ele faleceu, havia 2 mil pastores e
mais de 200 mil metodistas no país”[42].
Em 1800, teve início, com Francis Asbury, o primeiro pregador itinerante
(circuit rider), no Kentucky, o período dos reavivamentos e “camp meetings”
(reuniões campais)[43].
Ele “ultrapassou o próprio João Wesley, viajando em quarenta e cinco
anos, somente à cavalo ou andando, mais de quatrocentos e setenta mil
quilômetros, a maior parte por caminhos desertos. Atravessou as Montanhas
Alegânis mais de sessenta vezes”[44].
Enfrentou toda sorte de adversidades e doenças, como febres, úlceras,
reumatismo crônico, mas nunca desistiu. No final de sua vida, insistiu numa
viagem a Baltimore, onde haveria uma conferência, mas não resistiu e faleceu
sentado numa cadeira e reclinado num jovem pregador, que viajara com ele[45].
Francis Asbury foi chamado de “Apóstolo do metodismo na América”. Como
reconhecimento, em 1924 foi colocado sua estátua em Washington. O Presidente
dos EUA disse que ele foi um dos construtores da Nação norte-americana. Faleceu
aos 71 anos de idade,[46]
após pregar cerca de 50 anos.
Na estátua de Asbury está escrito: “Se você quiser ver os resultados de
seus trabalhos, você os encontrará em nossa civilização cristã”[47].
Veja em percentagem o grande crescimento nos EUA como fruto do trabalho
de Francis Asbury e de outros metodistas[48]:
|
1776 |
|
1850 |
|
|
Congregacionais |
20,4% |
Metodistas |
34,2% |
|
Presbiterianos |
19,0 |
Batistas |
20,5 |
|
Batistas |
16,9 |
Católicos
romanos |
13,9 |
|
Episcopais |
15,7 |
Presbiterianos |
11,6 |
|
Metodistas |
2,5 |
Congregacionais |
4,0 |
|
Católicos
romanos |
1,8 |
Episcopais |
3,5 |
O
metodismo tem uma grande quantidade de membros nos EUA. A Igreja Metodista
Unida tem cerca de 8,5 milhões. Em todos os estados norte-americanos o
metodismo está nos três primeiros lugares entre os evangélicos. Na maior parte,
está em segundo lugar. Veja a estatística em alguns estados norte-americanos:
-
Oklahoma: 32% (a maior denominação);
-
Virgínia Ocidental: 8% (a segunda denominação);
-
Arkansas: 9% (a segunda denominação);
-
Iowa: 14% (a segunda denominação);
-
Idaho: 10% (primeira, junto com a Igreja Batista);
-
Delaware: 21% (a segunda denominação);
-
Kansas: 14% (primeira, junto com a
Batista);
- Pensilvânia: 10% (primeira, junto com a Batista),[49] etc.
Hoje, o metodismo é muito predominante no meio oeste. Uma “avaliação mostrou mais igrejas metodistas nos Estados Unidos do que agências dos correios”[50].
No mundo, a família metodista de
tradição wesleyana tem 70 milhões de membros em 130 países[51].
Os jovens metodistas que
impactaram o Caribe e Oceania
1.O impacto no Caribe
Há
uma bela história do metodismo no Caribe. Tudo começou em Antigua, e depois se
espalhou por outros lugares. Hoje, especialmente, nas Ilhas Virgens Britânicas,
o metodismo é a maior Igreja. "A religião predominante é a protestante (em
todas suas variantes, a mais frequente é a metodista)."[52]
Em
1750, aproximadamente, Francis Guilbert se converteu na Inglaterra por meio de
uma das pregações de João Wesley. Francis era um jovem “playboy”, filho de um
rico colono. Seu pai possuía propriedades nas Ilhas Ocidentais, entre elas
Antigua. Seu irmão Nathanael morava na Ilha e recebeu de Francis, livros de
Wesley. Posteriormente, Nathanael foi à Inglaterra e se converteu juntamente
com outros três escravos que havia levado consigo. Quando voltaram à Antígua,
passaram a pregar o Evangelho aos outros escravos. Mais tarde, o pregador leigo
metodista e marinheiro John Baxter chegaram à Ilha, que estava sem pastor. Com
a morte de Nathanael, John passou a pastorear a Ilha e construiu o
primeiro templo metodista em 1883.[53]
54remmmmmmi“Hoje a Igreja Metodista do Caribe e nas Américas registra
aproximadamente 8.000 membros em Barbados, 5.500 em Bahamas, 900 em Costa Rica,
3.700 na Guyana, 5.000 em Haití, 2.000 em Honduras, 18.000 na Jamaica, 15.000
em Leeward e Windward, 900 no Panamá e 7.000 no Curacao- St.Kitts - Tobago -
Islas Vírgenes”[54].
O
metodismo está praticamente em todo Caribe. Nas Ilhas Virgens Britânicas tem
cerca de 45% da população, de acordo com o último censo.
Em
percentagem, temos em outros países do Caribe:
Barbados:
12%
Jamaica:
2,7%
Bahamas:
6%
Anguilla:
33%
Saint
Vincent e Grenadine: 28% [55]
2.O impacto na Oceania
Eddie Fox conta que a influência metodista na Oceania foi assim:
"Em 03 de julho de 1834 um milagre aconteceu em ‘Utui que teria um impacto
em todo o Pacífico Sul. Um grupo de fiéis cristãos metodistas reuniu-se num
campo perto da vila para jejuar e orar. Durante esta reunião de oração, as
pessoas experimentaram uma visitação pentecostal. O Espírito Santo desceu sobre
as pessoas com tal poder que toda a comunidade foi transformada. As pessoas
sentiram-se abrasadas neste “Pentecostes Tonganiano” a espalhar o evangelho
através de todo o Reino de Tonga. A igreja cresceu com uma rapidez
impressionante. Novas congregações foram estabelecidas em todo o reino.
Em
1835 tonganianos subiram em suas canoas marítimas, e o poder do Pentecostes os
empurrou 800 quilômetros a oeste para compartilhar o evangelho com seus
vizinhos nas ilhas Fiji. Um ano depois eles viajaram pelo mar 540 quilômetros
ao norte até Samoa para testemunhar o evangelho com seus antigos e ferrenhos
inimigos. Este é um dos mais notáveis fatos na história da atividade
missionária". [56]
Hoje, em Tonga, o metodismo representa cerca de 45% da população.
Já
em Samoa a Igreja Metodista tem 15%.
O apostolado de John Hunt
Jonh Hunt (1812-1848) foi determinante no estabelecimento definitivo do
metodismo nas Ilhas Fiji.
Sua vida, porém, não foi sempre devotada ao Senhor, apesar de acreditar
no poder da oração.
“Quando John Hunt era um rapaz, no início dos anos 1800, ele acreditava
que Deus ouve as orações. Ele orava para se proteger de coisas que ele sentia medo: cães,
ciganos e trovões. Quando ele ficou mais velho, desviou-se da sua fé. Sua forma
desajeitada era escarnecida. Rapazes que trabalhavam na fazenda o
tratavam como um idiota. Ele se juntou a companheiros grosseiros. Às vezes, ele prometia ao Senhor que
iria mudar, mas não mantinha sua palavra”[57].
John ficou doente. A morte
apareceu diante dos seus olhos. Ele não estava mais fazendo
promessas ao Senhor. Ele caiu de joelhos e fez
os votos de servir a Deus em qualquer lugar[58].
Depois disso, ele freqüentou a Igreja Metodista, leu a Bíblia e livros
religiosos no seu tempo livre. Amigos o incentivaram para
pregar, mas ele não estava certo disso. Ele orou, ardentemente, para saber o que Deus esperava que ele
fizesse, até sua última dúvida desaparecer.
Estudou no Wesleyan Theological Institution, em Hoxton, em1835. Embora sem nenhum treinamento, Deus o usou. Estudou à noite, de modo a não se descuidar de suas funções na fazenda[59].
Um reavivamento irrompeu em Londres. Ele
começou a pensar no trabalho missionário. A África do Sul era o seu objetivo.
Mas um apelo foi feito
para a missão nas Ilhas Fiji. Os fijians haviam sido evangelizados pelos
metodistas de Tonga, em 1835, e precisavam de apoio pastoral. Ainda havia
muitos que precisavam ser evangelizados. Solicitado diretamente para ir,
John voltou para casa muito incomodado, não por ele, mas por causa da garota
que ele esperava para casar.
Sua preocupação tinha sentido. Hanna Summers, em más condições de saúde,
teria de acompanhá-lo à África do Sul, onde uma medida de civilização
prevalecia. Mas Fiji? Os Fijians eram canibais e completamente selvagens. Ladrões e mentirosos para o
homem, eles matavam os seus doentes e velhos, as mulheres eram tratadas como
bestas de carga, roubavam sepulturas para se alimentarem, e estrangulavam as
esposas quando seus maridos morriam. Mas Hanna disse que iria[60].
O casal partiu da Inglaterra em 1838. Eles recusaram uma lucrativa oferta de permanecerem na Austrália e partiram para Fiji, onde chegaram no dia 22 de dezembro de 1838. Embora John fosse dominar o idioma em curto tempo, as conversões foram lentas. Um rei cruel os ameaçou com a morte, se fechassem as suas janelas para não sentirem o cheiro de corpos cozinhando, a uma curta distância da sua casa.[61]
John Hunt trabalhou em Rewa, Somosomo, Lakemba e Viwa (Vewa). Viajava sempre para visitar as Ilhas Fiji.
Ele trabalhou na tradução da Bíblia para a língua nativa, completando o Novo Testamento e iniciando a tradução do Antigo Testamento. Seu trabalho foi bem sucedido e ele foi fundamental na conversão do guerreiro Varani, em 1845.
“Em uma das menores ilhas, um reavivamento eclodiu. Muitas vidas foram transformadas em Fiji e rostos brilhavam com a nova esperança. Ele foi um dos homens que não descansavam muito, enquanto havia trabalho para fazer. Não se admira que ele tenha ficado doente. Os habitantes da ilha oraram por sua recuperação, oferecendo a Deus a vida de 10 deles, em troca da vida de John”[62].
Mas John Hunt morreu aos 33 anos de disenteria, em1848, e foi enterrado em Viwa. Sua esposa e filhas sobreviveram, incluindo a sua filha mais velha, Eliza-Ann, bem como a sua segunda filha, Hannah, que casou com Lewis Richings. Ele havia trabalhado com zelo apostólico e, antes de morrer, fez fervorosamente a seguinte oração: "Deus, no amor de Cristo, abençoe Fiji, salve Fiji.[63]"
E, quando lhe perguntaram, o que ele via, John disse: "Não vejo nada, mas Jesus[64]”.
A sua oração já foi respondida.
Venceu por Cristo. Todas as ilhas foram salvas. e são troféus do trabalho
missionário wesleyano. Hoje são 3100 pregadores nativos sob os cuidados de nove
missionários; são 1322 capelas e 43.339 membros e catecúmenos e mais de 42 mil
alunos nas Escolas. Fiji era uma nação de canibais e tornou-se quase uma nação
de metodistas.[65]
John Hunt impactou as Ilhas Fiji. Em 50 anos, após o seu desembarque, não houve uma
única pessoa nas ilhas que abertamente professasse a religião dos antigos[66].
Hoje a Igreja Metodista de Fiji e Vanuatu é a maior denominação cristã nas Ilhas Fiji, com 36,2% do total da população (incluindo a 66,6% da etnia indígena), no censo de 1996. Das 280.628 pessoas, identificando-se como metodistas, 261.972 são etnias indígenas, 5.432 Indo-fijianos (1,6% de todos os índios étnicos), e 13.224 são provenientes de outras comunidades étnicas[67].
O apóstolo de Cristo na Índia
Ele
marcou a história das Missões
Eli Stanley Jones (1884-1973) nasceu em Baltimore, Maryland, em 3
de janeiro de 1884 e faleceu aos 89 anos em 25 de janeiro de 1973, na Índia.
Foi
educado em escolas de Baltimore e estudou no colégio metodista Asbury
College. Em1907 foi como missionário metodista para a Índia onde esteve por
mais de 50 anos. Foi ainda missionário na China.
“E. Stanley Jones marcou a história de missões”[68] e foi considerado o missionário
extraordinário do século XX. Era casado com a metodista Mabel Lossing Jones,
que trabalhou na Índia por mais de 50 anos e foi elogiada por Gandhi por seu
método de ensino.
Stanley Jones marcou gerações, sendo inclusive, amigo de Mahatma Gandhi.
"Como amigo de Gandhi, escreveu sua biografia, a qual influenciou os
métodos pacifistas de Martin Luther King Jr"[69]. O
próprio Luther King fez esta declaração. O livro sobre Gandhi se chama
"Ghandi".
Gandhi desafiou Stanley Jones a influenciar os missionários para terem
mais respeito pelo povo indiano. Um dos
hinos que Mahatma Gandhi gostava era "Quero estar aos pés da cruz".
Stanley Jones procurava disseminar o entendimento e a paz entre as
nações. Em 1941, foi um confidente constante de Franklin D. Roosevelt e dos
líderes japoneses que tentaram evitar a guerra. Na África era chamado "O
reconciliador".
Em
1947, lançou a Cruzada para uma união federal das igrejas nos EUA.
Mesmo quem tem uma posição diferente sobre a prática cristã reconhece
seu valor e influência. Antonio Gouvêa de Mendonça, teólogo Presbiteriano
Independente, que o considerava um pregador do "revivals",
disse sobre ele: “Stanley Jones, um dos seus melhores pregadores modernos”[70].
Outros ainda falam de sua celebridade como escritor: “Rev. Stanley
Jones, missionário-evangelista da Igreja Metodista na Índia, autor dos
livros célebres "The Christ of the Indian Road" e "The Christ of
the Round Table"[71].
E mesmo líderes de movimentos sociais e espiritualistas, reconhecem seu grande ministério. José de Paiva Netto, Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, disse: “Palavras do notável professor e missionário metodista Stanley Eli Jones”[72]. Por fim, ele é reconhecido como “um dos maiores pregadores evangélicos da história”[73].
Stanley Jones ainda vive
Demonstrando a sua atualidade, um escritor disse: "Stanley Jones tem uma frase interessantíssima para os dias
atuais. Ele diz: “A preocupação é os juros antecipados que nós pagamos pelo dia
de amanhã”[74].
Seus livros estão expostos em livrarias, e no mundo virtual da Internet
são encontradas centenas de citações de seus estudos e pregações.
Um deles, bastante atual, fala sobre o convívio em um grupo cristão. Em tempos de discipulado, nada melhor ver o que ele fala, de autoria de Bárbara Helen Burns:
Regras
para um bom Ashram
“Nesta edição, gostaria de falar sobre E. Stanley Jones,
missionário metodista na Índia no século passado. Amigo pessoal de Ghandi, Jones adotou a muito bem-sucedida
estratégia missionária de grupos pequenos, chamados de ashrams. Por meio desses
grupos, ele levava as pessoas hinduístas e os novos convertidos, à reflexão, ao
conhecimento bíblico e à vida cristã em conjunto. No seu devocionário, Abundant
Living (Vida abundante), Jones coloca dezenove pontos essenciais para o
convívio de um grupo cristão: equipe missionária, igreja ou escola. Achei esses
pontos especialmente relevantes para a nossa realidade no Brasil hoje e para a
minha vida como membro de uma missão e uma escola de treinamento missionário.
Vejamos:
1. Não tentar dominar o grupo.
2. Não usar o grupo para fins pessoais ou
para seu engrandecimento (como líder, popular, amado ou capaz).
3. Tentar se colocar no lugar do outro.
4. Determinar não guardar qualquer criticismo
escondido do outro. Os membros do grupo precisam ter confiança uns nos outros e
merecer confiança.
5. Não esperar perfeição do outro.
6. Olhar para os outros, não como são, mas
como poderiam ser.
7. Resolver diferenças assim que surgem – não
deixar “para lá”.
8. Não procurar sinais de “pouco caso” ou
desprezo contra a sua pessoa.
9. Não deixar que a mesquinhez domine; ter
alvos grandes e de valor que fazem desaparecer as coisas sem importância.
10. Procurar servir aos outros em vez de ficar
defendendo seus direitos.
11. Amar as pessoas; fazer as coisas para o bem
delas.
12. Estar pronto para decidir com o grupo contra
você mesmo e sua vontade, sempre disposto a dizer “desculpe” ou “você está
certo”.
13. Se há injustiça no grupo, não colocar “panos
quentes”; endireitar a injustiça.
14. Não tentar criar comunhão no grupo com seu
esforço; trabalharam juntos para uma finalidade em comum e a comunhão virá.
15. Lembrar que somos membros uns dos outros.
16. Esperar o melhor dos outros, não o pior.
17. Ajudar as pessoas a se ajudarem a si mesmas.
Não criar dependência ou sufocar os outros com seu excesso de cuidados e
afeição.
18. Manter o poder do riso. Dar risadas de si mesmo
e das coisas que acontecem.
19. Lembrar
que o grupo em si não é a finalidade, mas, sim, o reino de Deus.
Todos nós prestamos contas ao Rei.
E. Stanley Jones marcou a história de missões com seu método de ashram,
que destaca o valor do grupo, e com os muitos livros que escreveu sobre a
intimidade com Deus, o poder e a vitória que Ele nos dá, mesmo nas situações
mais diversas. Se há intrigas, emoções e opiniões escondidas, atrás de sorrisos
e abraços, falta de tomar posição em relação às dificuldades que surgem, ou até
fofocas destrutivas, estamos em apuros.
Somos mais que um ashram. Somos o povo, a ekklesia de Deus. Somos servos
exclusivamente do Senhor e, assim como Paulo, em Filipenses 2.1-11, devemos,
com humildade, colocar o outro na frente, edificar o outro e amar o outro, a
ponto de servi-lo com sacrifício de si mesmo"[75].
Stanley Jones fundou o primeiro Asham, em 1930, e sabia do seu perigo,
pois ele podia tornar-se uma seita, por seus membros se considerarem mais
santos do que os outros. Mas ele estava atento a esse perigo.
Citações
sobre suas obras e pregações
Muitos autores, pregadores, leigos e diferentes
líderes citam seus pensamentos e mensagens. Entre elas, destacamos apenas
algumas retiradas do mundo virtual da Internet:
Sobre o amor e a discriminação
“Alguém disse que os homens podem ser levados a aceitar o
evangelho muito mais facilmente, se tivermos uma postura de amor para com
eles. Stanley Jones, um dos maiores pregadores evangélicos da história
ilustra esse conceito com um relato que o tocou, profundamente. Certa vez ele
surpreendeu-se com a presença de um indu num de seus retiros espirituais.
Perguntou, então, o que o levara até o local.
- Sabe por que vim? Há muitos anos
quando eu era menino, nós atormentamos um missionário que estava distribuindo
folhetos em um bazar. Jogamos tomates nele. O missionário enxugou do seu rosto
o caldo dos tomates e então, convidou-nos para irmos a uma confeitaria, onde
comprou-nos doces. Eu vi o amor de Cristo naquele dia. E por isto estou aqui”[76].
Stanley Jones disse: “A carga que conduzimos com amor sempre se torna leve[77].”
Sobre Jesus
Jesus, o grande Amigo que não abandona o amigo no meio do caminho, ... pensava o notável professor e missionário metodista Eli Stanley Jones (1884-1973).[78]
Sobre a Ética e moral
"O Dr. E. Stanley Jones declara que o primeiro nome dos
cristãos foi “aqueles que pertenciam ao Caminho” (Actos 9:2; 19:23; 24:22). É
claro que a referência é ao caminho da salvação, mas Stanley Jones amplia a ideia,
levando-a a significar o caminho de Deus, o modo certo para tudo – o modo de
pensar, sentir e agir. É o modo que Deus escreveu na natureza de todas as
coisas no Universo, de maneira que a vida se reduz a duas alternativas básicas:
aquilo que é o Caminho e aquilo que não é o Caminho. E o caminho cristão sempre
é o caminho certo, e o caminho não cristão, sempre é o caminho errado."[79]
Sobre a religião e o Evangelho
“Religião é a busca do homem a Deus, por isso há muitas religiões. Mas o
Evangelho é Deus buscando o homem, por isso só há um Evangelho.” (Disse Stanley
Jones)."[80]
Sobre a Igreja
“Isso me lembra uma palavra de Stanley Jones quando disse: “A
Igreja está cheia de pessoas vazias.”[81]
Sobre ser cristão
“É maravilhoso ser cristão, mas não é maravilhoso ser apenas
religioso. Stanley Jones." [82]
Sobre a caridade
“Não adianta fazer caridade, mitigar a fome e a sede físicas, se
falharmos no aspecto fundamental do cristianismo, que é salvar vidas com o
poder do céu e a água da vida, Jesus Cristo (Stanley Jones)." [83]
Sobre a fé
"Não tenho fé na minha fé; tenho fé em Cristo. E. Stanley
Jones"[84].
“Pequena fé levará a nossa alma ao céu; grande fé trará o Céu à
nossa alma, Stanley Jones."[85]
Sobre a Vitória
"Por fim, cito as palavras de Stanley Jones: Nosso evangelho não
termina num cadáver, mas num Conquistador; não numa tumba, mas numa vitória”
(Colégio Presbiteriano Mackensie).[86]
Sobre a Disciplina
"A disciplina não é algo que torna uma pessoa não natural ou
atarraxada. Ela significa que as forças da vida são forças aparelhadas,
dirigidas e com propósito definido. São dirigidas para os propósitos de Deus.
São forças disciplinadas (Stanley Jones)". Ricardo Wesley M. Borges,
ex-Secretário Geral da ABUB.[87]
Sobre se render a Cristo
"E. Stanley Jones disse: Se você não se rende a Cristo, se rende ao
caos!.”[88]
Sobre o Evangelho
"Deus não se curvou à nossa pressa nervosa, nem adotou os métodos
de nossa era ..... é Deus buscando o homem, por isso só há um Evangelho.
(Stanley Jones)."[89]
Sobre Gandhi
"Ainda nos dias da Faculdade de Teologia, ouvi conferência do
missionário metodista Stanley Jones, que atuou na Índia por vários anos. Ele
conheceu Gandhi de perto, freqüentou o seu “Ashram” (lugar de retiro
espiritual) e a todos surpreendeu quando afirmou ter ouvido do líder hindu a
seguinte declaração: “Amo o vosso Cristo, mas desprezo o vosso cristianismo.”[90]
Sobre o dom do Espírito
"O dom do Espírito é para todos, mas os
dons do Espírito, ele divide entre as pessoas, a cada uma, conforme lhe apraz –
E. Stanley Jones."[91]
O
Cavaleiro do Reino de Deus
Um dos textos mais citados de Stanley Jones fala sobre a necessidade do
Pentecostes:
“Não vejo nada, absolutamente nada, que possa tirar a Igreja de trás das
portas trancadas senão um Pentecoste. Podeis aumentar a beleza do seu ritual,
melhorar a qualidade e a quantidade de sua educação religiosa; elevar o padrão
e as qualificações do seu ministério ao mais alto grau; despejar dinheiro a
mancheias nos seus gazofilácios, dar-lhe, enfim, tudo, tudo menos esta única
coisa que o Pentecoste dá, e estareis apenas ornamentando um cadáver. Até que
este fato sagrado se dê, a pregação é simples preleção, a oração é apenas
repetição de fórmulas, os cultos deixam de ser culto, tudo não passa de
atividade terrena, circunscrita, inadequada, morta"[92].
Stanley Jones ainda vive e ainda fala hoje. Seu reconhecimento vem de
toda parte. Uma vida que inspira a todos nós ainda hoje.
Pelo menos, duas vezes, Stanley Jones esteve no Brasil, na década de 20
e 60. Em Campinas, "dia 13 de julho de 1928 o Curso teve o prazer de uma
visita do Rev. Stanley Jones, missionário-evangelista da Igreja Metodista na
Índia"[93].Na
década de sessenta, esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo em um Ministerial
da Igreja Metodista.
Seu livro Jesus é Senhor é
resultado das suas palestras no Brasil. Duncan A. Reily disse: " (...)
onde efetuou extraordinários movimentos de evangelização e avivamento
espiritual"[94].
Stanley Jones pregou mais de 60 mil sermões e escreveu 28 livros,
os mais conhecidos no Brasil foram: "Jesus é Senhor";
"Cristo e o sofrimento humano"; "O Caminho"; "A
Conversão"; "O Cristo de todos os caminhos"; "Quando a
tristeza chega" etc.
Seu último livro foi A Resposta
Divina, escrito depois dele ter tido um derrame, aos 88 anos. Mesmo tendo
tido seus movimentos, visão, voz e audição muito prejudicadas, ele ainda voltou
à Índia e pregou mesmo assim, mais de 50 vezes.
Amou tanto o trabalho missionário que, em 1928, foi eleito Bispo
metodista, por 24 horas, em Kansas. Contudo, ele disse: "Minha alegria
voltou quando renunciei, pois fui chamado por Deus para ser evangelista e
missionário"[95].
Foi considerado o "Billy Graham da Índia". Foi o fundador do
movimento cristão do Ashram.
No reconhecimento do seu valor chegou-se a colocar para ele um
título: “Stanley Jones, o grande missionário protestante, conhecido como
"o cavaleiro do Reino de Deus"[96].
Ele também foi chamado do "Apóstolo de Cristo na Índia" e
chegou a ser indicado, algumas vezes, para ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Ele
foi, acima de tudo, um servo do Senhor que precisa ser conhecido pelas novas
gerações.
A metodista considerada a mulher ideal do século XIX
Lucy Ware Webb Hayes nasceu em
Chillicothe, Ohio, em 23 de agosto de 1831 e marcou uma época na nação
norte-americana. Era filha de James Webb e Maria Cook Webb, e
irmã mais velha de James e Joseph. O pai de Lucy era médico
em Lexington, Kentucky. Era uma família progressista, metodistas devotos.
Ela
e sua família eram altamente oponentes da escravidão. Após receber como herança
15 a 20 escravos de sua tia, Dr. Webb retornou à casa de sua família para
libertá-los. Após libertar os escravos, ele trabalhou arduamente para
cuidar dos escravos que estavam sofrendo de uma epidemia de cólera. Apesar dos
seus esforços, Dr. Webb perdeu seus pais e um irmão, e ele próprio morreu de
cólera. Lucy tinha dois anos de idade, quando ele morreu. Quando um amigo
da família incentivou Mrs. Webb a vender estes escravos, depois da morte
do seu marido, ela estava forte em sua convicção de que ela poderia “absorver a
lavagem” para sustentar sua família antes de vender os escravos. Então eles
viveram perto de sua família em Chillicothe, Ohio[97].
Sua educação
Lucy frequentou a escola elementar em Chillicothe. Em 1844, sua família
mudou-se para Delaware, Ohio, para ficar perto de seus irmãos que frequentavam
a recentemente formada Universidade Wesleyana de Ohio. Ambos se tornaram
médicos. Embora às mulheres não era permitido estudar na Universidade
Wesleyana, Lucy teve a permissão de freqüentar classes de um departamento
preparatório, ganhando poucos créditos na divisão do colegiado.[98] Sua
mãe se preocupava com que ela poderia ser forçada a casar com um novo ministro
metodista. Então em 1847, ela inscreveu Lucy numa das poucas faculdades dos
Estados Unidos que garantia graduação para mulheres – Faculdade Feminina
Wesleyana de Cincinnati. Lucy tinha 16 anos. Ela se sobressaiu, tornando-se membro do altamente respeitado
Liceu de Jovens Senhoras, durante seu último ano, graduando-se em 1850.[99]
A amada
pelo povo norte-americano
Lucy casou-se em 30 de dezembro de 1852 com Rutherford Birchard Hayes[100]
(1822 - 1893), um metodista, que veio a ser presidente dos EUA. Ele,
inicialmente, estudou na Academia Metodista de Norwalk, OH[101].
Ela foi a primeira esposa de presidente a ser chamada “primeira dama.”
Ao contrário de suas predecessoras, era extremamente popular e amada pelo povo
americano. Era inteligente e a primeira esposa presidencial a ter educação
universitária[102]. O
público americano amou-a pela sua maneira fácil de lidar com o povo. Como
primeira dama, ela atuava com seu marido, compartilhando de seus interesses
sobre política e sobre o povo. Um repórter disse com sarcasmo que quando ela
fizesse uma viagem sem seu marido, o presidente Hayes seria o “presidente
interino” em sua ausência.
Lucy e Rutherford tiveram oito
filhos, sendo que três morreram na infância: Birchard Austin (1853-1926), Webb
Cook (1856-1934), Rutherford Platt (1858-1927), Joseph Thompson (1861-1863),
George Crook (1864-1866), Frances "Fanny" (1867-1950), Scott Russell
(1871-1923), and Manning Force (1873-1874).[103]
Lucy e Rutherford eram parceiros, respeitando os
ideais e objetivos de cada um. Ao praticar a lei em Cincinnati, ele foi
influenciado pelos sentimentos dela contra a escravidão e defendeu a fuga dos
escravos que tinham cruzado o rio em Ohio. Quando a guerra civil eclodiu, o
entusiasmo de Lucy incentivou Rutherford a alistar-se como um major na vigésima
terceira infantaria voluntária de Ohio. Ele tinha quase 40 anos e os três
filhos pequenos. O irmão Joe, de Lucy, se juntou também ao regimento de Ohio como
cirurgião. Tão freqüente quanto era possível e seguro, Lucy visitava Rutherford
no campo, acampando, às vezes, do lado de fora, com sua mãe e crianças, e
ajudando seu irmão a cuidar dos doentes e feridos.
Durante a guerra, Lucy encontrava tempo de visitar hospitais e de se
corresponder com seu marido. “Ganhou o nome oficial de ‘mãe Lucy” dos homens da
23ª Infantaria Voluntária de Ohio que serviu sob o comando de seu marido na
guerra”.[104]
O interesse de Lucy na carreira do seu marido e a confiança em sua
habilidade não somente incentivaram-no como um soldado, mas como um
congressista, um governador de Ohio, e finalmente, como presidente dos Estados
Unidos.
Lucy acompanhava seu esposo, frequentemente, em visitas às
prisões, em instituições de correção para meninos e meninas, e em hospitais
para os doentes mentais, surdos e mudos. Ficou satisfeita, particularmente, em
estabelecer uma casa para soldados órfãos sem nenhum sustento do estado.
Finalmente, a casa tornou-se uma instituição do estado em 1870, com Lucy
exercendo pressão sobre amigos do Senado para ter a casa aprovada durante a
controvérsia.[105]
Durante os dois períodos de governo de Rutherford, Lucy começou a
desempenhar seu papel como anfitriã, entretendo e alojando amigos e visitantes
políticos, em suas casas alugadas perto da capital. Em agosto de 1873, nasceu
seu oitavo filho e último, semanas antes de completar 47 anos.
Infelizmente, este filho, como seus dois irmãos gerados durante a guerra, não
sobreviveu, após dois anos de idade.[106]
As esposas presidenciais não tiveram equipes de funcionários até então,
mas Lucy convidou sobrinhas, primos e filhas dos amigos, para ajudá-la com
deveres sociais.
Durante seu tempo como primeira dama, de 1877 a 1881, foi amada por sua
equipe de funcionários e visitantes, igualmente.
Seu marido disse que ela “odiou” jantares formais do estado, e que se
sentia confortável em recolhimentos informais. Embora muito provável em uma
decisão comum, Lucy ganhou o nome infeliz de “Lucy limonada” conhecida pela sua
decisão de não servir álcool na Casa Branca[107] (embora
o apelido, aparentemente, não veio à tona até estarem fora da Casa Branca).
Lucy modernizou a Casa Branca, ao introduzir o primeiro telefone.[108]
Ela
continuou a trabalhar em benefício dos veteranos, do bem-estar do americano
nativo, da reabilitação do sul, e dos jovens enquanto esteve na Casa Branca.
Foi aclamada a mais conhecida e popular esposa de Presidente que o país já conheceu.
A
Metodista
Como membro da Igreja Metodista Episcopal[109], Lucy frequentou
a Faculdade Feminina Wesleyana de Cincinnati e o Departamento preparatório da Universidade
Wesleyana em Ohio[110] e,
mais tarde, foi persuadida a servir como presidente nacional da recentemente
formada Sociedade Missionária Casa das Mulheres da Igreja Metodista, onde
trabalhou para melhorar a condição das mulheres pobres e desamparadas. Ela foi
a primeira presidente.[111]
Lucy morreu aos 58 anos, enquanto dormia, na manhã de 25 de junho de
1889, em Fremont, Ohio.[112] Pela
sua morte, as bandeiras dos Estados Unidos foram abaixadas, à metade do mastro,
em honra de: “a mulher mais adorada na América.”[113]
Seu
esposo havia escrito para Lucy, quando tinha 48 anos: "Minha vida com você
tem sido tão feliz—tão vitoriosa—tão além do que a razão pode prever, que eu
penso em você com tanta amorosa gratidão que não sei como expressá-la”.[114]
Seu filho Webb escreveu: "Minha mãe foi tudo o que uma mãe poderia
ser e muito mais, ela foi a companheira mais alegre e louvável”. [115]
Foi
considerada a mulher ideal do 19º século.
A metodista que inspirou a
criação do Dia das Mães
Anna
Maria Reeves Jarvis, a mãe
Anna Maria Reeves Jarvis
(1832-1905) viveu em Webster, Virgínia ocidental. Era uma metodista solidária
com o próximo. Anna chegou em West Virginia, aos onze anos de idade. Na época,
seu pai, reverendo Josiah W. Reeves, era um ministro da Igreja Metodista[116].
Sua visão social
Durante o ano de 1850, trabalhou
para organizar diversos "clubes do trabalho do dia das mães". Ela
organizou uma série de clubes de trabalho das mães em Webster, em Grafton, em
Fetterman, em Pruntytown, e em Philipp, para melhorar a saúde e circunstâncias
sanitárias, devido à elevada taxa de mortalidade infantil. Entre outros
serviços, os clubes levantaram dinheiro para medicina, e contrataram mulheres a
fim de trabalharem a serviço das famílias em que as mães sofriam de tuberculose[117].
Em 1860, médicos locais apoiaram
a formação de clubes de outras cidades.[118] O
espírito de solidariedade de Anna Jarvis era imenso e prático. “Durante a
guerra civil americana, organizou mulheres para atender às necessidades dos
feridos de ambos os lados”.[119]
Anna Jarvis segue a linha
wesleyana de obras de misericórdia – visitar aos presos, alimentar aos
famintos, vestis os nus etc. Ela antecipou-se ao Evangelho Social, que surgiu
com força no final do século XIX, especialmente com Walter Rauschenbusch (1861-1918)
e Washington Gladden (1836-1918). Eles se opuseram a idéia de que a Igreja
deveria se concentrar somente nas questões espirituais.[120] Alguns
dos aspectos institucionais do evangelho social são os serviços sociais,
educativos, recreativos durante a semana
e centros sociais[121].
Ela era uma pacifista e sua visão era auxiliar
nas necessidades do próximo. Anna incentivou os clubes a declararem
neutralidade na guerra civil norte-americana, e assim, todos ajudarem, tanto
aos confederados, como aos soldados da União. No tempo da guerra civil, ela
organizou clube de mães para ajudar aos soldados feridos, e os alimentava e
vestia. Perto do fim da guerra, a família mudou-se para Grafton[122].
Após a guerra, Anna Jarvis
procurou conciliar as famílias divididas pelo conflito[123].
Jarvis conseguiu preservar um
elemento de paz em uma comunidade dilacerada por divergências políticas.
Durante a guerra, trabalhou incansavelmente, não obstante o drama pessoal de
perder quatro dos seus filhos com doenças. Ao todo, oito das suas 12 crianças
morreram antes de completarem a vida adulta[124].
A vida de Anna Reeves Jarvis
sempre foi em torno da Igreja Metodista. Sob a liderança de seu esposo,
Granville, o templo da Igreja Metodista foi construído em Grafton e dedicado em
1873. Ela ensinou na Escola Dominical da igreja pelos 25 anos seguintes.[125]
Anna Maria Jarvis, a filha
A idealizadora do “Dia das Mães”,
Anna M Jarvis (1864-1948), nasceu em Webster, West Virginia, nos E.U.A., no dia
1º de maio de 1864. Era filha de e Granville E. Jarvis Anna Reeves Jarvis[126].
Anna Jarvis, a filha,
recebeu educação primária em Grafton, West Virgínia e completou seus estudos
secundários e superiores na Faculdade Feminina de Augusta, no estado de
Virginia, em 1881. Fez, a seguir, uma série de estudos especiais que incluíram
Literatura inglesa, Psicologia, Filosofia, Latim, Alemão, Matemática e Música.
Após estes estudos, regressou a Grafton, onde foi nomeada professora da Escola
Estadual, lecionando por sete anos seguidos[127].
A
concretização da ideia
Em princípios de 1900, Anna
Jarvis e sua família transferem residência para Filadélfia, onde sua mãe
faleceu, a 09 de maio de 1905 e seu pai, a 31 de dezembro de 1905. Com a morte
de sua mãe, tão próxima a do pai, Anna Jarvis sofreu muitíssimo, pois, desde
menina, era conhecida como raro exemplo de amor filial.
Anna Jarvis, aos doze anos, escutou uma singela oração de sua mãe, na conclusão
da lição sobre “Mães da Bíblia”: “Eu espero que alguém, algum dia, irá
encontrar o dia memorial das mães, homenageando-as pelos seus incomparáveis
serviços que prestaram à humanidade, em cada campo da vida. Elas têm direito a
ele.”[128]
Foi no segundo domingo de maio de 1907, que se realizou a primeira celebração
do “Dia das Mães”, em uma reunião privada, em homenagem à mãe de Anna Jarvis.
Entretanto, a primeira celebração pública deu-se a 10 de maio de 1908, conforme
consta da placa comemorativa, que se encontra na Igreja Metodista de Grafton,
West Virgínia. Eis a inscrição ali existente: “Igreja Metodista Episcopal de
Andrews – Igreja mãe do ‘Dia das Mães’ – Primeira celebração do ‘Dia das Mães’,
10 de maio de 1908 – Fundadora: Anna Jarvis – Ministro: Dr. H.C. Howard – Supte
da Escola Dominical: L.L. Loar.”[129]
Oficialização
Em maio de 1910, o Governador do estado de
West Virgínia, William E. Glasscock, decretou a primeira comemoração oficial do
“Dia das Mães”, e em maio de 1914, por proposta do deputado Heflin, de Alabama,
e do senador Sheppard, de Texas, o “Dia das Mães” foi incluído no calendário
federal dos Estados Unidos. O decreto foi assinado pelo Presidente Woodrow
Wilson, na presença de Anna Jarvis, do Secretário de Estado William Jennings
Bryan e daqueles parlamentares[130].
Entre outras resoluções, diz o decreto: “No segundo Domingo do mês de
maio, a bandeira nacional deverá flutuar em todos os edifícios governamentais
dos Estados Unidos e suas possessões”. O deputado Heflin disse, no ato: “Nunca
uma bandeira nacional foi usada para festejar tão bela quanto sagrada
comemoração, Mães da América.”[131]
Não
passou muito tempo e a data foi aceita pela maioria dos povos cristãos, vindo a
cumprir-se, dessa forma, o sonho de Anna Jarvis.
Museu Anna Jarvis
O museu do local de nascimento de Anna Jarvis
fica situado quatro milhas ao sul de Grafton, em Webster, Virgínia ocidental[132].
A oficialização no Brasil
No Brasil, coube à Associação
Cristã de Moços introduzir a comemoração do “Dia das Mães”. Em São Paulo, a
data foi celebrada, também, por iniciativa da A.C.M. em maio de 1921[133].
A oficialização do “Dia das Mães”, no
Brasil, partiu da iniciativa da Sra. Alice de Toledo Tibiriçá, que na qualidade
de presidente do 2º congresso internacional Feminista, em junho de 1931, se
dirigiu ao então chefe do Governo Provisório, Sr. Getúlio Vargas, nos seguintes
termos:
“As
mulheres do Brasil, reunidas por um alto ideal de confraternização feminina,
para trabalhar pelo progresso do país e
da sociedade, desejam homenagear as mães brasileiras – o maior fator de nosso
aperfeiçoamento moral – pedindo através desta mensagem a oficialização do “Dia
das Mães”, no segundo Domingo mês de maio, a exemplo do que já se fez nos
Estados Unidos da América do Norte.”
Mais
tarde, uma comissão do Congresso Feminista visitou o chefe do Governo
Provisório, reforçando o pedido feito, através da mensagem transcrita[134].
Atendendo
àquela solicitação, o Governo Provisório promulgou o decreto n.º 21366, de 5
maio de 1932, instituindo oficialmente o “Dia das Mães”, no segundo Domingo de
maio[135].
Ampliam-se as comemorações
Em 1947, por determinação do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime
Câmara, o “Dia das Mães”, no segundo Domingo do mês de maio, foi incluído no
calendário oficial da igreja Católica.[136]
O
gesto do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro foi recebido com viva simpatia
pelos círculos religiosos e sociais do país. Daí para cá, vem intensificando-se
as comemorações em torno do “Dia das Mães”, destacando-se, entre elas, as
organizadas pela confederação das famílias Cristãs, Rotary Club, SESI, SESC e
outros. Pouco a pouco foi germinando a semente lançada entre nós pela
Associação Cristã de Moços. Hoje, graças à compreensão de todos os cristãos, acima
de credos e divisões eclesiásticas, o “Dia das Mães” é uma realidade no Brasil[137].
A
tradição dos cravos
Partiu de Anna Jarvis, também, a delicada
idéia dos dois cravos: vermelho e branco.
Ficou estabelecido que os filhos cujas mães estivessem vivas deveriam
apresentar-se com um cravo vermelho na lapela e aqueles que fossem órfãos, um
cravo branco. A sugestão foi bem
acolhida e generalizou-se imediatamente.[138]
Objetivo
do Dia das Mães
Disse Anna Jarvis sobre o objetivo do Dia das Mães, em um telegrama
enviado ao Sr. L. L. Loar: “(...) Para reavivar o dormente amor filial e a
gratidão que devemos àquela que nos deu o nascimento. Para reunir os ausentes.
Para anular as desavenças familiares. Para criar um vínculo de fraternidade
através do uso de um crachá floral. Para nos tornar melhores crianças junto ao
coração de nossas mães. Para iluminar a vida de boas mães. Para que elas saibam
que nós as apreciamos, embora não mostremos tão frequentemente como
deveríamos...
O dia das mães é para lembrar nosso dever antes que seja tarde demais. A intenção desse dia é para que possamos fazer novas decisões para um pensamento mais ativo em relação às nossas queridas mães.
Pelas palavras, presentes, atos de
afeto, e de todas as maneiras possíveis, dar-lhe prazer, e tornar seu coração
feliz todos os dias, e manter constantemente na memória o dia das Mães; quando
você tomou essa decisão não esqueça nem negligencie sua querida mãe, se ela
estiver ausente de casa, escreva sempre para ela, diga para ela suas nobres e
boas qualidades e como você a ama. O amor de mãe é novo todos os dias.”[139]
O missionário que estabeleceu o metodismo em diversas nações
A família Lambuth teve um papel, excepcionalmente, importante, na
história do metodismo, como ministros e missionários. Os metodistas de
Mississippi têm um reconhecimento, muito especial, a essa família
extraordinária, cuja influência foi sentida desde meados de 1800:
|
Rev. William Lambuth
(1765-1837). Missionário em Kentucky e Tennessee. Rev. William Lambuth III,
. Membro da Conferência de Kentucky. Rev. John Russell Lambuth
(1801-1892). Missionário do Alabama e Louisiana, pastor em Mississippi. Rev. James William
Lambuth (1830-1892). Missionário na China e Japão. Mrs. J. W. Lambuth (
-1904). Missionário na China e Japão. Rev.
John Wesley Lambuth ( - 1882). Igreja de Pearl River. Rev. Robert Wilkins Lambuth ( -1867). Pastor, Conferência de
Mississippi. Rev. Walter Russell Thornton Lambuth (1854-1921). Missionário e Bispo Dr. William Hector Park (
- 1927). Medico Missionário no Japão e China. Mrs.
Nora Lambuth Park (1863-1949). Missionária . Mrs. Nettie Craig Lambuth Lewis (-1965) Missionária na China. Rev.
Dwight Lamar Sherertz. Educador missionário na China. Mrs.
Mary Margarita Park Sherertz (1889- ). Missionária na China. Rev. William Hector
Sherertz. Membro da Conferência Metodista de Ohio [140]. |
Nos arquivos da Igreja Metodista do Mississipi há um histórico da
família Lambuth. Nele está registrado que "J.W. Lambuth (originalmente
Lambeth) veio da Inglaterra à América e estabeleceu-se em Virgínia.
William realizou o ministério metodista servindo primeiramente em
Virgínia, depois em Kentucky e em Tennessee como um missionário aos Indianos.
Casou-se com Crenshaw, e estabeleceu-se em Fountainhead, Tennessee, até sua
morte, em 1837, deixando três filhos e pelo menos uma filha. Um filho, John
Russell Lambuth, transformou-se num ministro metodista, em Mississippi em 1821.
Serviu em Louisiana e Alabama. John Russell casou-se com Nancy Kilpatrick no
condado de Clarke, Alabama, indo para Mississippi em 1843 onde se estabeleceu
com sua família, no condado de Madison, não longe de Natchez. Havia oito
crianças na família: Alexander Drake, James William, John Wesley, Robert
Wilkins, Mary Elizabeth, Jennie, Bascom e Nancy. Logo depois disso a mãe Nancy
faleceu.
O Rev. John R. Lambuth casou-se outra vez,
dois anos mais tarde, com Laura Terry que era mãe de seis crianças: Califórnia,
Florença, Henry, Clara, Laura e um menino.
James William Lambuth, segundo filho, graduado na primeira classe na Universidade de Mississippi, em 1851, transformou-se em ministro metodista. Serviu um ano como pastor do circuito de Vernon, e se casou, em 10 de outubro de 1853, com Mary Isabella McClellan. Ofereceu-se, no mesmo ano, para ser missionário na China e Shanghai em 1854. J.W. e Mary serviram, durante quarenta anos, como missionários na China e no Japão. J.W. morreu em 1892 e foi enterrado em Kobe, Japão. A Sra. Lambuth viveu, diversos anos mais, e foi enterrada na China. J.W. e Mary eram pais de quatro crianças: Walter Russell, Nettie, Nora e Robert. Durante uma visita no retorno a Mississippi durante a guerra civil, a família permaneceu no condado de Madison por dois anos, atendendo à igreja do Rio da Pérola. A filha Nettie morreu durante esta estada e foi enterrada no cemitério do Rio da Pérola. A família retornou à China".[141]
A
história de Mary Lambuth
A
história de Mary Lambuth também é linda. Ela era uma professora que saiu de
Nova York para Mississipi. A história é contada assim:
"Há mais de cem anos, uma professora da escola de Mississippi foi
movida profundamente por um sermão missionário. Pôs cinco dólares e uma nota na
cesta. A nota dizia: “Eu dou cinco dólares e eu mesma.” Seu nome era Mary I.
McClellan. Algum tempo mais tarde, em 20 de outubro de 1853, casou-se com o
pastor metodista William James Lambuth"[142], e foi
como missionária à China.
Depois de uma viagem de seis meses, William e Mary chegaram à China.
Dois meses depois, nasceu Walter Lambuth.
A
formação e missão de Walter Lambuth
"Walter Russell Lambuth (10/11/1854 – 26/09/ 1921), filho de
James William Lambuth e de Mary Isabella McClellan, nasceu em Shanghai,
China, e foi enviado a seus parentes em Tennessee e em Mississippi, para sua
instrução. Graduou-se no Emory e Faculdade do Henry, em 1875, e em Teologia, e
Medicina, na Universidade de Vanderbilt. Ordenado em Tennessee, na Igreja
Metodista, retornou à China, como um missionário médico" [143].
"Na sua volta à China, em 1877, como missionário da Igreja
Metodista Episcopal do Sul, uma das primeiras realizações do jovem médico foi a
abertura de um refúgio do ópio em Changai, dando início ao combate contra a
terrível desgraça do ópio"[144].
No
Japão, ele teve uma experiência forte com o Espírito Santo, num período de
opressão em que a Igreja passava. “Dentro do território marcado, no princípio o
Dr. Lambuth viajava quase incessantemente. Nós o encontramos em Hiroshima,
agora em Kobe, numa série de conferências de avivamento, em Tadotsu, em Oita,
cinco vezes durante o ano, e uma vez dirigindo uma série de conferências, agora
em Uwajima, Matsuyama, Takushimi e Osaka. O modo de viajar não era o mesmo que
nos Estados Unidos.
Houve um avivamento religioso, todo especial, na cidade de Oita, em maio
de 1890. O trabalho evangélico estava sendo perseguido fortemente, e corria o
mesmo perigo que a Igreja Católica Romana correu anos atrás, quando foi
exterminada. A perseguição humilhou os crentes e os obreiros. Entregaram-se à
oração, buscando o poder lá do alto sobre eles e sua obra. Deus foi propício e
derramou o seu Espírito Santo, abundantemente, sobre os seus serviços; mas não
foi a primeira vez. Antes mesmo da chegada do Dr. Lambuth e dois dos seus
colegas de trabalho, os Drs. Yoshioko e H. Nakamura, já o Espírito Santo se
havia manifestado no meio da Igreja na cidade de Oita.
O
Dr. Wainright era o pregador no cargo e sentia a força da perseguição, e o Dr.
Walter Lambuth, como superintendente da Missão, sentia uma grande
responsabilidade em dirigir o trabalho. Nessas condições, ambos se entregaram à
oração constantemente. Vamos deixar o Dr. Wainright contar o que se deu numa
reunião de oração: “Não estamos bem certos se teria sido o último dia do ano ou
dois ou três dias mais cedo. Na véspera de um culto que tinha sido anunciado à
noite para a congregação, quatro de nós ajoelharam em oração no meu quarto, às
4 horas da tarde, a saber: W. R. Lambuth, Y. Yoshioka, H. Nakamura e eu. Depois
de passarem algum tempo ajoelhados e enquanto o Dr. Lambuth estava orando, uma
coisa estranha se deu. Enquanto orava deliberadamente, de repente a sua voz
começou a enfraquecer gradualmente até que não se pode mais ouvir. Entendemos
pela sua linguagem que sentia a presença de Deus de maneira excepcional. Ele
rogava a Deus que fosse livre da opressão que as suas forças não mais podiam
agüentar. O que o perturbou e o amedrontou foi a percepção de que Deus lhe
estava perto e misteriosamente visível. A falta de suas forças, que nos poderia
ter alarmado, não nos causou qualquer perturbação e ao mesmo tempo parecia que
a sua vida estava desaparecendo. Quando a sua voz ficou fraca até ao ponto de
desaparecer, ele começou a invocar o nome de Jesus, pedindo-lhe que ficasse
entre ele e a presença real de Deus. Este apelo foi atendido, pois logo em
seguida começou a voltar a si tendo uma visão clara da aproximação de Cristo.
Foi nesse ponto que principiou a recuperar as forças e que uma onda espiritual
passou pela sala. Os fardos que tinham pesado sobre nós por meses
desapareceram. Os nossos espíritos ficaram libertos e a nossa alegria era tanta
que não sabíamos se estávamos no corpo ou fora do corpo. O tempo ia passando e
antes de levantar os nossos joelhos a empregada veio nos chamar para jantar. Se
não me engano ninguém atendeu a chamada para o jantar. Essa nossa experiência
foi tão viva e tão cheia de gozo que não nos lembrávamos de qualquer outra
coisa. Todos os cenáculos não se acham somente em Jerusalém, mas lá naquele
lugar distante, Deus tinha derramado o
seu Espírito sobre nós como fez sobre os apóstolos, no princípio.
A reunião que logo em seguida se realizou no salão de cultos foi
caracterizada pela manifestação do poder do Espírito Santo sobre o povo. Muitas
pessoas se converteram nessa ocasião. Desse dia em diante a causa de Cristo
prosperou na cidade de Oita. Foi uma grande vitória para a causa do
Mestre"[145].
Retornou à América na função de todo o trabalho missionário como
Secretário da Sociedade Missionária, em 1904. Lambuth foi eleito
Bispo para o sul, em 1910 e designado ao Brasil.
Serviu à causa ecumênica incluindo a participação na Conferência de
Edimburgo, em 1910.
Foi
nomeado como bispo para o Brasil, onde chegou, em 1910. "Aqui realizou a
Conferência Brasileira em Ribeirão Preto, em 28 de julho, e foi à primeira
Conferência Anual presidida pelo Bispo Lambuth. Durante quatro anos não deixou
de visitar o Brasil, de ano em ano. Os irmãos não podiam deixar de ficar
impressionados com o espírito fraternal e abnegado que o caracterizava. Era
tolerante e clemente, mas firme nas suas convicções. No gabinete as mesmas características
se manifestavam. Aqui temos o testemunho de um membro do gabinete, a respeito
do Dr. Lambuth. ‘Em muitos sentidos era o Bispo mais quieto que tenho
conhecido, porém quando alguém procurava conseguir alguma coisa por
subterfúgios, ele respondia com uma linguagem que queimava até os ossos. Duas
vezes o testemunhei no gabinete. Feito isto, estava tudo acabado. Quando tinha
refletido sobre um assunto e chegado a uma conclusão, ele a executava, mesmo
quando isso gerava protestos” [146].
Em
1910, quando ele era ainda secretário da Junta de Missões, tomou a seguinte
resolução: “Que a Junta de Missões tome medidas o quanto antes de estabelecer
uma missão na África”.
Em 1911 viajou 4.100 milhas através do Congo belga e abriu a missão
metodista na África central. "Quando foi eleito Bispo, nomearam-no para
visitar a África a fim de estudar a questão. Em 1911, em companhia do Prof.
John Wesley Gilbert, um homem negro (afro-descendente), e do Professor do Panis
College em Augusta, na Geórgia, fez a primeira visita à África. Escolheram o
Congo Belga, que fica quase no centro da África, como a região onde julgaram conveniente
fundar a Missão. Nos princípios de 1912, depois de uma viagem perigosa e
penosa, chegaram ao lugar que chama Wembo Niama, em meio da tribo mais forte
que existia naquela área, que se chama Batelela. Conquistaram a confiança e
amizade do chefe da tribo, Wembo Niama". A segunda visita foi em
1913, quando o Bispo levou consigo uma companhia de missionários. O chefe Wembo
Niama os esperava e os recebeu com alegria"[147].
Em
1919 iniciou o trabalho missionário com os russos e coreanos, na Sibéria e em
Manchuria.
Mais tarde, viajando à Europa estabeleceu o metodismo no sul da Bélgica, na Polônia e na Checoslováquia, supervisionando o trabalho do missionário, até sua morte, em 1921.
Morreu
no Japão, e suas cinzas foram enterradas em Shanghai, China, ao lado de sua
mãe.
Ministério
em tempo da guerra
Quando iniciou a “grande guerra mundial em 1914, o Bispo Lambuth tinha
completado a fundação da missão na África e, devido aos favores que o governo
da Bélgica lhe tinha feito, era natural que tivesse simpatia pelo povo Belga,
neste período de aflições. Logo, depois, ele começou a apelar para o auxílio em
prol dos que sofriam na guerra e por causa da guerra. E quando os Estados
Unidos entraram na guerra, ele se ofereceu como capelão e fez o que pode para aumentar
o número de capelas para servir aos soldados nos acampamentos, tanto na
América, como na Europa. Quando a guerra terminou, foi, em grande parte, devido
à influência dele que a nossa Igreja abriu trabalho na Bélgica e
Tcheco-Eslováquia."[148]
Reconhecimento
e fruto de seu trabalho
Entre as muitas honras e memoriais à família de Lambuth está a
Universidade de Lambuth, em Jackson, Tennessee.
A Universidade de Kwansei Gakuin, no Japão, teve origem em 1899, através
da Igreja Episcopal Metodista do Sul dos Estados Unidos, cujo líder, no Japão
era o Rev. Walter Russell Lambuth tendo começado apenas com duas escolas. A
própria Universidade reconhece sua origem: "A universidade de
Kwansei Gakuin foi fundada, em 1889 por Reverend Walter Russell Lambuth, M.D.,
um missionário american,o emitido pela Igreja Episcopal Metodista do sul. O Dr. Lambuth era um homem cuja a visão incentivava milhares, porque
estabeleceu escolas e hospitais através da China, da Coréia, e do Japão"[149].
William Lambuth escreveu um livro intitulado Medical Missions. “Neste livro ele revela as condições de grandes
zonas no mundo onde não se encontram médicos e hospitais; é triste saber-se o
estado lastimável de milhões de pessoas que não têm conhecimento científico de
doenças"[150].
Um serviço memorial é realizado todos os anos na igreja em sua honra -
dia do Rio da Pérola de Lambuth que começou em 1927 e é realizado a cada
primeira quinta-feira de outubro. Em 9 de agosto de 1900 foi inaugurado o
monumento de Lambuth que está na frente da Igreja Unveiled.
A missionária que revolucionou a
educação em Piracicaba
Martha Watts “nasceu em Bardstown, Kentucky, a 13 de fevereiro de 1845, filha de um distinto advogado. Terminou o Curso Normal e dedicou-se ao ensino. Durante um reavivamento converteu-se e consagrou a vida ao Senhor Jesus. Anos depois, em fevereiro de 1881, o bispo Keener a apontou como primeira missionária para o Brasil”[151].
Martha foi contemporânea de Pedro Cartwright, pregador metodista itinerante, que durante 69 anos, ministrou em Kentucky. Quando ele faleceu, em 1872, Martha tinha 27 anos de idade. Pedro Cartwright viu e participou de grandes reavivamentos realizados nos acampamentos[152], que reuniam de 12 a 25 mil participantes que experimentaram o “fogo celestial”, conforme sua expressão. Uma hipótese é que Martha Watts tenha experimentado também essa chama do Espírito Santo, nessa época. Afinal, ela passou por um reavivamento.
No dia 26 de março de 1881, com 36 anos, Martha e outros dois missionários “partiram de Nova York, via Europa, tendo como destino o nosso caro Brasil, os seguintes missionários: Rev.J.W.Koger, esposa, filhinho, a provecta educadora Miss Martha Watts e o rev. J.L.Kennedy, que ainda era solteiro”[153].
Chegou a Piracicaba com os revds. J.W. Koger e J.L. Kennedy, em 1881. Aprendeu logo o português e organizou a primeira Escola Dominical em Piracicaba, antes mesmo da organização da Igreja. “A dedicada missionária, Miss Watts, já nos princípios de julho, desse ano, reunindo várias crianças, todos os domingos, antes do culto da manhã, assim organizou efetivamente e dirigiu com perícia uma pequena escola dominical”.[154]
Martha Watts fundou o Colégio Piracicabano, no dia 13 de fevereiro, iniciando as aulas com apenas uma aluna – Maria Escobar. No Brasil, foi a primeira escola metodista. A dedicação a uma só aluna impressionou a todos.
Marta Watts iria “convulsionar Piracicaba de maneira extraordinária – Lançando as bases para uma reforma educacional que serviria de modelo para o ensino no estado de São Paulo”[155]. Ela trouxe luz para a cidade, que passou a girar em torno do Colégio Piracicabano. [156]
O que a diferenciava?
A grande diferença estava na pedagogia. “No prédio novo, usando métodos pedagógicos até então desconhecidos no Brasil, Miss Watts granjeou para a sua escola a fama da melhor da cidade, e com isto, as filhas e filhos das melhores famílias do lugar”. [157]
Na época, A Gazeta de Piracicaba fez uma reportagem sobre o exame no Colégio Piracicabano:“ O benefício do ensino proporcionado por aquela instituição é real; todos os pais devem se convencer desta verdade e as suas filhas devem ser encaminhadas para receber uma educação sólida, baseada em princípios seguros, de acordo com o progresso dos tempos... Além de uma paciência invejável, Miss Watts possui um método que pode ser considerado original... Não exageramos quando dizemos que o estabelecimento, debaixo de sua direção, é o primeiro na província de São Paulo; e esperamos vê-lo procurado por aqueles pais que desejam dar às suas filhas uma verdadeira educação – aquela que vai além do eterno e universal ‘decorar, decorar, decorar’ (...).”[158]
O Colégio Piracicabano iria tornar-se numa causa célebre da luta pela educação liberal no Brasil.
O objetivo das missionárias era impactar, mudar os destinos da nação brasileira. “O sonho de um pequeno grupo de mulheres missionárias norte-americanas no Brasil foi de conquistar a elite e exercer influência sobre a reconstrução da cultura nacional. Dessa maneira, as mulheres metodistas optaram pela utilização da educação enquanto instrumento estratégico para conquistar uma posição que lhes permitisse influenciar a política pública do ensino e os destinos do país”[159].
Foi perseguida pelas autoridades locais, mas os liberais saíram em defesa do Colégio.
O educandário foi a semente para a Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), criada em 1975.
Miss Marta Watts foi a primeira a alforriar escravos, em Piracicaba.[160]
“Em vários momentos, Martha Watts sofreu ao presenciar o suicídio de uma escrava no rio, com os filhos nos braços. Em outros, ela fala de sua determinação pelo trabalho missionário no Brasil e também se admira com o progresso na Noiva da Colina. Mas o fato é que em pouco menos de seis meses de permanência, Martha Watts se mostra encantada com a nova missão. ‘Agora, caras amigas, o que acham de ‘minha cidade’, como eu já a chamo? Já me sinto muito ligada a ela e pressinto que serei muito feliz aqui”.[161]
As escolas tinham a função de auxiliar na evangelização. Na Conferência Distrital do Rio de Janeiro, em 1892, foi dito que “(...) apreciamos os colégios como auxiliares fortes na evangelização pátria”.[162]
Neste sentido, há uma estatística sobre o Colégío Piracicabano, em 1891:
Alunos
matriculados.......................................................................
131
Número
maior de assistência em qualquer tempo..............106
Pensionistas..........................................................................20
Alunos
que assistem a Escola Dominical............................45
Alunos
membros da Igreja...................................................17
Unidos à
Igreja no correr do ano..........................................1.[163]
Nos 15 anos em que viveu em
Piracicaba, ela “promoveu um trabalho que ultrapassou os limites da
evangelização, ao elaborar um registro de grande contribuição à história
piracicabana. Martha Watts narrou, por meio de cartas, aspectos curiosos da
cultura local, da culinária, os hábitos dos moradores e as tradições religiosas.”[164]
Martha Watts foi a Petrópolis e lá instalou outra escola, em 1895, com o
nome de Colégio Americano de Petrópolis. Nessa época, começava a construção da
nova Capital do Estado das montanhas, e Martha Watts teve a sua atenção voltada
para esse fato importante.[165]
Ela participou ainda da organização do Instituto Metodista Izabela Hendrix fundado em 5 de outubro de 1904. Ela teve a missão de “criar uma escola para mulheres brasileiras, com recursos das mulheres americanas. O trabalho foi pioneiro em Minas Gerais, pois atuou na afirmação do direito das mulheres à plena capacitação para intervenção na vida social. Inicialmente voltado para a educação básica, o Colégio Metodista Izabela Hendrix, como outros colégios metodistas, sempre compatibilizou seus projetos educacionais às exigências da comunidade onde estava inserido”.[166]
Como sempre, o início foi difícil. Ela disse: "Recebemos hoje apenas cinco crianças. Esperávamos que fossem em maior número, mas estamos contentes assim mesmo, e tudo faremos para torná-las bons cidadãos e boas cidadãs deste País. Tudo o que fazemos é para a glória de Deus.". Um pouco depois, ela escreveu uma outra carta e disse: "Já não somos mais cinco, somos 18 crianças no Isabella."[167]
Sua missão no Brasil pode ser dividida assim: missão no Colégio Piracicabano (1881-1895), missão no Colégio Americano de Petrópolis (RJ) (1895-1900), missão no Colégio Mineiro de Juiz de Fora (1902-1904) e missão no Colégio Izabela Hendrix de Belo Horizonte (1904-1908).[168]
Rev. J.L. Kennedy, assim noticiou seu falecimento: “No dia 1º de janeiro de 1910, faleceu em Lousville, EUA, a venerada missionária Miss Martha H. Watts, pioneira cooperadora na obra do Senhor, em nossa Igreja no Brasil.”[169]
Hoje há na Unimep o Centro Cultural Marta Watts.
Um ex-aluno assim se expressou sobre Martha Watts: “Sempre que se oferecia ensejo de inocular princípios de virtude e regras de moral, era quando se mostrava admirável, comprovando a rara e excepcional competência de que fora dotada para exercer tão sublime missão. Eu bem me lembro que perto de Miss Watts ninguém era capaz de mentir ou dissimular; as traquinadas e travessuras, escondidas cautelosamente, eram-lhe fielmente narradas quando nos interpelava, tal o império que sobre nós sabia exercer, sem jamais usar para isso de outro meio que não a força do bem e o devotamento com que praticava seu sagrado sacerdócio. Muito lhe deve a sociedade piracicabana; muito lhe devem seus ex-alunos; muito lhe devo eu.
Os princípios salutares de moral que
me ministrou, assim como os conselhos elevados que me dispensou com tanto
carinho e solicitude durante minha infância, repercutem-me ainda na alma como
uma voz amiga que me dirige os passos, e por isso, ao saber que ela já não mais
vive na Terra, rendo-lhe este preito de homenagem, simples e singelo, porém
sincero e verdadeiro, como que desfolhando sobre a campa da querida mestra umas
pétalas humildes que em seguida o vento arrebatará, mas cujo tênue perfume chegará
até ela, levando-lhe o penhor de minha gratidão pelo muito que de suas
benfazejas mãos recebi."[170]
O metodista que impactou o Rio de
Janeiro
H.C. Tucker nasceu no dia 04 de outubro de 1857, nos EUA. Aos 28 anos
saiu de Tennessee e veio como missionário ao Brasil.
O missionário metodista K.L.Kennedy registrou assim sua chegada ao
Brasil profetizando sobre seu ministério: “Recentemente chegou o Rev. Hugh C.
Tucker, que tem dedicado os seus dias a pregar o Cristo crucificado aos
contritos de coração e liberdade aos cativos.”[171]
No dia 16 de setembro de 1886, Tucker, juntamente com James L. Kennedy e
John Willian Tarboux, fundou a Conferência Anual Brasileira.
No
ano seguinte, com quase dois anos à frente de uma igreja onde se congregava a
colônia norte-americana, no Rio de Janeiro, aceitou o convite e foi nomeado
secretário da Sociedade Bíblica Americana, com escritório nesta cidade. Sua
incumbência: divulgar a Bíblia Sagrada, pois, às vésperas da Proclamação da
República, o campo, em breve, estaria aberto às missões protestantes.[172]
H.C. Tucker abriu um Colégio particular na Corte, em 1887, “porém de todo evangélico, cujos alunos, quase todos, assistiam a Escola Dominical.”[173]
Semeador da Palavra
Mais tarde, “Dr. Tucker começou a procurar um outro trabalho.
Encontrou-o, um ano mais tarde, quando se transformou no agente da Sociedade
Bíblica Americana no Brasil. Aprendeu falar o português, e com um grupo dos
entusiastas, gastou quatro anos distribuindo a Bíblia aos 15% de 14.000.000 da
população do Brasil que poderiam então ler. Primeiramente, pregou em cidades
junto às estradas de ferro. Onde os trilhos terminaram, o Dr. Tucker moveu-se
pelos lugares a cavalo e em barcos pelos rios. Às vezes, lhe foram dadas
boas-vindas; outras vezes, lhe foi dito para ir embora. Uma vez foi apedrejado.
Mas o Dr. Tucker afirma que, desde que, foi ao Brasil distribuiu cerca de
2.500.000 Bíblias em português, italiano, alemão, polonês, inglês, árabe”[174].
Em suas peregrinações, como semeador da Palavra, enfrentou dificuldades
enormes. Viu suas Bíblias serem queimadas em praça pública e chegou a ser preso
e ameaçado de morte. Em várias oportunidades, foi expulso dos hotéis e das
próprias cidades que visitara. Nada, no entanto, o deteve, pois tinha clareza
de seu chamado de criar condições para um despertamento espiritual e
intelectual das massas.[175]
Como a tradução da Bíblia para o português, feita nos Estados Unidos,
não era de seu agrado, nomeou uma comissão revisora composta por quatro
norte-americanos e três brasileiros (Eduardo Carlos Pereira, Antônio Trajano e
Hypólito de Oliveira Campos). Perfeccionista, Tucker ainda contou com o apoio
de Machado de Assis e de Rui Barbosa, pois, "havia alguns trechos que não
estavam bem. Só mesmo um escritor seria capaz de dar vida àquelas palavras."[176]
Aproveitou-se da admiração que "essa gente" nutria pelo modelo
norte-americano para conquistar novos espaços. Conheceram vários e ilustres
republicanos e gostava de repetir que se relacionava muito bem "com todos
os presidentes da República. Fui amigo de Prudente de Moraes. Fui amigo de
Saldanha Marinho, do Visconde Nogueira da Gama, do Barão Homem de Melo"
(...). Gostava de afirmar, "o povo também é meu amigo. Os meus melhores e
mais caros amigos são gente do povo".[177]
Em 1892, alguns homens extraordinários reuniram-se com Tucker em seu
escritório. Sentados em caixas de Bíblias, fundaram ali mesmo a Associação
Cristã de Moços. Até 1934, ele percorreu várias vezes, praticamente todos os
Estados.
Um Evangelho prático
Do dia 25 a 28 de julho de 1903, teve lugar em São Paulo, a reunião
constituinte da Aliança Evangélica Brasileira. Foram eleitos Hugh Clarence
Tucker, missionário metodista, presidente, e F. P. Soren, batista, secretário.
Servir ao próximo era sua preocupação primeira. Atuou como secretário
Geral da Junta Geral de Ação Social, por 16 anos (quatro mandatos). No Rio de
Janeiro, onde vivia, Tucker, com seu dinamismo e determinação, desenvolveu
importantes atividades nessa área da Igreja Metodista.[178]
O
destaque fica por conta do Instituto Central do Povo, o primeiro centro social
organizado no Brasil, em 1906, destinado a atender os habitantes da favela da
Saúde e Gamboa. No local, funcionou primeiramente uma creche. Muito embora haja
controvérsia sobre o assunto, nos arquivos do Instituto Central do Povo, consta
ser esta a primeira creche popular existente no Estado do Rio[179].
A
história registrou assim: “Em 1906, os relatórios lidos na Conferência Anual
Brasileira apontaram um ano de progresso. “No dia 13 de Maio de 1906, Domingo,
às 17:00, nas dependências de um salão alugado, que ficava na Rua Acre n.º 17,
foi fundado o Instituto Central do Povo pelo Rer. Hugh Clarence Tucker.
Estiveram presentes cerca de 200 pessoas. Começavam assim as atividades da
Missão Central, este o primeiro nome pelo qual foi conhecido o ICP. Realizou-se
um típico culto protestante, com cânticos, orações, leitura da Bíblia e
pregação do Evangelho”.[180]
Em 1907, ocorreram dois fatos importantes: Em princípios de junho, ”foi
estabelecido um Dispensário Medico na Missão Central, Rio de Janeiro, onde
havia uma escola diária com 32 alunos”.[181] Era
“amigo pessoal do Sanitarista Dr. Oswaldo Cruz, com a missão de ser pastor das
pessoas de língua inglesa radicadas no Brasil. Levado pelo seu amigo Oswaldo
Cruz a diversas áreas pobres, conheceu de perto a miséria e comoveu-se.
Precisava fazer alguma coisa para ajudar aquela gente (...)”.[182]
O
pastor Tucker sentiu a necessidade de criar uma escola e instalar nela uma
clínica infantil, com atendimento totalmente gratuito para as crianças pobres.
Em 1906 fundou na Rua Rivadávia Corrêa – Gamboa, o colégio Instituto Central do
Povo e a 1ª Clínica Infantil Grátis no Brasil, vizinhos ao Morro da
Providência, tornando-se o embrião dos Postos de Saúde Pública, hoje
existentes, somente criados em 1925. Daí, então, o atendimento gratuito às
crianças daquele morro e adjacências, com médicos e dentistas, sem qualquer
contribuição das autoridades estaduais, municipais ou federais, existente há
cem anos, até os dias de hoje. Tudo custeado pelo Dr. Tucker e doações de
amigos americanos que, mensalmente, contribuíam com as despesas de manutenção
da clínica.[183]
“A
proposta do ICP era, realmente, ambiciosa e pioneira, ao concentrar em suas
dependências, escola dominical e atividades cúlticas, consultório médico e
dentário, farmácia e laboratório, cursos profissionalizantes, Departamentos de
Surdos-Mudos, cujas classes eram dirigidas por professores ‘habilitadíssimos’,
atendimento jurídico e muito mais. Pela forma de pensar e pela maneira decidida
com que Tucker trabalhava a promoção humana integral, sugere que sua proposta
não era assistencialista”.[184]
Ele foi responsável pela introdução no Brasil do primeiro
"playground" para crianças, na cidade do Rio de Janeiro, inaugurado
em 1911.
Na
sua autobiografia, ele diz: “Comecei no dia 3 de julho de 1909 publicando no Jornal do Comércio um artigo sobre o
valor dos parques de recreio modernos... artigos semelhantes em dezembro e
fevereiro (..). Quando esteve no Rio em março de 1910 William Jennings Bryan
visitou o Instituto Central do Povo e deu uma palestra sobre parques de
recreio...e, a meu pedido, apelou à esposa do prefeito para influenciar no
plano. O interesse cresceu entre círculos seletos, mas as autoridades não estão
muito impressionadas.
[A
prefeitura doou um terreno para o parque e montou o equipamento doado pela
“Light” e outras empresas.] A inauguração formal do primeiro “playground”
moderno para crianças do Rio se deu a 12 de outubro de 1911, como parte do
feriado nacional em comemoração à descoberta da América. O prefeito, o
superintendente dos parques de recreio, e muitas pessoas preeminentes estiveram
presentes. Houve banda, muitos discursos de parabéns, o pavilhão nacional foi
erguido e as crianças cantaram o Hino Nacional. A Associação Cristã de Moços
(ACM) cumpriu sua promessa de providenciar um diretor. O playground tem sido uma instituição aceita e apreciada desde aquela
época.”[185]
Com muita ousadia, em 1922, no 1º Congresso de Proteção à Infância,
Tucker compareceu e falou sobre a importância da Educação Física na Pré-Escola.
No 2º Congresso, voltou a ter uma participação ainda mais importante ao
discorrer sobre um tema até hoje bastante complexo: a educação sexual[186].
Conquanto estivesse sempre pronto a ultrapassar as barreiras do
denominacionalismo, Tucker, com sua lealdade às causas metodistas, desempenhou
papel importante no processo de autonomia da Igreja Metodista no Brasil.
No dia 03 de setembro de 1930, foi chamado para presidir os trabalhos do
I Concílio da Igreja Metodista do Brasil, realizado no templo da Igreja
Metodista Central de São Paulo. Na oportunidade, J. W. Tarboux foi eleito
bispo. Na noite do dia 13 de janeiro de 1934, Tucker e Kennedy foram convidados
pelo bispo Tarboux para o auxiliarem no ofício religioso de consagração do
bispo César Dacorso Filho.
Em 1942, a Igreja Metodista aceita o convite que lhe foi formulado pelo
Conselho Mundial de Igrejas. O secretário-executivo da Junta Geral de Ação
Social, H. C. Tucker, assina o documento de aceitação do convite, juntamente
com o bispo César Dacorso Filho[187].
Luta contra a febre amarela
Amigo pessoal de Oswaldo Cruz,
“teve uma participação importante na campanha contra a febre amarela. Entre
1903 e 1908, a febre amarela assolava o país. Tucker, sua esposa e seu primeiro
filho, também foram atacados. Preocupado, juntamente com sua esposa, com essa
verdadeira tragédia e tendo lido sobre o trabalho do dr. Walter Reed no
saneamento de Cuba, Tucker pôs o dr. Oswaldo Cruz em contato com Reed e outros
nos Estados Unidos, servindo de intermediário durante a campanha de saneamento
que livrou o Rio de Janeiro desse flagelo.
Mesmo após Oswaldo Cruz ter vencido a grande batalha, a luta da família
Tucker contra a febre amarela continuava. Infelizmente, o primeiro e o único
filho homem da família, não resistiu ao inimigo e morreu. Tudo indica que essa
tragédia levou Tucker a se dedicar, de maneira incansável, para melhorar as
condições sanitárias do Rio.
Trabalhou em campanhas públicas contra a tuberculose, a lepra e doenças venéreas. Foi nomeado representante no Brasil da Missão Americana entre os leprosos. Ademais, participou da fundação do Hospital dos Estrangeiros e, depois do Hospital Evangélico, no Rio de Janeiro do qual foi presidente (1904-1908).”[188]
Na Conferência Anual Brasileira realizada em 26 de julho, em São Paulo, uma proposta aprovada do rev. H.C. Tucker revela o espírito dos metodistas nesse novo século quando se completava 25 anos de implantação do metodismo no Brasil:
“1) tornar-se um aniversário de ações de
graças pelas muitas bênçãos que temos recebido do Pai;
2) que
todos os membros de nossa Igreja alcancem o mais alto desenvolvimento
espiritual;
3) que se convertam a Jesus muitos pecadores”.[189]
Missões no Brasil
O missionário H. C. Tucker e os srs. Leopoldino da Costa e Antônio Marques divulgaram a Bíblia e o Evangelho com pleno vigor pelas cidades mineiras. No Expositor Cristão, Tucker relata que visitou vendendo livros e pregando o Evangelho em várias cidades e aldeias mineiras, como Ouro Preto, Mariana, Bento Rodrigues, Morro d'Água Quente, Santa Bárbara, Ponte dos Machados, Morro e Conceição. Tucker lembra ainda que, em Conceição, pregou para uma sala repleta de ouvintes (EC, 16/05/1891, p. 2.), seguindo seu itinerário, chegou a Serro-MG, Diamantina e Philadélfia (hoje, Teófilo Otoni), atravessando o interior de Minas, chegando à Bahia[190].
A visita de H. C. Tucker e dos srs. Leopoldino da Costa e Antônio Marques às cidades do interior de Minas Gerais, ao que parece, começou partindo de Juiz de Fora para Ouro Preto, que era, até então, a capital de Minas Gerais. Aliás, os primeiros missionários metodistas que concorreram para aquela cidade, em abril de 1891, supunham realizar as primeiras pregações feitas por protestantes naquelas imediações. Ouro Preto era, naquela ocasião, a capital do Estado de Minas Gerais. Uma "novidade na abertura desta nova missão foi a presença do evangelista Henry M. Wright", conferencista internacional, que esteve na estréia do trabalho metodista em Ouro Preto, a convite dos missionários. [191]
Homenagens
A Sociedade Bíblica Americana,
em 1934, concedeu-lhe o título de "Secretário Emérito", por seus 47
anos de dedicação à causa bíblica no Brasil.
“Depois de ter voltado a residir nos Estados Unidos, Tucker fez algumas
visitas ao Brasil. Na última delas, em novembro de 1949, foi homenageado pela
Sociedade Bíblica do Brasil, pelo Instituto Central do Povo, pelo Colégio
Bennett e por outras instituições da cidade do Rio de Janeiro.
A revista Time anunciou na segunda-feira, do dia 25 de outubro de 1943:
“Pela primeira vez, foi dada, esta semana, a um missionário protestante dos Estados Unidos a Ordem do Cruzeiro do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro. Receptor: O Rev. Dr. Hugh Clarence Tucker, 86 anos. O governo Brasileiro honrou o baixo e calvo ministro metodista pelos 57 anos de infatigável atividade no Brasil”[192].
Das mãos de Oswaldo Aranha recebeu o distintivo Oficial da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.
Finalmente, no dia 5 de novembro de 1956, a Rádio Nacional, no "Repórter Esso", divulgava uma notícia lamentável: "Faleceu ontem (dia 4) nos Estados Unidos da América, o Rev. H. C. Tucker, um dos fundadores da Igreja Metodista do Brasil"[193].
O metodista que impactou o mundo
“Muitas pessoas respondem com compreensão a boa nova da Igreja Metodista Unida. Alguns que respondem têm um impacto em uma família… uma vila… uma nação. Alguns, como Nelson Mandela, têm um impacto no mundo”[194]
Nelson
Mandela nasceu em
18 de julho de 1918 em Mvezo, no Transkei um dos Estados da África do Sul, banhado pelo
Oceano Índico. A região era agro-pastoril. Sobre a infância, Mandela gostava de
dizer: “sou do tempo que a criança era educada pelo método de sentar,
aquietar-se e apenas ouvir as conversas dos mais velhos (...).
O pai de Nelson Mandela, Henry Gadla, tinha quatro esposas e treze
filhos. Ele era descendente de Thembu, chefe de um clã dos Xhosas (pronuncia-se
Kôza), um dos muitos povos locais da África do Sul. A formação de Mandela,
dentro dos valores de respeito às tradições e autoridades fez com que ele
adquirisse os hábitos de nobreza, educação formal e, acima de tudo, de profundo
entendimento da “alma” sul-africana[195].
Sua mãe e formação metodista
Nelson Mandela era o filho da
terceira esposa, Noqaphi Nosekeni. Era uma das treze crianças e tinha três
irmãos mais velhos. A mãe de Mandela era uma metodista, e Nelson, seguindo seus
passos, estudou numa escola Missionária Metodista[196].
A
educação de Mandela era permeada de formação cristã por influência de sua mãe[197].
Foi batizado na Igreja Metodista, e quando tinha doze anos, seu pai
morreu.[198]
Na universidade
Em
1939, Mandela foi um dos 50 negros que entraram na Universidade de Fort Hare, uma instituição missionária. No
início, queria ser intérprete da corte, cargo fundamental, numa época em que
muita gente não sabia falar, nem o africâner, nem o inglês, e precisava
acompanhar longos processos judiciais. O envolvimento dele com política estudantil
era sempre tentando se desvencilhar dos seus colegas radicais, como alguns,
que, em plena Segunda Guerra Mundial, achava a Inglaterra tão opressora quanto
à Alemanha (...).
O jovem muda-se para Johanesburgo,
na verdade Alexandra e depois Orlando, que fica no coração do
famoso bairro de Soweto. Ele completa os estudos pelo correio, em 1942,
auxiliado pelo amigo, Sisulu que também o ajuda a empregar-se num
escritório. Casa-se com a enfermeira Evelyn em 1944. Lembrando aquele
provérbio “Se queres uma estátua, olha em volta”, começa a tornar-se
celebridade em seu bairro, combinando status profissional com modos e
relacionamentos aristocráticos.
Em 1943 entra para o ANC (Congresso
Nacional Africano), o partido nacionalista que foi criado em 1912, e que,
atualmente, reina absoluto na África do Sul desde que foi trazido ao poder, por
Mandela na década de 90.
No ANC, Nelson Mandela, Madiba
para os íntimos, ajuda a fundar a liga jovem. Foi eleito em 1947 para o comitê
executivo da província Transvaal do partido. Em maio de 1948, o Partido
Nacional (dos brancos) chegou ao poder pelo voto (só para brancos) e por lá
permaneceu 46 anos! Em 1950, já na Executiva Nacional do ANC, Mandela começa a
organizar e, às vezes liderar, protestos, greves e desobediência civil
(inspirada em Gandhi que, inclusive, viveu na África do Sul) contra as leis
racistas do Apartheid como a necessidade de autorização para andar na rua (lei
do passe), proibição de casamento inter-racial, entre outros absurdos.
A década de 50 foi, então, marcada por inúmeros protestos, várias
detenções de Mandela, além de seu confinamento em Johanesburgo durante um
período. Como nada surtisse efeito sobre o governo branco, Mandela e o ANC, se
envolveram com atos terroristas, e algumas sabotagens começam a acontecer, com
o apoio (não explícito) do partido. Em 1960, com as novas regulamentações do
Estado de Emergência, o ANC cai na clandestinidade, Mandela queima seu passe,
com a presença da imprensa e é novamente detido. Na corte, ele se mostrou, por
inteiro, antes de ser preso por 27 anos e seis meses. [199]
Participação metodista no fim do
Apartheid
O
Congresso Nacional Africano (CNA) em 1952 articula a resistência ao Apartheid
com a Campanha do Desafio. A entidade, criada em 1912, era formada por
lideranças negras, entre elas - Nelson Rolihlahla Mandela. Mas, nesse período
o CNA era presidido pelo pastor metodista, o zulu Albert John Luthuli. Em 1964,
Mandela e toda diretoria do CNA são presos.
Em 1989 assumiu o poder Frederik de Klerk que iniciou um processo de fim
do Apartheid e libertou Nelson Mandela, em 1991. Por esse esforço ganhou, em
1993, junto com o líder negro, o Prêmio Nobel da Paz.[200]
Em 1986, o Bispo metodista Lawi Imathiu, do Kênia, tornou-se o primeiro
africano a estar à frente do Movimento Mundial Metodista. “Na Conferência
Mundial Metodista, em Nairobi, o Concílio Mundial Metodista clamou pelo fim do
Apartheid e pelos grilhões que escravizavam o povo na África do Sul.
Autorizado pelo Concílio Mundial, Lawi Imathiu liderou a delegação na
visita ao Presidente Botha na África do Sul. De um africano para outro, Imathiu
abertamente clamou ao Presidente Botha para que libertasse Nelson Mandela da
prisão e removesse as algemas do povo. Com imensa habilidade, equilíbrio,
graça, coragem e força, ele, criativamente, apresentou um claro desafio e
solicitação ao Presidente Botha: "deixa meu povo ir". Uma segunda
delegação do Concílio Mundial Metodista encontrou-se com o Presidente de Klerk
oferecendo novamente o desafio consistente e a solicitação para libertar
Mandela, um metodista, e pela República da África do Sul, para que extinguisse
o sistema opressor do Apartheid.
O impacto de todo o Movimento Mundial Metodista, liderado pelo corajoso
Imathiu estava entre as vozes que contribuíram para a mudança e reconciliação
da África. Isso foi dramaticamente demonstrado em fevereiro de 1990 com a
libertação de Mandela e o movimento pela paz, justiça, democracia e
reconciliação para todo o povo da África do Sul”[201].
No
dia 27 de abril de 1994, aconteceram as primeiras eleições gerais
multirraciais. O CNA obteve 58% dos votos, elegendo Mandela, o primeiro
presidente negro da República Sul-Africana.[202]
Frases de Mandela
“Se não fosse pela Igreja Metodista Unida, eu ainda estaria na minha aldeia”[203].
"Depois de escalar uma montanha muito alta,
descobrimos que há muitas outras montanhas por escalar."
"Sonho com o dia em que todos se levantarão e
compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."
"Eu faço tudo isso em nome dos princípios
morais, segundo os quais não podemos abandonar aqueles que nos ajudaram nos
momentos mais sombrios da história do nosso país."
"Se existem sonhos sobre uma bela África do
Sul, há também estradas que levam a este objetivo. Duas destas estradas podem
ser chamadas Bondade e Clemência. "
"Cultivo minha própria liberdade
carinhosamente, mas cuido ainda mais da nossa liberdade. Tantos têm morrido
desde que deixei a prisão. Tantos têm sofrido pelo amor à liberdade. Devo isso
às suas viúvas, aos seus órfãos, às suas mães e aos seus pais, que enlutaram e
sofreram por eles."
"Isso foi uma das coisas que me preocuparam -
ter ascendido à posição de semideus - pois daí em diante você não é mais um ser
humano. Eu queria ser conhecido como Mandela, um homem com fraquezas, algumas
das quais são fundamentais, e um homem que é engajado."
"Uma boa cabeça e um bom coração são sempre
uma formidável combinação." "Como eu tenho dito, a primeira coisa é
ser honesto consigo mesmo. Você não pode nunca ter um impacto sobre a sociedade
se não mudou a si próprio... Os grandes pacificadores são todas pessoas
íntegras, honestas, exceto humildes."[204]
“Nós
recordamos como durante nossos anos na prisão a nossa igreja (Metodista) e
outras comunidades religiosas nos atenderam, trazendo o cuidado e o incentivo
espirituais através dos capelães que nos visitaram; e importando-se com nossas
famílias quando nós não poderíamos fazer assim (...)”[205]
Gratidão à Igreja Metodista
Depois que saiu da prisão, Mandela se divorciou e se casou com Machel,
membro da Igreja Metodista Unida e viúva do ex-presidente de Moçambique Samora
Macel. O casamento foi realizado por Mvuve Dandala, bispo metodista da África
do Sul.
Segundo Machel, um missionário americano chamado Mabel lhe deu todo
apoio. Vendo algo de bom nela, teve confiança e fez tudo para que pudesse
encontrar e ter uma boa educação. Machel disse que sua educação é algo “que eu
devo à igreja Metodista e especialmente a Mabel.”[206]
Em 1975, Machel foi nomeada como ministra de Educação para Moçambique,
primeira mulher a ocupar esse cargo.
Mandela,
ex-presidente da África do Sul e um símbolo internacional dos direitos humanos,
e sua esposa, ex-ministra de instrução de Moçambique Machel, surpreenderam os
bispos com sua presença num jantar no domingo de 5 de novembro de 2006. Machel
é também a viúva do presidente Samora Machel de Moçambique.
Mandela e Machel têm raízes
Metodistas profundas. Mandela foi educado em uma escola Metodista, na África do
Sul. Machel é da Metodista Unida e leciona em uma escola Metodista, em Moçambique[207].
Ainda como Presidente da África do
Sul, Mandela visitou a congregação Metodista em Langa, em 14 de fevereiro de
1999, e reconheceu a importância da Igreja Metodista, a qual chama de “minha
Igreja” e declarou:
“Rev.Nkomonde
Membros da Congregação
Amigos,
Como presidente, eu tive o privilégio de assistir a várias conferências
de grupos religiosos, incluindo no ano passado a conferência da Igreja
Metodista. Aquela é sempre uma experiência inspiradora e incentivadora. Mas é
mais assim quando se pode compartilhar de um momento como este com uma
congregação. É uma honra especial e eu lhe agradeço do fundo de meu coração por
uma vez mais ser convidado a estar com você.
Estando aqui, na7 comunidade, onde os homens e as mulheres vivem sua fé
em suas vidas diárias, nós podemos compreender como uma religião poderosa dá
força em nossa sociedade, e sustenta os valores espirituais e morais que nos
unem em toda nossa diversidade (...).
Durante todas as gerações da opressão e discriminação, a religião deu ao
povo incontável determinação e o compromisso para resistir à desumanidade.
Muitos extraíram da religião a coragem para sobreviver à dor (...).
Nós recordamos como os corpos religiosos foram responsáveis para a
instrução dos milhões de africanos do sul quando o governo nos negou. Nós
recordamos como durante nossos anos na prisão a nossa igreja e outras
comunidades religiosas nos atenderam, trazendo o cuidado e o incentivo
espirituais através dos capelães que nos visitaram; e importando-se com nossas
famílias quando nós não poderíamos fazer assim (...)”[208].
Prêmio metodista
Em 1993, Mandela recebeu o Nobel da
Paz. Ele foi “responsável por mudanças contra as leis de discriminação racial e
social, que mantinham os negros e outros grupos sociais na marginalidade
social”[209].
A liderança inteira do Conselho
Mundial Metodista esteve presente na cerimônia. “No dia 21 de setembro, na
catedral Metodista da Cidade do cabo, em cerimônia significativa e de impacto
evangélico e político internacional, mobilizando a África do Sul e a Igreja
Metodista, foi entregue ao ex-presidente da África do Sul, Dr. Nelson Mandela,
o Prêmio Mundial Metodista da Paz, ano 2000”.
Após a entrega do prêmio, Mandela disse: “Já recebi muitos prêmios, inclusive o Nobel da Paz, mas este é muito especial para mim, é o prêmio concedido pela minha Igreja Metodista”[210].
A vocação metodista nos dias de
hoje
O testemunho e trabalho missionário de Francis Asbury, no início do metodismo na América, nos inspira ainda nos dias de hoje. Lembra que temos uma vocação – ser instrumento de transformação do mundo.
Francis Guilbert e Nathanael, com grande ardor evangelístico na Antígua (Caribe), e John Hunt, nas Ilhas Fiji, mostram hoje, aos jovens, como é possível influenciar toda uma nação, através do poder do Espírito Santo, sendo testemunha de Cristo.
Homens como Stanley Jones, na Índia, e Walter Lambuth, na China, Brasil, Japão, África e Europa entenderam que o mundo é a nossa paróquia. Eles impactaram nações através do Evangelho de Jesus Cristo, e nos inspiram hoje e nos despertam para a necessidade da ação missionária.
Mulheres com testemunhos impactantes como os de Lucy Ware Webb Hayes diante do povo norte-americano, e o espírito de solidariedade de Anna Jarvis, que motivou e marcou mundialmente o Dia das Mães, nos mostram o valor do caráter e do testemunho cristão.
Mas o que aconteceu na Oceania, num grupo de pessoas, através do Pentecostes em Tonga e a conseqüente obra missionária em Fiji e Samoa revelam que podemos agir como comunidade missionária pelo poder do Espírito Santo.
A Bíblia relata sobre a vida de homens e mulheres que ficaram cheios do Espírito Santo e foram testemunhas marcantes. O metodismo, na Inglaterra, e depois nos EUA e por todo o mundo teve testemunhas impactantes.
Poderíamos ainda citar o bispo norte americano William Taylor que organizou a Igreja em São Francisco, pregou no Brasil, organizou o metodismo em Angola e realizou avivamentos na Índia e em outras partes do mundo.
Ainda
poderíamos citar, também, Lawi Imathiu,
que foi o primeiro bispo da Igreja Metodista Unida do Kênia. Durante seu
mandato no ministério, a Igreja Metodista experimentou um crescimento de 8.000
membros em janeiro de 1970, para mais de 225.000 em janeiro de 2000. [211]
Ele
foi presidente do Concílio Mundial Metodista, entre 1986 e 1991, lutou
bravamente pela libertação de Nelson Mandela e ganhou o prêmio Mundial
Metodista da Paz[212].
Há
ainda muitos que continuam crendo na vocação metodista de transformar nações.
Nossa origem vem da experiência do coração aquecido pelo amor de Deus, que gerou uma voz profética, diante dos males sociais e solidariedade aos que sofrem, como também, compaixão pelos que estão longe de Deus.
O amor e fidelidade ao Senhor levaram Francis Asbury e Stanley Jones a ministrar e viajar, mesmo doentes e sem poderem andar. Outros, como João Wesley Gilbert e Walter Lambuth, foram ao Congo Belga, viajando mais de 4 mil kilômetros. Mas não foi em vão que eles se deram em prol do Reino de Deus. Hoje, a Igreja Metodista no Gongo tem mais de um milhão de membros.
Martha Watts, impulsionada pelo Espírito Santo, veio ao Brasil e impactou a cidade de Piracicaba, com um ensino diferencial.
H.C. Tucker e Nelson Mandela lutaram por um mundo de justiça e paz. Com testemunho de vida, foram instrumentos de libertação e sinalizaram o Reino de Deus.
Somos chamados, hoje, a continuar essa linha de esplendor sem fim.
Esta vocação continua viva nos dias atuais.
Veja, a seguir, os exemplos da ação que essa visão pode proporcionar num bairro do Kênia, e no estado de Oklahoma, EUA.
1. Impacto em Nakaru, Kênia
Nakaru é a capital da província de Rist-Valley e tem 266.510 habitantes, sendo a 3ª maior cidade do Kênia[213].
A Igreja Metodista teve o começo
muito humilde, em junho de 2003, quando algumas pessoas, conduzidas pelo Rev.
Josam Kariuki, começaram a se encontrar sob uma árvore. Convencido que Deus lhe
tinha dado uma visão, o Rev. Josam sabia que Deus faria a provisão. Deus assim fez, e os membros são agora 250
pessoas. A igreja tem seu próprio prédio, que abriga, não somente o santuário,
mas também, uma escola-creche para órfãos e crianças pobres, e o centro de
aprendizado para as mulheres. O Rev. Josam descreve seu ministério como um
ministério prático, alcançando, lá fora, a comunidade, e ao mesmo tempo,
trazendo pessoas para Cristo[214].
A igreja patrocina diversos projetos, e o Rev. Josam tem uma visão das maneiras de encontrar-se com outras necessidades críticas na comunidade. Dá boas-vindas a parcerias e a colaboração para servir em conjunto com a igreja Metodista Unida de Nakuru nos seguintes projetos: Clínica Médica Missão Wesley, Crianças de rua/Projeto escola, Internato para órfãos, Pré-escola da Igreja Metodista de Nakuru, Casa da Criança Esperança, Centro de habilitação das mulheres e treinamento de computador para a juventude, Micro programa das finanças, Construção da igreja, Projeto Cabra, Padrinhos para as meninas órfãs etc.[215].
Destacamos dois projetos: Projeto Cabra e Projeto Cadeira de Rodas:
Projeto Cabra
Segundo Josam, o leite da cabra é recomendado para as pessoas que vivem com HIV, AIDS, porque aumenta sua imunidade, mas o leite da cabra é muito difícil de se obter no Kênia. Especialmente as cabras alemãs, são conhecidas por produzirem uma abundância de leite e por darem freqüentemente, o nascimento de gêmeos. Um centro de cabras produtoras está sendo estabelecido, no lote vago, ao lado da igreja. Este programa produzirá cabras para o Programa da Cabra e abrangerá, também, vender a cria para outros grupos. A igreja recebeu uma licença do governo, e o veterinário do governo ofereceu seus serviços grátis, para as cabras, em todo tempo[216].
O projeto é baseado em dar, a cada família uma cabra para criar e produzindo o leite para seu próprio sustento; eles poderão ainda vender o leite excedente, para lhes trazer alguma renda, e o esterco poderá ser usado como fertilizante.
Projeto Cadeira de rodas
Os povos com inabilidades do Kênia são os mais pobres dos pobres, os mais marginalizados dos marginais e os mais sem voz das vozes. Essas pessoas com inabilidades são quase 10% da população de 3 milhões e são mantidos ainda à margem da sociedade, devido a vários fatores culturais, ignorância e superstição. As pessoas com incapacidades são olhadas pela maior parte, como uma maldição ou uma punição de Deus, subumanas, e incapazes de participarem das principais fontes de atividades da sociedade. A maioria das famílias, com crianças com incapacidades, sente vergonha delas, tende a escondê-las, e não lhes oferece nenhuma oportunidade, para o desenvolvimento pessoal, tal como o acesso à instrução ou emprego, no negócio da família ou na terra[217].
Para o Rev. Josam, a doação de cadeiras de rodas pode, simplesmente, resultar em dar um presente para mobilidade de alguém. Você pode fazer uma diferença, a uma pessoa desabilitada, com a doação de uma cadeira de rodas. Não nos importaríamos com cadeiras de rodas e com muletas médicas arranhadas etc.[218].
Josam Kariuki afirma que a “Missão da Igreja é fazer discípulos de Jesus Cristo proclamando as boas novas da graça de Deus, e assim procurando o cumprimento do Reino de Deus e do seu Reino no mundo”.[219]
Sua igreja é simples, e muitos assistem
ao culto do lado de fora sentado no gramado. Os seus projetos têm o objetivo de
atender aos necessitados e assim trazê-los, através de um amor prático, até
Jesus.
2.Impacto em Oklahoma, EUA
A população de Oklahoma é de 3 450
654 habitantes. São 85% de cristãos, dentre os quais 32% são metodistas[220]. É
o estado norte-americano onde há mais metodistas.
A Igreja Metodista Unida tem, neste estado, 549 igrejas.[221]
Segundo o Bispo de Oklahoma, Robert E. Hayes Jr., são quase 265.000 membros.[222]
Bispo Robert E. Hayes Jr. fala de duas prioridades: “Primeiramente, nós não devemos abandonar as igrejas menores, apesar dos desafios tremendos que muitas enfrentam. Nós devemos revitalizá-las. Segundo, nós devemos encontrar maneiras novas de começar novas igrejas para alcançar as pessoas que não têm nenhum relacionamento com Jesus Cristo”[223].
O Bispo lembra algo importante. “As estatísticas mostram que aproximadamente 65% de todos os novos membros são ganhos com as novas igrejas. Algumas partes de Oklahoma não têm uma presença Metodista Unida. Em umas subdivisões mais novas, com o crescimento da cidade, e no estabelecimento da população em transição, nós não mantemos o ritmo com as mudanças dramáticas em nosso estado”[224].
Mas ele faz uma advertência: “Eu não procuro meramente números maiores. Eu estou procurando discípulos!”.[225]
Sua definição de um discípulo é alguém que está constantemente em crescimento e em desenvolvimento, como um seguidor de Jesus, é conduzido a uma maneira de vida mais elevada e mais pura, e é consagrado a ajudar outros e a mudar o mundo em que ele/ela vive[226].
Planejamento estratégico
Bispo Robert E. Hayes Jr afirma que “por mais de um ano, eu fiz parte de um grupo de leigos e clérigos, equipe de funcionários da Conferência e líderes voluntários - reunião para desenvolver um Plano Estratégico para nossa Conferência.
Nestas sessões, nós estamos perguntando:
Que nós fazemos bem como uma
Conferência Anual?
Como podemos maximizar nossa eficácia em fazer discípulos ao manter políticas fiscais fortes e uma estrutura administrativa contínua?
Nós temos os melhores programas no lugar, ou nós necessitamos criar novos ministérios que alcancem homens, mulheres, crianças, juventude, adultos e idosos?
Estamos nós prontos para empregar tecnologias novas para conectar pessoas dentro da Conferência de Oklahoma, e na comunidade global da Igreja Metodista Unida?”[227].
Os discípulos necessitam de ferramentas
O bispo Robert E. Hayes Jr afirma: “eu tenho considerado uma Conferência Ministerial em Oklahoma como a prioridade mais urgente”[228].
“Relativo ao Plano Estratégico está a participação ativa de nossa Conferência em estabelecer a Escola de Teologia de Saint Paul na Universidade da Cidade de Oklahoma.
Esta abertura Metodista Unida no coração de nosso estado, dirigirá mudanças dramáticas em como as pessoas chamadas ao ministério são recrutadas, educadas, e desdobradas. O seminário fornecerá a instrução continuada para o clérigo e o leigo, e preparará indivíduos para o ministério em muitas áreas. Esta adição é uma das ações das mais significativas que esta Conferência Anual fez em 50 anos.
Também, os Superintendentes do Distrito e eu estamos desenvolvendo ferramentas relevantes da avaliação para as igrejas e os pastores que ajudarão a todos conseguir um padrão para a excelência ministerial (...).”[229]
Uma outra prioridade para o bispo: “as igrejas da Conferência de Oklahoma contribuírem inteiramente com100% das partilhas gerais da igreja em 2009 (...)”.[230]
Uma eterna vocação
A Igreja Metodista Unida de Memphis, Tenneesse, EUA, tem cerca de 6 mil membros. A visão da Igreja é fazer e mobilizar discípulos de Jesus Cristo. Ao aceitar Jesus como Senhor e Salvador, a pessoa passa a integrar um grupo nos lares composto de 10 a 12 pessoas. Apoiando e incentivando mutuamente, o discípulo irá crescer e amadurecer. A visão é: “Você vai crescer, a influência da igreja vai crescer, nossa cidade e o nosso mundo vão ser mudados.”[231]
A Igreja Metodista Unida da Nigéria cresceu de 10.000 membros para 400.000, em 15 anos (1992-2007). No Congo já passou a marca de um milhão de membros e na Costa do Marfim já são 600.000[232].
Nestes exemplos atuais vemos que a vocação do metodismo de reformar a nação, a Igreja e de espalhar a santidade bíblica por toda a terra, continua viva. Não é possível ser metodista genuíno, sem essa visão.
Somos chamados, hoje, a continuar essa linha de esplendor sem fim. Esta vocação continua viva nos dias atuais.
Cada um com seu ministério pode ser um instrumento do Senhor para transformar o mundo. Foi assim, inicialmente, com os discípulos. Talvez, não impactemos o mundo, mas podemos impactar nossa família, nosso local de trabalho, nossa igreja, nosso bairro, nossa cidade, nosso estado, nação ou nossa vila.
Na visão de Wesley isso é possível:
“Dê-me cem pregadores que não tenham medo de nada, a não ser do pecado, e que não deseje mais nada, a não ser Deus, e, não me importo se são clérigos ou leigos, eles sozinhos farão tremer os portões do inferno e estabelecerão o Reino dos céus aqui na terra”[233].
Esta é a vocação metodista!
Bibliografia
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Missionários
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3. Internet
www.monergismo.com/textos/avivamento/avivamento_padrao.htm
http://gilbertojr.ocorpo.org/2005/11/
www.iprb.org.br/estudos_biblicos/estudos_1-50/est27.htm
www.sermao.com.br/sermao.asp?id=478
www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
www.musicaeadoracao.com.br/livros/mus_adv_etern/mus_adv_etern1.htm
www.victorshepherd.on.ca/Heritage/francis.htm
www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html
http://findarticles.com/p/articles/mi_qn4188/is_20060708/ai_n16529217/pg_2
http://monografias.interbusca.com/geografia/islas-virgenes-britanicas-204.html
http://revistapovos.com.br/BarbaraBurnsPV8.html.
http://www.edificai.com.br/detalhe.asp?Codigo=2214&title=Cristo%20e%20o%20sofrimento%20humano
[1] JOY, James Richard. O despertamento religioso de João Wesley. Instituto Metodista
Bennett, 1996, p.45-6.
[2] LILIÈVRE, Mateo, Sua
Vida e Obra. São Paulo, Editora Vida, 1997, p. 32.
[3] Ibidem, p. 21,
31-7.
[4] Ibidem, p. 35.
[5]
WALKER, Welliston. História da
Igreja Cristã. 2 v.
São Paulo: Imprensa Metodista, ASTE, 1967. P. 206.
[6] HEITZENHATER, Richard. Wesley e o povo chamado metodista. Editeo-Pastoral Bennett, 1996,
p. 41.
[7]A motivação básica de Wesley era a busca de sua
salvação (REILY, Duncan Alexander. Metodismo
brasileiro e wesleyano, Ibidem, p.85).
[8] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.52.
[9] JOY, James Richard . O despertamento religioso de João Wesley. São Paulo, Imprensa
Metodista, 1963, p.71.
[10] Ibidem, p. 72.
[11] Ibidem, p. 22.
[12] Para James Fowler a fé tem estágios: “Quando falamos
do envolvimento de Deus no sentido de iniciar o relacionamento que chamamos fé,
normalmente fazemo-lo – pelo menos na tradição bíblica – em termos das
categorias de revelação e graça (...). Talvez a coisa mais importante que se
pode dizer ao concluir este livro é que nosso estudo do desenvolvimento da fé,
até agora, sublinha o fato de que nós, seres humanos, parecemos ter uma vocação
genérica – um chamado universal – para nos relacionarmos com o Fundamento do
Ser em um relacionamento de confiança e lealdade.” (Estágios da fé, Ibidem, p.247-8)
[13] James Fowler afirma que “a fé é interativa e social,
requer comunidade, linguagem, ritual e alimentação. A fé também é moldada por
iniciativas que vem de além de nós e de outras pessoas, iniciativas de espírito
ou graça” (Ibidem, p.10).
[14] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.64.
[15] Ibidem, p. 24.
[16] WESLEY, João. Trechos
do diário de João Wesley. São Paulo, Imprensa Metodista, 1965, p.24.
[17] A “Experiência Mística” de Wesley, segundo Casiano Floristán e Juan José Tamayo, se enquadra igualmente nas experiências de
seus companheiros relatadas anteriormente (Conceptos fundamentales del cristianismo, Ibidem,
p.487).
[18] HEITZENHATER, Richard P.,
Ibidem, p. 80.
[19] Apesar de considerar o cristianismo superior às outras
religiões (OTTO, Rudof. O Sagrado.
Traduzido por Prócoro Velásquez Filho. São Paulo: Imprensa Metodista-Ciências
da Religião, 1985, p. 7), Rudof Otto vê paralelo das experiências da graça e de
regeneração em outras religiões (Ibidem, p.41). Rudof Otto afirma que “uma
evidência hiperbólica faz-se sentir em todo verdadeiro sentimento de felicidade
religiosa, mesmo onde ele se apresenta mesurado e contido. É o que corresponde
claramente ao estudo das grandes experiências, nas quais a emoção religiosa
aparece em sua pureza típica e na sua realidade suprema manifesta-se com
clareza mais perceptível (...). (Ibidem, p.40).
[20] Ibidem.
[21] Ibidem, p.91.
[22] Edward P.Thompson afirma que o metodismo talvez tenha
inibido a revolução (A Formação da Classe
Operária Inglesa. 2 v. Ibidem, p.264). Já o historiador francês Elie Halévy
(1870 -1938), no livro História do Povo Inglês no século XVIII, afirma que a
Inglaterra têm uma dívida com o metodismo porque ele impediu a Revolução
semelhante a da França, em 1789.
[24] Ibidem, p.97.
[25] SMITH, Oswald J. O
Reavivamento de que Precisamos. [s.ed],1958, p.101. O autor aqui fala do
metodismo wesleyano e não da nova
denominação surgida, na Inglaterra, após a morte de Wesley.
[26] VACCARO, Gabriel O. Identidad Pentecostal. Clai, Quito, Equador, 1990, p. 51. O Secretário Geral
do Clai, Felipe Adolf, afirma sobre Vaccaro: “el nos há permitido acercarnos a
lo pentecostal desde uma perspectiva diferente, natural, auténtica” (Ibidem,
p.7).
[27] Ibidem, p.252.
[28] MAC ALISTER, Robert. Boletim do bispo Roberto. [s.ed], dezembro de 1987.
[29] CHO, Paul Y. Oração, a chave do avivamento. Editora
Betânia, 1986, p. 12.
[30]“A Revolução Industrial havia trazido consigo uma
abominável exploração dos trabalhadores, que se amontoavam, em número
crescente, em bairros em que a aglomeração e o abandono tornavam insalubres e
moralmente corrompidos” (CAMARGO,
Gonzalo Baéz, Ibidem.p. 55).
[31] THOMPSON, Edward P. A Formação da Classe Operária
Inglesa. 1 v. Paz e terra, 1987, p.36.
[31] THOMPSON, Edward,
Ibidem, 2 v. p. 232.
[32] THOMPSON, Edward
P., Ibidem, 2 v. p.42.
[33] “The Birth of Methodism in
[38] ENSLEY, Francis
Gerald. João Wesley o Evangelista. São Paulo: Imprensa Metodista. 1960, p.8.
[39]
www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html
[40] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Junta
Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p.39.
[41] http://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
[42] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit.,p.39.
[43] www.musicaeadoracao.com.br/livros/mus_adv_etern/mus_adv_etern1.htm
[44] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.
[45] www.victorshepherd.on.ca/Heritage/francis.htm
[46] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html -
[47] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.
[48] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html
[49]
http://pt.wikipedia.org/
[50] http://findarticles.com/p/articles/mi_qn4188/is_20060708/ai_n16529217/pg_2. Segundo o Rev. Steve Goodier da Igreja
Metodista Unida de Salt Lake.
[51] www.worldmethodist.org
[52]
http://monografias.interbusca.com/geografia/islas-virgenes-britanicas-204.html
[53]ETCHEGOYEN.
Aldo M La fascinante historia del
metodismo caribeño. http://www.elinterprete.org. Buenos
Aires, Argentina.
[54] Idem.
[55] http://pt.wikipedia.org/
[56] FOX, Eddie -
MORRIS, George - Anunciemos o Senhor. São Paulo, Imprensa Metodista, 1994, p.
184.
[57]
www.chi.gospelcom.net/DAILYF/2001/12/daily-12-22-2001.shtml
[58] Idem.
[59] www.chi.gospelcom.net/DAILYF/2001/12/daily-12-22-2001.shtml
[60] Idem.
[61] Idem.
[62] Idem.
[63]
www.crate.gotdns.com/.../d20/d21/d22/d23/d24/d25/d26/d27/d28/d29/d30/d31/d32/d33/d34/d35/d36/d37/d38/d39/78.html
[64] Christian
History Institute. www.chi.gospelcom.net/DAILYF/2001/12/daily-12-22-2001.shtml
[65]
www.crate.gotdns.com/.../d20/d21/d22/d23/d24/d25/d26/d27/d28/d29/d30/d31/d32/d33/d34/d35/d36/d37/d38/d39/78.html
[66]
www.chi.gospelcom.net/DAILYF/2001/12/daily-12-22-2001.shtml
[71] http://jmc.org.br/culto70anos.htm
[78] www.paivanetto.com.br/interno/interno.php?ci=1&cs=3&sp=118182
[85] http://www.adcaldas.org/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=4&Itemid=104&limit=12&limitstart=12
[92] JONES, Stanley. O Cristo de todos os caminhos. São Paulo: Imprensa Metodista, 1968,
p.44
[94] JONES, Stanley. Jesus é Senhor. São
Paulo, Imprensa Metodista, 1969, p.5.
[95] JONES, Stanley. A Resposta Divina.
Imprensa Metodista. No Cenáculo, 1995, p.115.
[97] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm
[98] www.ohiohistorycentral.org/entry.php?rec=187
[99] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm
[100] Rutherford foi também
considerado por alguns como presbiteriano, apesar da maioria o colocar como metodista, como a
lista de “Famosos Metodistas” (cf.
http://www.adherents.com/largecom/fam_meth.html).
[101]
www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm
[102] www.library.thinkquest.org/TQ0312172/flhayes.html
[103] www.russpickett.com/ushist/uslady2.htm
[104] www.whitehouse.gov/history/firstladies/lh19.html
-
[105] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm
[106] Idem.
[107] www.simple.wikipedia.org/wiki/Lucy_Webb_Hayes
-
[108] www.library.thinkquest.org/TQ0312172/flhayes.html
[109] www.histclo.com/pres/ind19/hayes.html
[110] www.russpickett.com/ushist/uslady2.htm
[111] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm
[112] www.clinton4.nara.gov/WH/glimpse/firstladies/html/lh19.html
[113]www. en.wikipedia.org/wiki/Lucy_Webb_Hayes
[114] www.lkwdpl.org/WIHOHIO/haye-luc.htm
-
[115] Idem.
[116]
http://educaterra.terra.com.br/almanaque/diadasmaes/diadasmaes.htm
[117] http://www.wvculture.org/history/jarvis.html
[118] Idem
[119] http://pt.wikipedia.org/wiki/Associação_Cristã_de_Moços
[120] REILY, Ducan A. História Documental do Protestantismo no Brasil. ASTE, São Paulo, 1984, p.275.
[121] Idem, p.276.
[122]
http://www.wvculture.org/history/jarvis.html
[123] www.christianitytoday.com/history/newsletter/2002/may10.html
[124] www.wvculture.org/hiStory/thisdayinwvhistory/0508.html
[125] Idem.
[127] http://www.adretiro.com.br/estudo_7a.htm
[129] http://www.adretiro.com.br/estudo_7a.htm
[130]
http://womenshistory.about.com/od/mothersday/a/anna_jarvis.htm
[131]www.rootsweb.com/~wvtaylor/founder.htm
[132] Idem.
[133]
http://educaterra.terra.com.br/almanaque/diadasmaes/diadasmaes.htm
[134] http://www.adretiro.com.br/estudo_7a.htm
[135]
http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Barra_Escolha/A_DiaDasMaes.htm
[136]
http://educaterra.terra.com.br/almanaque/diadasmaes/diadasmaes.htm
[137] http://www.adretiro.com.br/estudo_7a.htm
[138] Idem.
[139]
www.rootsweb.com/~wvtaylor/founder.htm
[140] Site: Arquivo da Igreja
Metodista de Mississipi
[141] Idem.
[142] Site da
[143] Site: Arquivo da Igreja
Metodista de Mississipi
[144] LUCCOCK, Halford E. Linha da Esplendor Sem Fim. Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p.79.
[145] BUYER, Paul. "O poder
do alto" in Expositor Cristão. 9
de abril de 1935, p.1
[146] Ibid. Os fundadores do Metodismo. Imprensa
Metodista, 1929.
[147] Idem.
[148] Idem.
[149] Site Universidade de
Kwansei Gakuin - www.kwansei.ac.jp
[150] BUYER, Paul. Os fundadores do Metodismo. Imprensa
Metodista, 1929.
[151] SALVADOR. José Gonçalves. História do
metodismo No Brasil. Imprensa metodista, 1982. p.113.
[152] LUCCOCK, Halford E.Linha de Esplendor sem fim, Junta Geral de Educação Cristã da Igreja
Metodista do Brasil, p. 46, 52
[153] KENNEDY, J.L. Cincoenta annos de methodismo no
Brasil. 1928,p.
22.
[154] Idem, p. 25.
[155] LUCCOCK, Halford E.Linha
de Esplendor sem fim. Junta Geral de
Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p.
[156]
http://www.piracicabano.com.br/php/v8modcomunicin.php?codigo=4380&modulo=COLNOT&stscab=off
[157] Idem, p. 98
[158] REILY, Duncan A.História Documental do Protestantismo no Brasil. ASTE, 1984, p.
90-1.
[159] MESQUITA, Peri – TAVARES, Luciana. Mulheres Missionárias Metodistas e a
Educação no Brasil, de 1880 a 1930: A Educação da Elite Republicana. www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=675&dd99=pdf
[161]
http://www.piracicabano.com.br/php/v8modcomunicin.php?codigo=4380&modulo=COLNOT&stscab=off
[162] LANDER, J.M. O Granbery. Expositor
Christão. Rio de Janeiro, 27 de julho de 1899, v. XII, nº30, p.8.
[163] Missionários
[164]
http://www.piracicabano.com.br/php/v8modcomunicin.php?codigo=4380&modulo=COLNOT&stscab=off
[165] Idem.
[167]
http://www.almg.gov.br/dia/A_2004/11/L061104.htm.
[168]
http://www.piracicabano.com.br/php/v8modcomunicin.php?codigo=4380&modulo=COLNOT&stscab=off
[169] KENNEDY, J.L. Cincoenta annos de methodismo
no Brasil. 1928, p.138.
Outras fontes indicam sua morte em 10 de janeiro.
[170]
http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_4043.html
[171] Kennedy, J.L. Methodista Catholico. Rio de
Janeiro, 1 de agosto de 1886, v.15, p.4
[172] http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo
publicado no Jornal Avante, escrito por Joel Dias da Silva.
[173] Kennedy, J.L. Methodista Catholico. Rio de
Janeiro, 1º de agosto de 1886, v.15, p.54.
[174]
www.time.com/time/magazine/article/0,9171,796186,00.html?promoid=googlep -
[175] http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no
Jornal Avante, escrito por Joel Dias da Silva.
[176] Entrevista concedida por Tucker para
Diretrizes- Um Semanário a Serviço da Liberdade. Rio, 20/4/1944.
[177] http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante,
escrito por Joel Dias da Silva.
[178] Idem.
[179] Idem.
[180] http://members.tripod.com/~ICP_RJ/Historico.html
[181] Kennedy, James Lillbourne Cinqüenta anos de
metodismo no Brasil. 1928, p.130.
[182] http://www.riototal.com.br/coojornal/arletereis010.htm
[183] Idem.
[184] http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante,
escrito por Joel Dias da Silva.
[185] REILY, Ducan A. História Documental do Protestantismo no Brasil. ASTE, 1984, p.283.
[186] http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante,
escrito por Joel Dias da Silva.
[187] Idem.
[188] Idem.
[189] Kennedy, James Lillbourne. Cinquenta anos de
metodismo no Brasil. 1928, p.105.
[190] http://www.metodista4re.org.br/noticiasnew.asp?Id=173
[191] Idem.
[192]
www.time.com/time/magazine/article/0,9171,796186,00.html?promoid=googlep -
[193] http://www.tabernaculo.com.br/arquivo/2001/junho/paginas/testemunhos.htm. Artigo publicado no Jornal Avante,
escrito por Joel Dias da Silva.
[194] www.umcgiving.org/content/confbenevolences.asp
[196]
www.africanhistory.about.com/od/mandelanelson/a/bio_mandela.htm
[198]
www.findarticles.com/p/articles/mi_m1077/is_n10_v49/ai_15687222
[200]
http://danissincrasia.blogspot.com/2005_09_01_archive.html
[201]
http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaobiografias.asp?Numero=575
[202] Idem.
[204]
http://www.frasesfamosas.com.br/
[206]
www.homepage.mac.com/larryhol/iblog/C1482802393/E20061117144452/index.html
[207]
Idem.
[209] Bispo Paulo
Lockmann,”Mandela recebe Prêmio Mundial Metodista da Paz”
[210] Idem.
[211]
http://www.weblexikon.de/Methodist_Church_in_Kenya.html
[212]
http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaobiografias.asp?Numero=575
[213] www. en.wikipedia.org/wiki/Nakuru
[214] www.umckenya.org/
-
[215] Idem.
[216] Idem.
[217] Idem
[218] Idem.
[219] Idem.
[220]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oklahoma
[221]
http://www.okumc.org/page.asp?PKValue=881
[223] Idem.
[224] Idem.
[225] Idem.
[226] Idem.
[227] Idem.
[228] Idem.
[229] Idem.
[230] Idem
[233] HEITZENHATER, Richard P. Wesley e o povo chamado metodista.
Editeo- Pastoral Bennett, 1996, p.266.
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