O amor de Wesley pelos pobres e sua luta pelos oprimidos

 

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

  

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Livros publicados na Biblioteca Wesleyana: 33

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Tradutor: Google

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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

É escritor, poeta e youtuber.

Toda glória seja dada ao Senhor

 

 

“Wesley era um campeão para os escravizados, os pobres trabalhadores, e todos aqueles que viviam nas margens”. [1]

 

Índice

 

 

·      Introdução

·      Ética de responsabilidade e solidariedade

·      Combatendo à pobreza

·      Criando clínicas gratuitas

·      Combatendo à pobreza

·      Criando escolas para o povo

·      Melhorando as prisões

·      Combatendo à escravidão

 

 

Introdução

 

 

“O amor de Wesley pelos pobres e sua luta pelos oprimidos” é um livro que aborda a luta de João Wesley em benefício dos menos favorecidos.

Destaca sua atuação diante do pecado da escravidão e pobreza e diante do caos na saúde, educação e sistema prisional na Inglaterra, no século XVIII.

O professor de teologia metodista John B. Cobb Jr. escreveu sobre “Wesley, o Libertador”[2] afirmando que “claramente Wesley estava ciente dos pobres e oprimidos e preocupados com eles” e que teria apoiado o Evangelho Social.[3]

João Wesley teve uma atuação diferenciada diante dos males sociais. Chegou a ser considerado o maior educador na área da saúde no século XVIII. 

Wesley pregava, acima de tudo, a santidade, cuja marca maior é o amor a Deus e o próximo. Por isso, essa sua sensibilidade e luta pelos menos favorecidos da sociedade.

Um livro que mostra a ação profética de Wesley e que nos ensina hoje como ser sal da terra e luz do mundo expressando o amor de Deus de uma forma concreta ao próximo. 

O Autor 

 

Ética de responsabilidade e solidariedade

 

A Inglaterra no século XVIII era uma nação enferma. A situação moral e espiritual era caótica. O progresso do comércio revelou também uma grande disparidade entre pobres e ricos:

“A “Inglaterra era um país de embriaguez, desespero e decadência moral. Crianças de três anos e meio trabalhavam nas minas, fábricas e alvenarias, e "menos de um em vinte e cinco tinha qualquer tipo de estudo’. Os pobres rurais migraram para as cidades em massa, procurando trabalho, à medida que as rodas primitivas da Revolução Industrial começaram a girar, criando favelas urbanas nunca vistas antes. "Os reinados do poder econômico estavam completamente nas mãos dos poucos ricos. Sob o revestimento sofisticado das classes governantes, a população inglesa foi agarrada em um torno da pobreza, doença e decadência moral."[4]

O metodismo trouxe uma resposta e esperança para as massas sofridas. O Evangelho pregado pelos metodistas foi um remédio para uma nação enferma.

Wesley não foi indiferente à situação social da Inglaterra, entendeu teologicamente o que estava acontecendo e procurou ser solidário com os mais sofridos.

“A teologia de Wesley levou à sua ética social. Ele rejeitou qualquer noção de predestinação, argumentando que a morte e a ressurreição de Cristo estavam disponíveis para todos. Como resultado, os ricos não eram ricos por causa da eleição de Deus, e os pobres não eram pobres por causa da reprovação de Deus. Além disso, Wesley acreditava que a justificativa não era meramente imputado ao crente, mas o indivíduo também foi renovado e o processo de santificação começou. Uma parte importante da santificação foi seguir o exemplo de Cristo e amar o próximo como ele mesmo. O objetivo geral foi a renovação do crente individual, e a renovação da sociedade através das ações dos crentes. Marquardt descreve a ética de Wesley como "uma ética de responsabilidade e solidariedade...".[5]

Em sua atuação, Wesley foi influenciado pelas próprias experiências liderando o Clube Santo, pelos grupos pietistas de Philip Jacob Spener, na Alemanha, e pelas sociedades morávias que Wesley encontrou na Inglaterra e na América”.[6]

“Outra influência foi o nobre católico Gaston Jean Baptiste de Renty (1611-1649), cuja biografia Wesley leu no final da década de 1720. "Ao longo de sua vida, Wesley continuou a se referir a De Renty como o epítome da santidade cristã, juntamente com a preocupação com a metodologia pobre e eficaz. O exemplo de De Renty de unir o crescimento da piedade com o ministério ativo para os pobres ressoou com os próprios instintos de Wesley, como, de fato, foi demonstrado pelas práticas do Clube Sagrado em Oxford. "[7]

Wesley foi além de cuidar das necessidades pessoais dos pobres, ‘mas também em retificar e reformar as estruturas sociais que os mantinham pobres”.[8]

A atuação de Wesley foi ampla em diversas áreas. “Ele fez campanha contra o comércio de escravos, agitado para a reforma prisional e trabalhista (incluindo o trabalho infantil), criou fundos de empréstimo para os pobres, abriu um dispensário para distribuir medicamentos aos pobres, trabalhou para resolver o desemprego, e deu quantias consideráveis de seu dinheiro pessoal para as pessoas necessitadas”.[9]

Wesley entendia a bebida alcoólica como sendo prejudicial ao ser humano, mas ele foi além, pois a questão era muito mais ampla.

A oposição de Wesley ao uso generalizado de bebidas alcoólicas foi também econômica.

“Metade do trigo produzido na Grã-Bretanha ia para a indústria de destilação que tornava o trigo caro e, por sua vez, tornava o pão caro e além dos meios dos muito pobres. Wesley estava, na realidade, atacando a inflação. A carne cara foi causada por cavalheiros agricultores achando mais rentável criar cavalos para exportação para a França e para atender à crescente demanda por carruagens de cavalos. Carne de porco, aves e ovos eram tão caros porque os proprietários de grandes propriedades ganhavam mais com as culturas de dinheiro do que alugando terras para pequenos agricultores inquilinos”.[10]

Wesley também procurou conscientizar o governo sobre os graves problemas sociais e pediu sua intervenção.

“Em resposta a esses problemas econômicos, Wesley pediu a intervenção do governo, o aumento das oportunidades de emprego, a proibição da destilação de bebidas alcoólicas, a redução da demanda por cavalos e um imposto adicional de carruagens de cavalheiros e um imposto de £10 a cada cavalo exportado para a França. Wesley também defendeu a quitação de metade da dívida nacional.[11]

Wesley era um patriota, mas foi, acima de tudo, profeta para defender as necessidades dos pobres. “Ao todo, Wesley continua a dar o próximo passo lógico à luz da perspectiva dos pobres — não apenas pregando, mas ajudando; não só o envio de ajuda, mas trazê-lo; não só trazendo ajuda, mas implorando por ajuda; e não apenas implorando, mas fazendo lobby por mudanças sistemáticas”.[12]

Wesley também fez muitas doações. “A partir da venda de livros e panfletos durante sua vida, estima-se que ele acumulou £30.000 que ele deu. Em 1785 ele formou a Sociedade de Amigos de Estranhos "instituída para o alívio não da nossa sociedade [metodista], mas de estranhos pobres, doentes e sem amigos".[13]

O fato é que “a filantropia metodista não só melhorou os milhares, mas também proporcionou um novo clima social no qual o cuidado dos infelizes se tornaria um ideal político."[14]

Wesley foi movido pelo amor para lutar pelos pobres e oprimidos.

O amor perfeito inclui amar a Deus e ao próximo.[15]

Em seu sermão Os quase cristãos, pregado em Santa Maria, Oxford, em 25 de julho de 1741, Wesley afirma que aquele que é totalmente cristão, além de amar a Deus, ama também ao próximo: “A segunda coisa em que implica o ser totalmente cristão é o amor ao próximo.”[16]

Baseado em Lucas 17, Wesley afirma que um dia o Juiz nos julgará: “Foste consequentemente, um benfeitor geral da humanidade, alimentando o faminto, vestindo o nu, confortando o enfermo, abrigando o forasteiro, consolando o aflito, segundo suas várias necessidades? Foste os olhos do cego, os pés do estropiado? Foste o pai dos órfãos e o marido da viúva? E trabalhaste por levar a efeito todas as obras de misericórdia, como meio de salvar as almas da morte?” [17]

O mover do Espírito Santo e a santificação, necessariamente trazem atos concretos de amor a Deus e ao próximo.

Combatendo à pobreza

 

A revolução industrial no século VXIII trouxe grande desemprego entre o povo. Wesley tinha uma visão social razoável para a sua época. Ele não culpava os pobres pela sua situação social e sim a falta de alimento, emprego, ganância, etc.[18]

 “Como John Wesley definiu quais eram as necessidades da vida? Para ele, as necessidades eram comida suficiente, vestuário decente e habitação adequada. Ele estava comprometido com a ideia de que todas as pessoas, independentemente de sua posição social, deveriam ter os meios necessários de viver uma vida de conteúdo, que ele baseava nos escritos de Paulo.”[19]

Além disso, Wesley se preocupava com a saúde das pessoas.

Wesley acreditava que a questão da pobreza poderia ser resolvida através da santificação do mundo: “(...)’virá o tempo em que o cristianismo predominará e cobrirá toda a face da terra’, quando cessarão guerras, ódios e desconfianças, que nos separam, desaparecerão; injustiça e pobreza serão banidas e a justiça regerá o mundo. Esta meta elevada sempre deve estar na base de nossos esforços e deve ser a medida de nossas expectativas, em vista dos dons que Deus nos concedeu.” [20]

Em 1783, Wesley registrou em seu Diário: “Notando a pobreza profunda de muitos dos nossos irmãos, resolvi fazer o que podia para aliviá-los. Falei pessoalmente com alguns que estavam em boas condições, e recebi quarenta libras. Depois de indagar, quais eram as pessoas mais necessitadas, eu as visitei de casa em casa.”[21]

Era difícil a situação da classe operária, na Inglaterra. Ela era nova e não tinha dos patrões o devido reconhecimento do seu valor. Muitos camponeses perderam suas terras e passaram a andar pelas cidades. [22]

Como se devia esperar, os que pertenciam à classe dos ricos viviam bem. Eles gastavam seu tempo em jogos e em reuniões sociais, onde imperava a imoralidade. Portanto, os ricos não tinham tempo para pensar na situação das demais classes.[23]

Não faltou em Wesley a nota profética relativa aos graves problemas sociais. Segundo José Miguez Bonino,  ele rechaça as explicações tradicionais sobre as causas da pobreza. Denuncia a privatização, que deixa milhares de camponeses desempregados na Inglaterra.

“Wesley se  manifestou, de modo particular em seu tratado ´Thoughts on the Present Scarcity of Previsions` (work, 11/53 ss): Ali, Wesley não se limita a comprovar a terrível situação em que se encontra, senão que rechaça as explicações tradicionais da pobreza como destino ou como consequência de preguiça ou vício. Tais explicações, diz ele, são ´perversas e diabolicamente falsas´. Denuncia a privatização da propriedade (énclousure laws´) que deixa milhares de camponeses sem terra.” [24]

Um fator fundamental para aumentar o número de desempregados e, consequentemente a pobreza, foi a revolução industrial ocorrida na Inglaterra no último terço do século dezoito, que a transformaria de país agrícola em industrial. [25]

Esta revolução trouxe vantagens ao país, mas tirou também o pão-de-cada-dia de muitos que fabricavam à mão. Quando acontecia uma nevada, como em 1740 em Bristol, muitos acabavam na miséria.  Ele incentivava os metodistas de mais posses que ajudassem os empobrecidos. Como resultado, nessa ocasião, mais de cento e cinquenta pessoas por dia eram alimentadas. [26]

Em Mateus 25.31-46, “Jesus define as cabras como aquelas que recebem julgamento porque não forneceram a Ele comida, bebida, hospitalidade, abrigo ou roupas, ou deixaram de cuidar dele quando Ele estava doente ou preso, e as ovelhas como aquelas que conseguiram desta forma. Ambos os grupos perguntam a Jesus quando falharam ou conseguiram amá-lo desta maneira, e Jesus responde: ‘Verdadeiramente eu lhe digo, o que você fez (ou não) até o mínimo destes que você fez (ou não) para mim" (v. 40, 45)”.[27]

Essa é a razão e a fundamentação bíblica para Wesley incentivar os metodistas a “dar sacrificial aos pobres e a buscar solidariedade com os pobres, passando tempo com eles e jejuando e implorando em seu nome. Se alguém queria dar a Cristo, era preciso dar aos pobres; se alguém quisesse passar tempo com Cristo, era preciso passar tempo com os pobres”.[28]

Quais foram as atitudes de Wesley num país em que as massas pobres eram ignorantes e brutais num grau de difícil descrição? [29]

Podemos dizer que, pelo menos de quatro maneiras, Wesley tentou resolver o problema da pobreza:

João Wesley levantou ofertas para os que estavam desempregados. Em seu diário ele diz:  “Levantamos uma coleta em nossa congregação em prol dos tecelões que estavam sem emprego. A coleta importou em quarenta libras.”[30]

Wesley solicitou aos metodistas que assumissem um compromisso de ajuda contínua aos menos favorecidos. Os metodistas procuravam fazer a sua parte:

“O dinheiro levantado nas sociedades era usado, em parte, para a caridade local. Os stewards da sociedade de Londres distribuíam sete ou oito libras por semana para os pobres.” [31]

 Em 1741, Wesley percebeu que um grande número de pessoas da Sociedade Unidade de Londres carecia de meios de vida. Sua atitude foi:

 “(...) fez um apelo à Sociedade para que cada um contribuísse, se eles fossem capazes, com um penny (mais ou menos) por semana para um fundo de auxílio aos pobres e doentes, e que também trouxessem roupas das quais pudessem dispor, para serem distribuídas (...).”[32]

Wesley e outros metodistas construíram orfanatos, asilos e lares para viúvas dentro da ética social metodista.[33] Uma destas pessoas foi Maria Bosanquet que gastou toda sua herança na manutenção de um orfanato e de um posto de caridade.[34] Os metodistas criaram "a casa dos pobres".[35] Eram duas casas alugadas perto da Fundição[36] para viúvas e idosos. Haviam cerca de doze pessoas. Em 1763, um grupo de mulheres (Sarah Crosby, Sarah Ryan, Mary Bosanquet) organizou uma escola e um orfanato em Leytonstone.[37]

A caridade metodista era grandemente uma filantropia pessoal. À Miss March, Wesley determinou:  “Vá e veja o pobre e doente em suas pobres choupanas. Tome a sua cruz, mulher! Lembre-se da fé! Jesus foi adiante de você e irá ao seu lado.” [38]

Wesley reconhecia que nem sempre era algo agradável o trabalho junto aos pobres, como a sujeira e outras circunstâncias desagradáveis. Em carta posterior, ele lhe pediu que:  “(...) visitasse os pobres, as viúvas, os doentes, os órfãos em sua aflição; sim, embora eles não tenham nada que os recomende a não ser que foram comprados com o sangue de Cristo. É verdade que não é agradável à carne e ao sangue. Há milhares de circunstâncias geralmente ligadas a isso que chocam a delicadeza de nossa natureza, ou antes, a nossa educação. Mas as bênçãos que se seguem a esse trabalho de amor irão mais do que equilibras a cruz.”[39]

Empréstimo foi uma solução que Wesley encontrou para trazer novas oportunidades às pessoas que passavam por grandes dificuldades financeiras.[40]

 “Wesley estabeleceu em julho de 1746 um fundo de empréstimos, iniciando a empresa com somente 30 libras esterlinas. Mas o fundo proporcionou a muitos uma chance, dando-lhes um novo começo de vida.”[41]

Wesley procurou arranjar emprego para os pobres. Considerou mais importante arranjar emprego do que dar esmola.

A ação metodista junto aos pobres era resultado da ênfase no amor ao próximo. Entre as marcas de um metodista está: “(...) ele ama ao seu próximo como a si mesmo e a cada homem como a sua própria alma. Seu coração está cheio de amor à humanidade e para com cada filho do ’Pai dos espíritos de toda a carne’. Nenhum obstáculo é ao seu amor o fato de um homem lhe ser desconhecido, mesmo que este seja um tipo cuja vida ele desaprove, pois paga o ódio com boa vontade. Ele ama até mesmo os seus inimigos, sim, os inimigos de Deus, os maus e todos os ingratos.”[42]

Mas houve algo além. Quando Wesley se envolveu com as pessoas fora dos templos, muita coisa mudou em seu ministério e visão. Wesley viu trabalhadores sendo explorados e crianças pobres trabalhando longa horas em lugares abomináveis.

 

“Quando ele começou a se misturar com aqueles das margens da sociedade, surgiu uma nova área de pastoral e preocupação. Aqui ele encontrou seus novos convertidos trabalhando duro, mas sendo explorado por seus empregadores.

 

Ainda mais, o total desrespeito pelas crianças pobres que foram usadas nas minas de carvão para trabalhar longas horas e colocadas em alguns dos lugares mais abomináveis. Isso, é claro, causou morte precoce. Não havia políticas ou proteção para adultos ou crianças. Como resultado, Wesley e seus seguidores começaram a apoiar preços justos, um salário vivo e um emprego honesto e saudável para todos. Em última análise, leis e políticas foram desenvolvidas para adultos e crianças, como nossas leis de trabalho infantil existentes hoje.”[43]


Criando clínicas gratuitas

 

Wesley se preocupou com a saúde do povo, com a dor, o luto e o medo da morte.

 

“Seus Diários registram cuidadosamente informações clínicas, incluindo sintomas, sinais, diagnósticos e tratamentos. A morte e o sofrimento são frequentemente colocados em um contexto espiritual, com pessoas que estavam em estado terminal descritas como sem medo de dor e morte, e enlutados tocados por Deus. Tais patografias são consistentes com os relatos do leito de morte publicados em sua revista Arminian. Estes casos recordes de oração vitoriosa, a sujeição da dor levando a uma morte triunfante, e não surpreendentemente estão cheios da garantia espiritual decorrente de sua teologia evangélica”.[44]

 

Em 1747, ele publicou Primitive Physick, ou um método fácil e natural de curar a maioria das doenças. 

“Esse volume encadernado de 119 páginas custou um xelim e se tornou um dos livros mais populares de sua época, com 20 edições exigidas em 1781 e 36 em 1840”.[45]

Eis alguns de seus conselhos para uma vida saudável colocadas no prefácio de Primitive Physick:

  • “Abstenha-se de todos misturados, todos os alimentos de alta temporada.
  • Use dieta simples, fácil de digestão; e isso o mais com moderação possível, consistente com facilidade e força.
  • Use o máximo de exercícios diários ao ar livre, pois você pode sem cansaço.
  • Caminhar é o melhor exercício para aqueles que são capazes de suportá-lo; montando para aqueles que não são. O ar livre, quando o tempo é justo, contribui muito para o benefício do exercício”.[46]

Ele fecha o prefácio do Primitive Physick com estas palavras: “O amor de Deus, como é o remédio soberano de todas as misérias, por isso, em particular, efetivamente evita todos os distúrbios corporais que as paixões introduzem, mantendo as paixões dentro dos devidos limites; e pela alegria indescritível e perfeita calma serenidade e tranquilidade que dá à mente; torna-se o mais poderoso de todos os meios de saúde e vida longa. LONDRES, 11 de junho de 1747”.[47]

Wesley trabalhou para aliviar o sofrimento dos pobres. Ele estabeleceu três clínicas gratuitas em Londres, Bristol e Newcastle.

Procurou ainda escrever e orientar sobre medicina caseira.

“(...) Wesley expandiu o programa de assistência médica entre seu povo. Fascinado pelas doenças e curas desde os dias de Oxford, Wesley estava convencido, há muito tempo, ‘por inúmeras provas’ de que os médicos regulares prestam muitíssimo poucos benefícios (...). Ele havia estocado remédios nas três principais casas de pregação por cerca de um ano e publicado uma pequena coleção de receitas medicinais. Agora ele havia conseguido um cirurgião e um farmacêutico para o auxiliarem em ‘um tipo de experiência emergencial, a distribuição regular de remédios.”[48]

Apesar de verificar falhas no atendimento médico, Wesley não pretendia substituí-los. Ele havia conseguido um cirurgião e um farmacêutico para o auxiliarem.[49] Wesley não queria ir além de sua capacidade.[50]

Embora Wesley acreditasse que as pessoas deveriam envolver Deus em seu sofrimento em um estágio inicial de uma doença, não há evidência de que Wesley tenha qualquer viés "anti-médico". Pelo contrário, ele se contentou em visitar médicos com suas próprias queixas e instou outros a copiar seu exemplo. Por exemplo, depois de consultar três eminentes médicos de Edimburgo, Hamilton, Gregory e Monro, que também eram seus amigos pessoais, Wesley aceitou seus conselhos e teve uma hidrocele drenada. Ele discutiu a prática médica com um tio que era um médico de Londres, e durante uma viagem missionária é conhecido por ter realizado conjuntamente a primeira autópsia registrada no estado da Geórgia!”[51]

 “(...) sua intenção era ajudar aqueles que tivessem uma doença crônica e não aguda, e enviar todos os casos difíceis e complicados para os médicos.”[52]

Wesley entendia o corpo humano como um mecanismo projetado cuidadosamente por Deus e que era sustentado por um estilo de vida disciplinado. Ele orientava sobre a importância do sono, dieta e hábitos intestinais regulares.

“A ênfase de Wesley em questões de estilo de vida permitiu que ele fosse descrito como o maior educador de saúde da Grã-Bretanha do século XVIII”.[53]

 

Criando escolas para o povo

 

Quase não havia preparo escolar na Inglaterra no século XVIII. “Em 1715 havia em todo o Reino Unido somente 1.193 escolas primárias, frequentadas por 26.920 alunos.”[54]

“Os menos afortunados não eram tão educados porque não podiam ter seus filhos na escola. As meninas tiveram menos chance de ir para a escola do que os meninos”.[55]

Praticamente, só os ricos estudavam. Isto se fez, inclusive, sentir entre os próprios pregadores metodistas. Por isso Wesley se preocupou em criar escolas para os filhos dos pregadores metodistas, um grupo de sessenta e três pregadores.

 “Havendo na América nessa época somente oitenta e três pregadores metodistas. Nenhum deles, com exceção do Dr. Thomas Coke, havia estado num colégio, ou mesmo no que seria chamado agora, uma escola secundária rudimentar. Todos eram desesperadamente pobres financeiramente.” [56]

Diante desta situação, quais foram as atitudes de Wesley?

Wesley criou escolas para os pobres e para os filhos dos pregadores metodistas. Entre essas escolas estão "A escola da Fundação de Londres", "A Casa dos Órfãos em Bristol" e a "Escola Kingswood"  que os metodistas abriram para os filhos dos mineiros de Kingswood.[57]

Wesley “admitiu meninas em suas escolas em Kingswood, e forneceu dinheiro para a educação de filhas de seus pregadores. Sua decisão de nomear várias mulheres pregadoras pode ter sido influenciada pela atitude de sua mãe Susanna Wesley na educação de suas filhas.”[58]

George Whitefield, além de ser avivalista e um grande pregador do início do metodismo, também se preocupava com o trabalho social. Foi ele quem fundou a Escola Kingswood e um orfanato na Geórgia.[59]

Quando encontrava problemas nas escolas, Wesley demonstrava preocupação. Em 1781, ele disse sobre a Escola de Kingswood: “Quanta preocupação esta escola me tem dado por estes trinta anos! Faço planos, mas quem é que vai executá-los! Eu não sei; o Senhor me ajudará!”[60]

E quando Wesley observou o progresso na Escola de Kingswood, ele disse, em 1786: “Achei tudo como eu queria: as regras estão sendo observadas e o comportamento das crianças demonstra que estão sendo governadas com sabedoria.”[61]

Wesley observou que haviam falhas no sistema educacional da Inglaterra, mostrando assim que tinha uma atitude crítica diante do mundo em que vivia. Eis um resumo das falhas que ele encontrou:

1) As escolas eram mal localizadas,

2) As crianças piores corrompiam as melhores,

3) A instrução religiosa era falha,

4) As disciplinas eram mal escolhidas,

5) Havia defeitos na pedagogia. [62]

Hannah Ball, membro da Sociedade Metodista em High Wycombe, iniciou uma Escola Dominical em 1769.[63]

A primeira Escola Dominical foi criada em 1769 pela metodista Hannah Ball (1734-1792) em Wycombe. Ela escreveu a Wesley e disse: “Hannah Ball relatou o seu trabalho a John Wesley, em 1770: “As crianças se reúnem duas vezes por semana, aos domingos e segundas-feiras. É um grupo meio selvagem, mas parece receptivo à instrução. Trabalho entre eles com a ânsia de promover os interesses de Cristo”.[64] 

 

Melhorando às prisões

 

Não havia condição de um ser racional viver nas prisões da Inglaterra, pois faltava quase tudo: água, luz, higiene. Não havia também a intenção de reformar os réus, reabilitando-os como cidadãos úteis.[65]

Outro fator ainda contribuía para piorar a situação dos presos: o carcereiro, não tendo um salário estipulado pelo governo, tirava o que podia dos que estavam encarcerados.[66]

“A fiscalização e a inspeção eram frouxas, e as condições — muitas vezes escuras, imundas e duras — eram invisíveis ou ignoradas pela grande maioria da população. Os prisioneiros tinham que pagar taxas na entrada e liberação, e por comida, roupas, roupas de cama, etc. enquanto estavam presos enquanto os carcereiros frequentemente corriam as prisões como operações de fazer dinheiro”.[67]

Homens e mulheres ficavam presos juntos e havia muita doença.

Quais foram as atitudes de Wesley ante o problema dos cárceres?

Wesley deu atenção aos prisioneiros. Isso pode ser avaliado porque num “período de nove meses ele pregou pelo menos 67 vezes em várias prisões”.[68]

Wesley questionou e criticou o sistema prisional e comparava algumas das prisões ao inferno. No dia 3 de fevereiro de 1753, ele escreveu em seu diário: "Visitei um na prisão de Marshalsea, um berçário de todo tipo de maldade. Ó vergonha para o homem, que deveria haver tal lugar, tal imagem do inferno, sobre a terra! Alguns anos depois, ele se referia à famosa prisão de Newgate de Londres em termos semelhantes: "De todos os lugares de aflição deste lado do inferno, poucos, suponho, excedem ou até mesmo igualam Newgate."[69]

Quando Wesley viu mudanças na prisão de Newgate, não deixou de elogiar. “No início de 1761, Wesley escreveu uma carta a um jornal elogiando a transformação que aparentemente ocorreu na prisão de Newgate, em Bristol. Essa prisão, ele observou, era agora ‘limpa e doce’, não havia brigas ou brigas, as partes de luta eram ouvidas cara a cara antes do guardião, nenhuma embriaguez era sofrida, e as mulheres prisioneiras eram mantidas separadas dos homens.[70]

Expressar amor aos excluídos, como resultado da ação do Espírito Santo e da santificação, mas Wesley não agiu sozinho. Foi William Morgan quem sugeriu inúmeras vezes a Wesley visitar os presos na Prisão do Castelo.

 “Morgan tinha estado desenvolvendo uma ampla área de atividades beneficentes, já há algum tempo: ensinando as crianças órfãs, cuidando dos pobres e idosos, visitando prisões.” [71]

Os irmãos Wesley visitaram a Prisão do Castelo com Morgan pela primeira vez em 24 de agosto de 1730 e passaram a visitar, pelo menos, uma vez por semana. Morgan foi o planejador  de grande parte do trabalho social dos metodistas. [72]

Semanalmente, João Wesley visitava as prisões levando roupas, remédios, alimentos e também um conforto espiritual. Isto começou com o Clube Santo: em agosto de 1730, pela influência de Morgan, começaram a visitar os encarcerados em Oxford[73] e, praticamente, continuou por toda a vida de Wesley.

A conversão de carcereiros pela pregação metodista foi outro fator importante para o melhoramento dos cárceres. Um dos carcereiros convertidos foi Dagge. Eis um resumo e adaptação de uma carta de Wesley, sobre a transformação que este carcereiro teve na prisão:

 “1) A cadeia passou a ficar limpa, pois cada preso ficou com responsabilidade de limpar a cela;

2) Não houve mais brigas, pois o carcereiro resolvia logo com os presos as controvérsias que surgiam;

3) O roubo praticamente deixou de existir nas prisões, pois os presos sabiam que seria restrita a sua clausura se roubassem;

4) Não foi mais permitida a embriaguez, embora o carcereiro pudesse tirar lucro disto;

5) A prostituição acabou, pois foi tomado o procedimento de separar as mulheres dos homens nas prisões;

6) A ociosidade foi evitada, pois providenciavam-se ferramentas para os presos trabalharem;

7) O domingo era observado. Os detentos não se divertiam nem trabalhavam aos domingos. Eles participavam do culto público;

8) Passou a haver uma preocupação com a vida espiritual do preso.” [74]

O Metodismo, através do avivamento e sua ênfase social influenciou também pessoas que tinham grandes responsabilidades administrativas no país. Um dos influenciados foi João Howard, que era uma espécie de secretário de segurança. Ele dedicou sua vida à reforma das prisões procurando dar ao preso condições dignas de um ser humano. [75]

Em 1759, Wesley comentou sobre a difícil situação dos presos que estavam em Knowle: “Andei a pé até Knowle, boa milha distante de Bristol, para visitar os prisioneiros franceses. Mais de mil e cem, segundo fomos avisados, estavam reunidos num pequeno espaço, sem cousa alguma em que deitar, senão colchões de palha, e sem cobertores; para se cobrirem só tinham alguns trapos, quer de dia quer de noite, portanto, morreram como se fossem ovelhas atacadas de morrinha. Fiquei horrorizado; à tarde preguei sobre Êxodo 23:9 ´Não oprimirás o peregrino; pois vós conheceis o coração do peregrino, visto que fostes peregrinos na terra do Egito.” [76]

Deu resultado a pregação de Wesley e os metodistas conseguiram cobertores para os prisioneiros franceses.

“O grande defensor da reforma prisional, John Howard, tirou força espiritual de Wesley, e estátuas de ambos os homens podem ser vistas juntas na Catedral de São Paulo, em Londres. Howard uma vez contou a um grupo de pregadores de Wesley sobre o desafio e inspiração duradoura que ele tinha derivado de um sermão de Wesley no texto: ‘Qualquer que seja a tua mão encontrar para fazer, faça com sua força." [77]

Wesley era amigo, admirava John Howard e era também amigo dos prisioneiros.

 

Combatendo à escravidão

 

O comércio de escravos negros era algo considerado normal pelo povo inglês. O povo era, praticamente, indiferente a esta situação e os ricos prosperavam às custas do sofrimento do escravo.

O comércio de escravos era algo muito lucrativo. Foi o elemento mais lucrativo no século XVIII. Cerca de 1770 a 1800 comerciantes ingleses se envolviam nesse comercio.[78]

“No final do século XVIII, a Grã-Bretanha era o principal comerciante em vidas humanas através do Atlântico. Havia mais de um milhão de africanos escravizados nas Índias Ocidentais Britânicas. Trabalhando um mínimo de 3.000 horas não pagas anualmente, eles geraram grande parte da riqueza a partir da qual a nova economia manufatureira seria criada. Inevitavelmente, os negros vinham chegando em todas as partes das Ilhas Britânicas, sem querer e voluntariamente, por mais de dois séculos. As estimativas atuais são de que pelo menos 10.000 viviam em Londres, com mais 5.000 em todo o país.”.[79]

Wesley agiu energicamente contra tal procedimento de um governo cristão, que permitia a existência da escravidão na Inglaterra. Em 1774, Wesley escreveu um livro chamado Pensamento Sobre a Escravidão. Assim ele se expressa nesse livro: “Metade da riqueza de Liverpool é derivada da execrável soma de todas as vilanias comumente denominadas comércio de escravos. Desejo por Deus que o comércio de escravos nunca mais seja estabelecido. Que nunca mais roubemos e vendamos nossos irmãos como animais, nunca mais os assassinemos aos milhares e dezenas de milhares.”[80]

Outra atitude de Wesley foi apoiar os grandes líderes do país, que lutavam para acabar com a escravatura. Um dos líderes foi Guilherme Wilberforce para quem Wesley escreveu, entre outras coisas, o seguinte: “Meu caro senhor: a  não ser que o poder divino o tenha levantado para ser um athanasius contra mundum, não posso ver como poderá o senhor terminar sua gloriosa empresa, opondo-se àquela execrável vilania, que é o escândalo da religião, da Inglaterra e da natureza humana. A não ser que Deus o tenha verdadeiramente levantado para esta obra, o senhor será consumido pela oposição dos homens e dos demônios, mas, se Deus for pelo senhor, quem lhe dará conta? São eles todos juntos mais fortes que Deus? Oh! Não se canse de fazer o bem. Continue, em nome de Deus, e com a força do seu poder, até que a escravidão americana, a mais vil que já houve sob o sol, se desvaneça diante desse poder. O servo que o estima, João Wesley.”[81]

Wesley questionou a política da época em relação aos escravos.

“Um dos principais obstáculos de Wesley na luta para abolir a escravidão foi a política de sua época. Ele cita um político inglês como dizendo: ‘Mas nos fornecer escravos é necessário, para o comércio, riqueza e glória de nossa nação.’ (TUS, p 44) Wesley responde com uma resposta que obviamente vê a escravidão como mais do que um pecado individual contra a justiça: ‘A riqueza não é necessária para a glória de qualquer nação; mas sabedoria, virtude, justiça, misericórdia, generosidade, espírito público, amor ao nosso país. Estes são necessários para a verdadeira glória de uma nação; mas abundância de riqueza não é (TUS, p 44)."[82]

A consciência cristã não percebia, na época de Wesley, que a escravidão era um crime e era algo condenado por Deus, pois Ele quer restaurar a dignidade humana e o Evangelho é libertador, restaurador. Essa consciência não existia nem em Whitefield que quatro anos antes de morrer deixara em testamento numerosos escravos de suas fazendas na Geórgia com a condessa Lady Huntingdon. [83]

Wesley fez uma advertência aos capitães dos navios negreiros:

 "Posso falar claramente com você? Eu tenho que ir. O amor me constrange: amor com você, bem como com aqueles com quem você está preocupado. Existe um DEUS? Você sabe que há. Ele é um DEUS justo? Então deve haver um estado de retribuição: um estado em que o Deus justo recompensará cada homem de acordo com suas obras. Então que recompensa ele lhe renderá? O acho que vai demorar! Antes de cair na eternidade! Pense agora, Ele terá julgamento sem piedade, que não teve misericórdia" (TUS, p 51)”.[84]

Wesley também exortou aos comerciantes de escravos e aos proprietários de plantações que usavam escravos:

"Seja você um homem! Não um lobo, um devorador da espécie humana! Seja misericordioso, que você pode obter misericórdia! (TUS, p 54) E, finalmente, para os proprietários de plantações que usam escravos na América, Wesley apela: "Certamente é suficiente; não acumular mais culpa; não derramar mais sangue dos inocentes! Não contrate outro para derramar sangue: Não pague por fazer isso! Se você é cristão ou não, mostre-se um homem; não ser mais selvagem do que um leão ou um urso! (TUS, p 55)

A oposição à escravidão não foi uma atitude isolada de Wesley. A Conferência Anual de 1780 reconheceu que a escravidão é contrária às Leis de Deus.[85]

O pregador e teólogo metodista Adam Clarke se juntou a outros metodistas como um dos primeiros críticos da escravidão na Inglaterra, no século XVIII.

Em seu comentário de Isaías 58: 6, ele escreve:

"Deixe os oprimidos irem em liberdade - Como pode qualquer nação fingir jejuar ou adorar a Deus, ou ousar professar que acredita na existência de tal Ser, enquanto pratica o comércio de escravos e o tráfico de almas, sangue, e corpos, de homens! Ó vocês, mais infelizes dos patifes e piores dos hipócritas, joguem fora de uma vez a máscara da religião; e não aprofundem sua perdição sem fim professando a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, enquanto vocês continuam neste comércio!".[86]

Muitos metodistas se opunham ao comercio de escravos. “O movimento abolicionista radical de Manchester estava se tornando difícil de ignorar. Entre seus apoiadores estavam figuras públicas bem conhecidas como John Wesley e Drs John e Adam Clarke”. [87]

Samuel Bradburn (1751–1816),[88] um proeminente pregador metodista, declarou em seu apoio ao livre comércio e afirmou: "Eu desisti do uso de açúcar em tudo, exceto medicina; e continuará até que o comércio de escravos seja abolido". Ele instou os membros de sua conferência metodista a abster-se de "uma droga composta pelo pecado e miséria dos traficantes de escravos".[89]

“O Parlamento proibiu o comércio de escravos em suas colônias em 1807 e aboliu a escravidão em 1833, poucas horas antes da morte de Wilberforce. Wesley estava morto há muito tempo, mas suas sociedades metodistas eram uma parte confiável da coalizão antiescravidão britânica durante a longa luta”.[90]

Santidade e amor ao próximo sempre estiveram juntos no movimento metodista, na Inglaterra, no século XVIII. O metodismo atraiu também a burguesia,[91] mas avivamento e a pobreza estavam interligados.

“À medida que o avivamento metodista  se espalhava pelos subúrbios pobres das cidades inglesas, no começo de 1740, as novas sociedades metodistas começaram a ficar cheias de mineiros, criados e muitas outras pessoas de classe trabalhadora que vivia nos limites da miséria, senão em calamidade.”[92]

Foi assim, na década de 40, no século XVIII, bem como no final da vida de Wesley, nas décadas de 80 e 90, na luta contra a escravidão. A pregação metodista atraia o povo simples e o coração cheio de amor proporcionava solidariedade aos excluídos da sociedade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] https://www.bwcumc.org/resources/who-are-we/our-founder-john-wesley-the-resister/

[2] Ph.D. é Professor de Teologia Emérito na Claremont School of Theology, Claremont, Califórnia, e Codiretor do Centro de Estudo. É ministro aposentado da Igreja Metodista Unida. https://www.religion-online.org/article/wesley-the-liberationist/

[3] https://religion-online.org/article/wesley-the-liberationist/

[4]https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry

[5]https://www.acton.org/pub/religion-liberty/volume-3-number-6/john-wesleys-social-ethic

[6]https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry

[7]https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry

[8]https://backtothebible.app/library/p/for4XHtquOB/wesley-on-social-justice/XDhUPheOQ9D

[9]https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry

[10]https://www.morepartisanshipplease.org/a_Religious_Issue/John-Wesley_on_social-holiness.htm

[11]https://www.morepartisanshipplease.org/a_Religious_Issue/John-Wesley_on_social-holiness.htm

[12]https://medium.com/meta-theology/good-news-to-the-poor-john-wesleys-evangelical-economics-fa4c6d1a0bc5

[13] https://www.theguardian.com/world/2008/jan/10/religion.uk

[14]https://www.ipl.org/essay/John-Wesleys-Impact-On-Social-Reform-PJVMFXSWG

[15] WESLEY, João. Explicação Clara da perfeição Cristã. São Paulo: Imprensa Metodista, 1984.p.52.

[16] WESLEY, João. Sermões de Wesley. Tradutor Nicodemus Nunes. v 1. São Paulo: Imprensa metodista, 1953, p.53.

[17] WESLEY, João. Sermões de Wesley. v.2, ibidem, p.509.

[18] Em 1773, em Pensamentos sobre a presente escassez de alimentos, Wesley “culpa a carência de alimento e habitação a um ciclo de ganância entre os que ´têm`, e não a preguiça dos que não ´têm`. Ele declara mais particularmente que a causa do problema pode ser reduzida a ´destilação’ (NT –  isto é, fabricação de bebidas alcoólicas), imposto e luxo” (Ibidem, p. 253).

[19]https://lesliecourtney.wordpress.com/2014/05/29/john-wesleys-contributions-to-the-poor/

[20] “Viver a graça de Deus” .WIilliams apud  Marquardt, 2000, p.310.

[21] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista, 1965.

p.111.

[22] HILL, Christopher. O mundo de ponta-cabeça. São Paulo: Companhia Duas Cidades, 1991, p.65.

[23] REILY, Duncan Alexander. Metodismo brasileiro e wesleyano. São Paulo: Imprensa Metodista, 1981.p.149-0.

[24]BONINO, José Miguez. Metodismo: releitura latino-americana [s.ed], Unimep-Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, 1983, p. 9. Nas páginas seguintes, as ações de Wesley contra a pobreza são destacadas.

[25] REILY, Duncan Alexander, Ibidem, p.153.

[26] WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã. 2  v. São Paulo: ASTE, 1967, p. 203.

[27] https://viewpoint.pointloma.edu/john-wesley-on-homelessness-and-poverty/

[28] Idem.

[29]ENSLEY, Francis Gerald. João Wesley, o Evangelista, Ibidem, p.109.

[30]WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista, 1965, p.109.

[31] HEITZENHATER, Richard P., Wesley e o Povo Chamado Metodista, Editeo-Pastoral Bennett, 1996, p.253.

[32] Um "penny" significa um centavo de libra esterlina (HEITZENHATER, Richard P. Ibidem, p.128).

[33] “Essa ênfase particular em ‘amar o próximo’ e seguir o exemplo de Cristo (que ‘andou por toda a parte fazendo o bem’, Atos 10:38), continuou a caracterizar o metodismo, quando ele entrou no reavivamento” (Ibib., p.125).

[34]BARBIERI, Sante Uberto. Estranha Estirpe de Audazes, Imprensa Metodista: São Paulo. [s.d], p.151.

[35] HEITZENHATER, Richard P.,  Ibidem, p.167.

[36] “A Fundição se tornou o quartel general de Wesley em Londres. As depend6encias da reconstrução incluíam: (A) os apartamentos de Wesley, (B) seu escritório, (C) um sino batendo diariamente às 3 horas da manhã para os cultos matinais e às 4 horas da tarde para as orações vespertinas, (D) a entrada principal, (E) a entrada para o salão de pregações, (F) uma habitação para familia, pregadores, etc, (F) sala de aula, sala para os grupos, (H) estábulo, (I) cocheira e quintal” (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.109).

[37] Ibidem.

[38] Ibidem, p. 252.

[39] Ibidem, p.252.

[40] Ibidem, p.166.

[41] REILY, Duncan Alexander.  A Influência do Metodismo Revolução Social  na Inglaterra no século XVIII., Ibidem, p. 8.      

[42] WESLEY, João. As marcas de um Metodista, Ibidem, p.4-5.

[43] https://www.wesleyan.org/holy-living-and-justice

[44]https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/

[45] https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/

[46] https://ntcumc.org/news/taking-care-of-yourself-in-the-way-of-john-wesley

[47] https://ntcumc.org/news/taking-care-of-yourself-in-the-way-of-john-wesley

[48] Ibidem, p.166.

[49] Ibidem.

[50] Ibidem, p.166-7.

[51] https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/

[52] “Entre os seus primeiros casos estava um verdadeiro teste para seu método. William Kikman, de setenta e um anos, um tecelão que sofria de uma ‘tosse muito aborrecida’ desde os onze anos. O medo de Wesley era que, se falhasse nesse caso, os outros se sentiriam desencorajados a voltarem lá. O xarope receitado curou a tosse em dois ou três dias, sendo Wesley cuidadoso em não assumir o crédito dessa cura, atribuindo tudo ao poder de Deus” (Ibidem, p.167).

[53]https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/

[54] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley - Sua vida e obra. São Paulo: Editora Vida, 1997, p.14.

[55] https://www.123helpme.com/essay/Education-In-Britain-During-The-18th-Century-63680

[56] LUCCCK, Halford, ibidem, p. 65. Thomás Coke nasceu em 1747, no País de Gales, e recebeu diploma de doutor em leis. Em 1784, foi nomeado por Wesley como Superintendente do Metodismo na América. Título, posteriormente, mudado para Bispo.Idem, p.107-1.

[57] ROY, James Richard, ibidem, p. 80.

[58] https://www.jstor.org/stable/10.5325/weslmethstud.8.2.0135

[59] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 121.

[60] WESLEY, João.Trechos do Diário de João Wesley. Ibidem, p.66.

[61] Ibidem, p. 66.

[62] REILY, Duncan Alexander, Ibidem, p. 9.

[63] LUCCOCK, Halford, Ibidem, p. 86.

[64]https://www.mywesleyanmethodists.org.uk/content/people-2/lay_people/hannah-ball-friend-john-wesley-founder-first-sunday-school

[65] REILY, Duncan Alexander. A Influência do Metodismo Revolução Social  na Inglaterra no século XVIII, Ibidem,  p. 11.

[66] REILY, Duncan Alexander, Metodismo brasileiro e wesleyano, Ibidem, p.164.

[67] https://exhibits.law.harvard.edu/where-mis’ry-moans

[68] https://www.igrc.org/newsdetail/41831

[69]https:// lit494georgeeliot.wordpress.com/2019/08/29/prison-conditions-in-the-18th-century/

[70] https://www.igrc.org/newsdetail/41831

[71] HEITZENHATER, Richard P., ibidem, p.40.

[72] Ibidem.

 [73] WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã. 2 v. São Paulo: Imprensa metodista, ASTE, 1967, p. 206.

[74] REILY,  Duncan Alexander.A Influência do Metodismo Revolução Social  na Inglaterra no século XVIII, Ibidem Ibidem, p. 13.

[75] NICHOLS,  Robert. História da Igreja Cristã. Casa  Editora Presbiteriana, 1954, p. 193.

[76] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley. Ibidem, p.108-9.

[77] https://www.igrc.org/newsdetail/41831

[78] https://www.exodus2013.co.uk/forced-migration-to-england-slavery-in-the-18th-century/

[79] https://www.english-heritage.org.uk/visit/places/portchester-castle/history-and-stories/black-people-in-late-18th-century-britain/

[80] LUCCOCK, Halford, Ibidem, p. 31.

[81] Ibidem, p. 30.

[82]https://daveduncombe.wordpress.com/2014/09/16/john-wesley-on-slavery/

[83] LELIÈVRE, Mateo, Ibidem, p. 283.

[84]https://daveduncombe.wordpress.com/2014/09/16/john-wesley-on-slavery/

[85] BONINO et al. Luta pela vida e Evangelização, Ibidem, p. 50.

[86] https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Adam_Clarke

[87]http://revealinghistories.org.uk/who-resisted-and-campaigned-for-abolition/articles/the-rise-of-the-manchester-anti-slavery-movement.html?msclkid=48dbd7f7d

[88] Samuel Bradburn (1751 - 1816) foi um pregador metodista. Ele era um pregador de John Wesley, e um discípulo íntimo de Fletcher de Madeley.Ele era filho de um soldado do exército, e nasceu em Gibraltar.No retorno de seu pai à Inglaterra, quando ele tinha cerca de doze anos, ele foi aprendiz de um sapateiro em Chester, e depois de um curso de profligação juvenil tornou-se um metodista aos dezoito anos. Bradburn entrou no ministério itinerante cerca de três anos depois, em 1774, e continuou nele mais de quarenta anos até sua morte”.http://www.howold.co/person/samuel-bradburn/biography?msclkid=76f87094d16611ecb2ab8d309fdd1f25

[89]http://revealinghistories.org.uk/who-resisted-and-campaigned-for-abolition/articles/the-rise-of-the-manchester-anti-slavery-movement.html?msclkid=48dbd7f7d

[90] https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry

[91] BARBIERI, Sante Uberto. Aspectos do metodismo histórico. Editora Unimep, 1983, p.15.

[92] HEITZENHATER, Richard P., op. cit, p.127.

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