A blindagem da vida de Wesley
Enfrentou forte
oposição, calúnias, violência, perseguições, preconceitos e foi ainda instrumento
para mudar a face da Inglaterra
Odilon Massolar Chaves
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Google
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Odilon Massolar Chaves é pastor metodista
aposentado, doutor em Teologia e História pela Universidade Metodista de São
Paulo.
Sua tese tratou sobre o avivamento
metodista na Inglaterra no século XVIII e a sua contribuição como paradigma
para nossos dias.
Foi editor do jornal oficial metodista e
coordenador de Curso de Teologia.
É escritor, poeta e youtuber.
Toda
glória seja dada ao Senhor
“Ele
foi uma das poucas personalidades que sobreviveu à inimizade e ao preconceito,
e recebeu em seus últimos anos todo o respeito de todas as denominações.”[1]
·
Vivendo em um período de revoltas
·
Críticas dos estudantes da Universidade
·
Controvérsias teológicas com George Whitefield
·
Oposição do clero anglicano
·
Batalha teológica contra o antinomianismo
·
Batalhas teológicas com os Moravianos
·
Dificuldades com líderes
·
Conflitos nas sociedades metodistas
·
Críticas de jornais e artigos
·
A blindagem de Wesley
Introdução
“A blindagem da vida de Wesley” é um
livro que descreve a forte oposição, calúnias, violência, preconceitos e
perseguições ao ministério de João Wesley e aos metodistas, no século XVIII, e
mostra como eles conseguiram impactar e transformar a face da Inglaterra.
Por muito menos, muitos
desistem ou mudam sua posição religiosa e doutrinária para se adaptarem aos
desejos dos críticos.
Wesley, contudo, tinha
uma forte convicção de que os metodistas tinham um chamado extraordinário de
Deus para reformar a nação, especialmente à Igreja, e espalhar a santidade
bíblica sobre a Terra.
Não era um projeto
pessoal. Havia a consciência de que Deus estava “nesse negócio”.
Sua forte educação na
infância; o exemplo de sua mãe Susanna Wesley, que suportou e venceu lutas
imensas em sua casa; sua forte experiencia espiritual foram também algumas dos
alicerces, que colocaram uma blindagem em Wesley para suportar tudo e ser
instrumento de Deus.
O Autor
Vivendo
em um período de revoltas
Em sua caminhada, Wesley
enfrentou toda espécie de oposição, incompreensão, crítica e perseguição. Ele
viveu em um período difícil para o povo inglês, que explodia em revoltas com a
Revolução Industrial.
A Inglaterra se tornava o
principal centro econômico do mundo, mas com o povo pagando um alto preço.
“As classes populares da Inglaterra do século
XVIII eram ignorantes, grosseiras e desordenadas. Tinham herdado as agitações
políticas do século anterior e havia uma tendência muita elevada aos alvoroços
(...) nunca mudava seu ódio intenso aos papistas, de um lado e, de outro, aos
dissidentes.”[2]
Segundo o metodista
Francis Gerald Ensley, no século XVIII, a conduta moral de uma grande parte era
irregular, na Inglaterra:
“A Bretanha estava nas garras de uma Idade do
Gelo, mais conhecida na história como a Idade da Razão. Muitos consideravam
morta a organização Eclesiástica e também a vida cristã (...). A moral era
baixa, como resultante. Os estadistas proeminentes eram incrédulos e
distinguiam-se pela conduta irregular, enquanto as massas pobres eram
ignorantes e brutais num grau de difícil descrição.”[3]
Entre os problemas sérios
na sociedade inglesa, o historiador metodista Duncan Alexander Reily cita
alguns e afirma que havia imoralidade ente os altos oficiais do governo; o jogo
havia se tornado quase um passatempo; o alcoolismo era um problema tremendo; a
recreação era bárbara em geral; o roubo de todo tipo era comum, etc.[4]
Como consequência de toda
uma insatisfação social, a lei era odiada e desprezada. O movimento de
resistência à lei tomava a forma de atos individuais e de insurreições
esporádicas. O povo inglês era conhecido pela sua turbulência e o povo de
Londres pela sua falta de respeito.[5]
Diversos motins surgiram
por questões sociais e econômicas:
“(...) ocasionados pelos preços do pão, pelos
pedágios e portagens, impostos de consumo, 'resgates', greves, nova maquinaria,
fechamento das terras comunais, recrutamentos e uma série de outras
injustiças.”[6]
Em 12 de fevereiro de
1748, Wesley escreveu em seu Diário: “Depois de pregar em Oskhill, cerca do
meio-dia. Fui a Shepton, e encontrei o povo sob uma consternação esquisita. Um
motim, eles me disseram, foi subornado, preparado e suficientemente embriagado
com o fim de provocar toda espécie de desordens. Comecei a pregar entre 16 e 17
horas; ninguém se mexeu.”[7]
Wesley, contudo, disse
que algumas pessoas o seguiram do lugar da pregação até a casa de William
Stone, jogando terra, pedras e torrões em abundancia.
Wesley relata ainda motim
em 28 de agosto de 1748, em Cross. Logo que ele começou a falar, algumas
pessoas começaram a andar para lá e para cá e procuram empurrá-lo da escada
onde ele estava.[8]
Wesley enfrentou diversos
outros motins, como em 18 de outubro de 1749, em Rockdale. Quando ele entrou na
cidade havia uma rua cheia de pessoas que gritava, blasfemava e ameaçava. Ele
julgou mais prudente pregar num salão onde entrou e ninguém incomodou.[9]
Em 9 de março de 1760, em
Burslen, umas cinco pessoas riram durante a pregação e um jogou um torrão que
bateu dum lado da sua cabeça, mas não houve perturbação.[10]
Motins famosos por causa
de alimentos foram os registrados na Feira do Ganso em Nottingham, 1764, e
ficou conhecido como o "Grande Motim do Queijo", quando queijos
inteiros rolaram pelas ruas.
Em Feira do Ganso, em
Nottingham houve outro motim provocado pelo alto preço da carne, em 1788. O
povo arrancou as portas e venezianas dos açougues, que foram incendiados.[11]
Contudo, Wesley foi
sensível às necessidades dos excluídos e questionador da situação social do
povo. Em 1759, ele comentou sobre a difícil situação dos presos que estavam em
Knowle:
“Andei a pé até Knowle, boa milha distante de
Bristol, para visitar os prisioneiros franceses. Mais de mil e cem, segundo
fomos avisados, estavam reunidos num pequeno espaço, sem cousa alguma em que
deitar, senão colchões de palha, e sem cobertores; para se cobrirem só tinham
alguns trapos, quer de dia quer de noite, portanto, morreram como se fossem
ovelhas atacadas de morrinha. Fiquei horrorizado; à tarde preguei sobre Êxodo
23:9 ´Não oprimirás o peregrino; pois vós conheceis o coração do peregrino,
visto que fostes peregrinos na terra do Egito.” [12]
Em seu tempo, aumentaram
as injustiças sociais e o desemprego. Em seu diário, João Wesley comenta, em
1772, sobre um grande desemprego como nunca se tinha visto antes:
“Descobrindo que muita gente estava sem
emprego, e consequentemente em necessidades, por causa de uma crise no
comércio, crise tão grande como nunca houvera igual lembrança do homem (...).”[13]
Mesmo tendo sofrido com
os motins, quando foi perseguido por questões religiosas,[14] Wesley elogiou a ação de
uma turba por agir sem violência, em James Town:
“(...) estivera em
atividade durante todo o dia; mas sua preocupação era apenas com os
açambarcadores do mercado, que tinham comprado trigo em toda parte, para matar
de fome os pobres e carregar um navio holandês, que estava no cais; mas a turba
trouxe-o todo de volta para o mercado e vendeu-o pelos comerciantes ao preço
comum. E isso fizeram com toda calma e compostura imagináveis, sem atacar nem
ferir ninguém.”[15]
A aceitação das mensagens
de Wesley e de seus companheiros, especialmente pela classe mais pobre, se deu porque
elas atingiram suas necessidades:
A espiritualidade
wesleyana era uma combinação de piedade e misericórdia, que impediu que as
Sociedades Unidas fossem fechadas. Wesley fez do mundo a sua paróquia e orientou
aos metodistas que fizessem o mesmo.
A espiritualidade
wesleyana era uma espiritualidade social.
Críticas
dos estudantes da Universidade
Foi na Universidade, em
Oxford, que Wesley começou a experimentar oposição às suas ideias e práticas
religiosas.
“(...) em 1731, os
estudantes de mais tempo de casa fizeram uma reunião com o fim expresso de
deter o progresso do Metodismo. No ano seguinte, a imprensa, que já exercia uma
grande influência na Inglaterra, também entrou na luta. O semanário Eogg´s
Weekly Journal atacou com violência Wesley e seus amigos, comparando-o com os
essênios da Judéia e os pietistas da Suíça, e acusando-os de querer transformar
a Universidade em um mosteiro.”[16]
Um dos problemas sérios e
de provas para o grupo metodista aconteceu em 1732, com a notícia da morte de
William Morgan, cujo boato dizia que sua morte foi devido ao rigoroso ascetismo
do estilo de vida metodista.[17]
As controvérsias foram
especialmente em relação às doutrinas. Wesley queria que os pregadores e
clérigos metodistas pregassem, especialmente, sobre as três doutrinas
principais metodistas:
“(...) as três grandes doutrinas bíblicas - o
pecado original, a justificação pela fé, e a consequente santidade.”[18]
Ele definia a santidade
ou a perfeição cristã numa palavra – o
amor de Deus derramado no coração pelo Espírito Santo:
“Nas Minutes, Wesley mais uma vez define a
perfeição cristã como ‘amar a Deus de todo o coração, de modo que qualquer mal
temperamento é destruído, e todo o pensamento, palavra e ação surgem e são
conduzidos para aquele fim pelo puro amor a Deus e ao nosso próximo.”[19]
Em 1764, Wesley fez uma
revisão e um sumário do que ele entendia sobre a doutrina da perfeição cristã:
1) Existe a perfeição,
pois ela é constantemente citada nas
Escrituras. 2) Ela não vem cedo como a justificação, pois as pessoas
justificadas precisam ‘prosseguir para a perfeição’ - Hebreus 6:1. 3) Não é tão
tardia quanto a morte, pois S.Paulo nos fala de homens vivos que eram perfeitos
– Fil.3:15. 4) Não é absoluta. A perfeição absoluta não pertence ao homem, nem
aos anjos, mas somente a Deus. 5) Ela não torna o homem infalível: ninguém é
infalível enquanto está no corpo. 6) É
ela sem pecado? Não vale a pena contendermos a respeito de termos. Ela é
’salvação do pecado’. 7) É ‘amor perfeito’ - I Jo 4:18. Este é a essência da
mesma. As suas propriedades ou frutos inseparáveis são: alegria constante,
oração sem cessar e em tudo darmos graças- I Ts 5:16, etc. 8) Não podemos
prová-la. Não pode de maneira nenhuma permanecer como um ponto indivisível, ser
incapaz de desenvolvimento, pois uma pessoa aperfeiçoada em amor pode crescer
na graça muito mais rapidamente do que o fazia antes. 9) Pode ser perdida. Temos
muitos exemplos disto. Mas não tínhamos inteira convicção disso até 5 ou 6 anos
atrás. 10) É constantemente precedida e seguida de um trabalho gradual.” [20]
Controvérsias
teológicas com George Whitefield
As batalhas teológicas
contra a predestinação foram mais intensas.
Umas das piores
dificuldades que Wesley teve em seu ministério foi as controvérsias teológicas
com o seu amigo George Whitefield, membro do Clube Santo.
Por causa da defesa de
Whitefield da predestinação[21] e sua tendência de
depreciar a necessidade de santificação e de edificação na vida cristã, eles se
separaram.[22]
Whitefield era o
principal líder calvinista e não hesitava em se opor aos Wesley.[23]
Qual era a diferença
básica entre o arminianismo de Wesley e a predestinação de Whitefield?
Para Wesley, o livre
arbítrio contribuía mais para a glória de Deus do que a predestinação, que ele
chamava também de “condenação”.[24]
Ao contrário de Wesley,
George Whitefield acreditava na doutrina da perseverança do crente:
“A disputa teológica de Wesley com Whitefield
tinha dois pontos: as doutrinas relacionadas com a predestinação e as questões
da justiça imputada. Whitefield aceitava a crença dos calvinistas de que uma
pessoa verdadeiramente justificada por Deus perseveraria na fé até o fim – não
havia nada parecido com recaída entre os verdadeiros crentes.”[25]
Sobre essa “perseverança
dos santos”,[26]
Wesley lembra Ezequiel 33.13: “Mais uma vez, assim diz ao
Senhor: "Quando direi aos justos, que ele certamente viverá; se
ele confiar em sua justiça conquistada, (sim, ou a essa promessa
como absoluta e incondicional,) e cometer iniquidade, toda a sua
justiça não será lembrada; mas por sua iniquidade que ele cometeu ele deve
morrer por isso." [27]
Wesley
argumenta ainda: “Mais uma vez: "Eu sou o pão vivo; se qualquer
homem comer deste pão, (pela fé,) ele deveviver para
sempre." João 6:51. Verdade, se ele continuar a comer
isso. e quem pode duvidar
disso?
Mais
uma vez:"Minhas ovelhas ouvem minha voz, e eu sei então, e eles me
seguem. E eu dou a eles a vida eterna; e eles nunca perecerão, nem
qualquer deve arrancá-los da minha mão." João 10:27-29
No
texto anterior, a condição está apenas implícita; nisso é claramente expressa. São
minhas ovelhas que ouvem minha voz, que me seguem em toda a santidade. E
"se você fizer essas coisas, vós nunca cairá." Ninguém
deve "arrancar você da minha mão ."
Mais
uma vez: "Tendo amado o seu próprio que estavam no mundo, ele os
amou até o fim." João 13:1 "Tendo amado o seu
próprio." (ou seja, os apóstolos, como as seguintes palavras,
"que estavam no mundo." "ele os amou até o fim"
de sua vida, e manifestou esse amor até o fim.”[28]
Whitefield era o
principal líder calvinista entre os reavivalistas evangélicos.[29] Em 1741, eles se
separaram. Foi inevitável, pois Wesley era arminiano e Whitefield, calvinista.[30] Entre as discordâncias
com Whitefield estava sobre a possibilidade da eliminação do pecado na vida
humana. Whitefield disse:
“Não concordo que a
realidade do pecado íntima possa ser destruída nesta vida.”[31]
Em abril de 1739, Wesley
pregou seu sermão Livre Graça e depois o publicou juntamente com o poema
“Redenção Universal” de Carlos Wesley:
“O sermão tratou diretamente de seu ponto
básico de diferença com George Whitefield, a doutrina da graça irresistível e
todos os corolários da predestinação: redenção limitada, eleição incondicional,
condenação (lei ‘horrível’) e perseverança dos santos.[32]
Mas mesmo tendo
dificuldades com George Whitefield, eles continuaram amigos. Inclusive, a
pedido dele, Wesley pregou no seu ofício fúnebre, em 1770.[33]
Oposição
do clero anglicano
O movimento metodista
sofria a acusação de que estava minando e dividindo a Igreja Anglicana.
Nem todos acreditavam que
o metodismo fosse obra de Deus, dentre eles, Thomas Herring, arcebispo de York.
Provavelmente Edmund
Gibson, bispo de Londres escreveu “Observações sobre a conduta e o
comportamento de certa seita conhecida pelo nome de metodista”.[34]
Para ele, os metodistas
eram ilegais de acordo com o Ato de Tolerância. Era um tempo onde as rebeliões
não eram incomuns.
Um motim derrubou uma
sociedade metodista e quase destruiu a casa de John Bennet onde Carlos Wesley
estava hospedado.
Em outubro de 1743,
Wesley enfrentou violenta oposição levantada pelo vigário de Wednesbury onde
Wesley chegou para pregar.[35]
Wesley recebeu dois golpes e foi arrastado pelo campo, mas houve uma chuva
intensa e a turba foi confrontada por um grupo rival da vila vizinha. Wesley
afirmou que ninguém conseguiu derrubá-lo.[36]
Mas as acusações contra
os metodistas continuaram a crescer. Wesley escreveu em março de 1744 uma carta
ao rei George II chamada “Uma humilde mensagem das Sociedades da Inglaterra e
Gales daqueles que em escarnio são chamados metodistas”. Wesley declarou na
carta que eles são parte fiel da Igreja da Inglaterra e que detestam e abominam
as doutrinas fundamentais da Igreja de Roma e que estavam firmemente unidos à
pessoa de Sua Majestade.[37]
Mas a oposição e acusação
proporcionou a morte do metodista
William Seward (1702-1740).
Ele era filho de John e
Mary, uma família rica. Seward foi bem-sucedido financeiramente trabalhando em
imobiliária.
Foi para Londres e, em
1738, após a morte de sua esposa, conheceu Carlos Wesley, em Fetter Lane. Logo
se converteu e passou a apoiar financeiramente as causas metodistas.
Seward escreveu,
posteriormente, em seu diário: "Não posso elogiar suficientemente a Deus
por me trazer da escuridão para sua maravilhosa luz (...) esta é uma fé que
nunca senti antes que o Sr. Charles Wesley me explicasse. Não posso deixar de
honrá-lo como um instrumento na mão de Deus por me mostrar o verdadeiro caminho
da salvação por Jesus Cristo”.
Wesley descreveu Seward,
de 36 anos, como uma “alma zelosa que só conhecia o batismo de João’, mas uma
semana depois notou que Seward testemunhava a fé e estava presente na
conferência dos metodistas de Oxford”. Ele se tornou um cristão muito sério e
um ajudante fiel que serviu ao Senhor com uma fervente devoção.
Em 1739, Seward foi à
América e apoiou financeiramente Whitefield com a venda de £ 2.000 de ações do
Mar do Sul para que ele comprasse terrenos na América, para um orfanato em
Savannah. Seward tinha uma boa reputação como um generoso benfeitor dos pobres.
Era um cristão sólido e excelente.
Após voltar, em 1740,
passou a pregar ao ar livre. Certa vez encontrou multidões hostis às pregações
metodistas, em Gales do Sul e, em seguida, no País de Gales, geralmente
estimuladas pelo clero anglicano.
Em Monmouth, impediram
Howel Harris de pregar e Seward escreveu a Howel Harris: “Melhor suportar isso
do que o inferno”.
William Seward foi o
primeiro mártir metodista. Estava com o metodista Howell Harris. Os dois
pregavam o Evangelho no País de Gales. Visitavam Hay-on-Wye e Seward começou a
pregar fora do castelo, mas depois de cantar e orar por alguns minutos, “veio o
ministro da paróquia e vários juízes de paz, com muitos outros clérigos, e
exigiu o meu silêncio, e provocou o povo”.
Seward foi atingido na
parte de trás da cabeça por uma grande pedra lançada a curta distância e isso
causou ferimentos graves. Foi levado por seus amigos, mas seu estado se
deteriorou. Durante alguns dias ficou entre a vida e a morte vindo a falecer em
22 de outubro de 1740.
A morte de Seward, aos 38
anos, foi um golpe para o metodismo. Mas isso não impediu a continuação da
pregação destemida. Os metodistas determinados continuaram a pregar o
Evangelho para o povo na Grã-Bretanha.
Ele foi citado como
"um cristão excepcionalmente sério e um ajudante muito fiel" que
"serviu ao Senhor com uma devoção flamejante".
Esta e muitas outras
agressões não intimidaram os irmãos Wesley que confiavam na providencia de
Deus. Carlos Wesley disse: "Fiquei extremamente chocado com a notícia da
morte de Seward; mas ele foi tirado do mal; resgatado das mãos de homens maus".
Seward foi um amigo e um
suporte de João e de Carlos Wesley, de George Whitefield e de Howel Harris.
João Wesley disse: “A
surpreendente notícia da morte do pobre Sr. Seward foi confirmada. Certamente
Deus vai manter sua própria causa! Justo és Senhor!”[38]
Batalha
teológica contra o antinomianismo
Uma das batalhas
teológicas travadas por Wesley foi contra o antinomianismo, que a Conferência
de 1744 definiu assim:
“P. Que é antinomianismo?
R. A doutrina que torna a
lei inútil em presença da fé.” [39]
Wesley precisou fazer um
vigoroso protesto junto à Conferência pela tendência de alguns metodistas para
o calvinismo antinominiano. Suas três questões foram:
“Dissemos, em 1774: ´Temo-nos inclinado
demasiadamente para o calvinismo. Em
quê?
1.Com relação à
fidelidade do homem. Nosso Senhor mesmo ensinou-nos a usar essa expressão.
Nunca devíamos envergonhar-nos dela. Devíamos proclamar firmemente, estribados
em sua autoridade, que, se o homem não for fiel nas riquezas injustas, Deus lhe
não dará as riquezas verdadeiras.
2. Em relação a trabalhar
pela vida. Isto também nosso Senhor nos recomendou expressamente. Trabalhai –
literalmente operai – pela comida que permanece para a vida eterna. E, de fato,
todo crente, até que suba à glória,
trabalha para a vida e pela vida.
3. Temos recebido como
máxima que ó homem nada deve fazer para a justificação. Nada pode ser mais
falso. Quem quer que deseje achar graça
diante de Deus, ´cesse de fazer o mal e aprenda a fazer o bem´., Quem quer que se arrependa, fará ´obras dignas de
arrependimento´. E se isto não se faz para achar graça, para que, então, se
faz?” [40]
Para Wesley, a quietude
defendida pelos morávios era um antinomianismo e um sério problema para à vida cristã, como era a doutrina da
predestinação e sua crença decorrente, a da perseverança dos santos (uma vez
salvo, sempre salvo).”[41]
Batalhas teológicas com os Moravianos
Wesley teve também
batalhas teológicas com os Moravianos, especialmente em relação ao quietismo.
Um moraviano, Philip
Henry Molther, ensinava que, para alcançar a verdadeira religião deveriam ser
abandonados “todos os meios de graça e todas as obras de piedade e, em vez
disso, deviam permanecer ‘quietos’ diante do Senhor”. [42]
Ele havia convencido
muitas pessoas da Sociedade de Fetter Lane que elas não possuíam a verdadeira
religião.[43]
Elas deveriam abandonar
todos os meios de graça e as obras de piedade e permanecer quietos diante do
Senhor.
Era contrária a tudo que
Wesley cria e praticava. Cancelava toda as obras de piedade e de misericórdia.
Para Wesley, tal
antilegalismo ou antinomianismo era um sério desafio à vida cristã, como era a
doutrina da predestinação e sua crença decorrente, a da perseverança dos santos
(uma vez salvo, sempre salvo).”[44]
Wesley também percebeu
que o conceito morávio de Band não se adaptava bem às necessidades da classe
trabalhadora inglesa.[45]
Wesley travou essa
batalha com os amigos alemães, amigos de Oxford e membros de sua família.
Dificuldades
com líderes
Por diversas vezes,
Wesley procurou resolver conflitos nas sociedades metodistas, mas as mais
graves foram com os próprios líderes e até amigos. Foi assim com Thomas
Maxfield[46] e George Bell.
“Em janeiro de 1763, George Bell estava
proclamando que o fim do mundo chegaria no mês seguinte, dia 28 de fevereiro.”[47]
As tentativas de mudar
Bell foram
Wesley teve sérias
dificuldades, pois alguns dos seus líderes e amigos tendiam para o calvinismo,
como George Whitefield e a condessa Lady Huntingdom. A condessa havia banido
Wesley de seus púlpitos.
Wesley foi atacado também
por um clérigo Walter Shirley, que durante algum tempo foi aliado de Wesley.
Houve um confronto e Walter Shirley reconheceu depois que havia se enganado com
os escritos de Wesley.[49]
Foi preciso a Conferência
Anual de 1770 confirmar o metodismo arminiano,[50] com o apoio de Fletcher.[51]
“Em 1769, a controvérsia
sobre a predestinação renovou-se com intensidade. Na ´Conferência´ de 1770
Wesley tomou forte posição arminiana e foi defendido por seu devotado discípulo,
o suíço John William Fletcher (...). O
resultado da controvérsia foi confirmar o caráter arminiano do metodismo
wesleyano.”[52]
Talvez, por isso, Wesley
publicou, em 1771, o sermão “O Senhor
nossa Justiça”. O objetivo foi prevenir mal-entendido sobre a salvação pela fé.
Contudo, ele repudiava as contendas sobre religião:
“Como são odiosas e como
são numerosas as contendas levantadas acerca da religião! E não somente entre
os filhos deste século, entre os que não conhecem o que seja a verdadeira
religião, mas entre os filhos de Deus (...). Quantas almas débeis se escandalizam
por essa causa! Quantos estropiados se desviaram do caminho! Quantos pecador
esse afervoraram no desprezo de toda a religião e na aversão àqueles que
professam!”.[53]
Conflitos
nas sociedades metodistas
Por diversas vezes,
Wesley procurou resolver conflitos nas sociedades metodistas, mas as mais
graves foram com os próprios líderes e até amigos. Foi assim com Thomas
Maxfield[54] e George Bell.
“Em janeiro de 1763,
George Bell estava proclamando que o fim do mundo chegaria no mês seguinte, dia
28 de fevereiro.”[55]
As tentativas de mudar
Bell foram em vão. Maxfield afirmava que o cristão perfeito estava sem pecado
e, uma vez perfeito, permanecia nesse estado quase angelical.[56] Ambos deixaram o
metodismo.
Na Sociedade Fettrer Lane
houve conflito e uma divisão inevitável. A questão da quietude que veio da influência
morávia crescia. Carlos Wesley chegou a falar de “espetáculo mudo” já que não
falavam nada nos cultos.[57]
Wesley tentou
convence-los, mas chegaram ao ponto de não deixar mais Wesley pregar na sociedade.
Wesley, então os
“entregou a Deus” e pediu que os que concordassem com ele o acompanhassem e 18
ou 19 o acompanharam. E Fetter Lane deixou de ser uma sociedade metodista.
Contudo, “esses
separatistas da Fetter Lane foram logo absolvidos pela Sociedade Unida, que já
estava maior que o grupo da Fetter Lane”.[58]
Em 1739, em Weaver’s
Hall, Wesley enfrentou os “profetas franceses”, que desviavam membros das
sociedades:
“(...) eu me esforcei
para pôr a descoberto os seus erros, e exortei o povo que seguisse a santidade
e evitasse tais profetas, como se evita o fogo, e todos que não falam de
‘acordo com a lei e o testemunho.”[59]
Muitos outros conflitos e
desvios teológicos aconteceram nas sociedades e Wesley precisou estar presente
para advertir, orientar e restaurar a ordem e a paz.
Críticas
de jornais e artigos
Vários artigos procuravam atingir a sua moral.
Um deles, referindo-se a Wesley, tinha por titulo "A serpente e a
raposa". Até caricaturas sobre
Wesley foram publicadas
mostrando, inclusive, obscenidades, etc.[60]
O fato dos metodistas
limitarem suas reuniões apenas a membros que tivessem tickets de classes,[61] levou a diversas
interpretações e críticas, entre elas:
“(...) críticas apontadas
Houve várias publicações anônimas contra Wesley, dentre elas, “O Jesuíta descoberto”; “A Igreja de Roma descoberta no disfarce de um protestante, em 1773”, etc.
Wesley foi acusado de
plágio escandaloso pelo calvinista Augusto Toplady que atacou a Revista
Arminiana.
John Fletcher foi um dos
líderes metodistas que mais defenderam Wesley. Ele escreveu “Defesa do trabalho
do Rev. Sr. Wesley”.
Wesley também sempre
refutou as acusações com outros livros, como “Algumas observações sobre a
liberdade”, em 1776.
William Hawes, um jovem
médico mostrava Wesley como charlatão.[63]
A “Revista Evangélica”
calvinista relacionava Wesley a uma serpente: “A serpente e a raposa”.
Muitas caricaturas de
Wesley e dos metodistas eram, muitas vezes, obscenas.
A
blindagem de Wesley
O metodismo impactou e
mudou a face da Inglaterra mesmo diante de toda oposição, perseguição e
crítica.
O que levou Wesley e os
primeiros metodistas a suportarem tanta oposição, crítica, perseguição e
ofensa?
Wesley era blindado pela
sua forte estrutura espiritual, mental e emocional. Seu coração era aquecido.
Sua excelente educação
familiar formou seu forte caráter.
O exemplo de sua mãe
Susanna Wesley enfrentando dois incêndios na casa pastoral, administrando o lar enquanto seu marido
Samuel estava preso e cuidando de 19 crianças, certamente, foram fundamentais
na vida de vida.
Sua experiencia espiritual
em 24 de maio de 1738 o ajudou a buscar em Deus a força e sustento nas
dificuldades.
A força espiritual de um
viver santo lhe deram forças e blindagem para enfrentar todas as adversidades.
A convicção de que Deus
havia chamado o povo metodista para reformar a nação, particularmente, à Igreja
e para espalhar a santidade bíblica por toda a Terra o dava a consciência de
que o metodismo havia sido levantado por Deus.
Sua forte convicção
bíblica e teológica foram alicerces firmes contra as adversidades.
Wesley tinha a
consciência de que Deus estava com ele.[64] Não era um projeto
pessoal, mas de Deus.
No período de
controvérsias, o "pai do metodismo" se dedicou ao empreendimento
editorial. Escreveu muito. Na década de 1750, ele escreveu uma média de seis
obras por ano. Depois de 1765, ele aumentou a produção.[65]
Em 1745, Wesley já
desejava viajar menos e escrever mais, mas a Conferência não achou aconselhável
por ora.[66]
”Entre as obras
importantes durante esse período estavam o sumário de sua doutrina mais
distinta, A Plain Account of Christian Perfection (Um simples relato da
perfeição cristã, 1766), e mais dois sermões, em 1767, The Witness of th
Spirit, II ( O testemunho do Espírito, II) e The Repentance of Believers (O arrependimento dos crentes), ambos com uma
revisão significativa de seus sermões anteriores sobre esses assuntos”.[67]
Apesar de toda sua
formação e liderança, Wesley era simples e preferia a simplicidade do
povo. Em 1781, ele foi a um concerto
onde passou momentos agradáveis, mas se sentiu fora do seu ambiente:
“Passei uma hora
agradável assistindo ao concerto do meu sobrinho. Mas senti-me fora do meu
ambiente, estando no meio de Lords e Senhoras. Gosto de música simples e de
gente simples.[68]
E depois de muitas lutas
e oposição, especialmente o clero anglicano passou a reconhecer seu ministério
e viver santo. As portas oficias da Igreja Anglicana foram novamente abertas para Wesley.
Um exemplo disso foi o
convite à mesa do bispo de Londonderry, juntamente com o bispo de Londres. O
bispo recusou ocupar o lugar de honra. “Senhor, Wesley’, disse-lhe, “eu queria
achar-me aos seus pés no outro mundo”.[69]
Os motins contra Wesley e
os metodistas foram, muitas vezes, incentivados por párocos. Contudo, em 1789,
quando João Wesley voltou a Talmouth, depois de quarenta anos, aonde chegou a
ser preso por um motim imenso, agora todos olhavam para ele com amor e bondade.[70]
Wesley faleceu no dia 2
de março de 1791, aos 88 anos. Uma de suas últimas declarações foi: “O melhor
de tudo é que Deus está conosco.”[71]
No seu túmulo está
colocada a seguinte frase que revela seu caráter e credibilidade:
“Ele foi uma das poucas personalidades que
sobreviveu à inimizade e ao preconceito, e recebeu em seus últimos anos todo o
respeito de todas as denominações.”[72]
[1] HEITZENHATER,
Richard P., Wesley e o Povo Chamado
Metodista, Editeo-Pastoral Bennett, 1996, p.312.
[2] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley - Sua vida e
obra. São Paulo: Editora Vida, 1997, p.12.
[3]
ENSLEY, Francis Gerald. João Wesley, o Evangelista. São Paulo, Junta Geral de
Educação cristã, 1960, p.10.
[4]
REILY, Duncan Alexander. Metodismo brasileiro e wesleyano. São Paulo: Imprensa
Metodista, 1981, p.148-53.
[6] Ibidem, p.64-5.
[7] WESLEY, João. Trechos do Diário de
João Wesley. São Paulo: Imprensa Metodista, 1965, p. 56.
[8] Idem, p.58
[9] Idem, p.,59.
[10] Idem, p.60.
[11] THOMPSON, Edward P. A Formação da
Classe Operária Inglêsa. 1 v. Paz e Terra, 1987, p.64-5.
[12] WESLEY, João. Trechos do Diário de
João Wesley. Ibidem, p.108-9.
[13] Ibidem, p.110.
[14] Os motins
contra Wesley e os metodistas foram, muitas vezes, incentivados por párocos.
(Trechos do Diário de João Wesley. Ibidem, p.56-63).
[15] THOMPSON, Edward P, 1 v. Ibidem,
p.67.
[16] Ibidem, p.46.
[17]
HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.46.
[18] Ibidem., p.204.
[19] Ibidem., p.205.
[20] BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E.
Coletânea da Teologia de João Wesley. JGEC. São Paulo: Imprensa Metodista,
1960, p.212.
[21] HEITZENHATER, Richard P., Ibidem.,
p.107.
[22] Ibidem, p.214.
[23] Idem, p.120.
[24] Eis um resumo do que Wesley pensava
sobre a predestinação: Se existe a eleição, toda a pregação seria vã; ela tende
a destruir diretamente a santidade; tende a destruir o nosso zelo pelas boas
obras; subverte toda a
revelação cristã; faz a revelação contradizer-se; é uma doutrina cheia de
blasfêmia, pois coloca Jesus como um hipócrita, um enganador do povo, etc
(BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert E. Coletânea da teologia de João Wesley.
Ibidem, p. 53-4)
[25]
HEITZENHATER, Richard P.Ibidem, p.107.
[26] Doutrina que afirma que “Uma vez
salvo, sempre salvo”.
[27] www.imarc.cc/esecurity/perseverance.html
[28] Idem.
[29] Segundo D.M.Lloyd-Jones, Os temas das
pregações de Whitefield eram: O pecado original, A regeneração, o Espírito
Santo, a justificação pela fé, etc. (JONES, D. M. Lloyd. Os puritanos. Ibidem,
p.130-1).
[30]
HEITZENHATER, Richard P.Ibidem, p.120-1.
[31] Ibidem, p.120.
[32] Ibidem
[33]
HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p. 241.
[34] Idem, p.131.
[35] Idem, p.132-133.
[36] Idem, p.133
[37] Idem, p.135.
[38] http://www.badsey.net/past/seward.htm
Arnold
Dallimore, George Whitefield, Vol 1, Banner of Truth, p.584-585
http://lexloiz.wordpress.com/2009/12/14/violence-seems-to-triumph-the-first-methodist-martyr/
http://benbeddome.blogspot.com.br/2007/03/seward-connection.html
https://pastordougroman.wordpress.com/2014/04/29/william-seward-the-first-methodist-martyr/
http://gowerhiddenhistory.blogspot.com.br/2016/04/the-methodist-martyr-william-seward.html
http://benbeddome.blogspot.com.br/2007/03/seward-connection.html
[39] WESLEY. João. Sermões de Wesley. v.2,
ibidem, p.174.
[40] Ibidem, p.174-5.
[41] Idem., p.106.
[42]
HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.154.
[43] Idem, p.106.
[44] Idem., p.106.
[45] Idem, p.108.
[46] Maxfield foi o primeiro pregador
leigo do metodismo, em abril de 1739, após ter tido uma violenta experiência em
Bristol com a pregação de Wesley (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.115).
[47]
HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.209-0.
[48]
Ibidem.
[49]
Idem, p.246.
[50]
WALKER, Welliston, Ibidem, p. 212.
[51] João Guilherme de
[52]WALKER,
Welliston, Ibidem, p.212.
[53]
WESLEY, João. Sermões de
Wesley. v.1, ibidem, p.406.
[54] Maxfield foi o primeiro pregador
leigo do metodismo. (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.115).
[55]
HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.209-0.
[56] Ibidem.
[57] Idem, p.111
[58] Idem, p.112.
[59] Ibidem, p.36.
[60] Ibidem, p. 267.
[61] Ibidem. Os metodistas tinham a
“secreta’ (senão subversiva) prática de limitar suas reuniões apenas aos
membros que tivessem os tickts de classes” (HEITZENHATER, Richard P., Ibidem,
p.267).
[62] Ibidem.
[63] Idem, p.165.
[64]
HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.308.
[65] Ibidem, p. 228.
[66] HEITZENHATER, Richard P., ibidem, p.154.
[67] Ibidem, p.228.
[68] WESLEY, João, Ibidem, p.200.
[69] LELIÈVRE, Mateo. João Wesley - Sua
vida e obra. São Paulo: Editora Vida, 1997, p.275.
[70] WESLEY, João. Trechos do Diário de
João Wesley. Ibidem, p.56-63.
[71]
HEITZENHATER, Richard P., Ibidem, p.308.
[72] Ibidem, p.312.
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