Wesley e o Batismo
Cristão
Odilon Massolar
Chaves
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Google
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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia
e História pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século
XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de
Teologia.
É escritor, poeta e youtuber.
Toda glória seja dada ao Senhor.
(Wesley)
Índice
·
Introdução
·
O Batismo Cristão
·
Wesley e a prática do batismo
·
O batismo registrado no diário de Wesley
·
Carlos Wesley e sua prática de batismo
·
O batismo de crianças
“Wesley e o Batismo Cristão” é um livro sobre o fundamento, prática e a defesa de Wesley sobre as formas de batismo cristão e o batismo de crianças.
Wesley se baseava na leitura da Bíblia no original grego, pesquisa nos chamados Pais Apostólicos e escritos de homens santos em sua época.
Neste livro, abordamos a prática de batismo registrada nos diários de João e Carlos Wesley.
Um livro que poderá surpreender alguns sobre a prática de Wesley revelando uma dificuldade sobre o batismo de crianças quando ele estava em Savannah.
Recorremos aos chamados Pais Apostólicos em nossa pesquisa.
Deus te dê um coração
aberto para entender a prática de João, Carlos Wesley e dos argumentos dos Pais
Apostólicos na defesa do batismo de crianças.
O Autor
O Batismo Cristão
“Digo pela lavagem,
imersão ou aspersão porque a Escritura não determina qual destes meios deve ser
usado”
O que é o batismo?
Wesley diz: “É o sacramento iniciatório que nos faz entrar na aliança com Deus.
* Foi instituído por
Cristo, o único que tem poder para instituir um sacramento adequado,
* Um sinal, um selo,
garantia e meio de graça,
* Perpetuamente obrigatório para todos os cristãos”.
A Bíblia não se preocupa com a forma. Apenas diz: “Quem crer e for batizado será salvo” (At 16.16).
Vamos agora ver as
três formas de batismo:
1. Aspersão
A aspersão consiste em jogar um pouco de água na cabeça da pessoa. Há vários acontecimentos na Bíblia que mostram esta prática:
- Ananias partiu, entrou na casa, impôs-lhe as mãos e disse: “Saulo, meu irmão, quem me envia é o Senhor, esse Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas ... A seguir, levantou-se e foi batizado” (At 9.17-19).
- O carcereiro de Filipos também foi batizado dentro da cadeia e não em um rio (At 16.31-33).
- É importante lembrar que a palavra batismo é usada para dizer que o Espírito Santo veio sobre a pessoa (At 1.5-8; 11.15-17).
2. Imersão
A imersão consiste em afundar a pessoa na água; há dois fatos na Bíblia que dão ideia de ser batismo por imersão;
- O batismo de João Batista (Mc 3.6).
- O batismo do eunuco (At 8.26-40).
3. Derramamento ou lavagem
Consiste em derramar água sobre a pessoa; há um fato na Bíblia que dá a impressão de ter havido este batismo: quando três mil pessoas foram batizadas num só dia (At 2.41).
Ezequiel 36.25 diz: “Derramarei água pura sobre vós e ficareis purificados ...”.
“A palavra “batismo” é usada para descrever a limpeza de panelas, copos e camas (Marcos 7:4)”
Para Wesley a água é administrada “lavando, mergulhando ou aspergindo’. Ele se apressa em acrescentar que não existe nenhum preceito bíblico para um desses métodos. E ele raciocina que não há nenhum significado expresso na palavra ‘batizar’ nas Escrituras que nos imponha um método específico. Isto é entendido quando Wesley observa como a palavra “batismo” é usada para descrever a limpeza de panelas, copos e camas (Marcos 7:4). Ele argumenta que embora uma panela e um copo possam ser imersos ou mergulhados em água para serem limpos, é ilógico presumir que as camas sejam limpas da mesma maneira”.[2]
Os elementos do Batismo:
* Jesus apenas disse:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todos as nações, batizando-os em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo”. (Mt
28.19).
Então, importa no
batismo:
- Batizar com água;
- Batizar em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo.
“Este selo de autoridade tem um valor significativo”
Para Wesley, o batismo é “um sinal da aliança que Deus nos deu através de Cristo, que ‘somente tem o poder de instituir’. Este selo de autoridade tem um valor significativo, pois é difícil recusar qualquer comando ou doutrina que venha de Deus através de Cristo. Portanto, pode-se dizer principalmente que Wesley entende o batismo como tendo origens e propósitos divinos”. [3]
A forma do batismo
Wesley afirma: “Digo
pela lavagem, imersão ou aspersão porque a Escritura não determina qual destes
meios deve ser usado quer por preceito expresso, quer por um exemplo claro que
o prove, quer ainda pela força ou pelo significado da palavra batizar”. [4]
Os benefícios do
batismo
“E a virtude deste dom gratuito, os méritos da vida e da morte de Cristo
nos são aplicados no batismo”
- Somos lavados da nossa culpa do pecado original
Wesley afirma: “... todos nascemos sobre a culpa do pecado de Adão ... E a virtude deste dom gratuito, os méritos da vida e da morte de Cristo nos são aplicados no batismo”. [5]
- Entramos na
aliança de Deus
Wesley diz: “Como a circuncisão era o meio de se entrar naquela aliança; o batismo o é agora”. [6]
- Somos feitos membros de Cristo
Wesley afirma: “Somos admitidos na Igreja pelo batismo e, consequentemente, feitos membros de Cristo, a sua cabeça (...). Pois, ‘todos os que são batizados em Cristo’- (Gal 3.27), isto é, são misticamente unidos e feitos um com Ele”. [7]
- Somos feitos
filhos de Deus
Wesley diz: “Sendo enxertados no corpo da Igreja de Cristo, somos feitos filhos de Deus pela adoção e pela graça”.[8]
Isto se baseia no seguinte: “Se um homem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5). Assim, pela água como um meio, a água do batismo, somos regenerados ou nascidos de novo, de onde o ser ele chamado também pelo apóstolo de ‘a lavagem da regeneração’ ”. [9]
- Somos herdeiros do Reino dos Céus
“Somos herdeiros do Reino dos Céus em consequência de sermos feitos filhos de Deus.”[10]
“O batismo nos salva se a nossa vida correspondê-lo, se nos arrependermos, crermos e obedecermos o Evangelho; supondo-se isso, como ele nos admite à Igreja daqui, assim também o somos na glória futura.” [11]
O Didaque e o batismo
O Didaquê “também chamado Instrução dos Doze
Apóstolos (transliterado em
grego Didache kyriou dia ton dodeka apostolon ethesin), ou Doutrina
dos Doze Apóstolos, é um escrito do século I sobre o catecismo cristão, constituído de dezesseis capítulos
(considerada com valor histórico e teológico). [12]
“Batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água corrente”
Há uma rápida referência ao batismo no Didaquê revelando que não era uma questão debatida ou que causava dúvida na época:
“No que diz respeito ao batismo, batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água corrente. Se não tens água corrente, batiza em outra água; se não puderes em água fria, faze-o em água quente. Na falta de uma e outra, derrama três vezes água sobre a cabeça em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Mas, antes do batismo, o que batiza e o que é batizado, e se outros puderem, observem um jejum; ao que é batizado, deverá impor um jejum de um ou dois dias (Didachē 7).”[13]
Wesley e a prática de batismo
“Um
Espírito, tendo uma fé, uma esperança, um batismo; um Deus e Pai de todos”
“O que é a Igreja?" [14]
Wesley
pergunta e responde:
“A Igreja católica ou universal
consiste de todas as pessoas no universo a quem Deus chamou do mundo
concedendo-lhes as qualidades acima referidas, ‘como sendo um corpo unido por um Espírito, tendo uma fé, uma esperança, um batismo; um
Deus e Pai de todos, que está acima de todos, através de todos e em todos”. [15]
“Batizei sete
adultos, dois deles por imersão”
Em Colchester, na quarta-feira,
dia 21 março de 1759, Wesley disse: “Batizei sete adultos, dois deles por
imersão; e à noite (os próprios ministros os expulsaram por irem ouvir os
metodistas) Administrei a Ceia do Senhor a eles, e muitos outros, a quem seus
vários professores haviam repelido pelo mesmo motivo”. [16]
O fundamento teológico do batismo
“Pela
lavagem, imersão ou aspersão porque a Escritura não determina qual destes meios
deve ser usado quer por preceito expresso”
O batismo e o novo nascimento
“Ele
insiste sobre o batismo de crianças que ele baseia sobre a graça salvadora, um
dos benefícios universais da expiação”
Para Wesley, “o batismo se relaciona com o novo nascimento e o exige
para que se torne efetivo, real. Ele insiste sobre o batismo de crianças que
ele baseia sobre a graça salvadora, um dos benefícios universais da expiação.
Wesley nunca cessou de enfatizar o dever da expiação. Wesley nunca cessou de
enfatizar o dever da comunhão frequente, desejando que sou povo participasse
dela pelo menos uma vez por semana”.[17]
O que é o batismo?
“A
Escritura não determina qual destes meios deve ser usado quer por preceito
expresso”
“É o sacramento iniciatório que nos faz entrar na aliança de Deus. Foi
instituído por Cristo o único que tem poder para instituir um sacramento
adequado, um sinal, um selo, garantia e meio de graça, perpetuamente
obrigatório para todos os cristãos. Não sabemos realmente o tempo exato da sua
instituição, mas sabemos que foi muito antes da ascensão do Senhor. Foi
instituído na sala da circuncisão, pois, como aquela era um sinal e um selo da
aliança de Deus, assim é este. O elemento deste sacramento é a água que é o
mais próprio para este uso simbólico, dado o seu poder natural de limpar. O
batismo é realizado pela lavagem, pela imersão ou pela aspersão da pessoa em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, [18]
disse Wesley.
E ele completa: “Digo pela lavagem, imersão ou aspersão porque a
Escritura não determina qual destes meios deve ser usado quer por preceito
expresso, quer por um exemplo claro o que prove, quer ainda pela força ou pelo
significado da palavra batizar.” [19]
Entramos na aliança de Deus pelo batismo
“Um
novo coração e um novo espírito e borrifar-lhes água limpa"
“Entramos na aliança de Deus pelo batismo”, disse Wesley, “naquela
aliança eterna que Ele ordenou para sempre - Sal. 111:9; aquela nova aliança
que Ele prometeu fazer com o Israel espiritual, "o dar-lhes um novo
coração e um novo espírito e borrifar-lhes água limpa", da qual o batismo
é apenas uma figura, "e não mais lembrar-se dos seus pecados e iniquidades";
numa palavra, ser o seu Deus como prometeu a Abraão, na aliança evangélica
feita com ele e com toda a sua descendência espiritual - Gên. 17:7,8”, [20]disse
Wesley.
A circuncisão e o batismo
“Os
judeus eram admitidos à Igreja pela circuncisão; assim são os cristãos pelo
batismo”
“Como a circuncisão era o meio de se entrar naquela aliança”, disse
Wesley, “o batismo o é agora, o qual é chamado pelo Apóstolo (sendo as suas
palavras reproduzidas por muitos bons intérpretes) ‘a condição, contrato ou
aliança de uma boa consciência para com Deus’. Somos admitidos na Igreja pelo
batismo e, consequentemente, feitos membros de Cristo, a sua cabeça. Os judeus eram admitidos à Igreja pela circuncisão; assim
são os cristãos pelo batismo. Pois ‘todos os que são batizados em Cristo’,
em seu nome, por esse meio ‘revestiram-se de Cristo’- Gál.3:27, isto é, são
misticamente unidos a Cristo e feitos um com Ele. "Somos todos batizados
por um Espírito, formando uni corpo" - I Cor. 12:13, especialmente a
Igreja – ‘o corpo de Cristo’ - Ef. 4:12”. [21]
“Somos
regenerados ou nascidos de novo”
“Assim, pela água como um meio, a água do batismo, somos regenerados ou
nascidos de novo”, disse Wesley, “de onde o ser ele chamado também pelo
Apóstolo ‘a lavagem da regeneração’. A nossa Igreja, portanto, não atribui
maior virtude ao batismo do que o próprio Cristo o fez. Ela também não atribui
esse fato à lavagem externa, mas à graça interior, a qual, adicionada ao ato,
torna-o um sacramento”, [22]
disse Wesley.
O batismo e a salvação
“O
batismo nos salva se a nossa vida correspondê-lo, se nos arrependermos, crermos
e obedecermos ao evangelho”
“O batismo nos salva se a nossa vida correspondê-lo, se nos
arrependermos, crermos e obedecermos ao evangelho; supondo-se isso, como ele
nos admite à Igreja daqui, assim também o somos na glória futura”, disse. [23]
“De
conformidade com a prática ininterrupta de toda a Igreja de Cristo desde os
primeiros tempos”
“Em resumo, portanto, é nosso dever”, disse Wesley, “não somente legal e
inocente, mas justo e estrito, de conformidade com a prática ininterrupta de
toda a Igreja de Cristo desde os primeiros tempos, consagrarmos nossos filhos a
Deus pelo batismo como era ordem para que a Igreja dos judeus o fizesse pela
circuncisão. Obras: "Um trabalho sobre o batismo", 1, daqui e dali
(X, 188, 190-92, 201)”. [24]
Os benefícios
Em “Um Tratado sobre o Batismo (1756)”, “Wesley baseou-se
extensivamente na obra anterior de seu pai, The Pious Communicant (1700),
para produzir uma defesa robusta da prática como sacramento instituído por
Cristo e da obrigação perpétua. Aqui os benefícios conferidos são aqueles
tradicionalmente associados ao batismo: a lavagem do pecado original; entrada
na nova aliança em Cristo; incorporação à Igreja; e regeneração ou novo
nascimento”. [25]
O
batismo registrado no diário de Wesley
“Batizei uma senhora
na Fundição; e a paz que ela imediatamente encontrou foi uma nova prova de que
o sinal exterior”
Wesley se recusa a batizar
“Nem o Sr. P. nem eu vamos concordar com o
mergulho"
Foi na quarta-feira, 5 de maio de 1736, em Savannah, que Wesley disse: “Pediram-me para batizar um
filho do Sr. Parker, segundo oficial de justiça de Savannah. Mas a Sra. Parker
me disse: ‘Nem o Sr. P. nem eu vamos concordar com o
mergulho’. Eu respondi: ‘Se você certificar que seu filho é fraco,
bastará (diz a rubrica) derramar água sobre ele’. Ela respondeu: ‘Não,
a criança não é fraca; mas estou resolvido que não será mergulhado.’
Esse argumento eu não pude contestar. Então fui para casa; e a criança foi
batizada por outra pessoa”. [26]
Uma
das queixas contra Wesley em Savannah foi sobre essa questão do batismo
“O Sr. Causton entregou ao júri principal um papel intitulado: ‘Uma Lista de queixas apresentadas pelo júri principal de Savannah, nesse dia 22 de agosto, 1737’. Este, a maioria do júri principal alterou em algumas particularidades, e na quinta-feira, 1º de setembro, ele as entregou novamente à Corte na forma de duas denúncias contendo dez queixas, que foram então lidas. Nas quais, afirmaram, sob juramento: ‘Que John Wesley, clérigo, havia quebrado as leis do reino, contrariamente à paz de nosso Soberano Senhor o Rei, sua coroa e dignidade”. [27]
A quinta queixa foi: “Recusando-se a batizar o filho do Sr. Parker de outro modo que não por imersão, exceto se os pais certificassem que ele era fraco e incapaz de suportá-lo”.[28]
Batismo de crianças
“Depois do sermão, trouxeram quatro crianças para batizar. Eu estava no kirk de manhã enquanto o ministro batizou vários imediatamente”
Na Escócia, na quarta-feira, dia 7 junho de 1757, Wesley escreveu que foi para Glasgow. “À noite a tenda (assim eles chamam um púlpito coberto) foi colocado no quintal da casa pobre, um lugar muito grande e cômodo. Frente o púlpito era a Enfermaria, com a maioria dos pacientes nas janelas ou perto delas. Adjacente a isso estava o hospital para lunáticos; vários deles deram profunda atenção. E Deus não pode dar-lhes também o espírito de uma mente sã? Depois do sermão, trouxeram quatro crianças para batizar. Eu estava no kirk de manhã enquanto o ministro batizou vários imediatamente depois sermão, então eu não estava perdido quanto ao seu modo de batizar. Acredito que isso tirou muito preconceito. Cantando um salmo escocês”. [29]
Batismo de uma senhora
“Batizei uma senhora na Fundição; e a paz que ela imediatamente encontrou foi uma nova prova de que o sinal exterior”
Em 5 de fevereiro de
1760, Wesley disse: “Eu batizei uma senhora na Fundição; e a paz que ela
imediatamente encontrou foi uma nova prova de que o sinal exterior, devidamente
recebido, é sempre acompanhado da graça interior.”[30]
Carlos Wesley e sua
prática de batismo
“Orei em Islington com
Anne Gates, acreditando que tínhamos as petições que pedimos Eu então batizei
uma criança e ela”
Batizando uma mulher e uma criança
“No momento em que a água a tocou, ela declara que sentiu sua carga
removida e sensatamente recebeu perdão”
Na sexta-feira, 2 de maio de 1740, ele escreveu: “Orei em Islington com
Anne Gates, acreditando que tínhamos as petições que pedimos. Eu então batizei uma criança e ela. Todos nós sentimos
a descida do Espírito Santo. Antes, ela estava no espírito de peso e
escravidão. No momento em que a água a tocou, ela
declara que sentiu sua carga removida e sensatamente recebeu perdão. A
tristeza e o suspiro fugiram. O Espírito deu testemunho com a água, e ela
ansiava por estar com Cristo. Demos glória a Deus, que tanto magnificou Sua
ordenança”.[31]
“Exortei os últimos batizados”
Foi no domingo, dia 29 de junho de 1740, que Carlos Wesley disse:
“Encontrei o espírito dos colisores antes de começar a falar. Então minha boca
foi aberta para declarar a promessa de santificação, em Ezequiel. Dei o
sacramento a cerca de oitenta colisores; exortei os
últimos batizados; reuniu-se com os homens-líderes; pregou à congregação
habitual em Rose-green; e retornou sem forças para a Feira de Cavalos”.[32]
Batizando uma criança
“Li orações à tarde, batizei uma criança e preguei a lei e o Evangelho
com grande clareza”
No domingo, dia 9 de novembro de 1740, Carlos escreveu em seu diário: “Às
seis horas expliquei o estado legal, de Rom. VII. Li orações e preguei a uma
grande congregação: ‘Todos pecaram e carecem da glória de Deus’. Administrei o
sacramento a muitos estranhos. Li orações à tarde,
batizei uma criança e preguei a lei e o Evangelho com grande clareza. Meus
ouvintes foram surpreendentemente pacientes. Apenas um saiu. Continuei meu
discurso até escurecer; e tive muito conforto em ter entregue a minha
mensagem”. [33]
Batizados e crescidos na graça
“Vários daqueles que batizei e os encontrei crescidos na graça”
No domingo, dia 22 de junho, em Kingswood, Carlos disse que se encontrou
com “vários daqueles que batizei e os encontrei crescidos na graça. Alguns
milhares me esperavam em Rose-green, a quem eu expus Ezek. xvi. E certamente o
Senhor passou, e disse a alguns em seu sangue: "Viva". Concluí o dia
na festa de amor dos homens. Paz, unidade e amor estão aqui. Não nos esquecemos
de nossos pobres irmãos distraídos que estavam, até que os morávios vieram”.[34]
Batizando um adulto
“Batizei um adulto”
Na terça, 1º de agosto de 1738, Carlos disse: “li orações em Islington e
batizei um adulto; Sr. Stonehouse, M. Sims e M. Breton, sendo as testemunhas”, [35]
disse Carlos.
Batismo hipotético
“Batizei a Sra. Bell com um batismo hipotético”
Carlos Wesley escreveu em seu diário do dia 16 de novembro de 1738, numa
quinta-feira: “Depois das orações matinais, batizei
a Sra. Bell com um batismo hipotético. Cantei e orei com assistência, na casa
do Sr. Stonehouse”. [36]
Preparados para o batismo
“O tempo da conferência com os candidatos ao batismo. Todos parecem preparados para essa santa ordenança”
Na segunda-feira, dia 5 de novembro de 1739. “Conheci algumas das bandas na casa da nossa irmã Linford”, escreveu Carlos. “Na oração recebia perdão. Tivemos uma bênção maior no Salão do que nunca. Resumi tudo o que havia dito, seja aos publicanos ou fariseus, ao conforto ou desconforto de cada um dos presentes”. [37]
Depois, Carlos passou “o tempo da conferência com os candidatos ao batismo. Todos parecem preparados para essa santa ordenança”. [38]
Batismo na sociedade
“Recebi Jane Sheep no aprisco pelo Batismo, que ela sentiu naquele momento ser para a remissão dos pecados”
“Em Kingswood, recebi Jane Sheep no aprisco pelo Batismo, que ela sentiu naquele momento ser para a remissão dos pecados”, disse Carlos, no domingo, 12 de julho de 1741”.[39]
Questões com um
ministro sobre batismo
“Esperei com meu
irmão por um ministro sobre batizar parte de sua paróquia”
No sábado, 13 de outubro de 1739, Carlos Wesley disse: “Esperei com meu irmão por um ministro, sobre batizar parte de sua paróquia. Ele queixou-se fortemente da multidão de nossos comungantes e produziu o cânon contra estranhos. Ele não podia admitir que, como uma razão para a vinda deles à sua igreja, eles não tinham sacramento próprio. Ofereci minha ajuda para diminuir seus problemas; mas ele recusou. ‘Havia uma centena de novos comungantes’, ele nos disse, ‘no domingo passado; e estou credivelmente informado, alguns deles saíram por despeito para mim." [40]
O batismo de crianças
Afinal, qual a razão de consagrarmos a Deus as crianças através do batismo?
É preciso voltar ao Antigo Testamento para entendermos esta doutrina.
Primeiramente, houve a instituição da circuncisão pelo próprio Deus. Era aplicada às crianças masculinas aos oito dias de vida (Gn 17.12).
É importante aqui entender que a criança não decidia, e sim os seus pais (Gn 17.9-14).
Mas há uma grande mensagem no batismo de crianças: Deus dá o primeiro passo para salvar o ser humano. Nós não temos nada para oferecer, por isso, com a Sua graça Deus derrama em nossos corações o Seu grande amor.
É o início do processo de nutrição e desenvolvimento espiritual da criança. A graça perdoadora começa a agir na criança antes mesmo dela tomar consciência.
A Salvação era para
toda a família:
* Família de Cornélio
(At 11.14; 10.48),
* Família de Lídia (At
16.15),
* Família de Estêfanas
(1Co 1.16),
* Família de Crispo (At 18.8).
A fé é importante no ato do batismo
* A graça é algo que
nos é dada por amor.
* Só, porém, a fé torna o batismo válido:
- Os pais devem pertencer ao Povo de Deus;
- O batismo é para os da Família da Fé;
- A criança deve crescer espiritualmente (Lc 2.52; 2Tm 1.5).
Os Pais Apostólicos batizavam crianças
Os chamados Pais Apostólicos eram escritores, pastores ou teólogos da antiguidade cristã que tinham um testemunho autorizado de fé.
“Um primeiro grupo entre os Pais da Igreja tornou-se conhecido como Pais Apostólicos. São estes: Clemente de Roma, Policarpo de Esmirna e Inácio de Antioquia. Estes, como a geração que sucedeu os apóstolos no segundo século, prepararam e legaram uma série de textos”.[41]
“Cuidado com as facções e heresias e, principalmente, fidelidade em meio à perseguição”
“Seus temas mais comuns são: necessidade de comunhão e cuidado mútuo entre os cristãos, cuidado com as facções e heresias e, principalmente, fidelidade em meio à perseguição. Nesses textos, observa-se grande influência dos escritos dos apóstolos Paulo e João. Nessa época, outro texto famoso, usado na catequese, é o chamado Didaquê ou Ensino dos doze apóstolos (c. 150)”. [42]
Clareza de Wesley
“Em nenhum lugar o Novo Testamento proíbe explicitamente a prática”
“Embora a evidência direta do batismo infantil seja bastante escassa no primeiro século, ele é claramente praticado no segundo, o que é difícil de explicar se não tivesse sido praticado nos primeiros anos da igreja. Para aqueles que continuam céticos, Wesley lembra-lhes que em nenhum lugar o Novo Testamento proíbe explicitamente a prática”.[43]
“Batize primeiro as crianças e, se elas puderem falar por si mesmas, deixe-as fazê-lo. Caso contrário, deixe que seus pais ou outros parentes falem por eles” (A Tradição Apostólica 21:16 [215 d.C.])”.[44]
Veja alguns dados históricos:
Orígenes (185-254) nasceu de pais cristãos em Alexandria. Foi teólogo, escritor e filósofo.[45] Foi o mais completo conhecedor da Bíblia entre os escritores cristãos dos primeiros séculos. Ele escreveu que o batismo de crianças veio dos apóstolos:
“Orígenes também
defende que a Igreja deve batizar as crianças: ‘A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos
recém nascidos (Epist. ad Rom. Livro 5,9).”[46]
“A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar o batismo até às crianças”
Ele disse: “Toda alma que nasce na carne é manchada pela sujeira da maldade e do pecado... Na Igreja, o batismo é dado para a remissão dos pecados e, de acordo com o costume da Igreja, o batismo é dado até mesmo às crianças. Se não houvesse nada nas crianças que exigisse a remissão dos pecados e nada nelas pertinente ao perdão, a graça do batismo pareceria supérflua’ (Homilias sobre Levítico 8:3 [248 d.C.]). “A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar o batismo até às crianças. Os apóstolos, a quem foram confiados os segredos dos sacramentos divinos, sabiam que existem em cada pessoa tensões inatas do pecado [original], que devem ser lavadas pela água e pelo Espírito’ (Comentários sobre Romanos 5:9 [248 d.C.])”. [47]
Policarpo foi bispo e discípulo do apóstolo João.
Em 155 DC, ele foi queimado vivo pelos romanos por não negar sua fé em Jesus. Seu testemunho foi: "Oitenta e seis anos eu O servi, e Ele nunca me machucou. Como posso blasfemar contra meu Rei e Salvador?’ (Policarpo, Martírio de Policarpo 9 c. 156 DC).
Policarpo tinha 86 anos na época de sua morte. Portanto, se afirma ter “servido Jesus durante 86 anos, segue-se que ele foi batizado ainda criança. E, em outro lugar, somos informados de que Policarpo foi batizado por ninguém menos que o apóstolo João! :-) Portanto, pelo menos no caso de São João, podemos mostrar conclusivamente que os Apóstolos batizavam crianças”.[48]
Testemunho de Cipriano
Cipriano foi bispo de Cartago do século III. Ele se empenhou na expansão do cristianismo na África. Ele afirmou que o batismo de crianças era prática comum dos cristãos. Isto é confirmado no Concílio de Cartago (255 - 256 d.C.).[49]
“Eles não deveriam ser batizados no segundo ou terceiro dia após o nascimento”
Ele disse: “Quanto ao que diz respeito ao caso dos bebês: Você [Fidus] disse que eles não deveriam ser batizados no segundo ou terceiro dia após o nascimento, que a antiga lei da circuncisão deveria ser levada em consideração, e que você não o fez. acho que alguém deveria ser batizado e santificado dentro do oitavo dia após seu nascimento. Em nosso conselho, parecia-nos muito diferente. Ninguém concordou com o curso que você achava que deveria ser seguido. Em vez disso, todos nós julgamos que a misericórdia e a graça de Deus não devem ser negadas a nenhum homem nascido” (Cartas 58:2 [253 d.C.])”.[50]
A oposição ao batismo infantil
Só no século XVI surgiram os anabatistas condenando o batismo de crianças.
“Os anabatistas levavam esse nome por recusarem o batismo em idade infantil, reservando-o apenas à idade adulta, na qual o indivíduo estaria apto para decidir a respeito”.[51]
Martinho Lutero, que
foi batizado quando criança e que fez a Reforma Protestante, não concordou com
os anabatistas e foi a favor do batismo de crianças.
Em nossos dias, um outro Martinho Lutero Junior também foi batizado quando criança.
O batismo de Martin
Luther King Jr
“Rev. Martin Luther
King Jr., foi batizado quando criança na igreja”
Martin Luther King
Jr. (1929-1968) “foi um pastor batista norte-americano que ficou conhecido por
sua liderança na luta contra a segregação racial nos EUA nas décadas de 1950 e
1960”.[52]
Martin Luther King Jr. era filho do pastor batista Martin Luther King e Alberta Williams King. Seu pai era pastor na Igreja Batista Ebenezer.
“Ao longo de sua longa história, a Igreja Batista Ebenezer, localizada em Atlanta, Geórgia, tem sido um lar espiritual para muitos cidadãos da comunidade ‘Sweet Auburn’. Seu membro mais famoso, Rev. Martin Luther King Jr., foi batizado quando criança na igreja. Depois de proferir um sermão experimental à congregação em Ebenézer, aos 19 anos, Martin foi ordenado ministro. Em 1960, o Dr. tornou-se co-pastor de Ebenezer com seu pai, o Rev. Ele permaneceu nessa posição até sua morte em 1968. Como despedida final de seu lar espiritual, o funeral do Dr. Martin Luther King Jr.”[53]
O distrito de “Sweet Auburn” está localizado ao leste do centro de Atlanta.
Um dever
“Consagrarmos nossos filhos a Deus pelo batismo”
Wesley afirma: “Em resumo, portanto, é nosso dever não somente legal e inocente, mas justo e estrito, de conformidade com a prática ininterrupta de toda a Igreja de Cristo desde os primeiros tempos, consagrarmos nossos filhos a Deus pelo batismo como era ordem para que a Igreja dos judeus o fizesse pela circuncisão”. [54]
BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E.
Coletânea da Teologia de João Wesley. JGEC. São Paulo: Imprensa Metodista,
1960, p. 273.
[2] https://www.featheredprop.com/assessing-john-wesleys-view-of-baptims/
[3]
https://www.featheredprop.com/assessing-john-wesleys-view-of-baptims/
[4] BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E. Coletânea da Teologia de João Wesley. JGEC.São Paulo: Imprensa Metodista, 1960, p. 273.
[5] Robert W. Burtner e Robert E. Chiles, op.
cit. p. 274
[6] Idem.
[7] Robert
W. Burtner e Robert E. Chiles, op. cit. p. 275
[8] Robert
W. Burtner e Robert E. Chiles, op. cit. p. 275
[9] Idem.
[10] Idem
[11] Robert
W. Burtner e Robert E. Chiles, op. cit. p. 275
[12]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Didaquê
[13] https://paulowon.wordpress.com/
2013/11/23/a-forma-do-batismo-segundo-a-didache/
[14] COLETÂNIA DA TEOLOGIA DE JOÃO WESLEY
Compilação de Robert W. Burtner e Robert E. Chiles. 2ª edição: 1995. Editor:
Filipe P. de Mesquita. Setor de Publicações da Pastoral Bennett Instituto
Metodista Bennett, p.101.
[15] Idem.
[16] Wesley, seu próprio historiador. Wesley, seu
próprio historiador.
https://quod.lib.umich.edu/m/moa/AGV9079.0001.001?rgn=main;view=fulltext.Wesley,
seu próprio historiador. Cincinnati: Hitchcock e Walden. 1870.
[17] BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E. Coletânea da Teologia de João Wesley. JGEC. São Paulo: Imprensa Metodista, 1960.
[18] Idem.
[19] Idem.
[20] Idem.
[21] Idem.
[22] Idem.
[23] Idem
[24] Idem.
[25]
https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=137
[26]
https://quod.lib.umich.edu/e/evans/N22587.0001.001/1:7.2?rgn=div2;view=fulltext
[27] WESLEY, João. Trechos do Diário de João
Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista, 1965.
[28] Idem.
[29] http://danielrjennings.org/tsoojw2.pdf. The Supernatural occurrences of John Wesley
por Daniel R. Jennings
[30] Wesley, seu próprio historiador. https://quod.lib.umich.edu/m/moa/AGV9079.0001.001?rgn=main;view=fulltext.Wesley, seu próprio historiador. Cincinnati: Hitchcock e Walden. 1870.
[35] The Journal of the rev. Charles Wesley, m.a. An Introduction and Occasional Notes, by Thomas Jackson. E dois volumes. vol. i. Londres - Wesleyan Methodist Book-Room, 2, Castle Street City road, e.c.; and gg, paternoster row, k.c, p.125.
[37] The Journal of the
rev. Charles Wesley, op.cit, p. 194
[38] Idem.
[39] The Journal of the rev. Charles Wesley, op.cit, p.
286
[41]
https://www.oamadorteologo.com/ post/história-da-igreja-os-pais-da-igreja#
[42] Idem.
[43]
http://www.allanbevere.com/2015/08/john-wesley-on-infant-baptism.html
[44]
https://www.churchfathers.org/infant-baptism
[45]
https://www.estudantedefilosofia.com.br/filosofos/origenes.php
[46]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orígenes
[47] https://www.churchfathers.org/infant-baptism
[48]
https://servantofchrist.tripod.com/ofsuchisthekingdom/id18.html
[49]https://servantofchrist.tripod.com/ofsuchisthekingdom/id18.html;
https://northamanglican.com/infant-baptism-a-treatise-in-defense-of-infant-baptism-written-in-the-scholastic-style-part-i/
[50] https://www.churchfathers.org/infant-baptism
[51]https://escolakids.uol.com.br/historia/revoltas-anabatistas.htm
[52]
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/martin-luther-king.htm
[53]
https://www.nps.gov/malu/planyourvisit/ebenezer_baptist_church.htm
[54] BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E.
Coletânea da Teologia de João Wesley. JGEC. São Paulo: Imprensa Metodista, 1960,.p.210.
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