A Vida Intensa de Oração de João Wesley

 

 

Odilon Massolar Chaves

 

 

 


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Tradutor: Google

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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.

Sua tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma para nossos dias.

Foi editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.

É escritor, poeta e youtuber.

Toda glória seja dada ao Senhor

 

  

"Deus não faz nada na terra senão em resposta à oração crente"[1]

John Wesley

  


Índice

 

·      Introdução

·      A prática, a experiência e o ensinamento sobre a oração

·      Interpretação de Wesley sobre a prática e ensinamento da oração na Bíblia

 

Introdução

 

“A Vida Intensa de Oração de João Wesley” é um livro que procura mostrar um líder espiritual vitorioso porque teve uma vida intensa de oração. A oração era parte fundamental da vida e ministério de João Wesley. 

R.T. Kendall, escritor, teólogo e pastor na capela de Westminster, em Londres, escreveram queJohn Wesley (1703-1791) orava duas horas por dia”. [2] Segundo o autor, na América e Inglaterra, os líderes as Igrejas oram em média 4 minutos por dia. 

Mas Wesley orava ainda muito mais: Ele “se levantava às 4 da manhã todos os dias para buscar a Deus nas primeiras quatro horas do dia. Em seus últimos anos, Wesley era conhecido por passar até 8 horas em oração”.[3] 

Essa é a grande diferença entre um ministério pastoral bem-sucedido e outro, não. 

No ano de 1733, Wesley publicou: “Coletânea de formas de oração”. Diz ele: “Falei explicitamente em dar totalmente o coração e a vida a Deus. Esta foi, então, como é agora, a minha ideia a respeito da perfeição”.[4] 

Oração é um meio fundamental para gerar a perfeição cristã, comunhão com o Pai e uma vida de vitória. 

“A oração, disse Wesley, "é o grande meio de se aproximar de Deus" (Carta à Senhorita de Março, 3–29–1760); é "o sopro da nossa vida espiritual" (NT Notes, ITs 5:16)”.[5] 

E Wesley disse mais ainda no seu sermão The Wilderness State:  a "negligência da oração privada" é a razão mais comum pela qual as pessoas perdem sua fé.[6] 

Neste livro, destacamos a prática, experiência e ensinamentos de Wesley sobre a oração e, em segundo lugar, seus comentários sobre a oração ensinada e praticada no Novo Testamento.[7] 

O Autor



A prática, a experiência e o ensinamento sobre a oração

 

São muitas as orientações e práticas de Wesley em relação à oração. Destacamos aqui algumas: 

A eficácia do jejum e oração fervorosa 

Wesley aqui reconhece que há tipos de demônios diferentes, como Jesus ensinou: “Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum” (Mateus 17.21): 

“Este tipo de demônios – não sai, mas por oração e jejum - Que testemunho aqui da eficácia do jejum, quando adicionado à oração fervorosa! Alguns tipos de demônios que os apóstolos tinham expulsado antes disso, sem jejum”.[8] 

Oração, marca de santidade 

Em 1764, Wesley fez uma revisão e um sumário do que ele entendia sobre a doutrina da perfeição cristã:

1) Existe a perfeição, pois ela é  constantemente citada nas Escrituras. 2) Ela não vem cedo como a justificação, pois as pessoas justificadas precisam ‘prosseguir para a perfeição’ - Hebreus 6:1. 3) Não é tão tardia quanto a morte, pois S.Paulo nos fala de homens vivos que eram perfeitos – Fil.3:15. 4) Não é absoluta. A perfeição absoluta não pertence ao homem, nem aos anjos, mas somente a Deus. 5) Ela não torna o homem infalível: ninguém é infalível enquanto está no corpo. 6)  É ela sem pecado? Não vale a pena contendermos a respeito de termos. Ela é ’salvação do pecado’. 7) É ‘amor perfeito’ - I Jo 4:18. Este é a essência da mesma. As suas propriedades ou frutos inseparáveis são: alegria constante, oração sem cessar e em tudo darmos graças- I Ts 5:16, etc. 8) Não podemos prová-la. Não pode de maneira nenhuma permanecer como um ponto indivisível, ser incapaz de desenvolvimento, pois uma pessoa aperfeiçoada em amor pode crescer na graça muito mais rapidamente do que o fazia antes. 9) Pode ser perdida. Temos muitos exemplos disto. Mas não tínhamos inteira convicção disso até 5 ou 6 anos atrás. 10) É constantemente precedida e seguida de um trabalho gradual.” [9] 

Aliviadas pela oração

Havia manifestações espirituais e Wesley descrevia as pessoas como sendo fulminadas, feridas pela espada do Espírito, tomadas de fortes dores. Algumas caíam de joelhos, outras tinham estranhos acessos, mas ele registra ainda que a maioria era aliviada pela oração e alcançava a paz.[10] Mas isso não era ainda Pentecostes. 

Lutando com Deus em oração

Em 1749, Wesley relatou sobre algumas manifestações no final do culto: “Quando, enfim, despedi o povo com a benção, ninguém se mexeu; ficaram todos nos seus lugares, enquanto eu ia passando no meio deles. Logo se ouviu uma pessoa que gritou: ´Meu Deus, meu Deus, tu te esquecestes de mim´. Tendo dito isto, caiu no chão. Oramos a Deus em favor dela. Seus gritos junto com de muitos outros, clamando a Deus, se aumentaram. Mas nós continuamos lutando com Deus em oração, até que Ele nos atendeu com a paz.”[11] 

Oração e o Derreamento do Espírito 

Os metodistas experimentaram o derramamento do Espírito. “Foi por estarem em oração que houve uma manifestação grande do poder de Deus sobre diversos metodistas no dia 1º de janeiro de 1739. Wesley disse: “Pelas 3 horas da manhã, enquanto nos mantínhamos em oração, o poder de Deus veio poderosamente sobre nós, de tal modo que muitos clamaram de indizível alegria, e muitos caíram por terra.”[12] 

Avivamento pela oração

Em 1762 foi notório o mover do Espírito Santo. Wesley afirmou: "Aprouve a Deus derramar seu Espírito este ano."[13]

Foi um avivamento contínuo por mais de 20 anos. O avivamento começou em uma reunião caseira para oração, cântico de hinos e conversas sobre a necessidade de santificação.[14] 

Cura pela oração

Wesley acreditava plenamente na cura pela oração. “Ele orou muitas vezes por sua própria recuperação e registrou que Deus o curou de muitas enfermidades em sua vida. Wesley descreve que uma noite, na capela, seus dentes estavam muito prejudicados. Ele orou e “minha dor cessou e não voltou mais.”[15] 

Ele experimentou outras curas: “Em 10 de maio de 1741, Wesley ficou bastante doente. Ele tinha dor na cabeça, bem como nas costas, febre e tosse que era tão grande que dificilmente podia falar. Mas então um milagre aconteceu com Wesley enquanto ele ‘invocava Jesus em voz alta’. Enquanto falava, sua dor desapareceu, a sua febre se afastou e sua força voltou. E, além disso, ele não sentiu nenhuma fraqueza ou dor por muitas semanas depois.”[16] 

Para receber a graça santificadora

Para Wesley, a santificação deve ser buscada. 

Para ele, devemos esperar pelo “cumprimento da promessa na obediência universal; em guardar todos os mandamentos; negando a nós mesmos, e assumindo a cruz diariamente. Estes são os meios gerais que Deus ordenou para recebermos a sua graça santificadora. As particularidades são a oração, buscando as Escrituras, a comunicação e o jejum."[17]  

Oração, fruto da perfeição

Para Wesley, acima de tudo, a perfeição é “amor perfeito”. Baseado em 1 João 4.18, ele diz que o amor é a essência da perfeição, os frutos inseparáveis da perfeição são:” alegria constante, oração sem cessar e em tudo darmos graças – 1 Ts 5.16.”[18]

Oração, parte essencial das bands

Os bands foram importantes no processo de formação da organização metodista.[19] 

As principais atividades dos bands “eram a confissão e a oração; o alvo deles era o crescimento espiritual. Os bands eram homogêneos, de acordo com o modelo morávio; havia band de mulheres, de homens e mesmo de rapazes (...).”[20] 

Os bands eram grupos de cinco ou seis pessoas do mesmo sexo comprometidos um com o outro e para a vida santa.They met to help each other on the road to Christian perfection. Eles se reuniam para ajudar uns aos outros no caminho da perfeição cristã.These were “deeper life” groups and only about one-third of the typical society joined, or was invited to join the bands where they shared their spiritual journeys “without reserve and without disguise.” John Wesley called this “close conversation.” He felt that Methodism was closest to the New Testament ideal in the band meetings. Estes eram grupos "mais profundos da vida" e apenas cerca de um terço da típica sociedade metodista entrou, ou foi convidado a integrar os bands de onde eles compartilharam suas jornadas espirituais "sem reservas e sem disfarce." 

John Wesley chamou isso de "conversa íntima". Ele sentia que o metodismo foi mais próximo do ideal do Novo Testamento nas reuniões de bands.[21] 

Exemplo do poder da oração nas bands 

And ' Oh ,' adds he, ' how wonderfully did we experience the power and love of God , whenever we made prayer and supplication to Him! We had a heaven amongst us ; a paradise within us! The Lord poured such peace and joy into our hearts , we were often so happy, that we did not know how to part . We lived as brethren, and strove together for "the hope of the gospel." We were of one heart and of one mind in the presence of God . And is not this the communion of saints ?'"Acrescentou o líder da classe Thomas Walsh: "como maravilhosamente nós experimentamos o poder e o amor de Deus sempre que fizemos a oração e súplica a Ele! Tivemos um céu no meio de nós! Um paraíso dentro de nós. O Senhor derramou paz e alegria em nossos corações (...) éramos um só coração e uma só mente na presença de Deus. E não é essa a comunhão dos santos?”[22]  

Mais tarde, diante das novas exigências, Wesley fez novas adaptações, criou os bands seletos e os bands penitenciais. 

Oração, Espírito na vigília

Para Wesley, o Espírito Santo pode vir sobre as pessoas “como uma torrente enquanto experimentam o poder dominador da graça salvadora (...). Mas Ele opera em outros de maneira muito diferente: Ele exerce a sua influência de maneira delicada, refrescante como o orvalho silencioso.”[23]

George Whitefield, que estava nessa vigília, disse o seguinte sobre os dias posteriores a esse fato: “Na verdade, foi uma época pentecostal, às vezes noites inteiras eram passadas em oração. Frequentemente, temos nos enchido como vinho novo, e frequentemente os tenho visto oprimidos pela Presença Divina, e clamam: “Será que Deus, de fato, habitará com os homens na terra? Quão terrível é este lugar! Esta não é outra senão a casa de Deus e a porta do céu!”.[24] 

Carlos Wesley e a oração

Em 1735 foi com Wesley como missionário para a Geórgia. Quando Carlos Wesley voltou da Georgia procurou seus antigos amigos do Clube Santo. Foi apoiado em sua vida espiritual pelo moraviano Pedro Bohler. 

Pregou, visitou, mas precisava ter a confiança da salvação. Ficou doente. Pedro Bohler continuava apoiando e ajudando a Carlos Wesley. 

Carlos andava doente e buscou intensamente em oração a certeza da salvação em uma profunda experiência com Cristo e recebeu essa benção. 

 “Era o dia de Pentecostes. Às nove horas da manhã o seu irmão João e alguns amigos o visitaram e juntos oraram e cantaram um hino ao Espírito Santo. Ali se demoraram meia hora. Carlos Wesley entregou-se à oração pedindo o cumprimento da promessa do dom do espírito Santo. Sentindo-se fraco no corpo, desejou dormir e quando estava se acomodando para dormir ouviu uma voz que dizia: ‘Em nome de Jesus de Nazareth, levanta-te e crê, e serás curado das tuas enfermidades. Estas palavras fizeram grande impressão sobre ele. Oh! Se Cristo me falasse assim..., suspirou ele. Aquelas palavras foram preferidas por uma senhora que havia alcançado a salvação pela fé. Ele confiou em Cristo e somente nele e logo alcançou paz para sua alma. Poucas horas depois as boas notícias chegaram aos ouvidos do seu irmão João que escreveu: ‘Eu recebi a notícia que meu irmão alcançara paz para sua alma. A força física voltou a seu corpo desde àquela hora. Quem é semelhante a nosso Deus?”.[25]

O dia 21 de maio de 1738 foi um dia memorável na vida de Carlos Wesley, o início de um novo tempo em sua vida.[26] 

Oração fervente

 

Em muitos hinos, Carlos Wesley descreve o amor vindo de Deus e sendo derramado:

 

Ó tu, Senhor, que do alto

trouxeste fogo a nossa terra,

derrama em mim teu amor sagrado,

chama que o coração me acenda;

Que permaneça ardentemente,

com brilho eterno, cintilante;

e em canto e oração fervente,

retorne a ti para louvar-te eternamente.[27]

 

Dia de jejum e oração

 

Wesley registrou em seu diário momentos devocionais, que eram frequentes entre os metodistas: 

 “Hoje foi observado como dia de jejum e oração; oramos por avivamento no trabalho do Senhor. Muitos assistiram ao culto às cinco horas, às nove e às treze, mas em muito maior número assistiram ao de vigília; desta feita Deus tocou o coração do povo, e até o coração daqueles que estavam mortos no pecado.”[28] 

Wesley dizia ser necessário praticar as Obras de Misericórdia e Atos de Piedade.

 

Subjugado pelo poder de Deus

Wesley disse: “Durante a última oração dele fiquei completamente subjugado pelo poder de Deus. Senti mudança inexplicável no fundo do meu ser, e desde aquela hora não tenho sentido ira, nem vaidade ou mau gênio: nada que seja contra o puro amor de Deus, que sinto constantemente”. [29] 

Deus respondeu nossas orações

Wesley relata sobre esta verdade: “(...) Deus respondeu às nossas orações. Parecia que as portas do céu foram abertas.”[30] 

As orações, o arrependimento, a adoração e a santidade tocam no coração de Deus. 

Crianças tocadas pelas orações 

Em Epworth, a industrialização havia instalado quatro fábricas de fiar e tecer. Diversas crianças foram empregadas. Algumas delas entraram por acaso em uma reunião de oração e foram tocados no coração. 

“Alguns deles entrando por acaso em uma reunião de oração foram tocados no coração. Seus esforços entre os companheiros mudaram então as condições em três fábricas.”[31] 

Para ler as Escrituras 

Dentre as suas recomendações para ler a Palavra do Senhor, destacamos essa: 

“A oração séria e fervorosa deve ser constantemente usada, antes de consultarmos os oráculos de Deus, vendo que ‘a Escritura só pode ser entendida com o mesmo Espírito pelo qual foi dada’. Nossa leitura também deve ser encerrada com a oração, para que o que lemos possa ser escrito em nossos corações”.[32] 

 

 Interpretação de Wesley sobre a prática e ensinamento da oração na Bíblia

 

Em suas “Notas Explicativas sobre o Antigo e Novo Testamento”, Wesley comentou sobre o ensinamento e a prática da oração no Novo Testamento. Destacamos algumas dessas orientações: 

Como se deve orar

Jesus ensinou a oração que vem do coração, em profundidade, em contraste com o que os fariseus praticavam na época. Ele disse: 

"E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará” (Mateus 6.5-6). 

João Wesley comentou: As sinagogas - Esses eram apropriadamente os lugares onde as pessoas se reuniam para orar em público, e ouvindo as Escrituras lidas e expostas. Estavam em todas as cidades desde o tempo do cativeiro babilônico e tinham serviço três vezes por dia, durante três dias da semana. Em toda sinagoga havia um conselho de pessoas sérias e sábias, sobre quem era um presidente, chamado governante da sinagoga. Mas a palavra aqui, assim como em muitos outros textos, significa qualquer lugar de concurso público.[33] 

João Wesley disse mais: “Entre no teu armário - Ou seja, faça-o com o máximo de sigilo possível. “E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Mateus 6.7).[34] 

João Wesley comentou mais sobre o que Jesus disse: Não use repetições vãs - Repetir palavras sem significá-las é certamente uma repetição vã. Portanto, devemos ser extremamente cuidadosos em todas as nossas orações para dizer o que dizemos; e dizer apenas o que queremos dizer do fundo de nossos corações. As repetições vãs e pagãs contra as quais estamos aqui advertidos são mais perigosas e, no entanto, muito comuns; que é a principal causa pela qual tantos que ainda professam religião são uma desgraça para ela. De fato, todas as palavras do mundo não são equivalentes a um desejo santo. E as melhores orações são apenas vãs repetições, se não forem o idioma da vida.[35] 

Jesus ensinou a oração do Pai Nosso

 O Pai Nosso é um modelo de oração. Jesus nos ensina que Deus é Pai. Devemos falar com Deus como filho ou filha: 

“Vocês, orem assim: João Wesley comentou: Assim, portanto, orai - Aquele que melhor sabia pelo que devemos orar e como devemos orar, que assunto do desejo, que tipo de endereço mais agradaria a si mesmo, se tornaria melhor a nós, aqui nos ditou o mais perfeito e forma universal de oração, compreendendo todos os nossos desejos reais, expressando todos os nossos desejos legais; um diretório completo e exercício completo de todas as nossas devoções.[36] 

João Wesley comentou: Pai Nosso - que é bom e bondoso com todos, nosso Criador, nosso Preservador; o Pai de nosso Senhor, e de nós nele, teus filhos por adoção e graça: não somente meu Pai, que agora te clama, mas o Pai do universo, de anjos e homens: que estão no céu - contemplando todas as coisas , tanto no céu como na terra; conhecendo toda criatura, e todas as obras de toda criatura, e todo evento possível de eternidade a eternidade: o Todo-Poderoso Senhor e Governante de tudo, superintendendo e descartando todas as coisas; no céu - Eminentemente lá, mas não lá sozinho, vendo tu encher o céu e a terra.[37] 

Os comentários de Wesley são sempre profundos. Ele disse mais: “Posso ser teu nome: Tu, ó Pai, és verdadeiramente conhecido por todos os seres inteligentes, e com afetos adequados a esse conhecimento: que sejas devidamente honrado, amado, temido, por todos no céu e na terra, por todos os anjos e todos homens. 2)Venha o teu reino - que o teu reino da graça venha rapidamente e engula todos os reinos da terra: que toda a humanidade, recebendo-te, ó Cristo, por seu rei, acreditando verdadeiramente no teu nome, seja cheia de justiça e paz, e aproveite; com santidade e felicidade, até que sejam removidos daqui para o teu reino de glória, para reinar contigo para todo o sempre. [38] 

Na oração do “Pai Nosso”, João Wesley comenta ainda sobre a vontade do Senhor:  Seja feita a tua vontade na terra, como no céu - que todos os habitantes da terra façam a tua vontade com a mesma vontade que os santos anjos; que assim o façam continuamente como eles, sem interrupção de seu serviço; sim, e perfeitamente como eles: tu, ó Espírito da graça, através do sangue da aliança eterna, os aperfeiçoa em toda boa obra para fazer a tua vontade, e trabalha neles tudo o que é agradável aos teus olhos.[39] 

O comentário de Wesley sobre o “pão nosso de cada dia” é também profundo: Dá-nos - ó Pai (pois não reivindicamos nada de certo, mas somente de tua misericórdia) neste dia - (pois não pensamos no amanhã) nosso pão diário - Todas as coisas necessárias para nossas almas e corpos: não apenas a carne que perece, mas o pão sacramental e a tua graça, o alimento que permanece para a vida eterna.[40] 

Sobre o perdão, Wesley comenta: E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também perdoamos os nossos devedores - Dá-nos, ó Senhor, redenção no teu sangue, até o perdão dos pecados; assim como nos habilitas a perdoar livre e plenamente a todos os homens, perdoe todas as nossas transgressões. 

Sobre a tentação, Wesley afirma: E não nos deixe cair em tentação, mas nos livre do mal - Sempre que somos tentados, ó tu que ajudas as nossas enfermidades, deixa-nos não entrar em tentação; ser superado ou sofrer perdas com isso; mas abre caminho para que possamos escapar, para que sejamos mais que vencedores, através do teu amor, sobre o pecado e todas as suas consequências. Agora, o principal desejo do coração de um cristão é a glória de Deus (ver. 9, 10). Mateus 6: 9,10 e tudo o que ele deseja para si ou seus irmãos é o pão diário da alma e do corpo (ou o apoio da vida, animal e espiritual), perdão do pecado e libertação do poder dele e do diabo, (ver. 11, 12, 13,) Mateus 6: 11,12,13. Não há nada além do que um cristão possa desejo por; portanto, esta oração compreende todos os seus desejos. A vida eterna é a consequência certa, ou melhor, a conclusão da santidade. [41] 

Por fim, Wesley comenta sobre o Reino de Deus: Pois teu é o reino - O direito soberano de todas as coisas que são ou sempre foram criadas: O poder - o poder executivo, pelo qual governas todas as coisas em teu reino eterno: E a glória - O louvor devido a toda criatura, por teu poder e todas as tuas maravilhas, e a força do teu reino, que dura por todas as eras, para todo o sempre. É observável que, embora a doxologia, bem como as petições desta oração, seja tríplice, e seja dirigida ao Pai, Filho e Espírito Santo de maneira distinta, ainda assim, o todo é totalmente aplicável tanto a toda pessoa quanto ao sempre - trindade abençoada e indivisa. Lucas 11: 2.[42] 

Precisamos pedir 

Deus não nos dará algo por sermos bonzinhos ou simplesmente chorarmos. Devemos expressar vontade, fé. 

"Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta” (Mateus 7.7-8). 

João Wesley comentou: Peça, e será dado a você; procurai, e encontrareis; bata, e lhe será aberto: Mas pergunte - orem por eles e por vocês mesmos: nisso não pode haver esse perigo. Procure - adicione seus próprios esforços diligentes à sua pergunta: e bata - persista de maneira importante nessa diligência. Lucas 11: 9.[43] 

Porque todo aquele que pede recebe; e quem procura encontra; e àquele que bate será aberto. Para todo aquele que pede, desde que peça bem, e pergunte o que é agradável à vontade de Deus.[44] 

Oração de ação de graças

Os religiosos não reconheceram a Jesus como enviado do Pai e o perseguiram. Os simples, sim: “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos” (Mateus 11.25).

João Wesley comentou: Naquele tempo Jesus respondeu e disse: Agradeço-te, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e prudentes, e as revelaste aos bebês.
Jesus respondendo - Esta palavra nem sempre implica que algo havia sido falado, ao qual uma resposta é feita agora. Muitas vezes, significa apenas falar em referência a alguma ação ou circunstância anterior. As seguintes palavras que Cristo fala em referência ao caso das cidades acima mencionadas: Agradeço a você - isto é, reconheço e adoro com alegria a justiça e a misericórdia de suas dispensações: Porque você se escondeu - Ou seja, porque sofreu essas coisas esconder-se dos homens que, sob outros aspectos, são sábios e prudentes, enquanto os descobriste àqueles de entendimento mais fraco, àqueles que são apenas sábios para com Deus. 10:21.[45]

Abençoando alimentos

Jesus realizou o milagre da multiplicação para abençoar a multidão que tinha se reunido para ouvi-lo:

“E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva, tomou os cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão” (Mateus 14.19).

Oração no monte

Jesus ministrava intensamente e tinha contato com milhares de pessoas:

“E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças. E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a multidão” (Mateus 14.21-22).

Jesus tinha acabado de se relacionar com milhares de pessoas e realizado o milagre da multiplicação. Jesus precisava se fortalecer. Havia ministrado bastante e muito poder espiritual havia saído dele. Ele, então, foi para o monte:

“E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só” (Mateus 14.23).

João Wesley comentou: Ele restringiu seus discípulos - que não estavam dispostos a deixá-lo. Marcos 6:45; João 6:15. “E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só” (Mateus 14.23).[46]

Dando graças pelo alimento

Aqui a situação é outra, segundo Mateus. Foram sete pães e “os peixes”:

“Então mandou à multidão que se assentasse no chão, E, tomando os sete pães e os peixes, e dando graças, partiu-os, e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos à multidão” (Mateus 15.35-36).

João Wesley comentou: Ele deu graças ou abençoou a comida - Ou seja, ele louvou a Deus por isso e orou por uma bênção.[47]

Oração e jejum para libertação

Jesus conhecia profundamente sobre a organização do império das trevas. Sabia da capacidade de cada um e como vencê-los:

“Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum” (Mateus 17.21).

João Wesley disse: Esse tipo de demônio - não se manifesta, mas pela oração e pelo jejum - Que testemunho há aqui da eficácia do jejum, quando adicionado à fervorosa oração! Alguns tipos de demônios que os apóstolos haviam expulsado antes disso, sem jejuar.[48]

Oração na grande tribulação

O tempo da tribulação será muito penoso, por isso, Jesus dá instruções de como proceder, nesse período:

“E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver” (Mateus 24.20-21).

João Wesley disse: Ore para que seu voo não seja no inverno - Eles fizeram isso; e o voo deles foi na primavera. Nem no sábado - Estar em muitas contas inconveniente; além disso, muitos teriam escrúpulo em viajar para longe naquele dia. Para os judeus, era ilegal andar acima de dois mil passos (duas milhas) no dia de sábado.[49]

Pois então haverá uma grande tribulação, como não existia desde o começo do mundo até agora, não, nem nunca será. Então haverá uma grande tribulação - Não falaram muitas coisas no capítulo, assim como em Marcos 13:14 etc., Lucas 21:21 etc. um significado mais amplo e muito mais amplo do que o que já foi cumprido?[50]

Abençoando e dando graças pela Ceia

A benção é sempre de Deus, de Jesus. Por isso, pedimos que Deus abençoe os alimentos:

“E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos” (Mateus 26.26-27).

João Wesley comentou: Jesus pegou o pão - o pão ou o bolo, que o mestre da família costumava dividir entre eles, depois de terem comido a páscoa. O costume que nosso Senhor agora transferia para um uso mais nobre. Este pão é, isto é, significa ou representa meu corpo, de acordo com o estilo dos escritores sagrados. Assim Gênesis 40:12, os três ramos são três dias. Assim, gálatas 4:24, São Paulo, falando de Sara e Hagar, diz: Estes são os dois convênios. Assim, no grande tipo de nosso Senhor, Êxodo 12:11, Deus diz sobre o cordeiro pascal: Esta é a Páscoa do Senhor. Agora, Cristo substituindo a santa comunhão pela páscoa, segue o estilo do Antigo Testamento e usa as mesma7s expressões que os judeus costumavam usar para celebrar a páscoa.

E, tomando o cálice, deu graças, e deu-lhes, dizendo: Bebai tudo isso; E ele pegou o cálice - Chamado pelos judeus de cálice de ação de graças; que o mestre da família costumava dar a cada um depois do jantar.

Oração em tempo de luta espiritual

Era tempo de uma grande decisão que Jesus precisava tomar que implicava em muito sacrifício. Orar era necessário. A presença de discípulos queridos também:

“Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito” (Mateus 26.36-37).

João Wesley comentou: Então vem Jesus a um lugar chamado Getsêmani - Ou seja, o vale da gordura. O jardim provavelmente teve esse nome por causa de seu solo e situação, situado em um pequeno vale entre duas daquelas muitas colinas, cuja extensão constitui o monte das Oliveiras. Marcos 14:32; Lucas 22:40.[51]

Disse mais: E ele levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, e começou a ficar triste e muito pesado. E levando com ele Pedro e os dois filhos de Zebedeu - Para serem testemunhas de todos; ele começou a ficar triste e em profunda angústia - Provavelmente por sentir as flechas do Todo-Poderoso grudarem rapidamente em sua alma, enquanto Deus lhe impôs as iniquidades de todos nós. Quem pode dizer que sensações dolorosas e terríveis foram então impressas nele pela mão imediata de Deus? A palavra anterior no original significa apropriadamente, ser penetrada com a mais requintada tristeza; este último bastante deprimido e quase sobrecarregado com a carga.[52]

Oração em tempo de decisão

Era uma decisão muito importante e difícil, por isso, Jesus continuou orando:

“E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26.39).

João Wesley comentou: E indo um pouco mais longe - Sobre o molde de uma pedra, Lucas 22: 41 - Para que os apóstolos pudessem vê-lo e ouvi-lo ainda.Se possível, deixe este copo passar por mim - e ele passou rapidamente por ele. Quando ele clamou a Deus com fortes gritos e lágrimas, ele foi ouvido naquilo que temia. Deus eliminou o terror e a gravidade desse conflito interno.[53]

Vigiar e orar para não entrar em tentação

A carne, as emoções estavam fragilizadas. O espírito estava firme, solidificado.

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.41).

João Wesley comentou: O espírito - Seu espírito: vós mesmos. A carne - sua natureza. Quão gentil foi uma repreensão e quão gentil um pedido de desculpas! especialmente em um momento em que a mente de nosso Senhor estava tão sobrecarregada de tristeza.[54]

Orando sozinho em lugar deserto

“E, levantando-se de manhã, muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava” (Marcos 1.35).

Este texto sobre Jesus orando deve ser entendido no contexto em que ele precisou se reabastecer espiritualmente, pois havia se esgotado espiritualmente atendendo, orando e curando muita gente:

E, tendo chegado a tarde, quando já se estava pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos, e os endemoninhados. E toda a cidade se ajuntou à porta. E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam” (Marcos 1.32-34).

João Wesley comentou: “E pela manhã, levantando-se muito antes do dia, saiu e partiu para um lugar solitário, e ali orou. Levantando-se muito antes do dia - Ele também trabalhou por nós, dia e noite”. Lucas 4:42.[55]

Abençoando a refeição

“E, tomando ele os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou e partiu os pães, e deu-os aos seus discípulos para que os pusessem diante deles. E repartiu os dois peixes por todos” (Marcos 6.41).

O alimento precisa ser abençoado. Jesus com esse ato nos mostrou que isso é necessário. Por isso, pedimos ao Senhor que abençoe nossas refeições.

Orando no monte

“E, tendo-os despedido, foi ao monte a orar” (Marcos 6.46).

Era comum Jesus ir orar sozinho. Ele precisava ser fortalecido, pois sempre que ministrava saia poder espiritual. Ele vivia aqui na condição de humano também.

João Wesley comentou: E quando os mandou embora, ele partiu para uma montanha para orar. Mateus 14:23; João 6:15.[56]

Oração de gratidão pelo alimento

“E ordenou à multidão que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães, e tendo dado graças, partiu-os, e deu-os aos seus discípulos, para que os pusessem diante deles, e puseram-nos diante da multidão” (Marcos 8.6).

Damos graças a Deus através da oração. Paulo diz isso: (...)não cesso de dar graças por vós, recordando-me de vós em minhas orações” (Ef 1.16).

Dar graças por cada alimento

“Tinham também alguns peixinhos; e, tendo dado graças, ordenou que também lhos pusessem diante” (Marcos 8.7).

Jesus completou suas orações dando graças a Deus também pelos peixinhos. É por cada alimento ou benefício que devemos orar dando graças.

Oração e jejum para libertação

“E disse-lhes: Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum” (Marcos 9.29).

Importante entender que há diversos tipos de demônios. Fazem parte de uma hierarquia espiritual. Precisamos ter discernimento sobre isso para utilizar da estratégia correta para vencê-los.

Sempre será necessária a fé e a autoridade.

Oração com fé

“Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis” (Marcos 11.24).

Evidente que está entendido que teremos a resposta positiva de Deus, se está de acordo com os princípios bíblicos e com a vontade de Deus.

Iremos orar com toda fé, se não tivermos também um coração sem culpa ou outros tipos de bloqueios.

Precisamos chegar até Deus com o coração limpo, com plena confiança.

Oração e perdão

“E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas” (Marcos 11.25).

João Wesley comentou: E quando estiveres orando, perdoa, se tendes contra alguém; para que teu Pai, que está no céu, vos perdoe as tuas transgressões. Quando você fica orando - Permanecer era a postura habitual deles quando oravam. Perdoe - E nesta condição, você terá o que pedir, com. sem ira ou duvidando. Mateus 6:14.[57]

Olhar, vigiar e orar

“Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo” (Marcos 13.32-33).

João Wesley comentou: Mas daquele dia e daquela hora ninguém conhece, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, mas o Pai. Daquele dia - O dia do julgamento é frequentemente chamado nas Escrituras enfaticamente naquele dia. Nem o Filho - Não como homem: como homem, ele não era mais onisciente que onipresente. Mas, como Deus, ele conhece todas as circunstâncias disso.[58]

Abençoando e dando graças pela Ceia

“E, comendo eles, tomou Jesus pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele” (Marcos 14.22-23).

Comentando sobre este texto em Mateus 26.26, João Wesley disse: E enquanto eles estavam comendo, Jesus tomou o pão, o abençoou e o quebrou, e deu aos discípulos, e disse: Toma, come; Esse é o meu corpo. Jesus pegou o pão - o pão ou o bolo, que o mestre da família costumava dividir entre eles, depois de terem comido a Páscoa. O costume que nosso Senhor agora transferia para um uso mais nobre. Este pão é, isto é, significa ou representa meu corpo, de acordo com o estilo dos escritores sagrados. Assim Gênesis 40:12, os três ramos são três dias. Assim, gálatas 4:24, São Paulo, falando de Sara e Hagar, diz: Estes são os dois convênios. Assim, no grande tipo de nosso Senhor, Êxodo 12:11, Deus diz sobre o cordeiro pascal: Esta é a Páscoa do Senhor. Agora, Cristo substituindo a santa comunhão pela Páscoa, segue o estilo do Antigo Testamento e usa as mesmas expressões que os judeus costumavam usar para celebrar a Páscoa.

Oração em tempo de decisão

“Então, foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro” (Marcos 14.32).

Jesus sabia que precisava ir até a cruz. Não era uma decisão fácil, por isso ele foi orar.

João Wesley comentou: E chegaram a um lugar chamado Getsêmani; e disse aos seus discípulos: Senta-te aqui, enquanto eu orarei. Mateus 26:36.[59]

Vigiar e orar para que não entrar em tentação

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14.38).

Este texto no Evangelho de Mateus  25.41 teve esse comentário de João Wesley: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito realmente está disposto, mas a carne é fraca. O espírito - Seu espírito: vós mesmos. A carne - sua natureza. Quão gentil foi uma repreensão e quão gentil um pedido de desculpas! especialmente em um momento em que a mente de nosso Senhor estava tão sobrecarregada de tristeza. Versículo 45.[60]

Jesus ensina a vigiar e a orar para escapar de coisas que hão de acontecer

“Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que hão de acontecer, e estar em pé na presença do Filho do homem” (Lucas 21.36). 

João Wesley comentou:

Vigiai pois - Esta é a conclusão geral de tudo o que precede. Para que sejais considerados dignos - Esta palavra às vezes significa uma honra conferida a uma pessoa, como quando se diz que os apóstolos são dignos de sofrer vergonha por Cristo, Atos 5:41. Às vezes, se encontram ou se tornam: como quando João Batista exorta, para trazer frutos dignos de arrependimento, Lucas 3: 8. E, para ser considerado digno de escapar, é ter a honra disso e ser preparado ou preparado para isso. Permanecer - Com alegria e triunfo: não cair diante dele como seus inimigos.[61]

 Jesus dá graças pela Ceia

“E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim” (Lucas 22.19).

João Wesley comentou:

E ele tomou pão - Nomeadamente, algum tempo depois, quando terminou a ceia, em que haviam comido o cordeiro pascal. Este é o meu corpo - como ele acabara de celebrar a ceia pascal, que era chamada de Páscoa, então, na mesma linguagem figurada, ele chama esse pão de corpo. E essa circunstância por si só era suficiente para evitar qualquer erro, como se esse pão fosse seu corpo real, assim como o cordeiro pascal era realmente a Páscoa.[62]

Orar para não entrar em tentação

“Quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação” (Lucas 22.40).   

João Wesley comentou:

O lugar - O jardim do Getsêmani.[63]

Oração de joelhos para o Pai fazer Sua vontade

“E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava,    dizendo: Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua (Lucas 22.41-42). 

Oração intensa em agonia

“E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão” (Lucas 22.44). 

João Wesley comentou:

E estando em agonia - Provavelmente, agora, lutando com os poderes das trevas: sentindo o peso da ira de Deus, e ao mesmo tempo cercado por uma poderosa hoste de demônios, que exerceram toda a sua força e malícia para perseguir e distrair seus espírito ferido. Ele orou com mais sinceridade - Mesmo com gritos e alcatrões mais fortes: e seu suor - Por mais frio que o tempo estivesse, eram como grandes gotas de sangue - Que, pela veemente angústia de sua alma, foram forçados a sair dos poros, quantidade tão grande que depois se uniu em gotas grandes, grossas e mal-humoradas, e até caiu no chão.[64]

Oração de ação de graças

“Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre eles; e também igualmente os peixes, quanto queriam” (João 6.11).

Oração por resposta ao pedido de Jesus

“Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste” (João 11.41).

João Wesley comentou:

Jesus levantou os olhos - Não como se ele pedisse ajuda ao Pai. Não há o mínimo show disso. Ele operou o milagre com um ar de absoluta soberania, como o Senhor da vida e da morte. Mas foi como se ele tivesse dito, eu te agradeço, que pela disposição de tua providência, você concedeu meu desejo, nesta notável oportunidade de exercer meu poder e demonstrar seu louvor.[65]

Pedindo ao Pai para enviar o Espírito Santo

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (João 14.16-17).

João Wesley comentou:

E perguntarei ao Pai - O versículo 21, João 14:21, mostra a conexão entre este e os versos anteriores. E ele lhe dará outro Consolador - A palavra grega significa também um advogado, instrutor ou incentivador. Outro - pois o próprio Cristo era um. Permanecer com você para sempre - Com você e seus seguidores na fé até o fim do mundo.
O Espírito da verdade - Quem tem, revela, testemunha e defende a verdade como é em Jesus. A quem o mundo - Todos os que não amam ou temem a Deus, não podem receber, porque não o veem - Não tendo sentidos espirituais, nenhum olho interno para discerni-lo; nem, consequentemente, o conhece. Ele estará em você - como convidado constante. Seus corpos e almas serão templos do Espírito Santo que habitam em você.[66]

Oração de Jesus pedindo pelos discípulos

“Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti” (João 17.1).

João Wesley comentou:

Em sua oração, ele compreende tudo o que havia dito em 13:31, e selos, por assim dizer, tudo o que ele havia feito até agora, contemplando coisas passadas, presentes e futuras. Este capítulo contém as palavras mais fáceis e o sentido mais profundo de todas as Escrituras: ainda não existe aqui uma rapsódia incoerente, mas o todo está intimamente e exatamente conectado.

Pai - Essa simplicidade de denominação se tornou altamente o Filho unigênito de Deus; ao qual um crente faz a aproximação mais próxima, quando está cheio de amor e humilde confiança. Chegou a hora - O tempo designado para isso; glorifique teu Filho - O Filho glorificou o Pai, antes e depois de sua própria glorificação. Quando ele fala com o Pai, não se denomina o Filho do homem.[67]

 


 



[1] https://nhop.ca/john-wesley-a-man-who-understood-the-priority-of-prayer/

[2] https://decisionmagazine.com/awesome-privilege-prayer/

[3] http://micahcobb.com/blog/john-wesleys-prayer-life/

[4] Idem.

[5] https://www.moumethodist.org/newsdetailnewsdetail/wesley-on-prayer-11672059

[6] Idem.

[7] Esta segunda parte foi retirada do meu livro “O Ensino e a Prática da oração de Jesus”, publicada na Amazon, e com algumas alterações. 

[8]http://wesley.nnu.edu/john-wesley/john-wesleys-notes-on-the-bible/notes-on-the-gospel-according-to-st-matthew/#Chapter+XIX

[9] BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E. Coletânea da Teologia de João Wesley. JGEC. São Paulo: Imprensa Metodista, 1960, p.212.

[10] Ibidem,, p.37-8.

[11] Ibidem, p.84.

[12] WILLIAM, Allen. A História dos avivamentos religiosos. Casa Publicadora Batista, 1958, p.32

[13] LILIÈVRE, Mateo. João Wesley – Sua vida e obra. São Paulo: Editora Vida, 1997, p. 217.

[14]Ward& Heitzenrater, Works, Volume 21, 438–439.https://www.lcoggt.org/Articles/methodist_pentecost.htm

[15] ZIVADINOVIC, Dojcin. Wesley and Charisma: An Analysis of John Wesley’s view spiritual gifts (Wesley e Carisma: Análise da visão de João Wesley sobre dons espirituais), op. cit., p. 64.

[16] Jamin Bradley citando The Works of John Wesley, Volume 19: Journal and Diaries II (1738-1743). https://newfangled.wordpress.com/2010/05/12/john-wesley-and-the-power-of-the-spirit/

[18] Idem, p.212.

[19] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley, Sua vida e obra. Editora Vida, 1997, p.118.

[20] Existiam diversas sociedades na Inglaterra. Wesley e outros líderes do Clube Santo lideravam algumas, mas não necessariamente elas eram consideradas metodistas (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.103).

[21] http://blogs.nazarene.org/rev4/2011/04/02/the-bands.

[22] Idem.

[23] BUYERS, Paul Eugene. Diário de João Wesley. São Paulo, Imprensa Metodista, 1965, p.95.

[24] http://romans1015.com/tag/fetter-lane-revival/;  John Gillies, Memoirs of the Life of George Whitefield, p.34

[25]http://www.euvosescrevi.com.br/como-pode-ser-historia-de-charles-wesley/

[26] Idem.

[28] WESLEY, João. Trechos do Diário de João Wesley, Ibidem, p.199.

[29] Ibidem, p.87.

[30] BUYERS, Paul Eugene, tradução. Trechos do Diário de João Wesley. Junta Geral de Educação Cristã, Imprensa Metodista, 1965, p.99.

[31] Ibidem.

[32]https://classicchristianbooks.com/john-wesley-read-scripture/.De John Wesley, Prefácio às Notas Explicativas sobre o Antigo Testamento, 25 de abril de 1765.

[33] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=40&c=6

[34] Idem.

[35] Idem.

[36] Idem.

[37] Idem.

[38] Idem.

[39] Idem.

[40] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=40&c=6

[41] Idem.

[42] Idem.

[43] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=40&c=7

[44] Idem.

[45] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=40&c=11

[46] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=40&c=14

[47] Op.cit, p.15

[48] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=40&c=17

[49] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=40&c=6[50] Idem.

[51] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=40&c=26

[52] Idem.

[53] Idem.

[54] Idem.

[55] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=41&c=1

[56] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=41&c=6

[57] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=41&c=11

[58] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=41&c=13

[59] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=41&c=14

[60] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=40&c=26 

[61]https://www.biblestudytools.com/commentaries/wesleys-explanatory-notes/luke/luke-21.html

[62]https://www.biblestudytools.com/commentaries/wesleys-explanatory-notes/luke/luke-22.html

[63] Idem.

[64] Idem.

[65]https://www.biblestudytools.com/commentaries/wesleys-explanatory-notes/john/john-11.html

[66]https://www.biblestudytools.com/commentaries/wesleys-explanatory-notes/john/john-14.html

[67]https://www.biblestudytools.com/commentaries/wesleys-explanatory-notes/john/john-17.html

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