Antígua, Berço do metodismo no Caribe

 

 

Cenas que parecem mais a história de um filme

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

 

  

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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

É escritor, poeta e youtuber.

Toda glória seja dada ao Senhor

 

 

 

Índice 

 

 

·      Introdução

·      Movimento de Missões de Thomas Coke

·      Pai do metodismo em Antígua

·      Francis Gilbert, “Secretário do pregador”

·      Mulheres na liderança em Antigam,4

·      Pioneiras no combate à escravidão em Antígua

 

  

 

Introdução 

 

“Antígua, Berço do metodismo no Caribe” é um relato histórico do inicio do metodismo  em Antígua e, consequentemente, no Caribe onde o metodismo é forte. 

Foi Nathaniel Gilbert (1721-1774), um convertido por Wesley, morador em Antígua, quem deu início o metodismo no Caribe. Ele é considerado o “Pai do metodismo no caribe”. 

Nathaniel Gibert leu um livro de Wesley, emprestado por seu irmão Francis Gilbert,  e entusiasmado foi a Londres, com alguns escravos, para conhecer Wesley. Voltou e espalhou o metodismo em Antígua, em 1757. 

Seu irmão, Francis Gilbert, foi o primeiro convertido de Antígua ao metodismo, em 1753, quando Francis Assistiu uma pregação de Wesley, em Londres. 

Ele realizou uma campanha evangelística em Antígua de 1763 a 1764. Ele tinha estreita relação com Wesley e foi designado "Secretário do Pregador".  

Posteriormente, as mulheres tiveram uma participação muito determinante em Antígua para dar continuidade ao metodismo. 

Maios tarde, outras mulheres também lutaram contra a perseguição ao metodismo e escravidão. 

Uma história, que parece mais um filme. 

Uma história que nos edifica grandemente. 

 

O Autor

 

  

Movimento de Missões de Thomas Coke 

 

O estabelecimento do metodismo em Antígua, Caribe, foi muito importante para o metodismo e para a história religiosa e social mais ampla do Hemisfério Ocidental. 

O povo metodista de Antígua reconhece que tem sido a providencia de Deus que levantou e em mantido a Igreja Metodista em Antiga. “Um dos hinos do Metodismo afirma que: “Deus se move de maneira misteriosa para realizar Suas maravilhas”.[1] 

E quais são essas maravilhas para o povo metodista de Antígua? 

Wesley acreditava que o surgimento do metodismo na Inglaterra foi resultado da providencia de Deus. 

Para os metodistas de Antígua também essa providencia aconteceu com no surgimento do metodismo no Caribe. “Entre as muitas maravilhas está a operação da providência de Deus em levantar no Caribe o povo chamado de Metodista. Os metodistas em Antígua podem discernir claramente a mão de Deus movendo-se em nossa terra. Acreditamos sinceramente e afirmamos que deve ter sido por meio da providência de Deus que o Metodismo chegou, sobreviveu e prosperou em Antígua ao longo dos últimos duzentos e cinquenta (250) anos.”[2] 

O metodismo em Antígua tem algumas marcas pioneiras e históricas.  John Vickers afirma que Antígua "tem uma reivindicação bem documentada de ser a primeira sociedade metodista wesleyana fora das Ilhas Britânicas’ e que foi o local do ‘primeiro caso de pregação metodista a não cristãos não europeus".[3]

O metodismo em Antiga foi rotulado como "momento seminal no desenvolvimento do cristianismo protestante afro-americano"; primeira sociedade metodista"; “o berço da conversão no arquipélago".[4] 

E destacamos que “os primeiros metodistas da Antígua eram bem versados ​​nos hinos de Wesley e Watts. Isso incluía um dos renomados hinos de Charles Wesley, ‘Wresting Jacob".[5] 

É uma bela história do metodismo no Caribe. Tudo começou em Antígua e depois se espalhou por outros lugares. 

Começou com os irmãos Gilbert, em Antígua, e depois as mulheres assumiram durante um bom tempo a liderança da Igreja.

Isso aconteceu também em Barbados e Jamaica. 

É importante ressaltar a importância de Thomas Coke no desenvolvimento do metodismo no Caribe.

Em 12 de março de 1786 ele propôs um movimento de Missões para o metodismo. Ele fez uma carta introdutória para João Wesley e imprimiu um panfleto de doze páginas propondo um movimento para Missões.

Wesley aprovou o que seria chamado de 'Missões Locais' e 'Missões Estrangeiras.

O Plano de Missões tinha esses objetivos:

O primeiro objetivo foi estabelecer e apoiar uma missão nas terras altas e nas ilhas adjacentes da Escócia.

O segundo objetivo foi um projeto de língua francesa. O propósito era “para cuidar e continuar o trabalho ... em nossas ilhas de Jersey e Guernsey.' A Igreja Episcopal Metodista dos EUA havia começado a trabalhar na Nova Escócia, Quebec e Newfoundland”.

Thomas Coke queria enviar missionários para as províncias na América e na ilha de Newfoundland.

Ele destacou o trabalho nas Índias Ocidentais e o ministério de John Baxter entre os escravos negros de Antígua e as possibilidades em São Cristóvão. O terceiro objetivo era estabelecer e apoiar missões nas ilhas das Índias Ocidentais. [6]

Thomas Coke visitou Anguila, no Caribe, em 1786. Pregou e batizou.

Ele levou o Evangelho à Jamaica, em 1789.

Hoje, especialmente, nas Ilhas Virgens Britânicas, o metodismo é a maior Igreja. "A religião predominante é a protestante (em todas suas variantes, a mais frequente é a metodista)."[7]

Em 1750, aproximadamente, Francis Gilbert se converteu na Inglaterra por meio de uma das pregações de João Wesley. Francis era um jovem “playboy”, filho de um rico colono. Seu pai possuía propriedades nas Ilhas Ocidentais, entre elas Antígua.

Seu irmão Nathaniel morava na Ilha e recebeu de Francis, livros de Wesley. Posteriormente, Nathaniel foi à Inglaterra e se converteu juntamente com outros três escravos que havia levado consigo.

Quando voltaram à Antígua, passaram a pregar o Evangelho aos outros escravos. Mais tarde, o pregador leigo metodista e marinheiro John Baxter chegaram à Ilha, que estava sem pastor. Com a morte de Nathaniel, John passou a pastorear a Ilha e  construiu o primeiro templo metodista  em 1883.[8]

 “Hoje a Igreja Metodista do Caribe e nas Américas registra aproximadamente 8.000 membros em Barbados, 5.500 em Bahamas, 900 em Costa Rica, 3.700 na Guyana, 5.000 em Haití, 2.000 em Honduras, 18.000 na Jamaica, 15.000 em Leeward e Windward, 900 no Panamá e 7.000 no Curacao- St.Kitts - Tobago - Islas Vírgenes”.[9]

O metodismo está praticamente em todo Caribe. Nas Ilhas Virgens Britânicas tem cerca de 45% da população, de acordo com o último censo.

Em percentagem, temos em outros países do Caribe:

Barbados: 12%

Jamaica: 2,7%

Bahamas: 6%

Anguilla: 33%

Saint Vincent e Grenadine: 28%. [10]

 


Pai do metodismo em Antígua 

 

 

Nathaniel Gilbert (1721-1774) nasceu em Antígua, Caribe. Era advogado, formado na Gray’s Inn Londres, filho de um fazendeiro rico e proprietário de escravos. 

Seu irmão, Francis Gilbert, era formado em Medicina em Cambridge e exerceu a profissão na Inglaterra e Antígua. 

Nathaniel Gilbert “era proprietário de escravos, presidente da Câmara dos Representantes em Antígua e irmão de Francis Gilbert. Enquanto se recuperava na cama de uma breve doença em 1756, Nathaniel pediu à filha que lhe trouxesse um livro. Sua filha Maria entregou-lhe por engano um dos escritos de Wesley - "Um Apelo aos Homens de Razão e Religião" que foi enviado a ele por Francisco. Nathaniel relutantemente leu o livro e ficou tão impressionado com o que Wesley havia escrito que jurou que deveria ouvir Wesley pregar a si mesmo. Em 1757, Nathaniel Gilbert partiu para a Inglaterra levando consigo três escravos de sua propriedade. Gilbert não perdeu tempo em localizar John Wesley e sob a pregação de Wesley foi convertido ao Metodismo”.[11] 

Nathaniel ficou pobre, endividado e fugiu para a Inglaterra, onde passou a frequentar a sociedade de João Wesley e se tornou pregador metodista itinerante. 

Em 1757, foi para a Inglaterra levando três escravos. Gilbert não perdeu tempo em localizar João Wesley e se converteu ao metodismo. Wesley escreveu no jornal 17 de janeiro de 1758: 

“Eu preguei em Wandsworth. Um cavalheiro vindo da América tinha aberto uma porta neste lugar desolado. Pela manhã eu preguei na casa do Sr. Gilbert. Dois servos negros dele e um mulato aparentam estar muito despertos. Sua saúde salvadora não será conhecida a todas as nações?"[12]

Ele e dois de seus escravos se converteram e foram batizados por Wesley.

Em 29 de novembro de 1758, Wesley escreveu: “Eu montei para Wandsworth e batizei dois negros pertencentes a Gilbert, um cavalheiro que veio recentemente de Antígua. Um deles está tão profundamente convencido do pecado: o outro se alegra em Deus, seu Salvador, e é o primeiro cristão africano que conheci".

O início do metodismo em Antígua

“No retorno de Nathaniel Gilbert a Antigua em 1759, ele primeiro compartilhou sua nova alegria com seus amigos e mais tarde começou a pregar a seus escravos a mensagem de salvação que tinha ouvido de John Wesley. Em 1760, a “grande obra” havia começado”.[13]

Pregou e formou uma Sociedade Metodista, contando com o apoio de Francis. Nathaniel foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de Antígua em 1763.

“Acredita-se que o ano de 1766 seja a data em que a primeira Sociedade Metodista nas Índias Ocidentais foi formada em Antígua. Mais tarde, Nathaniel renunciou ao cargo de Presidente da Câmara da Assembleia para se dedicar mais tempo a este trabalho. Nathaniel continuou a fazer isso até sua morte em 1774”.[14]

Após seu falecimento, em 1774, seu irmão Francis continuou o trabalho, mas adoeceu e precisou logo voltar para a Inglaterra.

“Nathaniel Gilbert habilmente apoiado por mulheres - Sra. Gilbert, sua esposa, Mary Leadbetter, a governanta de seus filhos, e as escravas Mary, Sophia e Bessie, continuaram pregando para seus escravos e para os das propriedades vizinhas e para St John's”.[15]

Bessie, Mary Alley e Sophia Campbell continuaram o trabalho até a chegada do pregador metodista João Baxter.[16]

É afirmado que: "se não fosse por essas mulheres, a luz acesa por Nathaniel Gilbert, poderia ter desbotado completamente."

John Baxter chegou da Inglaterra, em 1778, e se tornou pregador local.

Ele era construtor naval e pregador metodista. Seu trabalho na Igreja trouxe muitos resultados positivos, dentre eles, o crescimento da Igreja e a construção da primeira capela metodista em Antigua.

Ele chegou em 2 de abril de 1778. Como um “construtor naval habilidoso de Chatham em Kent, Inglaterra, desembarcou no porto inglês em Antígua (agora chamado de Estaleiro de Nelson), onde foi oferecido um posto no estaleiro naval. Baxter era metodista e tinha ouvido falar do trabalho dos Gilbert e da necessidade de um novo pregador. Ele começou a pregar e se reunir com os líderes metodistas, e em um ano a comunidade metodista havia crescido para 600 pessoas. Em 1783, a primeira capela metodista foi construída em Antigua, com John Baxter como o pregador local, sua estrutura de madeira acomodando cerca de 2.000 pessoas”.[17]

John Hodge, um negro livre, converteu-se ao metodismo em St. Barths, St. Eustatius.

Em 1813, John Hodge obteve do vice-governador permissão para pregar em Antígua. Suas pregações tiveram grande efeito sobre os escravos.

Em 1822, ele se tornou pastor metodista.

Nathaniel Gilbert teve um filho chamado Nathaniel Gilbert Junior. Nasceu na ilha de Antígua e foi ordenado na Igreja Anglicana, na Inglaterra. Serviu como um curador em Madeley com John Fletcher, amigo de Wesley.

Em 1792, foi nomeado como o primeiro capelão no estabelecimento de escravos liberados em Serra Leoa, África. Depois retornou a Inglaterra servindo como vigário de Bledlow, em Buckinghamshire.

Edgar W. Thompson escreveu, em 1960, o livro “Nathaniel Gilbert, advogado e evangelista”, publicado em Londres.[18]

Para a Igreja Metodista em Antígua, Nathaniel Gilbert é reconhecido como “fundador do Metodismo nas Índias Ocidentais. No entanto, se não fosse pela mão de Deus movendo-se na vida e nos negócios de Francis Gilbert, o irmão de Nathaniel Gilbert, a história do Metodismo no Caribe poderia ter sido diferente”.[19]

Hoje, cerca de 33% da população de Antígua são metodistas.


Francis Gilbert, “Secretário do Pregador” 

 

Francis Gilbert (1725-1779) nasceu na Inglaterra. Ele se formou em medicina em Cambridge e praticou a medicina na Inglaterra e Antígua.[20] 

Era o irmão mais novo de Nathaniel Gilbert, o fundador do metodismo em Antígua. Francis ficou pobre e por causa de questões fraudulentas e dívidas, ele fugiu para a Jamaica e depois para Londres.[21] 

Na Inglaterra foi influenciado por um associado para se unir à sociedade de John Wesley. Em 1753, ele se tornou metodista e um pregador, em 1758. Ele serviu em Bristol (1759). Francis tinha uma casa em Wandsworth, Londres. [22] 

Francis realizou uma campanha evangelística em Antígua de 1763 a 1764. Ele tinha estreita relação com Wesley e foi designado "Secretário do Pregador".  

Em 1767, Francis se casou com Mary Leadbetter.  Com a idade de 54 anos, faleceu em 1º de julho de 1779. 

Sem a influência de Francis Gilbert, o metodismo não teria chegado tão cedo a Antígua. Ele influenciou seu irmão Nathaniel Gilbert, que era um advogado,  proprietário de escravos e presidente da Câmara dos Deputados em Antígua. 

Em 1756, Nathaniel leu o livro de Wesley - "Um Apelo aos Homens de Razão e Religião" que lhe foi enviado por Francis. Ele ficou impressionado com o que Wesley tinha escrito. 

Em 1757, Nathaniel Gilbert  decidiu conhecer Wesley e navegou para a Inglaterra levando consigo três escravos. Ele ouviu John Wesley pregar e se converteu  ao metodismo.  Wesley escreveu em 17 de janeiro de 1758: “Pela manhã eu preguei na casa do Sr. Gilbert." 

Em seu diário, em  29 de novembro de 1758, Wesley registra: “Cavalei para Wandsworth e batizei dois negros pertencentes a Gilbert, um cavalheiro que veio recentemente de Antígua. Um deles está tão profundamente convencido do pecado: o outro se alegra em Deus, seu Salvador, e é o primeiro cristão africano que conheci ". 

Ao voltar a Antigua, em 1759, Nathaniel Gilbert começou a pregar a seus escravos a mensagem de salvação que ele tinha ouvido de John Wesley. Nathaniel renunciou a seu cargo como presidente da Câmara de Assembleia, para se dedicar mais ao Evangelho.  

Nathaniel continuou a pregar até sua morte em 1774. Quando Nathaniel morreu, Francis assumiu a liderança do trabalho. Mary Leadbetter o ajudou sobremaneira. 

Francis deixou o cuidado e a nutrição espiritual do rebanho com Sophia Campbell, uma negra, e Mary Alley, uma mulata, que mantiveram as classes e reuniões de oração até que John Baxter chegou da Inglaterra, em 1778, e se tornou pregador local.[23] 


 Mulheres na liderança em Antiga

  

Elizabeth Gilbert 

As mulheres brancas eram proeminentes na liderança leiga das Sociedades Metodistas, bem como aqueles de raça mista. 

Nos dias pioneiros do empreendimento missionário em Antígua, Elizabeth Gilbert se destacava como a mulher  piedosa, esposa de Nathaniel.[24] 

Elizabeth era envolvida na visitação pastoral, por exemplo, aconselhando sua prima, a moribunda Miss Molly Windthorpe. 

Mary, a primeira filha de Nathaniel e Elizabeth Gilbert, nasceu em 1751 e morava na Inglaterra.  Ela recebia cartas de seus pais com as últimas notícias e atualizava João Wesley sobre os assuntos da Antígua. Seu diário foi corrigido por John Wesley, que o prefaciou antes da publicação.[25] 

Após a morte de Nathaniel em 1774, Elizabeth pode ter mantido sua capela sobre as lojas da plantação na propriedade de Gilbert até que morreu em 1777.[26] 

Bessie 

Bessie, uma escrava de Nathaniel Gilbert. Ela foi uma das duas mulheres negras convertidas na Inglaterra por João Wesley em Wandsworth. Ela visitou Wesley com Nathaniel e se tornou uma trabalhadora metodista ativa entre seus companheiros escravos em Antígua.[27] 

Em 1758. sete anos mais tarde, Gilbert relatou em uma carta a John Wesley que Bessie 'tinha sido mantida desde então "e" ainda capaz de se alegrar em Deus ". [28] 

Depois que Francisco Gilbert faleceu em 1774, três de seus servos, Bessie, Sophia Campbell e Marry Alley, mantiveram a chama viva entre os escravos por muitos anos até a chegada da Inglaterra de John Baxter, pregador metodista e construtor naval.[29] 

Mary Leadbetter 

Tendo ficado viúva em 1758, Mary Leadbetter ingressou na família Gilbert como governanta. Ela educou os filhos de Nathaniel, primeiro na Inglaterra e depois em Antígua. [30] 

Mary havia se casado com o Sr. Leadbetter. E f através da dor da perda de um filho que ela foi tocada pelas mensagens de Carlos Wesley  se converteu ao metodismo.

E foi após a perda de eu marido Leadbetter, em 1758, que ela se aproximou da família Gilbert. “Mary escreveu a John Wesley em 1º de junho de 1758, após o que ela se juntou à família Gilbert como governanta. Quando ela concordou em acompanhar as Gilbert a Antígua, a sobrinha de Maria, Henrietta, a descreveu como "uma missionária" porque sua vocação principal era instruir os pobres africanos”.[31]

Mary cuidou e ensinou as cinco meninas. Duas morreram em uma idade jovem. 

Ela foi dedicada e uma educadora. Foi importante também no desenvolvimento do metodismo. Ela “educou as filhas Nathaniel e Elizabeth por um período de quatorze anos, primeiro como tutora, depois governanta de Francis Gilbert e sua esposa desde 1767. No total, ela passou mais de quinze anos em Antígua. Mary Leadbetter Gilbert também foi capaz de manter John Wesley totalmente informado sobre o desenvolvimento do Metodismo em Antígua quando ela conheceu John Wesley em várias ocasiões por meio de seu relacionamento com os Gilbert”.[32]

Francis Gilbert e Mary Leadbetter foram os pioneiros que ajudaram e incentivaram Nathaniel Gilbert em seu trabalho em Antígua, visitando amigos e testemunhando Jesus Cristo.[33] 

Mary durante um curto período de tempo fez uma contribuição inestimável como educadora, esposa e líder da igreja.[34] 

O casal voltou para Antígua em 1773 onde Mary continuou a ser ativamente envolvida na vida da igreja. [35] 

Em uma carta a John Wesley, Francis disse: "Acho grande ajuda da minha querida esposa. Ela está disposta a gastar e a gastar em tão boa causa ". Contudo, com a saúde de Francisco falhando em 1774, no ano seguinte, o médico ordenou-lhes que regressassem à Inglaterra.

Mary Gilbert voltou a Antígua em 1781 como a viúva de Francisco que havia morrido em 1779.

Mary se correspondeu com os irmãos Wesley. Uma das cartas de Mary foi copiada para Mary Bosanquet, uma das mulheres líderes do avivamento metodista.[36]

Anne Hart Gilbert

Anne Hart Gilbert (1768-1833) nasceu em Antigua, Caribe. “Anne era uma mulher mestiça e uma pessoa livre de segunda geração que existia na pequena classe média privilegiada que existia em Antígua. Naquela época, apenas cerca de 4.000 indivíduos negros estavam livres de uma população total de 35.000”. [37]

Seus pais nasceram de mães escravas e de homens brancos livres. Seu pai era um homem livre afro-irlandês educado e ajudou na libertação de escravos com alforria gratuita. Anne teve boa educação Por causa da situação educacional e financeira de seu pai. Sua mãe, Anne Clearkley investiu na educação espiritual de sua filha.

Quando o metodista Thomas Coke visitou Antígua, em 1786, Anne Hart e sua irmã, Elizabeth Hart se converteram ao metodismo e foram batizadas.

O casamento das irmãs Anne e Elizabeth foi muito criticado e houve muita resistência em aceitar. Elas se casaram “com dois dos mais proeminentes líderes leigos metodistas brancos da ilha. Essas mulheres instruídas e bem relacionadas ocuparam uma posição incomum na Antígua do fim do século. A maioria das mulheres afrodescendentes, livres ou escravas, envolvia-se em concubinato em parcerias íntimas, fosse com homens negros ou brancos, e tinha oportunidades educacionais e profissionais limitadas”.[38]

A vida de Hart Gilbert mudou. Sua “perspectiva religiosa foi moldada através de sua exposição aos pais fundadores do Metodismo, os irmãos John e Charles Wesley. O Metodismo forneceu um meio de desafiar o lugar da escravidão na sociedade e promover o fim dos sistemas coloniais opressores”.[39]

O casamento de Anne Hart, em 1798, foi com John Gilbert. Gilbert, um pregador leigo e parente dos fundadores do metodismo em Antigua, Nathaniel e Francis Gilbert.

“Além de sua escrita, Anne Hart Gilbert buscou capacitar indivíduos negros e aumentar sua alfabetização. Ela cumpriu sua missão liderando uma série de estruturas que tiveram sucesso nisso”.[40]

As irmãs Hart abriram em Escola Dominical metodista em 1809. “Em setembro de 1809. Foi a primeira nas Índias Ocidentais, no centro naval de English Harbour, Antigua, para ensinar crianças escravas e livres.[41]

As irmãs deixaram grande legado.

Anne Hart e John Gilbert também são lembrados como os verdadeiros “consolidadores do metodismo em Antígua, ao invés dos tios de John Gilbert, Nathaniel Gilbert, que fundou a primeira Sociedade Metodista fora da Grã-Bretanha em 1760, e Francis Gilbert”.[42]

Os escritos de Anne Hart Gilbert depois de 1825 alcançaram ampla a Grã-Bretanha por meio do ativismo de sociedades femininas antiescravistas.[43]   

 

 

Pioneiras no combate à escravidão em Antígua 

 

 

Elizabeth Hart Thwaites (1772-1833) e Anne Hart Gilbert (1773-1833) nasceram em Antígua, Caribe, na época um local de plantação, escravos e um posto naval britânico governado por brancos “ásperos e mercenários.” 

Elas eram filhas de Anne e Barry, uma família negra livre. Elizabeth e Anne causaram escândalo em Antígua, quando decidiram se casar com líderes metodistas leigos e brancos, Anne com John Gilbert, em 1798, e Elizabeth com Charles, por volta de 1805. [44] 

Outro escândalo foi se batizarem ainda jovens na Igreja Metodista, em 1786, por Thomas Coke. Elas trabalharam ativamente para espalhar o metodismo entre os negros de Antígua. 

Em 1797, havia 2.379 pessoas negras e 25 pessoas brancas na Igreja Metodista em Antígua. 

  As chamadas “irmãs Hart” defendiam um cristianismo que desafiava a situação patriarcal e escravagista vigente. 

Elas insistiam que na obra de Deus as mulheres tinham o direito de buscar o trabalho santo e não apenas os homens. 

Defendiam a igualdade política propondo assim que negros e escravos fossem iguais aos brancos. Usaram a escrita para desafiar a ordem patriarcal. Foram as primeiras escritoras afro-caribenhas. 

Em 1804, Anne e Elizabeth escreveram uma breve história do metodismo na Antígua. Elizabeth escreveu também poesia, hinos, cartas e um tratado antiescravista. 

Em 1801, Elizabeth fundou uma escola particular em St. John's. Em 1809, elas abriram a primeira Escola Dominical do Caribe para meninos e meninas, independente da raça. 

Em 1813, foi construída a Escola Betesda para crianças escravizadas. 

Em 1815, fundaram a “Sociedade do Refúgio Feminino” para órfãos e mulheres. 

Elas condenavam a prostituição. “A maioria das mulheres afrodescendentes, livres ou escravas, engajavam-se em concubinato em parcerias íntimas com homens negros ou brancos e tinham oportunidades educacionais e profissionais limitadas”. Anne e Elizabeth foram pioneiras no combate a escravidão em Antigua.[45] 

Elas foram educadoras, escritoras e defensoras da libertação dos escravos.

  



[1] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

[2] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

[3] https://www.questia.com/library/journal/1P3-882866471/the-history-of-early-methodism-in-antigua-a-critique

[4] https://www.questia.com/library/journal/1P3-882866471/the-history-of-early-methodism-in-antigua-a-critique

[7] http://monografias.interbusca.com/geografia/islas-virgenes-britanicas-204.html

[8]ETCHEGOYEN. Aldo M  La fascinante historia del metodismo caribeño. http://www.elinterprete.org. Buenos Aires, Argentina.

[9] Idem.

[10] http://pt.wikipedia.org/

[11] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

[12] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

[13] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

[14] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

[15] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/ 

[16] http://www.gardc.org/about-us/estate-history

[17] https://en.wikipedia.org/wiki/Methodism 

[18] http://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1

Pesquisa: https://library.soas.ac.uk/Record/503117

http://www.library.manchester.ac.uk/search-resources/guide-to-special-collections/methodist/using-the-collections/biographicalindex/galland-gwyther/header-title-max-32-words-365801-en.htm

http://www.stampsoftheworld.co.uk/wiki/Antigua_and_Barbuda_1983_Methodist_Church

Pesquisa: www.mccalive.org/connexional_conference.php?mi

www.umcmission.org ›... › Projects

http://archives.gcah.org/xmlui/bitstream/handle/10516/2866/Methodist-History-2011-10-Neal.pdf?sequence=1

http://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

http://www.aps.ai/issueDetails.php?id=92

[19] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

[20] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

[21] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/

[22] https://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/ 

[25]http://www.methodistheritage.org.uk/missionary-history-neal-william-warrener-2013.pdf 

[29] http://www.gardc.org/about-us/estate-history 

[37] https://aha.confex.com/aha/2011/webprogram/Paper6178.html

//www.bu.edu/missiology/gilbert-anne-hart-1768-1833/

[39] http://www.bu.edu/missiology/gilbert-anne-hart-1768-1833/

[40] http://www.bu.edu/missiology/gilbert-anne-hart-1768-1833/

[41] https://womenshistorynetwork.org/black-history-month-hart-sisters/

[42] https://link.springer.com/chapter/10.1057/9781137441034_2

[43] https://link.springer.com/chapter/10.1057/9781137441034_2 

[44] http://www.bu.edu/missiology/gilbert-anne-hart-1768-1833/ 

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