O poder de Deus nas pregações de Wesley
Odilon Massolar Chaves
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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia
e História pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século
XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de
Teologia.
É escritor, poeta e youtuber.
Toda glória seja dada
ao Senhor
“Preguei (como de costume), às
cinco horas e às quinze, com convicção e poder do Espírito.”[1]
(Wesley)
Índice
·
Introdução
·
Os sermões de Wesley
·
Pregando para as
multidões
·
De pássaro errante
a príncipe dos pregadores metodistas
·
Da culpa a um
mundo novo
·
Uma vida
transformada impacta uma nação pelo Evangelho
·
A conversão de
Barbara Heck proporciona o início do metodismo na América
·
De louca a um anjo
de luz
·
Um homem de fogo e
do poder de Deus
·
Do celeiro à
capela octagonal
·
De padeiro ao Pão
da Vida
Introdução
Para marcar meu 200º livro publicado na Amazon, nada melhor do que escrever
sobre Wesley: “O poder de Deus nas pregações de Wesley”. Um livro que aborda em profundidade as
pregações do “pai do metodismo”.
Wesley experimentou a transformação do coração aquecido e movido pelo
Espírito Santo pregava com autoridade, propósito e entusiasmo.
Ele pregou em templos, praças, topo da montanha, minas de carvão, sobre
o túmulo de seu pai no cemitério, em prisões e nas ruas.
O que diferenciava Wesley de outros, como George Whitefield, é que os
novos convertidos eram incluídos em uma band, célula, para iniciar um processo de
santificação visando alcançar a perfeição Cristã.
Homens e mulheres que experimentaram a transformação de suas vidas com
as pregações de Wesley se tornaram pregadores e pregadoras ungidos. É o que
mostramos neste livro.
Podemos aprender nos dias atuais muito com os ensinamentos e
experiências e Wesley.
O Autor
Os sermões de Wesley
"Tenho certeza de que fiz muito mais bem aos meus paroquianos de Lincolnshire pregando três dias no túmulo do meu pai do que pregando três anos em seu púlpito." [2]
“Ponha fogo no seu sermão ou
ponha seu sermão no fogo”. [3] Esta frase é atribuída a Wesley e revela
a sua visão sobre a pregação.
O tipo de pregação que traz resultados, segundo Wesley, não
pode ser uma mera formalidade. É preciso convicção e o poder de Deus. Ele disse
(...) onde não se encontra o poder de Deus, o trabalho enfraquece.” [4]
Wesley pregou nos templos, nas minas de carvão, nos
cemitérios, no interior do país, em prisões, praças, topo da montanha, etc.
Inicialmente, Wesley teve receios em pregar “no campo”, mas
depois viu que era necessário.
“Enquanto pregava para milhares de mineiros pobres e sem
educação e suas famílias, Wesley logo ficou viciado. O poder do Espírito era
facilmente evidente e os frutos das vidas transformadas abundavam”.[5]
Wesley pregou em cima do túmulo de seu pai em St. Andrews, na
década de 1740, quando lhe foi negado pregar na Igreja.
Ele “pediu ao atual reitor permissão para entregar uma
mensagem na antiga igreja. Quando lhe foi negado, ele disse ao reitor que
entregaria a mensagem sobre o único pedaço de terra livre por perto. Foi a seis
metros da porta da igreja que John Wesley subiu um topo do túmulo de seu pai e
mais uma vez deu a mensagem de ‘você deve nascer de novo".[6]
Depois, Wesley disse: "Tenho certeza de que fiz muito
mais bem aos meus paroquianos de Lincolnshire pregando três dias no túmulo do
meu pai do que pregando três anos em seu púlpito." [7]
Na Igreja de Santa Maria, a Igreja Universitária de Oxford,
João Wesley pregou várias vezes.[8]
Houve um sermão pregado por Wesley nesta Universidade de
Oxford que fez com que ele não fosse mais convidado para pregar ali.
“John Wesley pregou o sermão "Cristianismo Bíblico"
na St. Mary's, Universidade de Oxford como o sermão final que ele pregou antes
da universidade em 24 de agosto de 1744. Neste sermão, Wesley confronta sem
rodeios a Universidade de Oxford com sua falha em viver de acordo com o ensino
das Escrituras. Quando você ler este sermão, você provavelmente não ficará
surpreso ao descobrir que esta foi a última vez que Wesley foi convidado para
pregar em St. Mary”.[9]
Wesley pregou aos prisioneiros, alguns condenados à morte.
“Preguei o sermão aos criminosos condenados em Newgate
(Londres). Quarenta e sete estavam sob sentença de morte. Enquanto entravam
havia algo terrível no tinido de suas correntes. Mas não se ouvia qualquer
ruído, quer deles ou do auditório repleto, depois que o texto foi anunciado:
"Há mais alegria no céu por um pecador arrependido, do que pelos noventa e
nove justos que não precisam de arrependimento". O poder do Senhor estava
eminentemente presente, e grande parte dos prisioneiros estavam em lágrimas.
Alguns dias depois, vinte deles morreram de uma só vez, cinco dos quais
morreram em paz”.[10]
Ao ar livre a audiência era muito grande. Por causa da
Revolução Industrial, muitos perderam seus empregos, suas terras, casas e
vieram para as ruas das cidades e vilas. Quando Wesley saia para pregar o povo
já estava nas ruas.
“John Wesley pregou ao ar livre para
audiências estimadas em dezenas de milhares depois que os púlpitos
anglicanos foram fechados para ele. Às vezes ele começava a pregar ao amanhecer
ou mesmo antes do amanhecer, e regularmente pregava três vezes por dia”.[11]
Pregar no campo era “quase um pecado” para João Wesley. Sobre
pregar fora do templo, ele disse: "Até hoje a pregação do campo é uma cruz
para mim, mas eu conheço a minha comissão e não vejo outra maneira de pregar o
evangelho a cada criatura".[12]
Wesley pregou, muitas vezes, cansado ou sem saúde. “Caminhei
até Burnham. Não pensava em pregar lá, duvidando que minhas forças me
permitissem pregar sempre três vezes por dia, como tenho feito desde que vim de
Evesham. Mas, ao encontrar uma casa cheia de pessoas, não pude conter-me:
quanto mais uso minhas forças, mais forças tenho. Quase sempre estou muito
cansado quando prego pela primeira vez; um pouco, depois da segunda; mas após a
terceira ou quarta vez, raramente sinto fraqueza ou cansaço.”[13]
Wesley fornecia seus sermões escritos aos pregadores
metodistas. Havia um propósito de unidade.
“Wesley não só forneceu sermões aos pregadores, mas também
com a Biblioteca Cristã de cinquenta volumes em que ele colocou e editou as
obras da Igreja Pais e Divinos como uma ferramenta educacional para este
pregador. Os Sermões podem ser vistos dentro desse mesmo gênero pedagógico para
Wesley”.[14]
Wesley publicou seus sermões em quatro volumes.
“Em 1746, ele publicou o primeiro volume de uma série
projetada de três volumes de Sermões em Várias Ocasiões. O prefácio indicou
claramente as intenções de Wesley: o leitor verá ‘quais são essas doutrinas que
eu abraço e ensino como o essencial da verdadeira religião".[15]
O segundo volume de seus sermões foi publicado em 1748, o
terceiro em 1750 e o quarto em 1760.[16] Em 1771, John Wesley imprimiu suas obras
coletadas e incluiu nove sermões a mais do que os sermões dos quatro volumes.
Seus sermões eram muito bem preparados para que os ouvintes
entendessem bem e a pregação tivesse resultado em suas vidas.
“O objetivo principal de Wesley sempre foi apresentar o
evangelho tão bem quanto ele poderia com o melhor entendimento que pudesse. Ele
acreditava firmemente que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo era suficiente
para curar a opressão do pecado encontrada no coração humano. A santidade será
uma doutrina essencial na leitura desses sermões”.[17]
Não se sabe qual foi o seu primeiro sermão, mas o sermão “Salvação pela Fé” é colocado na lista
de um dos primeiros pela sua importância.
“Pode não ter sido o primeiro sermão de John Wesley, mas foi
o primeiro, pois ele organizou seus mais importantes. E certamente estabelece
uma verdade bíblica fundamental que continua sendo um princípio doutrinário
central para nós hoje: pela graça de Deus somos "salvos" através da
fé. Não nossas próprias obras, mas a única condição é simplesmente fé,
confiança em Deus através de Jesus Cristo”.[18]
O que se sabe é sobre seu último sermão pregado em 1791. “João
Wesley pregou seu último sermão de 17 de fevereiro de 1791 no texto
"Busque o Senhor enquanto Ele possa ser encontrado, chame-o sobre Ele
enquanto Ele está perto" (Isa 55:6). No dia seguinte, um homem muito
doente, ele foi colocado para a cama em sua casa em City Road. Durante os dias
de sua doença, ele repetia muitas vezes as palavras de um dos hinos de seu
irmão: "Eu sou o chefe dos pecadores, mas Jesus morreu por mim!" Suas
últimas palavras foram: "O melhor de tudo é que Deus está conosco!"
Ele morreu em 2 de março de 1791”.[19]
Segundo pesquisadores, Wesley pregou mais de 40 mil sermões.
“Em 54 anos de ministério, João pregou 42.000 sermões. De
fato, em sua última turnê de pregação no último ano de sua vida, John Wesley
pregou em 96 lugares – aos 87 anos! Em 2 de março de 1791, João finalmente
completou sua fé”.[20]
Wesley tem muito o que
ensinar às novas gerações onde há uma grande influência da busca de ganhos financeiros e de um salário
maior.
“Um hoteleiro, em cujo estabelecimento Wesley parou certa
vez, perguntou-lhe quanto ganhava por ano para pregar. Depois de citar certa
quantia, Wesley acrescentou que sua recompensa principal era a certeza de que
por sua pregação muitas pessoas estavam sendo salvas. O hoteleiro ficou mudo de
espanto. No entanto, para aquele que havia experimentado a salvação, esta
resposta era perfeitamente compreensível. O encontro místico de Wesley em
Aldersgate preparou-o para compreender simpaticamente as experiências de seus
seguidores incultos, cujas relações com Deus ficavam quase sempre em níveis
baixíssimos”.[21]
A passagem por Aldersgate fez toda a diferença.
Pregando para as multidões
“Preguei em Beddick a grande multidão de
Coliers (mineiros de carvão), ainda que chovia durante a pregação.”[22]
Foi George Whitefield quem despertou Wesley para as pregações
ao ar livre aonde milhares vinham participar e onde houve diversos
derramamentos do Espírito.
“George Whitefield (1714-1770), evangelista e ex-colega
júnior de Oxford dos Wesleys, tinha acabado de voltar da pregação na América.
Logo barrado dos púlpitos de Londres, ele partiu para Bristol. Lá, em 17 de
fevereiro de 1739, ele pregou pela primeira vez ao ar livre para cerca de
duzentos mineiros de carvão em Kingswood. Em três semanas, as multidões
aumentaram para 10 mil, e Whitefield pediu ajuda a Wesley”.[23]
Wesley registrou em seu Diário em 31 de março de 1739: “À
noite cheguei a Bristol e encontrei o Sr. Whitefield lá. Eu mal podia me
reconciliar no início a essa estranha maneira de pregar nos campos, do qual ele
me deu um exemplo no domingo, tendo sido toda a minha vida (até muito
recentemente) tão tenaz de cada ponto relacionado à decência e ordem que eu
deveria ter pensado que a salvação de almas quase um pecado se não tivesse sido
feito em uma igreja”.[24]
O fato de não estar dentro de um ambiente litúrgico rígido da
Igreja Anglicana trouxe maior liberdade às pessoas e ao Espírito Santo.
Wesley procurou entender mais da ação do Espírito. Ao ler, em
10 de outubro de 1738, sobre as
experiências de Jonathan Edwards,[25] Wesley percebeu
a influência do Espírito Santo nos reavivamentos na América e começou a
entender mais sobre a importância do Espírito Santo.[26]
O que ele havia lido sobre o mover do Espírito na América com
Jonathan Edwards aconteceria, pela primeira vez no princípio de 1739:
“Na passagem do novo ano, durante uma noite de vigília na
celebração da festa do amor, o poder de Deus veio poderosamente sobre o grupo
Fetter Lane, de tal maneira que muitos gritavam com extraordinária alegria e
muitos caíram no solo.”[27]
Logo depois, com temor, eles entoaram o cântico que diz:
"Louvamos-Te, ó Deus, reconhecemos a Ti como Senhor.”
Segundo o historiador metodista Heitzenhater, a ação do
Espírito começou a ser evidente na vida dos
que ouviam as pregações dos metodistas. Wesley menciona que numa
pregação em dezembro de 1738, uma senhora foi liberta de sua loucura, outra
recebeu testemunho de que era filha de Deus, outra o testemunho do Espírito
etc.[28]
“A inspiração espiritual deste tipo, entretanto, trouxe
controvérsias. Wesley não era simplesmente crédulo em todos os casos, mas
estava inclinado a ´testar o espírito do modo bíblico, ´para ver se ele era de
Deus ou não.”[29]
Milhares de pessoas passaram a vir para ouvir as pregações de
Whitefield, Wesley e Carlos Wesley.
Em 1739, Whitefield pregou em uma ocasião para 30 mil
pessoas. Cada vez que Wesley pregava, haviam de um a quatro mil pessoas
presentes. A média ficou no primeiro mês em 3 mil pessoas.[30]
“Os pecadores frequentemente caíam no chão enquanto ele
pregava, às vezes tremendo violentamente. Muitas vezes, quando eles recuperaram
a compostura, eles estavam mais do que dispostos a dar suas vidas a Cristo. Em
seu diário, ele registrou a seguinte ocorrência em uma de suas reuniões:
"Alguns afundaram, e não restou nenhuma força neles; outros excessivamente
tremia e tremia; alguns foram rasgados com uma espécie de movimento convulsivo
em cada parte de seus corpos, e que tão violentamente que quatro ou cinco
pessoas não poderiam segurar um deles...".[31]
Wesley não era um pregador tão conhecido como Whitefield, mas logo o número de assistentes
ficou entre 12 e 20 mil.[32]
George Whitefield reconheceu que Wesley obteve melhores
resultados com os pequenos grupos:
“Meu irmão Wesley agiu sabiamente, as almas que foram
despertadas em seu ministério ele as reuniu em sala de aula e, assim, preservou
os frutos de seu trabalho. Isso eu tenho negligenciado e o meu povo é uma corda
de areia”.[33]
Os pequenos grupos ou Bands faziam parte de uma estratégia de
Wesley para os novos convertidos não se
perderem e para alcançarem à perfeição cristã.
“Estes grupos de Wesley não eram opcionais. Eram parte do
currículo exigido para o aprendizado religioso. Ele nunca reconheceu qualquer
circunstância pela qual uma pequena sociedade não pudesse funcionar, e não
aceitava desculpas de um pregador que pensasse que podia passar sem elas. Para
Wesley, uma reunião de avivamento sem uma classe para conservar a obra era tão
inócua quanto, para um fazendeiro, era a ceifa do campo sem a preocupação de se
amarrar os feixes e recolhê-los”.[34]
Whitefield pregava a grandes multidões, mas não seguiu o
modelo dos pequenos grupos de Wesley.
Em Bristol, em 1739, a grande maioria dos participantes era
constituído de mineiros das minas de
carvão, que ajudavam na revolução industrial, na Inglaterra.[35]
“O tamanho dessas
multidões não era tão espantoso quanto o número relativamente pequeno de
pessoas que naquela época realmente estavam arroladas em sociedades até esse
momento.”[36]
O clero local via essas pregações dos metodistas como sendo algo
ilegal.[37]
Havia manifestações espirituais que ele descrevia dizendo que as pessoas
estavam sendo fulminadas, feridas pela espada do Espírito, tomadas de fortes
dores. Algumas caíam de joelhos, outras
tinham estranhos acessos, mas ele registra ainda que a maioria era aliviada pela oração e alcançava a paz.[38]
Em 1749, Wesley relatou sobre algumas manifestações no final
do culto:
“Quando, enfim, despedi o povo com a benção, ninguém se
mexeu; ficaram todos nos seus lugares, enquanto eu ia passando no meio deles.
Logo se ouviu uma pessoa que gritou: ´Meu Deus, meu Deus, tu te esquecestes de
mim´. Tendo dito isto, caiu no chão. Oramos a Deus em favor dela. Seus gritos
junto com de muitos outros, clamando a Deus, se aumentaram. Mas nós continuamos
lutando com Deus em oração, até que Ele nos atendeu com a paz.”[39]
“Seu diário é uma exposição viva de homens e mulheres cujas
vidas haviam sido renovadas pelo evangelho. Nele há o relato de um barbeiro que
passou doze meses sem beber, embora tenha sido "um dos bêbados mais
conhecidos de toda a cidade" até encontrar-se com Wesley. Há um tropeiro a
caminho do prostíbulo que, convidado por um metodista para participar de um
culto de vigília, sai de lá se regozijando no caminho estreito. Há um esposo
que testifica que os metodistas silenciaram a língua rabugenta de sua esposa.
Há uma pobre alma desesperada, afastada do suicídio. Não é de se admirar que
este tipo de religião, capaz de operar tais milagres morais, tenha se espalhado
pela Inglaterra”.[40]
A ação do Espirito Santo passou a fazer parte da vida diária
de Wesley. Em 1749, ele registrou em seu Diário:
“Preguei (como de costume), às cinco horas e às quinze, com
convicção e poder do Espírito.”[41]
Dez anos antes, em 1739, Wesley escreveu alguns versos num
volume de Hinos e Poemas Sagrados onde ele revela sua necessidade do poder do
Espírito Santo e do amor de Deus:
“(...) Senhor, fortifica-me com o poder
do Teu Espírito,
Posto que sou chamado pelo Teu grande
nome
Em Ti todos os meus pensamentos errantes
se unem,
De todas as minhas obras seja Tu o alvo;
O Teu amor me assista toda a vida
E a minha única ocupação seja o Teu
louvor (...)”. [42]
A partir de 1739, Wesley presenciou uma constante ação do
Espírito no meio do povo. Estiveram presentes em suas pregações milhares de
pessoas: Blackheath (12.0000); Moorfields (20.000); Gloucester (7.0000); Parque
de Kensington (20.000).[43]
Em alguns lugares, Wesley foi perseguido por multidões, como
aconteceu em Falmouth. Contudo, ele não deixou de voltar e de pregar nesses
lugares. Em Falmouth o resultado foi muito além.
“Foi a Falmouth pela terceira vez, quinze anos depois, em 30
de agosto de 1770. Desta vez ele não pregou no edifício metodista, mas perto da
Igreja Anglicana. Ele registra que falou ao maior número de pessoas que jamais
vira, com exceção da multidão, há 25 anos. Sua última visita foi em 18 de
agosto de 1789. Deixemos que seu Diário fale sobre aquele dia: “À tarde, como
não pudéssemos passar pela estrada comum, procuramos passar por alguns campos e
chegamos a Falmouth em boa hora. Na última vez em que aqui estive (ele se esquecera
das visitas calmas feitas neste intervalo), cerca de quarenta anos atrás, fui
aprisionado por uma imensa multidão que rugia como leões. Mas como as coisas
estão diferentes agora! Grandes e pequenos alinham-se na rua de uma extremidade
a outra da cidade, em amor e bondade, clamando uns, espantados outros, como se
o Rei estivesse passando. À tarde preguei no topo da montanha, a pequena
distância do mar, à maior congregação que já vi em Cornwall, exceto em Redrath,
ou perto desta cidade. E não tenho presenciado tal acontecimento desde que
voltei da Irlanda. Deus agiu maravilhosamente nos corações das pessoas, de modo
que todos parecem conhecer o dia de sua visitação”.[44]
Após longa experiência com as pregações e com as sociedades
metodistas, seu conceito, em 1761, era:
“(...) onde não se encontra o poder de Deus, o
trabalho enfraquece.” [45]
Multidões vinham ouvir as pregações dos metodistas. Em 20 de
maio de 1752, Wesley registrou em seu Diário:
“Preguei em Beddick a
grande multidão de Coliers (mineiros de carvão), ainda que chovia durante a
pregação.”[46]
O resultado sempre foi conversões e organização dos
convertidos em bands, pequenos grupos.
“Ele visitou Wales 46 vezes em missões evangelísticas, a
Irlanda, 21 vezes; a Escócia, 22 vezes. Colocava em sua estratégia de pregação
a sabedoria colhida numa conversa entre seus pais a respeito dele mesmo.
‘Susana’, disse Samuel à sua esposa, ‘maravilho-me com a sua paciência. Você
falou àquela criança vinte vezes a mesma coisa". Ao que Suzana Wesley
replica: ‘Se eu estivesse satisfeita depois de repetir a coisa somente dezenove
vezes, teria perdido todo o meu tempo. Foi a vigésima vez que coroou as demais
".[47]
Alguns dos convertidos foram muito impactados e se tornaram
pregadores de Wesley tanto pela sua pregação como pelo contato pessoal.
“Ele menciona diversas mulheres, em particular, que
responderam `a obra do Espírito em consequência de sua pregação em Oxford”.[48]
Veja o exemplo de alguns, a seguir.
De pássaro errante a príncipe dos pregadores
metodistas
João
Nelson foi uma das pessoas alcançadas pela pregação de Wesley. Quando isso
aconteceu, o resultado foi:
“Ele era ‘como um pássaro
errante, expulso do ninho’ até ouvir João Wesley pregar em Moorfields, Londres,
em 1739”. [49]
Foi uma longa e infrutífera busca de Deus e de seus sonhos. Ele tinha
uma vida de terrores e agonia. João Nelson foi de igreja em igreja, de seita em
seita em busca de paz. Apenas não procurou os judeus.[50]
Ele vivia em angústia. Precisava de paz. Vivia com hábitos pecaminosos
onde morava. Precisou mudar de lugar e, então ouviu George Whitefield pregar em
Londres.
Ele conta essa sua história: “Finalmente, sentindo-se convencido de que
ele não era suscepto de quebrar seus hábitos pecaminosos em seu lugar natal,
ele deixou-o. Depois de dar a sua esposa uma despedida afetuosa, com seu
consentimento, ele procurou novos campos de trabalho; e depois de
trabalhar um pouco em vários lugares, ele finalmente chegou a Londres. Ele
logo depois ouviu o Sr. Whitfield pregar, ficou muito encantado, mas não
salvo. Ele participou da adoração pública de quase todas as denominações,
exceto católicos romanos e quakers, em busca de descanso e paz, mas não
encontrou nenhum dos dois”. [51]
João Nelson, então foi ouvir João Wesley pregar em
Moorfields.
João Nelson ficou impactado com a figura e a
pregação de Wesley. Ele disse: “Seu semblante atingiu um pavor tão terrível em
mim, antes de ouvi-lo falar, que fez meu coração bater como o pêndulo de um
relógio; e quando ele falou, eu pensei que todo o seu discurso era
direcionado a mim. Quando ele tinha feito, eu disse: ‘Este homem pode
contar os segredos do meu coração; ele descreveu completamente a doença do
meu coração, mas ele não me deixou lá, pois ele mostrou o remédio, até mesmo o
sangue de Jesus.’ Então minha alma foi cheia de
consolo através da esperança”.[52] João Nelson encontrou a paz em
Jesus.
“Ele era ‘como um pássaro errante, expulso do
ninho’ até ouvir João Wesley pregar em Moorfields, Londres, em 1739”. [53]
Se tornou pregador metodista. Foi chamado de príncipe
dos pregadores metodistas. Fez viagens missionárias com Wesley.
Foi
perseguido e preso.
“Trabalhou em tempo integral compartilhando a
notícia da salvação total na Inglaterra. Ele sofreu muita perseguição
daqueles que se opunham ao entendimento de Wesley sobre a vida cristã, e também
foi fortemente contra os morávios”.[54]
De 1750 a 1770, João
Nelson foi colocado como pregador oficial de sociedades metodistas em Londres,
Bristol, Birstall, Leeds, Derby, Yarm e York.
“Durante trinta
anos viajou como pregador metodista, em vários circuitos, e em benefício de
milhares de pessoas. Ele era um homem de um bom entendimento, de grande
coragem e profunda piedade”.[55]
Sempre converteu muitas pessoas. Somente na Escócia não vieram os
frutos.
Hester Ann Roe foi alcançada pelo contato pessoal com Wesley, pelo seu caráter e pela unção o amor que exalavam de sua vida.
Ela
disse:
"Que maravilha é esse querido santo de Deus!
Agora acima de 70 anos de idade. Quão saudável e forte! Quão alegre na piedade!
Quão ativo e laborioso na obra de Deus! Dez bênçãos descem neste dia sobre os
seus cabelos."
Hester Ann Roe (1756-1794) nasceu em Macclesfield, Inglaterra. Era filha do Rev. James Roe, da Igreja Anglicana, curador de São Miguel. “Seu irmão, Charles Roe, era um empreendedor principal nas indústrias da seda e do cobre”. Aos 9 anos, ela perdeu seu pai. Hester era uma menina religiosa, que se sentia sempre caindo em pecado: "eu caí em todos os vãos costumes e prazeres de um mundo ilusório”. Ela vivia em culpa e longe da alegria do Senhor.
Em 1774, ouviu as pregações do metodista Samuel Bardsley e buscou o novo nascimento orando em casa e cortando laços com o mundo. Depois, disse: "Meus pecados se foram, minha alma estava feliz; e eu desejava partir e estar com Jesus. Eu era verdadeiramente uma nova criatura, e parecia estar em um mundo novo!".
Em 1776, conheceu Wesley. A visita de dois dias de Wesley a Macclesfield, onde ela morava, foi um turbilhão. Numa manhã, Wesley pregou três vezes.
Ela ficou impressionada com a "ternura parental", de pai para filha, de Wesley com ela e com a sabedoria de seu conselho espiritual. Ela esteve uma hora sozinha com Wesley, depois do café da manhã e disse: "Que maravilha é esse querido santo de Deus! Agora acima de 70 anos de idade. Quão saudável e forte! Quão alegre na piedade! Quão ativo e laborioso na obra de Deus! Dez bênçãos descem neste dia sobre os seus cabelos."
Entre 1776 e 1784, Wesley anualmente visitou Macclesfield. Hester registrou seis encontros com Wesley em seu diário. Anotava o tempo e o sermão de Wesley pregado. Ela teve uma renovação espiritual ocasionada por uma "conversa confortável com ele sozinha "durante uma visita em abril de 1777.
O envolvimento de Hester com os metodistas trouxe dura perseguição e indiferença de familiares e amigos. Certa vez, ela se aconselhou com Wesley e registrou sobre sua forma de orar: “orava com um espírito de luta, para que eu pudesse suportar”.
Foi uma das mulheres que se relacionava com
facilidade com Wesley, de quem se tornou amiga e correspondente devotada. Foi
na leitura dos sermões e tratados de Wesley que ela o viu como seu mentor
espiritual.
Uma vida transformada impacta uma nação pelo
Evangelho
Em 29 de novembro de
1758, Wesley escreveu: “Eu montei para Wandsworth e batizei dois negros
pertencentes a Gilbert, um cavalheiro que veio recentemente de Antígua. Um
deles está tão profundamente convencido do pecado: o outro se alegra em Deus,
seu Salvador, e é o primeiro cristão africano que conheci".
Nathaniel Gilbert (1721-1774) nasceu em Antígua, Caribe. Era advogado, formado em Londres, filho de um fazendeiro rico e proprietário de escravos.
Seu irmão, Francis Gilbert, era formado em Medicina em Cambridge e exerceu a profissão na Inglaterra e Antígua. Nathaniel ficou pobre, endividado e fugiu para a Inglaterra, onde passou a frequentar a sociedade de João Wesley e se tornou pregador metodista itinerante.
Em 1755, estava doente e leu o texto de João Wesley Um apelo aos homens de razão e religião enviado da Inglaterra por seu irmão Francis.
Em 1757, foi para a Inglaterra levando três escravos. Gilbert não perdeu tempo em localizar João Wesley e se converteu ao metodismo. Wesley escreveu no jornal 17 de janeiro de 1758:
“Eu preguei em Wandsworth. Um cavalheiro vindo da América tinha aberto uma porta neste lugar desolado. Pela manhã eu preguei na casa do Sr. Gilbert. Dois servos negros dele e um mulato aparentam estar muito despertos. Sua saúde salvadora não será conhecida a todas as nações?"
Ele e dois de seus escravos se converteram e foram batizados por Wesley.
Em 29 de novembro de
1758, Wesley escreveu: “Eu montei para Wandsworth e batizei dois negros
pertencentes a Gilbert, um cavalheiro que veio recentemente de Antígua. Um
deles está tão profundamente convencido do pecado: o outro se alegra em Deus,
seu Salvador, e é o primeiro cristão africano que conheci".
Retornando à Antígua, em
1759, Nathaniel reuniu sua família, amigos e escravos em sua casa. Pregou e
formou uma Sociedade Metodista, contando com o apoio de Francis.
Nathaniel foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de Antígua em 1763. [56]
A
conversão de Barbara Heck proporciona o início do metodismo na América
Barbara se converteu e imigrou para a América
levando a semente do metodismo.
Ela se converteu aos 18
anos através da pregação de Wesley. “Na sequência da segunda visita de John
Wesley à Irlanda, em 1748, o que levaria ao estabelecimento da Conferência
Irlandesa, muitos neste grupo de cerca de 100 famílias se tornaram metodistas”
Barbara Ruckle Heck (1734-1804) nasceu no condado de Limerick, Irlanda.
Seus pais haviam fugido da perseguição religiosa na Alemanha. Era filha de
Sebastian Ruckle. Heck pertencia a uma colônia de alemães que veio de
Palatinado* e se estabeleceu em Ballingrane, condado Limerick, por volta de
1708.
Ela se converteu aos 18 anos através da pregação de
Wesley. “Na sequência da segunda visita de John Wesley à Irlanda, em 1748, o
que levaria ao estabelecimento da Conferência Irlandesa, muitos neste grupo de
cerca de 100 famílias se tornaram metodistas. Entre os convertidos, que foram
reunidos em sociedades metodistas, estavam Barbara Ruckle e seu futuro marido,
Paul Heck”. Eles se casaram em 1760 e tiveram duas filhas e três filhos.
Em 1760, partiram com um grupo de irlandeses para o
Novo Mundo, estabelecendo-se na colônia de Nova York. Emigraram com o objetivo
de fundar uma fábrica de linho em Nova York, o que não foi alcançado. Ela e os
novos colonos tiveram várias outras formas de emprego.
No grupo estava seu primo Philip Embury,
carpinteiro, que se converteu também com Wesley, na Irlanda, e que havia
recebido carta de pregador. Mas o grupo perdeu o zelo religioso e passou para a
decadência espiritual.
Em 1766, ao ver um grupo jogando cartas, Barbara
varreu a mesa, jogou as cartas na lareira e desafiou Philip a pregar na sua
própria casa com a frase: “Philip, tens de pregar para nós ou todos iremos para
o inferno e Deus exigirá nosso sangue de tuas mãos”.
Criaram duas classes em Nova York. Logo o local se
tornou pequeno e alugaram um “Cenáculo”.
O primeiro grupo incluiu os Hecks e seu escravo,
Betty, imigrantes irlandeses e um número de afro-americanos. Barbara Heck
desenhou a capela simples na John Street, que representou a primeira
localização permanente do grupo.
No ano seguinte, eles foram apoiados pelo capitão e
metodista Thomas Webb. Em 1768, na Rua St. John, em Nova York, foi erigida a
primeira capela metodista na América. [57]
O sermão de Wesley tocou o coração de Martha
Thompson, que se tornou um “anjo de luz”.
Depois de dois anos
trabalhando, ao passar um dia por Moorfields*, viu um pregador em meio a uma
multidão que dizia: “Você deve nascer de novo”. Era Wesley. O sermão tocou seu
coração.
Meses mais tarde, ela
passou em Moorfields e viu a multidão, ouviu hinos e Wesley pregando dizendo
para se arrepender e ser nova pessoa em Jesus. Foi o que Martha fez”.
Martha
Thompson (1731-1820) nasceu em Preston, Inglaterra. Aos dezenove anos, já tinha
aprendido a ser uma costureira. Mas sua mãe morreu e quando seu pai se casou de
novo, seu lar se tornou infeliz. Martha desejou mudar e se lembrou de
Crankshaw, uma senhora rica que havia se mudado e vivia em uma mansão em
Londres. Ela lhe escreveu pedindo para ser doméstica e foi aceita. Fez uma
viagem muita árdua e longa de
Meses mais tarde, ela passou em Moorfields e viu a multidão, ouviu hinos e Wesley pregando dizendo para se arrepender e ser nova pessoa em Jesus. Foi o que Martha fez. Ela passou a louvar no trabalho irritando seus companheiros que reclamaram com a patroa. Ela foi examinada por um médico que a diagnosticou como sofrendo de "mania religiosa". Foi internada em Bedlam, a “Casa de Loucos”. Tempo depois, um cavalheiro metodista visitou Bedlam, conheceu Martha e levou uma carta sua para João Wesley, em Londres.
No dia seguinte, Wesley enviou dois médicos, que a declararam sã. Wesley a levou para a casa de metodistas, que cuidaram dela. Seu desejo era voltar para casa em Preston. Um dia Wesley a levou a cavalo por muitos kilometros. Ao chegar em Stafford, onde deveria pregar, ele colocou Martha numa diligência e ela chegou a Preston. Seu pai a recebeu com alegria. Seu coração era metodista e ela viajava seis milhas para ir a uma Sociedade Metodista em Hoghton. Depois reuniu cinco pessoas interessadas numa classe em Preston e progrediu como costureira.
Em 1766, ela se casou com o metodista Joseph Whitehead. Wesley esteve em Preston, pelo menos, três vezes pregando e visitando os doentes. Martha ministrava aos pobres e visitava os enfermos.
Era chamada de “anjo da luz”. Sua história é
contada no musical "Ride! Ride!", escrito por Alan Thornhill e
composto por Penelope Thwaites, produzido pela primeira vez em 1973.[58]
Um homem de fogo e do poder de Deus
Thomas Webb (1724-1796) nasceu em Salisbury,
Inglaterra. Era um oficial britânico e um homem rico. Em 1758, foi para a
América lutar contra as forças francesas na Guerra dos Sete Anos*.
Serviu em Amherst e Wolfe. Foi capturado em Nova
Scotia e perdeu um olho durante a batalha de Louisberg, em 1759, e passou a
usar um tapa olho verde. Neste ano, publicou um tratado militar sobre a ciência
de fazer a guerra. Em 1764, estava
deprimido e convencido de que era pecador.
Em 1765, ele se converteu ouvindo Wesley pregar, em
Bristol, Inglaterra, e se uniu à Sociedade Metodista. Pouco depois, recebeu
licença de pregador local.
Wesley disse: "É um
homem de fogo e do poder de Deus continuamente acompanha sua
palavra". Webb ofereceu seus
serviços para Barbara e Philip, em fevereiro de 1767, em Nova York e assumiu um
papel de lidera na crescente congregação.
Pertencia ao exército inglês. “Estacionados em
Albany, Nova York, Webb abriu uma casa de oração com soldados britânicos”.
Pregava com seu casaco vermelho e sua espada.
Webb fundou o metodismo em Filadélfia, em 1768.
Também introduziu o metodismo em Delaware, em 1769, e ajudou na compra do
primeiro templo metodista, em St. George, em 1770. Webb voltou à Nova York como
um civil e leigo.
Durante seis meses, fez intenso trabalho
evangelístico em Nova York. Incansável, inaugurou um trabalho metodista em Nova
Jersey, Delaware, Maryland e muitas áreas da Pensilvânia.
Em 1772, foi como delegado à Conferência Metodista
em Leeds, Inglaterra. Reconhecendo seus talentos administrativos, João Wesley o
enviou para resolver questões em Limerick e Dublin, na Irlanda.
Em 1773, voltou à América com sua nova esposa,
Grace. Foi acusado de ser espião dos britânicos. Ficou preso e confinado em um
campo de prisioneiros de guerra, onde pregou. Dificultaram sua libertação, mas
depois conseguiu ser trocado por outro prisioneiro.
O metodismo crescia e Webb levantou dinheiro para
construir novas capelas. Tinha grande eloquência e vitalidade. Morreu em
Bristol com 72 anos.
Carlos Wesley o chamava de honesto, zeloso e amoroso
entusiasta. Pregava com uma espada sobre o púlpito. É chamado de primeiro
apóstolo do metodismo americano.
Também foi conhecido por seus esforços filantrópicos
para os prisioneiros de guerra franceses e soldados e marinheiros estacionados
em Porsmouth.
John Adams disse que através de seus sermões ele
atingia a imaginação e tocava as paixões muito bem.
É considerado por muitos o fundador do metodismo
americano.
Arthur Bruce Moss escreveu um livro sobre sua vida:
“Um homem de coragem e visão em comemoração ao 250º aniversário do seu
nascimento em 31 de maio de 1725”.[59]
Do celeiro à capela octagonal
George Merryweather foi tocado profundamente pela pregação de Wesley num celeiro.
Depois que Wesley pregou no celeiro de sua casa, George construiu uma capela octagonal no local, em 1763.
George Merryweather (1743-1817)* nasceu em Yarm, Inglaterra. Era um rico comerciante e carregador de sal de Northumberland. Fundou a Sociedade Metodista em Yarm. Depois que Wesley pregou no celeiro de sua casa, George construiu uma capela octagonal no local, em 1763.
Ela foi um modelo para Wesley e George esteve envolvido em sua construção. Wesley a descreveu, em 1764, “de longe a mais elegante na Inglaterra". Ele ficou na casa da família Merryweathers em dezenove ocasiões e se correspondia constantemente com George.
Em 24 de janeiro de 1760, Wesley recomendou a George dois livros, a quem chamou de “Meu querido irmão”. Ele disse: “Gostaria que você recomendasse em todos os lugares dois livros em particular – “O Padrão Cristão” e o “Físico Primitivo”.
Em 16 de Janeiro de 1758, Wesley lhe escreveu: “Meu querido amigo, se a obra de Deus cresceu tanto em Yarm, não devemos deixar passar a oportunidade. Portanto, permita que o pregador itinerante fique aqui todo domingo à tarde, ou, pelo menos, um domingo sim, outro não.”
George era o anfitrião de Wesley que pregou pela primeira vez em Yarm em 1748. Em 1763, doou a terra e construiu a capela metodista em Yarm. No Natal de 1763, a capela foi aberta pelo pregador metodista Peter Jaco. Para Wesley, a capela metodista em Yarm era sua "capela favorita". Ele ficou tão satisfeito com a capela octogonal que a usou como modelo e mais 14 capelas foram construídas na Inglaterra.
A família Merryweather era partidária e amiga de Wesley, que pregou em Yarm, em 1774, no aniversário de 72 anos de George Merryweather. Para Wesley, a capela octogonal "é melhor para a voz e em muitos relatos mais convenientes do que qualquer outra".
Dizem que Wesley
também teria dito: "não há cantos para o diabo se esconder". Yarm é a
mais antiga capela octogonal metodista do mundo. Em 2013, comemorou 250º anos.[60]
De padeiro ao Pão da Vida
Alexander Mather foi de padeiro a pregador do “Pão da vida”.
Aos 19 anos, foi para Londres, onde se tornou padeiro e se converteu com a pregação de Wesley.
Alexander Mather (1733-1800) nasceu em Brechin, na Escócia. Foi educado de forma rigorosa e severa pelo pai, que era anglicano. Isso o levou a sair de casa aos 12 doze anos, em 1745, para apoiar os rebeldes contra o rei, na “Revolta Jacobita”*.
Foi salvo de morrer em combate e, ao ser salvo de um afogamento, sentiu que Deus o salvara para um propósito. Os rebeldes foram perseguidos e seu pai não o recebeu de volta.
Depois do perdão aos rebeldes, seu pai o deixou voltar para casa, mas não o apoiou na escola. Mather trabalhou com seu pai na padaria. Aos 19 anos, foi para Londres, onde se tornou padeiro e se converteu com a pregação de Wesley.
Convenceu seu chefe e os
outros padeiros de Londres a se recusarem a fazer pão aos domingos. Com o tempo,
seu chefe se tornou rico. Isso foi visto como sendo por ele honrar o domingo.
Em 1756, ao se sentir chamado a pregar, Wesley lhe disse "ser um pregador metodista não é o caminho para a facilidade, honra, prazer ou lucro. É uma vida de muito trabalho e reprovação”.
Sendo franco, Wesley disse que os pregadores muitas vezes, vivem com escassez e “são propensos de serem apedrejados, espancados e abusados de várias maneiras. Considere isso antes de se envolver em um modo de vida tão desconfortável”.
Ele era um guerreiro e aceitou. Mather organizou igrejas e sua pregação sobre a perfeição cristã era poderosa. Ficou na história metodista.
Em 1757, ele se tornou o primeiro pregador casado a ser aceito e passou a ser itinerante indo pregar na Irlanda.
Nesse mesmo ano, após seu pedido a Wesley, a Conferência Metodista em Londres aprovou um dinheiro adicional para a esposa de Alexander Mather começando assim a tradição de prover a esposa do pregador itinerante.
Em 1788, ele se ornou o primeiro itinerante a ser ordenado para o trabalho na Inglaterra.
Mather foi quem convidou Francis Asbury para ser pregador local. Mais tarde, na América, Asbury se tornou o primeiro bispo metodista norte-americano. Mather foi um dos confidentes mais próximos de Wesley.
Ele pediu e Mather fez um relato de sua experiência, que ocorreu em 1857, em Rotherham, Inglaterra: “O que eu vivenciei em minha própria alma foi uma libertação instantânea de todos aqueles temperamentos e afeições errados que eu tinha (...), um desapego completo de toda criatura, com um inteiro devotamento a Deus; e desde esse momento eu encontrei um prazer indizível fazendo a vontade de Deus em todas as coisas. Eu tinha também um poder para fazê-lo, e a aprovação constante da minha própria consciência e de Deus.
Eu tinha simplicidade de
coração, e um único olhar para Deus, em todos os momentos e em todos os
lugares, com tanto zelo para a glória de Deus e o bem das almas (...). Acima de
tudo, tive uma comunhão ininterrupta com Deus (...)”.[61]
Era visto com alguém que
poderia substituir Wesley, junto com Thomas Coke, numa supervisão
episcopal. Wesley faleceu em 1791 e, em
1792, Mather foi presidente da Conferência e membro de todos os comitês da
Conferência até 1797.
[1]
WESLEY,
João. Trechos do Diário de João Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista, 1965,
p.82.
[2] Idem.
[3]https://frases.tube/455231_ponha-fogo-no-seu-sermao-ou-ponha-seu-sermao-no-fogo
[4] WESLEY, João.
Trechos do diário de João Wesley, ibidem, p.115.
[7] Idem.
[8]https://www.umnews.org/en/news/wesley-pilgrimage-oxford-history-inspires-today
[9]https://kevinmwatson.com/2020/05/12/john-wesleys-sermon-scriptural-christianity-a-brief-summary/
[10]
http://metodistavilaisabel.org.br/docs/Joao_Wesley_O_Evangelista.pdf
[11]https://www.christianitytoday.com/history/issues/issue-2/john-wesley-did-you-know.html
[12]
http://johnandellenduncan.com/jw_grave.htm
[13]
http://metodistavilaisabel.org.br/docs/Joao_Wesley_O_Evangelista.pdf
[14]http://wesley.nnu.edu/john-wesley/the-sermons-of-john-wesley-1872-edition/an-introduction
[15]Idem.
[16]http://wesley.nnu.edu/john-wesley/the-sermons-of-john-wesley-1872-edition/an-introduction/
[17]http://wesley.nnu.edu/john-wesley/the-sermons-of-john-wesley-1872-edition/an-introduction/
[18] https://www.moumethodist.org/blogdetail/818277
[19]https://www.sermoncentral.com/sermon-illustrations/11183/john-wesley-preached-his-last-sermon-of-feb-17-by-mark-jones
[20]
https://www.tomokaumc.org/sermons/1-john-wesleys-journey-of-faith/
[21]
http://metodistavilaisabel.org.br/docs/Joao_Wesley_O_Evangelista.pdf
[22] Ibidem, p.73.
[23]
https://seedbed.com/john-wesley-preaching-to-the-poor/
[24]https://seedbed.com/john-wesley-preaching-to-the-poor/
[25] Jonatham Edwards
(1703-1758) era pastor congregacional
[26]HEITZENHATER,
Richard P., Wesley e o Povo Chamado Metodista, Editeo-Pastoral Bennett, 1996, p.91.
[27] Ibidem, p. 90.
Esta experiência é citada por alguns carismáticos e pentecostais como a
experiência do Batismo com o Espírito
Santo ou unção do Espírito . No livro Heróis da Fé está escrito sobre essa
experiência: ”Essa unção do Espírito Santo dilatou grandemente os horizontes
espirituais de Wesley” (BOYER, Orlando. Heróis da Fé. Rio de Janeiro: CPAD,
1986, p.68).
[28]HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.92.
[29] Ibidem, p. 92.
[30] LELIÈVRE, Mateo.
João Wesley - Sua vida e obra. São Paulo: Editora Vida, 1997, p. 77.
[32]LILIÈVRE,
Mateo, Ibidem, p. 79.
[33]http://seedbed.com/feed/how-john-wesley-s-class-meetings-serve-as-identity-formation.
[34]
http://metodistavilaisabel.org.br/docs/Joao_Wesley_O_Evangelista.pdf
[35] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 99.
[36] Ibidem, p.100.
[37] Ibidem, p.101.
[38] WESLEY, João.
Trechos do diário de João Wesley, Ibidem, p.37-8.
[39] Ibidem, p.84.
[40]
http://metodistavilaisabel.org.br/docs/Joao_Wesley_O_Evangelista.pdf
[41] WESLEY, João.
Trechos do diário de João Wesley. Ibidem, p.82.
[42] ______.______.
Explicação clara da perfeição cristã.
Ibidem, p.13-4.
[43] LELIÈVRE, Mateo,
Ibidem, p. 79.
[44]
http://metodistavilaisabel.org.br/docs/Joao_Wesley_O_Evangelista.pdf
[45] WESLEY, João.
Trechos do diário de João Wesley, ibidem, p.115.
[46] Ibidem, p.73.
[47]
http://metodistavilaisabel.org.br/docs/Joao_Wesley_O_Evangelista.pdf
[48] WESLEY, João.
Trechos do diário de João Wesley, Ibidem, p.92.
[49]
https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=2033
[50]https://www.mywesleyanmethodists.org.uk/content/people-2/wesleyan_methodist_ministers/wesleyan-methodist-ministers-general/bi-centenary-john-nelson-1707-1774
[52]
www.archives.gcah.org/bitstream/handle/10516/1575/MH-1970-04- Ed
[53]
https://dmbi.online/index.php?do=app.entry&id=2033
[56]
http://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1
https://library.soas.ac.uk/Record/503117
http://www.library.manchester.ac.uk/search-resources/guide-to-special-collections/methodist/using-the-collections/biographicalindex/galland-gwyther/header-title-max-32-words-365801-en.htm
http://www.stampsoftheworld.co.uk/wiki/Antigua_and_Barbuda_1983_Methodist_Church
Pesquisa: www.mccalive.org/connexional_conference.php?mi
www.umcmission.org ›... ›
Projects
http://methodistchurchantigua.org/new/our-history/our-history-1/
http://www.aps.ai/issueDetails.php?id=92
[57]*O Palatinado
historicamente é uma região no sudoeste Alemanha
(https://en.wikipedia.org/wiki/Palatinate_(region).
** O general John Burgoyne (1722 -1792) foi um
oficial do exército britânico, político e dramaturgo. É mais conhecido por seu
papel na Guerra Revolucionária Americana. Ele projetou um esquema de invasão e
foi nomeado para comandar uma força que se deslocava para o sul do Canadá para
separar a Nova Inglaterra e acabar com a rebelião
(https://en.wikipedia.org/wiki/John_Burgoyne).
http://www.biographi.ca/en/bio/ruckle_barbara_5E.html
http://www.encyclopedia.com/women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/heck-barbara-ruckle-1734-1804
http://www.fumcphoenixville.org/pt/Divided-Families/blog.htm
Pesquisa: www.en.wikipedia.org/wiki/Barbara_Heck
www.victorshepherd.on.ca/Heritage/barbara.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Barbara_Heck
www.home.ripnet.com/.../barbara_and_paul_heck.html
http://home.ripnet.com/legacy/colonel_edward_jessup/UEL_Col_J/barbara_and_paul_heck.html
www.interpretermagazine.org ›... › April 2004
[58] * No início do
século 18, Moorfields, Londres, foi o local de esporádicos mercados ao ar
livre, shows e vendedores / leilões. As casas perto e dentro de Moorfields eram
lugares dos pobres, ea área tinha uma reputação de abrigar bandidos,
(https://en.wikipedia.org/wiki/Moorfields).
http://www.blogpreston.co.uk/2014/10/notable-people-of-preston-martha-thompson-the-first-methodist/
http://openplaques.org/places/gb/areas/preston/plaques
http://www.fulwoodmethodist.org.uk/fmcmag/Summer%202013/thompson/martha_thompson.htm
[59] * A Guerra
dos Sete Anos foi uma série de conflitos internacionais que ocorreram
entre 1756 e 1763, durante o reinado de Luís XV, entre a França, a Monarquia
de Habsburgo e seus aliados Foi o primeiro conflito a
ter carácter mundial, e o seu resultado é muitas vezes apontado como o ponto
fulcral que deu origem à inauguração da era moderna
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Sete_Anos).
https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Webb_(Methodist)
http://www.pregacaoexpositiva.com.br/downloads/Estranha_Estirpe_de_Audazes.pdf
https://canadianperspective.wordpress.com/2006/05/22/thomas-webb-the-methodist-captain/
http://media.sabda.org/alkitab-6/wh2-hdm/hdm0211.pdf
http://iglesiapueblonuevo.es/index.php?codigo=bio_webbt
http://www.nyhistory.org/exhibit/captain-thomas-webb-1724-1796
http://historicstgeorges.weebly.com/at-the-start.html
[60] * Há diferentes
informações sobre a data de seu nascimento e falacimento.
http://heritage.stockton.gov.uk/people/george-merryweather-methodist-pioneer/
http://wc.rootsweb.ancestry.com/cgi-bin/igm.cgi?op=GET&db=sharon-eng-merry&id=I081
http://www.waymarking.com/waymarks/WMPEHH_Yarm_Methodist_Church_Yarm_Yorkshire_UK
http://www.yarmmethodistchurch.org.uk/history.aspx
http://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=50947684
https://www.questia.com/newspaper/1G1-345544731/octagonal-church-is-still-going-strong-250-years
[61] *
Os levantes jacobitas, uma série de insurreições, rebeliões
e batalhas nos reinos
da Inglaterra, Escócia e Irlanda ocorridas entre 1688 e 1746. As insurreições tinham o objetivo de
reconduzir Jaime II
da Inglaterra, e mais tarde os descendentes da Casa de Stuart, para o trono
após este ter sido deposto pelo Parlamento durante a Revolução
Gloriosa. A origem do nome da série de conflitos está
em Jacobus, a forma latina do nome inglês James.
Apesar de cada levante jacobita ter características únicas, eles foram parte de
uma série maior de campanhas militares dos jacobitas, a chamada mesmo a Guerra
Jacobita, na tentativa de reconduzir os reis Stuart aos
tronos da Escócia e Inglaterra
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Levantes_jacobitas).
http://holinesslibrary.com/index/htec/m/alexander-mather/
https://www.francisasburytriptych.com/alexander-mather/
http://weeklywesley.blogspot.com.br/2010/11/alexander-mather-methodist-preacher.html
http://www.npg.org.uk/collections/search/portrait/mw64790/Alexander-Mather
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