O amor de Wesley
pelos pobres e sua luta pelos oprimidos
Odilon Massolar
Chaves
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9610 de 19 de fevereiro de 1998.
Livros publicados na
Biblioteca Wesleyana: 33
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Tradutor:
Google
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Odilon
Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História
pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua
tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua
contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi
editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.
É
escritor, poeta e youtuber.
Toda glória seja dada ao
Senhor
“Wesley era um campeão para
os escravizados, os pobres trabalhadores, e todos aqueles que viviam nas
margens”. [1]
Índice
· Introdução
· Ética de responsabilidade e solidariedade
· Combatendo à pobreza
· Criando clínicas gratuitas
· Combatendo à pobreza
· Criando escolas para o povo
· Melhorando as prisões
· Combatendo à escravidão
Introdução
“O amor de Wesley pelos pobres e sua luta pelos oprimidos” é um livro
que aborda a luta de João Wesley em benefício dos menos favorecidos.
Destaca sua
atuação diante do pecado da escravidão e pobreza e diante do caos na saúde,
educação e sistema prisional na
Inglaterra, no século XVIII.
O professor de teologia metodista John B. Cobb Jr. escreveu sobre
“Wesley, o Libertador”[2] afirmando
que “claramente Wesley estava ciente dos pobres e oprimidos e preocupados com
eles” e que teria apoiado o Evangelho Social.[3]
João Wesley teve uma atuação diferenciada diante dos males sociais. Chegou a ser considerado o maior educador na área da saúde no século XVIII.
Wesley pregava, acima de tudo, a santidade, cuja marca maior é o amor a
Deus e o próximo. Por isso, essa sua sensibilidade e luta pelos menos
favorecidos da sociedade.
Um livro que mostra a ação profética de Wesley e que nos ensina hoje como ser sal da terra e luz do mundo expressando o amor de Deus de uma forma concreta ao próximo.
O Autor
Ética de
responsabilidade e solidariedade
A Inglaterra no século XVIII era uma nação enferma. A
situação moral e espiritual era caótica. O progresso do comércio revelou também
uma grande disparidade entre pobres e ricos:
“A “Inglaterra era um país de embriaguez, desespero e
decadência moral. Crianças de três anos e meio trabalhavam nas minas, fábricas
e alvenarias, e "menos de um em vinte e cinco tinha qualquer tipo de
estudo’. Os pobres rurais migraram para as cidades em massa, procurando
trabalho, à medida que as rodas primitivas da Revolução Industrial começaram a
girar, criando favelas urbanas nunca vistas antes. "Os reinados do poder
econômico estavam completamente nas mãos dos poucos ricos. Sob o revestimento
sofisticado das classes governantes, a população inglesa foi agarrada em um
torno da pobreza, doença e decadência moral."[4]
O metodismo trouxe uma resposta e esperança para as massas
sofridas. O Evangelho pregado pelos metodistas foi um remédio para uma nação
enferma.
Wesley não foi indiferente à situação social da Inglaterra,
entendeu teologicamente o que estava acontecendo e procurou ser solidário com
os mais sofridos.
“A teologia de Wesley levou à sua ética social. Ele rejeitou
qualquer noção de predestinação, argumentando que a morte e a ressurreição de
Cristo estavam disponíveis para todos. Como resultado, os ricos não eram ricos
por causa da eleição de Deus, e os pobres não eram pobres por causa da
reprovação de Deus. Além disso, Wesley acreditava que a justificativa não era
meramente imputado ao crente, mas o indivíduo também foi renovado e o processo
de santificação começou. Uma parte importante da santificação foi seguir o
exemplo de Cristo e amar o próximo como ele mesmo. O objetivo geral foi a
renovação do crente individual, e a renovação da sociedade através das ações
dos crentes. Marquardt descreve a ética de Wesley como "uma ética de responsabilidade e solidariedade...".[5]
Em sua atuação, Wesley foi influenciado pelas próprias
experiências liderando o Clube Santo, pelos grupos pietistas de Philip Jacob
Spener, na Alemanha, e pelas sociedades morávias que Wesley encontrou na
Inglaterra e na América”.[6]
“Outra influência foi o nobre católico Gaston Jean Baptiste
de Renty (1611-1649), cuja biografia Wesley leu no final da década de 1720.
"Ao longo de sua vida, Wesley continuou a se referir a De Renty como o
epítome da santidade cristã, juntamente com a preocupação com a metodologia
pobre e eficaz. O exemplo de De Renty de unir o crescimento da piedade com o
ministério ativo para os pobres ressoou com os próprios instintos de Wesley,
como, de fato, foi demonstrado pelas práticas do Clube Sagrado em Oxford. "[7]
Wesley foi além de cuidar das necessidades pessoais dos
pobres, ‘mas também em retificar e reformar as estruturas sociais que os
mantinham pobres”.[8]
A atuação de Wesley foi ampla em diversas áreas. “Ele fez
campanha contra o comércio de escravos, agitado para a reforma prisional e
trabalhista (incluindo o trabalho infantil), criou fundos de empréstimo para os
pobres, abriu um dispensário para distribuir medicamentos aos pobres, trabalhou
para resolver o desemprego, e deu quantias consideráveis de seu dinheiro
pessoal para as pessoas necessitadas”.[9]
Wesley entendia a bebida alcoólica como sendo prejudicial ao
ser humano, mas ele foi além, pois a questão era muito mais ampla.
A oposição de Wesley ao uso generalizado
de bebidas alcoólicas foi também econômica.
“Metade do trigo produzido na
Grã-Bretanha ia para a indústria de destilação que tornava o trigo caro e, por
sua vez, tornava o pão caro e além dos meios dos muito pobres. Wesley estava,
na realidade, atacando a inflação. A carne cara foi causada por cavalheiros
agricultores achando mais rentável criar cavalos para exportação para a França
e para atender à crescente demanda por carruagens de cavalos. Carne de porco,
aves e ovos eram tão caros porque os proprietários de grandes propriedades
ganhavam mais com as culturas de dinheiro do que alugando terras para pequenos
agricultores inquilinos”.[10]
Wesley também procurou conscientizar o
governo sobre os graves problemas sociais e pediu sua intervenção.
“Em resposta a esses problemas econômicos, Wesley pediu a
intervenção do governo, o aumento das oportunidades de emprego, a proibição da
destilação de bebidas alcoólicas, a redução da demanda por cavalos e um imposto
adicional de carruagens de cavalheiros e um imposto de £10 a cada cavalo
exportado para a França. Wesley também defendeu a quitação de metade da dívida
nacional.[11]
Wesley era um patriota, mas foi, acima de tudo, profeta para
defender as necessidades dos pobres. “Ao todo, Wesley continua a dar o próximo
passo lógico à luz da perspectiva dos pobres — não apenas pregando, mas
ajudando; não só o envio de ajuda, mas trazê-lo; não só trazendo ajuda, mas
implorando por ajuda; e não apenas implorando, mas fazendo lobby por mudanças
sistemáticas”.[12]
Wesley também fez muitas doações. “A partir da venda de
livros e panfletos durante sua vida, estima-se que ele acumulou £30.000 que ele
deu. Em 1785 ele formou a Sociedade de Amigos de Estranhos "instituída
para o alívio não da nossa sociedade [metodista], mas de estranhos pobres,
doentes e sem amigos".[13]
O fato é que “a filantropia metodista não só melhorou os
milhares, mas também proporcionou um novo clima social no qual o cuidado dos
infelizes se tornaria um ideal político."[14]
Wesley foi movido pelo amor para lutar pelos pobres e
oprimidos.
O amor perfeito
inclui amar a Deus e ao próximo.[15]
Em seu sermão Os
quase cristãos, pregado em Santa Maria, Oxford, em 25 de julho de 1741, Wesley
afirma que aquele que é totalmente cristão, além de amar a Deus, ama também ao
próximo: “A segunda coisa em que implica o ser totalmente cristão é o amor ao
próximo.”[16]
Baseado em Lucas
17, Wesley afirma que um dia o Juiz nos julgará: “Foste consequentemente, um
benfeitor geral da humanidade, alimentando o faminto, vestindo o nu,
confortando o enfermo, abrigando o forasteiro, consolando o aflito, segundo
suas várias necessidades? Foste os olhos do cego, os pés do estropiado? Foste o
pai dos órfãos e o marido da viúva? E trabalhaste por levar a efeito todas as
obras de misericórdia, como meio de salvar as almas da morte?” [17]
O mover do
Espírito Santo e a santificação, necessariamente trazem atos concretos de amor
a Deus e ao próximo.
Combatendo à
pobreza
A revolução
industrial no século VXIII trouxe grande desemprego entre o povo. Wesley tinha
uma visão social razoável para a sua época. Ele não culpava os pobres pela sua
situação social e sim a falta de alimento, emprego, ganância, etc.[18]
“Como John
Wesley definiu quais eram as necessidades da vida? Para ele, as necessidades
eram comida suficiente, vestuário decente e habitação adequada. Ele estava
comprometido com a ideia de que todas as pessoas, independentemente de sua
posição social, deveriam ter os meios necessários de viver uma vida de
conteúdo, que ele baseava nos escritos de Paulo.”[19]
Além disso, Wesley
se preocupava com a saúde das pessoas.
Wesley acreditava
que a questão da pobreza poderia ser resolvida através da santificação do
mundo: “(...)’virá o tempo em que o cristianismo predominará e cobrirá toda a
face da terra’, quando cessarão guerras, ódios e desconfianças, que nos
separam, desaparecerão; injustiça e pobreza serão banidas e a justiça regerá o
mundo. Esta meta elevada sempre deve estar na base de nossos esforços e deve
ser a medida de nossas expectativas, em vista dos dons que Deus nos concedeu.” [20]
Em 1783, Wesley
registrou em seu Diário: “Notando a pobreza profunda de muitos dos nossos
irmãos, resolvi fazer o que podia para aliviá-los. Falei pessoalmente com
alguns que estavam em boas condições, e recebi quarenta libras. Depois de
indagar, quais eram as pessoas mais necessitadas, eu as visitei de casa em
casa.”[21]
Era difícil a
situação da classe operária, na Inglaterra. Ela era nova e não tinha dos
patrões o devido reconhecimento do seu valor. Muitos camponeses perderam suas
terras e passaram a andar pelas cidades. [22]
Como se devia
esperar, os que pertenciam à classe dos ricos viviam bem. Eles gastavam seu
tempo em jogos e em reuniões sociais, onde imperava a imoralidade. Portanto, os
ricos não tinham tempo para pensar na situação das demais classes.[23]
Não faltou em
Wesley a nota profética relativa aos graves problemas sociais. Segundo José
Miguez Bonino, ele rechaça as
explicações tradicionais sobre as causas da pobreza. Denuncia a privatização,
que deixa milhares de camponeses desempregados na Inglaterra.
“Wesley se manifestou, de modo particular em seu tratado
´Thoughts on the Present Scarcity of Previsions` (work, 11/53 ss): Ali, Wesley
não se limita a comprovar a terrível situação em que se encontra, senão que rechaça
as explicações tradicionais da pobreza como destino ou como consequência de
preguiça ou vício. Tais explicações, diz ele, são ´perversas e diabolicamente
falsas´. Denuncia a privatização da propriedade (énclousure laws´) que deixa
milhares de camponeses sem terra.” [24]
Um fator
fundamental para aumentar o número de desempregados e, consequentemente a
pobreza, foi a revolução industrial ocorrida na Inglaterra no último terço do
século dezoito, que a transformaria de país agrícola em industrial. [25]
Esta revolução
trouxe vantagens ao país, mas tirou também o pão-de-cada-dia de muitos que
fabricavam à mão. Quando acontecia uma nevada, como em 1740 em Bristol, muitos
acabavam na miséria. Ele incentivava os
metodistas de mais posses que ajudassem os empobrecidos. Como resultado, nessa
ocasião, mais de cento e cinquenta pessoas por dia eram alimentadas. [26]
Em Mateus 25.31-46, “Jesus define as cabras
como aquelas que recebem julgamento porque não forneceram a Ele comida, bebida,
hospitalidade, abrigo ou roupas, ou deixaram de cuidar dele quando Ele estava
doente ou preso, e as ovelhas como aquelas que conseguiram desta forma. Ambos
os grupos perguntam a Jesus quando falharam ou conseguiram amá-lo desta
maneira, e Jesus responde: ‘Verdadeiramente eu lhe digo, o que você fez (ou
não) até o mínimo destes que você fez (ou não) para mim" (v. 40, 45)”.[27]
Essa é a razão e a fundamentação bíblica para
Wesley incentivar os metodistas a “dar sacrificial aos pobres e a buscar
solidariedade com os pobres, passando tempo com eles e jejuando e implorando em
seu nome. Se alguém queria dar a Cristo, era preciso dar aos pobres; se alguém
quisesse passar tempo com Cristo, era preciso passar tempo com os pobres”.[28]
Quais foram as
atitudes de Wesley num país em que as massas pobres eram ignorantes e brutais
num grau de difícil descrição? [29]
Podemos dizer que,
pelo menos de quatro maneiras, Wesley tentou resolver o problema da pobreza:
João Wesley
levantou ofertas para os que estavam desempregados. Em seu diário ele diz: “Levantamos uma coleta em nossa congregação
em prol dos tecelões que estavam sem emprego. A coleta importou em quarenta
libras.”[30]
Wesley solicitou
aos metodistas que assumissem um compromisso de ajuda contínua aos menos
favorecidos. Os metodistas procuravam fazer a sua parte:
“O dinheiro
levantado nas sociedades era usado, em parte, para a caridade local. Os
stewards da sociedade de Londres distribuíam sete ou oito libras por semana
para os pobres.” [31]
Em 1741, Wesley percebeu que um grande número
de pessoas da Sociedade Unidade de Londres carecia de meios de vida. Sua
atitude foi:
“(...) fez um apelo à Sociedade para que cada
um contribuísse, se eles fossem capazes, com um penny (mais ou menos) por
semana para um fundo de auxílio aos pobres e doentes, e que também trouxessem
roupas das quais pudessem dispor, para serem distribuídas (...).”[32]
Wesley e outros
metodistas construíram orfanatos, asilos e lares para viúvas dentro da ética
social metodista.[33]
Uma destas pessoas foi Maria Bosanquet que gastou toda sua herança na
manutenção de um orfanato e de um posto de caridade.[34]
Os metodistas criaram "a casa dos pobres".[35]
Eram duas casas alugadas perto da Fundição[36]
para viúvas e idosos. Haviam cerca de doze pessoas. Em 1763, um grupo de
mulheres (Sarah Crosby, Sarah Ryan, Mary Bosanquet) organizou uma escola e um
orfanato em Leytonstone.[37]
A caridade
metodista era grandemente uma filantropia pessoal. À Miss March, Wesley
determinou: “Vá e veja o pobre e doente
em suas pobres choupanas. Tome a sua cruz, mulher! Lembre-se da fé! Jesus foi
adiante de você e irá ao seu lado.” [38]
Wesley reconhecia
que nem sempre era algo agradável o trabalho junto aos pobres, como a sujeira e
outras circunstâncias desagradáveis. Em carta posterior, ele lhe pediu
que: “(...) visitasse os pobres, as
viúvas, os doentes, os órfãos em sua aflição; sim, embora eles não tenham nada
que os recomende a não ser que foram comprados com o sangue de Cristo. É
verdade que não é agradável à carne e ao sangue. Há milhares de circunstâncias
geralmente ligadas a isso que chocam a delicadeza de nossa natureza, ou antes,
a nossa educação. Mas as bênçãos que se seguem a esse trabalho de amor irão
mais do que equilibras a cruz.”[39]
Empréstimo foi uma
solução que Wesley encontrou para trazer novas oportunidades às pessoas que
passavam por grandes dificuldades financeiras.[40]
“Wesley estabeleceu em julho de 1746 um fundo
de empréstimos, iniciando a empresa com somente 30 libras esterlinas. Mas o
fundo proporcionou a muitos uma chance, dando-lhes um novo começo de vida.”[41]
Wesley procurou
arranjar emprego para os pobres. Considerou mais importante arranjar emprego do
que dar esmola.
A ação metodista
junto aos pobres era resultado da ênfase no amor ao próximo. Entre as marcas de
um metodista está: “(...) ele ama ao seu próximo como a si mesmo e a cada homem
como a sua própria alma. Seu coração está cheio de amor à humanidade e para com
cada filho do ’Pai dos espíritos de toda a carne’. Nenhum obstáculo é ao seu
amor o fato de um homem lhe ser desconhecido, mesmo que este seja um tipo cuja
vida ele desaprove, pois paga o ódio com boa vontade. Ele ama até mesmo os seus
inimigos, sim, os inimigos de Deus, os maus e todos os ingratos.”[42]
Mas houve algo além.
Quando Wesley se envolveu com as pessoas fora dos templos, muita coisa mudou em
seu ministério e visão. Wesley viu trabalhadores sendo explorados e crianças
pobres trabalhando longa horas em lugares abomináveis.
“Quando ele começou a
se misturar com aqueles das margens da sociedade, surgiu uma nova área de
pastoral e preocupação. Aqui ele encontrou seus novos convertidos trabalhando
duro, mas sendo explorado por seus empregadores.
Ainda mais, o total
desrespeito pelas crianças pobres que foram usadas nas minas de carvão para
trabalhar longas horas e colocadas em alguns dos lugares mais abomináveis.
Isso, é claro, causou morte precoce. Não havia políticas ou proteção para
adultos ou crianças. Como resultado, Wesley e seus seguidores começaram a
apoiar preços justos, um salário vivo e um emprego honesto e saudável para
todos. Em última análise, leis e políticas foram desenvolvidas para adultos e
crianças, como nossas leis de trabalho infantil existentes hoje.”[43]
Criando clínicas
gratuitas
Wesley se
preocupou com a saúde do povo, com a dor, o luto e o medo da morte.
“Seus
Diários registram cuidadosamente informações clínicas, incluindo sintomas,
sinais, diagnósticos e tratamentos. A morte e o sofrimento são frequentemente
colocados em um contexto espiritual, com pessoas que estavam em estado terminal
descritas como sem medo de dor e morte, e enlutados tocados por Deus. Tais
patografias são consistentes com os relatos do leito de morte publicados em sua
revista Arminian. Estes casos recordes de oração vitoriosa, a
sujeição da dor levando a uma morte triunfante, e não surpreendentemente estão
cheios da garantia espiritual decorrente de sua teologia evangélica”.[44]
Em 1747, ele publicou Primitive Physick, ou um método fácil e natural de curar a maioria das doenças.
“Esse volume encadernado de 119 páginas
custou um xelim e se tornou um dos livros mais populares de sua época, com 20
edições exigidas em 1781 e 36 em 1840”.[45]
Eis alguns de seus conselhos para uma vida saudável
colocadas no prefácio de Primitive Physick:
- “Abstenha-se
de todos misturados, todos os alimentos de alta temporada.
- Use dieta
simples, fácil de digestão; e isso o mais com moderação possível, consistente
com facilidade e força.
- Use o máximo
de exercícios diários ao ar livre, pois você pode sem cansaço.
- Caminhar
é o melhor exercício para aqueles que são capazes de suportá-lo; montando
para aqueles que não são. O ar livre, quando o tempo é justo, contribui
muito para o benefício do exercício”.[46]
Ele fecha o prefácio do Primitive
Physick com estas palavras: “O amor de Deus, como é o remédio soberano
de todas as misérias, por isso, em particular, efetivamente evita todos os
distúrbios corporais que as paixões introduzem, mantendo as paixões dentro dos
devidos limites; e pela alegria indescritível e perfeita calma serenidade e
tranquilidade que dá à mente; torna-se o mais poderoso de todos os meios de
saúde e vida longa. LONDRES, 11 de junho de 1747”.[47]
Wesley
trabalhou para aliviar o sofrimento dos pobres. Ele estabeleceu três
clínicas gratuitas em Londres, Bristol e Newcastle.
Procurou ainda
escrever e orientar sobre medicina caseira.
“(...) Wesley
expandiu o programa de assistência médica entre seu povo. Fascinado pelas
doenças e curas desde os dias de Oxford, Wesley estava convencido, há muito
tempo, ‘por inúmeras provas’ de que os médicos regulares prestam muitíssimo
poucos benefícios (...). Ele havia estocado remédios nas três principais casas
de pregação por cerca de um ano e publicado uma pequena coleção de receitas
medicinais. Agora ele havia conseguido um cirurgião e um farmacêutico para o
auxiliarem em ‘um tipo de experiência emergencial, a distribuição regular de
remédios.”[48]
Apesar de
verificar falhas no atendimento médico, Wesley não pretendia substituí-los. Ele
havia conseguido um cirurgião e um farmacêutico para o auxiliarem.[49]
Wesley não queria ir além de sua capacidade.[50]
“Embora
Wesley acreditasse que as pessoas deveriam envolver Deus em seu sofrimento em
um estágio inicial de uma doença, não há evidência de que Wesley tenha qualquer
viés "anti-médico". Pelo contrário, ele se contentou em visitar
médicos com suas próprias queixas e instou outros a copiar seu exemplo. Por
exemplo, depois de consultar três eminentes médicos de Edimburgo, Hamilton,
Gregory e Monro, que também eram seus amigos pessoais, Wesley aceitou seus
conselhos e teve uma hidrocele drenada. Ele discutiu a prática médica com um
tio que era um médico de Londres, e durante uma viagem missionária é conhecido
por ter realizado conjuntamente a primeira autópsia registrada no estado da
Geórgia!”[51]
“(...) sua intenção era ajudar aqueles que
tivessem uma doença crônica e não aguda, e enviar todos os casos difíceis e
complicados para os médicos.”[52]
Wesley entendia o
corpo humano como um mecanismo projetado cuidadosamente por Deus e que era sustentado
por um estilo de vida disciplinado. Ele orientava sobre a importância do sono,
dieta e hábitos intestinais regulares.
“A ênfase de
Wesley em questões de estilo de vida permitiu que ele fosse descrito como o
maior educador de saúde da Grã-Bretanha do século XVIII”.[53]
Criando escolas
para o povo
Quase não havia
preparo escolar na Inglaterra no século XVIII. “Em 1715 havia em todo o Reino
Unido somente 1.193 escolas primárias, frequentadas por 26.920 alunos.”[54]
“Os menos
afortunados não eram tão educados porque não podiam ter seus filhos na escola.
As meninas tiveram menos chance de ir para a escola do que os meninos”.[55]
Praticamente, só
os ricos estudavam. Isto se fez, inclusive, sentir entre os próprios pregadores
metodistas. Por isso Wesley se preocupou em criar escolas para os filhos dos
pregadores metodistas, um grupo de sessenta e três pregadores.
“Havendo na América nessa época somente
oitenta e três pregadores metodistas. Nenhum deles, com exceção do Dr. Thomas
Coke, havia estado num colégio, ou mesmo no que seria chamado agora, uma escola
secundária rudimentar. Todos eram desesperadamente pobres financeiramente.” [56]
Diante desta
situação, quais foram as atitudes de Wesley?
Wesley criou
escolas para os pobres e para os filhos dos pregadores metodistas. Entre essas
escolas estão "A escola da Fundação de Londres", "A Casa dos
Órfãos em Bristol" e a "Escola Kingswood" que os metodistas abriram para os filhos dos
mineiros de Kingswood.[57]
Wesley “admitiu meninas em suas escolas
em Kingswood, e forneceu dinheiro para a educação de filhas de seus pregadores.
Sua decisão de nomear várias mulheres pregadoras pode ter sido influenciada
pela atitude de sua mãe Susanna Wesley na educação de suas filhas.”[58]
George Whitefield,
além de ser avivalista e um grande pregador do início do metodismo, também se
preocupava com o trabalho social. Foi ele quem fundou a Escola Kingswood e um
orfanato na Geórgia.[59]
Quando encontrava
problemas nas escolas, Wesley demonstrava preocupação. Em 1781, ele disse sobre
a Escola de Kingswood: “Quanta preocupação esta escola me tem dado por estes
trinta anos! Faço planos, mas quem é que vai executá-los! Eu não sei; o Senhor
me ajudará!”[60]
E quando Wesley
observou o progresso na Escola de Kingswood, ele disse, em 1786: “Achei tudo
como eu queria: as regras estão sendo observadas e o comportamento das crianças
demonstra que estão sendo governadas com sabedoria.”[61]
Wesley observou
que haviam falhas no sistema educacional da Inglaterra, mostrando assim que
tinha uma atitude crítica diante do mundo em que vivia. Eis um resumo das
falhas que ele encontrou:
1) As escolas eram
mal localizadas,
2) As crianças
piores corrompiam as melhores,
3) A instrução
religiosa era falha,
4) As disciplinas
eram mal escolhidas,
5) Havia defeitos
na pedagogia. [62]
Hannah Ball,
membro da Sociedade Metodista em High Wycombe, iniciou uma Escola Dominical em
1769.[63]
A primeira Escola Dominical foi criada em 1769 pela metodista Hannah Ball (1734-1792) em Wycombe. Ela escreveu a Wesley e disse: “Hannah Ball relatou o seu trabalho a John Wesley, em 1770: “As crianças se reúnem duas vezes por semana, aos domingos e segundas-feiras. É um grupo meio selvagem, mas parece receptivo à instrução. Trabalho entre eles com a ânsia de promover os interesses de Cristo”.[64]
Melhorando às
prisões
Não havia condição
de um ser racional viver nas prisões da Inglaterra, pois faltava quase tudo:
água, luz, higiene. Não havia também a intenção de reformar os réus,
reabilitando-os como cidadãos úteis.[65]
Outro fator ainda
contribuía para piorar a situação dos presos: o carcereiro, não tendo um
salário estipulado pelo governo, tirava o que podia dos que estavam
encarcerados.[66]
“A fiscalização e
a inspeção eram frouxas, e as condições — muitas vezes escuras, imundas e duras
— eram invisíveis ou ignoradas pela grande maioria da população. Os
prisioneiros tinham que pagar taxas na entrada e liberação, e por comida,
roupas, roupas de cama, etc. enquanto estavam presos enquanto os carcereiros
frequentemente corriam as prisões como operações de fazer dinheiro”.[67]
Homens e mulheres
ficavam presos juntos e havia muita doença.
Quais foram as
atitudes de Wesley ante o problema dos cárceres?
Wesley deu atenção
aos prisioneiros. Isso pode ser avaliado porque num “período de nove meses ele
pregou pelo menos 67 vezes em várias prisões”.[68]
Wesley questionou
e criticou o sistema prisional e comparava algumas das prisões ao inferno. No
dia 3 de fevereiro de 1753, ele escreveu em seu diário: "Visitei um na
prisão de Marshalsea, um berçário de todo tipo de maldade. Ó vergonha para o
homem, que deveria haver tal lugar, tal imagem do inferno, sobre a terra!
Alguns anos depois, ele se referia à famosa prisão de Newgate de Londres em
termos semelhantes: "De todos os lugares de aflição deste lado do inferno,
poucos, suponho, excedem ou até mesmo igualam Newgate."[69]
Quando Wesley viu
mudanças na prisão de Newgate, não deixou de elogiar. “No início de 1761,
Wesley escreveu uma carta a um jornal elogiando a transformação que
aparentemente ocorreu na prisão de Newgate, em Bristol. Essa prisão, ele
observou, era agora ‘limpa e doce’, não havia brigas ou brigas, as partes de
luta eram ouvidas cara a cara antes do guardião, nenhuma embriaguez era
sofrida, e as mulheres prisioneiras eram mantidas separadas dos homens.[70]
Expressar amor aos
excluídos, como resultado da ação do Espírito Santo e da santificação, mas
Wesley não agiu sozinho. Foi William Morgan quem sugeriu inúmeras vezes a
Wesley visitar os presos na Prisão do Castelo.
“Morgan tinha estado desenvolvendo uma ampla
área de atividades beneficentes, já há algum tempo: ensinando as crianças
órfãs, cuidando dos pobres e idosos, visitando prisões.” [71]
Os irmãos Wesley
visitaram a Prisão do Castelo com Morgan pela primeira vez em 24 de agosto de
1730 e passaram a visitar, pelo menos, uma vez por semana. Morgan foi o
planejador de grande parte do trabalho
social dos metodistas. [72]
Semanalmente, João
Wesley visitava as prisões levando roupas, remédios, alimentos e também um
conforto espiritual. Isto começou com o Clube Santo: em agosto de 1730, pela
influência de Morgan, começaram a visitar os encarcerados em Oxford[73]
e, praticamente, continuou por toda a vida de Wesley.
A conversão de
carcereiros pela pregação metodista foi outro fator importante para o
melhoramento dos cárceres. Um dos carcereiros convertidos foi Dagge. Eis um
resumo e adaptação de uma carta de Wesley, sobre a transformação que este
carcereiro teve na prisão:
“1) A cadeia passou a ficar limpa, pois cada
preso ficou com responsabilidade de limpar a cela;
2) Não houve mais
brigas, pois o carcereiro resolvia logo com os presos as controvérsias que
surgiam;
3) O roubo
praticamente deixou de existir nas prisões, pois os presos sabiam que seria
restrita a sua clausura se roubassem;
4) Não foi mais
permitida a embriaguez, embora o carcereiro pudesse tirar lucro disto;
5) A prostituição
acabou, pois foi tomado o procedimento de separar as mulheres dos homens nas
prisões;
6) A ociosidade
foi evitada, pois providenciavam-se ferramentas para os presos trabalharem;
7) O domingo era
observado. Os detentos não se divertiam nem trabalhavam aos domingos. Eles
participavam do culto público;
8) Passou a haver
uma preocupação com a vida espiritual do preso.” [74]
O Metodismo,
através do avivamento e sua ênfase social influenciou também pessoas que tinham
grandes responsabilidades administrativas no país. Um dos influenciados foi
João Howard, que era uma espécie de secretário de segurança. Ele dedicou sua
vida à reforma das prisões procurando dar ao preso condições dignas de um ser
humano. [75]
Em 1759, Wesley
comentou sobre a difícil situação dos presos que estavam em Knowle: “Andei a pé
até Knowle, boa milha distante de Bristol, para visitar os prisioneiros
franceses. Mais de mil e cem, segundo fomos avisados, estavam reunidos num
pequeno espaço, sem cousa alguma em que deitar, senão colchões de palha, e sem
cobertores; para se cobrirem só tinham alguns trapos, quer de dia quer de
noite, portanto, morreram como se fossem ovelhas atacadas de morrinha. Fiquei
horrorizado; à tarde preguei sobre Êxodo 23:9 ´Não oprimirás o peregrino; pois
vós conheceis o coração do peregrino, visto que fostes peregrinos na terra do
Egito.” [76]
Deu resultado a
pregação de Wesley e os metodistas conseguiram cobertores para os prisioneiros
franceses.
“O grande defensor
da reforma prisional, John Howard, tirou força espiritual de Wesley, e estátuas
de ambos os homens podem ser vistas juntas na Catedral de São Paulo, em
Londres. Howard uma vez contou a um grupo de pregadores de Wesley sobre o
desafio e inspiração duradoura que ele tinha derivado de um sermão de Wesley no
texto: ‘Qualquer que seja a tua mão encontrar para fazer, faça com sua
força." [77]
Wesley era amigo,
admirava John Howard e era também amigo dos prisioneiros.
Combatendo à
escravidão
O comércio de
escravos negros era algo considerado normal pelo povo inglês. O povo era, praticamente,
indiferente a esta situação e os ricos prosperavam às custas do sofrimento do
escravo.
O comércio de
escravos era algo muito lucrativo. Foi o elemento mais lucrativo no século
XVIII. Cerca de 1770 a 1800 comerciantes ingleses se envolviam nesse comercio.[78]
“No final do século XVIII, a Grã-Bretanha era o principal
comerciante em vidas humanas através do Atlântico. Havia mais de um milhão de
africanos escravizados nas Índias Ocidentais Britânicas. Trabalhando um mínimo
de 3.000 horas não pagas anualmente, eles geraram grande parte da riqueza a
partir da qual a nova economia manufatureira seria criada. Inevitavelmente, os
negros vinham chegando em todas as partes das Ilhas Britânicas, sem querer e
voluntariamente, por mais de dois séculos. As estimativas atuais são de que
pelo menos 10.000 viviam em Londres, com mais 5.000 em todo o país.”.[79]
Wesley agiu
energicamente contra tal procedimento de um governo cristão, que permitia a
existência da escravidão na Inglaterra. Em 1774, Wesley escreveu um livro
chamado Pensamento Sobre a Escravidão. Assim ele se expressa nesse livro:
“Metade da riqueza de Liverpool é derivada da execrável soma de todas as
vilanias comumente denominadas comércio de escravos. Desejo por Deus que o
comércio de escravos nunca mais seja estabelecido. Que nunca mais roubemos e
vendamos nossos irmãos como animais, nunca mais os assassinemos aos milhares e
dezenas de milhares.”[80]
Outra atitude de
Wesley foi apoiar os grandes líderes do país, que lutavam para acabar com a
escravatura. Um dos líderes foi Guilherme Wilberforce para quem Wesley
escreveu, entre outras coisas, o seguinte: “Meu caro senhor: a não ser que o poder divino o tenha levantado
para ser um athanasius contra mundum, não posso ver como poderá o senhor
terminar sua gloriosa empresa, opondo-se àquela execrável vilania, que é o
escândalo da religião, da Inglaterra e da natureza humana. A não ser que Deus o
tenha verdadeiramente levantado para esta obra, o senhor será consumido pela
oposição dos homens e dos demônios, mas, se Deus for pelo senhor, quem lhe dará
conta? São eles todos juntos mais fortes que Deus? Oh! Não se canse de fazer o
bem. Continue, em nome de Deus, e com a força do seu poder, até que a
escravidão americana, a mais vil que já houve sob o sol, se desvaneça diante
desse poder. O servo que o estima, João Wesley.”[81]
Wesley questionou
a política da época em relação aos escravos.
“Um dos principais
obstáculos de Wesley na luta para abolir a escravidão foi a política de sua
época. Ele cita um político inglês como dizendo: ‘Mas nos fornecer escravos é
necessário, para o comércio, riqueza e glória de nossa nação.’ (TUS, p 44)
Wesley responde com uma resposta que obviamente vê a escravidão como mais do
que um pecado individual contra a justiça: ‘A riqueza não é necessária para a
glória de qualquer nação; mas sabedoria, virtude, justiça, misericórdia,
generosidade, espírito público, amor ao nosso país. Estes são necessários para
a verdadeira glória de uma nação; mas abundância de riqueza não é (TUS, p 44)."[82]
A consciência
cristã não percebia, na época de Wesley, que a escravidão era um crime e era
algo condenado por Deus, pois Ele quer restaurar a dignidade humana e o
Evangelho é libertador, restaurador. Essa consciência não existia nem em
Whitefield que quatro anos antes de morrer deixara em testamento numerosos
escravos de suas fazendas na Geórgia com a condessa Lady Huntingdon. [83]
Wesley fez uma advertência aos capitães dos navios negreiros:
"Posso falar claramente com
você? Eu tenho que ir. O amor me constrange: amor com você, bem
como com aqueles com quem você está preocupado. Existe um DEUS? Você sabe que
há. Ele é um DEUS justo? Então deve haver um estado de retribuição: um estado
em que o Deus justo recompensará cada homem de acordo com suas obras. Então que
recompensa ele lhe renderá? O acho que vai demorar! Antes de cair
na eternidade! Pense agora, Ele terá julgamento sem piedade, que não
teve misericórdia" (TUS, p 51)”.[84]
Wesley também
exortou aos comerciantes de escravos e aos proprietários de plantações que
usavam escravos:
"Seja você um
homem! Não um lobo, um devorador da espécie humana! Seja misericordioso, que
você pode obter misericórdia! (TUS, p 54) E, finalmente, para os proprietários
de plantações que usam escravos na América, Wesley apela: "Certamente é
suficiente; não acumular mais culpa; não derramar mais sangue dos inocentes!
Não contrate outro para derramar sangue: Não pague por fazer isso! Se você é
cristão ou não, mostre-se um homem; não ser mais selvagem do que um leão ou um
urso! (TUS, p 55)
A oposição à
escravidão não foi uma atitude isolada de Wesley. A Conferência Anual de 1780
reconheceu que a escravidão é contrária às Leis de Deus.[85]
O pregador e teólogo metodista Adam Clarke se juntou
a outros metodistas como um dos primeiros críticos da escravidão na Inglaterra,
no século XVIII.
Em seu comentário de Isaías 58: 6, ele escreve:
"Deixe os oprimidos irem em liberdade - Como
pode qualquer nação fingir jejuar ou adorar a Deus, ou ousar professar que
acredita na existência de tal Ser, enquanto pratica o comércio de escravos e o
tráfico de almas, sangue, e corpos, de homens! Ó vocês, mais infelizes dos
patifes e piores dos hipócritas, joguem fora de uma vez a máscara da religião;
e não aprofundem sua perdição sem fim professando a fé de nosso Senhor Jesus
Cristo, enquanto vocês continuam neste comércio!".[86]
Muitos metodistas se opunham ao comercio de
escravos. “O movimento abolicionista radical de Manchester estava se tornando
difícil de ignorar. Entre seus apoiadores estavam figuras públicas bem
conhecidas como John Wesley e Drs John e Adam Clarke”. [87]
Samuel Bradburn (1751–1816),[88]
um proeminente pregador metodista, declarou em seu apoio ao livre comércio e
afirmou: "Eu desisti do uso de açúcar em tudo, exceto medicina; e
continuará até que o comércio de escravos seja abolido". Ele instou os
membros de sua conferência metodista a abster-se de "uma droga composta
pelo pecado e miséria dos traficantes de escravos".[89]
“O
Parlamento proibiu o comércio de escravos em suas colônias em 1807 e aboliu a
escravidão em 1833, poucas horas antes da morte de Wilberforce. Wesley estava
morto há muito tempo, mas suas sociedades metodistas eram uma parte confiável
da coalizão antiescravidão britânica durante a longa luta”.[90]
Santidade e amor
ao próximo sempre estiveram juntos no movimento metodista, na Inglaterra, no
século XVIII. O metodismo atraiu também a burguesia,[91]
mas avivamento e a pobreza estavam interligados.
“À medida que o
avivamento metodista se espalhava pelos
subúrbios pobres das cidades inglesas, no começo de 1740, as novas sociedades
metodistas começaram a ficar cheias de mineiros, criados e muitas outras
pessoas de classe trabalhadora que vivia nos limites da miséria, senão em
calamidade.”[92]
Foi assim, na década de 40, no século XVIII, bem como no final da vida de Wesley, nas décadas de 80 e 90, na luta contra a escravidão. A pregação metodista atraia o povo simples e o coração cheio de amor proporcionava solidariedade aos excluídos da sociedade.
[1]
https://www.bwcumc.org/resources/who-are-we/our-founder-john-wesley-the-resister/
[2]
Ph.D. é Professor de Teologia Emérito na Claremont School of Theology,
Claremont, Califórnia, e Codiretor do Centro de Estudo. É ministro aposentado
da Igreja Metodista Unida. https://www.religion-online.org/article/wesley-the-liberationist/
[3]
https://religion-online.org/article/wesley-the-liberationist/
[4]https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry
[5]https://www.acton.org/pub/religion-liberty/volume-3-number-6/john-wesleys-social-ethic
[6]https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry
[7]https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry
[8]https://backtothebible.app/library/p/for4XHtquOB/wesley-on-social-justice/XDhUPheOQ9D
[9]https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry
[10]https://www.morepartisanshipplease.org/a_Religious_Issue/John-Wesley_on_social-holiness.htm
[11]https://www.morepartisanshipplease.org/a_Religious_Issue/John-Wesley_on_social-holiness.htm
[12]https://medium.com/meta-theology/good-news-to-the-poor-john-wesleys-evangelical-economics-fa4c6d1a0bc5
[13]
https://www.theguardian.com/world/2008/jan/10/religion.uk
[14]https://www.ipl.org/essay/John-Wesleys-Impact-On-Social-Reform-PJVMFXSWG
[15]
WESLEY, João. Explicação Clara da perfeição Cristã.
São Paulo: Imprensa Metodista, 1984.p.52.
[16]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. Tradutor Nicodemus Nunes. v 1. São Paulo:
Imprensa metodista, 1953, p.53.
[17]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. v.2, ibidem, p.509.
[18]
Em 1773, em Pensamentos sobre a presente escassez de alimentos, Wesley “culpa a
carência de alimento e habitação a um ciclo de ganância entre os que ´têm`, e
não a preguiça dos que não ´têm`. Ele declara mais particularmente que a causa
do problema pode ser reduzida a ´destilação’ (NT – isto é, fabricação de bebidas alcoólicas),
imposto e luxo” (Ibidem, p. 253).
[19]https://lesliecourtney.wordpress.com/2014/05/29/john-wesleys-contributions-to-the-poor/
[20]
“Viver a graça de Deus” .WIilliams apud
Marquardt, 2000, p.310.
[21]
WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista,
1965.
p.111.
[22]
HILL, Christopher. O mundo de ponta-cabeça. São Paulo: Companhia Duas Cidades,
1991, p.65.
[23]
REILY, Duncan Alexander. Metodismo brasileiro e wesleyano. São Paulo: Imprensa
Metodista, 1981.p.149-0.
[24]BONINO,
José Miguez. Metodismo: releitura latino-americana [s.ed], Unimep-Faculdade de
Teologia da Igreja Metodista, 1983, p. 9. Nas páginas seguintes, as ações de
Wesley contra a pobreza são destacadas.
[25] REILY, Duncan Alexander, Ibidem,
p.153.
[26] WALKER, Welliston. História
da Igreja Cristã. 2 v. São Paulo: ASTE,
1967, p. 203.
[27] https://viewpoint.pointloma.edu/john-wesley-on-homelessness-and-poverty/
[28]
Idem.
[29]ENSLEY,
Francis Gerald. João Wesley, o Evangelista, Ibidem, p.109.
[30]WESLEY,
João. Trechos do Diário de João Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista, 1965, p.109.
[31]
HEITZENHATER, Richard P., Wesley e o Povo Chamado Metodista, Editeo-Pastoral
Bennett, 1996, p.253.
[32]
Um "penny" significa um centavo de libra esterlina (HEITZENHATER,
Richard P. Ibidem, p.128).
[33]
“Essa ênfase particular em ‘amar o próximo’ e seguir o exemplo de Cristo (que
‘andou por toda a parte fazendo o bem’, Atos 10:38), continuou a caracterizar o
metodismo, quando ele entrou no reavivamento” (Ibib., p.125).
[34]BARBIERI,
Sante Uberto. Estranha Estirpe de Audazes, Imprensa Metodista: São Paulo.
[s.d], p.151.
[35]
HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.167.
[36]
“A Fundição se tornou o quartel general de Wesley
[37]
Ibidem.
[38]
Ibidem, p. 252.
[39]
Ibidem, p.252.
[40]
Ibidem, p.166.
[41]
REILY, Duncan Alexander. A Influência do
Metodismo Revolução Social na Inglaterra
no século XVIII., Ibidem, p. 8.
[42]
WESLEY, João. As marcas de um Metodista, Ibidem, p.4-5.
[43]
https://www.wesleyan.org/holy-living-and-justice
[44]https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[45]
https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[46]
https://ntcumc.org/news/taking-care-of-yourself-in-the-way-of-john-wesley
[47]
https://ntcumc.org/news/taking-care-of-yourself-in-the-way-of-john-wesley
[48]
Ibidem, p.166.
[49]
Ibidem.
[50]
Ibidem, p.166-7.
[51]
https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[52]
“Entre os seus primeiros casos estava um verdadeiro teste para seu método.
William Kikman, de setenta e um anos, um tecelão que sofria de uma ‘tosse muito
aborrecida’ desde os onze anos. O medo de Wesley era que, se falhasse nesse
caso, os outros se sentiriam desencorajados a voltarem lá. O xarope receitado
curou a tosse em dois ou três dias, sendo Wesley cuidadoso em não assumir o
crédito dessa cura, atribuindo tudo ao poder de Deus” (Ibidem, p.167).
[53]https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[54] LELIÈVRE,
Mateo. João Wesley - Sua vida e obra.
São Paulo: Editora Vida, 1997, p.14.
[55] https://www.123helpme.com/essay/Education-In-Britain-During-The-18th-Century-63680
[56] LUCCCK,
Halford, ibidem, p. 65. Thomás Coke nasceu em 1747, no País de Gales, e recebeu
diploma de doutor
[57] ROY, James
Richard, ibidem, p. 80.
[58]
https://www.jstor.org/stable/10.5325/weslmethstud.8.2.0135
[59] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 121.
[60] WESLEY,
João.Trechos do Diário de João Wesley. Ibidem, p.66.
[61] Ibidem, p.
66.
[62] REILY,
Duncan Alexander, Ibidem, p. 9.
[63] LUCCOCK, Halford, Ibidem, p. 86.
[64]https://www.mywesleyanmethodists.org.uk/content/people-2/lay_people/hannah-ball-friend-john-wesley-founder-first-sunday-school
[65] REILY,
Duncan Alexander. A Influência do Metodismo Revolução Social na Inglaterra no século XVIII, Ibidem, p. 11.
[66] REILY,
Duncan Alexander, Metodismo brasileiro e wesleyano, Ibidem, p.164.
[67]
https://exhibits.law.harvard.edu/where-mis’ry-moans
[68]
https://www.igrc.org/newsdetail/41831
[69]https://
lit494georgeeliot.wordpress.com/2019/08/29/prison-conditions-in-the-18th-century/
[70] https://www.igrc.org/newsdetail/41831
[71] HEITZENHATER, Richard P., ibidem, p.40.
[72] Ibidem.
[73]
WALKER, Welliston. História da Igreja Cristã. 2 v. São Paulo: Imprensa
metodista, ASTE, 1967, p. 206.
[74]
REILY, Duncan Alexander.A Influência do
Metodismo Revolução Social na Inglaterra
no século XVIII, Ibidem Ibidem, p. 13.
[75]
NICHOLS, Robert. História da Igreja
Cristã. Casa Editora Presbiteriana,
1954, p. 193.
[76] WESLEY,
João. Trechos do Diário de João Wesley. Ibidem, p.108-9.
[77]
https://www.igrc.org/newsdetail/41831
[78]
https://www.exodus2013.co.uk/forced-migration-to-england-slavery-in-the-18th-century/
[79]
https://www.english-heritage.org.uk/visit/places/portchester-castle/history-and-stories/black-people-in-late-18th-century-britain/
[80] LUCCOCK, Halford, Ibidem, p. 31.
[81] Ibidem, p. 30.
[82]https://daveduncombe.wordpress.com/2014/09/16/john-wesley-on-slavery/
[83] LELIÈVRE,
Mateo, Ibidem, p. 283.
[84]https://daveduncombe.wordpress.com/2014/09/16/john-wesley-on-slavery/
[85] BONINO et
al. Luta pela vida e Evangelização, Ibidem, p. 50.
[86]
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Adam_Clarke
[87]http://revealinghistories.org.uk/who-resisted-and-campaigned-for-abolition/articles/the-rise-of-the-manchester-anti-slavery-movement.html?msclkid=48dbd7f7d
[88] Samuel
Bradburn (1751 - 1816) foi um pregador metodista. Ele era um pregador de
John Wesley, e um discípulo íntimo de Fletcher de Madeley.Ele era filho de um
soldado do exército, e nasceu em Gibraltar.No retorno de seu pai à Inglaterra,
quando ele tinha cerca de doze anos, ele foi aprendiz de um sapateiro em
Chester, e depois de um curso de profligação juvenil tornou-se um metodista aos
dezoito anos. Bradburn entrou no ministério itinerante cerca de três anos
depois, em 1774, e continuou nele mais de quarenta anos até sua
morte”.http://www.howold.co/person/samuel-bradburn/biography?msclkid=76f87094d16611ecb2ab8d309fdd1f25
[89]http://revealinghistories.org.uk/who-resisted-and-campaigned-for-abolition/articles/the-rise-of-the-manchester-anti-slavery-movement.html?msclkid=48dbd7f7d
[90]
https://graceandpeacemagazine.org/articles/15-issue-summerfall-2011/254-the-influence-of-wesleys-social-ministry
[91] BARBIERI,
Sante Uberto. Aspectos do metodismo histórico. Editora Unimep, 1983, p.15.
[92] HEITZENHATER, Richard P., op. cit, p.127.
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