Extrato da Vida e Missões de Wesley

 

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

 

 

 

 

Copyright © 2024, Odilon Massolar Chaves

 

Todos os direitos reservados ao autor.

 

É proibida a reprodução total ou parcial do livro,

 

Art. 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998.

 

Livros publicados na Biblioteca Wesleyana: 81

 

Endereço: https://bibliotecawesleyana.blogspot.com

 

Tradutor: Google

-----------------

Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

É escritor, poeta e youtuber.

Toda glória seja dada ao Senhor

 

 

Índice

 

·      Introdução

·      A Escola Kingswood

·      Amigos e Companheiros de Wesley

·      Wesley na Ilha de Wight

·      Missões de Wesley em 11 países

·      Os cavalos nas missões de Wesley

·      Wesley e Israel

·      Missão de Wesley na Ilha St.Mary’s

·      As árvores no Ministério de Wesley

·      Os membros do Clube Santo

·      Os 15 anos acrescentados à vida de Wesley

·      Metodistas chamados de Exército de Gideão

·      Missões de Wesley no País de Gales

·      A terceira idade saudável e com propósito de Wesley

·      O pastoreio de Wesley em Savannah

·      Missão e Perseguição aos metodistas em Jersey

·      Missões de Wesley na Ilha de Man

·      Os Palatinos e o metodismo na América

·      Por dentro da viagem de Wesley à América

·      A maior e mais cruel perseguição

·      O casamento de Wesley e Molly

·      A paróquia de Wesley

·      A chaise de Wesley

·      Os oleiros de Burslem

·      A compaixão libertadora de Wesley pelos pobres

·      O amor de Wesley pelas crianças

·      No inferno das prisões para salvar vidas

·      Os Carvoeiros de Kingswood

·      A forte amizade entre João Wesley e George Whitefield

·      As multidões e os fenômenos nas pregações de Wesley

·      A influência de Wesley na abolição da escravidão na Inglaterra

·      A Revolução das Classes

·      As missões de Wesley na agradável Escócia

 

 

 Introdução

 

“Extrato da Vida e Missões de Wesley” é um livro que revela a amplitude edificante da vida e missão de Wesley no século XVIII.

São extratos de 32 atividades ou situações da vida e missões de Wesley em diferentes momentos ou durante a sua caminhada cristã.

Situações que revelam extrema dedicação e amor ao Reino de Deus por parte de Wesley e dos primeiros metodistas.

Em diversas ocasiões, Wesley passou por dificuldades, perseguição e situações que foram resolvidas pela graça de Deus e pela sabedoria e perseverança de Wesley.

Destacamos aqui alguns dos principais momentos.

Fácil de ler porque os temas dos textos e histórias nos atraem muito.

 

O Autor

   

A Escola Kingswood

 

“Gastei mais dinheiro, tempo e cuidado com isso do que quase qualquer projeto que já tive” 

Wesley foi tanto um pregador quanto um educador. Basta lembrar que ele foi educado por Susanna Wesley e foi professor do Lincoln College, em Oxford.

Quando foi pregar em Kingswood e viu a pobreza e o sofrimento dos colisores, Wesley decidiu criar uma escola para atender os filhos dos carvoeiros e, depois, dos pregadores metodistas itinerantes.

Foi um dos maiores investimentos que ele fez. Ele disse: “Gastei mais dinheiro, tempo e cuidado com isso do que quase qualquer projeto que já tive”. Mas ele disse que vale o investimento.

Wesley via as crianças como capazes de experimentar a plena graça de Deus e possuir a capacidade de crescer na graça.

Acreditava que as crianças não precisavam atingir a idade adulta para receber a salvação e a santificação de Deus ou adquirir a capacidade de buscar a fé.

Para ele, era necessário “quebrar a vontade" da criança para alcançar a obediência, que ele via como o fundamento para a formação da fé.

Para Wesley, o objetivo da educação é curar as doenças da natureza humana.

Kingswood se tornou uma marca de excelência e escolas com o nome de Kingswood foram criadas nos EUA, Canadá, África do Sul, Sri Lanka, etc.

 

Amigos e Companheiros de Wesley

 

“Foi um amigo de Wesley, apesar de terem tido divergências doutrinárias” 

Amigo é “aquele com quem podemos contar a qualquer hora. Que sempre está disposto a ajudar”.

Companheiro é “aquele que confiamos o suficiente para senta-lo em nossa mesa e dividir nossas ideias, vitórias, derrotas ou um simples pedaço de pão”. 

Wesley teve amigos e companheiros de viagem missionária. Alguns foram amigos e também companheiros.

George Whitefield foi pregador eloquente em avivamentos junto com Wesley e foi um amigo de Wesley, apesar de terem tido divergências doutrinárias.

Whitefield convidou e Wesley pregou em seu oficio fúnebre.

Thomas Coke e Adam Clarke foram grandes líderes do metodismo. Foram amigos e companheiros.

Havia um exército de pregadores metodistas e de consagradas mulheres.

Histórias de vida que nos edificam e estimulam a fazer parte dessa linha de esplendor sem fim do metodismo. 

 

 

Wesley na Ilha de Wight

 

“Em sua última visita à Ilha de Wight, ele tinha 84 anos” 

Em duas ocasiões, Wesley visitou e pregou na maior ilha do Canal da Mancha, Ilha de Wight.

Wesley esteve na Ilha de Wight, pela primeira vez, quando estava indo em missão à Georgia, em 1735. Voltou novamente em 1753.

Em sua última visita à Ilha de Wight, ele tinha 84 anos.

Suas visitas à Ilha trouxeram frutos. Em 1846 houve o lançamento do navio missionário John Wesley em Cowes, na Ilha de Wight. Depois vieram outros navios missionários.

São histórias de imensa dedicação, visão ampla do Reino de Deus e de amor ao metodismo.

Missões de Wesley na Ilha de Wight, a maior ilha do Canal da Mancha. 

 

Missões de Wesley em 11 países

 

“Há três ilhas que são independentes e não fazem parte do Reino Unido. São consideradas países” 

Foi impactante as Missões de Wesley.

Em seu tempo, Wesley esteve em nove países. Atualizando para nossos dias, são onze países atuais que contaram com a presença impactante de Wesley.

Em seu tempo, no século XVIII, só havia uma Irlanda. Hoje há a Irlanda do Norte e a República da Irlanda. Em 1937, a ilha foi dividida em dois países. Wesley ministrou nos atuais dois países.

Em seu tempo também, na América, “as trezes colônias eram parte da coroa inglesa, mesmo vivendo em uma ‘quase independência’. Os colonos responsáveis pelas regiões possuíam liberdade e autonomia política, social e administrativa para tomar a maioria das decisões ligadas a manutenção do sistema e da sociedade”.

Em 4 de julho de 1776, exatamente 40 anos depois de Wesley chegar à América para iniciar seu ministério, as treze colônias se tornaram independentes com o nome de Estados Unidos da América (EUA).

Na Inglaterra, o início de seu ministério em 1739 foi em Bristol, berço do metodismo, onde ocorreram muitos fenômenos e milagres.

Para nosso entendimento, o Reino Unido atual “é composto por quatro países: a Inglaterra (em inglês, England), a Escócia (Scotland), o País de Gales (Wales) e a Irlanda do Norte (Northern Ireland)”.

Mas há três ilhas que são independentes e não fazem parte do Reino Unido. São consideradas países.

São elas: Ilha de Man, Jersey e Guersey.

Jornadas inesquecíveis de Wesley pelos atuais onze países que mostram um servo de Deus com imensa dedicação e fé para cumprir o designío de Deus de espalhar a santidade bíblica por toda a terra. 

 

Os cavalos nas missões de Wesley

 

“Estima-se que, ao longo de sua vida, ele andou a cavalo 250.000 milhas pregando o evangelho” 

As missões de Wesley foram longas e árduas sempre andando a cavalo. Havia dificuldades, mas Wesley tinha cuidado e carinho com seus cavalos e éguas.

Sem os cavalos, a missão estaria limitada.

“Estima-se que, ao longo de sua vida, ele andou a cavalo 250.000 milhas pregando o evangelho”.

Alguns livros foram escritos sobre esse tema, dentre eles: “John Wesley e seu cavalo” por Hulme, T. Ferrier; “Um cavalo estranhamente aquecido: a vida de John Wesley contada por seus cavalos” por Ken Schenck e “John Wesley – Gênio a cavalo” por Paul Cook.

Wesley tinha o propósito de espalhar a santidade bíblica por toda a Grã-Bretanha e utilizava de todos os meios possíveis, dentre eles: cavalo, chaise, barco de pesca, carroça, saveiro, a pé, post-chaise (carruagem), etc.

Os cavalos para Wesley eram especiais, a ponto dele perceber que os cavalos gostavam de música, que soltando as rédeas os cavalos não tropeçavam.

Os cavalos de Wesley tinham os seguintes nomes: “Maggot, Holey, Sophy, Grace, Georgy e Charlie”.

Wesley percebeu influência espiritual nos cavalos. Ele orou e seu cavalo ficou curado. Quando houve um problema sério com a chaise puxada pelos cavalos, Wesley percebeu a ação de demônios e também de anjos trazendo livramento.

Ele orientou aos seus pregadores para tratarem bem seus cavalos.

 

Wesley e Israel

 

“Na Georgia, Wesley considerou um grupo de judeus como seus “paroquianos” 

Wesley tinha uma visão teológica de Wesley sobre Israel. Ele teve “paroquianos judeus” e fez muitas pregações sobre a “Casa de Israel”.

João Wesley escreveu: “The Hope of Israel” (A esperança de Israel).

O livro foi baseado em Jeremias 14.8:"Ó esperança de Israel, o salvador dela em tempo de aflição, por que haveis de ser como um estrangeiro na terra, e como um homem que se desvia para ficar por uma noite?".

Na Georgia, Wesley considerou um grupo de judeus como seus “paroquianos”. Particularmente, pediu a um médico judeu que lhe ensinasse espanhol.

Wesley sempre deu uma importância grande a Israel, mas dentro de uma visão bíblica.

Muitas vezes, ele pregou usando terminologias do Antigo Testamento sobre Israel. Pregou muitas vezes sobre “Por que então morrerás, ó casa de Israel?” (Ezequiel 33.11). Era um chamado ao arrependimento.

Mas Wesley foi muito crítico ao ir a um culto numa sinagoga na Holanda. Ficou horrorizado.

Também em seu livro “Um apelo sincero aos homens de razão e religião”, publicado em 1745, ele rebate críticas e acusações contra os metodistas e Wesley. E os judeus estavam dentro dessas críticas.

Mas também aborda Romanos 9 sobre o futuro espiritual de Israel. E, em momentos decisivos, cantou hinos que falam do Israel de Deus.

Em diversos momentos, Wesley se refere à Igreja como Israel.

Hinos escritos por metodistas se basearam em textos bíblicos sobre Israel. Em especial, Carlos Wesley publicou um hino que fala sobre a salvação de Israel.

 

 

Missão de Wesley na Ilha St.Mary’s


Wesley pregou nas ruas para quase toda a cidade e muitos soldados, marinheiros e operários 

Wesley e dois evangelistas visitaram a maior Ilha do arquipélago das Ilhas de Scilly, cujo moradores antigos foram os celtas.

Junto com pregadores metodistas, Wesley pregou e estabeleceu o metodismo em diversas Ilhas do Canal da Mancha, dentre elas estão: Ilha de Man, um país insular no mar da Irlanda; Jersey, Guernsey, Alderney e a Ilha Wrigh no Canal da Mancha.

Wesley desejou, que fosse apenas por um dia, visitar e pregar nas Ilhas de Scilly.

Ele conseguiu apoio de dois evangelistas – João Nelson e William Shepherd - e viajou num barco de pesca e visitou a Ilha St.Mary’s, que faz parte do arquipélago das Ilhas de Scilly, na costa sudoeste da Cornualha, na Inglaterra.

Hoje a Igreja Metodista se localiza na cidade de Hugh Town, em St. Mary’s.

Wesley pregou nas ruas para quase toda a cidade e muitos soldados, marinheiros e operários. Distribuiu entre “200 e 300 hinos e livrinhos”. Ele se encontrou com o governador o qual ofereceu também literatura.

Na manhã seguinte, pregou novamente. Ele se referiu à Ilha St. Mary’s como “um lugar árido e sombrio”, provavelmente porque é um lugar formado por granito.

Hoje o arquipélago das Ilhas Scilly, onde está a Ilha St.Mary’s, é chamado de paraíso por causa de sua beleza natural.

 

As árvores no Ministério de Wesley


Ele plantou árvores e criou uma árvore que recebeu posteriormente o nome de “Árvore Wesley” 

Wesley teve um contato especial com as árvores sob as quais muitas vezes pregou.

Em 1784, em Kingswood, Wesley pregou um sermão debaixo de uma fileira de árvores que ele havia plantado há 40 anos.

Em outubro de 1790, ele pregou seu último sermão debaixo da sombra de uma árvore em Winchelsea.

Durante seu ministério, Wesley esteve em contato com muitas espécies de árvores. Ele plantou árvores e criou uma árvore que recebeu posteriormente o nome de “Árvore Wesley”. Ele uniu duas mudas da faia Ballyskeagh. Para uns, a árvore simboliza a união do metodismo com o anglicanismo.

Também uma cruz de madeira feita de uma árvore foi designada como “Carvalho Wesley.”

Ele admirava os olmos e a natureza da Escócia e Holanda.

Em diversos lugares, há registro histórico de suas pregações realizadas embaixo de uma árvore.

Em algumas ocasiões, as árvores protegeram Wesley e seus companheiros das fortes chuvas.

Em suas viagens, registrou os belos jardins, as diferentes espécies de árvores, as belas flores, as montanhas e os campos.

Ele escreveu sobre a verdadeira natureza da árvore do chá.

Em Kingswood, Wesley também plantou uma pereira. Uma ilustração sobre o pé de pera foi feita trazendo um comentário: “A pereira guarda grande simbolismo nesse contexto, representando crescimento, resiliência e disseminação dos valores cristãos”. 

 

Os membros do Clube Santo


Entre 1729 e 1735 cerca de quarenta e cinco indivíduos estiveram envolvidos em atividades metodistas na universidade 

Carlos Wesley organizou em 1729 e Wesley depois passou a ser o líder.

Alguns falam em 14 membros no Clube Santo, outros afirmam que eles não se reuniam todos ao mesmo tempo. Na verdade, “os números flutuaram, e quando os Wesleys partiram para a Geórgia o Clube Santo tinha treze membros”.

Fala-se ainda que entre 1729 e 1735 cerca de quarenta e cinco indivíduos estiveram envolvidos em atividades metodistas na universidade.

Alguns apenas passaram ou tiveram uma participação superficial no Clube Santo. Outros se envolveram, amadureceram e trouxeram uma boa contribuição.

Após o Clube Santo, os membros tiveram as seguintes profissões: bispo moraviano, pastor anglicano, pastor moraviano, curador, avivalista, Diretor Executivo de Sociedade e outros ainda criaram suas próprias Igrejas. Uns compuseram hinos e outros foram escritores.

A maior parte foi íntegra e considerada notável. Um teve problema moral, outro emocional.

Pelo menos, sete dos que foram membros do Santo romperam ou tiveram desavenças sérias com Wesley. Dois deles, posteriormente fizeram a reconciliação.

Dois se casaram com irmãs de Wesley e ele foi mentor de outros. Um morreu ainda jovem, mas trouxe uma grande contribuição.

Apesar das diferenças, Wesley reconhecia os que tinham valores éticos e espirituais.

O fato é que somente João e Carlos Wesley prosseguiram fieis aos princípios do Clube Santo até o fim de suas vidas e deram origem ao metodismo.

Wesley foi o último dos membros do Clube Santo a morrer.

 

 

Os 15 anos acrescentados à vida de Wesley

 

‘A prece foi concedida” 

Deus respondeu à oração de alguns intercessores e Wesley teve mais 15 anos de vida.

Esse assunto é um pouco desconhecido das novas gerações: o acréscimo de 15 anos à vida de Wesley após ele estar muito doente. Em 1775, ele escreveu em seu diário: “Não posso dar conta do que se seguiu por dois ou três dias, estando mais morto do que vivo”.

Em 1775, aos 72 anos, em Derryaghy, Irlanda, Wesley foi hóspede do Sr. e da Sra. Gayer.

“Um dia, durante sua doença, Thomas Payne, um dos pregadores, com alguns amigos orou fervorosamente para que Deus prolongasse graciosamente a valiosa vida de Seu servo e, como no caso de Ezequias, acrescentasse quinze anos aos seus dias. A Sra. Gayer levantou-se de repente e exclamou: ‘A prece foi concedida.’ É digno de nota que Wesley sobreviveu de junho de 1775 até março de 1791 – um período de quinze anos e oito meses". [1]

Thomas Payne se baseou no caso de Ezequias (2 Reis 20. 5-6)

A notícia da morte de Wesley já havia sido publicada em um jornal, o que trouxe apreensão a muitos metodistas, dentre eles, Carlos Wesley. Um pregador metodista leu a notícia e decidiu pedir confirmação a Deus. Ele foi para seu quarto e encontrou a Bíblia aberta na página contendo as palavras: “Eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos”. Ele foi à capela metodista local para orar para que a promessa fosse cumprida.

Ao longo dos anos, historiadores e o povo metodista comentaram sobre essa história

 

 

Metodistas chamados de Exército de Gideão

 

“A liberdade aos metodistas veio somente dez anos depois com a intervenção do rei George lll” 

Wesley fez viagens e pregações na Ilha Alderney, no Canal da Mancha.

Os pregadores metodistas Adam Clarke e Jean de Quetteville foram os primeiros pregadores metodistas em Alderney.

Uma carta de Adam Clarke a Wesley, em 1787, revela a perseguição do Governador e a coragem de Adam de ir à ilha de Alderney, na qual pregou na mesma noite que chegou.

Jean de Quetteville foi chamado de “Apóstolo das Ilhas do Canal” onde passou mais de 60 anos.

Wesley enfrentou tempestades imensas para chegar de barco às ilhas, mas sua contribuição foi fundamental.

Houve lutas e resistência dos metodistas contra as perseguições, que os levou a serem chamados de “Exército de Gideão”.

A liberdade aos metodistas veio somente dez anos depois com a intervenção do rei George lll.

A troca de cartas entre Wesley e Adam Clarke é esclarecedor e emocionante.

Houve uma imensa dedicação dos primeiros metodistas para pregar Jesus Cristo em Alderney.

 

Missões de Wesley no País de Gales

 

“Logo no início, em 1739, numa das primeiras pregações de Wesley, ele mostrou como Deus exaltou Jesus para ser um Príncipe” 

Wesley esteve em diversas ocasiões no País de Gales, no período de 14 de outubro de 1739 a 24 de outubro de 1790.

O País de Gales foi o primeiro país fora da Inglaterra onde Wesley pregou.

“John Wesley fez 35 viagens especificamente ao País de Gales e, além disso, passou pelo País de Gales 18 vezes a caminho da Irlanda”.[2]

Wesley precisou conviver com um ambiente diferente das missões em outros países, especialmente em relação à língua e ao calvinismo. A língua era galês e não inglês, o que dificultava.

Logo no início, em 1739, numa das primeiras pregações de Wesley, ele mostrou como Deus exaltou Jesus para ser um Príncipe e um Salvador, para dar arrependimento e remissão de pecados.

O galês Howel Harris foi um instrumento para Wesley visitar e desenvolver seu ministério no País de Gales, apesar dele ser da linha calvinista.

Wesley em tudo agiu com diplomacia, sendo um cavaleiro, um príncipe no País de Gales.

 

 

A terceira idade saudável e com propósito de Wesley

 

“O vigor de Wesley era grande e ele atribui isso a diversas práticas” 

Wesley ensinava como viver a terceira idade saudável e com um sentido na vida.

Ele viveu vivido muitos anos com boa saúde.

Wesley sempre se preocupou com a saúde e criou clinicas populares. Escreveu um livro de remédios caseiros para doenças comuns.

O vigor de Wesley era grande e ele atribui isso a diversas práticas, dentre elas, às suas frequentes viagens e levantar cedo para pregar. Também a boa alimentação e vida de oração.

Exercício contínuo, mudança de ar, alimentação moderada, beber água e capacidade de dormir logo. “Quando cresci, em consequência da leitura do Dr. Cheyne, escolhi comer com moderação e beber água”, disse Wesley.

Mas para Wesley, a grande causa “é o bom prazer de Deus, que faz tudo o que Lhe agrada”.

Wesley enumerou sempre os motivos de ter boa saúde. Ele disse: “Acredito que poucos podem dizer isso: em setenta anos nunca perdi uma noite de sono!”

Certa vez, Wesley disse que não tinha “nenhuma das enfermidades da velhice e perdi várias que tive na minha juventude.”

Contudo, foi inevitável, com o passar dos anos, que ele tenha começado a perceber as dificuldades da terceira idade especialmente com a visão, memória e voz. Ele passou a andar mais devagar, especialmente subindo morros, a pregar menos no dia, etc.

Um livro quem nos ensina sobre a saúde, dificuldades e a importância de ter propósito na terceira idade.

 

 

O pastoreio de Wesley em Savannah

 

“Wesley foi para a colônia para evangelizar os nativos americanos, mas acabou passando a maior parte de seu ministério pregando para colonos europeus” 

Wesley pastoreou os colonos em Savannah,  Geórgia, a cidade mais antiga dos EUA.

Wesley foi para a “colônia para evangelizar os nativos americanos, mas acabou passando a maior parte de seu ministério pregando para colonos europeus como pastor da igreja em Savannah.”

O ministério de Wesley entre os colonos em Savannah começou no dia 7 de março de 1735. Ele “não sentia que o ministério para os colonos era sua principal vocação, mas tentou tirar o melhor proveito da situação”.

Wesley conversou com alguns chefes indígenas, ministrou também aos franceses, alemães e judeus.

Dentro de sua visão social, procurou cuidar dos pobres e criou uma escola para crianças.

Sua dedicação foi imensa, mas problemas com uma paroquiana, que era sobrinha do magistrado de Savannah, o levou a apressar sua volta à Inglaterra.

 

 Missão e Perseguição aos metodistas em Jersey

 

“Wesley deu tanta importância para a missão em Jersey que enviou dois dos maiores líderes metodistas da época para ministrarem em Jersey” 

Tamanha foi a perseguição em Jersey que foi preciso o rei intervir para os metodistas terem liberdade de culto.

Wesley visitou Jersey por 10 dias em 1787 já com 84 anos.

Jersey não faz parte do Reino Unido. É um país insular perto da costa francesa no Canal da Mancha, mas é uma dependência da coroa britânica.

Jersey é um dos menores países da Europa e o 226º do mundo em termos de área.

Wesley deu tanta importância para a missão em Jersey que enviou dois dos maiores líderes metodistas da época para ministrarem em Jersey: Thomas Coke e Adam Clark.

Ambos viriam a ser presidentes da Conferência Metodista após o falecimento de Wesley.

Wesley nomeou ainda um pregador metodista que sabia o francês porque era a língua falada em Jersey junto com o inglês.

Uma história que revela o amor e a extrema dedicação dos pregadores na expansão do Reino de Deus e do metodismo em Jersey.

Homenagens a John Wesley e a pregadores metodistas estão espalhadas pelo país.

  

Missões de Wesley na Ilha de Man

 

“Wesley foi chamado de O Apóstolo da Ilha de Man” 

As visitas de Wesley na Ilha de Man foram em 1777 e 1781, que é um país.

Wesley visitou a Ilha de Man em 1777 e 1781. Quando ele fez a primeira visita à Ilha de Man o metodismo já estava estabelecido. Havia cerca de 600 metodistas.

Na primeira viagem, na sexta-feira, 30 de maio de 1777, Wesley disse: “Fui para Whitchaven, onde encontrei um pequeno vaso esperando por mim. Depois de pregar à noite, subi a bordo por volta das oito horas e antes das oito da manhã desembarquei em Douglas, na Ilha de Man”. [14]

Wesley fez a seguinte observação: “Douglas se assemelha muito a Newlyn, na Cornualha, tanto em sua situação, forma e edifícios; só que é muito maior e tem algumas casas iguais à maioria em Penzance”. [15]

O bicentenário de sua primeira visita foi comemorado em 1977 com alguns selos, um dos quais se encontra na capa.

Wesley foi chamado de “O Apóstolo da Ilha de Man”.

Sua viagem ao país foi marcada com entusiasmo, acidente com uma chaise, oposição à sua pregação pelo bispo e sua admiração pela natureza e pelo povo.

Foram os ventos que levaram o primeiro pregador metodista, chamado de “Profeta Choroso”, até a Ilha de Man.

Na época, o pregador metodista disse que a Ilha era um “ninho de contrabandistas”.

Hoje o metodismo é a segunda maior denominação cristã no país. A Igreja desempenhou e “continua a desempenhar um papel muito considerável no Governo e na vida da ilha”.

 

 

Os Palatinos e o metodismo na América 

“Barbara Heck é considerada a mãe do metodismo na América”

 

Os Palatinos tiveram que fugir da Alemanha por causa da guerra, perseguição e do frio intenso. Foram para a Irlanda e outros lugares.

Foram evangelizados por pregadores metodistas e por Wesley, especialmente em Limerick, na Irlanda.

Wesley esteve na Irlanda entre 1747-1789.

Dois Palatinos se destacaram: Philip Embury e Barbara Heck, que eram primos, e se converteram. Philip se tornou um pregador metodista nomeado por Wesley.

Com as dificuldades surgidas com o proprietário das terras, um grupo de Palatinos emigrou para Nova York, na América, dentre eles, Philip e Barbara.

Inicialmente, frequentaram uma Igreja Luterana, mas a prática cristã de alguns Palatinos não estava de acordo com o padrão que aprenderam com o metodismo de Wesley.

Barbara Heck é considerada a “mãe do metodismo na América” por causa de sua atitude firme questionando e convocando Philip Embury para exercer seu ministério e pregar para eles.

Philip Embury se dedicou intensamente no desenvolvimento do metodismo na América, em meio à luta pela Independência norte-americana.

 

 

Por dentro da viagem de Wesley à América

 

“Wesley teve oportunidade de ministrar no navio. Inclusive realizou batismo e ministrou a Ceia do Senhor” 

É muito conhecida as dificuldades nas violentas tempestades que Wesley e seus companheiros enfrentaram na viagem até à Geórgia que se iniciou em 1735 e terminou em 1736.

A viagem não teve só momentos preocupantes.

Além das grandes dificuldades, Wesley teve oportunidade de ministrar no navio. Inclusive realizou batismo e ministrou a Ceia do Senhor.

Também aproveitou o tempo para estudar, aconselhar e compartilhar com seus companheiros.

Durante o início da viagem, houve a oportunidade de parar em alguns lugares onde a natureza foi apreciada.

Carlos Wesley pregou numa das paradas e Wesley distribuiu livros.

O contato com os moravianos foi a parte mais importantes da viagem porque Wesley pode ser despertado para a busca de uma vida espiritual mais profunda.

Foram mais de sete violentas tempestades e um furacão, segundo Wesley.

Muito mais do que se costuma falar. De tão violentas, muitos a bordo tiveram medo de morrer, menos os moravianos.

 

  

A maior e mais cruel perseguição

 

“A morte do vigário e a intervenção do rei trouxeram o fim da violência” 

Houve uma terrível perseguição ocorrida, entre 1743-1744, contra Wesley e os metodistas em Wednesbury, Inglaterra, no século XVIII.

Houve uma combinação de fatores que proporcionaram essa imensa perseguição e foi preciso Wesley escrever um livro para explicar a verdade “nua e crua” com diversos testemunhos.

A resistência, fé, determinação e equilíbrio dos metodistas foram fundamentais para a situação ser resolvida.

A atitude mansa e sábia de João Wesley impressionou.

O fato é que a morte do vigário e a intervenção do rei trouxeram o fim da violência.

É fato também que o deus Woden (Odin, o deus nórdico), que deu origem à cidade de Wednesbury, está relacionado ao poder político e à violência. Isso pode explicar o fato do vigário e os juízes terem se levantado contra os metodistas e a população ter sido tão violenta.

E Wesley foi pregar em Wednesbury sobre o poder de um novo Senhor e Rei, Jesus.

A história, contudo, mudou em Wednesbury e a pregação wesleyana tem influência nessa mudança.

Em 15 de março de 1761, Wesley pregou diante de uma multidão entre 8.000 e 10.000 pessoas em Monway Field, Wednesbury.

Hoje há uma Igreja Metodista na cidade onde se guarda a história e objetos daquele tempo.

Essa é uma história que não foi esquecida. Está registrada na história da cidade. Sites e livros relatam sobre a perseguição violenta.

 

O casamento de Wesley e Molly


A grande questão foram as viagens constantes de Wesley e a sua atenção carinhosa com todos 

Wesley conheceu e se casou com Mary Vazeille também conhecida como “Molly”.

Foi um relacionamento que começou errado porque foi realizado em apenas oito dias de namoro.

“Seu relacionamento de trinta anos com Mary Vazeille, viúva de um rico comerciante, promoveu intensa dor emocional e psicológica tanto para ele quanto para ela”.

Wesley tinha 47 anos e Molly 41 anos quando se casaram. Ela era uma viúva rica com quatro filhos adultos cujo marido comerciante havia morrido quatro anos antes.

Eles concordaram que todos os seus bens iriam para seus filhos, com os quais Wesley tinha grande carinho.

A grande questão foram as viagens constantes de Wesley e a sua atenção carinhosa com todos, inclusive às mulheres.

O ciúme e a desconfiança de Molly foram grandes.

“A relação deles era tempestuosa. Ela ficou com ciúmes do tempo que Wesley passou viajando e ficou furiosa com sua correspondência com mulheres. Ele cometeu o erro de dizer a ela que ela poderia abrir e ler todas as cartas que chegassem até ele. Ela foi com ele em várias de suas missões de pregação e estava infeliz com as condições que eles tinham que suportar. Na verdade, ela destruiu parte do diário de Wesley”. 

“Um dia, um pastor visitante bateu à porta de Wesley. Ela se abriu, revelando João no chão com Maria o arrastando por seus longos cabelos”.

“Ela o deixou várias vezes, mas voltou. Finalmente, ela saiu novamente e João disse: "Eu não pedi para ela sair, mas não vou pedir para ela voltar". Eles foram casados por 20 anos tumultuados e separados por 10. Ele voltou de uma de suas missões de pregação para saber que Molly havia morrido e sido enterrada”.

O teólogo metodista Kenneth Collins dividiu o relacionamento de Wesley e sua esposa baseado nas correspondências:

“1) De junho de 1750 a abril de 1752 (Afeto desmedido e a Obra do Senhor); 2) De maio de 1752 a agosto de 1764 (desconfiança, ciúmes e cartas roubadas); 3) setembro de 1764 a agosto de 1774 (A Fenda Crescente); e 4) De setembro de 1774 a outubro de 1781 (Partida Final)”. 

Mas tanto Molly como Wesley diziam que se amavam.

 

A paróquia de Wesley

 

“Fui levado para a Fundição, e preguei, ajoelhado” 

Depois que foi proibido de pregar em templo anglicano, Wesley declarou ser o mundo sua paróquia.

Em todo tempo e em todo lugar, em qualquer situação, Wesley aproveitava às oportunidades para pregar.

Wesley pregou em praças, mercado, monte, campo, maçonaria, prefeitura, casas, ruas, etc.

Ele pregou na América (EUA), Inglaterra, Irlanda, País de Gales, Escócia e Holanda. Pregou nas Ilhas do Canal da Mancha.

Na quarta-feira, 6 de outubro de 1771, Wesley disse: “Eu preguei em South Lye. Foi aqui que preguei meu primeiro sermão, quarenta e seis anos”.

Pregou cerca de 40 mil sermões em diferentes lugares e horários.

No domingo, 17 de setembro de 1738, Wesley estava na Inglaterra. Ele disse: “Comecei novamente a declarar em meu próprio país as boas novas da salvação, pregar três vezes e depois expor a Sagrada Escritura a uma grande companhia nas Minorias. Na segunda-feira, alegrei-me por me encontrar com a nossa pequena sociedade, que agora consistia em 32 pessoas. No dia seguinte, fui aos criminosos condenados em Newgate e ofereci-lhes a salvação gratuita. À noite, fui a uma sociedade em Bear-yard e preguei arrependimento dos pecados. Na noite seguinte, falei o "mais apaixonado" em uma sociedade na rua Aldersgate (...).”[3]  

Enfrentou toda adversidade e chegou a pregar de joelhos por não poder ficar em pé.

No domingo, 7 de fevereiro de 1750, “fui levado para a Fundição[4], e preguei, ajoelhado, (como eu não conseguia ficar de pé,) por parte do Vigésimo Terceiro Salmo, meu coração sendo ampliado e minha boca se abriu para declarar as maravilhas de Deus amor. Segunda-feira, 8 de fevereiro, era o segundo dia que eu havia marcado para minha viagem; mas fiquei desapontado novamente, ainda não consegui colocar o pé no chão. No entanto, preguei (ajoelhado) na terça-feira à noite e quarta-feira de manhã”. [5]

Wesley cumpriu o seu ministério em sua paróquia, que era o mundo.

 

 A chaise de Wesley


Wesley ganhou a chaise quando tinha 62 anos 

A chaise era um meio de transporte que Wesley utilizava para suas viagens missionárias, que ele ganhou de presente de uma metodista.

Wesley ganhou a chaise quando tinha 62 anos, em 1765, depois de cair de seu cavalo.

Sempre que era necessário, ele utilizava barcos, cavalos ou a chaise. A post-chaise era usada quando era necessário ser mais rápido.

A chaise era uma carruagem. Havia muitos tipos de carruagem na Inglaterra.

Se trouxe mais conforto ao seu corpo, as dificuldades das estradas não foram diferentes. Muitas vezes, Wesley caiu com sua chaise.

Sua chaise era de cor amarela e tinha um espaço para uma biblioteca.

Ela se tornou tão importante para ele que quando ela precisou ficar umas duas semanas no conserto, ele lamentou muito.

No final de sua vida, ele incluiu a chaise em seu testamento.

 

Os oleiros de Burslem

 

“Ele acompanhou a transformação dos “oleiros selvagens” e a transformação da cidade nos primeiros vinte anos em que foi pregar em Burslem” 

Burslem foi o centro das olarias e da produção de cerâmica do país.

O busto de Wesley foi moldado nessa cidade por um famoso oleiro local e até os dias de hoje é encontrado e vendido no local ou pela internet.

Em Burslem o metodismo se desenvolveu muito bem até porque os vigários anglicanos não investiam na vida espiritual dos moradores locais.

Constantemente, Wesley e os pregadores metodistas estiveram em Burslem. Não havia perseguição ou qualquer polêmica, como era comum acontecer em outras cidades.

Wesley os chamava de “pobres oleiros”.

Ele acompanhou a transformação dos “oleiros selvagens” e a transformação da cidade nos primeiros vinte anos em que foi pregar em Burslem.

Sua última pregação na cidade foi em 1790, um ano antes de falecer.

Uma lenda sobre um busto moldado de Wesley, que revela seu caráter e o seu coração misericordioso, foi impresso e até na América foi espalhado. 

 

A compaixão libertadora de Wesley pelos pobres

 

“Ele pregava na parte mais pobre e desprezível da cidade” 

Wesley deu atenção especial aos pobres. Ele pregava na parte mais pobre e desprezível da cidade. Ele teve um “profundo e permanente compromisso com os pobres”.

Ele criou clínicas populares e escolas, distribuiu alimentação, roupas e carvão, levantou ofertas semanais, conseguiu empregos, escreveu um livro de remédios caseiros para doenças comuns. Estimulava a visita aos pobres e doentes.

Sua vida foi uma completa doação a Deus e ao próximo. “Estima-se que ele doou cerca de US$ 6 milhões (em dólares atuais)”.

Ele disse: “O dinheiro nunca fica comigo. Me queimaria se o fizesse. Eu o jogo fora de minhas mãos o mais rápido possível, para que não encontre seu caminho em meu coração”.

Wesley teve uma compaixão libertadora. A sua compaixão não gerava dependentes e sim agentes, líderes, como os líderes de classe e pregadores. Mais tarde, surgiram líderes da classe operária.

A essência da santidade se expressa no amor a Deus e ao próximo.

 

O amor de Wesley pelas crianças

 

“Tal era a prioridade que ele deu a isso que o viu como um papel vital para os pregadores metodistas” 

Wesley investiu na educação e na vida espiritual das crianças.

John Wesley deu prioridade no treinamento e educação das crianças no amor e conhecimento de Deus. “Tal era a prioridade que ele deu a isso que o viu como um papel vital para os pregadores metodistas e questionou o chamado daqueles que argumentariam que fazer isso não era seu papel”.

Wesley amava as crianças. Ele as conhecia pelos nomes, percebia suas atitudes e tocava nelas com carinho.

Wesley orientava que era necessário "quebrar a vontade" da criança, a fim de alcançar a obediência, que ele via como o fundamento para a formação da fé.

Para ele, as crianças eram “capazes de experimentar a plena graça de Deus e possuir a capacidade de crescer na graça”.

Ele também se preocupava em dar o melhor conteúdo intelectual para as crianças pesquisando nos livros dos melhores autores da época. Ele também escrevia as lições para a Escola de Kingswood.

Suas atitudes e providências para o bem-estar das crianças revelam seu grande amor.

   

No inferno das prisões para salvar vidas

 

“As prisões da Inglaterra eram os lugares mais próximo do inferno aqui na Terra, segundo Wesley” 

João Wesley era considerado amigo constante dos prisioneiros.

João e Carlos Wesley se referiam aos prisioneiros como “os pobres prisioneiros” porque as prisões da Inglaterra eram os lugares mais próximo do inferno aqui na Terra, segundo Wesley.

Wesley considerava algumas das prisões da Inglaterra o berçário de todo tipo de maldade.

A prisão de Newgate foi considerada o "protótipo do inferno". Stephen Halliday escreveu o livro “Newgate: o protótipo do inferno de Londres”.

Além de sermões, ministração do sacramento e apoio, os irmãos Wesley fizeram sermões beneficentes para ajudar aos “pobres prisioneiros”.

Também levantaram coletas para comprar roupas e cobertores especialmente para os prisioneiros franceses, presos por causa da guerra Inglaterra-França.

Além disso, Wesley denunciou os sofrimentos dos prisioneiros. Também escreveu sobre prisões injustas. Uma delas foi de João Nelson, pregador metodista, o qual pessoalmente ele lutou para libertá-lo.

Carlos Wesley chegou a pedir e passou uma noite trancado na prisão junto aos prisioneiros que seriam mortos no dia seguinte, para trazer salvação e paz às suas vidas.

Houve muita compaixão, luta e ação pastoral por parte de João e Carlos Wesley aos prisioneiros, muitos deles condenados à morte.

 

 

Os Carvoeiros de Kingswood

 

“Os sofridos colisores de Kingswood foram transformados pelo Evangelho pregado pelos metodistas” 

Considerado um povo sem instrução, ingovernável, selvagem e grosseiro, os sofridos colisores de Kingswood foram transformados pelo Evangelho pregado pelos metodistas.

João e Carlos Wesley chamavam os trabalhadores das minas de carvão de colliders (colisores), o que mantemos no livro. Os historiadores os chamam de carvoeiros ou mineiros.

Kingswood era um lugar onde apenas os mais intrépidos ousavam pôr os pés.

Wesley registrou em seu diário ministrações aos colisores de Coleford, Placey, Burslem, Madeley Wood, South Biddick e Two-Mile-hill, que fica no extremo leste da cidade de Bristol, a oeste de Kingswood, no sul de Gloucestershire.

Especialmente, Kingswood foi o local onde o metodismo mais atuou inclusive criando uma escola, em 1748, para os filhos dos mineiros das minas de carvão.

Wesley teve compaixão dos colisores, que ele chamou de “pobres colisores” e procurou agir para transformar suas vidas pelo poder de Deus, além dos cuidados sociais.

Os mineiros de carvão viviam e trabalhavam em condições atrozes. Homens, mulheres e as crianças trabalhavam longas horas nas minas.

Houve engajamento dos primeiros metodistas na vida dos mineiros oferecendo o Evangelho libertador, o amor que transforma e um sentido para a vida daqueles que viviam sem condições mínimas de uma vida saudável.

  

A forte amizade entre João Wesley e George Whitefield

 

“Ambos se referiam um ao outro como amigo e irmão” 

A forte amizade entre João Wesley e George Whitefield superou sérias divergências doutrinárias.

Ambos se referiam um ao outro como “amigo e irmão”. Havia um grande respeito entre os dois.

Ambos tiveram diferenças de formação na infância. Wesley era de família pastoral e Whitefield nasceu numa taberna de venda de bebida alcoólica.

No casamento, tiveram posicionamentos semelhantes priorizando a pregação e às missões e, por isso, não foram bem-sucedidos.

Na área social, Whitefield se preocupou com os pobres, como Wesley, criando orfanatos. A diferença é que Whitefield achava normal a escravidão e Wesley a combateu intensamente.

Foram grandes pregadores. Whitefield foi considerado melhor pregador, mas Wesley como um gênio na organização preservou os que eram salvos e Whitefield reconheceu isso mais tarde.

Havia uma grande amizade entre os dois.

Após sua morte, ele disse, na quarta-feira, 2 de janeiro de 1771, Wesley disse: “Preguei à noite, em Deptford, uma espécie de sermão fúnebre para o Sr. Whitefield. Em todos os lugares, desejo mostrar todo o respeito possível à memória daquele grande e bom homem”.[6]

Wesley dizia que ele era “grande e bom homem”.[7]

Uma história que revela a importância e a força da verdadeira amizade.


 

As multidões e os fenômenos nas pregações de Wesley

 

“Em três meses, Wesley pregou para cerca de 131.800 pessoas em Bristol” 

Convidado por Whitefield, em 1739, Wesley deixou Londres e foi para Bristol. Contra sua vontade, começou a pregar no “campo” (fora do templo ou sociedade).

Só em abril de 1739, Wesley pregou para cerca de 45.800 mil pessoas em Bristol, que é considerado o berço do Movimento Metodista.

Em maio de 1739, ele pregou para 39.500 pessoas. Em junho cerca de 45 mil pessoas ouviram suas pregações.

Em três meses, Wesley pregou para cerca de 131.800 pessoas em Bristol.

Dois fatos marcantes passaram a ocorrer nas pregações de Wesley, a partir de abril de 1739, em Bristol: presença de milhares de pessoas e fenômenos espirituais em diversas pessoas, que Wesley chamava de sinais exteriores ou “sinais e maravilhas” como resultado do poder de Deus.

Muitos questionaram esses acontecimentos e chamavam Wesley até de enganador do povo. Inicialmente, nem Whitefield acreditava, mas ele e muitos outros (como um médico que foi examinar os fatos) mudaram de opinião quando viram a ação do poder de Deus, como Wesley afirmava ser.

Wesley não afirmava que esses acontecimentos eram avivamentos, o que só passou a acontecer mais tarde e impulsionou muito mais o Movimento Metodista.

   

 

A influência de Wesley na abolição da escravidão na Inglaterra


Não era uma nova convicção de que a escravidão estava errada, mas provavelmente uma nova consciência de que ele poderia fazer algo sobre isso  

Aos 69 anos, ‘algo o incendiou’, disse Irv Brendlinger. ‘Não era uma nova convicção de que a escravidão estava errada, mas provavelmente uma nova consciência de que ele poderia fazer algo sobre isso”

Wesley tinha um conhecimento profundo da situação da escravidão que é relatada no seu livro Pensamentos sobre a escravidão” publicada em 1774.

“Ele entrou em contato pela primeira vez com a escravidão quando foi pregar na colônia britânica da Geórgia na América entre 1736 e 1737”. [2]

Ele não só pregou e escreveu, mas se reuniu com os principais líderes ingleses, como o político William Wilberforce. Alguns desses líderes tinham simpatia e marcas do metodismo.

Mais do que isso, Wesley influenciou decisivamente os líderes e motivou o povo metodistas e atuar na abolição do tráfico de escravos e o fim da escravidão.

Wesley exerceu uma grande dedicação nessa causa. Aos 69 anos, “algo o incendiou”, disse Irv Brendlinger. “Não era uma nova convicção de que a escravidão estava errada, mas provavelmente uma nova consciência de que ele poderia fazer algo sobre isso. Ele sentiu que tinha que fazer algo a ver com isso.  Em relação à sua posição real, Wesley se opôs veementemente ao comércio de escravos. Alguns de seus epítetos mais severos são usados para se referir aos envolvidos no comércio. Ele os chama de "homens".[58]

Quando foi atacado por causa de sua firme posição contra a escravidão, Wesley não diminuiu seu ímpeto e nem mudou a sua mensagem.

Uma história que nos inspira, motiva e aumenta mais a nossa admiração pelos atos e teologia de Wesley. 


A Revolução das Classes

 

“A reunião de classe acabou sendo o principal meio de trazer milhões das pessoas mais desesperadas da Inglaterra para a disciplina libertadora da fé cristã”

As bands, classe e sociedades formavam a estrutura do metodismo no século XVIII.

As classes proporcionaram acolhimento, confissão, crescimento e santificação. Tinham o propósito da salvação e de buscar uma vida santa.

Nas classes não havia estudos e sim acompanhamento sobre o desenvolvimento da vida cristã dos participantes.

Segundo Michael Henderson “a reunião de classe acabou sendo o principal meio de trazer milhões das pessoas mais desesperadas da Inglaterra para a disciplina libertadora da fé cristã.” [8]

Ele escreveu “Reunião de Classe de John Wesley: Um Modelo para Fazer Discípulos”, onde a classe é colocada num contexto maior na organização de Wesley.

Era uma época de revoluções: Revolução Industrial, Revolução Americana, Revolução Francesa, etc. No metodismo houve a revolução das classes[9] wesleyanas.

Segundo o metodista Kevin Watson não se pode conceber o sucesso do metodismo no século XVIII na Inglaterra apenas com a pregação de campo de Wesley.

O impacto teve a ver com o cuidado que ele tomava para organizar as massas em classes e bandas.

Wesley foi o gênio organizador que sempre estava em missões. Era sábio na condução das sociedades, bandas e classes.

Além das sociedades e bandas, em 1742, Wesley incluiu as classes na organização metodista.

No diário de Carlos e João Wesley há registro das lutas, dificuldades, mover do Espírito Santo, restaurações e ministrações.

Eles em seus diários revelam o dia-a-dia dos membros das bandas e classes.

Vidas que tiveram o propósito de se santificarem e que buscaram nos pequenos grupos wesleyanos uma força e apoio para prosseguirem na caminhada cristã. 

 

As missões de Wesley na agradável Escócia

 

“A segunda visita de Wesley foi a Glasgow, em 1753, a convite de John Gillies, ministro do College Kirk” 

A primeira vez que Wesley visitou a Escócia foi em 1751. A última vez foi em 1790. Para uns, ele visitou 22 vezes a Escócia.  Para outros, “Wesley visitou a Escócia 23 vezes entre 1751 e 1790”.[1]

Há diversos livros sobre as viagens e missões de Wesley. Um deles é de Samuel Rogal, que escreveu “Missão de John Wesley na Escócia, 1751-1790 (Estudos na História das Missões)”, publicado na Amazon, em 1º de janeiro de 1989.

Como o metodismo chegou na Escócia?

“O metodismo wesleyano foi provavelmente trazido pela primeira vez para a Escócia por tropas do governo enviadas após a rebelião de 1745. John Wesley fez a primeira de 22 visitas em 1751 a convite de Bartolomeu Gallatin, comandante dos dragões em Musselburgh”. [2]

A segunda visita de Wesley foi a Glasgow, em 1753, a convite de John Gillies, ministro do College Kirk. [3]

Nos 20 anos seguintes, diversos pregadores metodistas pregaram à Escócia, dentre eles,  Christopher Hopper, Thomas Taylor, Thomas Cherry, Thomas Hanby, Duncan Wright, Duncan McAllumAlexander McNab e Robert Dall 

Eles espalharam o metodismo para diversas cidades.

Dentre elas, estão: DunbarEdimburgo, Leith, PerthArbroathDundeeAberdeen, costa de Moray e Inverness, Glasgow, Greenock, Port Glasgow e Ayr.[4]

Um livro que revela as dificuldades, lutas, pregações em diversos lugares e a beleza da Escócia, que Wesley sempre elogiou.

Wesley se referia à Escócia como um país agradável.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[2] https://sublimewales.wordpress.com/introduction/types-of-tourist/early-18th-century-travellers/

[3] Um extrato do diário do rev. sr. John Wesley, de 12 de agosto de 1738 a 1º de novembro de 1739, op.cit.

[4] A “Fundição” era a sede do movimento metodista localizada num subúrbio de Londres. Foi comprada por John Wesley. “Foundery” era uma antiga fundição de canhões que havia sido danificada.

[5] Wesley, seu próprio historiador. https://quod.lib.umich.edu/m/moa/AGV9079.0001.001?rgn=main;view=fulltext.Wesley, seu próprio historiador. Cincinnati: Hitchcock e Walden. 1870.

[7] Idem.

[8] Michael Henderson, John Wesley’s Class Meetings, Evangel Publishing House: Francis Asbury Press, 1997, 28; https://joelcomiskeygroup.com/ 2021/08/30/john-wesleys-discipleship-system/.  D. Michael Henderson, é o fundador e executivo Diretor da African Leadership, uma organização que forma líderes africanos para o ministério na África.

[9] Deriva de CLASSIS, “classe, exército, divisão’. Originalmente designava “o povo de Roma que podia ser chamado às armas”, relacionado a CALARE, “chamar”. https://origemdapalavra.com.br/palavras/classe/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog