O casamento de Wesley e Molly
A vida conjugal de Wesley e Molly foi tempestuosa, trouxe
muito sofrimento e separação
Odilon Massolar Chaves
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Google
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Odilon Massolar Chaves é
pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade
Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o
avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como
paradigma para nossos dias.
Foi editor do jornal
oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.
É escritor, poeta e
youtuber.
Toda glória seja dada ao Senhor
Rio de Janeiro - Brasil
“Seu relacionamento de trinta anos com
Mary Vazeille, viúva de um rico comerciante, promoveu intensa dor emocional e
psicológica tanto para ele quanto para ela”.[1]
Índice
·
Introdução
·
Pensamentos de Wesley sobre o casamento
·
Os relacionamentos de Wesley
·
A origem de Mary Vazeille
·
Um casamento precipitado
·
O relacionamento de Carlos Wesley e Molly
·
Ciúme e Separação
·
Comentários sobre o casamento de Wesley
·
Wesley amava a sua esposa
· As dificuldades de
Wesley
Introdução
“O casamento de Wesley e Molly” é um livro que trata do
relacionamento de Wesley com Mary Vazeille também conhecida como “Molly”.
Foi um relacionamento que começou errado porque foi
realizado em apenas oito dias de namoro.
“Seu relacionamento de trinta anos com Mary Vazeille, viúva
de um rico comerciante, promoveu intensa dor emocional e psicológica tanto para
ele quanto para ela”.[2]
Wesley tinha 47 anos e Molly 41 anos quando se casaram. Ela
era uma viúva rica com quatro filhos adultos cujo marido comerciante havia
morrido quatro anos antes.
Eles concordaram que todos os seus bens iriam para seus
filhos.
A grande questão foram as viagens constantes de Wesley e a
sua atenção carinhosa com todos, inclusive às mulheres.
O ciúme e a desconfiança de Molly foram grandes.
“A relação deles era tempestuosa. Ela ficou com ciúmes do
tempo que Wesley passou viajando e ficou furiosa com sua correspondência com
mulheres. Ele cometeu o erro de dizer a ela que ela poderia abrir e ler todas
as cartas que chegassem até ele. Ela foi com ele em várias de suas missões de
pregação e estava infeliz com as condições que eles tinham que suportar. Na
verdade, ela destruiu parte do diário de Wesley”. [3]
“Um dia, um pastor visitante bateu à porta de Wesley. Ela
se abriu, revelando João no chão com Maria o arrastando por seus longos
cabelos”.[4]
“Ela o deixou várias vezes, mas
voltou. Finalmente, ela saiu novamente e João disse: "Eu não pedi para ela
sair, mas não vou pedir para ela voltar". Eles foram casados por 20 anos
tumultuados e separados por 10. Ele voltou de uma de suas missões de pregação
para saber que Molly havia morrido e sido enterrada”.[5]
O teólogo metodista Kenneth Collins dividiu o
relacionamento de Wesley e sua esposa baseado nas correspondências:
“1) De junho de 1750 a abril de 1752 (Afeto desmedido e a
Obra do Senhor); 2) De maio de 1752 a agosto de 1764 (desconfiança, ciúmes e
cartas roubadas); 3) setembro de 1764 a agosto de 1774 (A Fenda Crescente); e
4) De setembro de 1774 a outubro de 1781 (Partida Final)”. [6]
Mas tanto Molly como Wesley diziam que se amavam.
Pensamentos de Wesley sobre o casamento
Houve um amadurecimento e evolução do pensamento de Wesley
em relação ao casamento.
Vejamos o que ele mesmo disse.
Sábado, 2 de fevereiro de 1751. “Tendo recebido uma
resposta completa do Sr. P, eu estava claramente convencido de que eu deveria
para casar. Por muitos anos fiquei solteiro, pois eu acreditava que poderia ser
mais útil em um único do que em estado de casado; e louvo a Deus que me
habilitou assim fazer. Eu agora acreditava plenamente nisso no meu presente. Eu
poderia ser mais útil em um casado estado; em que, com esta clara convicção, e
por conselho dos meus amigos, entrei alguns dias depois.”[7]
Sobre
ficar solteiro
Wesley chegou a defender o celibato ao escrever sobre
Pensamentos de uma vida de solteiro onde ele exalta os exemplos de Jesus e de
Paulo.[8]
Mas no seu diário, quarta-feira, de 6 fevereiro de 1751,
Wesley disse: “Conheci os homens solteiros, e mostrou-lhes para quantas contas
era bom aqueles que haviam recebido esse dom de Deus para permanecerem
'solteiros por causa do reino dos céus', a menos que quando um caso específico
pode constituir uma excepção à regra geral”.[9]
Sobre
casar
Quando Wesley fala de ter recebido uma “resposta completa
do Sr. P,”, ele está se referindo a Vicente Perronet ou simplesmente
Sr.Perronet (1693-1785), que foi quem teve uma grande influência no casamento
de Carlos Wesley e Sally, ao convencer aos pais de Sally que Carlos Wesley e
Wesley eram pessoas respeitáveis e dignas, cumpridoras de seus deveres.
Em abril de 1748, Carlos Wesley o consultou sobre sua
intenção de se casar com Sally Gwynn, e em 1782 referiu-se a ele como o "Arcebispo dos Metodistas". [10]
Wesley o considerada um homem venerável, de grande
santidade. Wesley escreveu em seu diário de 9 de dezembro de 1784: "Indo
para Shoreham, encontramos aquele homem venerável, o Sr. Perronet, de noventa e
um anos de idade, esperando calmamente a conclusão de uma boa guerra. Sua força
corporal se foi, mas sua compreensão é pouco prejudicada, e ele parece ter mais
amor do que nunca”.[11]
Perronet foi fundamental para o casamento de Carlos Wesley
e Sally e como conselheiro de Wesley para sua decisão e se casar com Mary
Vazielle. “Mary Vazeille foi apresentada a João Wesley em 1751 por um
amigo incomum chamado Vicent Perronet”.[12]
Alguns dos relacionamentos de Wesley na
área sentimental com mulheres revelaram um verdadeiro fracasso.
Na Geórgia, em seu trabalho missionário voluntário, Wesley
conheceu e se apaixonou por Sophy Hopkey, sobrinha do magistrado-chefe de
Savannah.
“Wesley estava
apaixonado e gostaria de se casar com Sophy, mas foi dilacerado por conflitos
entre amor, dever, noções sobre o valor do celibato e muito mais…”.[13]
Essa atitude Wesley deixou Sophy confusa e ela acabou se
casando com Williamson, uma pessoa importante em Savannah.
“Em seu papel como pastor de Hopkey, parece que Wesley a
aconselhou a não se casar por causa de seu crescimento espiritual. Quando
o fez, Wesley sentiu o dever de repreendê-la e recusou-se a servir sua
comunhão. Seu novo marido prestou queixa e a reputação de Wesley ficou
manchada. Antes que as coisas aumentassem demais, Wesley embarcou em um
barco de volta para a Inglaterra”.[14]
O término do relacionamento sentimental de João Wesley
com Sophy Hopkey e
o casamento apressado dela com Williamson foram desastrosos para a vida do
homem e pároco João Wesley.
A descoberta de que ela tinha um comportamento secreto
duplo e a sua falta de penitência, levou Wesley a excluí-la da comunhão. Isso
foi considerado uma afronta por William Williamson, marido de Sophy, que fez
uma série de acusações ao grande júri de Savannah contra Wesley.[15]
Thomas Causton,
tutor de Sophy e magistrado-chefe formou um júri e indiciou Wesley em dez
acusações. Para ele, Wesley era um mau caráter:
“(...) um hipócrita malicioso, um sedutor, um traidor de
minha confiança, um egrégio mentiroso e dissimulador, empenhado em afastar de
mulheres casadas as afeições por seus maridos, um beberrão, o proprietário de
um bordel, admitindo prostituas (...).”[16]
Wesley deixou secretamente a colônia, em dezembro de 1737,
com amargura e desapontamento, antes que qualquer julgamento fosse realizado.[17]
Com
Graça Murray
Wesley pensava em ficar solteiro, mas um dia ele mudou de
opinião e se interessou por Graça Murray, uma viúva que era governanta em um
orfanato.[18]
Grace Murray (1716-1803) nasceu em Newcastle,
Inglaterra. Aos dezoito anos foi para Londres trabalhar como
doméstica. Ela se casou com um jovem marinheiro escocês cuja família era
falida.
Grace perdeu o bebê e ficou muito perturbada. Compareceu a
um culto metodista na Fundição em Londres, mesmo com a oposição do seu marido. Ela
permaneceu firme. O primeiro sermão que ela ouviu de Wesley, em 1740,
influenciou profundamente sua mente e seu coração.
Fervorosamente John Wesley perguntou: “Existe alguém aqui
que tenha um desejo verdadeiro de ser salvo?” A Sra. Murray diz: “Meu coração
respondeu: sim, eu tenho”. Ela tomou posse das promessas.
Em 1742, seu marido morreu afogado no mar. Grace
voltou para sua casa em Newcastle e para os metodistas. Wesley a nomeou para
supervisionar o Orphan House em Newcastle, em 1743.
Ela era hábil, firme, eficiente e carinhosa. Era jovem,
bonita e bem-educada.
Wesley se encantou com Grace e lhe disse: "Se algum
dia eu me casar, acho que você será a pessoa!". Wesley fez planos para
viajar até Yorkshire. Grace, não querendo separar-se tão rapidamente dele
o convenceu a deixá-la ir com ele.
Grace ministrava aos enfermos e aos idosos. Tinha cem
membros em suas classes da sociedade que ela instruía. Visitou as aldeias
vizinhas para ler e orar com os habitantes. A pedido de Wesley, ela cuidou
de um dos pregadores metodistas inválidos na Casa dos Órfãos, mas depois saiu e
foi passar seis meses em Londres, voltou ao Lar e novamente saiu por alguma
queixa pessoal.
Ela foi pioneira na pregação e como líder de classe.
No outono de 1745, ela retornou aos seus deveres no
Lar. Ela visitava os doentes, atendia às necessidades das sociedades do
campo e era a enfermeira dos itinerantes de Wesley, que muitas vezes se sentiam
mal por causa da exposição e do trabalho excessivo. Houve uma época em que
ela tinha sete pregadores como pacientes, um dos quais era John Bennett, que
estava sob seus cuidados durante seis longos meses.
Wesley a elogiava como sendo uma mulher “incansavelmente
paciente e inexprimivelmente terna; rápida, limpa e habilidosa; de um
comportamento envolvente e de um temperamento brando, alegre, e ainda assim
sério; enquanto, por fim, seus dons de utilidade eram como os que ele não
viu iguais”.
Em agosto de 1748, Wesley ficou bem doente e Grace Murray
cuidou dele. Wesley tinha quarenta e cinco anos de idade e Grace trinta e
dois anos, quando ele decidiu fazer dela sua esposa. Quando ele sugeriu o
casamento, ela respondeu: “Isto é uma grande bênção para mim. Não sei
dizer como acreditar. Isso é tudo o que eu poderia desejar debaixo do
céu”.
A seu pedido, Wesley a levou junto com ele pelos condados
de York e Derby, onde Grace era muito útil, tanto para ele quanto para as
sociedades. Wesley falava dela como "sendo a sua mão direita".
Como os itinerantes metodistas daqueles dias, ela viajava a cavalo.
Durante sua turnê pelo Norte, Grace Murray permaneceu em
Bolton por algum tempo. Em abril de 1749, ela acompanhou Wesley em uma
turnê evangelística na Irlanda. Por três meses, ela foi sua companheira
constante. Ela examinou todas as mulheres nas sociedades menores,
estabeleceu as células femininas, visitou os doentes e orou com os
penitentes. Ela agiu como monitora de tal forma que a estima e afeição de
Wesley aumentaram diariamente.
Na cidade de Dublin, eles entraram em um compromisso
matrimonial solene. Ela viajou com John Wesley para Bristol, Londres e
Newcastle. Durante cinco meses, eles dificilmente se separaram um do
outro.
John Bennett (1714-1759) conheceu Wesley em Epworth e disse
a ele que Grace Murray havia lhe enviado toda a correspondência que Wesley
havia escrito para ela.
Aparentemente, Wesley considerava Grace como sua noiva.
Tudo indica que Grace não havia interpretado a expressão de amor de Wesley como
prova de um noivado e assim manteve sua correspondência com John Bennett.
John Wesley escreveu a seu irmão Charles sobre seu desejo
de se casar. Seu irmão o repreendeu e procurou mudar o desejo de Wesley
preocupado com os rumos do metodismo.
Charles Wesley viajou para Hindley Hill, onde Grace estava
hospedada, e convenceu-a de que casar-se com seu irmão seria um desastre para o
Metodismo. Charles a acompanhou de volta a Newcastle e convenceu-a a se
casar imediatamente com outro amigo seu, John Bennet. Sem o conhecimento de
Wesley e por insistência de Charles, em 1749, John Bennett e Grace Murray se
casaram.
Após alguns comentários caluniosos e crítica de Bennett
contra Wesley, ele reagiu em uma carta particular para Bennett: “(...) eu amava
acima de tudo na terra e totalmente desenhada para minha esposa. Para esta
mulher você propôs casamento, sem meu conhecimento ou consentimento...Você me
escreveu que não daria mais um passo sem meu consentimento, mas... você a
arrancou de mim... “Acho que você me fez o erro mais profundo que eu posso
receber deste lado do túmulo. Mas eu te poupo” (...).
John Wesley ficou decepcionado e disse a seu irmão que
nunca havia sofrido tanto desde os 6 anos de idade. Ele a viu em Leeds no
terceiro dia após seu casamento, e não a viu novamente até o ano de 1788. Em 3
de abril de 1752, John Bennett se separou do Metodismo Wesleyano. Ele
morreu em 1759 aos quarenta e cinco anos. Grace, então, foi para
Chapel-en-le-Frith com seus filhos. Mais uma vez ela se uniu ao metodismo
e dirigiu uma reunião de classe semanalmente em sua própria casa.
Um de seus filhos se tornou o ministro da Capela do
Pavimento em Moorfields. No ano de 1788, quando ela visitou seu filho em
Londres, Thomas Olivers, pregador de Wesley, disse a ele que Grace gostaria de
vê-lo mais uma vez.
Por trinta anos, Wesley não havia mencionado o nome dela.
Wesley resolveu visitá-la e preservou mais do que seu
habitual autocontrole. A conversa não demorou muito. Nunca mais se viu Wesley
mencionar o nome dela.
Grace Murray foi uma mulher notável - uma líder de classe e
pregadora pioneira dentro do antigo movimento metodista.
Ela morreu em paz em 23 de fevereiro de 1803, aos 89 anos.[19]
A origem de Mary Vazeille
Mary Vazielle nasceu em 1710, em Wandsworth, London,
Greater London, Inglaterra.
Era filha de Ambrose Goldhawk e Margaret Goldhawk
e teve quatro irmãos.[20]
Era conhecida também como “Molly”. Era uma empregada
doméstica.
Molly era também uma metodista.
Ela se casou com Anthony Vazeille, um rico comerciante, com o qual teve 4 filhos: John Anthony Vazeille; James Vazeille; Jane Jeanne Vazeille; Charles Vazeille e Noah Vazeille.[21]
O marido de Molly morreu em 1747. Eles
eram descendentes de huguenotes[22], “e foi através do contato com huguenotes
Metodistas em Londres que Sally e Charles a conheceram”. [23]
Viúva, ela posteriormente se casou com João Wesley aos 41
anos, em 1751.Segundo Wesley, Molly tinha uma filha obediente, mas doente. Um
dos seus filhos morreu. Outro filho foi “uma cruz dolorosa”. [24]
Wesley achava que o terceiro provavelmente também iria ser
uma cruz.
Molly foi defraudada em muito dinheiro. [25]
Quando Carlos Wesley a conheceu, ele a descreveu como uma
mulher de tristeza de espírito.[26]
Ela faleceu em 1781 e foi enterrada em St. Giles
Churchyard, Londres.
Quando Molly morreu em 8 de outubro de 1781, “ela deixou
para John um ‘anel de ouro de luto, em sinal de que morro de amor e amizade por
ele”.[27]
Wesley demonstrou e escreveu que a amava.
Mas qual o motivo desse casamento não ter dado certo?
Um casamento precipitado
"Admiro sua indústria
incansável, sua frugalidade exata, sua limpeza incomum e a limpeza tanto de sua
pessoa, suas roupas e todas as coisas ao seu redor"
No verão de 1750, Wesley escreveu a Molly “para
cimentar seu relacionamento. John Wesley começou a pensar em Maria como a
mulher que o protegeria das distrações da sociedade ao seu redor, ele
escreveria: "Admiro sua indústria incansável, sua frugalidade exata, sua
limpeza incomum e a limpeza tanto de sua pessoa, suas roupas e todas as coisas
ao seu redor".[28]
Escorregando
“Em 10 de fevereiro de 1751, John Wesley escorregou no
gelo na London Bridge, e machucou tanto o tornozelo que seus próximos sermões
tiveram que ser proferidos sentado ou ajoelhado. Ele escolheu convalescer na
casa de uma viúva, Mary (ou Molly, como era chamada) Vazeille. Em pouco mais de
uma semana, eles se casaram”.[29]
Wesley recebeu apoio
“Ele recebeu simpatia de Vincent Perronet [q. v.], e
foi Perronet quem o convenceu de que ele deveria se casar. Tendo chegado a essa
condenação em 2 de fevereiro de 1750-1, ele não perdeu tempo em agir sobre ela.
Sua escolha foi Mary Vazeille, uma senhora sete anos mais nova que ele,
originalmente empregada doméstica, agora viúva de Anthony Vazeille (m. 1747),
um comerciante londrino, com uma fortuna de 3.000l., em metade da qual ela
tinha apenas um interesse de vida”. [30]
Quem foi Vicente Perronet?
Vicente Perronet (1693-1785) era filho de pai suíço.
Vicente nasceu em Londres em 1693.
‘Ele era uma criança acadêmica, educada na St. Bees
School em Cumbria e no Queen's College, Oxford, graduando-se BA em 1718 e MA em
Cambridge em 1724. A partir de 1719 foi curador de Sundridge e a partir de 1728
vigário de Shoreham (Kent), onde encontrou
oposição durante grande parte de seu mandato”.[31]
Apresentado a
John Wesley em 1744, Vicente convidou John e Charles Wesley em 1746 para
sua paróquia.
No seu diário, Wesley escreveu em 14 de agosto de 1744:
"O Sr. Piers cavalgou comigo até Shoreham, e me apresentou ao Sr.
Perronet. Espero ter motivo de bênção a Deus para sempre para o conhecido
iniciado neste dia."[32]
Carlos e Wesley confiavam no conselho e apoio de
Perronet.
Ele participou da Conferência de 1747 e John Wesley
dirigiu-lhe seu Relato Simples do Povo Chamado Metodista.
Após a morte de sua esposa Charity em 1763,
foi uma sociedade metodista formalmente estabelecida em Shoreham.
“Conhecido tanto pela grande santidade de vida quanto
por sua erudição, ele publicou panfletos defendendo o Ensaio de Locke
sobre o Entendimento Humano contra as críticas de Joseph Butler e Isaac Watts.
Confinado em sua casa por reumatismo grave a partir de 1778, ele morreu em
Shoreham em 8/9 de maio de 1785”. [33]
“Seu sermão fúnebre foi pregado por Charles Wesley em
14 de maio do Salmo 37:37. John Wesley dá um relato detalhado de suas últimas
horas em seu diário de 7 de maio”.[34]
“Seus filhos mais novos, Eduardo e Carlos, foram ambos pregadores
metodistas por um tempo. Sua neta Elizabeth Briggs era filha de William Briggs, um dos primeiros mordomos de Wesley (1753-1759) e um líder de classe no Foundery.”[35]
Molly teve quatro filhos, o mais novo (Noah) com menos
de cinco anos de idade.
Carlos Wesley tinha-a conhecido através de Edward
Perronet, e tinha sido seu convidado; da partida ele 'nunca teve a menor
suspeita' (C. Wesley, Diário, ii. 78). Em 9 de fevereiro, um acordo de
casamento foi executado, garantindo a propriedade da Sra. Vazeille para seu uso
exclusivo. [36]
“No domingo, 10, Wesley torceu o tornozelo e
"passou o resto da semana" sob o teto de Vazeille, na rua
Threadneedle, "em parte escrevendo uma gramática hebraica". [37]
Wesley registrou seu acidente
Em 4 de março ele ainda não conseguia andar (pregava de
joelhos), mas em 18 ou 19 de fevereiro casou-se com a Sra. Vazeille (diz-se,
por Charles Manning, vigário de Hayes, Middlesex), sendo seu irmão Charles
"um dos últimos que ouviram falar de seu casamento infeliz" (ib. ii.
79). Moore fala de dona Wesley como "bem qualificada" para o cargo;
ela concordou que seu marido não deveria relaxar nenhum de seus trabalhos, e
por quatro anos geralmente o acompanhou em suas viagens, viajando com ele em
sua segunda visita à Escócia em 1753”. [38]
Em 2 de fevereiro de 1751, com 48 anos, Wesley argumentou a razão de se casar: “Por muitos anos fiquei solteiro, julgando que podia ser mais útil como solteiro do que como casado. E louvo a Deus que me ajudou a viver assim. Agora estou plenamente convencido de que, nas minhas circunstâncias atuais, poderei ser mais útil no estado de casado.”[39]
O relacionamento de Carlos
Wesley e Molly
Levou a Sra. Vazeille e Sally
Carlos Wesley e Sally conheceram Molly antes que ela se
casasse com Wesley. Carlos e Sally se casaram no dia 8 de abril de 1749.
“O marido de Molly (Mary) Vazeille morreu em 1747. Eles
eram ambos descendentes de huguenotes, e foi através do contato com huguenotes
Metodistas em Londres que Sally e Charles a conheceram”. [40]
No sábado, dia 26 de maio de 1749, Carlos disse: “nosso
irmão Watson nos encontrou com uma chaise, e levou a Sra. Vazeille e Sally para
M. Keech's em Evesham,
ao meio-dia. O Sr. Waller e eu passamos por eles. Preguei com vida e
liberdade”.[41]
Viajando com
Molly
Em 15 de maio de 1750, Carlos viajou com Molly “para a
casa da família de Sally em Ludlow. Eles deram ao estranho ‘toda a civilidade e
amor que podiam mostrar: e ela parecia igualmente satisfeita com eles’. No
final do mês, Charles, Sally, a Sra. Vazeille e alguns outros seguiram para
Londres. Assim que chegaram à cidade, Sally e Charles passaram oito ou nove
dias na casa da Sra. Vazeille na Threadneedle Street”.[42]
Carlos chorou com Wesley decidido a se casar
“Me retirei para chorar com
minha fiel Sally”
No sábado, dia 2 de fevereiro de 1751, “meu irmão, que
voltou de Oxford, mandou buscar e me disse que estava decidido a se casar!”, [43]
disse Carlos.
Sua reação foi: “fiquei chocado, e só podia responder,
ele tinha me dado o primeiro golpe, e seu casamento viria como o golpe de
misericórdia. Trusty mentiu Pertenet seguiu, e me disse, a pessoa era a Sra.
Vazeille! uma dos quais eu nunca tinha tido a menor suspeita. Recusei sua
companhia à capela e me retirei para chorar com minha fiel Sally. Eu gemia o
dia todo, e vários seguindo, sob o meu próprio fardo e do povo. Eu não podia
comer comida agradável, nem pregar, nem descansar, nem de noite nem de dia”, [44]
disse Carlos.
Brigas com Carlos
“Carlos Wesley (irmão de João Wesley) com traços
de humor inconsciente dá uma ideia da capacidade desta infeliz em brigar. EIe
disse: “Dois minutos antes da pregação eu visitei a Sra. Wesley na Foundry
e em todo este tempo não tivemos uma única briga”. [45]
Acusado de preguiça
“Carlos foi uma vez, por um momento, tocado fora dos
limites de sua filosofia. Esta mulher estava acostumada a acusá-lo de preguiça;
mas um dia em espírito mais malévolo do que de costume, ela declarou-lhe que
durante anos a sua querida Sally fora amante de seu irmão!” [46]
Arrancando cabelos de Wesley
“O pregador João Hampson relatou que, em certa ocasião
ao entrar de improviso no escritório onde estavam Wesley e sua esposa,
encontrou-a dominada por uma crise de ira tão grande que segurava na mão um
punhado de cabelos arrancados da cabeça de seu marido”. [47]
Inveja de Carlos Wesley
"A Sra. Wesley se ressentia do relacionamento profundamente emocional de seu marido com seu irmão e tinha profunda inveja dos laços estreitos de John com seus pregadores favoritos".[48]
Ciúme e Separação
Wesley passou a ter sérias dificuldades com sua esposa,
que era muito ciumenta.
“Todas as qualidades dela eram, com efeito, eclipsadas
por um grande defeito: era muito ciumenta. Incapaz de compreender a natureza e
elevação do caráter de seu esposo, nem a pureza de seus motivos, deixou-se
levar por sua imaginação desviada até conceber as suspeitas mais absurdas e
afrontosas (...). Dominadas por ideias preconcebidas, algumas vezes o seguia
até 100 milhas de distância para vê-lo entrar em uma cidade e descobrir que
tipo de companhia ele levava pelo caminho afora.”[49]
Na quarta-feira, 23 de janeiro de 1771, sua esposa o
abandonou.
Wesley disse:
“- Por que
motivo não sei até hoje, [a esposa de Wesley] partiu para Newcastle, propondo ‘nunca mais
voltar’. Non cam reliqui: non dimisi: non revocabo—[não a abandonei: não a
mandei embora: não me lembrarei dela.]”.[50]
Sua esposa Mary Vazeille o abandonou, depois de
trinta anos de casamento. Era raivosa e muito ciumenta com as constantes
viagens de Wesley.
“Mary Vazeille foi apresentada a João Wesley em
1751 por um amigo incomum chamado Vicent Perronet. Vazeille era viúva, mãe
de quatro filhos, possuía uma boa situação financeira, e parecia ter as
qualidades que devem adornar uma esposa de pastor. O casamento foi tratado
rapidamente, sendo realizado 15 dias após ser combinado. Vazeille viveu até o
ano 1781, e durante aqueles trinta anos era para o marido a encarnação de uma
tormenta constante”.[51]
Wesley estava com 68 anos quando ela o abandonou.
Ciúme doentio
Dentro de um mês depois do casamento o tópico predileto
desta notável mulher foi conversar sobre as faltas do seu grande marido”.[52]
“Dominada por ideias preconcebidas, algumas vezes o
seguia até 100 milhas de distância para vê-lo entrar em uma cidade e descobrir
que tipo de companhia ele levava pelo caminho afora. Abria suas cartas,
examinava seus papéis particulares, entregando-os algumas vezes aos seus
inimigos com a esperança de chegar a censurar o seu caráter”. [53]
Espumando de fúria
O que o pregador metodista John Hampson viu é notório
entre os metodistas. Ele "entrou em uma sala e encontrou a Sra. Wesley
espumando de fúria. Seu marido estava no chão onde ela o perseguia pelos
cabelos de sua cabeça; e ela mesma ainda segurava na mão veneráveis madeixas
que arrancara pelas raízes".[54]
Wesley não se casou mais. Certamente, alguns não
acharam que foi perda, mas sim livramento.
“Uma descrição diz o seguinte: "Ela [esposa de
João] pegou os papéis de seu marido, interpolou suas cartas e depois as
entregou nas mãos de seus inimigos ou as publicou nos jornais”. [55]
Diante dessa situação, Wesley pensou logo em revisar
seu testamento. Ele disse: “Sexta-feira, 25. - Revisei e transcrevi meu
testamento, declarando tão simplesmente, tão claramente e tão brevemente quanto
pude, nada mais nem nada mais, mas ‘o que eu teria feito com os bens mundanos
que deixo para trás".[56]
Non revocabo
O conhecido ‘non revocabo’ de
Wesley (eu não vou lembrar), em 23 de janeiro de 1771, quando ela o deixou
para morar em Newcastle com a sua filha que se casou com um pregador metodista,
não foi o fim do contato de Wesley e Molly.
Mas eles conviveram cinco anos mais. “Em julho de 1772
ela retornou, participou de seu trabalho missionário e não o abandonou até
1776. Ela é então acusada de publicar trechos distorcidos de suas cartas para
prejudicar seu caráter (Tyerman, iii. 233)”. [57]
Anel de ouro de luto
“Ela morreu em 8 de outubro de 1781, e foi enterrada no
adro da igreja de St. Giles, Camberwell; sua lápide desapareceu, a estrada
alargada agora passa sobre seu túmulo. Por seu testamento (datado de 4 de
setembro de 1779), ela deixou a Wesley um ‘anel de ouro de luto, em sinal de
que eu morro de amor e amizade por ele". [58]
Seu casamento envolveu a renúncia (1 de junho de 1751) de sua irmandade; de sua sociedade nunca recebeu mais de 30L. um ano e parte do seu”.[59]
Comentários sobre o
casamento de Wesley
O casamento terminou em 23 de janeiro de 1771, quando
ela deixou a casa. Wesley tinha 68 anos.
Apesar de amá-la, declarou:
“Hoje, não sei porque motivo, ela saiu para Newcastle com a intenção de nunca mais
voltar. Non eam reliqui; nom dismasi; non recabo.” [60]
Molly, contudo, depois voltaria para depois partir
definitivamente.
Alguns estudiosos afirmam que Wesley foi precipitado no
casamento com Molly Vazeille.[61]
Alguns teólogos e historiadores não poupam também a
esposa de Wesley.
“Wesley, sem dúvida, era marido um pouco difícil! O seu
caráter e hábitos já eram fixos: ele viajava incessantemente; a sua vida não
tinha cousa alguma privada. A mulher casada com Wesley bem poderia se sentir
como se estivesse atada à cauda de um cometa. Entretanto Wesley era homem de
paciência invencível, de bondade ilimitada e possuía as profundezas de
sentimento que uma verdadeira mulher poderia ter ganhado com facilidade. Mas a
sua esposa não era cousa melhor do que um mosquito humano. A sua ocupação era
dar ferroada”.[62]
Numa das cartas para ela, Wesley disse: “Deus tem usado
muitos meios para dominar sua vontade rebelde e quebrantar a impetuosidade de
seu caráter violento… Você é agora mais humilde, mais dócil, mais paciente e mais
pacifica do que antes? Temo que seja o contrário; temo muito que seu
temperamento natural esteja cada vez pior, ao invés de melhorar. Oh, tenha
cuidado para que Deus não a entregue à cobiça de seu coração e a condene a ser
guiada pela sua própria fantasia! (...)”.[63]
Depois desta experiência sentimental, Wesley permaneceu
só até o fim de sua vida.
Alguns historiadores acham difícil entender como Wesley
teve tanta inabilidade para desenvolver um relacionamento duradouro com uma
mulher.[64]
O historiador metodista Richard Heitzenhater acredita
que o fato de Wesley ter vivido até os quatro anos de idade, ou seja seus
primeiros anos de vida, somente com suas irmãs, pois só havia ainda ele de
menino em casa, ajudou Wesley, mais tarde, a ter uma disposição de aceitar as
habilidades da liderança das mulheres permitindo que elas pregassem.[65]
No relacionamento sentimental não aconteceu o mesmo.
O teólogo e historiador metodista Duncan A. Reily, no
seu artigo “João Wesley e as crianças” para a revista Caminhando, disse:
“Wesley demonstrava verdadeiro afeto pelos sobrinhos, filhos de Carlos, bem como a filha da sua esposa (Mary Vazeille), a quem tratava como verdadeira filha, junto com a família dela”. [66]
Wesley amava sua esposa
"Meu corpo está cada vez mais forte - assim como meu amor para você”
É notório que Wesley amava a sua esposa Molly.
Podemos perceber esse amor em suas cartas escritas para
Molly.
Em 4 de março de 1751, “Wesley ainda não conseguia
andar, mas partiu de qualquer maneira a cavalo para Bristol, onde ele convidou
muitos de seus viajantes itinerantes pregadores para uma conferência em 11 de
março. Nesse mesmo dia, ele escreveu a Molly: ‘Meu corpo está cada vez mais
forte - assim como meu amor para você. Deus conceda que nunca vá além de sua
vontade! Oh, que possamos sempre continuem a amar uns aos outros como Cristo
nos amou!" [67]
"Meu querido amor, eu
não sei como passar um dia em qualquer lugar sem escrever algumas linhas”
"Meu querido amor, eu
não sei como passar um dia em qualquer lugar sem escrever algumas linhas",
escreveu ele a Molly em 2 de
abril de 1751”. [68]
Wesley dizia que a ausência fazia aumentar sua afeição
por Molly.
"Eu sinto você a cada dia mais perto do meu
coração. Ó, que Deus possa continuar seu dom indizível!” [69]
E Wesley pede que os dois possam ter “aumento diário na
fé, no zelo, na mansidão e no terno amor para uns aos outros!"[70]
Contudo, três meses depois do casamento, Wesley percebeu
o ciúme de sua esposa.
Conseguiram normalizar a relação, contudo,
constantemente as dificuldades no relacionamento voltaram.
Carta de Wesley a sua esposa Molly
“Você me tem causado muitos
transtornos, porém não tantos que eu não possa perdoá-la. Ainda a amo e
estou tão limpo de outras mulheres como no dia em que nasci”
Wesley escreveu para Molly: “Minha querida Molly, basta
o passado. O mal, no entanto, pode ter remédio. Você me tem causado muitos
transtornos, porém não tantos que eu não possa perdoá-la. Ainda a amo e
estou tão limpo de outras mulheres como no dia em que nasci. Por fim, conheça a
si mesma. Não posso ser seu inimigo, mas permita que eu seja o seu amigo. Não
acalente suspeitas contra mim, nem volte a me caluniar, nem me provoque mais.
Não volte a lutar para alcançar domínio, poder, dinheiro ou louvores. Contente-se
em ser uma pessoa particular, insignificante, conhecida e amada por Deus e por
mim. Não pretenda mais privar-me da liberdade que me pertence pelas leis
divinas e humanas. Deixe que Deus e minha própria consciência me dirijam. Então
a governarei com doçura e a farei ver que a amo tão entranhavelmente como
Cristo ama a sua Igreja.” (Carta de João Wesley à sua esposa)” [71]
Wesley e Molly viajando juntos
“Nós montamos (minha esposa e eu) para Northallerton”
Na segunda-feira, 12 de maio de 1754, Wesley escreveu
em seu diário: “Nós montamos (minha esposa e eu) para Northallerton.[72]
Viajando por causa da doença de Molly
“Ouvindo que minha esposa estava perigosamente doente,
tomei chaise imediatamente”
No domingo, 4 de agosto de 1768, Wesley soube que sua
esposa estava doente e viajou a noite. “Ouvindo que
minha esposa estava perigosamente doente, tomei chaise imediatamente, e
cheguei ao Naufragado antes da uma da manhã”. [73]
Wesley registra que bastou ele chegar e a febre de
Molly acabar.
“Encontrando-a, a febre virou e o perigo acabou”, [74]
disse.
Ele, então, posteriormente saiu e viajou para uma
Conferência, da qual ele era o líder principal. Ele foi à tarde “(nada cansado)
para Bristol. Nossa Conferência começou na terça-feira, e terminou na
sexta-feira, 19”, [75]
disse.
Amava suas netas
“Sua última referência a ela (em uma carta de 25 de
julho de 1788) não é indelicada. Os filhos de sua filha casada são mencionados
em seu testamento como "minhas queridas netas".[76]
A ternura de Wesley
Um dos biógrafos de Charles Wesley, Jackson, afirma que as cartas de João Wesley para sua esposa mostram "a maior ternura de afeto, como poucos corações femininos poderiam ter resistido; e justificar a opinião de que, se tivesse sido sua felicidade casar-se com uma pessoa que fosse digna dele, ele poderia ter sido um dos maridos mais afetuosos que já viveram. Aqueles que pensam que ele era constitucionalmente frio e repulsivo enganam completamente seu caráter."
As dificuldades de Wesley
Certamente, houve uma influência da convivência marcante
da infância e das memórias que herdou de sua família.
Nos primeiros anos da vida de Wesley era só ele com sua
mãe e suas irmãs. Seu pai sempre foi muito ausente. Certamente, tudo isso
influenciou grandemente Wesley em sua visão sobre o casamento.
Para João Wesley cada mulher era retrato de sua mãe.
“Em 1743 João Wesley publicou um tratado intitulado
‘Pensamentos sobre o casamento e a Vida Celibatária’, que poderia quase ter
sido escrito por um Católico Romano asceta e convicto. O celibato, ele ensinou,
ainda que não fosse de obrigação imperativa e universal; entretanto para ele
era estado mais elevado do que o casamento. O casamento
constituía uma concessão à fraqueza humana, e devia ser adiado em todos os
casos por tanto tempo quanto fosse possível, e absolutamente rejeitado onde
havia graça suficiente para que isto pudesse se fazer. Quando Carlos e João
Wesley voltaram da Geórgia, na América, fizeram um pacto, cada qual se
penhorando a não se casar sem o consentimento do outro”.[77]
Mas uma coisa é a teoria e outra é a natureza humana.
Wesley aceitou fazer concessões. “Em junho de 1748 celebramos a Conferência em
Londres. Diversos irmãos então fizeram objeções aos “Pensamentos sobre o
Casamento e a vida celibatária” e em pleno e amigável debate, me convenceram
que um crente poderia casar-se sem sofrer dano na sua alma.”[78]
Os relacionamentos de Wesley não deram certo também
porque Wesley tinha o Reino de Deus quase 100% em primeiro lugar. Não havia
muito espaço para uma esposa.
Na Geórgia foi assim quando ficou entre o desejo de se
casar com Miss Hopkey e a culpa por achar que isso iria atrapalhar sua
santificação e dedicação ao Reino de Deus. Decidiu não se envolver.
Wesley não entendia também que as mulheres pensavam
diferente dele em relação a ser dedicado ao Reino de Deus e não à sua esposa.
Com Graça Murray foi assim.
Ela ficou decepcionada e se casou com outro. Wesley
pensava em se casar com ela.
“Uma semana depois de ter-lhe proposto casamento Wesley
tinha de começar uma viagem de pregação; antes de fazer isto, ele disse a Graça
Murray que estava convencido que Deus tencionava que ela fosse sua esposa. Ela
então protestou que ‘não podia suportar ser deixada atrás desta maneira’ e
Wesley a levou como auxiliadora em seus serviços. Quando ele chegou ao circuito
de Bennet deixou Graça Murray ali inteiramente inconsciente das relações entre
os dois. Dentro de uma semana Bennet, escreveu a Wesley, pedindo-lhe licença
para casar-se com Graça Murray, e com a carta dele veio outra da Graça Murray
dizendo que acreditava ser da vontade de Deus que ela se casasse – não com o
Wesley – mas com Bennet!”.[79]
Wesley se casou manco
Quanto à Mary ou Molly Vazielle, seu casamento pode ser
considerado um terrível acidente. Wesley se feriu e foi cuidado por ela. Em 8
dias se casou.
“O acidente se deu aos 10 de fevereiro de 1751. Aos 17
de Fevereiro ele foi levado para a Foundry, e pregou de joelhos, não podendo
ficar de pé. No dia seguinte, dia 18 de fevereiro de 1751, ainda manco,
casou-se com a viúva Vazielle”.[80]
Podemos dizer que Wesley tinha seus hábitos muito
dinâmicos e vivia em viagem missionária deixando a esposa muito só. Mas se
casar manco parece que foi um sinal. Ele viveu manco sempre em seu casamento
com Mary Vazielle.
Por fim, Wesley preferiu viver o restante da sua vida
servindo somente ao Senhor.
[1] A relação de John Wesley com sua esposa como revelado em sua correspondência. Kenneth J. Collins. História Metodista (Vol. 32, Edição 1). Editora: Igreja Metodista Unida, Comissão Geral de Arquivos e História, outubro de 1993.
[2] A relação de John Wesley com sua esposa como revelado em sua correspondência. Kenneth J. Collins. História Metodista (Vol. 32, Edição 1). Editora: Igreja Metodista Unida, Comissão Geral de Arquivos e História, outubro de 1993.
[3]https://www.sgaumc.org/newsdetail/john-wesley-s-wife-molly-vazelle-12501941.
A esposa de John Wesley, Molly Vazelle. DAVE HANSON
[4] Idem.
[5] Idem.
[6] A relação de John Wesley com sua esposa como revelado em sua
correspondência. Kenneth J.
Collins. História
Metodista (Vol. 32, Edição 1).
Editora: Igreja Metodista Unida, Comissão Geral de Arquivos e História,
outubro de 1993.
[7]Wesley, seu próprio historiador.
https://quod.lib.umich.edu/m/moa/AGV9079.0001.001?rgn=main;view=fulltext.Wesley,
seu próprio historiador. Cincinnati: Hitchcock e Walden. 1870.
[8] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley - Sua vida e
obra. São Paulo: Editora Vida, 1997, p.194.
[9] Wesley, seu próprio historiador.
https://quod.lib.umich.edu/m/moa/AGV9079.0001.001?rgn=main;view=fulltext.Wesley,
seu próprio historiador. Cincinnati: Hitchcock e Walden. 1870.
[10]
https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=207
[11] Idem.
[12] https://cafeebonslivros.home.blog/
2015/10/10/a-esposa-de-joao-wesley-2/
[13] Reasonable
Enthusiast: John Wesley e o Rise of Methodism de Henry D. Rack; http://www.umc.org/what-we-believe/need-love-advice-dont-ask-john-wesley
[14] Idem.
[15]HEITZENHATER, Richard P., Wesley e o Povo Chamado Metodista,
Editeo-Pastoral Bennett, 1996, p.69-0.
[16] Ibidem, p. 69-0.
[17] Ibidem, p.71.
[18] Ibidem, p.195.
[19] Pesquisa nos seguintes sites: http://www.mymethodisthistory.org.uk/page/john_bennett
https://www.ccel.org/ccel/wesley/journal.v.html
http://ukwells.org/wells/grace-murray-john-wesley
https://lexloiz.wordpress.com/2010/03/08/john-wesley-tries-to-find-his-future-wife/
John Pollock, Wesley, Hodder,
cap. 21.
[20] https://www.myheritage.com.br/
names/mary_vazeille
[21]
https://www.geni.com/eople/Mary-Vazeille-Wesley/6000000020319.632771
[22]“Recebia
o nome de huguenote todo o seguidor da religião protestante na França. Eram na
maioria calvinistas (acreditavam nos ensinamentos de João Calvino) e membros da Igreja Reformada. A origem do termo é
creditada aos católicos franceses, que o teriam criado baseando-se no nome de
Besançon Hugues, líder religioso suíço. Durante
maior parte do século XVI, os huguenotes foram alvo de uma perseguição feroz,
que culminou em guerras civis religiosas”. https://www.infoescola.com/religiao/huguenotes/.
[24] Idem.
[25] Idem.
[26] https://archive.wfn.org/1998/11/msg00155.html
[27] https://touchstonecanada.ca/wp-content/uploads/2013/08/Jan-2008-profile.pdf
[28]
https://wesleyexperience.wordpress.com/2013/06/26/mary-wesley-not-the-best-marriage/.(Hattersley
2002, p. 242).
[29] https://scriptoriumdaily.com/today-wesley-fell-for-his-wife-molly-1751/
[30]
https://www.sgaumc.org/newsdetail/john-wesley-s-wife-molly-vazelle-12501941. A
esposa de John Wesley, Molly Vazelle. DAVE HANSON
[31] https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=207
[32] Idem.
[33] https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=207
[34] Idem.
[35] Idem.
[36]
https://www.sgaumc.org/newsdetail/john-wesley-s-wife-molly-vazelle-12501941. A
esposa de John Wesley, Molly Vazelle. DAVE HANSON
[37]
https://en.wikisource.org/wiki/Page:Dictionary_of_National_Biography_volume_60.djvu/315
[38] Idem.
[39] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista, 1965, p.212.
[40]
https://touchstonecanada.ca/wp-content/uploads/2013/08/Jan-2008-profile.pdf
[41]https://wesleyscholar.com/wp-content/uploads/2018/09/Journal-vol-2-1849.pdf,
p.72
[42]
https://touchstonecanada.ca/wp-content/uploads/2013/08/Jan-2008-profile.pdf
[45] https://cafeebonslivros.home.blog/2015/10/10/a-esposa-de-joao-wesley-2/
[46] Idem.
[47] Idem.
[48]
https://wesleyexperience.wordpress.com/2013/06/26/mary-wesley-not-the-best-marriage/
[49] Ibidem, p.195-6.
[51] https://cafeebonslivros.home.blog/2015/10/10a-esposa-de-joao-wesley-2/
[52] Idem.
[53] https://cafeebonslivros.home.blog/2015/10/10/a-esposa-de-joao-wesley-2/
[54]
https://wesleyexperience.wordpress.com/2013/06/26/mary-wesley-not-the-best-marriage/
[55] https://truediscipleship.com/methodist-church-history/
[56] https://www.visionofbritain.org.uk/travellers/J_Wesley/16
[57]
https://en.wikisource.org/wiki/Page:Dictionary_of_National_Biography_volume_60.djvu/315
[58]
https://en.wikisource.org/wiki/Page:Dictionary_of_National_Biography_volume_60.djvu/315
[59] Idem.
[60] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley - Sua vida e obra. São Paulo: Editora
Vida, 1997, p.197.
[61] https://www.myheritage.com.br/names/mary_vazeille
[62] Idem.
[64] HEITZENHATER, Richard P., Wesley e o Povo Chamado Metodista,
Editeo-Pastoral Bennett, 1996, p.26.
[65] Ibidem.
[66] Idem.
[67] https://archive.wfn.org/1998/11/msg00155.html
[68] https://archive.wfn.org/1998/11/msg00155.html
[69] Idem.
[70] Idem.
[72] Wesley, seu próprio historiador.
https://quod.lib.umich.edu/m/moa/AGV9079.0001.001?rgn=main;view=fulltext.Wesley,
seu próprio historiador. Cincinnati: Hitchcock e Walden. 1870.
[73] Idem.
[74] Wesley, seu próprio historiador.
https://quod.lib.umich.edu/m/moa/AGV9079.0001.001?rgn=main;view=fulltext.Wesley,
seu próprio historiador. Cincinnati: Hitchcock e Walden. 1870.
[75] Idem.
[76]
https://en.wikisource.org/wiki/Page:Dictionary_of_National_Biography_volume_60.djvu/315
[77]
http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=1777
[78] Idem.
[79]
http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=1777
[80] Idem.
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