O “Não à Guerra” de Wesley e dos Wesleyanos
Muitos metodistas
foram mártires e heróis
Odilon Massolar Chaves
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Massolar Chaves
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Odilon Massolar Chaves é
pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade
Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o
avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como
paradigma para nossos dias.
Foi editor do jornal
oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.
É escritor, poeta e
youtuber.
Toda glória seja dada ao Senhor
"E certamente todas as nossas declamações
sobre a força da razão humana, e a eminência de nossas virtudes, não são mais
do que o jargão do orgulho e da ignorância, enquanto houver uma guerra no
mundo. Os homens em geral nunca podem ser considerados criaturas razoáveis, até
que não conheçam mais a guerra. Enquanto esse monstro anda descontrolado, onde
está a razão, a virtude, a humanidade? Eles são totalmente excluídos; eles não
têm lugar; eles são um nome, e nada mais”.[1]
Índice
· Introdução
· Wesley e o monstro da guerra
· Teólogos e Igreja contra a guerra
§ Os wesleyanos no combate às guerras e na promoção da paz:
·
Prêmios e legados
·
Capelães nas guerras
·
Perseguidos, presos e mártires
Introdução
O “Não à Guerra” de Wesley e dos Wesleyanos é um
livro que revela o pensamento e as atitudes de Wesley e de metodistas
espalhados pelo mundo.
Muitos
foram mártires e heróis. Um relato da atuação em 5 continentes.
Wesley
sempre foi contra a guerra e ajudou com cobertores mais de mil soldados
franceses que estavam presos e passando frio, na guerra entre França e
Inglaterra.
Ele
chamou a guerra de monstro e disse que ela revela a falta de razão, virtude e
humanidade.
O
metodismo mundial promove a paz. A promoção da justiça, o diálogo, o respeito às
nações, aos direitos humanos e à liberdade são fundamentais para a paz.
O
profeta Isaias deixa claro que sem justiça não há paz (Is 59.4-9).
A paz é
um fruto do Espírito (Gl 5.22). Jesus é chamado de Príncipe da Paz e somos enviados
como mensageiros da paz.
Um
livro profundo que relata a vida e o ministério de metodistas que foram
mártires e heróis. Deram suas vidas para a paz entre as pessoas, entre nações.
Há
tristes e belas histórias relatadas como o que agia como Cristo e um soldado
japonês não suportou essa situação e, por isso, o crucificou.
Podemos
e devemos retirar várias lições para os nossos dias.
Que o
Espírito Santo lhe dê a paz e você seja instrumento dessa paz.[2]
O Autor
Wesley e o monstro da
guerra
Em 15
de outubro de 1759, Wesley andou a pé até Knowle, uma milha distante de
Bristol, para visitar os prisioneiros franceses, que estavam presos como
resultado da chamada “Guerra dos Sete anos”.
“Durante
a Guerra dos Sete Anos (de 1756 a 1763), franceses e britânicos lutaram na
América do Norte, Índia, Caribe, Filipinas e África. Depois de Waterloo, as
duas nações nunca mais se enfrentaram”.[3]
Antes
havia acontecido outras guerras e a chamada “guerra dos cem anos” (1337-1453).
Havia
mais de 1100 prisioneiros franceses.
Quando
Wesley chegou, eles “estavam reunidos num pequeno espaço, sem cousa alguma em
que deitar, senão colchões de palha, e sem cobertores; para se cobrirem só
tinham alguns trapos, quer e dia quer de noite, portanto, morreram como se
fossem ovelhas atacadas de morrinha. Fiquei horrorizado!”.[4]
Logo
depois, à tarde, Wesley pregou: “Não oprimirás o peregrino; pois vós conheceis
o coração do peregrino, visto que fostes peregrino na terra do Egito” (Êxodo
23.9).
Além da
pregação, Wesley levantou uma coleta para ajudar os prisioneiros franceses, que
rendeu 18 libras. No dia seguinte, chegou a 24 livras.
Wesley
disse: “Com esta quantia compramos roupa de cama, cobertores, e pano, que foi
convertido em camisas e calças; compraram-se também algumas dúzias de meias, e
tudo isto foi distribuído entre aqueles mais necessitados”.[5]
A congregação
de Bristol também mandou grande número de colchões e cobertores. Logo depois, a
congregação de Londres e de ouros lugares enviaram outras contribuições.
Wesley
acreditava que dali para frente os soldados seriam melhor servidos. Em 10 de
outubro de 1883, ele visitou em Pembroke “um grande número de presos americanos”.[6]
Também
em 10 de outubro de 1783, visitou “muitos dos presos holandeses (Southampton)”.[7]
Wesley disse
sobre a guerra: "E certamente
todas as nossas declamações sobre a força da razão humana, e a eminência de
nossas virtudes, não são mais do que o jargão do orgulho e da ignorância,
enquanto houver uma guerra no mundo. Os homens em geral nunca podem ser
considerados criaturas razoáveis, até que não conheçam mais a guerra. Enquanto
esse monstro anda descontrolado, onde está a razão, a virtude, a humanidade?
Eles são totalmente excluídos; eles não têm lugar; eles são um nome, e nada
mais”.[8]
Wesley chama a guerra de “monstro” e ela revela a falta de razão, virtude e humanidade.
Teólogos e Igreja contra a guerra
No seu Manifesto de 1750,
Wesley colocou 12 itens, dentre eles “Evite entrar em guerras”:
·
Reduza a distância entre ricos e pobres.
·
Ajude todo mundo a ter trabalho.
·
Ajude os mais pobres introduzindo um salário mínimo.
·
Ofereça a melhor educação possível.
·
Ajude todos a sentirem que podem fazer a diferença.
·
Promover a tolerância.
·
Promover tratamento igualitário para as mulheres.
·
Criar uma sociedade baseada em valores e não em
lucros e consumismo.
·
Acabar com todas as formas de escravidão.
·
Evite entrar em guerras.
·
Compartilhe o amor de Deus com todos.
·
Cuidado com o meio ambiente”.[9]
Sobre a guerra, Wesley disse: “De que outra prova precisamos da total degeneração de todas as nações dos mais claros princípios da razão e da virtude? Da carência absoluta, tanto de bom senso quanto de humanidade comum, que permeia toda a raça humana?”[10]
O jornalista e escritor alemão Hauke Burgarth,[11] levanta algumas questões importantes para nós hoje sobre o Manifesto de Wesley:
“Se
você olhar para a lista de Wesley em seu ‘Manifesto’, você vai encontrar
perguntas que nos movem hoje. É claro que os doze pontos foram adaptados linguisticamente
– 300 anos não podem ser ignorados linguisticamente. Mas em termos de conteúdo,
o que Wesley escreveu há tanto tempo como uma lista de tarefas para ele e os
cristãos como um todo ainda é assustadoramente atual. Isso vai desde a
distância cada vez maior entre ricos e pobres até o tratamento igualitário
ainda não realizado de homens e mulheres à escravidão e suas formas modernas”.[12]
Se a
humanidade tivesse seguido de perto este manifesto, certamente, teríamos um
mundo bem melhor e de paz.
O
pastor metodista e escritor John O'Gooch,[13] em seu
livro " João Wesley para o século 21", disse que "João
Wesley não gostava de guerra. Ele não saltou para a noção de que temos que
apoiar o Rei em tempo de guerra, não importa o que aconteça.” [14]
O'Gooch
“ressaltou que Wesley tendia a culpar ambos os lados igualmente na guerra -
incluindo a Guerra da Independência americana - certamente uma batalha de seu
próprio tempo”.[15]
O
pastor Gooch também afirmou: “E ainda assim Wesley não era um
pacifista. Ele pensou que a guerra era tola e
desperdiçada e deveria haver melhores maneiras de resolver disputas
internacionais."[16]
Sem
justiça não há paz.
Como
disse o profeta Isaias: “Não conhecem o Caminho da Paz; não existe justiça em
suas intenções e práticas. Eles transformaram todo o direito em caminhos
tortuosos; quem andar por eles jamais verá a paz” (Isaias 59.8).
João Wesley não só não gostava de guerra. Para ele, a guerra é um monstro e sua existência revela a desumanidade, falta de virtude e de razão das pessoas.
Para Wesley, a guerra era sim tola e desperdiçada. As pessoas deveriam encontrar melhores maneiras de resolver disputas internacionais.
Mais ainda, a guerra é um
monstro.
O livro
de Disciplina da Igreja Metodista Unida afirma: “Embora o Livro Metodista Unida
de Disciplina afirme: ‘Acreditamos que a guerra é incompatível com os
ensinamentos e o exemplo de Cristo’ (Livro de Disciplina, ¶165 , C), também
reconhece que os Metodistas Unidos não estão de acordo sobre o uso da força.
Nossos Princípios Sociais dizem: ‘Alguns de nós acreditam que a guerra e outros
atos de violência nunca são aceitáveis para os cristãos. agressão, tirania e
genocídio" (Book of Discipline, ¶164, I).”[17]
Não há
razão, justificativa e virtude na realização das guerras.
Como disse o piloto alemão Erich Hartman,[18] que atuou na Segunda Guerra Mundial: “A Guerra é um lugar onde jovens, que não se conhecem e não odeiam, se matam, por decisões de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam.” [19]
Os wesleyanos no combate às guerras e na
promoção da paz
Prêmios e legados
Diversos metodistas ganharam prêmios pela luta pela paz. Outros deixaram legados.
Arthur Henderson (1863-1935)
Ele
nasceu em Glasgow, Grã-Bretanha. Ele se tornou membro da Igreja Metodista
Wesleyana, à qual se dedicou imensamente.
Um dos
seus filhos morreu na 1ª Guerra Mundial e os outros dois deles se tornaram
colegas de seu pai na Câmara dos Comuns. Arthur foi arquiteto, herói do Partido
Trabalhista e serviu como secretário de Relações Exteriores (1929-1931).
Presidiu a Conferência Mundial do Desarmamento, que se reuniu em Genebra em
1932.
Ele
recebeu o Prêmio Nobel da Paz de
1934. Sua abordagem era conciliatória e de temperança. Trabalhou de forma
incansável para a cooperação internacional e o desarmamento.
Foi
conhecido como uma "bússola moral” em seu tempo. Era um evangelista
eloquente na igreja local. Foi professor na Escola Dominical. Teve profundo compromisso
com o metodismo.[20].
Chen Su Lan (1885-1972)
Ele nasceu em Fuzhou, Fujian, China. Sua mãe foi uma
devotada metodista. Em um encontro de avivamento liderado pelo bispo Bradford,
ele se comprometeu a ser um pregador.
Em 1905, foi para Cingapura e estudou na King Edward
VII College of Medicine, tendo obtido
licenciatura em Medicina e Cirurgia em 1910.
Após a invasão japonesa, tentou fugir, em 1942, mas
o navio foi bombardeado. Os sobreviventes conseguiram uma jangada e chegaram a
uma floresta de mangue. Foram salvos na manhã seguinte por um barqueiro que
ouviu seus gritos e trouxe uma equipe de resgate. Em Cingapura, foi detido
pelos japoneses, que acreditavam que os líderes metodistas estavam conspirando
contra eles. Foi liberto por não encontrarem nada em sua casa.
Após a guerra, fundou a Associação Cristã de Homens
(YMCA) em 1945, para ajudar os que estavam se sentindo desmoralizados. Em 1947,
Chen montou a Fundação Chen Su Lan Trust, que ofereceu recursos e terras
especialmente para organizações cristãs. Foi membro fundador da Cingapura
Anti-Tuberculose Association em 1947.
A Casa Metodista Infantil Chen Su Lan foi inaugurada
em 1968 com a ajuda da Fundação Chen Su Lan Trust.[21]
Hobart Baumann Amstutz (1896-1980)
Ele nasceu em Henrietta, Ohio, EUA. Graduou-se em 1915 na escola
secundária Oberlin. Foi convocado para o exército na 1a Guerra
Mundial.
Em 1921, após a guerra, ele se formou na University Northwestern. Em 1923, obteve o bacharelado em Divindade no Seminário Teológico Garrett-Evangelical. Depois, obteve o mestrado em Teologia. A partir de 1926, o reverendo Amstutz serviu como missionário no Sudeste da Ásia, na Igreja Metodista Wesley, em Cingapura por muitos anos.
Em 1942, foi preso pelos japoneses, passando três anos e meio em um campo de prisioneiros. Durante esse período, foi afetado pelo beribéri e perdeu 68 quilos. Antes de os japoneses tomarem Cingapura, enviou para casa a esposa e seus dois filhos.
De 1956 a 1964, atuou como bispo metodista no Sudeste da Ásia (Cingapura, Malásia, Indonésia e Burma) e também como presidente fundador do Trinity College, em Cingapura. Foi diretor da Escola Teológica Metodista de Cingapura, editor da revista Sudeste Asiático Metodista, superintendente de missões, tesoureiro e pastor na Igreja Metodista em Cingapura, na língua inglesa.
Pouco tempo após a aposentadoria, foi chamado para ser bispo metodista
do Paquistão (1964-1968), criando a Igreja Metodista do Paquistão.[22]
Ela
nasceu em Lancaster, New York, EUA.
Filha de Margaret e Peter Thompson, um pastor metodista. Margaret morreu quando
Dorothy tinha sete anos (em 1901). Dorothy
estudou na Universidade de Syracuse e Instituto de Tecnologia
de Illinois.
Ela foi
uma grande jornalista, comentadora política e uma das principais opositoras de
Hitler e do fascismo.
Em
1939, ela foi reconhecida pela Revista Time como a segunda mulher mais
influente na América ao lado de Eleanor Roosevelt. Foi apelidado de "o
tornado de olhos azuis".
Foi a
primeira americana jornalista a ser expulsa da Alemanha nazista, em 1934. Ela é
considerada por alguns como a "Primeira Dama do Jornalismo Americano”.
Depois
de se formar em jornalismo, ela se mudou para a Europa. Seu relato negativo
sobre Hitler e dos nazistas levou à sua expulsão, em 1934. Ela se tornou a
primeira correspondente dos EUA expulsa da Alemanha.
Voltou
para a América e passou a escrever em mais de 150 jornais e fazer comentários
na Rádio BNC.
Sua
coluna On the Record era muito popular. Ela se casou com o vencedor do
Prêmio Nobel, o romancista Sinclair Lewis, em 1928, e teve um filho. Escreveu
alguns livros, dentre eles: “Eu vi Hitler”; “A coragem de ser feliz”.[23]
Carl Lutz (1895-1975)
Foi vice-cônsul da Suíça em Jajja (Israel). Foi transferido na 2ª Guerra Mundial para Budapeste, na Hungria (1942-1945). Em 1944, a Alemanha invadiu a Hungria.
Como
vice-cônsul, emitiu milhares de documentos suíços falsos enganando o
tenente-coronel Adolf Eichmann, que queria deportar os judeus. Lutz salvou mais
de 62 mil judeus.
Lutz procurou servir ao Senhor em alta conta. Lutz colocou a Agência Judaica sob a sua proteção diplomática e retirou milhares de judeus húngaros das linhas de marcha dos campos de concentração, entregando-lhes documentos de proteção.
Foi a maior operação de resgate de civis judeus no mundo durante o Holocausto. Após o seu regresso à Suíça, foi repreendido por ter se excedido em sua autoridade.
Em 1964, recebeu a medalha de Righteous por ações corajosas. O filme Caminhando com o inimigo retrata sua história. Theo Tschuy escreveu o livro Diplomata corajoso.
Carl Lutz foi indicado três vezes ao Prêmio Nobel da Paz e condecorado com a Cruz de Honra, Ordem do Mérito da Alemanha.
Em 2006, em Budapeste, foi erguido um memorial em sua homenagem. Em Jerusalém, há o Memorial Yad Vashem em sua homenagem.
Em 1999, um selo especial foi lançado pelos Correios Suíços para homenageá-lo.[24]
Ela
nasceu na Finlândia e se tornou diaconisa da Igreja Metodista na Rússia. O
metodismo começou entre os imigrantes suecos em São Petersburgo, na Rússia, em
1881. Desde o início, o metodismo cuidou dos pobres, doentes e necessitados.
Em
1908, a Casa Diaconal Betânia foi aberta, chefiada por sua mentora Anna Eklund
durante a epidemia de cólera. Anna foi treinada em Hamburgo e Frankfurt.
Ela e
quatro irmãs ofereceram cuidados de enfermagem e ajuda humanitária. Em 1909, a
Igreja Metodista foi legalizada e, em 1910, havia 500 membros em São
Petersburgo.
O
metodismo continuou na Rússia mesmo após a Revolução de 1917, através dos
esforços de Anna Eklund.
Ela era
uma ministra única. Durante a fome, em 1921, em São Petersburgo, ela liderou a
distribuição de alimentos para os que passavam fome. Um orfanato foi aberto
perto de São Petersburgo.
Em 25
de dezembro de 1931, o novo regime fechou a igreja localizada em Bolshoi. Em
1937, o regime stalinista forçou o fechamento da Igreja Metodista na Rússia.
Forçada
a terminar seu trabalho, Anna voltou para a Finlândia em 1939. Mas seus sonhos
se tornaram realidade: o metodismo renasceu na Rússia.
Foi
criado o Prêmio Anna Eklund para os
que se destacam no serviço pioneiro do metodismo na Rússia. Um livro foi
publicado sobre sua vida: Irmã Anna
Eklund, 1867-1949: uma santa metodista na Rússia; suas palavras e testemunho,
St. Petersburg 1908-1931”.[25]
Harold Good
Ele nasceu em Londonderry, Irlanda, em
1937. Foi ordenado ministro da Igreja Metodista em 1962.
Foi presidente da Igreja Metodista na Irlanda
(2001-2002) e atuou como diretor do Centro para a Reconciliação Corrymeela por
cinco anos, lugar de refúgio para aqueles que são afetados pelos conflitos na
Irlanda.
Tem tido uma posição corajosa e fez amizade com
todos os lados nos conflitos na Irlanda do Norte.
Nos tumultos de 1969, feridos foram trazidos para a
sua igreja, e, quando uma bomba do IRA explodiu antes do Natal, em 1971, ele
foi um dos que ajudaram a retirar as crianças mortas dos escombros.
Ministrou para prisioneiros da Estrada Crumlin e foi
vital para o IRA[26] pedir
desculpas no 30º aniversário da “Sexta-Feira Sangrenta”. Ele tem promovido a
reconciliação na Irlanda do Norte.
Ganhou o Prêmio Mundial Metodista da Paz, em 2007.
Recebeu o Gandhi Peace Award e o Prêmio Rene Casin
dos Direitos Humanos, do governo basco.
A rainha Elizabeth II o nomeou membro da Ordem do Império Britânico, em 1970, e Oficial da Ordem do Império Britânico, em 1985.[27]
Capelães nas guerras
Diversos
metodistas serviram como capelães durante as guerras, dentre eles:
O capelão do Dia D na 2ª Guerra Mundial
Leslie Skinner (1911-2001) nasceu em York,
Inglaterra. Foi cabeleireiro e pregador local, depois se tornou pastor
metodista. Foi nomeado para a Índia em 1937. Com o início da surdez, voltou à
Inglaterra.
Na 2ª Guerra Mundial, entrou para o Departamento de
Capelães do Exército, servindo na Pérsia, Iraque e Egito. Em 1944 se tornou
capelão sênior na 8ª Brigada Blindada. Foi o primeiro capelão britânico a
chegar à praia no chamado Dia D, na Normandia, em 6 de junho de 1944.
Após 20
dias, foi ferido na cabeça por um morteiro. Alguns dias depois, voltou ao
Regimento. Arriscou a vida para cuidar dos companheiros. Aos domingos,
dirigia cultos para os homens em guerra.
Leslie Skinner foi capitão e capelão do Exército na 2ª Guerra Mundial. Fez de tudo para salvar ou pelo menos prolongar a vida dos soldados feridos; ministrava às tropas na linha de frente e ajudava as equipes médicas. Passou horas evitando os tiros à procura de cadáveres e cavou sepulturas, garantindo enterros adequados.
Tinha
grande compaixão e escrevia às famílias dos mortos. Isto continuou por muitos
anos após a guerra. Sua última nomeação foi como superintendente no circuito de
Walton e Weybridge até 1977. Chegou a tenente-coronel, o mais alto posto de
capelão. Morreu aos 89 anos.[28]
Na 1ª
Guerra Mundial (1914-1918)
Cerca de
150 mil membros da Igreja Metodista Primitiva e 285 mil membros da Igreja
Wesleyana, na Inglaterra, serviram na guerra. Morreram 15 mil metodistas
primitivos e 26.581 wesleyanos.
Diversos
pastores da Igreja Metodista Wesleyana da Inglaterra serviram às Forças
Armadas, alguns como capelães, dentre eles:
Cecil
George Dunkerley (1895-1966); foi prisioneiro na Alemanha durante dois anos e
meio e começou seu ministério pregando no campo de prisioneiros.
Frank
Fairfax (1887-1964): após servir como capelão na França, serviu como capelão
para prisioneiros de guerra britânicos na Suíça.
Charles
Edward Gentil (1886-1961): um ano após serviço ativo na Índia, foi convidado
para servir como capelão para as Forças Armadas, o que fez até a desmobilização
em 1920.
Hubert
Vavasor Griffiths (1885-1965): serviu na França e Itália como capelão.
Albert
Swales Hullah (1885-1966): se tornou capelão no exército, atuou na França
e foi condecorado com a Cruz Militar
por coragem, em março de 1918.[29]
Na Itália
Umberto
Emilio Postpischl (1885-1937) foi nomeado capelão e em fevereiro foi enviado ao
exército em Verona. No final da guerra, foi pastor em Savona (1918-1920) e
Turim (1920-1924). Mudou-se para Bolonha em 1924. Nos últimos anos de sua vida, foi responsável pela reestruturação do
culto local da Via del Carbone, em 1931.
Giuseppe
La Scala nasceu em Mandanici (Messina). Em 20 de janeiro de 1918, foi nomeado
capelão designado para o quarto exército com a patente de tenente. Dispensado
em fevereiro de 1919, tornou-se pastor da Igreja Metodista Episcopal e foi
designado para Reggio Calabria. Antifascista convicto, combatia a discriminação
dos judeus na Itália. Sua casa tornou-se a sede de um comitê encarregado de
falsificar documentos para refugiados judeus da Polônia, França e Áustria.
Carlo
Maria Ferreri (1878-1942) nasceu em Milão. Em 20 de janeiro de 1918, foi
nomeado capelão no quinto exército. Sua nomeação foi revogada. Acusado de
amizade com um soldado alemão, ele recorreu e, em dezembro de 1918, foi
reintegrado por alguns dias, pois a guerra estava terminando.
Em 1920,
foi pastor da Igreja Metodista em Roma e eleito superintendente do Distrito, em
1924, e centro eclesiástico. Foi ainda editor de The Evangelist.
A partir
de 1926, foi o superintendente do Distrito de Itália, até 1939, quando foi
eleito superintendente da Igreja Metodista Episcopal da Itália.[30]
Juvenal Nascimento (1907-1997)
Ele nasceu em São Roque, SP. Era filho de Joaquim da
Silva e Maria da Silva. Ele frequentou a Igreja Metodista em Santo Amaro, SP.
Em 1924, aos 16 anos, ele se batizou e, em 1927,
iniciou o curso de Letras e Teologia, no Instituto Metodista Granbery, em Juiz
de Fora, MG, e se formou em 1935. Foi nomeado para as igrejas em Valença e
Campinas.
Em 1936, ele se casou com Carmem de Oliveira.
Juvenal depois foi ser Capelão do Instituto Porto Alegre, RS, e posteriormente
foi fazer mestrado em Nashvile, EUA, retornando em 1942. Juvenal era fluente em
inglês e italiano.
Com o início da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) foi
organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar na 2º Guerra
Mundial. Também foi instituído a Capelania Militar pelo Governo Vargas em 1944.
Eles partiram para a Itália em 22 de setembro de
1944 e só voltaram em 22 de agosto de1945, após o término da guerra.
Sua função era confortar os feridos, enfermos,
visitar, etc. Ele batizou também um soldado de origem presbiteriana que foi
batizado dentro dos escombros de uma casa com água do cantil.
De volta ao Brasil, continuou a servir como capelão.
Em 1963, perdeu sua esposa e foi para São Paulo servindo no 2º Exército, como
capelão.
Em 1979, ele se casou com Cacilda. Ele recebeu a
Medalha do Pacificador e um punhal de prata quando se aposentou. A Câmara
Municipal de Araçoiaba da Serra lhe conferiu o Título de Cidadania.[31]
Perseguidos, presos e
mártires
Diversos
metodistas foram presos, torturados ou se tornaram mártires pela sua fé e
defesa da liberdade durante as guerras. Dentre eles:
Dusty Miller
Ele nasceu em Newcastle, Inglaterra. Foi um
jardineiro, um metodista simples e muito fervoroso. Foi prisioneiro dos
japoneses na Tailândia durante a 2ª Guerra Mundial.
Os prisioneiros trabalharam forçados até 18
horas por dia para construir uma estrada de ferro nas selvas da Birmânia. Mais
de 16 mil morreram de desnutrição, doenças e exaustão. Ernest Gordon também foi
preso.
Havia
uma simplicidade e
firme fé de Dusty diante do tratamento cruel dos japoneses. Dusty não perdeu a
fé e nunca teve raiva. Era notável sua fé e amor altruísta para com seus
companheiros presos e com os japoneses.
Duas
semanas antes do fim da guerra, em 1945, Dusty tinha sido crucificado por um
japonês que ficou frustrado com a calma de Dusty diante das dificuldades. Ele
tinha o caráter de Cristo. [32]
Pastores metodistas
coreanos
Muitos pastores
metodistas coreanos morreram durante o domínio japonês
(1910-1945) e invasão da Coreia do Norte (1950-1953). O reverendo Dong-Chul Kim (1899-1950), que morreu
em 1950, quando o partido comunista tomou o poder na Coreia.
Muitos outros foram
mortos, entre eles os pastores metodistas coreanos Sug-Won Kim, Gimyusun e
Gimyijun.
Outros metodistas foram
mortos na prisão durante o domínio do Japão (1910-1945): o reverendo Lee Yeong-Han e os pregadores Kwon-Ho Won e Choi
In-Gyu. O reverendo Kang
Jong-Geun negou adorar os deuses japoneses e foi torturado até a morte em 3 de
junho de 1943.
A Coreia do Norte
(1950-1953) executou muitos presbiterianos, metodistas e outros cristãos.
Alguns metodistas morreram em 1950: o reverendo Kang Enyoung morreu por negar a política anticristã
da Coreia do Norte; o reverendo
Yongman Kim era capelão do hospital, foi preso e atirado ao mar; o reverendo Hongsik Kim e sua esposa foram mortos a tiros.[33]
Zdravko Beslov (1920-1993)
Ele nasceu em Sofia, Bulgária. Ele se tornou pastor
da Igreja Metodista em 1943. Ele ganhou uma bolsa de estudo para o doutorado
nos EUA, mas com a guerra decidiu pastorear o rebanho e estar com sua mãe.
A
oposição ao regime comunista o levou a ser preso em campos de prisioneiros pela
Rússia por 14 anos. Trabalhou em condições desumanas nas minas de carvão e nas
pedreiras. Depois de solto, ainda foi perseguido.
É
considerado um mártir do cristianismo, mesmo não tendo morrido na perseguição.
Depois de 1989, procurou restaurar a Igreja Metodista.
Foi
eleito superintendente do metodismo búlgaro em 1990. Depois de 45 anos, com 72
anos e após um acidente vascular cerebral, Zdravko Beslov dirigiu a Igreja com
o mesmo zelo.
Ele foi
fundamental na obtenção de reconhecimento oficial pelo Estado da Igreja
Metodista, na Bulgária. Ele se encontrou cara a cara com seus perseguidores e
disse: “Eu não quero que eles sejam punidos, nem devem ser tratados como fui
tratado”.
Em
1992, ganhou o Prêmio da Paz Mundial Metodista por seus esforços para trazer
reconciliação e cura para a Bulgária.[34]
Jose Abad Santos (1886-1942)
Ele nasceu em San Fernando, Pampanga, Filipinas. Em 1904, foi para os EUA como pensionista do governo.
Fez o curso de Direito no Colégio Santa Clara, na Califórnia, e o bacharelado em Direito na Universidade Northwestern, em Evanston, Illinois. EUA. Fez mestrado em Direito na Universidade George Washington, em 1909.
Quando voltou às Filipinas, atuou como assistente do procurador no Departamento de Justiça (1913-1917). Em 1919, foi fundamental para estabelecer as bases legais da Philippine Universidade Feminina.
Era um ferrenho metodista, membro da Igreja Metodista Central de Manilha. Casou com Amanda Teopaco e tiveram seis filhos. Foi o primeiro advogado corporativo filipino do Philippine National Bank, Manila Railroad Company.
Ele se tornou procurador-geral e atuou como diretor Jurídico do presidente do Senado e do presidente da Câmara dos Deputados das Filipinas. Foi secretário de Justiça (1921-1923, 1928 e 1931). Em 1932, ele se tornou juiz da Suprema Corte, e chefe de Justiça em 1941.
Na invasão japonesa nas Filipinas, em 1942, o presidente Manuel L. Quezon foi para os EUA e nomeou José Abad Santos como presidente interino.
Foi capturado com seu filho, Jose Jr. (Pepito). Foi para o pelotão de fuzilamento por não colaborar com os japoneses, mas antes disse ao filho: “Não chore, Pepito, mostre a estas pessoas que você é corajoso. É uma honra morrer pelo país. Nem todo mundo tem essa chance”. Foi executado em 2 de maio de 1942.
É lembrado por ter servido nas Filipinas com a máxima honra e patriotismo. Recebeu muitas homenagens: uma das escolas da Universidade das Mulheres e um dos seis campi da Universidade Arellano têm o seu nome.[35]
Metodistas de Angola
Diversos metodistas foram mártires, presos ou perseguidos na luta pela independência de Angola do domínio português teve início em 1961. Diversos metodistas participaram dessa luta, e muitos leigos e pastores metodistas morreram.
O reverendo Guilherme Pereira Inglês morreu com sua filha Juliana. Preso, em 1961, “Foi morto de forma atroz. Cortaram um braço e outras partes do corpo. Depois, deram-lhe um tiro de misericórdia”. Sua filha Luzia Inglês fugiu para as matas. Entrou para a guerrilha e fez os estudos primários numa escola de refugiados angolanos, no Congo, controlada por professores sobreviventes de escolas da Igreja Metodista de Angola.
José Mendes de Carvalho, chamado de Hoji-ya-Henda (Leão do Amor), era filho de Agostinho de Carvalho, enfermeiro e metodista consagrado. José pertencia à juventude metodista e seu grupo coral.
Em 1954, foi morar em Luanda, na casa do pastor Agostinho, pai de Agostinho Neto. Depois, foi comandante das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola e morreu em combate. É herói nacional angolano. Por sua combatividade e integridade moral, tornou-se o símbolo patriótico da juventude angolana.
O pastor Evangelista Bernardo Panzo, por cerca de 14 anos, viveu com milhares de angolanos nas matas, ministrando ao povo: “construímos casas para adoração... Abri uma escola para o ensino da Bíblia. Ninguém saía para lutar sem primeiro confessar-se ao pastor”.
Eles
oravam às 4 horas, às 5 horas da manhã e ao meio-dia. Eram cerca de 3.500
pessoas. Em 1975, os angolanos conseguiram a independência, com Agostinho Neto,
herói nacional e metodista.[36]
Martin Prikask
Ele recebeu
uma boa educação na Estônia. Serviu o exército russo e, em 1903, se graduou. O
metodismo chegou à Estônia em 1907.
Martin
foi um dos primeiros a se converter. Era comerciante e se tornou pregador local
(1909). Estudou na faculdade para ser pastor e se formou em 1912.
Ele era
um bom comunicador, um pregador carismático e foi capaz de pregar em estoniano,
russo, alemão e inglês.
Em
1921, Martin foi eleito membro vitalício da Cruz Vermelha da Estônia e fez
parte do Banco da Estônia.
Foi
editor responsável desde 1919 de uma revista sobre a família cristã. Foi
editor-chefe da revista Novo Conselheiro
Cristão (1928-1940).
Com a 2a
Guerra Mundial, as Igrejas sofreram muito com os comunistas e praticamente
desapareceram.
Em
1941, passou a haver deportação em massa para a Sibéria, e três pastores
metodistas foram presos, inclusive Martin Prikask.
Ele foi
interrogado em 1941 e morto em 1942. Sua esposa, Eliise, escapou após ter
ficado na prisão. No túmulo de Martin há um monumento em sua homenagem.
Ele foi
o primeiro superintendente da Igreja Metodista da Estônia. Seu trabalho não foi
em vão; a Igreja Metodista ressurgiu na Estônia após 1991.[37]
Ryu Gwansun (1902-1920)
Ela é chamada de Joana D´arc da Coréia. Ela nasceu em Cheonan-si,
Chungcheongnam-do, Coreia do Sul. Era filha Ryu Jung-gwon e Yi So-je.
Em 1919, era uma estudante na escola metodista Ewha Womans, em Seul. A escola foi fundada em 1886 por Mary F. Scranton, missionária metodista dos EUA. Sua professora Alice Sharp era missionária ocidental.
Gwansun entrou na escola de Ewha com uma bolsa de estudante. Gwansun ficou conhecida pela organização do Movimento 1º de Março contra o domínio colonial japonês da Coréia do Sul.
Sua profunda fé em Deus e os ensinamentos da escola metodista Ewha lhes deram coragem de agir.
Ela voltou para sua casa em Jiryeong-ri quando o governo japonês fechou todas as escolas coreanas. Junto com sua família, ela começou a despertar sentimentos públicos contra a ocupação japonesa.
Visitou igrejas explicando sobre as condições das manifestações que se realizariam em Seul.
Ambos os seus pais foram mortos a tiros pela polícia japonesa. Ela foi presa e sofreu tortura. Foi condenada a cinco anos de prisão. Durante o julgamento, Gwansun protestou contra a injusta administração colonial japonesa e a lei do Governador-Geral da Coreia.
Gwansun morreu na prisão, em 28 de setembro de 1920. Suas palavras finais foram: "Mesmo que minhas unhas sejam arrancadas, o nariz e as orelhas sejam rasgadas, e as minhas pernas e braços sejam esmagadas, esta dor física não se compara à dor de perder a minha nação. Meu único arrependimento é não ser capaz de fazer mais do que dedicar minha vida para o meu país."
Em 14 de outubro de 1920 seu funeral foi realizado na Igreja em
Jung-dong pelo ministro Kim Jong-wu. Gwansun tem sido chamada de Joana d'Arc da
Coreia. Foi condecorada com a Ordem do Mérito da Independência, em 1962. É um
símbolo da luta coreana pela independência pelo protesto pacífico.[38]
Jacopo Lombardini (1892-1945)
Ele nasceu em Gragnana, Itália. Cresceu e foi
educado numa família de mineiros de mármore. Em 1915, entrou para o Partido
Republicano.
Estudou com sacrifício financeiro e participou da 1ª
Guerra Mundial como voluntário. Na 2ª Guerra Mundial, por causa de sua posição
política antifascista, foi impedido de trabalhar como professor.
Foi para Turim e deu aulas particulares. Descobriu a
fé, em 1921, através de um grupo da Igreja Metodista. Entre 1923-1924, estudou
Teologia na Faculdade Valdense de Roma. Ele não concluiu o curso, mas se tornou
um evangelista metodista, professor da Faculdade de Valdese Torre Pellice e
testemunha de Cristo campo de extermínio.
Em 24 de março de 1944, foi capturado
pela SS alemã e fascistas italianos. Esteve nos campos de Fossoli,
Bolzano e Mauthausen.
Após vários meses de trabalho forçado e torturas,
foi hospitalizado no acampamento enfermaria Melk. Foi um dos últimos mártires
da guerra. Foi morto numa câmara de gás no campo de extermínio de Mauthausen,
em 24 de abril de 1945, o dia da libertação da Itália do jugo fascista e da
ocupação alemã.
Em sua homenagem, Lorenzo Tibaldo escreveu o
livro O andarilho da liberdade.
Ele nunca usou armas. Recebeu a Medalha
de Prata de Valor Militar, in
memoriam.
Em 1968, em Cinisello Balsamo, foi fundado o
Centro Cultural Jacopo Lombardini. Em 2006, a mesma cidade lhe concedeu O ouvido de ouro. Era homem de fé, cultura e patriota que amava a
liberdade.
No Dia Memorial do Holocausto, em 2015, foi apresentada a peça Jacopo Lombardini, um mestre da liberdade, patrocinada pelo Comitê
para a Proteção dos valores Valpellice da Resistência e da Constituição da
República. [39]
Maskepetoon (1807-1869)
Era
chefe indígena da tribo Cree. Nasceu na região do Rio Saskatchewan, Canadá. Era
respeitado por sua habilidade como caçador, sua generosidade e sabedoria. Na
juventude, foi violento e escalpelou sua esposa Susewisk.
Em 1841, tornou-se amigo do pastor da Igreja
Metodista Wesleyana Robert Terrill Rundle. Maskepetoon o convidou para visitar
a Casa da Montanha.
Ele se converteu e foi batizado com a esposa e
filhos. O reverendo James Evans criou o sistema silábico da língua Cree, que foi um
dos grandes fatores para o sucesso das missões indígenas.
O
pastor Thomas Woolsey ensinou Maskepetoon a ler e a escrever. Ele se
transformou em apóstolo da paz e procurou fazer as pazes com as tribos
inimigas.
Quando
conheceu quem havia matado seu pai, convidou-o para ir ao seu alojamento, o
perdoou e lhe presenteou com um traje de chefe.
Em
1869, quando aumentaram as hostilidades entre a tribo Cree e as tribos da nação
Kainai, Blackfoot e Piegan, ele procurou promover a paz e foi visitar o
acampamento Blackfoot, levando uma bandeira branca e a Bíblia aberta, mas o
chefe Big Swan o matou.
Foi
chamado de “Mártir da Paz” e “Gandhi dos Campos”. Ele se tornou herói em muitos
livros.[40]
Varani
Ilaijia
Varani, era chefe da ilha Viwa, em Fiji, e aliado de Cakobau. Varani era
guerreiro, temido e respeitado como líder.
O
missionário wesleyano inglês John Hunt (1812–1848) evangelizava em Fiji e
sofreu várias ameaças de Varani.
Quando
Hunt o ensinou a ler, Varani ficou impressionado com a crucificação de Jesus,
no Evangelho de Mateus, traduzido por Hunt. Ele disse que ia se tornar cristão.
“Quando
Ratu Varani estava prestes a desistir de seus costumes pagãos, ele enviou uma
mensagem a Cakobau sobre sua intenção. Cakobau respondeu que se Varani o
fizesse, ele o mataria e comeria. Varani respondeu que embora respeitasse
Cakobau, ele temia mais a Deus”.[41]
Na
Sexta-feira Santa, 21 de março de 1845, “Varani fez sua profissão pública de fé
no serviço de oração da manhã e entrou nas águas do batismo e logo depois foi
batizado com seus seguidores pelo Espírito Santo quando um fogo caiu do céu e
eles falaram em línguas em Kirici.”[42]
Em
1845, um grande avivamento ocorreu em Viwa. Na primeira semana, cerca de cem
pessoas se converteram com choros e arrependimento.
Varani
se casou com sua esposa principal e foi batizado na Igreja Metodista. Tornou-se
um fervoroso discípulo de Cristo, com reais mudanças em sua vida. “Sua temida
canoa de guerra de casco duplo chamada Lagolevu costumava pendurar bebês mortos
no mastro antes de partir para a guerra e agora era usada para transportar
missionários para várias partes de Fiji. Essa canoa é agora o símbolo da Igreja
Metodista em Fiji porque Ratu Varani e a canoa contribuíram muito para o
trabalho dos primeiros missionários metodistas em Fiji”.[43]
Varani
mudou seu nome para Elias e, sob sua proteção, os missionários conseguiram
espalhar o cristianismo. Varani pagou com a própria vida ao se esforçar em
levar a paz às tribos das ilhas Lovoni e Levuka que guerreavam entre si.
Em
1853, Ratu Elijah (Varani) foi a Ovalau para acabar com a luta entre os Tui
Levuka e rebeldes aldeões das montanhas. Sua intervenção desarmada não teve
sucesso. Ele foi atacado e assassinado.
Varani
se tornou o primeiro cristão mártir em Fiji.[44]
[1] https:// johnmeunier.wordpress.com - De seu panfleto sobre “A Doutrina do Pecado Original, Segundo as Escrituras, Razão e Experiência”.
[2] Os personagens deste livro foram retirados dos meus livros tomo 1 e 2 – “O Notável Povo do Coração Aquecido”, publicado pela Angular Editora. Foram adaptados a este livro.
[3]
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/acervo/afinal-quantas-vezes-franca-inglaterra-entraram-guerra-434518.phtml
[4]
WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista,
1965. P.109.
[5]
Idem.
[6]
Op.cit. p.176.
[7]
Op.cit., p.176.
[8] https:// johnmeunier.wordpress.com - De seu panfleto sobre “A Doutrina do Pecado Original, Segundo as Escrituras, Razão e Experiência”.
[9]
https://gpswords.wordpress.com/2022/01/30/john-wesleys-manifesto-c-1750
[10]https://www.methodist.org.uk/media/10392/john-wesleys-manifesto-newdocx.pdf
[11] Hauke Burgarth (nascido em 1964) vive em
Pohlheim perto de Giessen. Nascido em Hamburgo, ele vive no meio da Alemanha
novamente depois de vários anos no Lago Constance. Trabalha como editor
autônomo e jornalista. A maior parte do que ele faz tem algo a ver com a
comunicação - também com dar voz aos sem palavras. Ele é casado com Eva-Maria;
eles têm quatro filhos adultos e três netos. No local, ele pertence a um FeG e
está envolvido no programa infantil, com sermões e na liderança da igreja. Além
disso, ele trabalha voluntariamente em ajuda humanitária. Ele adora uma boa
taça de vinho tinto, livros e boas conversas. Nas horas vagas, ele gosta de
andar de moto - de preferência em estradas montanhosas e sinuosas.
https://www.scm-shop.de/person/burgarth-hauke.html
[12]https://m.jesus.ch/magazin/ethik_und_gesellschaft/357105-john_wesley_und_sein_manifesto.html
[13] John O. Gooch, um pastor metodista
aposentado. “Ele é um escritor autônomo e um ex-editor de
recursos curriculares na United Metodista Publishing House. Ele ganhou um B.A.
em história, o M. Div. e um Ph.D. em Teologia Histórica pela Universidade de
St. Louis. e deu aulas na Universidade de St. Louis, Noden Theological
Seminary, St. Paul School of Theology, e Perkins School of Youth Ministry. Ele
escreveu Sendo cristão na Tradição Wesleyana, John Wesley para o século
XXI, e Reivindicando o Nome: Uma Visão Geral Teológica e Prática da
Confirmação e ele é um escritor frequente de artigos e recursos
curriculares. Ele e sua esposa Beth vivem em Lee's Summit, Missouri”.
https://www.abingdonpress.com/authors/john_o_gooch/
[14]
htpps://margaretssundayreflections.blogspot.com/2020/09/john-wesley-peace-is-never-easy.html
[15]
Idem,
[16]
Idem.
[17]https://www.umc.org/en/content/ways-united-methodists-can-talk-together-about-war-and-peace
[18]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Erich_Hartmann
- “Erich Alfred "Bubi" Hartmann (Weissach, 19 de abril de 1922 — Weil
im Schönbuch, 20 de setembro de 1993) foi um piloto de caça alemão durante
a Segunda Guerra Mundial e o ás de caça de maior sucesso na história da guerra
aérea”.
[19]https://www.facebook.com/poesiatextos/posts/a-guerra-é-um-lugar-onde...-
[20]
Pesquisa: https://en.wikipedia.org/?title=Arthur_Henderson#/media/File:1910_Arthur_Henderson.jpg
www.nobelprize.org/nobel.../henderson-bio.html
www.en.wikipedia.org/wiki/Arthur_Henderson
www.csm.uk.endis.com/Mobile/default.aspx?group
http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1934/henderson-bio.html
www.encyclopedia.com/topic/Arthur_Henderson.asp
www.helengoodman.co.uk/.../local-heroes-arthur-he
http://www.helengoodman.co.uk/constituency/local-heroes-arthur-henderson/
http://biography.yourdictionary.com/arthur-henderson
[21]
Pesquisa: http://en.wikipedia.org/wiki/Chen_Su_Lan
http://eresources.nlb.gov.sg/infopedia/articles/SIP_1481_2009-03-06.html
http://eresources.nlb.gov.sg/printheritage/image.aspx?id=7802b0bc-fff9-4f1c-91f3-3be9a1c830f2
[22]
Pesquisa: https://en.wikipedia.org/wiki/Hobart_Baumann_Amstutz#/media/File:1942-45-ForeverBegin-p79-Amstutz-Thompson-SimeRdCamp.jpg
http://dbpedia.org/resource/Hobart_Baumann_Amstutz
Aniversário a 18 de setembro Freebase primária MID "/ M / 0f0089"
http://www.encyclo.co.uk/define/Hobart Baumann
Amstutz
http://records.ancestry.com/hobart_baumann_amstutz_records.ashx?pid=126183837
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[26]
“Exército Republicano Irlandês (1917-1922), também conhecido como o ‘Velho
IRA’, foi reconhecido como o exército legítimo irlandês até se ter desintegrado
em facções opostas na sequência do Tratado Anglo-Irlandês, que viriam a
combater entre si na Guerra Civil Irlandesa. Exército Republicano Irlandês
(1922-1969), a facção antitratado do IRA e que perdeu a Guerra Civil
Irlandesa para a facção pró-tratado (...)”.
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[41] https://www.fijitimes.com.fj/chiefly-island-ties-of-bau-and-viwa/
[42] Idem.
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Idem.
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