A paixão de Asbury e Thomas Coke pelas Missões


 

Francis Asbury e Thomas Coke estabeleceram o metodismo em diversos lugares e países

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

 


 


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 Tradutor: Google

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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

É escritor, poeta e youtuber.

Toda glória seja dada ao Senhor

 


Índice

 

 

·       Introdução 

·       O impacto do metodismo na América

·       Francis Asbury, o apóstolo metodista na América

·       Thomas Coke, Pai das missões do metodismo 

 


Introdução

 

 

“A paixão de Asbury e Thomas Coke pelas Missões” é um livro que relata as atividades de Francis Asbury e Thomas Coke estabelecendo o metodismo em diversos lugares e países. Eles procuraram cumprir a vocação dada por Deus a Wesley que incluía levar a santidade bíblica por toda a terra.

A diferença de idade entre os dois era de apenas dois anos. Eles morreram indo em viagem de missões. Também a diferença entre o ano que morreram foi de dois anos.

Asbury decidiu não se casar. Coke se casou duas vezes, mas no final da vida estava sozinho. Suas duas esposas morreram.

O que tinham em comum é que deram a vida pelo Reino de Deus e pelo metodismo. Abraçaram com entusiasmo e abnegação a doutrina metodista e a sua vocação de espalhar a santidade bíblica por toda a Terra.

Foram muito além do seu tempo. Nada os impedia de semear a Palavra. Eram destemidos e amavam ao Senhor de todo o coração. Deixaram um grande legado.

O Autor


O impacto do metodismo na América

 

 

O impacto do despertamento metodista foi imenso na América. No fim do século XVIII, “o Metodismo tinha saltado o Atlântico e quase 65 mil norte-americanos consideravam-se seguidores de Wesley.

O crescimento do metodismo nos Estados Unidos mostra a rapidez com que o movimento wesleyano avançava.

Em 1773, havia 1.160 metodistas arrolados nos relatórios da conferência.

Em 1784, o ano da histórica Conferência de Natal, em Baltimore, o número era 14.988. Seis anos depois, o recenseamento mostrava que esse número havia quase quadruplicado, chegando a 57.631. De 1773 a 1790, a população da América, aumentada pela imigração, havia crescido 75 por cento, enquanto o número de metodistas havia aumentado mais de 5.500 por cento.”[1]

Em 1784, João Wesley nomeou dois pregadores metodistas da Inglaterra para assumirem a superintendência na América: Francis Asbury e Thomas Coke, que viriam a ser os principais líderes do metodismo, na época.

Francis Asbury expandiu o metodismo nos EUA e é considerado o apóstolo do metodismo na América. Já Thomas Coke começou a expansão do metodismo por diversos lugares e países. Ele é considerado o Pai das Missões no metodismo.

  


Francis Asbury, o apóstolo metodista na América

 

Sua infância

Francis Asbury (1745-1816) nasceu na Inglaterra. Era de uma família anglicana e durante muito tempo foi aprendiz de ferreiro.

Era filho de Elizabeth e Joseph Asbury.

“Ele e sua mãe passaram a assistir às reuniões metodistas. A devoção de sua mãe à religião deu a Asbury uma nova dimensão espiritual. Aos sete anos, ele já lia a Bíblia. Seus pais abriram a casa para trabalhos religiosos envolvendo-o mais na vida espiritual”. [2]

Francis Asbury foi ridicularizado na escola que frequentou em Snail's Green, um vilarejo próximo. Ele não se dava bem com seus colegas alunos que zombavam dele por causa das crenças religiosas de sua mãe.[3]

Aos 13 anos, teve seu primeiro emprego servindo para a pequena nobreza local, a quem mais tarde descreveu como uma das famílias mais ímpias da paróquia.[4]

Aos 18 anos, ele se transformou num pregador e viajou extensamente.[5]

Seu encontro com Wesley e ministério

Aos 22 anos, aceitou o convite de Wesley para ser missionário na América. John Wesley o nomeou para servir como missionário entre os assentamentos americanos. Ele se tornou uma vida na estrada e Asbury nunca se casou.[6]

Para viajar, foi preciso uma “coleta” de alguns amigos, pois Asbury não tinha dinheiro.

Após a guerra da independência, em 1784, Wesley o nomeou, juntamente com Thomas Cock, como co-superintendentes do metodismo na América.

Ele pregou cerca de 16.500 sermões e expandiu o metodismo para Tennessee e Kentucky.

Era muito organizado. “Tinha uma espantosa capacidade prática, seu gênio de organização, sua consumidora devoção à extensão do evangelho, sua coragem e energia infindáveis - tudo contribuiu para esta realização.”[7]

Mais tarde, utilizou o termo “Bispo” para si. Organizou escolas, aos domingos, onde as crianças foram ensinadas na leitura, escrita e aritmética.[8]

Asbury veio a ser a mais importante figura no metodismo americano. A devoção aos princípios e teologia wesleyanos modelou o metodismo na América do Norte.

Com a volta de Thomas Cooke à Inglaterra, Asbury assumiu as rédeas do metodismo. Ele “viajou extensamente através dos Estados Unidos, promovendo a causa metodista e liderou a organização oficial dessa denominação em 1784. Pelo fato de ter percorrido mais de 450 mil km, em grande parte a cavalo, ele conheceu o interior americano melhor que qualquer um dos seus contemporâneos e foi também o homem mais conhecido do seu tempo. Quando Asbury chegou aos Estados Unidos, em 1771, somente quatro missionários metodistas davam assistência à cerca de 300 pessoas. Quando ele faleceu, havia 2 mil pastores e mais de 200 mil metodistas no país.”[9]

Em 1800, teve início, com Francis Asbury, o primeiro pregador itinerante (circuit rider), no Kentucky, o período dos reavivamentos e “camp meetings” (reuniões campais).[10]

Ele “ultrapassou o próprio João Wesley, viajando em quarenta e cinco anos, somente a cavalo ou andando, mais de quatrocentos e setenta mil quilômetros, a maior parte por caminhos desertos. Atravessou as Montanhas Alegânis mais de sessenta vezes.”[11]

Enfrentou toda sorte de adversidades e doenças, como febres, úlceras, reumatismo crônico, mas nunca desistiu. No final de sua vida, insistiu numa viagem a Baltimore, onde haveria uma conferência, mas não resistiu e faleceu sentado numa cadeira e reclinado num jovem pregador, que viajara com ele.[12]

Veja em percentagem o grande crescimento nos EUA como fruto do trabalho de Francis Asbury e de outros metodistas:[13]

1776

 

1850

 

Congregacionais

20,4%

Metodistas

34,2%

Presbiterianos

19,0

Batistas

20,5

Batistas

16,9

Católicos romanos

13,9

Episcopais

15,7

Presbiterianos

11,6

Metodistas

2,5

Congregacionais

4,0

Católicos romanos

1,8

Episcopais

3,5

       

A Igreja Metodista Unida tem cerca de 8,5 milhões. Em todos os estados norte-americanos o metodismo está nos três primeiros lugares entre os evangélicos. Na maior parte, está em segundo lugar. Veja a estatística em alguns estados norte-americanos:

          - Oklahoma: 32% (a maior denominação);

          - Virgínia Ocidental: 8% (a segunda denominação);

          - Arkansas: 9% (a segunda denominação);

           - Iowa: 14% (a segunda denominação);

           - Idaho: 10% (primeira, junto com a Igreja Batista);

           - Delaware: 21% (a segunda denominação);

           - Kansas: 14% (primeira, junto com a Batista);

            - Pensilvânia: 10% (primeira, junto com a Batista),[14] etc.

Hoje, o metodismo é muito predominante no meio oeste. Uma “avaliação mostrou mais igrejas metodistas nos Estados Unidos do que agências dos correios”.[15]

No mundo, a família metodista de tradição wesleyana tem 70 milhões de membros em 130 países.[16]

Seu legado

São inumeráveis as homenagens a Francis Asbury nos EUA e em outras partes do mundo.

Dentre elas, estão: “A Igreja Asbury AME em Chester, Pensilvânia, foi fundada em 1845 e rebatizada em homenagem a Asbury em 1863;

• Uma estátua, Francis Asbury, foi erguida em Washington, D.C. em 1921;

• Uma estátua de Francis Asbury a cavalo foi erguida na Drew University em Madison, NJ;

• A trilha Francis Asbury no Lago Junaluska, NC foi construída por volta de 1930;

• Muitas cidades e vilas possuem uma Igreja Metodista Unida Asbury;

• A primeira Igreja Metodista no norte da China, a Igreja Asbury em Pequim, construída em 1870 pelo Rev. Hiram Harrison Lowry, recebeu o nome de Asbury. Hoje a igreja é conhecida como Igreja Chongwenmen”.[17]

• “Sua casa de infância ainda está de pé e está aberta como o museu Bishop Asbury Cottage”.[18]

• Seminário Teológico Asbury, nos EUA.[19]

Francis Asbury foi chamado de “Apóstolo do metodismo na América”. Como reconhecimento, em 1924 foi colocado sua estátua em Washington. O Presidente dos EUA disse que ele foi um dos construtores da Nação norte-americana. Faleceu aos 71 anos de idade, [20] após pregar cerca de 50 anos.

Na estátua de Asbury está escrito: “Se você quiser ver os resultados de seus trabalhos, você os encontrará em nossa civilização cristã.”[21]

 

Thomas Coke,

Pai das missões do metodismo

 

Sua formação e experiência

Ele era filho único e viveu entre 1747-1814. Thomas Coke nasceu em Brecon, Brecknockshire, País de Gales.

Seu pai era “um cirurgião rico e influente. Sua educação inicial incluiu educação preparatória antes de ser colocado sob a tutela do Rev. Griffiths até sua entrada no Jesuit College of Oxford aos dezessete anos”.[22]

Thomas foi eleito conselheiro aos 22 anos e, um ano depois, em 1770, eleito oficial de justiça.

Recebeu ordens anglicanas em 1772 e o diploma de doutor em leis.

Ele, entretanto, não tinha ainda tido um encontro com Cristo e se convertido genuinamente.

“Em sua busca, Coke acabou se convencendo de que a ênfase metodista na justificação pela fé e no testemunho do Espírito era verdadeira. Pregando em South Pemberton, a verdade da redenção mostrada cada vez mais em seu próprio coração, ele logo se converteu genuinamente”.[23]

Ele passou a subir ao púlpito e pregar de improviso e sua mensagem tocou em alguns corações que foram despertados, mas suas mensagens também traíram a ira de algumas pessoas e do bispo. Acabou expulso.

Em 13 de agosto de 1776, Wesley registrou no seu diário que havia se encontrado com um jovem clérigo que havia viajado 30 quilômetros para se encontrar com ele.

O primeiro encontro de Thomas Coke com Wesley foi decepcionante. “Em 13 de agosto de 1776, Coke encontrou o Rev’d John Wesley pela primeira vez e esperava uma oferta de emprego como Pregador Metodista, para sua decepção, Wesley o aconselhou a retornar à sua Curacy. Em um ano, Cock foi expulso de sua paróquia quando ficou evidente que ele a dirigia como um circuito metodista. Em desespero, ele foi até Wesley para apresentar seu caso e foi aconselhado a ‘ir pregar o evangelho a todo o mundo. Thomas Coke tornou-se um valioso ajudante para Wesley e foi fundamental para o início da Igreja Metodista Episcopal, e logo se tornou um de seus Bispos”.[24]

No seu diário Wesley disse que havia conversado muito com ele e afirmou que havia começado uma união que ele acreditava que nunca terminaria.  Em 19 de agosto de 1777, Wesley escreveu: “Eu fui para Taunton, com o Dr. Coke, que, sendo demitido de sua curadoria, se despediu de seu nome honorável e está determinado a lançar sua sorte conosco”. Dr. Coke iria investir toda sua energia, fortuna e vida com os metodistas”.[25]

Wesley o considerava seu “braço direito” e foi chamado “ministro das Relações Exteriores do Metodismo” por sua paixão missionária.

Inicialmente, Thomas Coke “se manteve ocupado viajando a cavalo pelo país, usando seu treinamento jurídico para trabalhar em nome de Wesley para resolver os problemas que surgiram quando o movimento metodista começou a desenvolver uma existência própria”.[26]

Ele se tornou o primeiro presidente da Conferência Irlandesa dos metodistas em 1782.

Juntamente com Francis Asbury, Wesley ordenou Thomas Coke, em 1784, como superintendentes da Igreja Metodista nas colônias americanas, com o poder de ordenar outros superintendentes no Novo Mundo.

Em 1784, Wesley pediu voluntários para acompanhar Thomas Coke na América. Ele escolheu Thomás Vazey e Richard Whatcoat.[27]

Wesley registrou em seu Diário, no dia 31 de agosto de 1784:

 “O Dr. Coke, Sr. Whatcoat e Sr. Vazey chegaram de Londres com o fim de embarcar para a América. Quarta-feira, 1º de setembro. Estando agora esclarecido na minha própria mente tomei agora um passo que me pesara por muito tempo, e nomeei o Sr. Whatcoat e Sr. Vazey para irem servir às ovelhas desconsoladas na América”.[28]

Em 1784, no dia primeiro de setembro, Whatcoart e Vasey são nomeados por Wesley como diáconos na América. Logo depois, foram ordenados presbíteros. Thomas Coke foi nomeado como superintendente na América.[29]

Thomas Coke pregou em Paris. Promoveu a criação de Missões na Escócia e Canadá. Após seu navio mudar de curso numa tempestade, chegou, em I786, a Antígua, no Caribe, onde encontrou uma congregação metodista composta quase só de negros.

“O Dr. Thomas Coke, fundador e diretor de missões estrangeiras dentro do Metodismo, visitou Antígua em 1786. Durante sua visita, Anne Hart Gilbert e sua irmã, Elizabeth Hart, converteram-se ao Metodismo após seu batismo na fé”.[30]

As irmãs Hart foram líderes da Igreja Metodista e na luta contra a escravidão.

O Plano de Missões e o pioneirismo de Thomas Coke no Caribe

 

É importante ressaltar a importância de Thomas Coke no desenvolvimento do metodismo no Caribe.

Em 12 de março de 1786 ele propôs um movimento de Missões para o metodismo. Ele fez uma carta introdutória para João Wesley e imprimiu um panfleto de doze páginas propondo um movimento para Missões.

Wesley aprovou o que seria chamado de 'Missões Locais' e 'Missões Estrangeiras.

O Plano de Missões tinha esses objetivos:

O primeiro objetivo foi estabelecer e apoiar uma missão nas terras altas e nas ilhas adjacentes da Escócia.

O segundo objetivo foi um projeto de língua francesa. O propósito era “para cuidar e continuar o trabalho ... em nossas ilhas de Jersey e Guernsey.' A Igreja Episcopal Metodista dos EUA havia começado a trabalhar na Nova Escócia, Quebec e Newfoundland”.

Thomas Coke queria enviar missionários para as províncias na América e na ilha de Newfoundland.

Ele destacou o trabalho nas Índias Ocidentais e o ministério de John Baxter entre os escravos negros de Antígua e as possibilidades em São Cristóvão. O terceiro objetivo era estabelecer e apoiar missões nas ilhas das Índias Ocidentais. [31]

Thomas Coke visitou Anguila, no Caribe, em 1786. Pregou e batizou.

A libertação dos escravos ainda não havia chegado à Inglaterra e nem à Antigua. Um movimento grande a favor da abolição dos escravos em Antigua só começou de fato com as irmãs Elizabeth Hart Thwaites (1772-1833) e Anne Hart Gilbert (1773-1833), que foram batizadas por Thomas Coke, em 1786, e se tornaram lideres metodistas. Elas foram educadoras, escritoras e abolicionistas.

Em 1786, homens e mulheres de raça mista que eram ex-escravos e servos, foram pioneiros metodistas em St Kitts, São Cristovão.  Thomas Coke visitou St Kitts, em 16 de janeiro de 1787.[32]

Thomas Coke também visitou uma ilha holandesa. Ele “foi saudado por vários negros livres quando desembarcou na ilha holandesa de Sint Eustatius em 24 de janeiro de 1787”.[33]

Prosseguindo sua viagem missionária, Thomas Coke chegou a Dominica, no Caribe, em 5 de janeiro de 1787 o “Dr. Thomas Coke com três outros pregadores metodistas itinerantes, John Baxter e William Hammet, chegaram à Dominica, desembarcando em Portsmouth. O capitão do saveiro havia lhes falado sobre um simpático fazendeiro chamado Burn, e eles o procuraram imediatamente após o desembarque. Ele os deu as boas-vindas e os encorajou a começar uma missão na ilha. Coke e seu grupo seguiram para Roseau, onde encontraram uma mulata - a Sra. Webley - que havia se convertido em Antígua sob a pregação de John Baxter. Ela abriu sua casa para os missionários e foi lá que Cock pregou para um público lotado”.[34]

Nem sempre foi fácil para os missionários.  A malária e a febre amarela mataram diversos deles. Oito dos dez primeiros missionários morreram em pouco tempo. Durante anos, a Sra. Webley manteve funcionando a Sociedade.

Procedeu a Thomas Coke na ilha holandesa um negro que serviu e foi companheiro de viagem de ao Francis Asbury na América, Harry Hosier.[35]

Para Thomas Coke, Harry Hosier era um dos maiores pregadores do mundo: “Às vezes aviso imediatamente após a pregação, que, em pouco tempo, Harry pregará para os negros; mas os brancos sempre ficam para ouvi-lo. Às vezes eu o publico para pregar à luz de velas, porque os negros podem assistir melhor naquela hora. Eu realmente acredito que ele é um dos melhores pregadores do mundo, há um poder incrível em sua pregação, embora ele não saiba ler; e ele é uma das criaturas mais humildes que já vi”.[36]

Ele pode ser considerado um missionário pioneiro afro-americano. Sugere-se que ele seja o primeiro metodista afro-americano a ser um missionário.

Thomas Coke levou o Evangelho à Jamaica, em 1789.

E foi a providencia de Deus que conduziu Thomas Coke à Jamaica. Não era seu plano, mas sim de Deus. Uma tempestade o levou à Jamaica. Ele havia deixado a “Inglaterra em 24 de setembro de 1786 com destino aos EUA levando três missionários para sua estação. No caminho, seu barco foi engolfado por uma tempestade, fazendo com que ele se desviasse do curso. Ainda no mar em dezembro, Coke e seus companheiros quase foram lançados ao mar como comida de peixe porque foram considerados um mau presságio. No início da manhã de Natal, o barco deles chegou ao porto de St. John em Antígua, a mais de 3.000 quilômetros de seu destino, a Nova Escócia.”[37]

E mais uma vez entrou a providencia de Deus e portas improváveis se abriram para Thomas Coke e o metodismo. Um cavaleiro lhe deu as boas-vindas, outro lhe ofereceu sua casa para os cultos e um católico romano lhe ofereceu uma sala de concerto para suas pregações.

“Tendo desembarcado em Port Royal em 17 de janeiro de 1789. Ele recebeu as calorosas boas-vindas de um certo Sr. Fishley, o mestre Calafate do estaleiro a quem apresentou sua carta de apresentação. O primeiro sermão de Coke foi diante de uma grande congregação na casa de um certo Sr. Treble em Kingston. A casa do Sr. Treble era pequena e, portanto, o Sr. Burn, um cavalheiro católico romano, deu-lhe o uso de uma grande sala de concertos. A segunda noite trouxe um total de seiscentas pessoas, 400 brancos e 200 negros”.[38]

Thomas Coke logo enfrentou a oposição da aristocracia quando um bando de homens brancos bêbedos entrou gritando no local onde ele pregava para cerca de 400 brancos e 200 negros.

Foi defendido por Touro e Mary Ann Smith, que pegaram um par de tesouras e exclamaram: “Agora você pode fazer o que quiser, mas o primeiro homem que puser a mão violenta nele terá esta tesoura empurrada em seu coração”.

Os molestadores recuaram resmungando. Em 1789, chegou o primeiro missionário, o reverendo William Hammett. Foi aberta uma célula com oito pessoas negras, brancas, pardas, escravas ou livres. Mary Ann Smith era a líder. [39]

Thomas Coke também visitou a ilha holandesa Sint Eustatius. Ele “foi saudado por vários negros livres quando desembarcou na ilha holandesa de Sint Eustatius em 24 de janeiro de 1787”.[40]

Liderança nas Missões

Em 1790, Thomas Coke também participou da última conferência com a presença de John Wesley em Bristol. Ele Coke “nomeado para chefiar o primeiro comitê missionário metodista (ele mais tarde foi nomeado seu presidente, após a revisão da organização em 1804). ‘Eu imploro de porta em porta’, disse ele a seus amigos sem constrangimento, e doou a riqueza de sua família ao esforço missionário. A partir de 1792, ele liderou o envio de missionários pioneiros para a maioria das ilhas nas Índias Ocidentais, bem como para novas missões em Serra Leoa, Nova Escócia, Irlanda e França”.[41]

Em 1800, como parte do trabalho da Conexão Metodista, Coke “foi o principal responsável por estabelecer o Metodismo Wesleyano Galês como parte do trabalho missionário da conexão Metodista, da mesma forma que pregadores foram enviados em sua iniciativa para pregar em Erse, na Irlanda, em 1799”.[42]

Estabeleceu uma missão em Gibraltar, em 1803. Viajou cinco anos pela causa de missões metodistas, incluindo uma visita a Serra Leoa.

Pregou sempre com veemência contra a escravidão na América.

Thomas Coke se casou no dia 1º de abril de 1805 com Penelope Goulding Smith, uma mulher rica que gastou sua fortuna em missões. Ela faleceu em 1811. Thomas Coke se casou novamente com  Anne Loxdale, que faleceu em 1812.[43]

Além dessas perdas, foram “enormes dificuldades das viagens que empreendeu, tanto por terra como por mar. Em terra, havia árduas jornadas a cavalo por vastas florestas e rios largos, às vezes cheios de enchentes. No mar, muitos dias - e às vezes meses - foram passados ​​em pequenos veleiros de madeira, com a ferocidade dos vendavais do meio do Atlântico para enfrentar”.[44]

Reconhecimento e legado

Thomas Coke publicou diversos livros, dentre eles:  Comentários da Bíblia Sagrada; Uma história das Índias Ocidentais (1808-1811); Uma vida de John Wesley (com Henry Moore, 1792); Ata de 1784, Conferencia da Igreja Metodista Episcopal na América,  etc. [45]

Thomas Coke esperava abrir missões metodistas nas Índias Orientais. Partiu para o Ceilão em 30 de dezembro de 1813 pagando suas próprias despesas.

Ele morreu aos 66 anos após quatro meses no mar a caminho do Ceilão (Sri Lanka). Morreu no dia 3 de maio de 1814 a bordo de um navio, no Oceano Índico, onde também foi sepultado.[46]

O desejo de evangelizar o Ceilão (hoje Sri Lanka) de Thomas Coke não foi em vão. Ele é reconhecido pela Igreja Metodista do Sri Lanka como o “principal responsável pela missão no exterior ao Ceilão (atual Sri Lanka) que zarpou do porto de Portsmouth em 30 de dezembro de 1813. Durante a viagem, Coke adoeceu, morreu e foi enterrado no mar em 3 de maio de 1814. James Lynch, Thomas Hall Squance, William Ault, George Erskine e Benjamin Clough chegaram a Galle em 29 de junho de 1814”.[47]

Os companheiros de Thomas Coke logo iniciaram a missão. Eles se espalharam para diferentes lugares do país.

Em dezembro de 1816 foi concluída e aberta para adoração a capela chamada de The Wesleyan Mission House.

A educação foi um ponto forte dos missionários metodistas. Trabalharam com crianças por todo o país, criaram lar para órfãos, lar para idosos e creches.

Outros missionários chegam depois. Publicaram livros. Em 1834, os missionários fundaram o Colégio Feminino de Vembadi. “Junto com Pandit Arumuga Navalar, Peter Percival traduziu a Bíblia para o Tamil. Ele também escreveu o Dicionário Anglo-Tamil (1838), que junto com sua Coleção de Provérbios em Tamil com sua tradução em Inglês foi publicado pela Jaffna Book Society”.[48]

Thomas Coke havia expressado o desejo de ser enterrado na catedral de sua cidade natal, Brecon, no País de Gales. Então, uma grande placa memorial de ardósia na catedral dá testemunho de sua fé e serviço.[49]

Francis Asbury descreveu Thomas Coke como “um cavalheiro, um estudioso, um bispo para nós; e como um ministro de Cristo, em zelo, em trabalhos, em serviços, o maior homem do século passado”.[50]

Thomas Coke durante muito tempo “foi o principal promotor e pioneiro das missões metodistas estrangeiras. Nomeado por John Wesley como co-superintendente com Francis Asbury da Igreja Metodista na América (onde eram conhecidos como Bispos), Coke fez dezoito viagens transatlânticas, visitou treze ilhas caribenhas, presidiu muitas conferências irlandesas e organizou sozinho o recrutamento, viagens e apoio dos primeiros missionários”.[51]

Um dos livros sobre Thomas Coke o denomina de apóstolo: “Thomas Coke: Apostolo do Metodismo” de John A. Vicke, 2013.

Ele também é chamado de Pai das Missões Metodistas.[52]

 

 


 



[1] ENSLEY, Francis Gerald. João Wesley o Evangelista. São Paulo: Imprensa Metodista. 1960, p.8.

[2] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html

[3] https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury 

[4] https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury

[5] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html

[6] https://www.umc.org/en/content/methodisms-american-saint-bishop-francis-asbury

[7] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do Brasil, p.39.

[8] http://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury

[9] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit.,p.39.

[10] www.musicaeadoracao.com.br/livros/mus_adv_etern/mus_adv_etern1.htm

[11] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.

[12] www.victorshepherd.on.ca/Heritage/francis.htm

[13] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html

[14] http://pt.wikipedia.org/

[15] http://findarticles.com/p/articles/mi_qn4188/is_20060708/ai_n16529217/pg_2.  Segundo o Rev. Steve Goodier da Igreja Metodista Unida de Salt Lake.

[16] www.worldmethodist.org

[17] https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Asbury

[18] Idem.

[19] https://asburyseminary.edu/

[20] www.scit.wlv.ac.uk/bct/asbury/asbury2.html -

[21] LUCCOCK, Haldord E. Linha de Esplendor sem fim. Op.cit, p.39.

[22] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/ 

[23] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/

[25] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/

[26] http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf

[27] HEITZENHATER, Richard  P., Ibidem, p p.287.

[28] WESLEY, João. Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.165.

[29] HEITZENHATER, Richard P., cit, p.287.

[30] http://www.bu.edu/missiology/gilbert-anne-hart-1768-1833/

[32] www.methodistheritage.org.uk/missionary-history-neal-in-the-beginning-2011.pdf 

[34] https://www.localprayers.com/DM/Roseau/138256516537928/Dominica-Circuit-of-the-Methodist-Church-in-the-Caribbean-and-the-Americas

[36] Idem.

[41]http://www.bu.edu/missiology/missionary-biography/c-d/coke-thomas-1747-1814/

[42] https://biography.wales/article/s-COKE-THO-1747?&query=Lewis%20Owen&sort=sort_name&page=6

[43] https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Coke_(bishop)

[44] http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations-readings-from-brecon-cathedral-0514.pdf

[45] https://www.goodreads.com/author/list/2842681.Thomas_Coke

[46] https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Coke_(bishop)

[47] https://en.wikipedia.org/wiki/Methodist_Church_in_Sri_Lanka

[48] Idem.

[49] http://www.methodistheritage.org.uk/thomas-coke-memorial-celebrations.htm

[50] Idem.

[51] http://www.methodistheritage.org.uk/missionaryhistory-overview.htm

[52] https://holyjoys.org/the-legacy-of-thomas-coke-the-father-of-methodist-missions-part-1/

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