O estabelecimento do metodismo na Inglaterra, América e Brasil

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

 

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Art. 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998. 

Livros publicados na Biblioteca Wesleyana: 128

Endereço: https://bibliotecawesleyana.blogspot.com

 Tradutor: Google

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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

É escritor, poeta e youtuber.

Toda glória seja dada ao Senhor

Rio de Janeiro - Brasil

 

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Índice

 

·     ·       Introdução

·       O Movimento que precisou se organizar na Inglaterra

·       Passos na organização do movimento

·       Os três começos do metodismo

·       O caminhar do metodismo para sua estabilidade

·       Participação Metodista na formação da classe operaria inglesa

·       O metodismo na América

·       Uma imigrante dá início ao metodismo

·       O metodismo norte-americano se transforma em igreja

·       Apóstolo do metodismo na América

·       O estabelecimento do metodismo no Brasil

·       As primeiras tentativas de instalação do metodismo

·       A retomada da missão no Brasil

·       O metodismo entre 1878 e 1900

·       As dificuldades

·       Os primeiros membros

·       As três linhas de ação da Missão Ransom

·       Pioneiros do metodismo no Rio Grande do Sul

·       A missionária que revolucionou a educação em Piracicaba

·       Missão Brasileira inaugura primeiro templo

            

           

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Introdução

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“O estabelecimento do metodismo na Inglaterra, América e Brasil” é um livro de 93 páginas com uma riquíssima e bela história de fé, abnegação  e visão dos propósitos de Deus para o Movimento Wesleyano e, depois, Igreja Metodista.

João Wesley tinha bem claro que Deus havia levantado o povo chamado metodista para transformar a Igreja e a sociedade inglesa e para espalhar a santidade bíblica por toda a Terra. Como foi algo muito novo para aquele tempo, Wesley entendeu que Deus estava fazendo uma concessão extraordinária ao metodismo.

No primeiro capítulo abordamos o estabelecimento do metodismo na Inglaterra. No segundo momento, o estabelecimento do metodismo na América e, no terceiro momento, no Brasil.

É uma grande história que cabe bem pouco neste livro, mas colocamos o que cremos ser essencial, especialmente, para quem está em formação como membros da Igreja, Evangelistas e mesmo pastores e pastoras.

Que o Espírito Santo ilumine sua mente na leitura deste livro.

 

O Autor

 

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O Movimento que precisou se

organizar na Inglaterra

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         Inicialmente, não houve um planejamento ou qualquer tentativa de organizar uma nova Igreja na Inglaterra, no século XVIII, por parte dos irmãos Wesley.

        Os líderes do movimento metodista nem o nome escolheram. Foi colocado pelas pessoas em tom depreciativo por causa da vida regrada e metódica que levavam, especialmente os componentes do Clube Santo criado por Carlos Wesley, em 1729.

        O Movimento Metodista foi fruto do mover do Espírito que gerou um grande avivamento liderado por João Wesley e os primeiros metodistas.

          Mas como foi um movimento que durou dezenas de anos, que gerou muitos frutos e situações novas quase constantemente, o metodismo precisou se organizar em Classes, Band, Sociedade, Conferência Anual e como Igreja.

        A imigração para a América de vários metodistas também proporcionou a organização de igrejas pelos metodistas. Como foi necessário o cuidado pastoral desses metodistas na América, Wesley passou a nomear pregadores para cuidar do rebanho e expandir o metodismo.

As Conferências Anuais

        Sob a liderança de João Wesley, os pregadores participavam de reuniões para avaliação, aprovação de assuntos relacionados à vida e à missão do metodismo. Nas Conferencias Anuais haviam estudos, debates, orientações, exame dos pregadores, planos, etc, proporcionando assim a formação  da identidade e trazendo unidade aos metodistas.[1]

        A primeira Conferência Anual teve início em 25 de junho de 1744[2] e foi um marco no desenvolvimento da doutrina e disciplina wesleyana. Trata-se de uma reunião realizada para direcionar o reavivamento e fazer ajustes. A Conferência durou uma semana. Além dos irmãos Wesley e os pregadores, estavam presentes mais quatro ministros anglicanos: João Hodges, Henrique Piers, Samuel Taylor e João Meriton.[3]

       “A Conferência tinha em sua ordem do dia três perguntas:

1.O que ensinar?

2.Como ensinar?

3.Como regulamentar a doutrina, a disciplina e a prática?”[4]

        Outras Conferências vieram. A seguir registramos o tema principal discutido nas principais Conferências realizadas quando Wesley ainda era vivo:

        Na  segunda Conferência, realizada em 1º de agosto de 1745, a santificação continuou sendo o principal assunto.[5] Foi discutido "o que pregar" e as doutrinas básicas com ênfase na perfeição sem negligenciar a justificação. Ficou estabelecida a prática de uma Conferência Anual;[6]

        Na  terceira Conferência Anual, em 26 de maio de 1746, a preocupação foi averiguar as atas anteriores.[7] A pregação ao ar livre foi estimulada.[8] Dois anos depois, foram discutidas as regras e o currículo da Escola em Kingswood. Houve também  uma preocupação com a função das Sociedades;[9]

        Em 1749, a Conferência discutiu sobre a União Geral das Sociedades em toda a Inglaterra.[10] Dois anos depois, Wesley convocou a Conferência Anual para examinar os pregadores. Seis meses depois, os Wesley continuaram a examinar os pregadores  individualmente ou em grupos;[11]

        A questão doutrinária era uma constante nas Conferências. Em 1753, a discussão abordou temas como a predestinação, os moravianos e o  antinomianismo.[12] Cinco anos depois, em 1758, em Limerick, Irlanda, acusações de falta de ortodoxia doutrinária foram lançadas contra um dos pregadores, Mark Davis, que havia se tornado metodista recentemente. Thomas Walsh, convertido do catolicismo, defendeu seu companheiro.[13] Em 1763 as questões mais sérias tratadas foram sobre a perfeição cristão. Havia uma comoção porque alguns afirmavam ter recebido o dom da perfeição e outras pessoas foram ao extremo levantando questões sobre a maldição e o estado angelical;[14]

        Através de outras Conferências Anuais, o movimento metodista foi sendo solidificado com as decisões tomadas, pois elas se tornaram  leis para os pregadores e demais líderes praticarem.

        Entre essas decisões, está a preocupação com os pregadores: 

        1765: Aprovação do “Fundo para os pregadores” beneficiando os pregadores "cansados", suas viúvas e filhos;[15]

        1768: Wesley deu aos pregadores mais um ano para deixarem seus trabalhos seculares.[16]

        Algumas decisões trouxeram ruptura, como ocorrido em 1770. Foi decidido reavivar o trabalho onde estava estagnado e dar atenção às doutrinas. A Conferência defendeu as ideias de Armínio em contraste com a predestinação. Isso trouxe profundo desgosto aos calvinistas, entre essas pessoas estava a  condessa Lady Huntingdon, que declarou a Wesley que não pregaria mais em suas capelas.[17]

        A preocupação com os pregadores continuou sendo uma constante nas Conferências. Em 1773,  Wesley persuadiu  49 pregadores presentes a assinarem os “Artigos do Acordo”, esboçado em 1769.[18] Por esta aliança, eles apoiavam uns aos outros, à antiga doutrina e disciplina metodista. No ano seguinte, mais 72 outros assinariam. Em 1775, outros 81 novos pregadores assinariam também.[19] Em 1776, a Conferência Anual decide por maior severidade nos exames dos pregadores.[20] No ano de 1778,  Wesley se preocupa com a saúde dos pregadores e pergunta porque eles têm problemas nervosos. Deu seis conselhos práticos, entre eles, fazerem diariamente exercícios físicos; dormirem cedo e acordarem cedo, etc.[21]  Na Conferência de 1793 foi proibido o título "reverendo" aos pregadores e acabou a distinção entre pregadores ordenados e não ordenados.[22]

        Nos últimos anos de vida de Wesley, as principais decisões da Conferência foram:

        Em 1784, Wesley pede voluntários para acompanhar Thomas Coke na América. Ele escolheu Thomás Vazey e Richard Whatcoat.[23]

          Wesley registrou em seu Diário, no dia 31 de agosto de 1784:

      “O Dr. Coke, Sr. Whatcoat e Sr. Vazey chegaram de Londres com o fim de embarcar para a América. Quarta-feira, 1º de setembro. Estando agora esclarecido na minha própria mente tomei agora um passo que me pesara por muito tempo, e nomeei o Sr. Whatcoat e Sr. Vazey para irem servir às ovelhas desconsoladas na América”.[24]

        Em 1785, Wesley Ordenou John Pawson, Thomas Hanby e Joseph Taylor como pregadores na Escócia. Wesley permitiu a Christopher Hopper presidir as sessões da Conferência.[25]

        Já sem a liderança de Wesley, em 1795, foi aprovado o "Plano de Pacificação".[26] Foi reconhecida a separação eclesiástica entre o Metodismo  e a Igreja Anglicana.[27]

        Na verdade, as atitudes tomadas durante sessenta anos por Wesley e as Conferências Anuais não levaram a uma reforma da Igreja Anglicana, mas deram aos metodistas uma identidade própria e distinta.[28]

        As Conferências foram fundamentais no metodismo primitivo:

        “As resoluções das consultas das conferências anuais do movimento de Wesley foram protocoladas e publicadas, formando a base doutrinária a que todos se referiam.”[29]

        Segundo Edward Thompson:

       “As Conferências Anuais Wesleyanas, com sua 'plataforma', comitês com suas ordens do dia e meticuloso encaminhamento, parecem uma incômoda 'contribuição' a mais para o movimento trabalhista de épocas mais recentes”.[30]


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Passos na organização do movimento

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         João Wesley considerava que o movimento metodista era uma Dispensação Extraordinária da Providência de Deus:

       “Wesley aceitou os argumentos de um ´chamado extraordinário, reconhecendo que não apenas a pregação leiga, mas também ´todo o trabalho de Deus chamado Metodista´ era uma ´dispensação extraordinária.” [31]

         Para Wesley, a Dispensação extraordinária da Providência de Deus compreendia a doutrina da Perfeição Cristã[32], o Ministério Feminino[33] e o surgimento do próprio metodismo.[34]

       “João Wesley teve a consciência de estar envolvido em algo extraordinário que Deus fazia no mundo.”[35]

 

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 Os três começos do metodismo[36]

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O Metodismo não foi programado, não teve o nome escolhido pelos próprios adeptos e nem pretendia ser  uma Igreja estabelecida.          O Metodismo surgiu do desejo de colocar o cristianismo em prática, de se levar mais a sério a vida cristã.  João Wesley mesmo destacou três etapas no desenvolvimento do Metodismo antes de 1739: em Oxford, Geórgia e Londres.

         A primeira etapa começou  no ano de 1729 em Oxford com Carlos Wesley, William Morgan e João Wesley em  que se encontravam ocasionalmente  para estudos acadêmicos e para irem à igreja. O verdadeiro começo,  com propósitos e projetos,  foi no fim do inverno de 1729/1730. Bob Kirkham[37] filiou-se ao grupo. Eles se reuniam quase que diariamente no quarto de um deles. Por sugestão de William Morgan, o grupo começou a visitar também os presos. Morgan foi o planejador de grande parte do trabalho de ação social  no início  do Metodismo.[38]

         Nessa etapa, eles foram chamados de Clube Santo, Traças da Bíblia e Metodistas.[39] João Wesley se tornou o líder do grupo, que se propunha à busca de um viver santo. Seu irmão Carlos Wesley havia começado com o grupo antes de João Wesley.[40]

       Foi nesta etapa que os metodistas começaram a visitar os presos na Prisão do Castelo incentivados por Willam Morgan. No dia 14 de agosto de 1730, os irmãos Wesley acompanharam Morgan na visita aos presos. Em dezembro de 1730, o grupo expandiu suas atividades e passou a incluir a visitação aos encarcerados da prisão na cidade no North Gate (Bocardo).[41]

      “O jovem irlandês, que era o planejador de grande parte do esquema de ação social dos metodistas, começou também a trazer crianças das famílias pobres em Oxford, pelo menos já no começo da primavera de 1731 (...) João percebeu bem depressa que a situação exigia uma organização permanente, e pelo fim de junho de 1731, ele contratou a senhora Plat para tomar conta das crianças. Os metodistas, entretanto, continuaram a Ter um ativo interesse e participação no progresso das crianças.”[42]

       Contudo,  os metodistas de Oxford tinham, especialmente, suas ações guiadas para um autoexame em cada dia. Eles observavam se estavam amando mais a Deus, ao próximo, se tinham mais humildade, mortificação, abnegação, mansidão e gratidão.[43]

        Qual era o ponto central da espiritualidade dos metodistas de Oxford?

        Era a religião do coração, a vida interior, que leva a uma vida santa, que são características pietistas:

       “Era, então, um estado interior da alma refletido no (e medido pelo) seu estilo de vida cristã.”[44]

         Outra característica dos metodistas de Oxford foi que as várias regras e métodos que dirigiam as atividades dos metodistas originavam-se, geralmente, do grupo de João Wesley depois de testadas.[45] O encargo piedoso de Wesley tinha o objetivo de salvar sua própria alma.[46] Com este objetivo ele foi para a América.

          A segunda etapa do desenvolvimento do Metodismo foi na Geórgia aonde Wesley chegou no dia seis de fevereiro de 1736.

       “(...) esse período foi bastante importante para Wesley, que mais tarde o chamou de ‘o segundo surgimento do metodismo’. Tal terminologia se refere principalmente ao estabelecimento de um grupo wesleyano na Geórgia semelhante aos metodistas de Oxford. Mas a experiência na Geórgia também foi um episódio importante na peregrinação espiritual de Wesley e teve assim um papel significativo no seu desenvolvimento teológico.”[47]

       Mas porque este período é considerado a segunda etapa do metodismo?

        Nesse local,  Wesley teve diversos encontros com os moravianos e com os pietistas.[48] Ele encorajava  as pessoas desse grupo corrigindo, instruindo e exortando uns aos outros. Eles se reuniam nas tardes de domingo, quartas à noite e sábados para momentos devocionais.

         Em fevereiro de 1737 a sociedade em Savannah  já havia estabelecido uma rotina semanal de reuniões. Paralelamente, Wesley mantinha sua paróquia com freqüência dominical de sessenta a  oitenta pessoas.[49]

       “Em Savannah, tanto quanto em Oxford, desempenhou sua atividade principal com o bem dos ´pequeninos´; os pobres, os enfermos, e as crianças eram objeto do seu cuidado especial. Interessou-se muito também pelos negros (...).”[50]

       Richard Heitzenhater afirma que Wesley parecia se sentir melhor com sua missão entre os negros americanos, apesar do seu desalento por eles não terem instrução cristã e  os conhecimentos básicos da fé.[51]

       “Uma experiência similar em Ponpon, nomes de abril seguinte, resultou em um trabalho de catequese para uma jovem negra, cuja atenção às suas instruções ele descreveu com inexprimível’. A moça ficou particularmente intrigada com o comentário de Wesley, dizendo que se ele fosse boa, sua alma deixaria seu corpo por ocasião de sua morte e iria viver com Deus ‘acima no céu’, onde ninguém a espancaria ou a magoaria. No dia seguinte ela se lembrou de tudo, e disse a Wesley que iria pedir a Deus, seu criador, que mostrasse como ‘ser boa’. Seu sucesso nesta aventura foi duplicado pouco tempo depois com um jovem rapaz de Purrysburg, que ele achou ser ‘tanto desejoso como capaz de receber a instrução. Estes incidentes levaram-no a propor um programa de instruções para os negros americanos (...) não há indicação de que o plano tenha sido posto em prática.”[52]

        Em Savannah, Wesley  se preocupou com o ensino das crianças. Ele dirigiu uma escola dando aula de religião para trinta a quarenta alunos. Além da instrução oral, ele dava aos alunos alguns exemplos práticos. Um dia foi a escola descalço porque alguns alunos que tinham sapatos desprezavam aos que não tinham.[53]

      “O segundo surgimento do metodismo na Geórgia, embora marcado por inovações interessantes, alcançou um sucesso limitado numa situação envolvida por tensões e políticas. Os esforços para implantar uma versão da piedade meditativa da high-Church, no interior de uma colônia lutando para manter a ordem e a civilidade básicas, não conquistaram muitos adeptos entre uma população sem muita inclinação religiosa.”[54]

       O casamento de Sophy Hopkey , de quem ele gostava, trouxe dificuldades imensas para o ministério pastoral de Wesley. As denúncias de seu futuro marido contra Wesley apressaram a sua saída da América.

        E o que caracteriza a terceira etapa do metodismo, segundo Wesley?

        A terceira etapa do Metodismo foi em Londres. Wesley percebeu que o movimento sobreviveu em Oxford e se desenvolveu em outros lugares. Percebeu também que muitos dos seus amigos haviam experimentado uma transformação de vida, entre eles Whitefield, que pregava com fervor em diversos lugares. Havia na Inglaterra uma fermentação espiritual.[55]

         No dia 1º de maio de 1738, o moraviano Peter Bohler organizou uma célula (Band) convidando algumas pessoas que tinham o mesmo modo de pensar; entre elas Wesley e James Hutton. Foram colocadas duas regras para pertencer a essa pequena sociedade:

      “1. Que eles se encontrariam uma vez por semana para confessarem suas faltas uns aos outros e para orarem também uns pelos outros a fim de que fossem curados (cf. Tiago 5.16).

2. Que qualquer outra pessoa, de cuja sinceridade eles estivessem bem seguros, poderia, se assim o desejasse, reunir-se com eles para aquele propósito”. [56]

          O grupo ficou conhecido como Sociedade Fetter Lane, que Wesley chamaria mais tarde de: “O terceiro surgimento do Metodismo”. [57]

       Com a ida de Peter Bohler para a América, Wesley ficou como o líder principal da sociedade, cuja única exigência era a sinceridade de intenção. A preocupação básica do grupo era com a soteriologia, a  saúde espiritual.[58]

         Neste período, Carlos Wesley, em meio às lutas espirituais, sentiu uma estranha palpitação coração e pode dizer que cria. Assim, ele achou paz com Deus. Ele teve a certeza de que seus pecados estavam perdoados.[59] Três dia depois, em 24 de maio de 1738, Wesley teve seu coração estranhamente aquecido. Sentiu seus pecados perdoados e obteve a paz em Deus.[60]

        Wesley visitou os moravianos, em 1738, na Alemanha e voltou com mais dúvidas em relação à fé, mas ele aprendeu com a sua organização e aplicou as classes em suas sociedades. Logo depois,  ele começou a se desprender de alguns ensinamentos dos moravianos. Passou a aceitar que havia graus de fé e que a libertação do pecado deveria ser entendida como libertação do domínio do pecado.[61]

         Nesta terceira etapa, Wesley procurou entender mais da ação do Espírito. Ao ler, em 10 de outubro de 1738,  sobre as experiências de Jonathan Edwards,[62] Wesley percebeu a influência do Espírito Santo nos reavivamentos na América e começou a entender mais sobre a importância do Espírito Santo.[63]

        As dúvidas, neste período, ainda continuavam na vida de Wesley, especialmente sobre a fé, mas ele continuava a pregar com entusiasmo.

       O que ele havia lido sobre o mover do Espírito na América com Jonathan Edwards aconteceria, pela primeira vez no princípio de 1739:

       “Na passagem do novo ano, durante uma noite de vigília na celebração da festa do amor, o poder de Deus veio  poderosamente sobre o grupo Fetter Lane, de tal maneira que muitos gritavam com extraordinária alegria e muitos caíram no solo.”[64]

        Logo depois, com temor, eles entoaram o cântico que diz: "Louvamos-Te, ó Deus, reconhecemos  a Ti como Senhor.”

        Uma experiência carismática, segundo Casino Floristán, acontece em diversas religiões e é caracterizada por fenômenos como visões, audições, revelação, manifestações físicas, etc.[65]

         Segundo Heitzenhater, a ação do Espírito começou a ser evidente na vida dos  que ouviam as pregações dos metodistas. Wesley menciona que numa pregação em dezembro de 1738, uma senhora foi liberta  de sua loucura, outra recebeu testemunho de que era filha de Deus, outra o testemunho do Espírito etc.[66]

         “A inspiração espiritual deste tipo, entretanto, trouxe controvérsias. Wesley não era simplesmente crédulo em todos os casos, mas estava inclinado a ´testar o espírito do modo bíblico, ´para ver se ele era de Deus ou não.”[67]

         Milhares de pessoas passaram a vir para ouvir as pregações de Whitefield, Wesley e Carlos Wesley.  Em 1739, Whitefield pregou em uma ocasião para 30 mil pessoas. Cada vez que Wesley pregava, haviam de um a quatro mil pessoas presentes. A média ficou no primeiro mês em 3 mil pessoas ao ar livre, cemitérios, praças etc.[68]

         Wesley não era um pregador tão conhecido como  Whitefield, [69] mas logo o número de assistentes ficou entre 12 e 20 mil.[70]

        Em Bristol, em 1739, a grande maioria dos participantes era constituído de mineiros das minas de  carvão, que ajudavam na revolução industrial, na Inglaterra.[71]

       “O tamanho dessas multidões não era tão espantoso quanto o número relativamente pequeno de pessoas que naquela época realmente estavam arroladas em sociedades até esse momento.”[72]

         O clero local via essas pregações dos metodistas como sendo algo  ilegal.[73] Havia manifestações espirituais que ele descrevia dizendo que as pessoas estavam sendo fulminadas, feridas pela espada do Espírito, tomadas de fortes dores. Algumas caíam de joelhos,  outras tinham estranhos acessos, mas ele registra ainda que a maioria  era aliviada pela oração e alcançava a paz.[74]

        Em 1749, Wesley relatou sobre algumas manifestações no final do culto:

       “Quando, enfim, despedi o povo com a benção, ninguém se mexeu; ficaram todos nos seus lugares, enquanto eu ia passando no meio deles. Logo se ouviu uma pessoa que gritou: ´Meu Deus, meu Deus, tu te esquecestes de mim´. Tendo dito isto, caiu no chão. Oramos a Deus em favor dela. Seus gritos junto com de muitos outros, clamando a Deus, se aumentaram. Mas nós continuamos lutando com Deus em oração, até que Ele nos atendeu com a paz.”[75]

        Wesley precisava entender mais sobre o avivamento e leu os relatos do avivamento que ocorria na América com Jonathan Edwards. Ele passou a ver a ação do Espírito no meio do povo chamado metodista  como sendo a  mesma ação que ele havia lido nos relatos de Jonathan Edwards.[76]

      “Ele menciona diversas mulheres, em particular, que responderam `a obra do Espírito em consequência de sua pregação em Oxford”.[77]

        Segundo D.M.Llloyd.Jones: “(...) Edwards defendia as incomuns e excepcionais experiências que estavam sendo concedidas a certas pessoas  naquela época particular.”[78]

        Esta terceira etapa foi um período de amadurecimento espiritual na vida de Wesley:

      “O terceiro surgimento do metodismo, a Sociedade Fetter Lane, foi o resultado de uma combinação de influências: anglicana, metodista e morávia (...). Wesley ajudou a consolidar o trabalho dos metodistas e dos morávios dentro das estruturas fornecidas pela Igreja da Inglaterra (...). Wesley estava calmamente elaborando sua teologia no contexto de sua própria peregrinação espiritual e dentro da edificação mútua de pequenos grupos de crentes.”[79]

        Era necessária uma estrutura e Wesley soube organizar o movimento metodista, como veremos a seguir.


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O caminhar do metodismo para sua estabilidade

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         Wesley não tinha a intenção de criar uma nova Igreja. Em 1790, ele disse:

      “Vivo e morro como membro da Igreja da Inglaterra, e ninguém que respeita o meu julgamento me separara dela”.[80]

       Seu desejo era, através das sociedades, criar um povo capacitado e santificado para assim transformar a Igreja Anglicana e a nação inglesa. Tanto é verdade, que no início, ele não ministrava a Santa Ceia nas sociedades, mas pedia que o povo participasse da Igreja Anglicana.[81] Ele não marcava cultos no mesmo horário dos cultos anglicanos e nem tinha pastores, mas pregadores. Wesley, contudo, tinha uma visão clara dos seus objetivos e de suas possibilidades:

       “Dê-me cem pregadores que não tenham medo de nada, a  não ser do pecado, e que não desejem mais nada, a não ser servir a Deus, e, não me importo se são clérigos ou leigos, eles sozinhos farão tremer os portões do inferno e estabelecerão o reino dos céus aqui na terra.”[82]

          Com o desenvolvimento, porém, Wesley foi obrigado a tomar certas decisões e a criar certos organismos que foram aos poucos afastando mais o Metodismo do Anglicanismo. O rompimento oficial, porém, só ocorreu quatro anos após a sua morte, na Conferência Anual realizada  em 1795.[83]

       “(...) embora pretendessem ´reformar´ a Igreja na Inglaterra, na realidade davam aos metodistas uma identidade própria distinta da Igreja.”[84]

         Eis alguns avanços do Metodismo ocorridos durante o tempo em que Wesley era o grande líder:

         Em 1738 é criada a Sociedade de Fetter Lane  que seria denominada depois por Wesley como o terceiro  surgimento do Metodismo;[85]

         No Natal de 1738, Wesley escreveu as Regras das Sociedades Unidas. [86]Era uma versão revisada das regras usadas pela  Sociedade Fetter Lane.[87] As Regras consistiam basicamente em

       “Abster-se cuidadosamente da prática do mal (...) Praticardes boas obras zelosamente (...) Atenderdes constantemente a todos os mandamentos de Deus (...)”[88]

      No dia 12 de maio de 1739 foi lançada a pedra fundamental do que viria a ser o primeiro templo metodista no mundo - a casa de pregação em Londres - Sociedade da Fundição.[89]

      Em junho de 1739, foi lançada a pedra fundamental da Escola em Kingswood para as crianças dos mineiros revelando a forte preocupação de Wesley e dos metodistas com os empobrecidos:

      “Para que as crianças (dos mineiros) também possam saber aquilo que concorre para a sua paz, foi proposto, há algum tempo, que fosse construída uma casa em Kingswood; e no meio de muitas dificuldades, vistas e não vistas, foi lançada a pedra fundamental em junho próximo passado.”[90]

         Em 23 de julho de 1740 Wesley e seus companheiros fundam a Sociedade Unida puramente metodista, após ter se afastado dos moravianos de Fetter-Lane. [91] Wesley  escreveu sobre sua origem:

      “Oito ou dez  pessoas vieram a mim, em Londres, em fins de 1739, e pareciam profundamente convencidas do pecado e a suspirar sinceramente pela redenção. Como duas ou três fizeram no dia seguinte, desejavam que eu orasse com elas e as aconselhasse sobre como fugirem da ira vindoura que pendia constantemente sobre as sua cabeças. Para que tivéssemos mais tempo para essa grande obra, marquei um dia em que poderiam vir juntas. Elas o fizeram todas as semanas, especialmente, às quintas-feiras à noite. Dei a estas e a quantas outras desejassem, pois o seu número crescia dia a dia, os conselhos que julguei necessários, e sempre terminávamos a nossa reunião com oração adequada às suas diferentes necessidades. Essa foi a origem da Sociedade Unida, primeiro em Londres e depois em outros lugares.”[92]

       Em 1742 são organizadas as sociedades, dividindo os membros em classes, visando  levá-los ao perfeito amor. As classes eram agrupadas geograficamente e continham todas as pessoas da Sociedade.[93]

      Wesley orientou como as pessoas deveriam se agrupar:

      “Para que se possa discernir mais facilmente se estão realmente realizando a sua salvação, cada sociedade é dividida em grupos menores chamados classes, de acordo com as suas residências. Há cerca de 12 pessoas em casa classe sendo uma delas indicada para ser o líder.”[94]

         Ao visitar a sociedade de Newcastle relaxada na disciplina, em 1743, Wesley normatizou o processo de realizar exames ao escrever  A Natureza, o Plano, e as Regras Gerais das Sociedades Unidas. Em uma breve história e descrição das sociedades, Wesley detalhou as regras para os membros.[95]

       “A fim de se juntar à sociedade, era exigido que as pessoas demonstrassem apenas uma condição - ´o desejo de fugir da ira vindoura, para ser salvo de seus pecados´. Aqueles, entretanto, que quisessem continuar nas sociedades, deveriam demonstras ´a evidência de seu desejo de salvação, primeiro, não praticando o mal...segundo, fazendo o bem (...). terceiro, obedecendo todas as ordenanças de Deus.”[96]

       Apesar destes três pré-requisitos não serem a totalidade da verdadeira religião, eles se tornaram o mínimo que se esperava de uma pessoa para permanecer na sociedade.

      “Eles representavam a antítese do antinominianismo, que nessa época simbolizava uma das maiores ameaças ao programa wesleyano.”[97]

         Em 1744 é realizada em Londres a Primeira Conferência Anual para Pregadores.[98]

         No ano de 1746 são nomeados pregadores itinerantes e o campo é dividido em circuitos. Wesley estabeleceu sete circuitos com vários pontos de pregação, para onde os pregadores eram designados, geralmente dois ou três para o mesmo local e um mês de itinerância, depois se mudavam para outra região.[99]

       “A fim de manter seus pregadores em atividade constante e evitar que esgotassem seus recursos pregando em um mesmo lugar, exigia deles que mudassem frequentemente do local de atividade. A Conferência de 1767 regularizou essas substituições e tornou-as obrigatórias. Ali se resolveu que ´não se devia manter o mesmo pregador no mesmo lugar por mais de um ano, e nunca mais do que dois anos consecutivos´. Mais tarde, esse limite foi ampliado para três anos.” [100]

         No ano de 1748, Wesley publicou o segundo volume de sermões.[101]

         Em 1769, Wesley tomou uma decisão histórica: perguntou na Conferência quem estaria disposto a ir como pregador para a América. Boardman e Pilmoor se ofereceram. Foi o início da autonomia do  metodismo na América, que aconteceria em 1784.[102]

         Em 1770 a Conferência Anual toma forte posição arminiana. Em 1771, Wesley publicou Vindication of the Rev. Mr.Wesley’s Last Minutes (Defesa das últimas Minutes do Rev. Sr. Wesley) escrito por John Fletcher.[103] Foi o tiro inicial de uma longa série de rajadas contra os calvinistas.[104]

       “A principal ameaça à oposição calvinista, de acordo com os wesleyanos, era o antinomianismo, ou negligência da lei moral. O trabalho de Fletcher focalizava esse assunto (...).” [105]

         Em 1772, foi fundada em Londres, patrocinada por Wesley, uma sociedade para assistir os pobres conhecida como Comunidade Cristã.[106]

          A criação desta sociedade revela o compromisso social de Wesley com os empobrecidos.

         A Conferência Anual de 1784, Wesley fez o "Ato de Declaração" ou o Estatuto Declaratório nomeando uma conferência de 100 pregadores - os "Cem Legais" - como  sucessor de Wesley em perpetuidade. Esse documento foi registrado no Tribunal Superior no dia 28 de fevereiro de l784.[107]

Em 1784, no dia primeiro de setembro, Whatcoart e Vasey são nomeados por Wesley como diáconos na América. Logo depois, foram ordenados presbíteros. Thomas Coke foi nomeado como superintendente na América.[108]

       Com a independência da América, muitos sacerdotes anglicanos voltaram à Inglaterra. Milhares de crianças permaneciam sem batismo na América e alguns metodistas permaneciam sem participar da Ceia do Senhor.[109] A nomeação de pastores, portanto, era necessária e urgente. Mesmo com oposição, Wesley procedeu à ordenação de presbíteros para pastorearem na América.[110] Neste mesmo ano, na Conferência de Natal, na América, é criada a Igreja Metodista Episcopal. Uma denominação separada da Inglaterra.[111]

         Na Conferência Anual, em 1788,  Wesley ordenou Alexander Mather, presumivelmente para suprir a continuidade de ministros metodistas ordenados na Inglaterra depois de sua morte. Dois meses depois, nomeou um comitê para supervisionar a livraria e gerenciar as suas contas. Quatro meses mais tarde escreveu um testamento revisado.[112]

       Em 1771, Wesley  já havia feito seu testamento:

      “Revisei e transcrevi meu testamento, declarando, em linguagem simples, clara e breve o mais que pude, nada  mais e nada menos o ´que tenho feito com os bens terreais que deixarei no mundo” .[113]  Em 1790, o Metodismo tinha cerca de 300 pregadores na Inglaterra e 71.463 membros;[114]

         Wesley faleceu em 1791,  no dia dois de março. Antes, reuniu forças para cantar o hino "Louvarei meu Criador enquanto tiver fôlego.” João Wesley disse: “O melhor de tudo é que Deus está conosco.”[115]

         Até na hora do seu enterro, Wesley pensou em ajudar aos pobres dentro de sua prática de amar ao próximo. O seu funeral foi no dia nove de março e seis pessoas pobres levaram o caixão. Eles ganharam uma libra  cada uma, conforme desejo de Wesley.

        Nas decisões seguintes da Conferência, William Thompson foi eleito presidente da Conferência, em 1791.[116] Na Conferência de  1795, pelo Plano de Pacificação ocorreu à separação eclesiástica  entre o Metodismo e Anglicanismo.[117]


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 Participação Metodista na formação da classe operaria inglesa

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         Com o avivamento metodista, diversos leigos foram resgatados, restaurados pelo Espírito Santo e se sentiram motivados para serem líderes de células, pregadores e lideraram escolas para os pobres, orfanatos e exerceram ministérios de visitação, oração, etc.

        No princípio, poucos pastores estiveram com Wesley até porque ele não pretendia criar uma nova Igreja e sim espalhar a santidade bíblica, reformar a Igreja Anglicana e a nação. É a vocação que Wesley acreditou que Deus havia chamado os metodistas.

       Muitos líderes leigos surgiram a partir do exercício da liderança, especialmente em Bands (células) e Sociedades (igreja local). Nas células, os leigos estavam acostumados, inclusive, a arrecadar dinheiros para os que estavam desempregados. Eles eram responsáveis pela vida espiritual dos participantes.

       Importante lembrar que Wesley pregava nas minas de carvão para os operários e que João Nelson, considerado o príncipe dos pregadores metodista, era pedreiro.

       Era um período de desorganização da sociedade. Muitos perderam suas terras, casas, empregos e caminham pelas cidades e campos sem um rumo, sem uma identidade. Tudo isso causado pela Revolução Industrial inglesa.

       “Especialmente com a Revolução Industrial, pois na medida em que avançavam as novas técnicas e as formas de organizações industriais, recuavam os direitos sociais e políticos”.[118]

        Com a necessidade de organização do povo para reivindicar seus direitos, diversos metodistas tomaram a iniciativa ou foram chamados para organizar ou liderar sindicatos.

        O historiador marxista inglês Edward Palmer Thompson, no seu livro “A formação da classe operária inglesa”, afirmou que “a hierarquia estritamente organizada da igreja metodista, diz Thompson, ensinou aos trabalhadores uma coisa ou duas sobre a organização de grupos de pessoas, que eles utilizaram muito bem no movimento trabalhista posterior”.[119]

        Dentre esses líderes leigos que participaram efetivamente na organização da classe operária estão:

Thomas Hepburn, um dos pioneiros do sindicalismo

         Ele viveu entre 1795-1864. Nasceu em Durham de Pelton, Inglaterra. Seu pai morreu em um acidente de mineração deixando uma viúva e três filhos.

        Hepburn começou a trabalhar na mina de carvão Urpeth aos oito anos. Recebeu uma educação escassa, mas era uma criança inteligente. Lia a Bíblia desde pequeno e se preocupou com a educação a vida toda. Aproveitava cada oportunidade para estudar.

        Uniu-se aos metodistas primitivos e, em 1822, ele se tornou um pregador leigo. Pregou contra os males da embriaguez e apelou para confiarem em Deus. Assim desenvolveu a capacidade de persuasão, organização e de falar em público.

       Hepburn se casou em 1820. Em seguida foi para uma mina de carvão em Jarrow e depois para a mina de carvão Hetton. Em 1830, procurou reanimar uma união de mineração.

       No início de 1831, liderou reuniões de massas em que queixas foram expressas e medidas tomadas para formar a união dos mineiros.

        Em agosto de 1831, foi eleito como seu organizador. Os mineiros foram vitoriosos obtendo redução das horas de trabalho. Hepburn trabalhou duro para manter os homens juntos, moderados e cumpridores da lei. Em 1832, houve uma ruptura na união com violências. Foi destituído e procurou vender chá para sustentar a família.

        Em 1844, quando a grande greve de mineração começou, alguns mineiros imploraram a Hepburn para liderar, mas ele recusou. Depois de anos de dificuldades, foi trabalhar em uma mina de carvão, na Felling, até 1859.  Doente, faleceu em 1864.

         Em 1875, uma lápide foi erguida sobre seu túmulo exaltando sua liderança para obtenção de horas de trabalho mais curtas e uma melhor educação para os mineiros. É reconhecido como um dos pioneiros do sindicalismo.

        Em 1874, Hepburn foi incluído em um pequeno grupo de líderes trabalhistas primeiros para emissão de selos postais comemorativos. A Comunidade Acadêmica Thomas Hepburn, em Felling, é nomeada em sua honra.[120]

George Loveless, mártir de Tolpuddle

        Ele viveu entre 1797-1874. Nasceu na aldeia de Tolpuddle, em Dorset, Inglaterra, onde trabalhou como lavrador. Era respeitado como líder comunitário e pregador wesleyano. Em 1834, casou-se com Elizabeth (Betsy), com quem teve três filhos. Era um metodista convicto e temente ao Deus justo.

      Vendo seus salários diminuírem a cada ano, George e cinco companheiros formaram a Sociedade de Amigos de Operários Agrícolas. Liderados por George, em 9 de dezembro, durante uma cerimônia, os membros fundadores juraram respeitar as regras da Sociedade. Todos eram metodistas.

       Em 22 de fevereiro de 1834, foram denunciados por um fazendeiro e considerados culpados de terem feito reuniões ilegais. Na prisão, tiraram as roupas e rasparam a cabeça. O juiz os condenou a trabalhar sete anos para fazendeiros na Austrália. A dura sentença provocou indignação e protesto. Eles haviam se tornado heróis populares, e 800 mil assinaturas foram coletadas para a sua libertação. Em Londres, cerca de 25 mil trabalhadores protestaram nas ruas. Lord John Russell apoiou o protesto. Em março de 1836, o governo foi obrigado a mudar as sentenças.

      Uma vez livres, George e quatro dos mártires emigraram para o Canadá, onde George ajudou a construir a Igreja Metodista em Siloé.  Seu irmão, James Loveless, era pregador metodista e se tornou líder metodista em Ontário, Canadá. Seu jardim se tornou famoso pelas begônias. John Standfield foi para o Canadá e se tornou prefeito de East London, onde tinha um hotel e uma loja e fundou o coral Bryanston. Thomas Standfield foi para o Canadá.

         Os “Mártires de Tolpuddle” contribuíram para o orgulho do sindicalismo na Inglaterra. No centenário, em 1934, foi erigido um memorial na aldeia e foi fundado o Museu Tolpuddle Martyrs.  Em 2008, Andrew Norman escreveu A história de George Loveless e os mártires de Tolpuddle.[121]

Joseph Arch, fundou a União Nacional de Trabalhadores Agrícolas

         Ele viveu entre 1826-1919. Nasceu em Barford, Warwickshire, Inglaterra. Era filho de um trabalhador rural.

        Em 1847, Arch se casou com Mary Anne Mills. Entrou para a Igreja Metodista Primitiva e se tornou pregador. Muitos de seus sermões abordaram os problemas financeiros de trabalhadores rurais. Em 1872, um grupo de homens buscou sua ajuda para formar um sindicato de trabalhadores rurais.

        No início dos anos 1870, os trabalhadores começaram a protestar contra os baixos salários e as condições de vida adversas. Arch usou seu treinamento como pregador e se tornou líder de trabalhadores agrícolas.

         Em 1872, fundou a União Nacional de Trabalhadores Agrícolas.   Foi  seu presidente até 1896, quando foi dissolvida. Entre os objetivos estavam aumentar os salários, diminuir o número de horas de trabalho normais e melhorar as habitações. Em dois anos, a União tinha mais de 86 mil membros, mais de um décimo da força de trabalho agrícola da Grã-Bretanha.

       Após 1884, quando a participação na União começou a declinar, Arch se voltou para a política. Em 1885, exerceu o primeiro de vários mandatos como membro do Parlamento (1885-1886, 1892-1900). 

        Foi o primeiro trabalhador agrícola membro da Câmara dos Comuns. Em 1893, Arch foi nomeado membro da Comissão Real para os Idosos Pobres.

       Desempenhou um papel fundamental na obtenção do voto para idosos pobres na Lei de Reforma de 1884-1885.[122]

George Edwards fundou a União Nacional dos Aliados e Trabalhadores Agrícolas

        Ele viveu entre 1851-193. Nasceu em Marsham, Norfolk, Inglaterra. Era filho de Thomas, um pobre ex-soldado que trabalhava como operário agrícola. Thomas roubou alguns nabos de um campo e foi condenado a 14 dias de trabalho duro. Sem renda para a família, foi levado com os irmãos para o reformatório Aylsham, onde foi separado da mãe.

        Com seis anos, foi trabalhar assustando corvos nos campos. Devido à necessidade de trabalhar, ele nunca foi à escola. Entrou numa Igreja Metodista Primitiva e se converteu.

        Ele se casou aos 22 anos com Charlotte Corke e não tiveram filhos. Decorava diversas passagens bíblicas e aprendeu a ler sob a instrução de Charlotte. 

       George dizia que a Escola Dominical foi a única escolaridade que teve. Logo foi reconhecido como pregador local. Sua fé cristã o levou a lutar para melhorar as condições sociais e econômicas das pessoas.

       Em Norfolk, entrou para a União dos Trabalhadores Agrícolas. Em 1906, fundou a União Nacional dos Aliados e Trabalhadores Agrícolas, com mais de 3 mil associados, e foi o secretário-geral. Conseguiu elevar os salários dos trabalhadores agrícolas.

         Foi e leito para o Conselho do Condado de Norfolk, em 1914, e tornou-se magistrado. Em 1918, ele se tornou vereador. Foi eleito em 1920 para o Parlamento e voltou à Câmara dos Comuns em 1923. Foi nomeado cavaleiro em 1930.

          Mudou-se para a cidade de Fakenham, onde frequentou a Igreja Metodista Memorial Buckenham. Quando faleceu, as ruas ficaram cheias, as lojas foram fechadas, uma banda tocou seus hinos, as escolas estiveram presentes, bem como sindicatos, políticos e religiosos.[123]

Edward Bates Cowey, pregador e presidente da Associação de Mineiros Yorkshire

       Edwars viveu entre 1839-1903. Era também conhecido como Ned Cowey. Nasceu em Longbenton, um distrito de North Tyneside, Inglaterra. Aos sete anos, começou a trabalhar em minas de carvão locais.

       Em 1858, ele e seus colegas quebraram o acordo de práticas de trabalho, e por isso ficaram numa “lista negra”. Trabalhou por um tempo no mar, mas voltou a Monkwearmouth, onde mais uma vez fez esforços para melhorar as condições de trabalho.

       À procura de trabalho, em 1871, Cowey foi para Sharlston, em West Yorkshire, onde se filiou à Associação dos Mineradores West Yorkshire (Wyma), que presidiu de 1873 a 1881.

       Em 1881, foi formada a Associação de Mineiros Yorkshire (YMA), com 50 mil membros filiados, e Cowey foi nomeado seu primeiro presidente. A YMA foi o maior e mais poderoso sindicato de mineiros do país.

       Cowey queria educar os homens em princípios sindicais e não em “negócios especulativos”. Ele foi um dos fundadores da Federação dos Mineiros da Grã-Bretanha, em 1888, e membro de seu comitê executivo até sua morte.

       Foi membro da Comissão Parlamentar do Trades Union Congress da Grã-Bretanha (1893-1903). Cowey lembrou certa vez: “Senhores, houve uma grande melhora da classe a que pertenço nos últimos 50 anos [...]. Eu, como menino, e todos os meninos naquele dia, trabalhávamos na mina 12, 14, 15, 16 horas por dia. O Trades Sindicalismo operou uma mudança, mesmo com os capitalistas deste país”.

        Cowey era pregador leigo da Igreja Metodista Primitiva. Ele presidiu a YMA de 1881 até a sua morte, em 1903.[124]

Samuel Finney, presidente da Federação dos Mineiros North Staffordshire

        Samuel Finney viveu entre 1857-1935. Nasceu em Talke, uma aldeia no condado de Staffordshire, Inglaterra. Com sete anos, começou a ajudar o pai nos fornos.

        Aos dez anos, começou a trabalhar em Talke Colliery, e tinha apenas 12 anos quando foi trabalhar na mina. Pertencia à Igreja Metodista Primitiva. Era pregador local, professor da Escola Dominical, líder da classe e visitava doentes.

         Aos 24 anos, considerou a possiblidade de entrar para o ministério pastoral, mas “as circunstâncias não eram favoráveis”.   Em 1881, foi eleito presidente da Federação dos Mineiros North Staffordshire, cargo que ocupou por 24 anos.

        Em 1884, ele se casou com Mary Ellen e tiveram quatro filhas. Samuel elogiava a esposa, dizendo que “ao lado de encontrar o Salvador, ela deve ter o crédito por tudo de bom que eu tenho sido capaz de alcançar”.

        Em 1893, Samuel se mudou para Burslem para ajudar o sindicalista e metodista Enoch Edwards em seu trabalho como agente e secretário da Federação de Mineiros North Staffs.

       Samuel era membro do Conselho de Borough Stoke-on-Trent, uma cidade em Staffordshire, e atuou como magistrado. Foi eleito membro do Parlamento para North West Staffordshire em 1916.     Em 1918, quando o eleitorado foi abolido, tornou-se membro do Parlamento para a nova circunscrição Burslem, que ocupou até 1922, quando se aposentou.

        Era sagaz nos negócios. Foi sempre generoso em sua estimativa dos outros. Seu humor seco salvou muitos em situações embaraçosas, e os seus juízos, obtidos após meditação e pensamento sério, eram muito respeitados.[125]


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O metodismo na América

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           Em 1760, Natanael Gilbert, convertido por John Wesley, na Inglaterra, ao voltar para Antígua, no Caribe, começou a compartilhar as boas-novas com a população escrava.

Uma imigrante dá início ao metodismo

 

         Em 1768, outra família de metodistas de imigrantes da Irlanda, a Sra. Barbara Heck, organiza a primeira Igreja Metodista na América do Norte.

       Barbara Ruckle Hec (1734-1804) nasceu no condado de Limerick, Irlanda. Seus pais haviam fugido da perseguição religiosa na Alemanha. Ela se converteu aos 18 anos através da pregação de João Wesley.

       Em 1760, ela se casou com Paul Heck e partiu com um grupo de irlandeses para o Novo Mundo, estabelecendo-se na colônia de Nova York. No grupo estava seu primo Philip Embury, carpinteiro, que se converteu também por Wesley, na Irlanda, e que havia recebido carta de pregador.

       Mas o grupo perdeu o zelo religioso e passou para a decadência espiritual. Em 1766, ao ver um grupo jogando cartas, Barbara varreu a mesa, jogou as cartas na lareira e desafiou Philip a pregar na sua própria casa com a frase: “Philip, tens de pregar para nós ou todos iremos para o inferno e Deus exigirá nosso sangue de tuas mãos”.

      Criaram duas classes em Nova York. Logo o local se tornou pequeno e alugaram um “Cenáculo”. No ano seguinte, eles foram apoiados pelo capitão Thomas Webb. Em 1768, na Rua St. John, em Nova York, foi erigida a primeira capela metodista na América.

          Quando a Guerra Revolucionária Americana estourou, em 1766, Paul Heck pegou em armas para lutar pelos britânicos. Sua fazenda, em Vermont, foi confiscada e eles fugiram para Montreal, em 1783.

         A família recebeu uma doação de terras em Maynard. Lá, eles realizaram a primeira classe metodista em sua pequena cabana na floresta.

        Em 1817, Samuel, filho de Barbara, foi ordenado diácono na capela metodista em Elizabethtown.[126]

 

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O metodismo norte-americano se transforma em igreja

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        Quando Wesley começou a enviar obreiros para as colônias inglesas na América, já estava bem adiantado o movimento de independência e, a partir de 1775, o movimento já tomava a forma de uma Guerra de Independência.

       Nos oito anos de guerra, todos os missionários que Wesley havia enviado voltaram, menos um, Francis Asbury.

       Ao fim da guerra, já contavam com uns 15000 e mais de 80 pregadores. O próprio Wesley, que não aprovara a revolução, agora deu pleno apoio na nova situação; na realidade, ele preparou uma liturgia (baseado no Livro de Oração Comum.

      Em 25 de dezembro de 1784 foi organizada a Igreja Metodista Episcopal dos EUA.

 

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Apóstolo do metodismo na América

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       O impacto do despertamento metodista foi imenso na América. No fim do século XVIII, “o Metodismo tinha saltado o Atlântico e quase 65 mil norte-americanos consideravam-se seguidores de Wesley. O crescimento do Metodismo nos Estados Unidos mostra a rapidez com que o movimento wesleyano avançava. Em 1773, havia 1.160 metodistas arrolados nos relatórios da conferência. Em 1784, o ano da histórica Conferência de Natal, em Baltimore, o número era 14.988. Seis anos depois, o recenseamento mostrava que esse número havia quase quadruplicado, chegando a 57.631. De 1773 a 1790, a população da América, aumentada pela imigração, havia crescido 75 por cento, enquanto o número de metodistas havia aumentado mais de 5.500 por cento”[127]

        Houve um metodista que fez a diferença: Francis Asbury.

       Francis Asbury (1745-1816) nasceu na Inglaterra. Era de uma família Anglicana e durante muito tempo foi aprendiz de ferreiro. Ele e sua mãe passaram a assistir às reuniões metodistas. A devoção de sua mãe à religião deu a Asbury uma nova dimensão espiritual. Aos sete anos, ele já lia a Bíblia. Seus pais abriram a casa para trabalhos religiosos envolvendo-o mais na vida espiritual.  O entusiasmo do Rev. Edward Stillingfleet o influenciou. Aos 18 anos, ele se transformou num pregador e viajou extensamente.[128]

       Em 1771, Wesley fez um convite aos pregadores metodistas para ir à América evangelizar e Asbury, voluntariamente, aceitou. Para viajar, foi preciso uma “coleta” de alguns amigos, pois Asbury não tinha dinheiro. Após a guerra da independência, em 1784, Wesley o nomeou, juntamente com Thomas Cock, como co-superitendentes do metodismo na América.

          Ele pregou cerca de 16.500 sermões e expandiu o metodismo para Tennessee e Kentucky. Era muito organizado. “Tinha uma espantosa capacidade prática, seu gênio de organização, sua consumidora devoção à extensão do evangelho, sua coragem e energia infindáveis - tudo contribuiu para esta realização”[129].

          Mais tarde, utilizou o termo “Bispo” para si. Organizou escolas, aos domingos, onde as crianças foram ensinadas na leitura, escrita e aritmética[130]. Asbury veio a ser a mais importante figura no metodismo americano. A devoção aos princípios e teologia Wesleyanos modelou o metodismo na América do Norte.

           Com a volta de Thomas Cooke à Inglaterra, Asbury assumiu as rédeas do metodismo. Ele “viajou extensamente através dos Estados Unidos, promovendo a causa metodista e liderou a organização oficial dessa denominação em 1784.

          Pelo fato de ter percorrido mais de 450 mil km, em grande parte à cavalo, ele conheceu o interior americano melhor que qualquer um dos seus contemporâneos e foi também o homem mais conhecido do seu tempo. Quando Asbury chegou aos Estados Unidos, em 1771, somente quatro missionários metodistas davam assistência à cerca de 300 pessoas. Quando ele faleceu, havia 2 mil pastores e mais de 200 mil metodistas no país”.[131]

           Em 1800, teve início, com Francis Asbury, o primeiro pregador itinerante (circuit rider), no Kentucky, o período dos reavivamentos e “camp meetings” (reuniões campais)[132].

           Ele “ultrapassou o próprio João Wesley, viajando em quarenta e cinco anos, somente à cavalo ou andando, mais de quatrocentos e setenta mil quilômetros, a maior parte por caminhos desertos. Atravessou as Montanhas Alegânis mais de sessenta vezes”[133].

            Enfrentou toda sorte de adversidades e doenças, como febres, úlceras, reumatismo crônico, mas nunca desistiu. No final de sua vida, insistiu numa viagem a Baltimore, onde haveria uma conferência, mas não resistiu e faleceu sentado numa cadeira e reclinado num jovem pregador, que viajara com ele[134].

           Francis Asbury foi chamado de “Apóstolo do metodismo na América”. Como reconhecimento, em 1924 foi colocado sua estátua em Washington. O Presidente dos EUA disse que ele foi um dos construtores da Nação norte-americana. Faleceu aos 71 anos de idade,[135] após pregar cerca de 50 anos.          

           Na estátua de Asbury está escrito: “Se você quiser ver os resultados de seus trabalhos, você os encontrará em nossa civilização cristã”[136].

          Veja em percentagem o grande crescimento nos EUA como fruto do trabalho de Francis Asbury e de outros metodistas[137]:

1776

 

1850

 

Congregacionais

20,4%

Metodistas

34,2%

Presbiterianos

19,0

Batistas

20,5

Batistas

16,9

Católicos romanos

13,9

Episcopais

15,7

Presbiterianos

11,6

Metodistas

2,5

Congregacionais

4,0

Católicos romanos

1,8

Episcopais

3,5

       


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O estabelecimento do metodismo no Brasil

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As primeiras tentativas de instalação do metodismo

          Quando o primeiro missionário metodista, Rev. Fountain E. Pitts, chegou ao Brasil, em 1835, já encontrou o país independente desde 1822. Pitts embarcou em Baltimore no dia 28 de junho de 1835, rumo ao Brasil chegando no dia19 de agosto de 1835, no Rio de Janeiro [138] permanecendo durante alguns meses juntamente com esposa, filhinho e empregada. Depois viajou para Montevidéu e passado algumas semanas foi para Buenos Aires,[139] que era o objetivo final de sua viagem. [140]

          Entusiasmado com as possibilidades de abrir um trabalho metodista em terras brasileiras, Rev. Pitts deu  parecer favorável para a implantação de uma missão no Brasil. No dia 2 de setembro de 1835,  ele escreveu ao secretário correspondente da Sociedade Missionária da Igreja Metodista Episcopal  o seguinte: “Estou nesta cidade (Rio de Janeiro) há duas semanas, e lamento que minha permanência seja necessariamente breve. Creio que uma porta oportuna para a pregação do Evangelho está aberta neste vasto império. Os privilégios religiosos permitidos pelo governo do Brasil são muito mais tolerantes do que eu esperava achar em um país católico (...). Já realizei diversas reuniões e preguei oito vezes em diferentes residências onde fui respeitosamente convidado e bondosamente recebido pelo bom povo....”[141]

             Rev. Pitts disse mais na carta: “(...) Nosso pequeno grupo de metodistas precisará muito de um cristão experimentado para conduzi-lo; no entanto, eles estão decididos a se unirem e a se ajudarem mutuamente no desenvolvimento da salvação de suas almas (...). O missionário a ser enviado para cá deve vir imediatamente e iniciar o estudo do idioma português sem demora (...).”[142]

            E alertou: “que ponha todos os cuidados nas mãos do Senhor Jesus e que pregue com o Espírito Santo mandado dos céus que é o que eles desejam aqui”[143]. Em 1836, rev. Pitts regressou aos EUA.

           Tendo acolhida as informações do rev. Pitts, a Igreja Metodista decidiu enviar o rev. Justin Spaulding, que chegou ao Rio de Janeiro com sua esposa, filhinho e uma empregada no dia 29 de abril de 1836.[144]

           Rev. Spaulding alugou um edifício no Largo da Glória aonde passou a realizar os cultos. Aprendeu português, organizou uma Escola Dominical, deu assistência aos marinheiros e aos enfermos da Santa Casa.[145] Posteriormente, rev. Spaulding instalou-se na Rua do Catete.

            Em relatório ao secretário correspondente da Igreja Metodista Episcopal, no dia 1º de setembro de 1836, diz: “(...) Conseguimos organizar uma escola dominical, denominada Escola Dominical Missionária Sul-Americana, auxiliar da União das Escolas Dominicais da Igreja Metodista Episcopal... Mais de 40 crianças e jovens se tornaram interessados nela (...). Está dividida em oito classes com quatro professores e quatro professoras. Nós nos reunimos às 16:30 aos domingos. Temos duas classes de pretos, uma fala inglês, a outra português. Atualmente parecem muito interessados e ansiosos por aprender (...).”[146]

              Em 1841, Rev. Spauding voltou para a América do Norte deixando no Rio de Janeiro uma congregação com 40 membros. Solicitou a Igreja Metodista que enviasse alguém para averiguar pelo país aonde instalar escolas e pontos de evangelização. Sendo enviado, então, o rev.  Daniel Kidder:

            “Em novembro de 1837, o rev. Daniel P.Kidder, novo missionário, e Mr. R.M.Murdy e esposa, na qualidade de professores, partiram de Boston para o Rio de Janeiro com o fim de reforçar o trabalho já começado por Mr. Spaulding”.[147]

             Daniel Kidder  veio a mando da American Bible Society aqui permanecendo 3 anos e deixando suas minuciosas impressões sobre o Brasil. Ele relata o que viu (e ouviu) também nas ruas do velho Rio: "Os carregadores de café andam geralmente em magotes de dez ou vinte negros sob a direção de um que se intitula capitão.

          São em geral os latagões mais robustos dentre os africanos. Quando em serviço, raramente usam outra peça de roupa além da camisa, para não incomodar. Cada um leva na cabeça uma saca de café pesando cento e duas libras e, quando todos estão prontos, partem num trote cadenciado que logo se transforma em carreira". E prossegue nas suas Reminiscências de viagens e permanência no Brasil". [148]

            O trabalho metodista, contudo, foi interrompido. Daniel Kidder voltou aos EUA, em 1840, após a morte de sua esposa, e Spaulding voltou em 1841.


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A retomada da missão no Brasil

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            Só em 1867 chegou o pastor metodista Junius Newman. Apesar dele ter morado em Niterói e ter permanecido por dois anos nessa cidade, ele só organizou a primeira Igreja Metodista no Brasil, em 1871, em Saltinho, SP. Quando chegou o Brasil estava em plena guerra com o Paraguai (1865-1870).

          O metodismo que os brasileiros receberam em 1867 veio como uma roupagem ideológica, que o diferenciava grandemente de suas origens na Inglaterra. Até mesma concordância com a escravidão ocorreu na América por parte da liderança da Igreja.

           O metodismo que veio para o Brasil foi dos sulistas derrotados na Guerra de Secessão na América. Junius Newmam havia perdido suas terras e veio tentar a sorte aqui,[149] com a benção da Igreja Metodista Episcopal do Sul. 

           “Em 1966, um número considerável de sulistas, que tinham sofrido prejuízos enormes em consequência dessa conflagração, resolveu emigrar para o Brasil. O Rev. Junius E. Newman, que antes era homem de certa fortuna, tendo perdido tudo que possuía, durante essa guerra, precisava de alguma forma restabelecer os seus haveres. Vendo muitos dos seus amigos e patrícios partirem para uma terra longínqua e estrangeira, resolveu acompanhá-los, especialmente animado pela esperança de poder  auxiliar na propaganda do Evangelho.”[150] 

            Ele, primeiramente, fixou residência em Niterói e depois, em  17 de agosto de 1871, organizou a primeira Igreja Metodista com nove norte-americanos, em Saltinho, SP.[151] 

            A primeira cidade onde a Igreja Metodista se estabeleceu definitivamente no Estado do Rio de Janeiro foi na Capital (Rio de Janeiro), chamada a Corte, em 1878, na Rua do Catete.

             Só doze anos depois foi organizada uma nova Igreja Metodista no Estado do Rio, em Paraíba do Sul (1890). Dois anos depois, em Barra Mansa (1892). Mais outros dois anos, Jardim Botânico (1894); depois em Petrópolis (1895) e Anta, Chiador e Vargem Alta (1898).

            Depois de o metodismo chegar na Corte, foi aberto um ponto de pregação, em Niterói e em Santana, em 1878. Outros trabalhos também foram abertos na Corte: em Santa Tereza e Botafogo (1891) e na Rua Riachuelo (1894).

            Enquanto na Corte, com  300 mil habitantes,  nascia D. Luis, filho da princesa Isabel, e  Benjamim Constant lecionava matemática para os netos de Dom Pedro II, na mesma cidade do Rio de Janeiro e no mesmo ano de 1878 nascia o metodismo com cultos dirigidos pelo rev. Ransom, mas a primeira Igreja Metodista organizada só aconteceu em 1881 - a igreja do Catete, e a primeira capela foi construída em 1882.

           Nesse período nem tudo estava em paz na Corte, pois os republicanos, a partir de 1878, ganharam mais independência e identidade em sua luta pela república.


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O metodismo entre 1878 e 1900

 

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A situação no Rio de Janeiro

           A iluminação a gás, no Rio de Janeiro, chegou a partir de 1854. A cidade se modernizava com o telégrafo, abastecimento de água domiciliar e medidas a favor da higiene.

           Na cidade do Rio de Janeiro surgiram os grandes líderes do país e dela saíram as principais ideias que iriam influenciar o país. “Em 1880, políticos e intelectuais importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, criam, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, que estimula a formação de dezenas de agremiações semelhantes pelo país.”[152]

           A população da cidade duplicou, entre 1872 e 1890, passando a ter um crescimento desordenado. Com a libertação dos escravos, muitos estrangeiros vieram para o país e muitos ex-escravos escolheram o Rio de Janeiro para morar. Além disso, com a seca no Nordeste (1877-1879) morreram cerca de 300 mil pessoas e muito migraram para a Amazônia e região Sudeste.            A febre amarela dizimava grande parte da população do Rio de Janeiro.

 

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O metodismo tem início no Rio de Janeiro

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            No meio dessa agitação social e política, o metodismo chegou definitivamente ao Brasil, em 2 de fevereiro de 1876, com o rev. Ransom, superintendente da Missão Brasileira. Ele primeiro foi ter contato com o rev. Newman e procurou estudar o português. Nesse período, lecionou inglês e grego no Colégio Internacional fundado pelos presbiterianos, em Campinas. Só um ano depois procurou saber os “melhores pontos para o estabelecimento do seu trabalho.”[153]

            J.J. Ransom chegou a ir ao Rio Grande do Sul, mas optou pelo Rio de Janeiro: “O rev. Ransom fixou residência no Rio de Janeiro, arredando por dois anos uma boa casa, sita a rua do Catete, nº 175, hoje reformada. Nessa casa, aos 13 de janeiro de 1878, começou a dirigir cultos na língua inglesa, e a 27 do mesmo mês, em português.”[154] 

           Nesse mesmo ano, ele abriu também um “ponto quinzenal de evangelização em Santana, e outro em Niterói. Nesta cidade, o local não era o mais convincente, mas como não havia outro, e a casa era gratuita, achou por bem prosseguir.” [155]


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As dificuldades

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            Além de não saberem o português e enfrentarem constantes enfermidades que exterminavam muitos missionários metodistas, havia ainda outras dificuldades: “Nesse tempo, a Corte Imperial tinha uma população de uns 300 mil habitantes e, em geral, o povo dava pouca importância a religião, talvez, 7indiferente à pregação do rev. Ransom (...). A congregação do rev. Ransom, nesses primeiros dias, constava de umas quarenta pessoas.”[156]

           Mais à frente, o missionário metodista K.L.Kennedy afirmaria que a indiferença ao evangelho era uma das maravilhas do século.

           A mensagem dos missionários metodistas estava impregnada da ênfase na  mensagem da cruz, a ênfase pietista: “Recentemente chegou o Rev. Hugh C. Tucker, que tem dedicado os seus dias a pregar o Cristo crucificado aos contritos de coração e liberdade aos cativos.”[157]

           Até mesmo o lado afetivo não tinha um maior apoio. Quando o missionário J.L.kennedy desejou se casar e pediu autorização para viajar, não obteve autorização da liderança metodista dos EUA.

           A oposição ao Evangelho por parte da Igreja oficial era vista com perplexidade pelos missionários metodistas. Pela Constituição do Império, de 1824, o catolicismo era a religião oficial.

 

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Os primeiros membros

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           Tanto em Saltinho, SP, como na Corte, os missionários procuraram primeiro os estrangeiros até mesmo pela dificuldade de falarem o português. A organização da Igreja do Catete aconteceu assim: “Dentre os elementos estrangeiros da população carioca, o sr. Ransom organizou a primeira Igreja Metodista dessa cidade, constando das seguintes pessoas: Mrs. Emma Dawson, Mr. H. W. Hilliard, Ministro Plenipotenciario dos estados Unidos junto ao Governo brasileiro; Mr. John Mc Gee, Dr. Sam D. Rambo, Mr. W.T. Rainey e Miss Mary Watts, perfazendo seis ao todo”.[158]

            Os primeiros metodistas brasileiros chegariam logo. O missionário J.L. Kennedy afirma: “A Escola Dominical durante esse ano matriculou cinquenta alunos. Pelas informações que pudemos colher, foi a 9 de março de 1879 que o sr. Ransom recebeu os primeiros brasileiros em a nossa Igreja, a saber, o sr. ex—padre Antonio Teixeira de Albuquerque, e a senhorinha Francisca de Albuquerque, sendo ambos recebidos sob o seu batismo romano.” [159]

           Para alegria dos líderes, uma nova família chegou para a igreja: “No mês de Julho de 1879, mais quatro brasileiros foram recebidos. Estes eram membros da família Pacheco.”[160]

           Em 1880, após a morte de sua esposa, Ransom foi aos EUA e teve  oportunidade de falar em várias Conferências despertando o interesse para a obra missionária no Brasil. Em sua volta, 1881, trouxe consigo o rev. J.W.Koger, esposa e filhinho, Martha Watts e o rev. J.L.Kennedy. Koger e Martha Watts fixaram residência em Piracicaba, J.L.Kennedy, no Rio de Janeiro.

             Além de todas as dificuldades, os obreiros, no início, eram poucos: “J.L.Kennedy foi chamado a dedicar-se aos trabalhos da nossa igreja na Corte do Brasil, cooperando com o rev. Ransom, que até essa data era o único obreiro clérigo da Igreja metodista nessa vasta cidade.”[161]

             Ransom e Kennedy residiam no Hotel Santa Tereza e tinham uma vista linda da baia da Guanabara. “Na falta de Casa de Oração, esses missionários se limitavam a estudos, à escrita, a visitas de casa em casa, e, simultaneamente, à fiscalização das obras da nova construção da primeira Igreja Metodista no Brasil, as quais estavam rapidamente prosseguindo, no largo do Catete.”[162]

 

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As três linhas de ação da Missão Ransom

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            A missão dos missionários metodistas compreendia três linhas de ação: “a) pregação a viva voz, b) Obra educativa, c) Literatura boa”. [163]

               A evangelização era total e incluía a educação. A visão dos missionários era de que estavam sinalizando o Reino de Deus em terra pagã. Para eles, os EUA representavam o Israel de Deus. Como estratégia, ofereciam Bíblias visitando as casas e organizavam escolas com uma educação bem mais avançada atraindo assim famílias ilustres.

             Passados três anos, em 1881, “havia 60 membros estrangeiros e 6 brasileiros que residiam na Corte do Império; quatro escolas dominicais, sendo duas na Corte, uma em Santa Bárbara, e outra em Piracicaba”.[164]

             Quatro meses depois que chegaram a Piracicaba, em 1881, os novos missionários já deixaram suas marcas: Koger organizou a Igreja Metodista e Martha Watts abriu o Colégio Piracicabano. Antes, ela havia aberto uma Escola Dominical para crianças.

            Depois de voltar dos EUA, em 1881, Ransom  teve que reorganizar a igreja que estava dispersa e ver novo local de culto, pois o contrato havia vencido: “Dentro, porem, de pouco tempo eles tomaram casa à rua de Santa Christina, nº 41, no morro de Santa Tereza, a qual servia de residência e também casa de culto, principalmente no idioma inglês. Ali todos os domingos de manhã celebrava-se culto em inglês, a que numerosos americanos e pessoas de outras nacionalidades assistiam religiosamente, e uma escola dominical na mesma língua.”[165]

            Havia todo um esforço para ampliar a área de atuação do metodismo apesar da dificuldade com o idioma: “O superintendente da Missão Brasileira, rev. Ransom, era o único representante metodista que poderia pregar em português. Ele havia inaugurado um culto evangélico à rua S. Clemente, nº 39 bairro de Botafogo, onde não existia nenhum crente metodista. Pouco distante dessa sala de cultos descobriu-se a moradia de uma família crente, a qual com certa regularidade assistia aos cultos públicos ali”. [166]


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Pioneiros do metodismo no Rio Grande do Sul

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           João da Costa Corrêa nasceu no Rio Grande do Sul. Foi colportador* e pregador itinerante (1875-1885). Depois, foi admitido como pastor com residência fixa (1885-1895) e consagrado ministro do evangelho pela Igreja Metodista do Norte dos EUA e pertencia à Sociedade Bíblica.

 

            Era casado com Maria Rejo Correa e tiveram uma filha, Ponciana. Como evangelista itinerante, em 1877, pregou em San Ramon, onde a viúva Carmen Chacon ouviu a pregação com seus seis filhos, sendo Carmen a mais nova, que aos poucos ficou identificada com a família Correa. A Igreja crescia em San Ramon e um terreno foi doado para a construção de um templo.

 

           Corrêa adotou a filha mais nova, Carmen, que foi com a família estudar em Montevideo. Aos 11 anos, terminou o primário. Logo se tornou professora da Escola Dominical e ocupou cargos na Escola Evangélica nº 4. Em 1883, aos 14 anos, ministrou a palestra “Quem caça almas é sábio”. Em 1885, foi nomeada instrutora auxiliar da Escola Dominical.

 

         João Corrêa foi nomeado pelo superintendente Dr. Thomas B. Wood para iniciar a obra permanente do metodismo em Porto Alegre. No dia 27 de setembro de 1885, organizou a primeira Igreja Metodista no Rio Grande do Sul.  Carmen foi nomeada para trabalhar na obra educacional. Junto com João Corrêa, fundou em 19 de outubro de 1885, o Colégio Evangélico Misto n°1 dando origem ao Colégio Americano. Foi a primeira diretora do colégio e  amava a Escola Dominical.

 

          Imprimiu nos alunos sentimentos de modéstia e bondade. Era conhecida como a alma da instituição. Era abnegada e onde ela estava havia alegria. Era dócil, sociável, obediente e carinhosa. Sua imensa dedicação não permitiu que tratasse logo de uma tuberculose.

 

          Ela foi a Montevideo com a mãe e o irmão Luis, onde fez tratamento durante dez meses vindo a falecer em 18 de novembro de 1889. O pastor João Corrêa não compareceu, pois, em 1888, adoeceu e ficou de cama por vinte e dois meses. Depois, deixou o pastorado, em 1895, mas continuou ligado à Igreja. Carmen Chacon (1869-1889) deixou um belo legado. Foi um raio de luz que passou entre nós.[167]

  

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 A missionária que revolucionou a educação em Piracicaba

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             Martha Watts “nasceu em Bardstown, Kentucky, a 13 de fevereiro de 1845, filha de um distinto advogado. Terminou o Curso Normal e dedicou-se ao ensino. Durante um reavivamento converteu-se e consagrou a vida ao Senhor Jesus. Anos depois, em fevereiro de 1881, o bispo Keener a apontou como primeira missionária para o Brasil”.[168] 

            No dia 26 de março de 1881, com 36 anos, Martha e outros dois missionários “partiram de Nova York, via Europa, tendo como destino o nosso caro Brasil, os seguintes missionários: Rev.J.W.Koger, esposa, filhinho, a provecta educadora Miss Martha Watts e o rev. J.L.Kennedy, que ainda era solteiro”[169]. 

          Chegou a Piracicaba com os revds. J.W. Koger e J.L. Kennedy, em 1881. Aprendeu logo o português e organizou a primeira Escola Dominical em Piracicaba, antes mesmo da organização da Igreja. “A dedicada missionária, Miss Watts, já nos princípios de julho, desse ano, reunindo várias crianças, todos os domingos, antes do culto da manhã, assim organizou efetivamente e dirigiu com perícia uma pequena escola dominical”.[170] 

            Martha Watts fundou o Colégio Piracicabano, no dia 13 de fevereiro, iniciando as aulas com apenas uma aluna – Maria Escobar. No Brasil, foi a primeira escola metodista. A dedicação a uma só aluna impressionou a todos. 

            Marta Watts iria “convulsionar Piracicaba de maneira extraordinária – Lançando as bases para uma reforma educacional que serviria de modelo para o ensino no estado de São Paulo”[171]. Ela trouxe luz para a cidade, que passou a girar em torno do Colégio Piracicabano

 

 

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Missão Brasileira inaugura primeiro templo

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            Em 1882, a Missão Brasileira ficou dividida em dois distritos: Rio de Janeiro e São Paulo. A Junta de Missões nomeou o rev. J.W.Koger como novo Superintendente da Missão toda. J.J.Ransom ficou como presidente do distrito do Rio de Janeiro e Koger no distrito de São Paulo.

            Foi com entusiasmo que os metodistas viram a inauguração do primeiro templo no Brasil. ”Em setembro de 1882, foi inaugurada a capela da Igreja do Catete (...) como a primeira igreja Metodista no Brasil, e era um edifício de alvenaria, de certa elegância e que proporcionou grande alegria aos poucos crentes da Corte, que assim ficavam abrigados definitivamente no seu próprio templo e não sujeitos aos caprichos de quem lhes alugasse casa”.[172]

            Foi um período em que  o metodismo ia sendo normalizado, na expressão dos missionários. A inauguração da capela do Catete “influía muito no espírito e na fé dos crentes dos crentes e na crescente assistência aos cultos públicos daquele lugar”[173].

              Passados quatro anos de instalação do metodismo no Brasil, o crescimento era visto como bom: “Na ocasião da abertura desta nova capela, existiam 71 membros, sendo 39 estrangeiros e 32 brasileiros, da Igreja Metodista no Rio e Janeiro, um aumento liquido de 42 membros durante os doze meses imediatamente precedentes”.[174]

              Em 1883, J.W.Tarboux chegou ao Brasil e pela urgência da necessidade de novos pregadores  “foi logo nomeado pastor da congregação estrangeira do Catete, cargo esse que assumiu imediatamente”. [175]

            O missionário precisava primeiro se preparar para ministrar no Brasil. J.W. Tarboux “dedicou-se ao estudo da língua portuguesa e também lecionou Inglesa e História no Colégio Progresso, situado no Morro de Santa Tereza, fundado por uma ilustrada senhorinha americana – Miss Leslie. Esse colégio particular gozava de boa fama, era protegido pelas melhores famílias da Corte, e, nesse tempo, a nossa igreja tratava de adquiri-lo e colocá-lo inteiramente ao seu cuidado e direção. Infelizmente, fracassou esse plano”.[176]

             Em 1886, o metodismo passa a ser administrado por uma Conferência Anual: “o território da Conferência Anual foi dividido em dois distritos: o do Rio de Janeiro e o de S. Paulo. O do Rio de Janeiro tinha duas igrejas na cidade, com 63 membros e três circuitos em Minas – Juiz de Fora com 31 membros; Rio Novo com 16 candidatos e 3 membros e o de Mar de Hespanha, sem membros professos”. [177]      

             O próprio rev. H.C. Tucker abriu um Colégio particular na Corte, em 1887, “porém de todo evangélico, cujos alunos, quase todos, assistiam a escola Dominical.”[178]       

            Em 1888, dentro da ênfase da boa literatura, foram publicados dois mil exemplares do catecismo metodista.       

            Planejado pela Junta Missionária de Mulheres, no dia 20 de fevereiro de 1888, teve início as aulas do Colégio do Alto, numa propriedade adquirida na Rua das Laranjeiras sendo a diretora Miss Mary Bruce ajudadas por outras missionárias. As aulas começaram com 21 alunas sendo 8 internas.  A matrícula no ano chegou a 50. Devido a febre amarela no Rio de Janeiro, em 1891, a escola foi fechada.

           Dentro da ênfase na obra educativa, em 1889, chegaram duas missionárias: E.V.Yarrell, que foi lecionar na Escola do Alto (na Rua das Laranjeiras), e Lida Howell, no Colégio Piracicabano. [179]                          

            Anualmente, a Igreja passou a realizar as Conferências Anuais:

1887: no Catete, sob a presidência do Rev. J.W.Wolling;

1888: em São Paulo, sob a presidência do bispo J.C. Granbery;

1889: no Rio de Janeiro, sob a presidência do Rev. J.W.Wolling;

1890: em Juiz de Fora, sob a presidência do bispo J.C.Granbery, etc

            Dentro da linha da Missão Ransom, em 1895, foi fundado o Colégio Americano de Petrópolis. O Bennett, funcionava na Rua Marques de Abrantes, 55 – em regime de internato e externato e “era cheio de alunos”.[180] 

            Uma história cheia de lutas, em terra estranha, mas vitoriosa pela abnegação, fé e amor aos ideais do Reino de Deus e à Igreja Metodista.

            Um belo legado foi deixado. Cabe à nós continuar escrevendo essa bela história sob a ação do Espírito Santo.

 

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[1] WESLEY. João. Trechos do Diário de João Wesley, ibidem, p.113.

[2] Wesley assim comentou sobre esta Conferência: “Na segunda-feira, 25 de junho de 1744, demos início à primeira conferência, estando presente seis clérigos e todos os nossos pregadores. Na manhã seguinte consideramos seriamente a doutrina da santificação ou perfeição cristã(Explicação Clara da Perfeição Cristã, ibidem, p.41).

[3] A Conferência, que se reuniu na capela de uma antiga fundição, foi precedida, na véspera, por um culto solene de Santa Ceia, e, na manhã do dia da abertura, por um sermão de Carlos Wesley (LILIEVRE, Mateo, Ibidem, p. 139-0).

[4] Ibidem. P. 140.

[5] WESLEY, João. Explicação Clara da Perfeição Cristã. Ibidem, p.41.

[6] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 152.

[7] WESLEY, João. Explicação Clara da Perfeição Cristã. Ibidem, p.42.

[8] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.161-2.

[9] Ibidem, p. 168.

[10] LELIÈVRE, Mateo,  Ibidem, p. 174.

[11]João ordenou a expulsão dos efeminados, intrometidos e levianos, mas advertiu a Carlos que eles precisavam de pelo menos quarenta pregadores" (Ibidem, p. 182).

[12]"A Conferência anual dos pregadores realizada em Leeds, em maio de 1753, apresentou uma oportunidade para se estabelecer diversos assuntos. Os problemas doutrinários eram a primeira ordem do dia, especialmente as contínuas tensões com 'a corrupção dos alemães' (isto é, os morávios) e a 'mancha' da predestinação e do antinomianismo (isto é, Whitefield) " (Ibidem, p. 186).

[13] O argumento de defesa de Thomas Walsh foi de que Mark Davis mudaria quando se tornasse mais familiarizado com a literatura metodista (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 199).

[14] Nesse período o assunto perfeição cristã causava certa comoção. Alguns acreditavam ter recebido o dom da perfeição entusiasmando assim a Wesley, seu ardente defensor. Por outro lado  problemas começaram a surgir com extremismos de certos pregadores. “Alguns haviam afirmado que até a perfeição a pessoa estava sob a maldição de Deus, entre eles, Thomás Maxfield e George Bell, que levaram a doutrina até as últimas conseqüências afirmando que com a perfeição as pessoas passavam a viver em estado angelical. A Conferência de 1763 procurou tratar desses abusos (.HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 209-0)”.

[15] Em 1767, os pregadores contribuíam com um total de cerca de 50 libras anualmente ao Fundo para os pregadores (Ibidem, p. 234).

[16] Pregadores itinerantes recebiam um subsídio anual de 12 libras mais as despesas, e esperava-se que servissem a conexão em tempo integral (Ibidem, p. 234).

[17] LILIÈVRE, Mateo. João Wesley - sua vida e obra. Ibidem, p. 253.

[18] Pelos Artigos do Acordo, os pregadores se comprometiam “por essa aliança apoiarem um ao outro e à antiga doutrina e disciplina metodista” (HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p. 254).

[19] HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p. 254, 258.

[20] Ibidem, p.266.

[21] Ibidem, p.272.

[22] Ibidem, p.314.

[23] Ibidem, p.287.

[24] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.165.

[25]HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p.294.

[26] Já abordado neste capítulo.

[27] HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p.317.

[28] Ibidem, p. 314.

[29] KLAIBER, Walter; MARQUARDT, Manfred. Ibidem, p. 61.

[30] THOMPSON, Edward P. 1 v. Ibidem., p. 44.

[31] HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p.248.

[32] REILY, Duncan Alexander. Fundamentos doutrinários do Metodismo brasileiro. Ibidem, p.61.

[33] HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p. 248.

[34] Ibidem, p. 230.

[35] REILY, Duncan Alexander. Fundamentos doutrinários do Metodismo brasileiro. Ibidem, p.47.

[36] “Wesley foi muito específico ao destacar três etapas no progresso do metodismo antes de1739: Oxford, Geórgia e Londres. Esta sugestão de uma progressão explicitados desenvolvimentos iniciais fornece uma moldura dentro da qual se pode examinar as origens do metodismo (HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p.33).

[37] Bob Kirklam era estudante e  amigo dos irmãos Wesley. “O diário de Wesley revela claramente o modelo que desenvolveu no começo de março de 1730: reuniões à noite, na terça-feira, no quarto de Carlos, Quinta-feira no de Kirklam, no sábado no de João” ( HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p.39).

[38] Ibidem.

[39] Ibidem, p.41.

[40] "No início, esta se constituía somente dos dois irmãos e dos jovens Roberto Kiklam e Guilherme Morgan. Pouco a pouco, novos membros, tanto catedráticos como estudantes, reuniam-se a esse primeiro núcleo" (LILIEVRE, Mateo, Ibidem, p.42).

[41] HEITZENHATER, Richard P. Ibidem,  p.40.

[42] Ibidem, p.40-1.

[43] Ibidem, p.47.

[44] Ibidem, p.47.

[45] Ibidem, p.49.

[46] Ibidem., p. 58.

[47] Ibidem, p,.59.

[48] Ibidem, p.58.

[49] "Havia um pequeno grupo em Savannah que iria formar um núcleo para o programa tipicamente metodista de enriquecimento espiritual" (HEITZENHATER, Richard P, Ibidem, p.62).

[50] LELIÈVRE, Mateo. Ibidem, p.56-7.

[51] HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p.67.

[52] Ibidem, p. 67.

[53] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.58.

[54] HEITZENHATER, Richard P., ibidem, p.94.

[55] Ibidem, p. 74.

[56] Ibidem, p. 78.

[57] Ibidem,p.79.

[58] Ibidem, p.79.

[59]LILIÈVRE, Mateo,  Ibidem, p.67.

[60] Abordamos a experiência de Wesley no 3º capítulo.

[61] Ibidem, p.82.

[62] Jonatham Edwards (1703-1758) era pastor congregacional em Northampton. Foi o líder do chamado Grande Despertamento ocorrido na Nova Inglaterra. No Anexo, no final da tese, colocaremos sua biografia.

[63]HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.91.

[64] Ibidem, p. 90. Esta experiência é citada por alguns carismáticos e pentecostais como a experiência do Batismo com  o Espírito Santo ou unção do Espírito . No livro Heróis da Fé está escrito sobre essa experiência: ”Essa unção do Espírito Santo dilatou grandemente os horizontes espirituais de Wesley” (BOYER, Orlando. Heróis da Fé. Rio de Janeiro: CPAD, 1986, p.68).

[65] FLORISTÁN, Casiano;  TAMAYO, Juan José. Ibidem, p.487-8.

[66]HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.92.

[67] Ibidem, p. 92.

[68] LILIÈVRE, Mateo, Ibidem, p. 77.

[69] No Anexo abordaremos sobre a vida de George Whitefield.

[70]LILIÈVRE, Mateo,  Ibidem, p. 79.

[71] HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p. 99.

[72] Ibidem, p.100.

[73] Ibidem, p.101.

[74] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley, Ibidem, p.37-8.

[75] Ibidem, p.84.

[76]HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p. 91.

[77] Ibidem, p.92.

[78] JONES, D.M. Lloyd. Os Puritanos, ibidem, p.372.

[79] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.94.

[80] BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã, ibidem, p.292.

[81] HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p. 191.

[82] Ibidem, p.266.

[83] Ibidem, p. 317-8.

[84] Ibidem, p. 314.

[85] HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p. 94.

[86]  Entre alguns itens das regras, estão: ” I – Abster-se cuidadosamente da prática do mal, especialmente: 1) Não comprar ou vender no Dia do Senhor; 2) Não tomar qualquer bebida alcóolica a menos que seja indicada pelo médico;3) Serdes de uma só palavra tanto no comprar como no vender (...)  II – Praticardes boas obras zelosamente, de modo particular: 1) Dardes a maior quantidade de esmolas que puderdes; 2) Chamardes a atenção de todos os que pecarem na vossa presença, e isso com amor e sabedoria; 3) Serdes exemplos de diligência, frogalidade, de renúncia e tomardes a vossa cruz diariamente (...) III ) Atenderdes constantemente a todos os mandamentos de Deus, de modo especial: 1) Irdes à Igreja e comungardes todas as semanas e estardes presentes às reuniões públicas das sociedades; 2) Ouvirdes a pregação todas as manhãs anão ser que a distância, as ocupações ou a doença vos impeçam de fazê-lo; 3) Orardes todos os dias, em particular, e em família, se sois chefes de família (...). (BURTNER, Robert; CHILES, Robert. Coletânea da Teologia de João Wesley, ibidem, p.265-60.

[87] Alguns autores levantam a possibilidade das Regras das Sociedades Unidas terem sido escritas em 1739 (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.90).

[88] BURTNER, Robert; CHILES, Robert. Coletânea da Teologia de João Wesley, ibidem, p.265-6.

[89] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p. 78.

[90] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley, ibidem, p.63-4.

[91] WALKER, Welliston, Ibidem, p.210.

[92]BURTNER, Robert; CHILES, Robert. Coletânea da Teologia de João Wesley, ibidem, p.264. Enquanto Walker Welliston coloca a data de 23 de julho de 1740 (WALKER, Welliston, Ibidem, p.210),  Wesley escreve que tudo começou em fins de 1739.

[93] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.118.

[94] BURTNER, Robert; CHILES, Robert. Coletânea da Teologia de João Wesley, ibidem, p.264.

[95] HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p. 138.

[96] Ibidem, p. 138.

[97] Ibidem, p.139. Antinomianismo significa não praticar a lei.

[98] "A Conferência abriu suas sessões na Segunda feira, 25 de junho de 1744, e durou uma semana. Além dos dois irmãos Wesley, estavam presentes mais quatro  ministros anglicanos: João Hodges, pastor em Wenvo (principado de Gales); Henrique Piers, vigário de Bexley, convertido através de Carolos Wesley e um dos partidários mais devotos do movimento; Samuel Taylor, bisneto do dr. Rowland Taylor, que confessou a sua fé em cima da fogueira nos dias de Maria, a  sanguinária,; e, por último, João Meriton, pastor da ilha de Man, associado, nos últimos anos de sua vida, com o ministério itinerante de seus  amigos Wesley. Dos quatro pregadores leigos que tomaram parte da primeira Conferência, Tomás Richards, Tomás Maxfield e João Bennet passaram a ser, posteriormente, ministros de outras igrejas. Somente João Downes viveu e morreu como metodista" (LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p. 139-0).

[99] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 162

[100] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.242.

[101] HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p.177.

[102] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.233.

[103] No Anexo, abordaremos sobre a vida de Fletcher.

[104] HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p. 246-7.

[105] Ibidem, p.247.

[106] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.281.

[107] Ibidem, p.310.

[108] HEITZENHATER, Richard P., cit, p.287.

[109] Ibidem, p.287.

[110] Ibidem.

[111] O ano de 1784 foi o "ano crucial do metodismo, ocasião em que Wesley concedeu às sociedades inglesas sua constituição, e às norte-americanas a sua organização episcopal" (LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p.309).

[112] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 200-1.

[113] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley. Ibidem, p.169-0.

[114]HEITZENHATER, Richard P.,Ibidem, 306.                                  

[115] Ibidem, p.308 -9.

[116] Ibidem, p.314.

[117] Ibidem, p.317.

[118] https://www.webartigos.com/artigos/resenha-referente-ao-livro-a-formacao-da-classe-operaria-inglesa/135006

[119] https://stevereads.com/2017/10/19/ep_thompson_the_making_of_the_english_working_class/

[120]http://richardjohnbr.blogspot.com.br/2007/08/chartist-lives-thomas-hepburn.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hepburn
http://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hepburn
http://www.hettonlocalhistory.org.uk/documents/ThomasHepburn.pdf
http://www.durhamintime.org.uk/durham_miner/history_dma.pdf

[121]http://www.brh.org.uk/site/articles/tolpuddle-hutt-meerut-conspiracy/

http://www.workersliberty.org/node/3359

http://www.tolpuddlemartyrs.org.uk/index.php?page=the-story-of-george-loveless

http://adb.anu.edu.au/biography/loveless-george-2373

[123] Pesquisa: www.biblicalstudies.org.uk/pdf/anvil/14-1_036.pdf

http://www.myprimitivemethodists.org.uk/page_id__1417_path__0p3p127p.aspx

http://www.biblicalstudies.org.uk/pdf/whs/41-1.pdf

[124] Pesquisa: http://www.whatnextjournal.org.uk/Pages/History/Barnsley.html

http://www.biblicalstudies.org.uk/pdf/anvil/14-1_036.pdf

http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Cowey

http://en.wikipedia.org/wiki/Yorkshire_Miners'_Association

[125]Pesquisa: http://www.myprimitivemethodists.org.uk/category_id__127.aspx?path=

http://ww.biblicalstudies.org.uk/pdf/anvil/14-1_036.pdf

[127] ENSLEY, Francis Gerald. João Wesley o Evangelista. São Paulo: Imprensa Metodista. 1960, p.8.

[128] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html

[129] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p.39.

[130] http://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury

[131] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit.,p.39.

[132] www.musicaeadoracao.com.br/livros/mus_adv_etern/mus_adv_etern1.htm

[133] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.

[134] www.victorshepherd.on.ca/Heritage/francis.htm

[135] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html -

[136] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.

[137] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html

[138] James L. Kennedy, Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil, São Paulo, Imprensa Metodista, 1928,

p. 13; Eula L. Long, Do Meu Velho Baú Metodista, São Paulo, Imprensa Metodista do Brasil, 1968,

p. 24-25.

[139] H.C. Tucker, “O Centenário Methodista Sul-Americano”, in Expositor Cristão, 03/03/1936, p.1.

[140] Ibidem.

[141] Carta in Duncan A. Reily, História Documental do Protestantismo no Brasil. SP, ASTE.,

1984, p. 81-82. Também, José Gonçalves Salvador, História do Metodismo no Brasil.

São Paulo,

Imprensa Metodista, 1982, v. 1, p. 24s.

[142] Salvador. José Gonçalves. Historia do metodismo no Brasil. Imprensa Metodista, SP, 1982, p. 27.

[143] Ibidem., p.27.

[144] Ibidem., p.32-3.

[145] Ibidem., p.36

[146] Carta in Reily, História Documental do Protestantismo no Brasil. ibidem.,

p. 83-84.

[147] James L. Kennedy. Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil. SP, Imprensa

Metodista, 1928, p. 15

[148] Kidder, Daniel P. Reminiscências de viagens e permanência no Brasil. Rio de Janeiro.

Tradução de Moacyr N. Vasconcelos. São Paulo: São Paulo, Livraria Martins, 1940, p.47.

[149] SALVADOR, José Gonçalves. História do Metodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1982, p.51-5.

[150]KENNEDY, J.L. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo:Imprensa Metodista, 1928, p.16

[151] Ibidem, p.59.

[153] Kennedy, James Lillbourne, Cinqüenta anos de metodismo no Brasil. 1928. p. 20.

[154] Ibidem.

[155] Ibidem., p.79.

[156] Ibidem., p.20-21.

[157] Kennedy, J.L. Methodista Catholico. Rio de Janeiro, 1 de agosto de 1886, v.15, p.4

[158] Ibidem., p.21.

[159] Ibidem., p.22.

[160] Ibidem., p.22.

[161] Ibidem., p.27.

[162] Ibidem., p.27

[163] Ibidem..

[164] Ibidem.

[165] Ibidem., p.27.

[166] Ibidem., p.29.

[167] *Colportagem é a distribuição de publicações, livros e panfletos religiosos por pessoas chamadas "colportores"(. https://pt.wikipedia.org/wiki/Colportagem).

www.metododistadosul.edu.br - “Assim brilhe vossa luz”, Daniel P. Monti.    

www.metododistadosul.edu.br. Itjw>cnh8. Projeto “Buscando Vidas”. Instituto Teológico João Wesley. Coordenador de pesquisa: Norberto da Cunha Garin, 2007.

SALVADOR, José Gonçalves. História do metodismo no Brasil. Centro Editorial Metodista de Vila Isabel, 1982.

JAIME, Eduardo Mena Barreto. História do metodismo no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1963.

[168] SALVADOR. José Gonçalves. História do metodismo No Brasil. Imprensa metodista, 1982. p.113.

[169] KENNEDY, J.L. Cincoenta annos de methodismo no Brasil. 1928,p. 22.

[170] Idem, p. 25.

[171] LUCCOCK, Halford E.Linha de Esplendor sem fim.  Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p.

[172] Ibidem., p.27-8.

[173] Ibidem, p.31.

[174] Ibidem., p.29.

[175] Ibidem., p.32.

[176] Ibidem., p.32.

[177] Ibidem., p.50.

[178] Ibidem., p.54.

[179] Ibidem., p.57.

[180] Ibidem., p.33.

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