A paixão de Asbury e Thomas Coke pelas Missões
Francis Asbury e Thomas Coke estabeleceram o
metodismo em diversos lugares e países
Odilon Massolar Chaves
Copyright ©
2024, Odilon Massolar Chaves
Todos os
direitos reservados ao autor.
É permitido
ler, copiar e compartilhar gratuitamente
Art. 184 do
Código Penal e Lei 96710 de 19 de fevereiro de 1998.
Livros
publicados na Biblioteca Wesleyana: 154
Endereço: https://bibliotecawesleyana.blogspot.com
Tradutor: Google
-----------------
Odilon
Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História
pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua
tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua
contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi
editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.
É
escritor, poeta e youtuber.
Toda glória seja dada ao Senhor
Índice
· Introdução
· O impacto do metodismo na América
· Francis Asbury, o apóstolo metodista na América
· Thomas Coke, Pai das missões do metodismo
Introdução
“A paixão de Asbury e Thomas
Coke pelas Missões” é um livro que relata as atividades de Francis Asbury e
Thomas Coke estabelecendo o metodismo em diversos lugares e países. Eles procuraram
cumprir a vocação dada por Deus a Wesley que incluía levar a santidade bíblica
por toda a terra.
A diferença de idade entre
os dois era de apenas dois anos. Eles morreram indo em viagem de missões.
Também a diferença entre o ano que morreram foi de dois anos.
Asbury decidiu não se casar.
Coke se casou duas vezes, mas no final da vida estava sozinho. Suas duas esposas
morreram.
O que tinham em comum é que
deram a vida pelo Reino de Deus e pelo metodismo. Abraçaram com entusiasmo e
abnegação a doutrina metodista e a sua vocação de espalhar a santidade bíblica
por toda a Terra.
Foram muito além do seu
tempo. Nada os impedia de semear a Palavra. Eram destemidos e amavam ao Senhor
de todo o coração. Deixaram um grande legado.
O Autor
O impacto do metodismo na América
O impacto do despertamento
metodista foi imenso na América. No fim do século XVIII, “o Metodismo tinha
saltado o Atlântico e quase 65 mil norte-americanos consideravam-se seguidores
de Wesley.
O crescimento do metodismo
nos Estados Unidos mostra a rapidez com que o movimento wesleyano avançava.
Em 1773, havia 1.160
metodistas arrolados nos relatórios da conferência.
Em 1784, o ano da histórica
Conferência de Natal, em Baltimore, o número era 14.988. Seis anos depois, o
recenseamento mostrava que esse número havia quase quadruplicado, chegando a
57.631. De 1773 a 1790, a população da América, aumentada pela imigração, havia
crescido 75 por cento, enquanto o número de metodistas havia aumentado mais de
5.500 por cento.”[1]
Em 1784, João Wesley nomeou
dois pregadores metodistas da Inglaterra para assumirem a superintendência na
América: Francis Asbury e Thomas Coke, que viriam a ser os principais líderes
do metodismo, na época.
Francis Asbury expandiu o
metodismo nos EUA e é considerado o apóstolo do metodismo na América. Já Thomas
Coke começou a expansão do metodismo por diversos lugares e países. Ele é
considerado o Pai das Missões no metodismo.
Francis Asbury, o apóstolo
metodista na América
Sua infância
Francis Asbury (1745-1816)
nasceu na Inglaterra. Era de uma família anglicana e durante muito tempo foi
aprendiz de ferreiro.
Era filho de Elizabeth e
Joseph Asbury.
“Ele e sua mãe passaram a
assistir às reuniões metodistas. A devoção de sua mãe à religião deu a Asbury
uma nova dimensão espiritual. Aos sete anos, ele já lia a Bíblia. Seus pais
abriram a casa para trabalhos religiosos envolvendo-o mais na vida espiritual”.
[2]
Francis Asbury foi
ridicularizado na escola que frequentou em Snail's Green, um vilarejo próximo.
Ele não se dava bem com seus colegas alunos que zombavam dele por causa das
crenças religiosas de sua mãe.[3]
Aos 13 anos, teve seu
primeiro emprego servindo para a pequena nobreza local, a quem mais tarde
descreveu como uma das famílias mais ímpias da paróquia.[4]
Aos 18 anos, ele se
transformou num pregador e viajou extensamente.[5]
Seu encontro com Wesley e
ministério
Aos 22 anos, aceitou o
convite de Wesley para ser missionário na América. John Wesley o nomeou para
servir como missionário entre os assentamentos americanos. Ele se tornou uma
vida na estrada e Asbury nunca se casou.[6]
Para viajar, foi preciso uma
“coleta” de alguns amigos, pois Asbury não tinha dinheiro.
Após a guerra da
independência, em 1784, Wesley o nomeou, juntamente com Thomas Cock, como
co-superintendentes do metodismo na América.
Ele pregou cerca de 16.500
sermões e expandiu o metodismo para Tennessee e Kentucky.
Era muito organizado. “Tinha
uma espantosa capacidade prática, seu gênio de organização, sua consumidora
devoção à extensão do evangelho, sua coragem e energia infindáveis - tudo
contribuiu para esta realização.”[7]
Mais tarde, utilizou o termo
“Bispo” para si. Organizou escolas, aos domingos, onde as crianças foram
ensinadas na leitura, escrita e aritmética.[8]
Asbury veio a ser a mais
importante figura no metodismo americano. A devoção aos princípios e teologia wesleyanos
modelou o metodismo na América do Norte.
Com a volta de Thomas Cooke
à Inglaterra, Asbury assumiu as rédeas do metodismo. Ele “viajou extensamente
através dos Estados Unidos, promovendo a causa metodista e liderou a
organização oficial dessa denominação em 1784. Pelo fato de ter percorrido mais
de 450 mil km, em grande parte a cavalo, ele conheceu o interior americano
melhor que qualquer um dos seus contemporâneos e foi também o homem mais
conhecido do seu tempo. Quando Asbury chegou aos Estados Unidos, em 1771,
somente quatro missionários metodistas davam assistência à cerca de 300
pessoas. Quando ele faleceu, havia 2 mil pastores e mais de 200 mil metodistas
no país.”[9]
Em 1800, teve início, com
Francis Asbury, o primeiro pregador itinerante (circuit rider), no Kentucky, o
período dos reavivamentos e “camp meetings” (reuniões campais).[10]
Ele “ultrapassou o próprio
João Wesley, viajando em quarenta e cinco anos, somente a cavalo ou andando,
mais de quatrocentos e setenta mil quilômetros, a maior parte por caminhos
desertos. Atravessou as Montanhas Alegânis mais de sessenta vezes.”[11]
Enfrentou toda sorte de
adversidades e doenças, como febres, úlceras, reumatismo crônico, mas nunca
desistiu. No final de sua vida, insistiu numa viagem a Baltimore, onde haveria
uma conferência, mas não resistiu e faleceu sentado numa cadeira e reclinado
num jovem pregador, que viajara com ele.[12]
Veja em percentagem o grande
crescimento nos EUA como fruto do trabalho de Francis Asbury e de outros
metodistas:[13]
1776 |
|
1850 |
|
Congregacionais |
20,4% |
Metodistas |
34,2% |
Presbiterianos |
19,0 |
Batistas |
20,5 |
Batistas |
16,9 |
Católicos romanos |
13,9 |
Episcopais |
15,7 |
Presbiterianos |
11,6 |
Metodistas |
2,5 |
Congregacionais |
4,0 |
Católicos romanos |
1,8 |
Episcopais |
3,5 |
A Igreja Metodista Unida tem
cerca de 8,5 milhões. Em todos os estados norte-americanos o metodismo está nos
três primeiros lugares entre os evangélicos. Na maior parte, está em segundo
lugar. Veja a estatística em alguns estados norte-americanos:
- Oklahoma: 32% (a maior
denominação);
- Virgínia Ocidental: 8% (a segunda
denominação);
- Arkansas: 9% (a segunda
denominação);
- Iowa: 14% (a segunda denominação);
- Idaho: 10% (primeira, junto com a
Igreja Batista);
- Delaware: 21% (a segunda
denominação);
- Kansas: 14% (primeira, junto com a
Batista);
- Pensilvânia: 10% (primeira, junto
com a Batista),[14]
etc.
Hoje, o metodismo é muito
predominante no meio oeste. Uma “avaliação mostrou mais igrejas metodistas nos
Estados Unidos do que agências dos correios”.[15]
No mundo, a família
metodista de tradição wesleyana tem 70 milhões de membros em 130 países.[16]
Seu legado
São inumeráveis as
homenagens a Francis Asbury nos EUA e em outras partes do mundo.
Dentre elas, estão: “A
Igreja Asbury AME em Chester, Pensilvânia, foi fundada em 1845 e rebatizada em
homenagem a Asbury em 1863;
• Uma estátua, Francis
Asbury, foi erguida em Washington, D.C. em 1921;
• Uma estátua de Francis
Asbury a cavalo foi erguida na Drew University em Madison, NJ;
• A trilha Francis Asbury no
Lago Junaluska, NC foi construída por volta de 1930;
• Muitas cidades e vilas
possuem uma Igreja Metodista Unida Asbury;
• A primeira Igreja
Metodista no norte da China, a Igreja Asbury em Pequim, construída em 1870 pelo
Rev. Hiram Harrison Lowry, recebeu o nome de Asbury. Hoje a igreja é conhecida
como Igreja Chongwenmen”.[17]
• “Sua casa de infância
ainda está de pé e está aberta como o museu Bishop Asbury Cottage”.[18]
• Seminário Teológico Asbury,
nos EUA.[19]
Francis Asbury foi chamado
de “Apóstolo do metodismo na América”. Como reconhecimento, em 1924 foi
colocado sua estátua em Washington. O Presidente dos EUA disse que ele foi um
dos construtores da Nação norte-americana. Faleceu aos 71 anos de idade, [20]
após pregar cerca de 50 anos.
Na estátua de Asbury está
escrito: “Se você quiser ver os resultados de seus trabalhos, você os
encontrará em nossa civilização cristã.”[21]
Thomas Coke,
Pai das missões do metodismo
Sua formação e experiência
Ele era filho único e viveu entre 1747-1814.
Thomas Coke nasceu em Brecon, Brecknockshire, País de Gales.
Seu pai era “um cirurgião rico e influente.
Sua educação inicial incluiu educação preparatória antes de ser colocado sob a
tutela do Rev. Griffiths até sua entrada no Jesuit College of Oxford aos
dezessete anos”.[22]
Thomas foi eleito conselheiro aos 22 anos e,
um ano depois, em 1770, eleito oficial de justiça.
Recebeu ordens anglicanas em 1772 e o diploma
de doutor em leis.
Ele, entretanto, não tinha ainda tido um
encontro com Cristo e se convertido genuinamente.
“Em sua busca, Coke acabou se convencendo de
que a ênfase metodista na justificação pela fé e no testemunho do Espírito era
verdadeira. Pregando em South Pemberton, a verdade da redenção mostrada cada
vez mais em seu próprio coração, ele logo se converteu genuinamente”.[23]
Ele passou a subir ao púlpito e pregar de
improviso e sua mensagem tocou em alguns corações que foram despertados, mas
suas mensagens também traíram a ira de algumas pessoas e do bispo. Acabou
expulso.
Em 13 de agosto de 1776, Wesley registrou no
seu diário que havia se encontrado com um jovem clérigo que havia viajado 30
quilômetros para se encontrar com ele.
O primeiro encontro de Thomas Coke com Wesley
foi decepcionante. “Em 13 de agosto de 1776, Coke encontrou o Rev’d John Wesley
pela primeira vez e esperava uma oferta de emprego como Pregador Metodista,
para sua decepção, Wesley o aconselhou a retornar à sua Curacy. Em um ano, Cock
foi expulso de sua paróquia quando ficou evidente que ele a dirigia como um
circuito metodista. Em desespero, ele foi até Wesley para apresentar seu caso e
foi aconselhado a ‘ir pregar o evangelho a todo o mundo. Thomas Coke tornou-se
um valioso ajudante para Wesley e foi fundamental para o início da Igreja
Metodista Episcopal, e logo se tornou um de seus Bispos”.[24]
No seu diário Wesley disse que havia
conversado muito com ele e afirmou que havia começado uma união que ele
acreditava que nunca terminaria. Em 19
de agosto de 1777, Wesley escreveu: “Eu fui para Taunton, com o Dr. Coke, que,
sendo demitido de sua curadoria, se despediu de seu nome honorável e está
determinado a lançar sua sorte conosco”. Dr. Coke iria investir toda sua
energia, fortuna e vida com os metodistas”.[25]
Wesley o considerava seu “braço direito” e foi
chamado “ministro das Relações Exteriores do Metodismo” por sua paixão
missionária.
Inicialmente, Thomas Coke “se manteve ocupado
viajando a cavalo pelo país, usando seu treinamento jurídico para trabalhar em
nome de Wesley para resolver os problemas que surgiram quando o movimento
metodista começou a desenvolver uma existência própria”.[26]
Ele se tornou o primeiro presidente da
Conferência Irlandesa dos metodistas em 1782.
Juntamente com Francis Asbury, Wesley ordenou
Thomas Coke, em 1784, como superintendentes da Igreja Metodista nas colônias
americanas, com o poder de ordenar outros superintendentes no Novo Mundo.
Em 1784, Wesley pediu voluntários para acompanhar Thomas Coke na
América. Ele escolheu Thomás Vazey e Richard Whatcoat.[27]
Wesley registrou em seu Diário, no dia 31 de agosto de 1784:
“O Dr. Coke, Sr. Whatcoat e Sr.
Vazey chegaram de Londres com o fim de embarcar para a América. Quarta-feira,
1º de setembro. Estando agora esclarecido na minha própria mente tomei agora um
passo que me pesara por muito tempo, e nomeei o Sr. Whatcoat e Sr. Vazey para
irem servir às ovelhas desconsoladas na América”.[28]
Em 1784, no dia primeiro de setembro, Whatcoart e Vasey são nomeados por
Wesley como diáconos na América. Logo depois, foram ordenados presbíteros.
Thomas Coke foi nomeado como superintendente na América.[29]
Thomas Coke pregou em Paris. Promoveu a
criação de Missões na Escócia e Canadá. Após seu navio mudar de curso numa
tempestade, chegou, em I786, a Antígua, no Caribe, onde encontrou uma
congregação metodista composta quase só de negros.
“O Dr. Thomas Coke, fundador e diretor de
missões estrangeiras dentro do Metodismo, visitou Antígua em 1786. Durante sua
visita, Anne Hart Gilbert e sua irmã, Elizabeth Hart, converteram-se ao
Metodismo após seu batismo na fé”.[30]
As irmãs Hart foram líderes da Igreja
Metodista e na luta contra a escravidão.
O
Plano de Missões e o pioneirismo de Thomas Coke no Caribe
É
importante ressaltar a importância de Thomas Coke no desenvolvimento do
metodismo no Caribe.
Em
12 de março de 1786 ele propôs um movimento de Missões para o metodismo. Ele
fez uma carta introdutória para João Wesley e imprimiu um panfleto de doze
páginas propondo um movimento para Missões.
Wesley
aprovou o que seria chamado de 'Missões Locais' e 'Missões Estrangeiras.
O
Plano de Missões tinha esses objetivos:
O
primeiro objetivo foi estabelecer e apoiar uma missão nas terras altas e nas
ilhas adjacentes da Escócia.
O
segundo objetivo foi um projeto de língua francesa. O propósito era “para
cuidar e continuar o trabalho ... em nossas ilhas de Jersey e Guernsey.' A
Igreja Episcopal Metodista dos EUA havia começado a trabalhar na Nova Escócia,
Quebec e Newfoundland”.
Thomas
Coke queria enviar missionários para as províncias na América e na ilha de
Newfoundland.
Ele
destacou o trabalho nas Índias Ocidentais e o ministério de John Baxter entre
os escravos negros de Antígua e as possibilidades em São Cristóvão. O terceiro
objetivo era estabelecer e apoiar missões nas ilhas das Índias Ocidentais. [31]
Thomas Coke visitou Anguila, no Caribe, em 1786. Pregou
e batizou.
A libertação dos
escravos ainda não havia chegado à Inglaterra e nem à Antigua. Um movimento
grande a favor da abolição dos escravos em Antigua só começou de fato com as
irmãs Elizabeth Hart Thwaites (1772-1833) e Anne Hart Gilbert (1773-1833), que
foram batizadas por Thomas Coke, em 1786, e se tornaram lideres metodistas.
Elas foram educadoras, escritoras e abolicionistas.
Em 1786, homens e mulheres de raça mista que eram ex-escravos e servos,
foram pioneiros metodistas em St Kitts, São Cristovão. Thomas Coke visitou St Kitts, em 16 de
janeiro de 1787.[32]
Thomas Coke também visitou uma ilha holandesa. Ele “foi saudado por
vários negros livres quando desembarcou na ilha holandesa de Sint Eustatius em
24 de janeiro de 1787”.[33]
Prosseguindo
sua viagem missionária, Thomas Coke chegou a Dominica, no Caribe, em 5 de
janeiro de 1787 o “Dr. Thomas Coke com três outros pregadores metodistas
itinerantes, John Baxter e William Hammet, chegaram à Dominica, desembarcando
em Portsmouth. O capitão do saveiro havia lhes falado sobre um simpático
fazendeiro chamado Burn, e eles o procuraram imediatamente após o desembarque.
Ele os deu as boas-vindas e os encorajou a começar uma missão na ilha. Coke e
seu grupo seguiram para Roseau, onde encontraram uma mulata - a Sra. Webley -
que havia se convertido em Antígua sob a pregação de John Baxter. Ela abriu sua
casa para os missionários e foi lá que Cock pregou para um público lotado”.[34]
Nem sempre
foi fácil para os missionários. A
malária e a febre amarela mataram diversos deles. Oito dos dez primeiros
missionários morreram em pouco tempo. Durante anos, a Sra. Webley manteve
funcionando a Sociedade.
Procedeu a Thomas Coke na ilha holandesa um negro que serviu e foi
companheiro de viagem de ao Francis Asbury na América, Harry Hosier.[35]
Para Thomas Coke, Harry Hosier era um dos maiores pregadores do mundo:
“Às vezes aviso imediatamente após a pregação, que, em pouco tempo, Harry
pregará para os negros; mas os brancos sempre ficam para ouvi-lo. Às vezes eu o
publico para pregar à luz de velas, porque os negros podem assistir melhor
naquela hora. Eu realmente acredito que ele é um dos melhores pregadores do
mundo, há um poder incrível em sua pregação, embora ele não saiba ler; e ele é
uma das criaturas mais humildes que já vi”.[36]
Ele pode ser considerado um missionário pioneiro afro-americano. Sugere-se
que ele seja o primeiro metodista afro-americano a ser um missionário.
Thomas Coke levou o Evangelho à Jamaica, em 1789.
E foi a
providencia de Deus que conduziu Thomas Coke à Jamaica. Não era seu plano, mas
sim de Deus. Uma tempestade o levou à Jamaica. Ele havia deixado a “Inglaterra
em 24 de setembro de 1786 com destino aos EUA levando três missionários para
sua estação. No caminho, seu barco foi engolfado por uma tempestade, fazendo
com que ele se desviasse do curso. Ainda no mar em dezembro, Coke e seus
companheiros quase foram lançados ao mar como comida de peixe porque foram
considerados um mau presságio. No início da manhã de Natal, o barco deles
chegou ao porto de St. John em Antígua, a mais de 3.000 quilômetros de seu
destino, a Nova Escócia.”[37]
E mais
uma vez entrou a providencia de Deus e portas improváveis se abriram para
Thomas Coke e o metodismo. Um cavaleiro lhe deu as boas-vindas, outro lhe
ofereceu sua casa para os cultos e um católico romano lhe ofereceu uma sala de
concerto para suas pregações.
“Tendo
desembarcado em Port Royal em 17 de janeiro de 1789. Ele recebeu as calorosas
boas-vindas de um certo Sr. Fishley, o mestre Calafate do estaleiro a quem
apresentou sua carta de apresentação. O primeiro sermão de Coke foi diante de
uma grande congregação na casa de um certo Sr. Treble em Kingston. A casa do
Sr. Treble era pequena e, portanto, o Sr. Burn, um cavalheiro católico romano,
deu-lhe o uso de uma grande sala de concertos. A segunda noite trouxe um total
de seiscentas pessoas, 400 brancos e 200 negros”.[38]
Thomas Coke logo enfrentou a oposição da aristocracia quando um bando de homens
brancos bêbedos entrou gritando no local onde ele pregava para cerca de 400
brancos e 200 negros.
Foi defendido por Touro e Mary Ann Smith, que
pegaram um par de tesouras e exclamaram: “Agora você pode fazer o que quiser,
mas o primeiro homem que puser a mão violenta nele terá esta tesoura empurrada
em seu coração”.
Os molestadores recuaram resmungando. Em 1789,
chegou o primeiro missionário, o reverendo William Hammett. Foi aberta uma
célula com oito pessoas negras, brancas, pardas, escravas ou livres. Mary Ann
Smith era a líder. [39]
Thomas Coke também
visitou a ilha holandesa Sint Eustatius. Ele “foi saudado por vários negros
livres quando desembarcou na ilha holandesa de Sint Eustatius em 24 de janeiro
de 1787”.[40]
Liderança nas Missões
Em 1790, Thomas Coke também participou da última conferência com a
presença de John Wesley em Bristol. Ele Coke “nomeado para chefiar o primeiro
comitê missionário metodista (ele mais tarde foi nomeado seu presidente, após a
revisão da organização em 1804). ‘Eu imploro de porta em porta’, disse ele a
seus amigos sem constrangimento, e doou a riqueza de sua família ao esforço
missionário. A partir de 1792, ele liderou o envio de missionários pioneiros
para a maioria das ilhas nas Índias Ocidentais, bem como para novas missões em
Serra Leoa, Nova Escócia, Irlanda e França”.[41]
Em 1800, como parte do trabalho da Conexão Metodista, Coke “foi o
principal responsável por estabelecer o Metodismo Wesleyano Galês como parte do
trabalho missionário da conexão Metodista, da mesma forma que pregadores foram
enviados em sua iniciativa para pregar em Erse, na Irlanda, em 1799”.[42]
Estabeleceu uma missão em Gibraltar, em 1803.
Viajou cinco anos pela causa de missões metodistas, incluindo uma visita a
Serra Leoa.
Pregou sempre com veemência contra a
escravidão na América.
Thomas Coke se casou no dia 1º de abril de
1805 com Penelope Goulding Smith, uma mulher rica que gastou sua fortuna em
missões. Ela faleceu em 1811. Thomas Coke se casou novamente com Anne Loxdale, que faleceu em 1812.[43]
Além dessas perdas,
foram “enormes dificuldades das viagens que empreendeu, tanto por terra como
por mar. Em terra, havia árduas jornadas a cavalo por vastas florestas e rios
largos, às vezes cheios de enchentes. No mar, muitos dias - e às vezes meses -
foram passados em pequenos veleiros de madeira, com a ferocidade dos
vendavais do meio do Atlântico para enfrentar”.[44]
Reconhecimento
e legado
Thomas Coke publicou diversos livros, dentre eles: Comentários da Bíblia Sagrada; Uma história
das Índias Ocidentais (1808-1811); Uma vida de John Wesley (com Henry Moore,
1792); Ata de 1784, Conferencia da Igreja Metodista Episcopal na América, etc. [45]
Thomas Coke esperava abrir missões metodistas
nas Índias Orientais. Partiu para o Ceilão em 30 de dezembro de 1813 pagando
suas próprias despesas.
Ele morreu aos 66 anos após quatro meses no
mar a caminho do Ceilão (Sri Lanka). Morreu no dia 3 de maio de 1814 a bordo de
um navio, no Oceano Índico, onde também foi sepultado.[46]
O desejo de evangelizar o Ceilão (hoje Sri
Lanka) de Thomas Coke não foi em vão. Ele é reconhecido pela Igreja Metodista do
Sri Lanka como o “principal responsável pela missão no exterior ao Ceilão
(atual Sri Lanka) que zarpou do porto de Portsmouth em 30 de dezembro de 1813.
Durante a viagem, Coke adoeceu, morreu e foi enterrado no mar em 3 de maio de
1814. James Lynch, Thomas Hall Squance, William Ault, George Erskine e Benjamin
Clough chegaram a Galle em 29 de junho de 1814”.[47]
Os companheiros de Thomas Coke logo iniciaram
a missão. Eles se espalharam para diferentes lugares do país.
Em dezembro de 1816 foi concluída e aberta
para adoração a capela chamada de The Wesleyan Mission House.
A educação foi um ponto forte dos missionários
metodistas. Trabalharam com crianças por todo o país, criaram lar para órfãos,
lar para idosos e creches.
Outros missionários chegam depois. Publicaram
livros. Em 1834, os missionários fundaram o Colégio Feminino de Vembadi. “Junto
com Pandit Arumuga Navalar, Peter Percival traduziu a Bíblia para o Tamil. Ele
também escreveu o Dicionário Anglo-Tamil (1838), que junto com sua Coleção de
Provérbios em Tamil com sua tradução em Inglês foi publicado pela Jaffna Book
Society”.[48]
Thomas Coke havia expressado o desejo de ser
enterrado na catedral de sua cidade natal, Brecon, no País de Gales. Então, uma
grande placa memorial de ardósia na catedral dá testemunho de sua fé e serviço.[49]
Francis Asbury descreveu Thomas Coke como “um
cavalheiro, um estudioso, um bispo para nós; e como um ministro de Cristo, em
zelo, em trabalhos, em serviços, o maior
homem do século passado”.[50]
Thomas Coke durante muito
tempo “foi o principal promotor e pioneiro das missões metodistas estrangeiras.
Nomeado por John Wesley como co-superintendente com Francis Asbury da Igreja
Metodista na América (onde eram conhecidos como Bispos), Coke fez dezoito
viagens transatlânticas, visitou treze ilhas caribenhas, presidiu muitas
conferências irlandesas e organizou sozinho o recrutamento, viagens e apoio dos primeiros
missionários”.[51]
Um dos livros sobre Thomas
Coke o denomina de apóstolo: “Thomas Coke: Apostolo do Metodismo” de John A.
Vicke, 2013.
Ele também é chamado de Pai
das Missões Metodistas.[52]
[1] ENSLEY, Francis
Gerald. João Wesley o Evangelista. São Paulo: Imprensa Metodista. 1960, p.8.
[2]
www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html
[3] https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
[4]
https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
[5]
www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html
[6]
https://www.umc.org/en/content/methodisms-american-saint-bishop-francis-asbury
[7] LUCCOCK, Haldord E.
Linha de Esplendor sem fim. Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista
do Brasil, p.39.
[8]
http://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
[9] LUCCOCK, Haldord E.
Linha de Esplendor sem fim. Op.cit.,p.39.
[10]
www.musicaeadoracao.com.br/livros/mus_adv_etern/mus_adv_etern1.htm
[11] LUCCOCK, Haldord E.
Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.
[12]
www.victorshepherd.on.ca/Heritage/francis.htm
[13]
www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html
[14]
http://pt.wikipedia.org/
[15] http://findarticles.com/p/articles/mi_qn4188/is_20060708/ai_n16529217/pg_2. Segundo o Rev. Steve Goodier da Igreja
Metodista Unida de Salt Lake.
[16]
www.worldmethodist.org
[17]
https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury
[18] Idem.
[19]
https://asburyseminary.edu/
[20]
www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html -
[21] LUCCOCK, Haldord E.
Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.
[22] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/
[23]
https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/
[25]
https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/
[26]
http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf
[27] HEITZENHATER,
Richard P., Ibidem, p p.287.
[28] WESLEY, João.
Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.165.
[29] HEITZENHATER,
Richard P., cit, p.287.
[30]
http://www.bu.edu/missiology/gilbert-anne-hart-1768-1833/
[32] www.methodistheritage.org.uk/missionary-history-neal-in-the-beginning-2011.pdf
[34]
https://www.localprayers.com/DM/Roseau/138256516537928/Dominica-Circuit-of-the-Methodist-Church-in-the-Caribbean-and-the-Americas
[36] Idem.
[39] http://jamaicamethodist.org/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=27http://jamaica-gleaner.com/gleaner/20060122/out/out3.htmlhttps://sites.google.com/site/beemethodistjamaica/history-of-the-methodists-in-jmhttp://jis.gov.jm/kingston-heritage-sites/
[41]http://www.bu.edu/missiology/missionary-biography/c-d/coke-thomas-1747-1814/
[42]
https://biography.wales/article/s-COKE-THO-1747?&query=Lewis%20Owen&sort=sort_name&page=6
[43]
https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Coke_(bishop)
[44]
http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf
[45]
https://www.goodreads.com/author/list/2842681.Thomas_Coke
[46] https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Coke_(bishop)
[47] https://en.wikipedia.org/wiki/Methodist_Church_in_Sri_Lanka
[48]
Idem.
[49]
http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations.htm
[50] Idem.
[51]
http://www.methodistheritage.org.uk/missionaryhistory-overview.htm
[52] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/
Comentários
Postar um comentário