Stanley Jones,

o Missionário Extraordinário na Índia

 

Odilon Massolar Chaves




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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

É escritor, poeta e youtuber.

Toda glória seja dada ao Senhor

Rio de Janeiro – Brasil

   


“Não adianta fazer caridade, mitigar a fome e a sede físicas, se falharmos no aspecto fundamental do cristianismo, que é salvar vidas com o poder do céu e a água da vida, Jesus Cristo”.

                                        Stanley Jones [1]

 



Índice

 

 

·       Introdução

·       Um missionário extraordinário

·       O amigo de Mahatma Ghandi

·       Cristo Indiano

·       O disseminador da Paz

·        Stanley Jones e o Ashram

·       O Espírito Santo e a Igreja

·       O derrame e a resposta de Deus

·       O episcopado e o apostolado

·       Comentários sobre suas obras e pregações



Introdução

 

             “Stanley Jones, o Missionário Extraordinário na Índia” é um livro sobre a vida e o trabalho missionário de Stanley Jones, na Índia. Seu legado nos inspira e nos desperta nos dias atuais quando a Igreja precisa de uma nova Reforma.

           Foi chamado de "o maior evangelista missionário do mundo" pela revista Time em 1938.[2] Isso se aplica ao século XX.

         Foi conselheiro e amigo de Mahatma Gandhi e Franklin D. Roosevelt e uma inspiração para Martin Luther King Jr., entre outros líderes mundiais.[3]

          Pelo menos, duas vezes, Stanley Jones esteve no Brasil, em Campinas na década de 20, e na década de sessenta, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em um Ministerial da Igreja Metodista.[4]

           Escreveu 28 livros e foi indicado duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz.

           Quando foi eleito bispo nos EUA, renunciou logo porque seu ministério era ser missionário.

           Criou o primeiro Asham cristão do mundo.

Stanley Jones escreveu livros que nos inspiram, dentre eles, “Jesus é Senhor”; “A conversão” e “O Cristo de todos os caminhos”.

             Stanley Jones continua atraindo muitos leitores. Em 2018, três milhões de cópias de seus livros foram vendidas.[5]

           Em 1959, Stanley Jones foi nomeado pela Igreja Metodista como  “missionário extraordinário”, que é o título do livro.

          Homens e mulheres que se dedicaram imensamente ao Reino de Deus não podem ser esquecidos. São inspirações para as novas gerações.

          Aprendemos muito com sua fé, dedicação, estratégia e seus escritos.

         Que o Espírito Santo ilumine sua mente na leitura deste livro.

 O Autor

 

Um missionário extraordinário

 

 

          Eli Stanley Jones (1884-1973) nasceu em Baltimore, Maryland, em 3 de janeiro de 1884 e faleceu aos 89 anos em 25 de janeiro de 1973, na Índia.

        Seu pai era alcoólatra. Com cinco anos, Jones começou a frequentar a Escola Dominical da Igreja Episcopal Metodista. Foi profundamente convertido aos 17 anos.

        Pensava ser advogado, mas aos 23 anos foi como missionário metodista para a Índia, onde esteve por mais de 50 anos. Foi ainda missionário na China. 

        Em 1938, a revista Time chamou Stanley Jones de “o maior evangelista missionário do mundo”. Para outros, foi o maior missionário cristão desde o apóstolo Paulo.

         Em 1959, Stanley Jones foi nomeado pela Igreja Metodista “missionário extraordinário”. Ele foi chamado de “conciliador” por causa de seus esforços na Birmânia, Coreia e no Congo Belga, entre a China e o Japão, entre o Japão e os Estados Unidos.

        Este esforço de contextualizar o cristianismo para a Índia foi o tema de sua obra “O Cristo da estrada indiana”, que vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo após a sua publicação em 1925. 

 

         Foi educado em escolas de Baltimore e estudou no colégio metodista Asbury College. Em1907 foi como missionário metodista para a Índia onde esteve por mais de 50 anos. Foi ainda missionário na China. 

         “E. Stanley Jones marcou a história de missões”[6] e foi considerado o missionário extraordinário do século XX.

         Em 1911, casou-se com uma colega missionária, Mabel Lossing, com a qual teve uma filha, Eunice, que veio a se casar com um bispo metodista norte-americano.[7]  

 


         O amigo de Mahatma Ghandi

 

 

          Stanley Jones marcou gerações, sendo inclusive, amigo de Mahatma Gandhi. "Como amigo de Gandhi, escreveu sua biografia, a qual influenciou os métodos pacifistas de Martin Luther King Jr".[8].

          O próprio Luther King fez esta declaração.

          O livro sobre Gandhi se chama "Ghandi"

         Gandhi desafiou Stanley Jones a influenciar os missionários para terem mais respeito pelo povo indiano e foi elogiada por Gandhi por seu método de ensino.

          Um dos hinos que Mahatma Gandhi gostava era "Quero estar aos pés da cruz".

         Ele escreveu uma biografia de Mahatma Gandhi, de quem era um bom amigo, e foi influente no estabelecimento da liberdade religiosa na Índia pós-colonial.[9]

         Foi uma amizade improvável entre um missionário cristão e um líder ativista hindu. Em tempos de radicalismo, essa amizade tem muto o que nos ensinar nos dias atuais:

         Stanley Jones chamou a morte de Gandhi como “a maior tragédia desde que o Filho de Deus morreu na cruz:"

        "No dia em que Mahatma Gandhi foi morto, cheguei a Delhi apenas uma hora e um quarto antes da tragédia ... a maior tragédia desde que o Filho de Deus morreu na cruz (...)" [10]

       “(...) Assim começa este relato convincente de Gandhi por E. Stanley Jones, o evangelista missionário de renome mundial na Índia durante 40 anos ferventes de luta. Com base em um conhecimento e compreensão íntimos, a interpretação reveladora de Jones foi escrita em gratidão a Gandhi, que, embora muitas vezes discordassem, mostrou a Jones "mais do espírito de Cristo do que talvez qualquer outro ... no Oriente ou no Ocidente".[11]

       Gandhi "me ensinou mais sobre o espírito de Cristo do que talvez qualquer outro homem no Oriente ou no Ocidente".[12]

       Uma amizade que tem muito o que nos ensinar nos dias atuais. 


O Cristo Indiano

 

 

           Stanley Jones escreveu The Christ of the Indian Road (O Cristo da estrada indiana) em 1925.

           Foi escrito uma época em que o nacionalismo indiano estava em ascensão.

           Ele reafirmou a importância da cultura indiana, sua liberdade, sua independência do domino britânico. Ele afirmou: “O Cristianismo deve ser definido como Cristo, não o Antigo Testamento, não a civilização ocidental, nem mesmo o sistema construído em torno dele no Ocidente, mas o próprio Cristo, e para ser cristão é segui-lo ... Cristo deve estar em um ambiente indiano. Deve ser o Cristo da estrada indiana ... Cristo não deve parecer um guerrilheiro ocidental ...”.[13]

          Era uma época em que a maioria dos missionários britânicos apoiavam o domínio inglês.

           Ele afirmou: “Não estamos lá para espalhar a civilização ocidental no Oriente, para torná-la uma pálida cópia de nós mesmos ... Não estamos lá para dar ao seu povo um sistema bloqueado, rígido, eclesiástico e teológico, dizendo para eles: “Aceitem tudo ou nada.” Jesus é o evangelho - ele mesmo é a boa nova. Os homens saíram naqueles primeiros dias e pregaram Jesus e a ressurreição - um Jesus ressuscitado ... Nós acrescentamos muito à mensagem central - Jesus ... Jesus é universal. Ele pode suportar o choque do transplante. Ele apela ao coração universal. ... Dar-lhes-emos Cristo e exortá-los-emos a interpretá-lo por meio de seu próprio gênio e vida”.[14]

           Stanley Jones procurou "naturalizar" Cristo e o Cristianismo.

           Foi escrito uma época em que o nacionalismo indiano estava em ascensão.

            Ele reafirmou a importância da cultura indiana, sua liberdade, sua independência do domino britânico. Ele afirmou: “O Cristianismo deve ser definido como Cristo, não o Antigo Testamento, não a civilização ocidental, nem mesmo o sistema construído em torno dele no Ocidente, mas o próprio Cristo, e para ser cristão é segui-lo ... Cristo deve estar em um ambiente indiano. Deve ser o Cristo da estrada indiana ... Cristo não deve parecer um guerrilheiro ocidental ...”.[15]

            Era uma época em que a maioria dos missionários britânicos apoiavam o domínio inglês.

           Ele afirmou: “Não estamos lá para espalhar a civilização ocidental no Oriente, para torná-la uma pálida cópia de nós mesmos ... Não estamos lá para dar ao seu povo um sistema bloqueado, rígido, eclesiástico e teológico, dizendo para eles: “Aceitem tudo ou nada.” Jesus é o evangelho - ele mesmo é a boa nova. Os homens saíram naqueles primeiros dias e pregaram Jesus e a ressurreição - um Jesus ressuscitado ... Nós acrescentamos muito à mensagem central - Jesus ... Jesus é universal. Ele pode suportar o choque do transplante. Ele apela ao coração universal. ... Dar-lhes-emos Cristo e exortá-los-emos a interpretá-lo por meio de seu próprio gênio e vida”.[16]

          Stanley Jones procurou "naturalizar" Cristo e o Cristianismo.  

 


O disseminador da Paz

 

 

         Stanley Jones procurava disseminar o entendimento e a paz entre as nações. Em 1941, foi um confidente constante de Franklin D. Roosevelt e dos líderes japoneses que tentaram evitar a guerra.

         Na África era chamado "O reconciliador".

         Em 1947, lançou a Cruzada para uma união federal das igrejas nos EUA.

          Mesmo quem tem uma posição diferente sobre a prática cristã reconhece seu valor e influência.

         Antônio Gouvêa de Mendonça, teólogo Presbiteriano Independente,  que o considerava um pregador do "revivals", disse sobre ele: “Stanley Jones, um dos seus melhores pregadores modernos.”[17] 

   Outros ainda falam de sua celebridade como escritor: “Rev. Stanley Jones,  missionário-evangelista da Igreja Metodista na Índia, autor dos livros célebres "The Christ of the Indian Road" e "The Christ of the Round Table".[18]

     E mesmo líderes de movimentos sociais e espiritualistas, reconhecem seu grande ministério. José de Paiva Netto, Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, disse: “Palavras do notável professor e missionário metodista Stanley Eli Jones”.[19]

           Por fim, ele é reconhecido como “um dos maiores pregadores evangélicos da história”[20].

           Foi indicado por duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz.       

 

 


Stanley Jones e o Ashram 

 

 

         Stanley Jones fundou o primeiro Asham cristão.

        Foi uma muito bem-sucedida estratégia missionária de grupos pequenos.

        “Em 1930, Jones criou seu ashram cristão. Naquele período de consciência nacional, na qual o cristianismo fundado por missionários parecia estranho em estilo e simpatia, o ashram cristão era para colocar o movimento cristão no centro da vida nacional e evangeliza-lo. O ashram deveria ser verdadeiramente cristão e verdadeiramente indiano. Conforme Jones pensava sobre isso, o ashram era para ser uma contínua comunidade local de convivência”.[21]

       Mas o que é um Ashram?

      “Na antiga Índia, era um eremitério hindu onde os sábios viviam em paz e tranquilidade no meio da Natureza (...) os ashrams situavam-se afastados de habitações, em florestas ou regiões montanhosas, no meio de amenos ambientes naturais propícios à instrução espiritual e à meditação”.[22] 

          Por meio desses grupos, Stanley Jones levava as pessoas hinduístas e os novos convertidos, à reflexão, ao conhecimento bíblico e à vida cristã em conjunto.

       Demonstrando a sua atualidade, um escritor disse: "Stanley Jones tem uma frase interessantíssima para os dias atuais. Ele diz: “A preocupação é os juros antecipados que nós pagamos pelo dia de amanhã.”[23]

    Seus livros estão expostos em livrarias, e no mundo virtual da Internet são encontradas centenas de citações de seus estudos e pregações.

      Um deles, bastante atual, fala sobre o convívio em um grupo cristão. Em tempos de discipulado,  nada melhor ver o que Stanley Jones afirma, de autoria de Bárbara Helen Burns.

    Barbara Helen Burns é missionária e nasceu nos EUA. Está há mais de 48 anos envolvida com o movimento missionário brasileiro. Possui Mestrado em Missões pelo Denver Seminary e Doutorado pelo Trinity Evangelical Divinity School.[24] 

Regras para um bom Ashram 


          “Nesta edição, gostaria de falar sobre E. Stanley Jones, missionário metodista na Índia no século passado. Amigo  pessoal de Ghandi, Jones adotou a muito bem-sucedida estratégia missionária de grupos pequenos, chamados de ashrams.

          Por meio desses grupos, segundo ela, Stanley Jones levava os hinduístas e os novos convertidos, à reflexão, ao conhecimento bíblico e à vida cristã em conjunto.

         Bárbara Helen Burns afirma: “No seu devocionário, Abundant Living (Vida abundante), Jones coloca dezenove pontos essenciais para o convívio de um grupo cristão: equipe missionária, igreja ou escola”.[25]

          A missionária Bárbara diz ainda: “Achei esses pontos especialmente relevantes para a nossa realidade no Brasil hoje e para a minha vida como membro de uma missão e uma escola de treinamento missionário. Vejamos:

1.  Não tentar dominar o grupo.

2.  Não usar o grupo para fins pessoais ou para seu engrandecimento (como líder, popular, amado ou capaz).

3.  Tentar se colocar no lugar do outro.

4. Determinar não guardar qualquer criticismo escondido do outro. Os membros do grupo precisam ter confiança uns nos outros e merecer confiança.

5.  Não esperar perfeição do outro.

6.  Olhar para os outros, não como são, mas como poderiam ser.

7.  Resolver diferenças assim que surgem – não deixar “para lá”.

8.  Não procurar sinais de “pouco caso” ou desprezo contra a sua pessoa.

9.  Não deixar que a mesquinhez domine; ter alvos grandes e de valor que fazem desaparecer as coisas sem importância.

10. Procurar servir aos outros em vez de ficar defendendo seus direitos.

11. Amar as pessoas; fazer as coisas para o bem delas”.[26]

       Em suas regras, Stanley Jones tinha como propósito trabalhar sempre com o grupo. Ele disse:

“12. Estar pronto para decidir com o grupo contra você mesmo e sua vontade, sempre disposto a dizer “desculpe” ou “você está certo”.

13. Se há injustiça no grupo, não colocar “panos quentes”; endireitar a injustiça.

14. Não tentar criar comunhão no grupo com seu esforço; trabalharam juntos para uma finalidade em comum e a comunhão virá.

15. Lembrar que somos membros uns dos outros.

16. Esperar o melhor dos outros, não o pior.

17. Ajudar as pessoas a se ajudarem a si mesmas. Não criar dependência ou sufocar os outros com seu excesso de cuidados e afeição.

18. Manter o poder do riso. Dar risadas de si mesmo e das coisas que acontecem.

19. Lembrar  que o grupo em si não é a finalidade, mas, sim, o reino de Deus.”[27]

          Para a missionária Bárbara, “E. Stanley Jones marcou a história de missões com seu método de ashram, que destaca o valor do grupo, e com os muitos livros que escreveu sobre a intimidade com Deus, o poder e a vitória que Ele nos dá, mesmo nas situações mais diversas. Se há intrigas, emoções e opiniões escondidas, atrás de sorrisos e abraços, falta de tomar posição em relação às dificuldades que surgem, ou até fofocas destrutivas, estamos em apuros”. [28]

           Stanley Jones fundou o primeiro Asham, em 1930, e sabia do seu perigo, pois ele podia tornar-se uma seita, por seus membros se considerarem mais santos do que os outros. Mas ele estava atento a esse perigo. 

 


O Espírito Santo e a Igreja

 

 

 

             Um dos textos mais citados de Stanley Jones fala sobre a necessidade do Pentecostes:

             “Não vejo nada, absolutamente nada, que possa tirar a Igreja de trás das portas trancadas senão um Pentecoste. Podeis aumentar a beleza do seu ritual, melhorar a qualidade e a quantidade de sua educação religiosa; elevar o padrão e as qualificações do seu ministério ao mais alto grau; despejar dinheiro a mancheias nos seus gazofilácios, dar-lhe, enfim, tudo, tudo menos esta única coisa que o Pentecoste dá, e estareis apenas ornamentando um cadáver. Até que este fato sagrado se dê, a pregação é simples preleção, a oração é apenas repetição de fórmulas, os cultos deixam de ser culto, tudo não passa de atividade terrena, circunscrita, inadequada, morta"[29].

               Stanley Jones ainda vive e ainda fala hoje. Seu reconhecimento vem de toda parte. Uma vida que inspira a todos nós ainda hoje.

              Pelo menos, duas vezes, Stanley Jones esteve no Brasil, na década de 20 e 60. Em Campinas, "dia 13 de julho de 1928 o Curso teve o prazer de uma visita do Rev. Stanley Jones, missionário-evangelista da Igreja Metodista na Índia".[30]

               Na década de sessenta, esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo em um Ministerial da Igreja Metodista.

           Seu livro Jesus é Senhor é resultado das suas palestras no Brasil. Duncan A. Reily disse: " (...) onde efetuou extraordinários movimentos de evangelização e avivamento espiritual".[31]

              Stanley Jones pregou mais de 60 mil sermões e escreveu 28 livros, os mais conhecidos no Brasil  foram: "Jesus é Senhor"; "Cristo e o sofrimento humano"; "O Caminho"; "A Conversão"; "O Cristo de todos os caminhos"; "Quando a tristeza chega" etc.

          Na conversão, Stanley Jones utiliza categorias psicológicas e diz que “uma nova vida é introduzida na alma; nascemos de novo, mas é possível haver uma luta interna pelo fato do “subconsciente não estar convertido”.[32]

          É preciso também, diz ele, que o Espírito Santo tome posse do subconsciente para que haja só a direção do Espírito e não dos impulsos do ego, do sexo e da herança.

          Assim, não somente a parte consciente, mas também o inconsciente precisa ser restaurado e dominado, caso contrário, os impulsos irão querer assumir o controle e a direção.

         Ele tem uma explicação mais moderna para essa questão: “A paixão da carne é o subconsciente não convertido. Os três impulsos diretivos residem no subconsciente: o ego, o sexo e a herança. Tais impulsos, através de propensões inatas e do hábito racial, querem completar-se, realizar-se, efetivar-se separados da nova vida do Espírito e, às vezes, em contrário a essa nova vida”.[33]

            Stanley Jones disse ainda: “Se o Espírito Santo pode assumir o controle do subconsciente com nosso consentimento e cooperação, então temos o poder onipotente trabalhando na base de nossas vidas, então podemos fazer qualquer coisa que devemos fazer, ir a qualquer lugar que devemos ir e ser tudo o que devemos ser estar”.[34]

             Ele faz um lembrete: “Quando a Igreja escuta o Espírito Santo, ela se torna fecunda. Novos movimentos nascem”.[35] 

  


O derrame e a resposta de Deus

 

 

         Stanley Jones sofreu um derrame que prejudicou muito seu trabalho missionário, mas ele persistiu e serviu ao Senhor até o fim da vida.

        “Na noite de 7 de dezembro de 1971, com a idade de 88, Dr. Stanley Jones sofreu um derrame que imobilizou seu braço e perna esquerdos, bem como o lado direito de seu rosto. Sua visão também foi afetada. A voz quase silenciou, reduziu-se a sons indistintos. Ele foi gravemente prejudicado em seu discurso, mas ditou para um gravador seu último livro “A resposta Divina – o Divino Sim”. “Creio que Deus está me dizendo: Estou lhe devolvendo a sua vida para um período de demonstração, bem no final, de modo que um observador atento possa ver se há algo nela.” Dizendo sim à vida, ele reaprendeu a andar e a falar, para a surpresa dos médicos. Ele chegou até mesmo a pregar com o zelo característico de todo o seu ministério. Mesmo tendo tido seus movimentos, visão, voz e audição muito prejudicados, ele ainda voltou à Índia e pregou ainda mais de 50 vezes antes de sua morte”.[36]

           Stanley Jones enfrentou o derrame com fé, serenidade e determinação. Em suas cartas, ele disse:

Dezembro de 1971

          “Surpreendente foi o fato de que, juntamente com este derrame, veio, sem qualquer dúvida, a atitude que eu deveria assumir. Eu não enfrentaria isto de uma maneira qualquer, mas triunfante e vitoriosamente!

Janeiro de 1972

         “Tenho recebido milhares de cartas desde o meu derrame. Uma delas veio de um cristão muito devoto, e dizia: ‘Prezado amigo, fiquei imensamente desapontado e desanimado ao saber que um filho de Deus como você, que deu toda a sua vida para servir ao seu Redentor, nosso Senhor Jesus Cristo, tivesse este ataque imobilizador.’ Ele achava que se você for sempre justo, será eximido de todas as coisas que as outras pessoas têm de enfrentar. Este homem representa muitos. É o problema de Jó, mais uma vez.”

Julho de 1972

            “Com o Senhor eu passei estes meses. Foram meses de comunhão, não com um princípio, pois não sou um princípio; sou uma pessoa. Tive comunhão com o Senhor. O Senhor me trouxe para o lado Sim de todas as coisas que surgiram …. Até aqui tenho passado horas com o Senhor, e não houve uma só hora de aborrecimento”. [37]

            Mesmo tendo tido seus movimentos, visão, voz e audição muito prejudicadas, ele ainda voltou à Índia e pregou mesmo assim, mais de 50 vezes.

             Apesar do derrame, ele ditou em um gravador seu último livro "O Divino Sim" e pregou de sua cadeira de rodas no Primeiro Congresso Mundial do Ashram Cristão em Jerusalém em junho de 1972.[38]

 

 

O episcopado e o apostolado

 

 

               Stanley Jones amou tanto o trabalho missionário que, em 1928, foi eleito Bispo metodista, por 24 horas, em Kansas. Contudo, ele disse: "Minha alegria voltou quando renunciei, pois fui chamado por Deus para ser evangelista e missionário."[39]

               Foi considerado o "Billy Graham da Índia". Foi o fundador do movimento cristão do Ashram.

               No reconhecimento do seu valor chegou-se a colocar para ele um título: “Stanley Jones, o grande missionário protestante, conhecido como "o cavaleiro do Reino de Deus"[40].

              Ele também foi chamado do "Apóstolo de Cristo na Índia" e chegou a ser indicado, algumas vezes, para ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Ele foi, acima de tudo, um servo do Senhor que precisa ser conhecido pelas novas gerações.

               Em 1963 recebeu a medalha Gandhi Peace Award.[41]

               “Na África era chamado de O Reconciliador  e chegou a ser indicado algumas vezes para ganhar o Prêmio Nobel da Paz  por seu trabalho de reconciliação na Ásia, na África, e entre o Japão e os E.U.A”.[42]

           Rev. Alderi Matos, historiador da Igreja Presbiteriana do Brasil, disse sobre o legado de Stanley Jones:

           O seu nome é quase mítico na história das missões modernas. Foi considerado o maior missionário do século 20, um dos líderes cristãos de maior apelo popular em sua geração e alguém comparável a William Carey (o pai das missões modernas) e ao evangelista Billy Graham”.[43]

           Já o autor Luís A. R. Branco aponta cinco elementos da estratégia evangelística de Jones:

1) seja absolutamente sincero;

(2) anuncie de antemão que não irá atacar nenhuma religião;

(3) deixe que as pessoas façam perguntas;

(4) apresente o cristianismo como o próprio Cristo; (5) apresente Cristo como uma experiência de vida, e não como um argumento teológico.[44]

          Stanley Jones foi uma inspiração para várias gerações.

         “Em 1950, o Dr. Stanley Jones forneceu fundos para o primeiro centro e clínica psiquiátrica cristã da Índia, o agora famoso Centro Psiquiátrico Nur Manzil e Unidade Médica em Lucknow”.[45]

 


Comentários sobre suas obras e pregações

 

 

        Muitos autores, pregadores, leigos e diferentes líderes citam seus pensamentos e mensagens. Entre elas, destacamos apenas algumas retiradas do mundo virtual da Internet:

 

 Sobre o amor e a discriminação

 

        “Alguém disse que os homens podem ser levados a aceitar o evangelho muito mais facilmente, se tivermos uma postura de amor para com eles.  Stanley Jones, um dos maiores pregadores evangélicos da história ilustra esse conceito com um relato que o tocou, profundamente. Certa vez ele surpreendeu-se com a presença de um indu num de seus retiros espirituais.  Perguntou, então, o que o levara até o local.

  - Sabe por que vim? Há muitos anos quando eu era menino, nós atormentamos um missionário que estava distribuindo folhetos em um bazar. Jogamos tomates nele. O missionário enxugou do seu rosto o caldo dos tomates e então, convidou-nos para irmos a uma confeitaria, onde comprou-nos doces. Eu vi o amor de Cristo naquele dia. E por isto estou aqui”[46]. Stanley Jones disse: “A carga que conduzimos com amor sempre se torna leve[47].”

 

Sobre Jesus

 

        Jesus, o grande Amigo que não abandona o amigo no meio do caminho, ... pensava o notável professor e missionário metodista Eli Stanley Jones (1884-1973).[48]

 

  Sobre a Ética e moral

 

          "O Dr. E. Stanley Jones declara que o primeiro nome dos cristãos foi “aqueles que pertenciam ao Caminho” (Actos 9:2; 19:23; 24:22). É claro que a referência é ao caminho da salvação, mas Stanley Jones amplia a ideia, levando-a a significar o caminho de Deus, o modo certo para tudo – o modo de pensar, sentir e agir. É o modo que Deus escreveu na natureza de todas as coisas no Universo, de maneira que a vida se reduz a duas alternativas básicas: aquilo que é o Caminho e aquilo que não é o Caminho. E o caminho cristão sempre é o caminho certo, e o caminho não cristão, sempre é o caminho errado."[49]

 

 Sobre a religião e o Evangelho

 

          “Religião é a busca do homem a Deus, por isso há muitas religiões. Mas o Evangelho é Deus buscando o homem, por isso só há um Evangelho.” (Disse Stanley Jones)."[50]

 

 Sobre a Igreja

 

           “Isso me lembra uma palavra de Stanley Jones quando disse: “A Igreja está cheia de pessoas vazias.”[51]

 

 Sobre ser cristão

 

          “É maravilhoso ser cristão, mas não é maravilhoso ser apenas religioso. Stanley Jones." [52]

 

 Sobre a caridade

 

         “Não adianta fazer caridade, mitigar a fome e a sede físicas, se falharmos no aspecto fundamental do cristianismo, que é salvar vidas com o poder do céu e a água da vida, Jesus Cristo (Stanley Jones)." [53]

 

  Sobre a fé

 

            "Não tenho fé na minha fé; tenho fé em Cristo. E. Stanley Jones"[54]

           “Pequena fé levará a nossa alma ao céu; grande fé trará o Céu à nossa alma, Stanley Jones."[55]

 

 Sobre a Vitória

            "Por fim, cito as palavras de Stanley Jones: Nosso evangelho não termina num cadáver, mas num Conquistador; não numa tumba, mas numa vitória” (Colégio Presbiteriano Mackensie).[56]

 

Sobre a Disciplina

 

          "A disciplina não é algo que torna uma pessoa não natural ou atarraxada. Ela significa que as forças da vida são forças aparelhadas, dirigidas e com propósito definido. São dirigidas para os propósitos de Deus. São forças disciplinadas (Stanley Jones)". Ricardo Wesley M. Borges, ex-Secretário Geral da ABUB.[57]

 

 Sobre se render a Cristo

 

           "E. Stanley Jones disse: Se você não se rende a Cristo, se rende ao caos!.”[58]

 

   Sobre o Evangelho

 

         "Deus não se curvou à nossa pressa nervosa, nem adotou os métodos de nossa era ..... é Deus buscando o homem, por isso só há um Evangelho. (Stanley Jones)."[59]

 

 Sobre Gandhi

              "Ainda nos dias da Faculdade de Teologia, ouvi conferência do missionário metodista Stanley Jones, que atuou na Índia por vários anos. Ele conheceu Gandhi de perto, frequentou o seu “Ashram” (lugar de retiro espiritual) e a todos surpreendeu quando afirmou ter ouvido do líder hindu a seguinte declaração: “Amo o vosso Cristo, mas desprezo o vosso cristianismo.”[60]

 

  Sobre o dom do Espírito

 

             "O dom do Espírito é para todos, mas os dons do Espírito, ele divide entre as pessoas, a cada uma, conforme lhe apraz – E. Stanley Jones."[61]

 

 

 

 



[2] https://www.abingdonpress.com/product/9781501871283/

[3] https://www.plenitudedistribuidora.com.br/produto/o-caminho-stanley-jones-85797

[4] https://pt.wikipedia.org/wiki/Eli_Stanley_Jones

[5] https://en.m.wikipedia.org/wiki/E._Stanley_Jones

[7] https://www.ultimato.com.br/conteudo/stanley-jones-1884-1973-o-maior-missionario-do-seculo-20

[9] https://library.syr.edu/digital/guides/j/jones_es.htm

[10] https://www.abingdonpress.com/product/9781501871283/

[11]  Idem.

[12] https://www.mkgandhi.org/letters/chrchmisn/jones.htm

[14] Idem.

[16] Idem.

[18] http://jmc.org.br/culto70anos.htm

[22] https://pt.wikipedia.org/wiki/Ashram

[24] https://www.facebook.com/preparomissionario/photos/dra-barbara-helen-burns-%C3%A9-mission%C3%A1ria-norte-americana-a-48-anos-envolvida-com-o-/1075673709263336/

[28] Idem.

[29] JONES, Stanley. O Cristo de todos os caminhos. São Paulo: Imprensa Metodista, 1968, p.44

[31] JONES, Stanley. Jesus é Senhor. São Paulo, Imprensa Metodista, 1969, p.5.

[32] JONES, Stanley. Enfermidades, Curas e o Espírito Santo,   p.26. 

[33] JONES, Stanley. Enfermidades, Curas e o Espírito Santo, p.20.

[34] https://www.azquotes.com/author/7566-E_Stanley_Jones/tag/holy-spirit

[35] https://www.azquotes.com/quote/865134

[36] https://pt.wikipedia.org/wiki/Eli_Stanley_Jones

[37] https://pt.wikipedia.org/wiki/Eli_Stanley_Jones

[38] https://en.m.wikipedia.org/wiki/E._Stanley_Jones

[39] JONES, Stanley. A Resposta Divina. Imprensa Metodista. No Cenáculo, 1995, p.115.

[41] https://pt.wikipedia.org/wiki/Eli_Stanley_Jones

[42] Idem.

[43] https://www.ultimato.com.br/conteudo/stanley-jones-1884-1973-o-maior-missionario-do-seculo-20

[44] Idem.

[45] https://en.wikipedia.org/wiki/E._Stanley_Jones

[48] www.paivanetto.com.br/interno/interno.php?ci=1&cs=3&sp=118182

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