A saúde e a cura no ministério de Wesley
Odilon Massolar Chaves
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Google
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Odilon
Massolar Chaves é pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História
pela Universidade Metodista de São Paulo.
Sua
tese tratou sobre o avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua
contribuição como paradigma para nossos dias.
Foi
editor do jornal oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.
É
escritor, poeta e youtuber.
Toda glória seja dada ao
Senhor
Wesley não teve
grande problema em demonstrar aos seus seguidores a relação entre o cuidado
espiritual e a necessidade de manter uma mente e corpo saudáveis. Uma razão
pela qual Wesley sustentou estes juntos era que ele via uma pessoa como um
todo.
Outra razão Wesley
não teve problemas
em mantê-los juntos foi o resultado de sua visão da humanidade
criada à imagem de Deus.[1]
(R. Jeffrey Hiatt)
Índice
Introdução
O
cuidado de Wesley com a saúde física e mental
O
cuidado de Wesley com a sua saúde
O
cuidado de Wesley com a saúde da alma
A
vida no deserto
Introdução
“A saúde e a cura no ministério de Wesley” é um
livro que trata sobre a saúde segundo a visão e orientação de João Wesley,
organizador do metodismo.
João Wesley foi um líder que viveu 88 anos
porque sempre se preocupou com a saúde tanto dele como dos pobres e do povo
metodista.
Viajou muito a cavalo. Calcula-se que em 50
anos ele viajou cerca de 400 mil km. Levantava às 4 ou 5 da manhã para orar,
estudar ou pregar nas minas de carvão.
Ele escreveu sobre os cuidados com a saúde e se
dedicou a cuidar do corpo, mente e espírito. Criou clinicas para atender
especialmente ao povo pobre. Escreveu um compêndio de medicina especialmente
para os pobres que foi largamente difundido.
Para alguns, João Wesley foi o pioneiro em
saúde mental. Para outros, pioneiro em diversos medicamentos.
“John Wesley abordou a missão cristã por meio
de um tratamento terapêutico (no sentido bíblico) motivo. Wesley usou cura
física, espiritual e social para promover a missão cristã na Inglaterra,
Irlanda e América. O Evangelho informa, e impulsiona a missão cristã, a
compreensão de Wesley e prática de cura. Este estudo ilumina as formas e
graus que Wesley empregou práticas de cura física que o ajudaram a cuidar e
alcançaras massas na Inglaterra com o evangelho. Wesley demonstrou que a medicina
e a intervenção médica foi um elemento importante na missão /trabalho
ministerial. Deus não só trabalha por meio de intervenção direta, mas por
meio de remédios também. Wesley usou todos os meios bíblicos, éticos e
teologicamente conveniente para a missão cristã”.[2]
Vários historiadores atribuíram a Wesley um dos
mais notáveis eletroterapeutas do século XVIII e estimulantes
desenvolvimentos do século XIX em psiquiatria e medicina geral.[3]
No final do livro, abordamos o sermão de Wesley
que trata sobre a cura: “A vida no deserto”.
São orientações e práticas que servem muito
especialmente para os nossos dias.
O Autor
O cuidado de Wesley com a saúde física e mental
João Wesley se preocupava com a saúde das
pessoas. Ele não apenas cria no poder da oração para curar, mas procurou
publicar também livros de orientações populares sobre cuidados com a saúde.
Escreveu cartas e orientou pessoalmente.
Em 1747, ele publicou Primitive Physick, ou um método fácil e natural de curar a maioria das doenças.
“Esse
volume encadernado de 119 páginas custou um xelim e se tornou um dos livros
mais populares de sua época, com 20 edições exigidas em 1781 e 36 em 1840”.[4]
João Wesley admirava os famosos médicos contemporâneos Sydenham e Dover e foi muito influenciado pelo Livro de Saúde e Longa Vida de Cheyne.[5]
“Ao considerar o interesse de Wesley em saúde e cura, é útil lembrar que o estudo da medicina básica havia se tornado parte do treinamento de Candidatos ao clero anglicano no século XVII”.[6]
De diversas formas, Wesley deu conselhos
médicos práticos às pessoas de sua época.
“Ele publicou vários outros trabalhos
relacionados à manutenção ou restauração da saúde, incluindo uma carta a
um amigo sobre o chá (1748); O Desideratum, ou eletricidade tornada
simples e útil (1760); Pensamentos sobre o pecado de Onan, extraído
principalmente deTissot] (1767); Conselhos sobre saúde, extraído de
[Tissot] (1769); “Extrato de [William] Cadogan no Gota ”(no vol. 26
de suas Obras , 1774); e uma estimativa das maneiras de
Present Times (1782)”. [7]
Wesley comunicou à Sociedade Metodista seu
desejo e projeto de distribuir remédios aos pobres: “ Cerca de trinta chegaram
no dia seguinte e, em três semanas, cerca de trezentos. Isso continuamos por
vários anos, até que, com o número de pacientes ainda aumentando, a despesa foi
maior do que poderíamos suportar”. [8]
Nos seis primeiros meses, foram atendidos cerca
de 600 pacientes.
Ele era também fascinado pelo corpo humano e
“conduziu muitos experimentos consigo mesmo, levando ao desenvolvimento de mais
de 800 remédios para 300 doenças únicas, que ele registrou em seu livro Primitive
Physick.”[9]
A maioria dos cristãos de sua época
compartilhava a convicção de que Deus proveria cura do corpo e da alma na
ressurreição, mas para Wesley ambas as dimensões da cura divina podem ser
experimentadas no presente.
Wesley desenvolveu ministérios que incluía um
papel para mulheres e homens leigos locais nos do dia-a-dia.
“Dentro neste caso, era o escritório do
"visitante dos enfermos", de quem se esperava visitar membros doentes
em sua área três vezes por semana, para perguntar sobre o estado de suas almas
e seus corpos, e para oferecer ou obter conselhos para eles”.[10]
Wesley tinha
um cuidado especial com a saúde das pessoas. Ele recomendava exercícios.
Ele recomendava que o exercício “deve sempre
ser feito com o estômago vazio; e o banho frio era recomendado como
“grande vantagem” para uma boa saúde. “Promove a transpiração, ajuda a
circulação do sangue; e evita o perigo de pegar um resfriado”.[11]
Em 1788, “Wesley enviou uma carta para Samuel
Bradburn, um dos pregadores leigos, que estava cuidando do irmão seu Charles,
que estava com a saúde debilitada: Com relação ao meu irmão, aconselho-o: (1)
Quer ele vá ou não, carregue o Dr. Whitehead para ele. (2) Se ele não pode
sair, e ainda assim deve fazer exercício ou morrer, persuadi-lo a usar [o
cavalo de madeira] duas ou três vezes por dia”.[12]
Wesley amadureceu, ao longo do tempo, na
compreensão dos problemas emocionais.
Passou a haver uma ênfase madura de Wesley na ampla interconexão
da saúde física com saúde emocional e espiritual. [13]
Wesley dava ênfase à dieta, exercício e
descanso. Incentivava também o banho frio e o uso de plantas e raízes para fins
medicinais, etc.
Ele recomendava: “Use uma dieta totalmente
vegetal. Conheço uma que ficou totalmente curada disso, vivendo um ano
assim: tomava o café da manhã e jantava leite e água (com pão) e comia nabos,
cenouras ou outras raízes, bebendo água”.[14]
Ele disse: “Faça o máximo de exercícios diários
ao ar livre, sem cansaço”. [15]
Essas são algumas de suas dicas para a saúde:
§ “A água é a mais saudável de todas as bebidas; acelera o
apetite e fortalece ao máximo a digestão.”
§ “O devido grau de exercício é indispensável para a saúde e vida
longa.”
§ “Aqueles que leem ou escrevem muito devem aprender a fazê-lo de
pé; caso contrário, isso prejudicará sua saúde.”
§ Para a tosse, “faça um buraco no limão e encha-o com mel. Asse
e pegue o suco. Tome uma colher de chá disso frequentemente.”
§ Vá para a cama às 21h e levante-se entre 4h e 5h”.[16]
Uma outra dica
sua: “Use uma dieta totalmente vegetal. Conheço uma que ficou totalmente
curada disso, vivendo um ano assim: tomava o café da manhã e jantava leite e
água (com pão) e comia nabos, cenouras ou outras raízes, bebendo água”.[17]
Wesley também reconheceu que o físico causa ou
que contribui para muitos casos de doença emocional/espiritual.
“Ele encorajou
as pessoas a ficarem longe de todos os alimentos em conserva, defumados e
salgados e a “adequar a qualidade e a quantidade dos alimentos à força da
digestão; levar sempre o tipo e a medida de comida que caem leves e fáceis
para o estômago”. [18]
“(...) incluía remédios naturais para asma,
calvície (cebola e mel), dores de ouvido, picadas de abelha, pedras nos rins,
vertigem e muito mais. Ele também inclui dicas sobre como manter o
bem-estar por meio de exercícios, uma dieta saudável e um sono adequado.
Sob a liderança de Wesley, pregadores e capelas
metodistas eram conhecidos como distribuidores de remédios para doenças,
especialmente para aqueles que não tinham dinheiro para ver um
médico. Primitive Physick era sua referência primária”.[19]
“Fisica Primitiva ou
Método Fácil e Natural de Curar a Maioria das Doenças” foi escrito por João
Wesley.
Para Wesley, a saúde física e espiritual estão
intimamente conectadas.
“Em uma carta datada de 26 de outubro de 1778,
Wesley oferece este conselho revelador a seu amigo, Alexander
Knox. "Alleck ... será uma bênção dupla se você se entregar ao Grande
Médico, para que ele possa curar alma e corpo juntos. E, sem dúvida, este é o
seu desígnio. Ele quer dar-lhe ... saúde interior e exterior”.[20]
Wesley ensinava constantemente sobre o amor de
Deus como o grande remédio: "o amor de Deus, pois é o remédio
soberano de todas as misérias ... pela alegria indizível e perfeita calma
serenidade e tranquilidade que dá à mente ... torna-se o mais
poderoso de todos os meios de saúde e longa vida."[21]
Carlos Wesley escreveu: “Um hino para alguém
prestes a tomar seu remédio”. Um verso diz:
Salve, grande médico da
humanidade,
Jesus, tu és de todos
os males.
Saúde em Teu único Nome
encontramos,
Teu nome no remédio
cura.
Em 1746, ele inaugurou uma clínica na Fundição
para cuidar dos doentes.
“Em uma carta ao Vigário Perronet datada de
1748, Wesley relata que em 5 meses, mais de 500 pessoas passaram pela clínica e
71 ‘Foram totalmente curados de doenças que há muito se pensava serem
incuráveis’ (WJW Letters 8: 265)”.[22]
Wesley trabalhou para aliviar o sofrimento dos pobres. Ele estabeleceu três clínicas gratuitas em Londres, Bristol e Newcastle.
“Como parte de suas investigações mais amplas, Wesley ficou fascinado pelo trabalho de Franklin e Priestley sobre o valor clínico da eletricidade e usou uma máquina de fricção (ainda a ser vista na Capela de Wesley em Londres), para fins terapêuticos sete anos antes do Hospital Middlesex.”
Wesley tratou de 3.000 pacientes em dez anos e escreveu “The Desideratum ou Electricity made Plain and Useful “, que foi elogiado por Priestley.[23]
Para entendermos a dimensão do ministério de Wesley na saúde, Franklin Wilder escreveu o livro: “O notável mundo de John Wesley, pioneiro em saúde mental”.
Em 1747, Wesley e uns amigos foram observar os experimentos elétricos que estavam se tornando populares. No princípio, Wesley ficou confuso com tais experimentos.
Em 1753, ele já estava apaixonado pela ideia de usar a eletricidade para a cura dos doentes.
Após ver os experimentos de Benjamin Franklin, Wesley relatou em seu Diário de 9 de novembro de 1756 que obteve um aparelho elétrico portátil. Ele escreveu: "Ordenei que várias pessoas fossem eletrificadas, que apresentavam vários distúrbios; alguns encontraram uma cura imediata, outros uma cura gradual. A partir deste momento eu marquei, primeiro algumas horas em cada semana, e depois uma hora em cada dia, onde qualquer um que o desejasse poderia experimentar a virtude deste surpreendente medicamento. Dois ou três anos depois, nossos pacientes eram tão numerosos que fomos obrigados a dividi-los; então parte foi eletrificada em Southwark, parte na Fundição, outras perto de St. Paul e o resto perto de Seven Dials. O mesmo método que adotamos desde então; e até hoje, embora centenas, talvez milhares, tenham recebido um bem indescritível, não conheci um homem, mulher ou criança que tenha sido ferido por isso”.[24]
Wesley escreveu que o choque elétrico era
benéfico para mais de 20 enfermidades, mas viu era mais eficaz no tratamento de
distúrbios nervosos.[25]
Wesley e os investigadores perceberam que a
eletricidade foram benéficas para o alivio do sofrimento humano, mas Wesley
sentiu que essas eram as leis de Deus que deveriam ser usadas para todo fim
legítimo.[26]
O cuidado de Wesley com a sua saúde
Wesley procurava se cuidar utilizando
medicamentos especialmente da natureza. Também recorria aos médicos. Em 24 de
abril de 1749, ele registrou em seu diário: “O refluxo que apanhei, há dias,
piorou mais e mais, e o inchaço que se manifestou na face aumentou
consideravelmente, e me doía bastante. Mandei chamar o Dr. Ruty. Ao mesmo
tempo, apliquei cataplasma de urtiga, que removeu a dor em pouco tempo. Depois
usei teriaga quente; o inchaço diminuiu tanto que, antes de chegar o médico, eu
estava quase bom”.[27]
Um grupo visitava à Capela Wesley, em Londres,
em 2016 e ficou intrigado com uma cadeira na sala da Casa Wesley, que pertenceu
a João Wesley.
Um participante da caravana afirmou que depois
descobriu o que era aquela cadeira: “(...) era na verdade uma reprodução de uma
hora de câmara, um equipamento de exercícios dos anos 1700. Sentado na
cadeira, alguém saltava para cima e para baixo, imitando a atividade de andar a
cavalo - semelhante à forma como bicicletas ergométricas e esteiras hoje.
Durante seus invernos em Londres, Wesley usava
a câmara horária para ajudá-lo a ficar em forma para sua exaustiva programação
de cavalgada pelo resto do ano. Ele viajou longas distâncias do cavalo até
seus 80 anos, supervisionando o movimento metodista. A sala de jantar pode
parecer um lugar estranho para um equipamento de exercícios, mas os
historiadores têm certeza de que é aqui que Wesley mantinha uma cadeira”. [28]
Wesley confirma isso numa carta à sua sobrinha
Sarah Wesley, filha de Carlos Wesley, em 18 de agosto de 1790, quando Wesley
tinha 87 anos: “Você deve fazer o máximo de exercícios que podem todos os
dias. Gostaria que você desejasse que George Whitfield [um pregador
metodista] lhe enviasse a hora da câmara para fora da minha sala de jantar, que
você deveria usar meia hora diariamente, pelo menos’. [29]
Em seu diário também do ano de 1749, ele
registrou em 24 de setembro que começou a ficar doente: “Rapidamente calafrios
me passavam pelo corpo todo, em poucos minutos estava com febre. Pensei em
tomar remédio que provocasse vômitos, e ir para a cama. Porém, quando cheguei a
casa, recebi o aviso de que grande congregação me estava esperando no Mercado.
Não podia mandá-la embora vazia; quando eu estava falando ao povo, Deus se
lembrou de mim, e me fortaleceu, tanto no corpo como na alma”.[30]
Uma outra experiencia marcante aconteceu em 28
de novembro de 1753. Ele disse que os remédios que geralmente aliviavam nada
estavam adiantando. Então, ele teve uma ideia de fazer uma experiencia: “Pedi
que um pouco de pó de enxofre fosse misturado com clara de ovo, espalhando em
papel pardo, e aplicado ao meu lado. A dor cessou em cinco minutos, e a febre
em trinta; e desde aquela hora comecei a recuperar as forças. No dia seguinte
já podia viajar”.[31]
Wesley recomendava aos amigos para utilizar
esse meio de exercício físico.
“Quando John e Charles Wesley treinaram em
Oxford para se tornarem clérigos anglicanos, uma das disciplinas obrigatórias
que estudaram foi medicina, ou física. Sabemos que John, em particular,
continuou a ler livros sobre física”.[32]
Ele aplicou tudo isso e muito mais em sua vida
e ministério.
Wesley, muitas vezes, buscou conselhos médicos.
Por exemplo, “após consultar três médicos eminentes de Edimburgo, Hamilton,
Gregory e Monro, que também eram seus amigos pessoais, Wesley aceitou seu
conselho e drenou uma hidrocele”.[33]
Wesley ensinava e cobrava dos seus pregadores
um cuidado maior com a saúde: “Wesley foi muito direto em cartas a seus
pregadores leigos e colegas clérigos, cobrando-lhes que cuidassem de si mesmos,
certificando-se de que fizessem exercícios, dieta adequada e sono adequado.
Ele fez isso em parte porque todo cristão
deveria fazer isso, mas também estava dizendo especificamente aos pastores:
“Você não será capaz de continuar seu ministério a menos que cuide de si
mesmo”.[34]
A medicina no
tempo de Wesley era mais para os ricos. Por isso, ele se preocupou muito em
cuidar dos pobres e dos seus pregadores.
Wesley disse:
“Eu propositalmente estabeleci vários remédios para cada distúrbio; não
apenas porque nem todos são igualmente fáceis de obter em todos os momentos e
em todos os lugares: mas também porque o remédio que cura um homem, nem sempre
curará outro da mesma doença. Nem vai curar o mesmo em todos os momentos. ‘Alguns
remédios eram feitos de ervas e plantas cultivadas em jardins”.[35]
Wesley
encorajou os pregadores para ler livros sobre saúde espiritual e física e
deixar alguns nas paróquias para que os paroquianos.
Ele colaborou com os médicos
especialistas, “referindo-se a eles casos agudos e difíceis de doenças (Mad-dox
2007: 8-10). Outras ações de Wesley para sustentar a vida humana incluem
visitas e oração pelos enfermos (Maddox 2007: 15-17),”[36]
etc.
Em 1753,
Wesley quase morreu de tuberculose e pensou mesmo que iria morrer. Foi “devido
às grandes fadigas que sofrera; os médicos diagnosticaram a tuberculose e
receitaram-lhe a suspensão completa de seus trabalhos e a mudança para uma
região campestre. As sociedades de Londres e das cidades do interior,
grandemente alarmadas com essas notícias, elevaram aos céus rogos ardentes em
seu favor. Tudo parecia indicar uma morte próxima, e o próprio Wesley estava
pronto para isso”.[37]
Ele chegou a
fazer um epitáfio escrito por ele mesmo: “Aqui jaz o corpo de João Wesley,
tição arrebatado do fogo; morreu de tuberculose aos 51 anos de idade, sem
deixar ao morrer; depois de pagas as suas contas, nem dez libras; sua oração
era: Deus, tem misericórdia de mim, servo inútil”.[38]
Wesley tinha
seus métodos e remédios quando começava a passar mal. Em e de julho de 1758,
ele disse: “Na manhã de terça feira, comecei a vomitar sangue, senti dor no
lado esquerdo, falta de força, e tosse rouca; exatamente os mesmos sintomas que
tive anos atrás. Imediatamente apliquei a cataplasma de enxofre no lado, e
tomei mistura quente de limão e mel.”[39]
Quando Wesley
completou sessenta e oito anos, ele acreditava que estava mais saudável do que
quando era bem mais novo: “Ainda estou admirado comigo mesmo. Minha voz e minha
força são as mesmas que que tinha aos vinte e nove anos”.[40]
Quando ele
completou sessenta e sete anos, ele disse: “Sou agora mais saudável do que há
quarenta anos atrás.”[41]
O historiador
Richard P. Heitzenhater afirma: “Uma verificação rápida em seus primeiros
diários revela que uma revisão anual de seus vinte e nove anos mostraria
diversos problemas de saúde durante o ano anterior incluindo ‘muito fraco’,
duas, ‘cuspi sangue’ e ‘meu olho doente”.[42]
Importante
ressaltar que Wesley é considerado “o pioneiro no uso da eletricidade para o
tratamento de doenças. Em 1760, ele publicou The Desideratum, ou
Eletricidade tornada simples e útil por um amante da humanidade e do bom senso baseado
em seu uso de eletricidade em clínicas médicas gratuitas que ele havia
estabelecido para os pobres em Bristol e Londres uma década antes.[43]
Em 1773,
Wesley estava viajando e sentiu muita dor por vários dias, que mal podia levar
à mão no rosto. Ele pediu a um dos seus
assistentes que viajava com ele para eletriza-lo. Ele se sentiu muito melhor e
pode pregar à noite.
“Dez anos
depois, ele ficou eletrificado com cãibras. Três meses antes, ele havia
contraído um resfriado enquanto viajava em uma carruagem aberta de um
compromisso de pregação para outro. Isso resultou em uma tosse profunda que não
se dissipou. Ele tentou continuar pregando, mas ficou muito fraco e foi mandado
para a cama. Depois de uma noite de descanso e alguns vômitos, ele se sentiu
melhor e partiu para outra cidade. Pouco depois de sua chegada, ele ficou
febril e teve que se deitar. Seu peito ficou tenso e ele sentiu algumas cãibras
violentas nas pernas. Ele convenceu um amigo a eletrificá-lo nas pernas e no
peito várias vezes ao dia. Poucos dias depois, ele não tinha mais febre, aperto
no peito ou cãibras nas pernas e pôde retomar a pregação. Esses exemplos
indicam sua experiência pessoal e confiança no método.28
Em diversas
ocasiões, Wesley procurou o médico. Em 7 de maio de 1789, ele escreveu em seu
diário que sua sede e febre tinham aumentado, então ele consultou ao médico. E
disse: “O remédio dele logo fez efeito, e, como estava melhor, preguei no
domingo, dia 19; com o auxílio do Dr. Coke, ministrei a comunhão a mais de mil
e em pessoas. Preguei outra vez à noite, mas foi demais para mim e a febre
voltou”.[44]
Em 1790, ele
decidiu parar com a sua contabilidade financeira pessoal, a qual ele fazia
desde 1725.
No dia 1º de
março de 1791, apesar de debilitado, Wesley reuniu suas forças e começou a
cantar o hino de Isac Watts “louvarei meu Criador enquanto tiver forças que
deixou atônitos aqueles que o assistiam”.[45]
No dia seguinte, ele faleceu.
Importante
dizer que o “Dr.John Whitehead, médico pessoal de Wesley, acompanhado de um
pregador local, em Londres, fez o sermão fúnebre”[46]
de João Wesley.
Apesar de ter
tido muitos críticos em relação aos seus cuidados com a saúde, Wesley foi também
reconhecido como um dos grandes médicos amadores do século XVIII.[47]
Embora não
seja amplamente apreciado pela ciência ou pela medicina, vários historiadores
atribuíram a Wesley um dos mais notáveis eletroterapeutas do século XVIII e
estimulantes desenvolvimentos do século XIX em psiquiatria e medicina geral.[48]
Ele também foi
descrito como o maior educador de saúde na Grã-Bretanha do século 18.[49]
O cuidado de Wesley com a saúde da alma
A prática anglicana do século XVII da “cura de almas” e a ascensão da medicina regulamentada no século XVIII, na Inglaterra, influenciaram João Wesley em sua ênfase na natureza terapêutica do Evangelho de Cristo.[50]
Para Wesley, a perfeição humana havia sido afetada pelo pecado e
pelas doenças. Ele acreditava que “a
saúde física e espiritual poderia ser restaurada. Seu desejo de ver ajuda
médica e espiritual acessível aos pobres é evidente nas palavras de seus hinos:
Doador e Senhor da Vida, cujo poder
e cuidado guardião para todos são gratuitos
E em outro:
No exterior tua influência curativa se
derrama, sobre todas as nações a deixam fluir”.[51]
Wesley
era sempre pronto para afirmar o valor da oração para todos os casos, mas
também foi rápido em advertir contra a suposição de que a oração sozinha vai
curar todo tipo de transtorno.[52]
Algumas
afirmações de Wesley em seus sermões nos ajudam a compreender a dimensão do que
é um tratamento do nosso
interior, da alma, para falar mais diretamente de um termo utilizado por ele.
Mostrando
conhecimento e profundidade, ele afirmou: “(...) uma ferida não pode ser curada
enquanto o dardo estiver encravado na carne.” [53] Disse
ainda: “(...) nem a cura se opera tão logo seja ele retirado, mas a dor e o
sofrimento podem durar por muito tempo depois.”[54]
E
para entendermos que essa não é uma questão simples, ele afirmou: “(...) os
métodos de cura das enfermidades espirituais, como das corporais, devem ser tão
variados, como são as causas dessas enfermidades.”[55]
Como
o pecado é considerado uma doença, Wesley usa a expressão “cura da alma”. Para
restaurar a natureza humana, totalmente corrompida em todas as suas faculdades,
Wesley fala sobre “o método divino de curar a alma, que se encontra enferma”.[56]
Wesley enumera e dá
nomes ao pecado interior: “ (...) qualquer sentimento, paixão ou afeição
pecaminosos, tais como o orgulho, a obstinação, o amor ao mundo, de qualquer
espécie ou grau, tais como, a cobiça, a ira e a queixa ...”.[57]
Em
muitos dos seus sermões, Wesley alerta os cristãos da necessidade de vigiar e
lutar contra a natureza
má, os ídolos, a 'Dalila' que ainda reside em nosso interior.
A
'Dalila' significa a presença dentro ou próxima de nós da tendência pecaminosa
que quer nos seduzir. A Dalila foi uma mulher filisteia, povo inimigo de
Israel, que conseguiu seduzir Sansão para descobrir o segredo de sua força. Ela
tanto insistiu que conseguiu. Ele acabou cego e preso. É com essa tendência
ruim que temos que ter todo o cuidado.
Mas
alguns hão de argumentar: “Aquele que tem o pecado em si, não é escravo do
pecado?”.
Wesley
responde: “O homem pode estar na graça, embora sinta o pecado; perderá aquela
condição somente se submeter-se ao pecado. Ter o pecado em si não afasta o
favor de Deus; afasta-o, porém, o dar lugar ao pecado. Embora em ti cobice a
carne contra o Espírito, podes ainda ser filho de Deus; se, porém, andares
segundo a carne, serás filho do diabo”.[58]
Wesley
fala da necessidade da cura da alma, da eliminação do poder da Dalila sobre
nós. Ele usa várias expressões: “defeitos internos”, “pecado interior” etc.
Para
ele, o pecado é uma doença, por isso usa a expressão “cura” para falar sobre o
pecado.
Para
quem pensa que não tem nenhum problema interior, ele faz uma pergunta: “Mas não
podem eles encontrar defeitos internos sem número além daquelas omissões exteriores?
Defeitos de toda espécie: não têm o amor que é devido ao próximo ...”.[59]
Para
Wesley, os que foram justificados e nasceram de novo não podem deixar de
procurar crescer espiritualmente, não podem deixar de se santificar, pois há
ainda no crente a natureza má que luta contra o espírito.
Os
que ensinam o contrário disso, disse Wesley, trazem as piores consequências:
“Ela suprime toda vigilância sobre nossa natureza pecaminosa, sobre a Dalila
que nos disseram ter-se ido, embora ela ainda repouse contra nosso peito”. Por isso ele ainda diz: “Tanto quanto
possível, usemos de toda diligência no 'combater o bom combate da fé'. Cada vez
mais ativamente, 'vigiemos e oremos' contra o inimigo interior”.[60]
Ele
ainda diz para tomarmos toda armadura de Deus para que, quando lutarmos contra
a carne e o sangue e também os principados, poderes e depravados nos lugares elevados, possamos
'estar firmes no dia mau, e, tendo feito tudo, permanecermos firmes na fé.
Enfim,
devemos ter consciência de que precisamos sempre caminhar para a inteira
santificação. Só assim teremos poder sobre a “Dalila” que teima em ficar
repousando contra o nosso peito.
Neste sermão, Wesley aborda sobre
a natureza, as causas e o remédio para cura da doença que levou a uma pessoa
que já foi justificada para às trevas.
Wesley procura responder três
perguntas: Qual é a natureza dessa doença? Em segundo lugar: Qual a sua causa?
E, em terceiro lugar: Qual o seu processo de cura?
Como base para este sermão,
Wesley[x1] cita Jesus: “Vós outros sem dúvida estais tristes, mas eu hei de
ver-vos de novo, e o vosso coração ficará cheio de gozo; e o vosso gozo ninguém
vo-lo tirará” (Jo 16.22).
Após a saída do Egito, o Povo de
Deus não entrou imediatamente na Terra Prometida, mas peregrinou no deserto
onde foi tentado e provado.
Da mesma forma acontece hoje com
os que foram tirados do cativeiro do pecado e de Satanás, após terem sido
justificados pela graça, pela redenção em Cristo. A maior parte vaga fora do
bom caminho de Deus. Chegam a um vasto
deserto onde são tentados e afligidos, como os israelitas foram para um
deserto.
Os que estão em trevas não
compreendem a natureza de sua própria desordem e poucos entre os irmãos e
mestres sabem qual seja a sua enfermidade e o modo de curá-la.
Temos que saber a natureza, a
causa da doença e o processo da cura.
Seus sintomas: Consiste na perda
daquela fé em Deus, que Ele operou em seu coração. Os que estão no deserto não
têm agora a divina “evidência”, a satisfatória convicção das coisas não vistas;
não têm agora a demonstração interior do Espírito que antes habilitara cada um
a dizer: “A vida que eu vivo, vivo-a pela fé no Filho de Deus que me amou e
entregou-se a si mesmo por mim”.
Daí procede, em segundo lugar, a
perda do amor, que se ergue ou cai na mesma proporção com a verdadeira fé. Os
que são privados de fé são também privados de amor.
Outrora foram bondosos e tinham
mansidão, mas depois a ira começou a recuperar seu poder.
Em consequência da perda da fé e
do amor, segue-se, em terceiro lugar, a perda da alegria no Espírito Santo.
Se o Espírito não testifica com
nosso espírito que somos filhos de Deus, a alegria que decorre do testemunho
interior toca também ao fim.
À perda da fé, do amor e da
alegria, também se acrescenta a perda da paz que excede toda compreensão.
Aquela doce tranquilidade de espírito, aquele descanso de espírito se foram. As
dúvidas torturantes regressam.
Mas isto ainda não é tudo, porque
a perda da paz é acompanhada da perda do poder. Sabemos que todo aquele que tem
paz com Deus através de Jesus Cristo tem poder sobre todo o pecado. Onde permanece aquela paz, também
permanece no homem o poder.
As causas da doença
“São muitas”, diz Wesley. Não
existe, porém, nelas a soberana vontade de Deus. Ele se regozija na
prosperidade de seus servos. Nunca deseja retirar-nos os Seus dons, Ele jamais
nos abandona. Nós é que o abandonamos. A causa mais comum da escuridão interior
é o pecado de uma ou outra espécie.
Pelo pecado de comissão
(participação), a alma é obscurecida, geralmente, num momento, principalmente,
se o pecado é ostensivo, voluntário e conhecido, como a bebedice. Em geral, tal
abuso da bondade de Deus determina um imediato
afastamento de Deus e a vinda de uma escuridão que se pode tocar.
No pecado de omissão,
negligenciamos a prática da oração particular. Nada pode suprir a falta da
oração. Através dela, entramos em comunhão com o Senhor, derramando nossos
corações diante dele.
Outro pecado de omissão é não
admoestar nosso irmão que errou. Toleramos seu pecado e nossa alma fica débil.
Tornamo-nos culpados à vista de Deus.
Pelo pecado interior, perdemos a
luz divina e damos lugar às trevas. Um coração orgulhoso é abominação ao
Senhor. Quando damos lugar à ira, por causa de uma provocação, mesmo querendo
ser zelosos, na mesma proporção que a ira prevalece, diminuem o amor e a alegria no Espírito
Santo.
Se dermos lugar ao espírito de
ofensa, ao menos por uma hora, perdemos as doces influências do Espírito
Santo... Se continuarmos ofendendo a Deus com nossos ídolos e correndo após
outros deuses, bem depressa seremos frios, áridos e secos; e o deus deste mundo
nos cegará e obscurecerá os corações.
Ele age assim também em nós,
quando também não acendemos o dom de Deus que há em nós; quando não agonizarmos
continuamente por entrar pela porta estreita; o não combatermos ardentemente
pelo domínio ...
O pecado que nos leva para o
deserto pode ter sido cometido meses antes. Só agora Deus escondeu Sua luz e
Sua paz em razão de Sua longanimidade e terna misericórdia. Ele esperava que
nos arrependêssemos.
Outra causa das trevas na vida do
crente é a sua ignorância. Por não conhecer as Escrituras, acham normal e
esperam que todo crente passe pelas trevas. Como foram ensinados a esperá-la,
naturalmente, ela virá.
Uma outra causa da vinda das
trevas é a tentação. Quando vêm os ventos, chuvas e as torrentes, o mal que
ainda permanece no coração também se agitará de novo; a ira e muitas outras
raízes de amargura tentarão brotar outra vez. Ao mesmo tempo, Satanás não
deixará de lançar seus dardos inflamados, e a alma terá que lutar com o mundo e
com os principados.Quando tão variados assaltos se fazem de uma vez, e talvez com a máxima
violência, não é para estranhar que esses combates determinem a obscuridade no
crente fraco, principalmente, se ele não estava vigilante.
As tentações que se levantam do
interior aumentar-se-ão desmedidamente, se antes houvermos pensado de nós
mesmos demasiadamente alto.
O remédio para a doença
“Supor que o remédio seja um e o
mesmo em todos os casos, é um grande e fatal engano”, diz Wesley.
Há alguns que usam apenas um
remédio: dar conforto. Wesley chama isso de charlatanismo.
Os métodos de cura de
enfermidades espirituais, como das corporais, devem ser tão variados como são
as causas das enfermidades.
Descobrindo a causa, teremos
indicado o remédio.
Que pecado traz trevas à alma?
Vossa consciência vos acusa de
cometer qualquer pecado, com o qual ofendestes o Santo Espírito de Deus?
Se foi por essa causa que se
foram a alegria e a paz, “purificai vossas mãos, pecadores”. “Lançai fora a
maldade de vossos feitos”, diz Wesley.
Se não houver nenhum pecado de
comissão (participação) após apurada investigação, procurai ver se não há pecado de omissão que
esteja fazendo separação entre você e Deus.
Enquanto o pecado de comissão ou
omissão não for removido, todo conforto será falso e enganoso. Será somente
recobrir de gaze a ferida que ainda supura e ulcera-se por debaixo, diz Wesley.
Não espereis paz interior
enquanto não estiverdes em paz com Deus.
Se não houver pecado de comissão
ou omissão, procure ver se há algum pecado interior que, como raiz de amargura,
brote em vosso coração para vos conturbar.
As garras do orgulho não se
voltaram contra vós?
Não pensastes de vós mesmos mais
altamente do que devíeis pensar?
Não atribuístes vosso triunfo à
vossa própria coragem, ou força, ou sabedoria?
Não tendes procurado ou desejado
o louvor dos homens?
Se caístes pelo orgulho,
“humilhai-vos debaixo da poderosa mão de Deus, e Ele vos exaltará no tempo
oportuno”.
Não vos irritastes em razão da
impiedade? Ou não fostes odiosos contra os que praticam o mal?
Olhai, então, para o Senhor, para
que possais renovar vossa fortaleza; para que toda frieza e trevas se dissipem;
para que o amor, a paz e a alegria voltem juntos e possais ser bondosos uns para com os
outros, compassivos, perdoando-vos um ao outro.
Ele não habitará num coração
dividido. Enquanto acolherdes Dalila em vosso seio, Ele não terá lugar aí.
Arrancai todo ídolo de seu santuário, e a glória do Senhor logo se manifestará.
Talvez seja justamente isto - a
falta de esforço, a preguiça espiritual - que mantém vossa alma em trevas. Diz
Wesley: “Despertai do sono e mantende-vos despertos!”
Se, após o mais completo e mais
imparcial exame de vós mesmos, não puderdes descobrir a que pecado dais lugar,
então evocai o tempo que passou. Considerai vossas primitivas disposições,
palavras e ações. Foram elas retas diante de Deus?
Entrai em comunhão com Ele em
vosso quarto e assim esperai; desejai que Ele sonde o fundamento de vosso
coração e traga à vossa lembrança o que quer que haja, em qualquer tempo,
ofendido a Deus.
Se a culpa de algum pecado de que
não houve arrependimento permanece na alma, esta não pode deixar de permanecer
em trevas, até que sendo renovada pelo arrependimento, sejais de novo lavados
pela fé.
Será inteiramente diverso o meio
de cura, se a causa da doença não for o pecado, mas a ignorância. Pode ser
ignorância da significação da Escritura. A ignorância deve ser removida, antes
que possamos remover as trevas que resultam dela. Devemos mostrar o verdadeiro
significado do texto da Escritura.
Uma ferida não pode ser curada,
enquanto o dardo estiver encravado na carne. A cura não se opera tão logo seja
o dardo retirado, mas a dor e o sofrimento podem durar por muito tempo depois.
Se as trevas forem ocasionadas
por multiformes, graves e inesperadas tentações, o melhor meio de as removê-las
e preveni-las é ensinar aos crentes a esperarem sempre pela tentação, visto
habitarem num mundo mau, em meio de espíritos maus, sutis e maliciosos, e terem
um coração capaz de todo mal; convencê-los de que a obra de santificação não é
operada de uma só vez.
Acima de tudo, sejam instruídos a
não discutirem com o diabo, quando as tempestades caírem, mas a orarem,
derramarem suas almas diante de Deus.
Aí, podemos descansar na
fidelidade de Deus, cuja palavra é provada ser final. E sobre a virtude de
Jesus, que derramou Seu sangue por nós, Deus então irá tirar a alma da angústia
e fará com que a luz e a glória do Senhor brilhem sobre ti. Sim, e aquela luz,
se andardes humildes e estreitamente com Deus, brilhará cada vez mais até o dia
perfeito.[61]
[1] https://place.asburyseminary.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=2480&context=asburyjournal - R. Jeffrey Hiatt é um professor afiliado do Asbury Theological Seminary, ensina Teologia Wesleyana, Missiologia e Formação Espiritual Cristã, etc.
[2]
Idem.
[3] https://www.asa3.org/ASA/PSCF/1995/PSCF12-95Malony.html
[4] https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[5]
Idem.
[7] https://core.ac.uk/download/pdf/37749078.pdf
[8] https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[9] https://sites.duke.edu/theconnection/2014/10/13/health-tips-from-john-wesley/
[10]
Idem.
[11]
https://www.ministrymatters.com/all/entry/1349/john-wesley-on-health
[12]
Idem.
[13]
Idem.
[14] https://news.mhm.org/lifestyle-changes-and-population-health-the-words-of-john-wesley/
[15] https://news.mhm.org/lifestyle-changes-and-population-health-the-words-of-john-wesley/
[16] https://sites.duke.edu/theconnection/2014/10/13/health-tips-from-john-wesley/
[17] https://news.mhm.org/lifestyle-changes-and-population-health-the-words-of-john-wesley/
[18] https://www.ministrymatters.com/all/entry/1349/john-wesley-on-health
[19] https://www.resourceumc.org/en/content/wesley-and-physical-health-practicing-what-he-preached
[20]
Idem.
[21] https://news.mhm.org/lifestyle-changes-and-population-health-the-words-of-john-wesley/
[22] https://place.asburyseminary.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=2480&context=asburyjournal
[23] https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[24] https://www.asa3.org/ASA/PSCF/1995/PSCF12-95Malony.html
[25]
Idem.
[26]
Idem.
[27] BUYERS, Paul Eugene, tradutor. Trechos do diário de João
Wesley. São Paulo, Imprensa Metodista, Junta Geral de Educação Cristã, 1965,
p.79
[28] https://www.resourceumc.org/en/content/wesley-and-physical-health-practicing-what-he-preached
[29] https://www.resourceumc.org/en/content/wesley-and-physical-health-practicing-what-he-preached
[30]
BUYERS, Paul Eugene, tradutor. Trechos do diário de João Wesley. São Paulo,
Imprensa Metodista, Junta Geral de Educação Cristã, 1965, p.80-81.
[31]
Idem, p.81
[32] https://faithandleadership.com/randy-maddox-john-wesley-says-take-care-yourself
[33] https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[34] https://faithandleadership.com/randy-maddox-john-wesley-says-take-care-yourself
[35] https://ntcumc.org/news/taking-care-of-yourself-in-the-way-of-john-wesley
[36] http://www.scielo.org.za/pdf/mission/v43n1/04.pdf
[37]
LELIEVRE, Mateo. João Wesley, sua vida e obra. Editora Vida, 1997, p.197.
[38]
Idem, p.198.
[39]
BUYERS, Paul Eugene, tradutor. Trechos do diário de João Wesley. São Paulo,
Imprensa Metodista, Junta Geral de Educação Cristã, 1965, p.83.
[40]
HEITZENHATER, Richard P. Wesley e o povo chamado metodista. Editeo-Pastoral
Bennett, 1996, p.242.
[41]
Idem.
[42]
Op.cit, p.242-243.
[43] https://www.asa3.org/ASA/PSCF/1995/PSCF12-95Malony.html
[44]
BUYERS, Paul Eugene, tradutor. Trechos do diário de João Wesley Op. cit p.82.
[45]
HEITZENHATER, Richard P. Wesley e o povo chamado metodista. Editeo-Pastral Bennett, 1996, p.308.
[46] Op.cit, p.313.
[47]
http://www.scielo.org.za/pdf/mission/v43n1/04.pdf
[48]
https://www.asa3.org/ASA/PSCF/1995/PSCF12-95Malony.html
[49]
https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[52]
https://core.ac.uk/download/pdf/37749078.pdf
[53] WESLEY,
João. Sermões de Wesley. São Paulo, Imprensa Metodista, Vol. II, op. cit. p. 417.
[54] Idem
[55] Op.cit.,
p.412.
[56] WESLEY,
João. Vol. II, op. cit. p. 375.
[57] BURTNER, Robert - CHILES, Robert. Coletânea
da Teologia de João Wesley. São Paulo, Imprensa Metodista, p. 132.
[58]
WESLEY, João. Sermões de Wesley. SP, Imprensa Metodista, vol. I, op.
cit. p. 270.
[59] BURTNER, Robert - CHILES, Robert. op. cit. p. 180
[60] WESLEY, João, Sermões de Wesley, p. 271.
[61] A totalidade deste estudo está em
Sermões de Wesley, São Paulo, Imprensa Metodista, volume 2, páginas 402-418.
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