A cura
segundo Paulo e Wesley
Odilon
Massolar Chaves
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Livros publicados na
Biblioteca Wesleyana: 86
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Tradutor: Google
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Odilon Massolar Chaves é
pastor metodista aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade
Metodista de São Paulo.
Sua tese tratou sobre o
avivamento metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como
paradigma para nossos dias.
Foi editor do jornal
oficial metodista e coordenador de Curso de Teologia.
É escritor, poeta e
youtuber.
Toda glória seja dada ao Senhor
“O refluxo que apanhei, há dias, piorou mais e
mais, e o inchaço que se manifestou na face aumentou consideravelmente, e me
doía bastante. Mandei chamar o Dr. Ruty. Ao mesmo tempo, apliquei cataplasma de
urtiga, que removeu a dor em pouco tempo. Depois usei teriaga quente; o inchaço
diminuiu tanto que, antes de chegar o médico, eu estava quase bom”[1]
Índice
·
Introdução
·
Paulo, Wesley, as enfermidades e a cura
·
O cuidado de Wesley com a sua saúde
·
Wesley e a oração para a cura
Introdução
“A cura segundo Paulo e Wesley” é
um livro para o momento atual que vivemos no mundo.
Vivemos dentro de uma situação de
doenças e de constantes mortes.
Como Paulo e Wesley trataram essa
questão?
Wesley e Paulo não conseguiram
curar todo mundo e nem por isso ficaram abatidos. Eles entendiam que o dom de
curar não é para todos e que também Deus pode ter um propósito elevado com uma
enfermidade.
Paulo e Wesley oraram e deram
recomendações para que as pessoas pudessem ser curadas. Não deixaram de buscar
auxílio médico.
Eles experimentaram em suas vidas
enfermidades e também o poder da cura.
Wesley criou clinicas para o povo e
escreveu um compendio de medicina popular que teve mais de 50 edições.
Podemos aprender muito com esses
dois homens de Deus.
O Autor
Paulo, Wesley,
as enfermidades e a cura
Para o apóstolo Paulo e para João Wesley era algo
comum cristãos terem enfermidades.
Wesley teve muitas enfermidades. Chegou quase a
morrer com tuberculose em 1753, mas ele acreditava muito no poder da fé. As
Igrejas metodistas fizeram um clamor por ele e Wesley foi curado.
Wesley tinha seus métodos e remédios quando começava a passar mal. Ele
também se cuidava. Em 1758, começou a vomitar sangue, senti dor no lado
esquerdo, falta de força, e tosse rouca; exatamente os mesmos sintomas que tive
anos atrás. Ele aplicou a cataplasma de enxofre no lado, e tomou mistura quente
de limão e mel. Ficou bom.
Wesley realizou curas e se cuidou com exercícios físicos e com
plantas medicinais. Chegou a criar três clinicas para o povo.
Em 1747, escreveu um Compendio de Medicina popular que
teve mais de 50 edições chamado Primitive Physick ou um método
fácil e natural de curar a maioria das doenças
Já o apóstolo Paulo curou um aleijado, mas deixou
Trófimo doente em Mileto e recomendou a Timóteo que ele bebesse vinho por causa
de suas frequentes enfermidades. Isto é, não curou Timóteo. Wesley enfermidade.
Wesley afirmou que a cura era um ministério dos
apóstolos.
O próprio Paulo ficou doente e orou pedindo cura
para Deus, mas o Senhor não o curou e lhe respondeu que a Sua graça bastava.
Paulo se gloriou com essa enfermidade porque Deus
propósitos mais elevados para ele.
Na visão de Paulo, as enfermidades podem vir por uma
seta lançada por Satanás ou por causa do pecado, como aconteceu na Igreja de
Corinto, que tomava a Ceia do Senhor inadequadamente.
Também na sua visão as enfermidades eram algo
natural do ser humano. Por isso, recomendou a Timóteo que tomasse vinho. Nesse
caso, ele não atribuiu a enfermidade a Satanás e nem a Deus.
Vamos ver nos registros bíblicos as atitudes e a
visão de Paulo sobre as enfermidades com comentários de João Wesley:
Paulo experimenta o poder da cura
“E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as
mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde
vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. E
logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e,
levantando-se, foi batizado” (Atos 9.17-18).
Desde o início de sua vida cristã, Paulo
experimentou o poder da cura quando Ananias foi enviado pelo Senhor e lhe impôs
as mãos para que ele ficasse curado.
Paulo estava há três dias sem nada ver.
Wesley comentou: “E Ananias se retirou e entrou na casa; e, impondo-lhe
as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por
onde vieste, enviou-me para que te visses e te enchesses do Espírito Santo”.[2]
Paulo cura um aleijado
“E estava assentado em Listra certo homem leso dos
pés, coxo desde o ventre de sua mãe, o qual nunca tinha andado. Este ouviu
falar Paulo, que, fixando nele os olhos, e vendo que tinha fé para ser curado,
Disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou” (Atos 14.8-10).
Paulo aprendeu em sua própria vida o poder da fé
para a cura. Ele disse para o aleijado se levantar e ele ficou curado. O
detalhe é que Paulo viu que ele tinha fé para ser curado.
João Wesley comentou: “O mesmo ouviu Paulo falar: o
qual, fixamente, o contemplando e percebendo que tinha fé para ser curado,
Ele teve fé para ser curado - Ele sentiu o
poder de Deus em sua alma; e daí soube que também era suficiente para
curar seu corpo”.[3]
Doenças e mortes porque os cristãos de Corinto tomavam
a Ceia do Senhor modo inadequado:
“Esta é a razão por que entre vós há muitos
adoentados e fracos, e muitos mortos” (1 Coríntios 11.30).
Paulo discerniu que havia uma causa para os crentes
da Igreja em Corinto estarem fracos, doentes e morrerem: a Ceia do Senhor não
era tomada de modo santificado. Ele disse “por esta causa”. Havia uma causa e
consequência: Eles comiam e bebiam para a própria condenação.
João Wesley
comentou: “Por isso
muitos estão fracos e enfermos entre vocês, e muitos dormem.
Por esta causa - Que eles não
observaram.
Muitos dormem - Na morte”.[4]
Deus
estabeleceu o dom de curar as enfermidades
“Assim, na igreja, Deus estabeleceu
primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar,
mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dom de curar, os que têm
dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas
línguas” (1 Coríntios 12.28).
Quando Paulo faz a relação dos dons espirituais para a Igreja de
Corinto, ele cita sobre dom de realizar milagres e dons de curar. Isto
significa que o Espírito Santo nos capacita para também curar. Nem todos,
porém, têm o mesmo dom. Uns têm dons de profetizar, outros de sabedoria, etc.
Nem todos têm o dom de curar.
A enfermidade de Paulo
“E, para que não me exaltasse pela
excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um
mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do
qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa
vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o
poder de Cristo” (2 Coríntios
12.7-9).
Há muitas opiniões sobre o que seria o “espinho na carne”. O fato é que
era uma enfermidade física.
Também fica evidente que nem sempre Deus vai nos atender para sermos
curados ou para curar. Deus pode ter também um propósito com uma enfermidade.
João Wesley comentou: “Um espinho na carne - Uma visitação mais
dolorosa do que qualquer espinho na carne. Um mensageiro ou anjo de
Satanás para me esbofetear - Talvez tanto visível quanto invisivelmente; e
a palavra no original expressa o tempo presente, bem como o passado. Todo
tipo de aflição se abateu sobre o apóstolo. No entanto, nenhum desses ele
depreciou. Mas aqui ele fala de um, como acima de todos os outros, aquele
que o macerou de fraqueza, e pela dor e ignomínia disso o impediu de ser
levantado simplesmente, ou, pelo menos, não menos do que a mais forte dor de
cabeça poderia fez; sob o qual muitos dos antigos dizem que ele
trabalhou. São Paulo parece ter tido um novo medo dessas bofetadas a cada
momento, quando ele tão frequentemente se reprime em sua vanglória, embora
tenha sido extorquido dele pela maior necessidade”.[5]
Paulo pregou por causa de
uma doença
“(...) como sabem, foi por
causa de uma doença que preguei o evangelho pela primeira vez a vocês. Embora a
minha doença tenha sido uma provação, vocês não me trataram com desprezo ou
desdém; ao contrário, receberam-me como se eu fosse um anjo de Deus, como o
próprio Cristo Jesus” (Gálatas 4.13-14).
Mesmo doente, Paulo pregou
para os gálatas. E muito mais importante é que quando ele pregou para eles pela
primeira vez estava doente.
Hoje algumas pessoas têm
dificuldades de aceitar um líder doente. Fica parecendo que não tem fé. Mas o
exemplo de Paulo é muito importante porque nos mostra que estamos todos
sujeitos a enfermidades e isso nem sempre em a ver com pecado ou falta de fé.
João
Wesley comentou: “Vós
sabeis como, pela enfermidade da carne, eu vos preguei o evangelho no início.
Eu preguei a você, apesar da enfermidade da carne -
isto é, apesar da fraqueza corporal, e sob grande desvantagem da desprezível de
minha aparência externa”.[6]
E minha tentação, que estava em minha carne, não
desprezastes nem rejeitastes; mas me recebeu como um anjo de Deus, mesmo
como Cristo Jesus.
E vocês não desprezaram minha
tentação - Isto é, vocês não me desprezaram ou desdenharam por minha
tentação, meu "espinho na carne".
Epafrodito ficou doente ao viajar para cuidar de Paulo na prisão
“De fato, ficou doente e quase morreu. Mas Deus teve
misericórdia dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não
tivesse tristeza sobre tristeza” (Fp 2.27).
Epafrodito fez uma longa viagem para levar donativos da
Igreja de Filipos para Paulo que estava preso. Ele adoeceu. Isso também mostra
que mesmo servindo ao Senhor e fazendo atos de amor estamos sujeitos a ficar
doentes.
Certamente, Paulo orou por ele, mas nada indica que
ficou curado. Isso não abalou nem um pouco a fé de Paulo e Epafrodito, que foi
considerada por Paulo como uma pessoa honrada, digna.
João Wesley comentou: “Pois, na verdade, adoeceu quase à morte; mas Deus se compadeceu
dele; e não apenas sobre ele, mas também sobre mim, para que não tenha
tristeza sobre tristeza.
Deus teve compaixão dele - restaurando
sua saúde”.[7]
Recomendação de Paulo a Timóteo por causa de suas
enfermidades
“Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por
causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (1Tm 5.23).
Timóteo foi companheiro de Paulo nas viagens
missionarias. Mas mesmo Paulo orando por Timóteo, ele continuou com
enfermidades. Paulo, então orienta a Timóteo a beber vinho para ser curado.
“Nesta ocasião, Timóteo estava em Éfeso, onde a água
possuía um danoso teor de álcali. Paulo destaca o valor medicinal do vinho
recomendando-o como remédio curativo em casos de certas perturbações
intestinais causadas por água potável péssima. Observava-se que os que bebiam
vinho não ficavam sujeitos às doenças associadas com a água
contaminada. Note que se recomendou o vinho não apenas em benefício do
"estômago". A bebida também
mostrava ser proveitosa para "frequentes enfermidades”.[8]
Paulo deixou Trófimo doente
“Erasto ficou em Corinto, e deixei
Trófimo doente em Mileto” (2Tm 4.20).
Isso revela a humanidade e humildade de Paulo que não tinha todos os
dons espirituais. Se tivesse o dom de cura, certamente tria orado por Trófimo e
ele seria curado. Também Deus poderia ter propósitos espirituais elevados para Trófimo.
Wesley comenta logo a seguir que podemos somente realizar milhares
somente quando Deus quiser.
João Wesley comentou: “Erasto ficou
em Corinto, mas Trófimo deixei doente em Mileto.
Quando
cheguei, Erasto ficou em Corinto - sendo camareiro da cidade, Romanos 16:23 .
Mas Trófimo deixei doente - Não
tendo poder (como nenhum dos apóstolos) para fazer milagres quando quisesse,
mas somente quando Deus quisesse”.[9]
O cuidado de Wesley com a sua saúde
Wesley procurava se cuidar utilizando
medicamentos especialmente da natureza. Também recorria aos médicos. Em 24 de
abril de 1749, ele registrou em seu diário: “O refluxo que apanhei, há dias,
piorou mais e mais, e o inchaço que se manifestou na face aumentou
consideravelmente, e me doía bastante. Mandei chamar o Dr. Ruty. Ao mesmo
tempo, apliquei cataplasma de urtiga, que removeu a dor em pouco tempo. Depois
usei teriaga quente; o inchaço diminuiu tanto que, antes de chegar o médico, eu
estava quase bom”.[10]
Wesley escreveu uma carta à sua sobrinha Sarah
Wesley, filha de Carlos Wesley, em 18 de agosto de 1790, quando tinha 87 anos e
disse: “Você deve fazer o máximo de exercícios que podem todos os
dias. Gostaria que você desejasse que George Whitfield [um pregador
metodista] lhe enviasse a hora da câmara para fora da minha sala de jantar, que
você deveria usar meia hora diariamente, pelo menos’. [11]
Em seu diário também do ano de 1749, ele
registrou em 24 de setembro que começou a ficar doente: “Rapidamente calafrios
me passavam pelo corpo todo, em poucos minutos estava com febre. Pensei em
tomar remédio que provocasse vômitos, e ir para a cama. Porém, quando cheguei a
casa, recebi o aviso de que grande congregação me estava esperando no Mercado.
Não podia mandá-la embora vazia; quando eu estava falando ao povo, Deus se
lembrou de mim, e me fortaleceu, tanto no corpo como na alma”.[12]
Uma outra experiencia marcante aconteceu em 28
de novembro de 1753. Ele disse que os remédios que geralmente aliviavam nada
estavam adiantando. Então, ele teve uma ideia de fazer uma experiencia: “Pedi
que um pouco de pó de enxofre fosse misturado com clara de ovo, espalhando em
papel pardo, e aplicado ao meu lado. A dor cessou em cinco minutos, e a febre
em trinta; e desde aquela hora comecei a recuperar as forças. No dia seguinte
já podia viajar”.[13]
Wesley recomendava aos amigos para utilizar
esse meio de exercício físico.
“Quando John e Charles Wesley treinaram em
Oxford para se tornarem clérigos anglicanos, uma das disciplinas obrigatórias
que estudaram foi medicina, ou física. Sabemos que John, em particular,
continuou a ler livros sobre física”.[14]
Ele aplicou tudo isso e muito mais em sua vida
e ministério.
Wesley, muitas vezes, buscou conselhos médicos.
Por exemplo, “após consultar três médicos eminentes de Edimburgo, Hamilton,
Gregory e Monro, que também eram seus amigos pessoais, Wesley aceitou seu
conselho e drenou uma hidrocele”.[15]
Wesley ensinava e cobrava dos seus pregadores
um cuidado maior com a saúde: “Wesley foi muito direto em cartas a seus
pregadores leigos e colegas clérigos, cobrando-lhes que cuidassem de si mesmos,
certificando-se de que fizessem exercícios, dieta adequada e sono adequado.
Ele fez isso em parte porque todo cristão
deveria fazer isso, mas também estava dizendo especificamente aos pastores:
“Você não será capaz de continuar seu ministério a menos que cuide de si
mesmo”.[16]
A medicina no
tempo de Wesley era mais para os ricos. Por isso, ele se preocupou muito em
cuidar dos pobres e dos seus pregadores.
Wesley disse:
“Eu propositalmente estabeleci vários remédios para cada distúrbio; não
apenas porque nem todos são igualmente fáceis de obter em todos os momentos e
em todos os lugares: mas também porque o remédio que cura um homem, nem sempre
curará outro da mesma doença. Nem vai curar o mesmo em todos os momentos.
‘Alguns remédios eram feitos de ervas e plantas cultivadas em jardins”.[17]
Wesley
encorajou os pregadores para ler livros sobre saúde espiritual e física e
deixar alguns nas paróquias para que os paroquianos.
Ele
colaborou com os médicos especialistas, “referindo-se a eles
casos agudos e difíceis de doenças (Mad-dox 2007: 8-10). Outras ações de
Wesley para sustentar a vida humana incluem visitas e oração pelos enfermos
(Maddox 2007: 15-17),”[18]
etc.
Em 1753,
Wesley quase morreu de tuberculose e pensou mesmo que iria morrer. Foi “devido
às grandes fadigas que sofrera; os médicos diagnosticaram a tuberculose e
receitaram-lhe a suspensão completa de seus trabalhos e a mudança para uma
região campestre. As sociedades de Londres e das cidades do interior,
grandemente alarmadas com essas notícias, elevaram aos céus rogos ardentes em
seu favor. Tudo parecia indicar uma morte próxima, e o próprio Wesley estava
pronto para isso”.[19]
Ele chegou a
fazer um epitáfio escrito por ele mesmo: “Aqui jaz o corpo de João Wesley,
tição arrebatado do fogo; morreu de tuberculose aos 51 anos de idade, sem
deixar ao morrer; depois de pagas as suas contas, nem dez libras; sua oração
era: Deus, tem misericórdia de mim, servo inútil”.[20]
Wesley tinha
seus métodos e remédios quando começava a passar mal. Em julho de 1758, ele disse: “Na manhã de terça feira, comecei a
vomitar sangue, senti dor no lado esquerdo, falta de força, e tosse rouca;
exatamente os mesmos sintomas que tive anos atrás. Imediatamente apliquei a
cataplasma de enxofre no lado, e tomei mistura quente de limão e mel.”[21]
Quando Wesley
completou sessenta e oito anos, ele acreditava que estava mais saudável do que
quando era bem mais novo: “Ainda estou admirado comigo mesmo. Minha voz e minha
força são as mesmas que que tinha aos vinte e nove anos”.[22]
Quando ele
completou sessenta e sete anos, ele disse: “Sou agora mais saudável do que há
quarenta anos atrás.”[23]
O historiador
Richard P. Heitzenhater afirma: “Uma verificação rápida em seus primeiros
diários revela que uma revisão anual de seus vinte e nove anos mostraria
diversos problemas de saúde durante o ano anterior incluindo ‘muito fraco’,
duas, ‘cuspi sangue’ e ‘meu olho doente”.[24]
Importante
ressaltar que Wesley é considerado “o pioneiro no uso da eletricidade para o
tratamento de doenças. Em 1760, ele publicou The Desideratum, ou
Eletricidade tornada simples e útil por um amante da humanidade e do bom senso
baseado em seu uso de eletricidade em clínicas médicas gratuitas que ele havia
estabelecido para os pobres em Bristol e Londres uma década antes.[25]
Em 1773,
Wesley estava viajando e sentiu muita dor por vários dias, que mal podia levar
à mão no rosto. Ele pediu a um dos seus
assistentes que viajava com ele para eletriza-lo. Ele se sentiu muito melhor e
pode pregar à noite.
“Dez anos
depois, ele ficou eletrificado com cãibras. Três meses antes, ele havia
contraído um resfriado enquanto viajava em uma carruagem aberta de um
compromisso de pregação para outro. Isso resultou em uma tosse profunda que não
se dissipou. Ele tentou continuar pregando, mas ficou muito fraco e foi mandado
para a cama. Depois de uma noite de descanso e alguns vômitos, ele se sentiu
melhor e partiu para outra cidade. Pouco depois de sua chegada, ele ficou
febril e teve que se deitar. Seu peito ficou tenso e ele sentiu algumas cãibras
violentas nas pernas. Ele convenceu um amigo a eletrificá-lo nas pernas e no
peito várias vezes ao dia. Poucos dias depois, ele não tinha mais febre, aperto
no peito ou cãibras nas pernas e pôde retomar a pregação. Esses exemplos
indicam sua experiência pessoal e confiança no método.28
Em diversas
ocasiões, Wesley procurou o médico. Em 7 de maio de 1789, ele escreveu em seu
diário que sua sede e febre tinham aumentado, então ele consultou ao médico. E
disse: “O remédio dele logo fez efeito, e, como estava melhor, preguei no
domingo, dia 19; com o auxílio do Dr. Coke, ministrei a comunhão a mais de mil
e em pessoas. Preguei outra vez à noite, mas foi demais para mim e a febre
voltou”.[26]
Em 1790, ele
decidiu parar com a sua contabilidade financeira pessoal, a qual ele fazia
desde 1725.
No dia 1º de
março de 1791, apesar de debilitado, Wesley reuniu suas forças e começou a
cantar o hino de Isac Watts “louvarei meu Criador enquanto tiver forças que
deixou atônitos aqueles que o assistiam”.[27]
No dia seguinte, ele faleceu.
Importante
dizer que o “Dr.John Whitehead, médico pessoal de Wesley, acompanhado de um
pregador local, em Londres, fez o sermão fúnebre”[28]
de João Wesley.
Apesar de ter
tido muitos críticos em relação aos seus cuidados com a saúde, Wesley foi
também reconhecido como um dos grandes médicos amadores do século XVIII.[29]
Embora não
seja amplamente apreciado pela ciência ou pela medicina, vários historiadores
atribuíram a Wesley um dos mais notáveis eletroterapeutas do século XVIII e
estimulantes desenvolvimentos do século XIX em psiquiatria e medicina geral.[30]
Ele também foi
descrito como o maior educador de saúde na Grã-Bretanha do século 18.[31]
Wesley e a oração para a cura
Wesley cria plenamente na cura pela oração. Ele orou muitas vezes por sua própria recuperação e registrou que Deus o curou de muitas enfermidades em sua vida. Wesley descreve que uma noite, na capela, seus dentes estavam muito prejudicados. Ele orou e “minha dor cessou e não voltou mais.”[32]
Ele experimentou outras curas: “Em 10 de maio de 1741, Wesley ficou bastante doente. Ele tinha dor na cabeça, bem como nas costas, febre e tosse que era tão grande que dificilmente podia falar. Mas então um milagre aconteceu com Wesley enquanto ele ‘invocava Jesus em voz alta’. Enquanto falava, sua dor desapareceu, a sua febre se afastou e sua força voltou. E, além disso, ele não sentiu nenhuma fraqueza ou dor por muitas semanas depois.”[33]
Mas Wesley acreditava também que “o dom da cura não precisa ser completamente confinado às doenças de cura com uma palavra ou um toque. Pode também exercer-se, embora em menor grau, onde os remédios naturais são aplicados; E muitas vezes pode ser essa, não habilidade superior, o que torna alguns médicos mais bem sucedidos do que outros”.[34]
Em 25 dezembro de 1742, Wesley orou por um homem em seu leito de morte que foi recuperado.
Em 16 outubro de 1778, uma mulher estava doente por sete meses. Imediatamente ficou recuperada depois que ele visitou e orou por ela.[35]
Nas suas notas explicativas da Bíblia, para a passagem de Marcos 16. 17, Wesley registra uma de suas experiências na cidade de Leonberg, onde um aleijado foi curado através da pregação deste texto.[36]
Wesley cita um fato ocorrido com o Sr. Sr. Meyrick
como um milagre: “Eu subi e achei todos eles chorando sobre ele, suas pernas
estavam frias e (como parecia) já estavam mortas. Todos nos ajoelhamos e
invocamos Deus com fortes gritos e lágrimas. Ele abriu os olhos e me
chamou. E, a partir daquela hora, continuou a recuperar a força, até
restaurar a saúde perfeita”.[37]
Wesley via a importância de uma série de dons espirituais, dentre eles: Expulsar demônios; falar novas línguas; curar os enfermos; profecia, predizendo coisas por vir; visões; sonhos divinos; discernimento dos espíritos etc.[38]
Ele cita alguns fatos relacionados a expulsão de
demônios, dentre eles: “Um homem, com o nome de John Haydon, teria lido um
sermão, quando ‘mudou de cor, caiu da cadeira e começou a gritar terrivelmente
e a bater-se contra o chão’. Wesley chegou à cena apenas para ser acusado pelo
demônio como ‘um enganador do povo’. O demônio fingiu ser uma manifestação do
Espírito Santo na esperança de transformar as pessoas contra Wesley, mas Wesley
lutou. Ele e todos os outros lá começaram a orar. Logo, as dores de
Haydon cessaram e seu corpo e alma ficaram livres.”[39]
[1]
BUYERS, Paul Eugene, tradutor. Trechos do diário de João Wesley. São Paulo,
Imprensa Metodista, Junta Geral de Educação Cristã, 1965, p.79
[2] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=44&c=9
[3] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=44&c=14
[4] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=46&c=11
[5] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=47&c=12
[6] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=48&c=4
[7] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=50&c=2
[8] https://indicetj.com/bebidas/paulo-aconselhou-timoteo-a-tomar--um-pouco-de-vinho-.html
[9] https://www.christianity.com/bible/commentary.php?com=wes&b=55&c=4
[10] BUYERS, Paul Eugene, tradutor. Trechos do diário de João
Wesley. São Paulo, Imprensa Metodista, Junta Geral de Educação Cristã, 1965,
p.79
[11]
https://www.resourceumc.org/en/content/wesley-and-physical-health-practicing-what-he-preached
[12]
BUYERS, Paul Eugene, tradutor. Trechos do diário de João Wesley. São Paulo,
Imprensa Metodista, Junta Geral de Educação Cristã, 1965, p.80-81.
[13]
Idem, p.81
[14]
https://faithandleadership.com/randy-maddox-john-wesley-says-take-care-yourself
[15]
https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[16]
https://faithandleadership.com/randy-maddox-john-wesley-says-take-care-yourself
[17]
https://ntcumc.org/news/taking-care-of-yourself-in-the-way-of-john-wesley
[18]
http://www.scielo.org.za/pdf/mission/v43n1/04.pdf
[19]
LELIEVRE, Mateo. João Wesley, sua vida e obra. Editora Vida, 1997, p.197.
[20]
Idem, p.198.
[21]
BUYERS, Paul Eugene, tradutor. Trechos do diário de João Wesley. São Paulo,
Imprensa Metodista, Junta Geral de Educação Cristã, 1965, p.83.
[22]
HEITZENHATER, Richard P. Wesley e o povo chamado metodista. Editeo-Pastoral
Bennett, 1996, p.242.
[23]
Idem.
[24]
Op.cit, p.242-243.
[25]
https://www.asa3.org/ASA/PSCF/1995/PSCF12-95Malony.html
[26]
BUYERS, Paul Eugene, tradutor. Trechos do diário de João Wesley Op. cit p.82.
[27]
HEITZENHATER, Richard P. Wesley e o povo chamado metodista. Editeo-Pastral Bennett, 1996, p.308.
[28] Op.cit, p.313.
[29]
http://www.scielo.org.za/pdf/mission/v43n1/04.pdf
[30]
https://www.asa3.org/ASA/PSCF/1995/PSCF12-95Malony.html
[31]
https://hekint.org/2017/01/30/john-wesley-amateur-physician-and-health-crusader/
[32] ZIVADINOVIC, Dojcin.
Wesley and Charisma: An Analysis of John Wesley’s view spiritual gifts (Wesley
e Carisma: Análise da visão de João Wesley sobre dons espirituais), op. cit.,
p. 64.
[33] Jamin Bradley citando The Works of
John Wesley, Volume 19: Journal and Diaries II (1738-1743). https://newfangled.wordpress.com/2010/05/12/john-wesley-and-the-power-of-the-spirit/
[34]John Wesley's Notes on
the Bible. http://wesley.nnu.edu/john-wesley/john-wesleys-notes-on-the-bible/notes-on-st-pauls-first-epistle-to-the-corinthians/#Chapter+XII.
[35] ZIVADINOVIC, Dojcin.
Wesley and Charisma: An Analysis of John Wesley’s view spiritual gifts (Wesley
e Carisma: Análise da visão de João Wesley sobre dons espirituais), op. cit.,
p. 64.
[36] ZIVADINOVIC, Dojcin.
Wesley and Charisma: An Analysis of John Wesley’s view spiritual gifts (Wesley
e Carisma: Análise da visão de João Wesley sobre dons espirituais), op. cit.,
p. 63.
[37] Jamin Bradley citando The Works of
John Wesley, Volume 19: Journal and Diaries II (1738-1743). https://newfangled.wordpress.com/2010/05/12/john-wesley-and-the-power-of-the-spirit/
[38]
JR, Robert G. Tuttle. João Wesley e os dons do Espírito Santo. Op.cit.,p.58.
[39] Jamin Bradley citando The Works of
John Wesley, Volume 19: Journal and Diaries II (1738-1743). https://newfangled.wordpress.com/2010/05/12/john-wesley-and-the-power-of-the-spirit/
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