O propósito do derramamento do amor

 

 Tomo 3

 

 Odilon Massolar Chaves

 

  

Permitido ler, copiar e compartilhar gratuitamente

Art. 184 do Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro de 1998. 

Livros publicados na Biblioteca Wesleyana: 176

Livros publicados pelo autor: 334

Livretos: 3

Endereço: https://bibliotecawesleyana.blogspot.com

 Tradutor: Google

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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

É escritor, poeta e youtuber.

Toda glória seja dada ao Senhor 

 

O Gloriosa Esperança do Amor Perfeito 

 

 

“Ó gloriosa esperança de amor perfeito! 
Isso me eleva às coisas acima; 
Tem asas de águia. 
Dá a minha alma arrebatada um gosto 
E me faz por alguns momentos festa (...)”.[1]

 

Charles Wesley 
(1707-1788)
  

 


Índice

 

·       Prefácio

·       Introdução

·       Segui o amor

·       O propósito do derramamento do amor

 



Prefácio

 

Variações sobre o “Derramamento do Amor, uma urgência para nossos dias”, conforme o Rev. Odilon Massolar Chaves.

Me sinto privilegiado por ter sido convidado pelo Rev. Odilon para prefaciar o seu livro sobre o “Derramamento do Amor, uma urgência para nossos dias”. Primeiro porque o Rev. Odilon mais que colega de ministério, tem sido amigo. Temos caminhado juntos em diversos momentos do nosso ministério.

Por outro lado, sou um admirador da vida e ministério de seu pai Rev. Adherico, de sua mãe dona Roza, gente santa e crente. Gente que inspirou a muitos.

Este livro dá continuidade a uma longa vocação de escritor do Rev. Odilon. Com o coração voltado para a missão e o pastoreio, Odilon consegue captar na Bíblia e na História da Igreja elementos desafiadores à Igreja dos nossos tempos. Inspirar, instruir e desafiar faz parte desta longa vocação de escritor.

Este livro que começa pela Bíblia e perpassa as figuras mais expressivas da história da Igreja, como Agostinho, Lutero, Wesley, traz uma temática que além de ser atual é de uma relevância bíblica decisiva. Pois sem o amor não haveria salvação: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)

Ao mesmo tempo o tema toca nosso momento, pois é visível à vista das tragédias de violência e morte que contemplamos, onde fica evidente que as pessoas estão odiando mais que amando, e com tristeza vejo que até em ambiente cristão cresce a carência de atos de amor.

Quando falamos da consequência da prática do amor que é o exercício do perdão, mais fragilidade e carência percebemos.

Num quadro assim carecemos de um derramar do amor de Deus nos corações, e é disto que este livro trata. Começando por Paulo e suas reflexões, vamos viajando na história e aprendendo que Lutero dignificou o amor entrega, Carlos Wesley foi decisivamente inspirado por um coração amoroso, Wesley além de poesia, ensinou e pregou o amor incondicional.

Os pregadores do Metodismo primitivo foram movidos de amor pelos perdidos.

Mergulhe você também nesta descrição feliz do sentimento que vem de Deus que é o AMOR, pois: “DEUS É AMOR” (I Jo. 4,8).

 

Bispo Paulo de Tarso de Oliveira Lockmann 

 


Introdução

 

O livro “O propósito do derramamento do amor”, Tomo 3, tem como texto base Romanos 5.5 e Efésios 3.16-19 onde Paulo fala do derramamento do amor de Deus em nossos corações pelo Espírito Santo e o fortalecimento do homem interior pelo Espírito Santo. Mas, especialmente, seguimos os ensinamentos de João Wesley com seus comentários bíblicos.

Alguns personagens cristãos históricos como Agostinho, Lutero e Wesley destacam estes textos como de suma importância para entendermos o propósito de Deus para alcançarmos uma vida de santidade e consequentemente, o perfeito amor.

Agostinho, Lutero, João Wesley e Charles Finney colocaram a ênfase no amor como base para a vida cristã. 

Conhecemos muito a expressão “Batismo do Espírito Santo”, mas poucos utilizam o termo “Batismo do amor”, uma expressão que não encontramos na Bíblia. Andrew Murray foi um dos primeiros a pregar sobre o batismo de amor, no século XIX. No século XX, o pastor pentecostal conhecido mundialmente David Wilkerson pregou enfaticamente sobre o “Batismo do amor”.

Na atualidade, Leif Hetland, fundador e presidente da Global Mission Awareness, no seu livro “Baptism of love”, afirma que experimentou o batismo de amor que mudou radicalmente a sua vida.

O fato é que o amor é o início e o propósito final da vida cristã. Você ama porque Deus o amou primeiro e o propósito da vida cristã é alcançar o perfeito amor. E só é possível alcançar o perfeito amor com a perfeição cristã.

O derramamento do amor, conforme Romanos 5.5, é fundamental para alcançarmos o perfeito amor.

Para Wesley, o derramamento do amor é o impulso, o motor necessário para se alcançar a perfeição cristã e o perfeito amor.

Nem todos os lideres aqui abordados tem uma visão unânime de quando vem o derramamento do amor para o nosso coração.

Mas esses líderes concordam em um ponto chave: o amor derramado pelo Espírito é essencial para amarmos a Deus e o próximo. É a razão de ser e o ponto inicial e de chegada da vida cristã.

Jesus e os apóstolos João e Paulo realçaram a importância do amor. O amor é a base da santidade. A experiência com o derramamento de amor é fundamental para o amadurecimento espiritual, emocional e também para a prática pastoral.

Este livro tem como propósito resgatar a ênfase na prática do amor ágape, conforme a Bíblia e os ensinamentos de Wesley.

A maior parte dos membros da Igreja conhece o Caminho e a Verdade, mas nem todos experimentaram a Vida em abundância que Jesus prometeu dar. Falta receber o derramamento do amor que cura as feridas, santifica e faz com que Jesus reine nos corações.

Wesley resgatou a doutrina da santidade em seu tempo e entendeu que esta era a missão, o “grande depósito”, que Deus concedeu ao povo chamado metodista.

Hoje precisamos também urgentemente restaurar a doutrina da santidade, a perfeição cristã que gera o perfeito amor em nossas vidas. Há um grande déficit de amor na Igreja, família e mundo.

Nossos agradecimentos ao bispo Paulo Lockmann pela sua participação e suas palavras carinhosas no prefácio deste livro. Agradecemos a Eliede Castro Massolar e a pastora Dilcilene Couto pelas correções e sugestões.

Este livro está dividido e publicado em três partes ou tomos: Uma visão wesleyana sobre o amor; uma visão histórica sobre o amor e o propósito do derramamento do amor.

Este livro é o terceiro da série sobre o Derramamento do amor: Tomo 2: “O Derramamento do amor no ensino de grandes líderes” e Tomo 3: “O propósito do derramamento do amor”.

O Autor


Segui o amor

 

A palavra “seguir” no grego tem também o sentido de se colocar em movimento rápido; perseguir; seguir, siga a direção de  (Lc 17.23); seguir ansiosamente, esforçar-se seriamente para adquirir (Rm 9.30, 31; 12.13); para avançar (Fp. 3.12, 14).

 

(William D. Mounce)[2]

 

Paulo orienta para nós seguirmos o amor: “Segui o amor, e buscai com zelo os melhores dons (1Co 14.1).

A palavra grega dioko (διωκω) significa seguir e é utilizada em diversos versículos como Marcos 1.36; Hebreus 12.14, etc.

A palavra “seguir”  traduzida em 1 Coríntios 14.1 do grego dioko significa seguir, perseguir ou mesmo caçar.[3]

É a mesma palavra para Hebreus 12.14: “Segui a paz com todos” indicando que a paz nem sempre é fácil de encontrar.

Significa uma busca dura e persistente. O texto de Marcos 1.36 descreve esse seguir na afirmação: “Seguiram-no Simão e os que com ele estavam”:

“E, levantando-se de manhã, muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava. E seguiram-no Simão e os que com ele estavam. E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam” (Marcos 1.35-37).

O pastor Luciano Subirá[4] no seu livro Maturidade: O Acesso à herança plena lembra que o apóstolo Paulo nos encoraja a buscar mais o amor que os dons e as manifestações do Espírito Santo. 

Ele diz que “há um recurso disponibilizado da parte de Deus para isso. Escrevendo aos Romanos, Paulo afirmou: ‘Porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo”.[5]

Depois de citar Romanos 5.5, Luciano Subirá diz: “Por outro lado, não de depende só de Deus. Se assim fosse, todos já estariam completamente maduros e crescidos em amor. Paulo sinalizou aos coríntios, que, assim como os dons devem ser desejados e buscados, o amor precisa também ser buscado. Segui o amor, e buscai com zelo os melhores dons (1Co 14.1). A palavra seguir é dioko (διωκω), e, de acordo com Strong, seu significado inclui: “correr prontamente a fim de capturar uma pessoa ou coisa, correr atrás, perseguir, seguir após. Com isso, Paulo estava dizendo, em outras palavras: “corram atrás do amor”, persigam o amor, corram com afinco até alcançá-lo.

Portanto, é nossa responsabilidade buscar em Deus os recursos que Ele disponibiliza a fim de crescermos em amor”.[6]

Foi assim minha experiência com o amor de Deus. Primeiro, recebi pela graça uma porção desse amor ao meditar no Evangelho do Apostolo João, capítulo 14. Depois, a cada dia, busquei esse amor na meditação da Palavra no Evangelho do discípulo amado, nos capítulos 14, 15 e 16 de João. A cada dia esse amor crescia revelando meu pecado, curando minhas feridas, tratando meu caráter, trazendo paz e segurança etc.

Foi assim durante um ano. A busca não parou. Fui à Fonte diariamente! Anos mais tarde, um homem de Deus disse que eu fui batizado pelo amor.

Lift Hetland fala da importância de sermos receptores desse amor. Jesus veio para nos mostrar o Pai e nos fazer retornar ao Pai, e para ter um encontro com o amor do Pai, o próprio amor que ele tinha com experiência, conforme João 17.26".[7]

É necessário estimular a prática do amor.

Jesus estimulou os discípulos a amarem: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13.34).

Paulo estimulou a praticarem o amor: “Portanto, sede imitadores de Deus, como filhos amados;  e andai em amor como Cristo, que também nos amou e se entregou por nós a Deus como oferta e sacrifício com aroma suave” (Ef 5.1-2).

É preciso seguir o amor, buscar o amor, estimular o verdadeiro amor.

A palavra “seguir” no grego tem também o sentido de se colocar em movimento rápido; perseguir; seguir, siga a direção de  (Lc 17.23); seguir ansiosamente, esforçar-se seriamente para adquirir (Rm 9.30, 31; 12.13); para avançar (Fp. 3.12, 14). [8]

Paulo orienta: “Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade” (Romanos 12.13).

O pastor pentecostal argentino Juan Carlos Ortiz, autor do livro “O discípulo”, sempre estimulou a comunhão, a vida comunitária e a prática do amor.

Ele falou sobre o "amor de batata amassada", um purê. Para explicar essa necessidade da prática do amor, ele fez a seguinte ilustração: "Você sai para o canteiro de batatas e desenterra todas as batatas e as coloca em uma grande sacola. Agora, todas as batatas estão no mesmo tamanho," mas elas ainda são batatas individuais.

Em seguida, eles vão para o galpão de embalagem, onde são limpos e colocadas em sacos menores, e enviados para mercearias. Mas, apesar de estarem em sacos menores, elas ainda são batatas individuais.

Então um cliente compra 5 libras de batatas, leva para casa, descasca-as e coloca-as na panela. Agora elas estão mais próximas. A pele delas não mais as separa. Mas ainda são batatas individuais.

Não é até que estejam fervidos e esmagados e misturados que eles realmente se tornam um. E é isso que Deus quer para nós. Nenhum super star se levantando e dizendo: 'Veja como eu sou uma grande batata'. Mas todos nós misturamos e misturamos, um em Jesus Cristo”.[9]

Israel Belo de Azevedo[10] afirma: “Só o cristão pode amar, porque só o cristão tem o Espírito Santo habitando em seu interior. O amor só é possível quando é uma ação do Espírito Santo em nós. Fora do Espírito, temos o simulacro (imitação) do amor. 

O amor se alimenta de palavras, mas depende de ações concretas para sobreviver (...). 

Podemos alcançar o máximo em termos de espiritualidade, mas se nossa espiritualidade não for motivada pelo amor, não nos aproximará de Deus. A religião deixará de ser rotina quando for permeada pelo amor. A religião deixará de ser espetáculo quando for motivada pelo amor (...).

Amar as pessoas é mais importante do que conhecer a Bíblia e ter capacidade de expô-la. Conhecimento sem amor não tem valor 

O amor é a condição essencial para que os dons espirituais sejam exercidos. Os dons, que devemos buscar cessam, mas o amor permanece. 

Se você quer amar, ame a Deus. Ele capacitará você a amar. 

Nós precisamos rogar ao Espírito Santo que nos ensine a amar; sem a sua pedagogia, não conseguimos ser aprovados”.[11] 

Devemos seguir esse amor conforme Paulo orienta. 

A Igreja em Éfeso já era selada pelo Espírito Santo (Ef 1.13. 4.30), mas Paulo orou para que a Igreja pudesse ir muito mais além e compreendesse e conhecesse plenamente o amor de Deus (Ef 3.16-19).

Este derramar do amor de Deus pelo Espírito Santo é para cristãos. Deus tem um grande propósito para nossas vidas ao derramar o Seu amor em nossos corações. 

Confira no capítulo seguinte.

   


O propósito do derramamento do amor

 

“O filho de Deus ‘sente’ o amor de Deus derramado em seu coração pelo Espírito Santo que lhe é dado’; e todos os seus sentidos espirituais são então exercitados para discernir o bem e o mal espiritual.”

 

(João Wesley)

 

Afinal, para que o derramamento do amor?

O derramamento do amor é fundamental para nossas vidas e para a identidade e missão da Igreja. É necessário para sermos fieis à Palavra de Deus. Dentre os diversos benefícios, estão:

1.O derramamento do amor traz cura emocional

Paulo começa esclarecendo, quando diz: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Romanos 5.5).

Um coração deprimido, medroso ou carente geralmente não tem tanta esperança. Essa pessoa certamente estará confusa diante os seus sonhos e desejos.

Mas a Palavra diz que “no amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo” (1 João 4.18). Isto é, um coração cheio de amor tem grande convicção e entusiasmo.

Paulo diz isso: “Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1.3).

Tudo isso como resultado do amor em nosso coração. O amor ágape em grande dose traz cura emocional. Passamos a ter uma firme esperança.

Como já vimos, “a palavra grega para derramado é EKCHO que significa: despejar ou distribuir em abundância”.[12]

João Wesley lembra: “nós o amamos porque Ele nos amou primeiro”.[13] Como o amor foi derramado em nossos corações há intimidade, comunhão com Deus e passamos a ter uma firme convicção e esperança.

Importante recordar uma das experiências que Wesley  e os primeiros metodistas tiveram com o amor de Deus e as consequências desse amor derramado: Em 28 de abril de 1762, numa reunião do povo metodista, o Espírito Santo derramou Seu amor nas pessoas presentes: “Deus derramou abundantemente Seu Espírito sobre nós. Muitos ficaram cheios de consolação (...). Deus restaurou o homem à luz da Sua face, e deu à jovem moça a convicção clara do Seu amor.”[14]

Consolação e convicção clara do amor de Deus. Esses são alguns frutos do derramamento do amor pelo Espírito Santo aos nossos corações.

Dr.David McEwan, Diretor e professor da Faculdade Teológica Nazarena da Austrália, no seu artigo “Amor, Santidade e Felicidade: A receita Wesleyana para uma missão eficaz”, afirmou que como nós permitimos o amor de Deus preencher o coração, nossas inclinações egoístas, egocêntricas e voluntariosas são curadas e restauradas à sua orientação correta, primeiro em direção a Deus, depois ao próximo e ao resto da criação.[15] 

A experiência de Leif Hetland, fundador e presidente da Global Mission Awareness, com o batismo do amor é muito relevante. Essa experiência mudou radicalmente a sua vida.

Ele lembra que o amor é o nutriente essencial para o crescimento espiritual do cristão. Segundo Leif, apesar de ter sido criado em uma família cristã, ele tinha um vazio em sua alma por causa de vícios e abusos que sofreu na adolescência. O derramamento do amor o curou.

Ele afirma que esse amor está disponível para nós hoje.

Wesley é muito claro quando lembra que há uma saída para os que vivem sem esperança e sem alegria: “A tempestade não pode ser apagada ou a paz jamais retornou à sua alma, a menos que a mansidão, a gentileza, a paciência ou, em uma palavra, o amor, se apossem dela. Se algum homem encontra em si mesmo má vontade, malícia, inveja ou qualquer outro temperamento oposto à bondade, então a miséria está presente. Quanto mais forte o temperamento, mais miserável ele é. A alma da pessoa maliciosa ou invejosa é o próprio tipo de inferno - cheio de tormento e maldade. Ele já tem o verme que nunca morre, e ele está se apressando para o fogo que nunca pode ser apagado. O grande abismo ainda não está fixo entre ele e o céu. Há um Espírito ainda esperando para renovar seu coração no amor de Deus e assim levá-lo à felicidade eterna”.[16]

Repetindo essa última afirmação de Wesley, que revela que há uma esperança para os que vivem aflitos e deprimidos: Há um Espírito ainda esperando para renovar seu coração no amor de Deus e assim levá-lo à felicidade eterna.

2.Derramamento do amor é o caminho para a santidade

O derramamento do amor é necessário para alcançarmos a perfeição e o perfeito amor. O derramamento do amor nos leva à santidade e a santidade nos leva a ter um amor perfeito. 

Wesley disse: “A inteira santificação, ou perfeição cristã, não é nem mais nem menos que amor puro; amor expulsa o pecado e governa tanto o coração como a vida de um filho de Deus". - Obras, vol. vii.p.82”. [17]

No seu hino “O Gloriosa Esperança do Amor Perfeito”, Carlos Wesley faz esse pedido ao Senhor:

 

E, com todos os santificados 
Me dê muito amor, 
Me dê muito amor
.[18]

“Em seu sermão de 1746 “Justificação pela Fé”, Wesley liga a experiência dos Romanos 5:5 à imagem do evangelho da árvore e seus frutos. Do pecador, ele escreve, “seu coração é necessariamente, essencialmente, maligno, até que o amor de Deus seja derramado ali. E enquanto a árvore é corrupta, assim são os frutos; 'porque uma árvore má não pode dar bons frutos.'  Antes da experiência de 5:5 de Romanos, não pode haver bons frutos, pois a árvore é corrupta”.[19]

Importante ainda destacar que “especificamente, essa experiência assegura ao cristão sua relação filial com Deus como uma revelação do amor de Deus pelo filho de Deus”. [20]

Para Wesley, a experiência de Romanos 5.5 transmite aos cristãos o conhecimento de que são filhos e filhas de Deus amados.

Essa experiência de Romanos 5.5 provoca amor por Deus, que primeiro nos amou e nos leva a obedecê-lo. A obediência é um sinal do amor de Deus em nossa vida.

“Os filhos de Deus têm “o amor de Deus derramado em seus corações, vencendo o amor do mundo; e eles têm poder sobre todos os pecados, mesmo aqueles que os assediaram facilmente”.[21]

Para Charles Finney, o perfeito amor é necessário porque “todas as ações, palavras e pensamentos devem estar continuamente sob o controle inteiro e perfeito do amor”, etc.[22]

3.O derramamento do amor e a salvação

Sabemos que pela fé somos justificados, mas a prática do amor nos dá a certeza da salvação, pois sabemos que somos nascidos de Deus. Paulo colocou o amor acima da fé e da esperança (1Co 13.13).

Importante recordar o que o apóstolo João escreveu sobre o relacionamento do amor com a salvação: “Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte” (1 João 3.14).

Amy Wagner[23], no seu artigo “Wesley sobre a fé, amor e a salvação”, diz: “A salvação começa com amor - o amor de Deus por nós e nossa resposta de amor a Deus e ao próximo”.[24] 

Importante lembrar também o alerta da Bíblia: “Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14). Santidade é uma vida de coração limpo, cheio de amor a Deus e ao próximo.

Comentando sobre 1 Coríntios 13.3: "embora eu entregue todos os meus bens para alimentar os pobres, sim, embora eu dê meu corpo para ser queimado e não tenha amor, nada me beneficia", Wesley diz: “O principal sentido das palavras é, sem dúvida, o seguinte: Que tudo o que fizermos, e tudo o que sofrermos, se não formos renovados no espírito de nossa mente, pelo ‘amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo dado para nós, "não podemos entrar na vida eterna’.[25] 

Como saber se somos de Deus?

Wesley diz: “(...) amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos, e ‘por este meio sabemos também que somos de Deus”.[26]

Comentando sobre 1 João 4.7, Wesley diz: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.

“Amemo-nos uns aos outros” - Da doutrina que ele acaba de defender, ele faz essa exortação. É pelo Espírito que o amor de Deus é derramado em nossos corações. Todo aquele que ama verdadeiramente a Deus e ao próximo é nascido de Deus”.[27]

A salvação começa com o amor - o amor de Deus por nós e nossa resposta de amor a Deus e ao próximo.[28]

4.O derramamento do amor nos impulsiona a amarmos a Deus e realizarmos boas obras

Para Agostinho de Hipona, o amor de Deus é derramado em nossos corações para podermos amar a Deus e fazer boas obras para a Sua glória: “Aquele que é ao mesmo tempo Deus e homem pode nos reconciliar com Deus pelo seu sangue. O Espírito então derrama o amor de Deus em nossos corações, permitindo-nos amar a Deus e fazer boas obras para a Sua glória”.[29]

E Lutero dizia que Deus deve ser amado “em seus sofrimentos, necessitados e vizinhos enfermos. Deus está assim escondido dentro de humanos desfavorecidos (...)”.[30]

Importante ressaltar que as obras de misericórdia entre os pobres, os doentes e os aprisionados praticadas e ensinadas por Wesley surgiram de uma espiritualidade relacional baseada no amor apaixonado por Deus.[31]

Wesley disse: “Nossa capacidade de amar o próximo e oferecer benevolências de qualquer tipo também não é possível sem a nossa fé e amor abundantes em Deus. Isso é repetido diversas vezes nos ensinamentos do Apóstolo. Paulo escreve: 'Amados, se Deus nos amou também devemos nos amar uns aos outros”.[32]

No seu artigo “O amor de Deus por nós”, o pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes descreve o amor de Deus como imerecido, provado e abundante. Sobre Romanos 5.5, ele diz:

“O amor de Deus é abundante. A Escritura diz que o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo. É uma espécie de chuvarada bendita de amor que desce do céu sobre nós, regando nossa vida e fazendo-nos frutificar para Deus”[33].

5.O derramamento do amor nos estimula a salvar os pecadores

Charles Finney dizia que “um efeito do amor perfeito a Deus e ao homem será, sem dúvida, que me deleitarei na abnegação por amor a fomentar os interesses do reino de Deus e a salvação dos pecadores”.[34]

Uma pessoa que tem o perfeito amor está morta para o mundo, diz Charles Finney. E conclui afirmando a importância de buscarmos ser cheios de amor: “Amados, que nossos corações sejam estabelecidos em amor perfeito, e não demos descanso a Deus até que nossos corações estejam cheios de amor, e até que nossos pensamentos e nossas vidas estejam cheios de amor a Deus e aos homens”.[35]

Importante lembrar dos moravianos que experimentaram o derramamento do Espírito, em 1727, e o amor de Deus em seus corações. O amor passou a motivá-los. No dia 3 de maio de 1728, uma palavra de ordem para os moravianos foi:

Foi o amor que o instigou de cima; 
Foi o amor que o obrigou a sair do seu trono. 
Então deixe-me dar-lhe amor por amor, 
E mais uma vez, render-se a si mesmo.
[36]

Eles iniciaram um movimento missionário mundial a partir de 1732. Motivados pelo  amor, conde Zinzendorf escreveu:

“Instado pelo amor a todas as nações 
Da raça humana caída 
Vamos publicar a salvação de Cristo 
E declare sua graça comprada pelo sangue; 
Para exibi-lo e retratá-lo, 
Na sua forma e beleza agonizante 
Seja nosso objetivo e prazeroso dever
”.[37]

 

John Stott foi um pastor anglicano britânico, conhecido como um dos grandes nomes mundiais do meio evangélico. Autor de alguns livros, dentre eles: “O discípulo radical”; “Como ser cristão” e “A verdade do Evangelho”.

Ele afirmou: “Se realmente amamos nosso próximo, devemos, sem dúvida, compartilhar com ele as boas novas de Jesus. Como podemos alegar que o amamos se conhecemos o evangelho, mas o guardamos dele? Igualmente, no entanto, se amarmos verdadeiramente o nosso próximo, não pararemos com o evangelismo.[38]

Para ele, as duas instruções de Jesus - “ame ao seu próximo” - e a grande comissão -“Ide e fazei discípulos” - estão relacionadas. Se amamos realmente ao nosso próximo, vamos levar a Boas Nova ao nosso próximo.

6.O derramamento do amor nos capacita para amarmos de forma eficiente aos nossos irmãos e irmãs

O derramamento do amor impulsiona para o aperfeiçoamento do amor. David Wilkerson ensina que o amor deve ser aperfeiçoado e todo crente deve chegar a ter o amor perfeito: “(...) as Escrituras descrevem claramente um caminho para todo crente ser capaz de viver e servi-lo sem medo.

Deus nos mostra como podemos viver sem medo, em 1 João. O apóstolo João resume em um verso: “O amor perfeito lança fora o medo” (4:18). Além disso, o apóstolo diz: "Não há temor no amor ... Aquele que teme não é aperfeiçoado no amor" (mesmo verso). Em suma, se estamos vivendo com medo, podemos saber que ignoramos o amor perfeito (...). 

Certamente, amamos a Deus, fato que está além da dúvida. Mas considere o que João diz sobre o amor perfeito no início do capítulo: “Se nós amamos, Deus habita em nós e seu amor é aperfeiçoado em nós” (4:12, itálicos meus). Segundo João, a primeira consideração do amor perfeito é o amor incondicional por nossos irmãos e irmãs em Cristo”.[39]

Charles Finney completa: “Aquele que é ao mesmo tempo Deus e homem pode nos reconciliar com Deus pelo seu sangue. O Espírito então derrama o amor de Deus em nossos corações, permitindo-nos amar a Deus e fazer boas obras para a Sua glória”.[40]

John Stott escreveu certa vez: "Toda reivindicação de amar a Deus é uma ilusão se não for acompanhada de amor abnegado e prático por nossos irmãos e irmãs".[41]

Ele disse mais: “Nosso amor por Deus não pode ser separado de nosso amor pelas outras pessoas, porque a maneira como demonstramos nosso amor por Jesus é pela maneira como amamos os outros. A maneira como expressamos nosso amor pelo Senhor é especialmente demonstrada pelo modo como tratamos sua noiva, a igreja. É absurdo pensar que uma pessoa possa amar a Jesus, a quem ele nunca viu, se ele não pode amar as pessoas da igreja - a noiva de Cristo - que ele pode ver.”[42]

7.O derramamento do amor aperfeiçoa o relacionamento dos filhos e filhas com Deus-Pai

Para Wesley, com o derramar do amor, nossos sentidos espirituais também são exercitados: “O filho de Deus ‘sente’ o amor de Deus derramado em seu coração pelo Espírito Santo que lhe é dado’; e todos os seus sentidos espirituais são então exercitados para discernir o bem e o mal espiritual.”[43]

Segundo Wesley “essa experiência assegura ao cristão sua relação filial com Deus como uma revelação do amor de Deus pelo filho de Deus”. [44]

Sim, a experiência de Romanos 5.5 transmite aos cristãos o conhecimento de que são filhos e filhas de Deus amados.

“A experiência de Romanos 5: 5 revela o favor de Deus aos filhos de Deus, que eles recebem pela fé com gratidão. Em seu sermão de 1789 “A Unidade do Ser Divino”, Wesley escreve: “A gratidão em relação ao nosso Criador não pode deixar de produzir benevolência para os nossos semelhantes.”[45]

Escrevendo sobre Romanos 8.16, que afirma que o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus, Wesley diz: “Quando o Espírito de Deus dá testemunho de nosso espírito, temos a certeza de que o Filho de Deus nos amou, nos redimiu, nos libertou, nos fez um novamente com o Senhor, e nossa resposta é amar a Deus e por amor do Senhor, amar o próximo. Após a união do nosso espírito com o Espírito de Deus, os dois se unem em um testemunho confirmando que somos filhos de Deus. Pois há apenas uma resposta à confirmação do grande amor de Deus por nós, respondemos oferecendo amor”.[46]

Segundo Wesley, para sabemos se uma pessoa é filha de Deus, o Espírito Santo deve conduzi-la a todos temperamentos e ações santas.

Ele cita a importância da prática do amor com uma das marcas essenciais para sabermos se uma pessoa é filha de Deus: “Deus nos chamou para sermos santos de coração e santos em conversas externas. É a Palavra de Deus que instilou em nós um coração amoroso para com Deus e para com todos [da humanidade], convidando-nos a abraçar cada criança com afeição sincera e terna, a fim de estarmos prontos a dar a vida por nosso irmão [ou irmã, apenas] como Cristo deu a sua vida por nós”.[47]

Por estes testemunhos de pessoas que marcaram uma época com seu ministério e vida de amor, precisamos retomar esse tema e prática.

Vivemos um tempo em que se enfatiza muito uma vida de vitória financeira, mas nem sempre temos uma vida de testemunho e de vida em abundância.

A Igreja tem muitos desafios na atualidade e os líderes religiosos passam por grandes lutas para manterem suas ovelhas firmes na Igreja e fazendo a vontade de Deus.  Mas não podemos negligenciar a Palavra de Deus e deixarmos de seguir os passos de tantas pessoas que foram usadas tremendamente por Deus por causa da experiência com o derramamento do amor em seus corações.

A palavra de Paulo à Igreja em Éfeso ainda é bem atual e necessária para os nossos dias: “Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados, e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus” (Efésios 5.1-2).

Como disse o bispo Paulo Lockmann, “(...) uma temática que além de ser atual é de uma relevância bíblica decisiva, pois sem o amor não haveria salvação: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).”[48]

  


 



[1] Partes de estrofes do hino de Carlos Wesley. https://finestofthewheat.org/o-glorious-hope-of-perfect-love/

[2] William D.Mounce é o filho do notável estudioso Robert H. Mounce . Ele vive como escritor em Washougal , Washington. Ele é o Presidente da BiblicalTraining , uma organização sem fins lucrativos que oferece recursos educacionais para discipulado na igreja local. Ele também administra o Teknia , um site comprometido em ajudar as pessoas a aprender o grego bíblico. Em seu site pessoal, ele escreve três blogs.

[3] https://books.google.com.br/books?isbn=8566217675.

[4] Casado com Kelly, pai de 2 filhos: Israel e Lissa. Pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR, Brasil, e responsável pelo Orvalho .Com - um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Pastor Luciano Subirá tem ministrado em encontros da Igreja Metodista. https://www.facebook.com/pg/LucianoSubira/about/?ref=page_internal

[5] https://books.google.com.br/books?isbn=8576896443                                                              

[6] Idem.,

[7]http://www.yousubtitles.com/Supernatural-Baptism-of-Love-Leif-Hetland-Sid-Roths-Its-Supernatural-id-720459

[10] Israel Belo de Azevedo, graduado em comunicação, pós-graduado em história e em teologia e doutor em filosofia, tem vários livros lançados nas áreas de filosofia, história, cultura e teologia, entre eles Apologética Cristã e O Fruto do Espírito, publicados por Edições Vida Nova. Jornalista desde 1970, é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Foi professor e diretor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e vice-reitor da Universidade Gama Filho. https://vidanova.com.br/54_israel-belo-de-azevedo

[13] BURTNER, Robert - CHILES, Robert. Coletânea da Teologia de João Wesley. Junta Geral de Educação Cristã, Imprensa Metodista, 1960, p. 207.

[14] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley, ibidem, p. 105.

[15] David McEwan , Ph.D.Decano Acadêmico e Diretor de Pesquisa, Professor Associado de Teologia e Teologia Pastoral, Faculdade Teológica Nazarena (Brisbane, Austrália); Diretor do Centro Australasiano de Pesquisa Wesleyana. O Dr. McEwan tem pastoreado igrejas nazarenas na Escócia, Inglaterra e Austrália antes de se tornar Decano Acadêmico e Professor de Teologia na Faculdade Teológica Nazarena, em Brisbane, em 1997. http://www.mwrc.ac.uk/david-mcewan; https://espace.library.uq.edu.au/view/UQ:373739/UQ373739_OA.pdf.

[16] https://eurekaimpact.wordpress.com/2010/08/05/the-timely-ominous-message-of-john-wesley-is-more-relevant-today-than-at-any-time-in-the-past-that-only-love-can-heal-our-human-woundedness-and-our-broken-world/

[17] http://www.craigladams.com/Books/Wesley/page6/

[18] https://finestofthewheat.org/o-glorious-hope-of-perfect-love/

[19]NASMITH, Ben - https://medium.com/@BNasmith/john-wesley-on-the-love-of-god-shed-abroad-in-our-hearts-9b9c45cf66b3

[20] Idem.

[21] Idem.

[22] Idem.

[23] Diretora de Desenvolvimento e Revitalização da Congregação na WPAUMC, Metodista Unida, EUA - https://www.linkedin.com/in/amy-wagner-02b31725.

[24] https://www.catalystresources.org/wesley-on-faith-love-and-salvation/

[25]http://wesley.nnu.edu/john-wesley/the-sermons-of-john-wesley-1872-edition/sermon-139-on-love/

[26] BURTNER, Robert – CHILES, Robert – A coletânea da Teologia de João Wesley, op.ct, p.205.

[27] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=62&c=4

[28] https://www.catalystresources.org/wesley-on-faith-love-and-salvation/

[29] http://cprf.co.uk/articles/covenant3.htm

[30]http://oxfordre.com/religion/view/10.1093/acrefore/9780199340378.001.0001/acrefore-9780199340378-e-333

[31] https://www.catalystresources.org/wesley-on-faith-love-and-salvation/

[32] http://wsumc.com/multimedia-archive/gods-love-fallen-man/

[36] http://countzinzendorf.ccws.org/moravians/index.html

[37] http://womenofchristianity.com/the-moravian-revival-1727-by-oswald-j-smith/

[38] https://studyandliturgy.wordpress.com/2012/02/19/john-stott-on-being-missional/

[39] https://worldchallenge.org/content/living-without-fear

[40] http://cprf.co.uk/articles/covenant3.htm

[41] http://vitalchurch.online/2017/03/05/john-stott-love/

[42] Idem.

[43] NASMITH, Ben - https://medium.com/@BNasmith/john-wesley-on-the-love-of-god-shed-abroad-in-our-hearts-9b9c45cf66b3

[44] Idem.

[45]  Idem.

[46] http://wsumc.com/multimedia-archive/witness-of-the-spirit/

[47] Idem.

[48] Prefácio deste livro “Derramamento do amor, sua urgência para nossos dias”.

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