Epistolas de João:

Em defesa de Cristo e da prática do amor

 

Comentários de João Wesley

 

Epístolas em formato popular para a Igreja hoje

 

Odilon Massolar Chaves

 


 


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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

É escritor, poeta e youtuber.

Toda glória seja dada ao Senhor  

 


“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”

(1João 1.1)

 

 

Índice

 

·       Introdução 

·       Apóstolo João, o autor das epístolas 

·       1ª Epistola de João 

·       2ª Epistola de João 

·       3ª Epistola de João



Introdução

 

“Epístolas de João: Em defesa de Cristo e da prática do amor”.

São epístolas em formato popular para a Igreja hoje.

É um livro que mostra o apóstolo João testemunhando em suas epístolas sobre quem é Jesus em meio a heresias da época, especialmente o gnosticismo, que afirmava que Jesus não veio em carne.

Por isso, as epístolas de João, especialmente a primeira epístola, destacam Jesus como sendo humano e divino. Ele é o Filho de Deus, mas morreu na cruz pelos nossos pecados.

João viu e tocou em Jesus. Seu testemunho foi fundamental e é ainda para nossos dias.

Estas epístolas foram estudadas primeiro nas comunidades de pessoas humildes de Itaguaí e Muriqui, entre 1979-1980, no Estado do Rio de Janeiro.

As epístolas foram colocadas num formato popular. Os versículos foram condensados para facilitar mais a leitura. Uma apostila ilustrada foi distribuída entre os participantes, impressa em um mimeógrafo antigo, que solicitei e ganhei da Igreja Metodista do Jabaquara, SP, onde fui pastor, para o trabalho nos campos missionários.

Para os dias de hoje, ampliamos um pouco mais os estudos com comentários e esclarecimentos de alguns autores.

Para entender bem as afirmações do apóstolo João, especialmente na primeira epistola, é importante entender a influência do gnosticismo.

O gnosticismo (gnose: conhecimento) foi uma corrente de pensamento que influenciou parte da Igreja primitiva, mas foi condenado como heresia. Dentre outras coisas, alguns grupos originários do gnosticismo, como os docetas, os fibionitas e os encratistas, “ensinavam, respectivamente, que a encarnação de Jesus era só aparente e que a abstinência sexual, a virgindade era um caminho seguro de Salvação.”[1]

Afirmavam ainda que o mundo era mal e que Jesus não veio em carne.

Portanto, as “epístolas de João tem por finalidade, expressamente declarada, expor e refutar as ideias errôneas do gnosticismo”.[2]

Assim, o apostolo João, nas epístolas, procurou ressaltar o amor de Deus, a encarnação de Jesus e sua divindade como o Cristo e o Filho de Deus.

Comentários de João Wesley.

 

O Autor

 


Apóstolo João, o autor das epístolas

 

Além de ter escrito o Evangelho e o livro de Apocalipse, João escreveu também as três epístolas de João. É o que a maioria dos teólogos afirmam.

João Wesley disse que a grande similitude do Evangelho de João e todas as suas três epístolas é uma grande evidência de que foram escritos pela mesma pessoa, apóstolo João.[3]

Mas quem foi João?

O nome de João traz a marca da graça de Deus em sua vida.

Tem origem no “hebraico YehokhananIohanan, composto pela união dos elementos Yah, que significa Javé, Jeová, Deus”, e hannah, que quer dizer ‘graça’. Significa ‘Deus é gracioso, agraciado por Deus, a graça e misericórdia de Deus, Deus perdoa”.[4]

Antes de ser intitulado discípulo amado, cheio da graça e do amor de Deus, João tinha marcas fortes da carne em sua vida. Jesus deu a “Tiago e João o título de Boanerges ou ‘filhos do trovão’. Porque eles perguntaram a Jesus se deveriam invocar fogo do céu sobre uma aldeia de samaritanos que O havia rejeitado (ver Lucas 9.51–56), esse apelido pode sugerir que eles eram impetuosos ou pelo menos tinham personalidade forte”.[5]

É considerado o mais jovem dos 12 apóstolos.

João era filho de Zebedeu. Era irmão de Tiago, ambos eram pescadores. “Possivelmente Tiago era mais velho do que João, visto que ele sempre é citado primeiro (Mateus 10:2-4). O apóstolo João era pescador de profissão. Seu pai foi um homem próspero no ramo da pesca, pois tinha alguns empregados (Marcos 1:20)”.[6]

“Sendo solteiro, vivia com os seus pais em Betsaida; era pescador e trabalhava com o seu irmão Tiago, em sociedade com André e Pedro”.[7]

João era bem próximo de Jesus. Havia muito amor em João vindo do amor de Jesus pelos discípulos. “No evangelho de João, o discípulo amado surge como um amigo íntimo e pessoal do Senhor. 

Sua posição na mesa ao lado de Jesus durante a Última Ceia refletia honra e proximidade. É bom lembrar também que João, Pedro e Tiago eram uma espécie de auxiliares pessoais de Jesus. 

Por causa de sua proximidade e amor por Jesus, ele sempre esteve próximo dos acontecimentos mais importantes da vida de Jesus como junto a cruz.

 A tradição cristã acredita que ele teria sobrevivido às perseguições e teria sido o único a não sofrer o martírio[8]

João é chamado ou se autodenomina de “discípulo amado” ou o discípulo que Jesus amava (João 21.20).

No original grego,  "discípulo amado"  ὁ μαθητὴς ὃν ἠγάπα ὁ Ἰησοῦς; romaniz.: o mathētēs on ēgapa o Iēsous”.[9]

Seu Evangelho destaca muito o amor de Jesus e de Deus.

É o único que diz: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

É o único que diz que seremos reconhecidos como discípulos de Jesus, se amarmos uns aos outros (João 13.35). Destaca ainda Jesus falando que deveríamos amá-lo para sermos amados pelo Pai (João 14.21).

João destaca muito as referências de Jesus sobre o amor (João 14.15; João 14.23; João 15.9). Ele destaca Jesus afirmando que deveríamos permanecer em Seu amor (João 15.9).  Destaca Jesus dizendo: “O que eu vos mando a vocês é isto: amem uns aos outros” (João 15.17).

João, como filho de trovão

Mas João não foi sempre assim. Quando chamou os 12 apostolo, Jesus deu o apelido de “Filhos de trovão” aos irmãos Tiago e João (Mc 3.17). Estudiosos afirmam que era por causa de sua impetuosidade.

João já teve antes sentimento de ódio, discriminação e vingança. Os irmãos João e André, certa vez, queriam pedir fogo dos céus para destruir os samaritanos que não receberam Jesus em suas terras (Lc 9.51-56).

João já teve antes atitude de superioridade. Além da vida rude que levavam por serem pescadores, Tiago e João tinham ainda uma mãe que queria privilégios para eles. Queria que, quando Jesus se tornasse rei, concedesse aos seus filhos o privilégio de um se sentar à direita e o outro à sua esquerda (Mt 20.20-22).

Interessante que Jesus se dirigiu aos dois filhos dela – João e Tiago, como sendo eles que estavam por trás desse pedido: “Jesus disse aos dois filhos dela: Vocês não sabem o que estão pedindo” (Mt 20. 22). Marcos diz que foram eles que pediram (Mc 10.35-45). Tanto que os outros discípulos ficaram zangados com os dois irmãos (Mt 20.24).

O amor de Jesus mudou João

 

Antes de conhecer Jesus, o jovem pescador João era intolerante, agressivo e vingativo. É o que os evangelhos revelam de suas atitudes.

“Tiago e João, ambos, possuíam temperamento semelhante. Eram rudes, vigorosos, intolerantes, ambiciosos, zelosos e explosivos. No entanto, três anos com Jesus começaram a transformar um fanático egocêntrico como João, numa pessoa madura e equilibrada. Três anos com Jesus colocaram esse outro filho do trovão no caminho certo para tornar-se o Apóstolo do Amor. João foi transformado de um cabeça quente intolerante em um líder amoroso e devoto para a igreja primitiva”.[10]

A convivência com Jesus recebendo a ministração da Palavra e vendo suas atitudes de amor; o desejo de se tornar amoroso e manso como o Mestre trouxe mudança radical na vida de João.

Ele foi um dos únicos que permaneceu junto a Jesus na crucificação (João 19.26). E foi a João que Jesus deixou a responsabilidade de cuidar de sua mãe. João a levou para morar com ele (João 19.27).

Por isso, em suas epistolas, João disse: “Vejam como é grande o amor do Pai por nós! O seu amor é tão grande que somos chamados de filhos de Deus e somos, de fato, filhos de Deus” (1Jo 3.1).

João, portanto, foi transformado pelo amor de Jesus e se transformou no apóstolo do amor.

Em suas epístolas, ele continuou ensinando sobre a importância de amar a Deus e aos irmãos.

 


1ª Epistola de João

 

Dados Gerais

Autor da 1ª epístola de João:

João Wesley disse que a grande similitude, “tanto de espírito quanto de expressão, que percorre o Evangelho de São João e todas as suas epístolas, é uma clara evidência de que eles foram escritos pela mesma pessoa. Nesta epístola ele não fala com nenhuma igreja em particular, mas com todos os cristãos dessa época; e neles para toda a igreja cristã em todas as eras de sucesso. Alguns apreenderam que não é fácil discernir o escopo e o método desta epístola. Mas se examiná-lo com simplicidade, estes podem ser facilmente descobertos. São João nesta carta, ou melhor, trato, (pois ele estava presente com parte daqueles a quem escreveu,) tem esse objetivo aparente, para confirmar a feliz e santa comunhão dos fiéis com Deus e Cristo, descrevendo as marcas desse estado abençoado”.[11]

Data: Escrita entre 90 e 100 d.C.

Destinatários: Igrejas da Ásia Menor

Tema: Condições para andarmos na luz e como filhos de Deus.

Para uns, a “primeira carta de João é um sermão em defesa de Cristo, da verdadeira fé em Deus, a vida em santidade e do amor que os filhos de Deus têm uns pelos outros”.[12]

Motivo da carta ser escrita

As Igrejas da Ásia Menor estavam sendo influenciadas por doutrinas estranhas (gnosticismo);

Ensinavam que Jesus não veio em carne; que o conhecimento é maior do que o amor e que não temos pecado;

Segundo o gnosticismo, a salvação vem através do conhecimento (gnose);

“Os falsos profetas recusavam-se a confessar que Jesus tinha vindo em carne (I Jo. 4:2,3 e II Jo: 7). Eles negavam que Jesus é o Cristo (I Jo.2:22). De sorte que Cristo não poderia jamais ter vindo em forma humana”.[13]

João, então, escreve para orientar às igrejas sobre estas doutrinas, especialmente o gnosticismo.

Escreve para reafirmar que Jesus veio em carne e que é o Cristo, o Filho de Deus. Em diversas passagens da epístola, o apostolo João afirma que Jesus é o Cristo (5.6), o Filho de Deus (2.22, 5.1-5). Pelo menos, 21 vezes Jesus é chamado de o Filho de Deus.

Combatendo o gnosticismo, João começa a epístola afirmando que ele tocou em Jesus, que veio em carne: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1Jo 1.1).

João Wesley disse: “Para a vida - A Palavra Viva. Foi manifestado - Em carne e osso, aos nossos sentidos. E testemunhamos e declaramos - Testemunhamos declarando, pregando e escrevendo.”[14]

Além de ser uma epistola doutrinária, João enfatiza também a prática do amor (1Jo 2.7-11, 3.11-24, 4.7-21). 

Para compreendermos bem esta epistola de João, precisamos ter como base a influência desta heresia.

Orientação do apóstolo João

O testemunho do apóstolo João

Ouvimos, vimos, contemplamos e nossas mãos apalparam a Palavra da Vida: Jesus Cristo (1Jo 1.1)

Este que é a vida que vem de Deus foi revelado a nós e damos testemunho e vos anunciamos esta vida eterna (1Jo 1. 2);

O que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos para que também estejais em comunhão conosco, que temos comunhão com o Pai e o Filho (1Jo 1.3);

Vos escrevemos para que a vossa alegria seja completa (1Jo 1.4);

A mensagem é esta: Deus é luz e se andarmos nas trevas e dissermos que estamos em comunhão com Ele, mentimos e a verdade não está em nós (1Jo 1.5-6);

Se caminharmos na luz, estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado (1Jo 1.6);

Primeira condição para caminhar na luz: romper com o pecado

Se dissermos que não temos pecado e nem pecamos, mentimos; se confessarmos, Ele nos purifica de todo pecado (1Jo 1.8-10);

Filhinhos, escrevo para que não pequeis, mas se pecarmos, Cristo é nosso advogado (1Jo 2.1.);

Jesus é a vítima dos pecados e de todo mundo (1Jo 2.2);

Segunda condição para caminhar na luz: observar os mandamentos

Conhecemos a Cristo, se guardamos seus mandamentos, caso contrário, somos mentirosos e a verdade não está em nós (1Jo 2.3-4);

O que guarda Sua Palavra, o amor de Deus é perfeito nele e aquele que diz que permanece em Jesus, deve andar como Ele andou (1Jo 2.5-6);

Não vos escrevo um mandamento novo, mas antigo. É novo porque foi dado por Jesus e a medida que obedecemos a este mandamento de amarmos uns aos ouros, permanecemos na luz, mas o que odeia está nas trevas e não sabe para onde vai (1Jo 2.7-11).

Terceira condição para caminhar na luz: afastar-se do mundo

Vos escrevo, filhinhos, porque vossos pecados foram perdoados, à vocês, pais, porque conhecem aquele que é desde o princípio; à vocês, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno” (1Jo 2.12-13);

Não ameis o mundo, pois se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque os desejos da carne, os desejos dos olhos, o orgulho das riquezas não veem do Pai e sim do mundo (1Jo 2.15-16);

O mundo passa e os seus desejos, mas a vontade de Deus permanece eternamente (1Jo 2.17).

Quarta condição para caminhar na luz: preservar-se dos anticristos

Filhinhos, o fim do mundo está chegando, pois ouvistes que o anticristo vem e muitos já vieram (1Jo 2.18);

Eles saíram dos nossos, mas não eram dos nossos. Vós, porém, tendes recebido a unção do Espírito e conheceis todas as coisas (1Jo 2.19-20);

Não vos escrevi porque ignorais a verdade, mas porque a conheceis. Mentiroso é o anticristo, que nega que Jesus é o Cristo, nega o Pai e o Filho (1Jo 2.21-22);

O que nega o Filho não possui o Pai, o que confessa o Filho, possui o Pai. Sde em vós permanece o que ouvistes desde o início, vós também permaneceis no Filho e no Pai (1Jo 2.23-24);

Ele vos fez a promessa da vida eterna e vos escrevi sobre aqueles que vos procura, torar do caminho (1Jo 2.25-26);

A unção que dele recebestes permanece em vós, por isso, não tendes necessidade que alguém vos ensine, mas assim como Ele vos ensinou, permanecei Nele (1Jo 2.27);

 Permanecei Nele para que na sua vida tenhamos confiança, pois Deus é justo e todos os que fazem o bem são seus filhos (1Jo 2.28-19);

Ele mostra seu amor por nós, chamando-nos seus filhos e nós o somos. Por isso, o mundo não nos conhece, pois não O conhecem (1Jo 3.1);

Somos filhos de Deus, mas só seremos semelhantes à Ele, quando Ele vier, pois o veremos tal como Ele é (1Jo 3.2);

Primeira condição para vivermos como filhos de Deus: romper com pecado

O que tem esta esperança, purifica-se, pois Cristo é puro, O que comete pecado, comete iniquidade, pois o pecado é iniquidade (1Jo 3.3-4);

Jesus se manifestou para tirar nosso pecado. Todo que Nele permanece, não peca, mas o que peca, não o viu nem o conheceu (1Jo 3.5-6);

O que pratica a justiça é justo, a sim como Ele é justo. Aquele que comete pecado é do demônio, pois ele é pecador desde o início e o Filho de Deus veio para destruir suas obras 1Jo 3.7-8);

O que nasceu de Deus não comete pecado. O que não pratica a justiça e não ama seu irmão, não é de Deus (1Jo 3.9-10);

Segunda condição para vivermos como filhos de Deus: observar os mandamentos

Desde o início ouvistes que devemos amar uns aos outros e não proceder como Caim, pois suas obras eram más e a do seu irmão justas (1Jo 3.11-12);

Não admireis, se o mundo vos odeia. Nós passamos da morte para a vida, pois amamos aos irmãos (1Jo 3.13-14);

O que odeia seu irmão é um assassino e não tem a vida eterna (1Jo 3.15);

 Conhecemos o verdadeiro amor através da atitude de Jesus em dar sua vida por nós. Se alguém ver seu irmão padecer necessidades e lhes fechas o coração, o amor de Deus não pode estar nele (1Jo 3.16-17);

Se amarmos de ações e não de palavras, reconhecemos que somos da verdade. Se nossas consciências estiverem pesadas é porque Deus abe o que fazemos de errado (1Jo 3.18-20);

Se nossa consciência não nos acusa, temos confiança diante de Deus e tudo que lhe pedirmos, recebemos, pois guardamos os seus mandamentos (1Jo 3.21-22);

Seu mandamento é que creiamos em Jesus e amemos uns aos outros. Aquele que faz isto permanece em Deus e Deus nele (1Jo 3.23-24).

Terceira condição para vivermos como filhos de Deus: preservar-nos do anticristo

Muitos falsos profetas apareceram no mundo, por isso, examinais os espíritos da seguinte maneira: todo aquele que confessa que Jesus veio em carne é de Deus, o contrário, não é de Deus (1Jo 4.1-2);

Todo quele que não confessa Jesus é o espírito do anticristo e ele já está no mundo, mas vós sois de Deus e os vencestes (1Jo 4.3-4);

Eles são do mundo, por isso, falam segundo o mundo, mas nós somos de Deus e quem é de Deus nos ouve (1Jo 4.5-6).

Origem do amor

Amemo-nos uns aos outros, pois todo aquele que ama nasceu e conhece a Deus. Aquele que não ama não conheceu a Deus (1Jo 4.7-8);

Deus manifestou Seu amor enviando Seu único Filho. O amor consiste nisto: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados (1Jo 4.9-10);

Como Deus nos amou, devemos amar uns aos outros para que Deus permaneça em nós e o Seu amor em nós seja perfeito (1Jo 4.11-12); 

Reconhecemos que estamos em Deus e Deus em nós, pois Ele nos deu Seu Espirito e nós testemunhamos que o Pai enviou Seu Filho (1Jo 4.13-14);

Confessando que Jesus é o Filho de Deus, Ele permanece em nós e temos reconhecido que o amor de Deus está entre nós, pois quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele (1Jo 4.15-16);

Eis a perfeição do amor em nós: ter plena confiança no dia do julgamento, pois o amor lança fora o  temor (1Jo 4.17-18);

Wesley disse: “Não há medo no amor; Mas o amor perfeito expulsa o medo: porque o medo atormenta. Aquele que teme não se aperfeiçoa no amor.

Não há medo no amor – Nenhum medo servil pode estar onde o amor reina. Mas o amor perfeito e adulto expulsa o medo servil: porque esse medo atormenta - E assim é inconsistente com a felicidade do amor. Um homem natural não tem medo nem amor; aquele que é despertado, medo sem amor; um bebê em Cristo, amor e medo; um pai em Cristo, amor sem medo”.[15]

Apostolo João continua escrevendo: “Amemos, pois Ele nos amou primeiro e quem disser quer a ama a Deus e odeia seu irmão é mentiroso. Se alguém não ama a seu irmão a quem vê, como pode amar a Deus que não vê? Ame a Deus e a seu irmão” (1Jo 4.19-21).

Wesley disse> “E este mandamento temos dele, Que aquele que ama a Deus ame também o seu irmão.

E este mandamento temos nós dele – tanto Deus quanto Cristo.

Que aquele que ama a Deus ame seu irmão – Cada um, quaisquer que sejam suas opiniões ou modo de adoração, puramente porque é filho e carrega a imagem de Deus. Bigotry é propriamente a carência desse amor puro e universal. Um fanático só ama aqueles que abraçam suas opiniões e recebem seu modo de adoração; e ele os ama por isso, e não por causa de Cristo”.[16]

Apostolo João disse: “Aquele que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus. Reconhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos seus mandamentos” (1Jo 5.1-2).

Este é o amor de Deus: que guardemos Seus mandamentos, que não são pesados pois o que nasceu de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé (1Jo 5.3-4).

Origem da fé

Vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus, que veio com água e sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade (1Jo 5.5-6);

O Espirito, a água e o sangue testemunham e o testemunho de Deus é maior (1Jo 5. 7-8);

Quem não crê em Deus o faz mentiroso, pois não crê no Seu testemunho que a vida está em Seu Filho
(1Jo 5.10-11);

Quem crê no Filho tem a vida e eu vos escrevo para saberdes que tendes a vida eterna (1Jo 5.12-13).

Oração pelos pecadores

Temos confiança que, se pedirmos alguma coisa A Deus, Ele nos ouve e sabemos que possuímos o que havíamos pedido (1Jo 5.14-15);

Podemos orar pelo irmão que cometeu um pecado que não conduz à morte. Há um pecado que não conduz à morte (1Jo 5.16-17);

O que nasceu de Deus, conserva-se a si mesmo e
o maligno não lhe toca (1Jo 5.18);

Sabemos que somos filhos de Deus e o mundo está sob o poder do maligno. O Filho de Deus nos deu inteligência para conhecermos o verdadeiro, mas filhinhos guardai-vos dos ídolos. Amém. (1Jo 5.19-21).

 


2ª Epístola de João

 

Dados Gerais

Autor: Apóstolo João

“O primeiro autor a referir-se especificamente a uma dessas epístolas como sendo obra de João é Papias de Hierápolis, em meados do séc. II, o qual, segundo Eusébio (Hist. Ecles., 3.39.17), "fez uso de exemplos extraídos da primeira epístola de João". É importante assinalar que "a primeira" é uma expressão de Eusébio (historiador do início da era cristã), não de Papias. Nos tempos de Irineu (c. 180 d.C.), pelo menos a primeira e a segunda epístolas são explicitamente atribuídas a João, o discípulo do Senhor e autor do quarto Evangelho (Adv. Haer. 3.16.18)”.[17]

Data: Entre 90 e 100 d.C.

Destinatários: Uma Igreja da Ásia Menor.

Tema: O que ama caminha na verdade.

Motivo de escrever a carta

O ancião, que significa chefe de uma comunidade religiosa, escreve para uma senhora eleita.

Senhora eleita significa uma Igreja cristã.

Este ancião, é provavelmente o apóstolo João.

É para exortá-los a perseverar em amor.

Orientação à Igreja

Sobre a verdade e o amor

O ancião escreve dizendo que ama na verdade e que esta verdade permanece nele e que estará para sempre com eles (2Jo 1-2);[18]

Conosco estarão a graça, misericórdia, paz que vem de Deus e Jesus, na verdade e no amor (2Jo 3);

Alegrei-me por ter encontrado algu8ns dos meus filhos vivendo na verdade e te peço, senhora, que nos amemos uns aos outros (2Jo 4-5);

O amor consiste em viver conforme os mandamentos de Cristo 2Jo 6).

Sobre os anticristos

Os anticristos, os sedutores, espalham-se pelo mundo. Acautelai-vos para que possais receber plena recompensa (2Jo 7-8).

Todo que ultrapassar os ensinos apostólicos, não permanecem na doutrina de Cristo, não possuem a Deus. O que permanece na doutrina possui o Pai e o Filho (2Jo 9).

Se alguém não segue esta doutrina, não o recebais em vossa casa e nem o saudeis. O que faz isto participa de suas obras más (2Jo 10-11).

Não vos escrevi tudo, pois espero estar convosco e vos falar de viva voz para que a vossa alegria seja perfeita (2Jo 12).

As Igrejas que vieram da tua irmã eleita te saúdam (2Jo 13). 

 


3ª Epistola de João

 

Dados Gerais

Autor: Apóstolo João

“As irmãs gêmeas 2ª e 3ª João com certeza vem de um mesmo autor "ho presbyteros" 2ª João 1 e 3ª João 1. As comparações destas duas, nos revelam que é possível ser o mesmo autor (cf. 2ª João 1 com 3ª João 1; 2ª João; 2ª João 4 com 3ª João 3; 2ª João 10,11 com 3ª João 5,6; 2ª João 12 com 3ª João 13,14). “(…) Dionísio de Alexandria (265) concluiu, da concordância no uso vocabular o teor de pensamento, que estes dois escritos tiveram que vir do mesmo autor.”[19] 

Data: Entre 90 e 100 d.C.

Destinatários: Gaio

Tema: Gaio, fiel discípulo. 

Motivo da carta ser escrita

O ancião, provavelmente, o apóstolo João, escreve para elogiar a conduta do fiel discípulo Gaio.

Que recebe bem os pregadores cristãos.

E caminha na verdade.

Escreve para advertir Diótrefes, que ambiciona o lugar do ancião.

E, talvez, por isso, não recebe os pregadores enviados pelo ancião.

Orientação à Gaio

Sobre a conduta de Gaio

O ancião dirige a carta à Gaio desejando que ele prospere e que tenha tão boa saúde quanto a sua alma (3Jo 1-2).[20]

Segundo João Wesley, “Caius provavelmente foi aquele Caius de Corinto que São Paulo menciona, Rom 16:23. Se assim for, ou ele foi removido de Aqueia para a Ásia, ou St. John enviou esta carta para Corinto.” [21]

Alegrei-me com o testemunho que tive da tua conduta e me alegro mais ao saber que meus filhos vivem na verdade (3Jo 3-4).

Procedes fielmente meus irmãos estrangeiros. Eles deram testemunho do teu amor. Farás bem provendo-se do necessário para a viagem (3Jo 5-6).

Foi pelo nome do Senhor que eles saíram pelo mundo, sem nada receberem de pagãos. Seremos cooperadores da verdade, se acolhermos esses homens (3Jo 7-8).

Sobre a conduta de Diótrefes

Diótrefes ambiciona o primeiro lugar e não nos recebe. Indo ai o repreenderei pela sua má conduta, pois também se recusa em receber irmãos e expulsa da Igreja àqueles que os recebem (3Jo 9-10).

Gaio, não imites o mal, pois quem faz o bem é de Deus (3Jo 11).

Todos dão bom testemunho de Demétrio (3Jo 12).

Tinha muito que escrever, mas não quero escrever-te com tinta e pena (3Jo 13).

Espero ver-te em breve e falarmos boca a boca (3Jo 14).

Paz seja contigo. Saúdam-te os amigos. Saúda os amigos pelos seus nomes (3Jo 15).


 



[1] www.bibliaeapocrifos.com.br/.../gnosticismo-no-evangelho-de-joa…

[2] https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Refutando-o-Gnosticismo/..

[3] wesley.nnu.edu/john-wesley/john-wesleys-notes-on-the-bible

[4] https://www.dicionariodenomesproprios.com.br/joao/

[5] https://www.churchofjesuschrist.org/study/liahona/2019/01/john-the-disciple-whom-jesus-loved?lang=por

[6] https://estiloadoracao.com/apostolo-joao/

[7] https://bigbluebook.org/pt/139/4/

[8] https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o,_o_Ap%C3%B3stolo

[9] https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o,_o_Ap%C3%B3stolo

[10] http://blog.adai.com.br/joao-o-apostolo-do-amor/

[12] https://pregadormanasses.com/i-epistola-de-joao-estudo-biblico

[13] www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Refutando-o-Gnosticismo/49466640.html

[14] wesley.nnu.edu/john-wesley/john-wesleys-notes-on-the-bible

[15] https://www.studylight.org/ commentaries/eng/wen/1-john-4.html

[16] https://www.studylight.org/ commentaries/eng/wen/1-john-4.html

[17] https://prgilsonmedeiros.blogspot.com/2009/07/as-epistolas-de-joao.html

[18] Wesley disse: “O mais velho - Uma denominação adequada a uma carta familiar, mas sobre um assunto pesado”. wesley.nnu.edu/john-wesley/john-wesleys-notes-on-the-bible

[19] https://teologiaeclesiastica.blogspot.com/2011/08/ii-epistola-de-joao.html 

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